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Educação No Periodo Colonial

O trabalho possui o intuito de analisar o ensino jesuítico no período colonial brasileiro, levando em consideração os jesuítas e os portugueses que juntos vieram para a colônia brasileira com o propósito missionário, econômico e político, com papel fundamental na formação da estrutura social, produtiva e educacional na sociedade que estava formando.

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Universidade Federal do Tocantins Campus universitário de Araguaína Curso Licenciatura Plena em História Katiane Gonçalves silva Educação jesuítica no Brasil colônia Trabalho apresentado como requisito parcial para avaliação da disciplina Historia da educação. Curso história Fundação Universidade Federal do Tocantins. Professor Vasni de Almeida. Araguaína-To Maio/2010 Introdução O trabalho possui o intuito de analisar o ensino jesuítico no período colonial brasileiro, levando em consideração os jesuítas e os portugueses que juntos vieram para a colônia brasileira com o propósito missionário, econômico e político, com papel fundamental na formação da estrutura social, produtiva e educacional na sociedade que estava formando. Dentro destes contextos, analisaremos o modelo educacional proposto pelos jesuítas levando em consideração o desenvolvimento social, que seu ensino pretendia formar, um modelo de homem baseado nos princípios escolásticos. Enfocamos neste trabalho o papel dos jesuítas como principais formuladores da política educacional e da burocracia iniciante no Brasil colônia, fazendo-se uma breve analise das dimensões que enfoca as transformações da colônia em um país católico, de língua portuguesa e de cultura ocidental cristã. A EDUCAÇÃO JESUÍTICA NO BRASIL COLONIAL A educação jesuítica permaneceu no Brasil de 1549-1759, tornando-se os primeiros professores a atuar no ensino e na educação, catequizando maciçamente os índios, formando os novos sacerdotes e a elite brasileira. Promovendo o controle da fé, a moral e a difusão da unificação da língua portuguesa de norte a sul do País. Os primeiros jesuítas a chegarem ao Brasil foram em 1549, mesma época em que desembarca o primeiro governador-geral, Tomé de Sousa, liderados pelo padre Manoel de Nóbrega. Os jesuítas logo que chegaram ao Brasil sistematizaram uma organização educacional, como domínio espiritual e de propagação da cultura européia, fundaram escolas e conventos que penetraram nas aldeias multiplicando muito rápido as escolas de ler e escrever, iniciando assim sua política de instrução. Vinte anos após sua chegada, a obra jesuítica, já contava com cinco escolas de instrução elementar e três colégios, todas as escolas eram regulamentadas por um documento chamado Ratio Studiorum, composto de regras que estabeleciam a organização educacional dos currículos, dividindo em dois graus: o inferior e o superior. (AZEVEDO, 1975, p.12). Esse projeto organizacional não possuía apenas o objetivo de catequizar, mas também de transformar a sociedade aos moldes europeus. De acordo com Álvaro Teixeira a companhia de Jesus surge como uma explosão do pensamento religioso transgredindo ao campo das atividades práticas. Refazer o homem infundir-lhe espírito novo, com finalidades sociais e religiosas. (1961.p.142) O método do ensino jesuítico era ministrado de acordo com os educandos, o ensino se concentrava no catecismo, na língua dos índios, os jesuítas buscavam utilizar de tudo que posse possível, o cântico, o teatro e até a dança, sendo escolas fixas ou ambulantes. A implementação do ensino jesuítico se deu através do formalismo pedagógico, contradição existente entre os princípios cristãos europeus e os ensinados nas escolas e a realidade moral, onde formal se contrapõe ao real, provocando um contraste entre práticas e princípios, ou seja, realidades distintas. O plano de ensino constituído pelos jesuítas era organizado em duas fases, o ensino elementar, constituído pelo aprendizado do português, da doutrina cristã e da alfabetização, a segunda o ensino profissionalizante ou ensino médio, tendo o aluno opção