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O termo ecologia apareceu pela primeira vez em 1870, em um trabalho do
biólogo alemão Ernst Haeckel. Ecologia provém de duas palavras gregas:
oikos (casa) e logos (estudo), ou seja, o estudo do meio que cerca o
organismo.
Segundo Haeckel: "Pela palavra ecologia, queremos designar o conjunto de
conhecimentos relacionados com a economia da natureza – a investigação de
todas as relações entre o ser vivo e seu ambiente orgânico e inorgânico;
incluindo suas relações, favoráveis ou não, com as plantas e animais que
tenham com ele contato direto ou indireto – numa palavra, ecologia é o
estudo das complexas inter-relações chamadas por Darwin de condições de
luta pela vida".
A ecologia estuda a relação entre os seres vivos e o ambiente. Seu campo
de estudo compreende: as populações (conjuntos de seres da mesma espécie,
vivendo no mesmo lugar); a comunidade (conjunto de população de uma certa
área); o ecossistema (conjunto formado pela comunidade mais o meio físico)
e a biosfera (parte habitada da Terra).
Podemos dar um exemplo fácil de ser entendido. Nas últimas décadas, em
várias regiões do mundo, florestas foram devastadas e posteriormente
reflorestadas. Quando o reflorestamento é feito com pinheiros ou
eucaliptos, uma das conseqüências é a eliminação de aves nativas, não
somente por falta de seu alimento, que consistia em sementes, frutos e
insetos da floresta original, como também pelo desaparecimento dos
materiais e locais adequados para a construção de seus ninhos.
Ecossistema
As relações entre comunidades de plantas e animais, mais as
características de clima e de solo, formam os ecossistemas. A Terra é na
verdade um grande ecossistema, que usa a energia do Sol para gerar
transformações bioquímicas que permitem a vida.
Outros exemplos de ecossistema são as florestas, as lagoas, os campos.
Em cada um deles, os seres autotróficos produzem todo oxigênio e os
alimentos aos membros da comunidade. É bom ressaltar que a comunidade de um
ecossistema é auto-suficiente em alimento. Uma cidade não é auto-suficiente
em alimento, uma vez que a maioria dos alimentos são provenientes de outras
regiões. Não é, portanto, um ecossistema, embora seja um ambiente.
Muitas vezes não há limite nítido entre ecossistemas vizinhos, como
entre uma floresta e um campo. Entre eles há uma faixa de transição com
características intermediárias, aimonidada écotono.É uma área de interseção
que tem espécies de ambos os ecossistemas e espécies.
Componentes de um ecossistema
Seres autotróficos, ou seja, fabricam seu próprio alimento, são
indispensáveis á vida de qualquer comunidade, pois são os únicos capazes de
fabricar, através da fotossíntese, os compostos orgânicos que servirão de
alimento a todos os outros seres vivos, chamados heterotróficos.
Dizemos, então, que os autotróficos são os produtores do ecossistema.
Para se alimentar, os animais herbívoros dependem diretamente dos vegetais
e são, por esse motivo, chamados de consumidores primários. Os herbívoros,
por sua vez, servem de alimento aos carnívoros, que são os consumidores
secundários.
Esses carnívoros também podem servir de alimento para outros carnívoros
que são os consumidores terciários.
Toda matéria orgânica morta do ecossistema, incluindo urina e fezes, são
transformada em sais minerais pelos herbívoros (consumidores secundários).
Os carnívoros (consumidores terciários) se alimentam de consumidores
secundários. Esse processo chama-se de cadeia alimentar.
- Já a teia alimentar é o cruzamento de várias cadeias alimentares.
Ela se completa com a inclusão dos decompositores, que são indispensáveis
para o equilíbrio do ecossistema.
Habitat e nicho ecológico
- Habitat é o lugar onde uma espécie é encontrada, isto é, o seu "endereço"
dentro da comunidade.
- Nicho ecológico é o conjunto de atividades ecológicas desempenhada pela
espécie no ecossistema.
Para descobrirmos o nicho ecológico de uma espécie, precisamos saber do
que ela se alimenta, onde e em que hora do dia obtém esse alimento, onde
e se reproduz e se abriga, entre outros.
O leão e a zebra, por exemplo, vivem nas savanas africanas, mas o leão é
carnívoro e a zebra, herbívora, ou seja, possuem o mesmo habitat, mas com
nichos diferentes.
População
Uma população é formada pelo conjunto de indivíduos da mesma espécie,
que vivem em determinada área durante certo tempo. Mas as populações não
são estáticas: podem crescer ou regredir em função de vários fatores
ambientais. Mesmo quando uma população se mantém estável ela se encontra em
equilíbrio dinâmico, ou seja, a estabilidade é mantida por um conjunto de
forças agindo sobre a população de modo que a mantenha estável.
A ecologia procura estudar como as populações crescem, declinam ou se
mantêm estáveis e quais os fatores que interferem nessas dinâmicas.
Para sabermos o crescimento de uma população usamos a densidade que é o
número de indivíduos por unidade de área de volume. Ela aumenta através da
mortalidade e emigração.
No laboratório e em condições favoráveis, o crescimento da população é
exponencial, de acordo com o potencial biótico. Quando surgem fatores
limitantes, como falta de espaço ou alimento ou ação de predadores e
parasitas (resistência do meio), a velocidade de crescimento diminui. O
equilíbrio dinâmico é atingido quando a resistência do meio é igual ao
potencial biótico (á capacidade que as populações têm de crescer em
condições ideais), formando uma curva sigmóide.
Nas relações entre predador e presa podem surgir oscilações. Neste caso,
pode haver um controle mútuo entre o predador e a presa ou então esta ser
controlada por algum outro fator ambiental.
A quedada taxa de mortalidade na espécie humana vem determinando seu
crescimento exponencial, principalmente nos países em desenvolvimento.
Embora muitos defendam a necessidade de medidas governamentais para
controlar a natalidade nesses países, a superpopulação não é a única causa
da fome, da miséria, da poluição e dos desequilíbrios ecológicos. Para
resolver esses problemas, é fundamental diminuir o consumo excessivo dos
países ricos, facilitar o acesso à tecnologia e educação aos países em
desenvolvimento e elevar os padrões de saúde, de educação e de consumo
básico da população mais pobre.
Espécie
É todo grupo de indivíduos de reprodução sexuada cruzada que se mantém
isolado dos outros grupos semelhantes por meio de mecanismo de isolamento
reprodutivo.
Relação entre os seres vivos
O funcionamento de uma comunidade depende das diversas relações ou
interações entre os organismos que a compõem. Essas relações não se resumem
apenas á cadeia alimentar.Uma abelha, por exemplo, depende do néctar das
plantas para se alimentar, mas a própria planta passa a depender da abelha
para o transporte do grão do pólen e conseqüentemente, para a sua
reprodução.
As interações entre as populações são principalmente de natureza alimentar,
mas aparecem também na forma de relações que envolvem abrigo, proteção,
reprodução, dispersão, etc.
As interações podem ocorrer entre seres:
Da mesma espécie – relações intra-específicas;
De espécies diferentes – relações interespecíficas.
Todas as relações são comumente classificadas em:
Harmônicas – quando não há prejuízo para nenhuma das espécies ou
nenhum dos indivíduos associados;
Desarmônicas – quando pelos menos um dos indivíduos é prejudicado na
associação, ou seja, quando pelo menos uma das espécies tem poucas
chances de sobrevivência ou de sucesso reprodutivo (medido pelo número
médio de filhotes);
Neutralismo – quando as duas ou mais espécies vivem no mesmo habitat,
sem que sejam afetadas por outra.
* Esquematização das associações:
Relações Harmônicas:
Intra-específicas: 1) Sociedade.
2) Colônia.
Interespecífica: 1)Mutualismo.
2)Protocooperação.
3)Comensalismo.
Relações Desarmônicas:
Intra-específicas: 1)Canibalismo.
2)Competição intra-específica.
3)Competição interespecífica.
Interespecíficas: 1)Amensalismo.
2)Predatismo.
3)Parasitismo.
Parasitismo, colônias e sociedades
- Parasitismo:
Muitos organismos instalam-se no corpo dos outros seres para deles
extrair alimento. Esses organismos são chamados de parasitas, e os
seres que lhe servem de alimento e moradia são conhecidos como
hospedeiros.
Apesar de não causar a morte, pelo menos imediata, de seu
hospedeiro, o parasita o enfraquece e prejudica suas funções
orgânicas, sendo responsável por várias doenças.
Alguns representantes de parasitas nos mais variados grupos de
organismos, como vírus, bactérias, protozoários, fungos, vermes,
insetos e até mesmo vegetais.
O cipó-chumbo, por exemplo, é uma planta sem clorofila, que
obtém seu alimento retirando de outro vegetal a seiva elaborada,
isto é, as substâncias orgânicas fabricadas na fotossíntese.