para escolher qual curso seguir, seguindo nas opiniões e dotes intelectuais revelados durante o ensino. (RIBEIRO, 2003, p.23). A escola elementar germinava a base de todo o sistema colonial, ainda em formação, funcionava não só nos colégios, mas em todos os locais onde existia uma casa da companhia. A preocupação básica do ensino jesuítico além de formar uma elite culta e religiosa, era de difundir a hierarquia portuguesa. De acordo com José Maria de Paiva o colégio e a universidade eram destinados a uma pequena parcelada sociedade, que com está educação que vai formar e organizar a sociedade, organização seta através das letras, com objetivo de adesão plena da cultura portuguesa. De acordo com a coroa esses letrados ocuparia os cargos públicos que possibilitariam a sociedade de se reproduzir. Desta forma a sociedade portuguesa possuía uma estrutura rígida fundada na religião, possuindo uma única visão de mundo, essa que obrigava a manutenção das letras. Assim os jesuítas foram incumbidos da missão de preservar a cultura portuguesa em terras brasileiras, esta manutenção estava estabelecida no Ratio Studiorum que propunha o modelo de comportamento através das práticas e virtudes. Vale lembrar que existia ainda por parte dos jesuítas a crença de que esse projeto de educação vinha da realização divina. Através das propostas pedagógicas os jesuítas procuraram formar o bom súdito o bom cristão assumindo uma forte arma de submissão de domínio intelectual, sendo encarado o estudo como um espaço de guerra de idéias contra o protestantismo em prevenção aos valores culturais europeus. O modelo educacional jesuítico procurava formar o modelo de homem baseado na escolástica que era contra a ciência. Os jesuítas tornaram-se uma poderosa e eficiente congregação religiosa no Brasil colonial, em função dos seus princípios fundamentais, ao possuir um projeto educacional que constitui a estrutura educacional na colônia brasileira, com o intuito de conformar a população explicando a aplicação dos poderes através do saber e da religião, embora presenciassem os conflitos sociais fora dos muros dos colégios e mosteiros procuravam manter a estrutura do ensino sem abalos, valorizando no seu ensino a boa conduta a fim de formar uma instituição católica nos indivíduos da elite, com interesse de formar novos padres nascidos na colônia. CONCLUSÃO No longo período de 210 anos em que os jesuítas estiveram no Brasil, desenvolveram um papel de destaque tanto na educação como na catequese dos colonos, promovendo com isso a formação de novos sacerdotes e da elite intelectual brasileira além de difundir a fé e moral pregadas pelo cristianismo. Essa atuação jesuítica pode ser descrito em duas fases distintas: a primeira correspondeu ao período de adaptação e conversão do índio aos costumes europeus e a segunda foi marcada pela consolidação do projeto educacional. Após análise pode-se concluir que, através dos colégios e suas missões os jesuítas auxiliaram no processo de colonização brasileira, pois a serviço da cora portuguesa se lançaram à tarefa de transformar os índios em "bons cristãos", adequando-os às necessidades da colônia pela catequização com uma corrente de ações político educacional tendo por base a fé, a guerra contra idéias contrárias e a preservação dos valores da cultura européia. Esse projeto de ensino foi mantido até 1759 com a expulsão dos jesuítas, onde já não atendia as necessidades da coroa tendo em vista que uma nova visão de homem estava se impondo. Além, das reformas apontadas pelo Marquês de Pombal, déspota esclarecido, embasado pelo movimento iluminista. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Fernando de. A Transmissão da Cultura: parte 3 da 5ª. Ed. da obra. A cultura brasileira. São Paulo, Melhoramentos; Brasília, INL, 1976. PAIVA, José Maria de. Colonização e Catequese. São Paulo, Cortez, 1982. RIBEIRO, Maria Luíza Santos. História da educação brasileira: a organização escolar. 18ª edição. Campinas SP. Autores Associados. 3ª Ed. Belo Horizonte; Autêntica 2003. TEIXEIRA, Álvaro Soares. O Marquês de Pombal. Brasília: Editora da UNB, 1961.