Por outro lado, existe a erva-de-passarinho, planta clorofilada
(capaz de realizar fotossíntese).
Mas, para isso, absorve de outros vegetais a seiva bruta (água e
sais minerais retirados do solo). Dizemos, então, que essa planta é
uma hemiparasita (hemi = pela metade), enquanto o cipó-chumbo é
chamado de holoparasita (holo = inteiro).
O escravagismo é uma forma de parasitismo que ocorre em algumas
espécies de formigas, como a chamada formiga-sanguinária. Essas
atacam outras espécies de formigas, capturando suas larvas e pupas.
Depois que crescem, as formigas capturadas passam a trabalhar como
operárias, procurando comida para alimentar as formigas-
sanguinárias.
Adaptação dos parasitas
A sobrevivência dos parasitas depende de órgãos de fixação
(ventosas e espinhos) e grande capacidade de reprodução. Esta
característica compensa a alta mortalidade que ocorre
principalmente quando o parasita passa do corpo de um hospedeiro
para o de outro. Além disso, muitos parasitas são hermafroditas ou
se reproduzem assexuadamente, contornando situações em que é
difícil o encontro de dois parceiros sexuais.
As características que não conferem nenhuma vantagem ao parasita
geralmente estão atrofiados: os órgãos dos sentidos, os sistemas de
locomoção e o aparelho digestivo são rudimentares ou até mesmo
ausente.
O controle biológico
É uma técnica utilizada para combater insetos e outras espécies
que destroem as plantações, mas sem poluir, como fazem os
agrotóxicos.
Consiste em introduzir no ambiente um predador ou parasita da
espécie que se quer combater. Contra os pulgões (insetos que atacam
o milho e o trigo), por exemplo, soltam-se joaninhas para come-los.
Para destruir lagartas que atacam as folhas, pode se usar alguns
besouros predadores.
O combate biológico através de parasitas é bastante eficiente,
uma vez que muitos parasitas são altamente específicos.Assim,
garante –se que apenas a espécie visada seja atendida, enquanto
outras não serão prejudicadas, como acontece quando se usam
agrotóxicos.
Algumas espécies de vespas, por exemplo, põem ovos dentro das
lagartas, besouros, cigarrinhas ou qualquer inseto destruidor de
plantações.
Cada tipo de parasita ataca apenas um tipo de inseto. O combate
biológico também serve para matar mosquitos que causam doenças nos
seres humanos, como a malária e a dengue.
Portanto, o controle biológico tem duas vantagens sobre o combate
mais tradicional, feito através de substâncias químicas: não polui
o ambiente nem causa desequilíbrios ecológicos.
- Colônias:
Em protozoários, em algas e invertebrados inferiores o sistema
nervoso é inexistente ou pouco desenvolvido. Nesses seres,
portanto, também não há um comportamento tão desenvolvido a ponto
de criar laços fortes de "amizade" entre os membros de uma espécie,
como ocorre na sociedade. Mesmo assim, as vantagens da vida em
grupo podem ser conseguidas através da união anatômica dos
organismos: formam-se assim as colônias.
As colônias podem ser divididas em:
Homeomórficas - diferença morfológica entre seus membros, nem divisão de
trabalho;
Heteromórficas – há uma diferenciação e uma divisão de trabalho entre os
indivíduos.
Um exemplo de colônia homeomórficas ocorre em protozoários, algas e
corais.
Nesses casos, como todos os indivíduos são iguais, todos realizam o mesmo
trabalho.
Já com os cnidários, como a caravela. Sua colônia (heteromórfica) é
formada por indivíduos com formas e funções diferentes. Há indivíduos
especializados na reprodução (gonozóides), na nutrição (gastrozóides), na
defesa e no ataque (dactilozóide). Todos estão interligados e suspensos na
água por uma bolsa de gás. Entre outros cnidários, como a Obelia, também
existe a formação de colônias com indivíduos especializados (gastrozóides e
gonozóides).
Sociedades:
Há muitos casos de indivíduos da mesma espécie que se agrupam para
obter alguma vantagem. Muitas aves se encontram no lugar de reprodução,
facilitando assim o encontro de machos e fêmeas, assim como a proteção da
prole. Esses agrupamentos são chamados de reuniões ou bando, são instáveis
e podem se desfazer quando as condições que os levaram a se agruparem
acaba.
As vantagens da vida em grupo são maiores quando os animais se mantêm
unido de modo permanente. Esses agrupamentos são denominados sociedade, que
se caracterizam pela divisão do trabalho e por uma grande solidariedade
entre seus membros.
Podemos citar como exemplo a sociedade das formigas. Nela encontramos
três tipos de indivíduos: operárias soldados e rainhas (pode haver mais de
uma rainha por formigueiro). Em certas épocas as rainhas e os machos, ambos
dotados de asas, saem para o vôo nupcial. Depois da fecundação, os machos
morrem e as rainhas vão fundar outros formigueiros. Na fundação de um novo
formigueiro, a formiga rainha leva uma pequena bola de mofo, que dará
inicio a nova "horta". A comida, como acontece com várias outras espécies,
é dividida rigorosamente entre seu membro. Ao se alimentar, as formigas
guardam sempre um pouco de alimento no papo, pronta para ser dividida com
outra em caso de necessidade. Para pedir essa reserva, uma formiga toca
levemente suas antenas nas outra.
Mutualismo
Há muitos casos na natureza em que dois seres, mesmo sendo de espécies
diferentes, estão intimamente associados, vivendo um no corpo do outro e
realizando trocas de alimentos e de produtos do metabolismo que beneficiam
ambos.
A dependência entre eles é tão grande, que a vida em separado de um ou
de ambos se torna muito difícil ou até impossível. Esse tipo de associação
entre espécies diferentes, com benéficos mútuos e grande interdependência,
é chamado de mutualismo.
Um exemplo de mutualismo é os cupins e protozoários. O cupim apesar de
se alimentarem de madeira, não é capaz de fabricar a enzima responsável
pela digestão da celulose (principal componente da madeira). Em seu
intestino, porém, vivem protozoários capazes de digerir a celulose,
tornando esse alimento acessível aos dois.
O protozoário quebra a celulose em glicose e, através da fermentação
dessa molécula, obtém a energia necessária para a realização de suas
funções.
A fermentação realizada produz ácida acética, que por sua vez é oxidado
pelo cupim e usado como fonte de energia.
Certos mamíferos herbívoros realizam esse tipo de mutualismo com
determinadas bactérias e protozoários existentes em seu tubo digestivo.
Comensalismo
Quando duas espécies se associam com o benefício apenas para uma delas e
sem causar prejuízo para a outra, chamamos de comensalismo.
Nos casos mais clássicos, uma espécie usa os restos de alimentos da
outra. Podemos considerar comensalismo qualquer tipo de benefício
recebido. Sendo assim, comensalismo pode ser: o transporte de uma espécie
por outra (foresia); o uso de outra espécie como abrigo (inquilinismo); o
uso de uma espécie como suporte para a fixação de uma planta (epitifismo)
ou de um animal (epizoísmo).
O exemplo clássico de comensalismo é o caso da rêmora ou peixe-piolho,
que se prende ao corpo do tubarão por meio de uma nadadeira dorsal
transformada em ventosa de fixação.
Além de obter os restos de comida a rêmora consegue um excelente meio de
locomoção.
Amensalismo
Nesse caso, uma espécie é prejudicada sem que a outra seja afetada. O
caso mais comum é o da destruição de plantas, insetos e pequenos animais do
solo esmagado pela passagem de animais grandes, como uma manada de
elefantes ou búfalos.
Outro caso de amensalismo ocorre durante a maré vermelha, que é a
proliferação excessiva de certas espécies de algas unicelulares (do grupo
dos dinoflagelados), tornando a água avermelhada. Essas algas produzem
toxinas capazes de provocar a morte dos peixes que as ingerem ou que se
alimentam de zooplâncton (a toxina se concentra ao longo da cadeia
alimentar).
Esse fenômeno costuma acontecer durante a primavera e o verão, quando a
proliferação das algas é muito maior que seu consumo pelo zooplâncton, ou
até quando o ecossistema aquático recebe um excesso de nutrientes.
Vários autores consideram a produção de antibiótico pelos fungos como um
exemplo de amensalismo. Os antibióticos inibem o crescimento das bactérias,
fato que tem sido muito usado na medicina para o combate á infecções.
Podemos denomina-lo antibiose.
Mas outros autores acreditam que o fungo se beneficia com a produção de
antibiótico, por inibir o crescimento de espécies que poderiam competir
pelos mesmos recursos utilizado por ele. Nesse caso, a antibiose não
poderia ser considerada amensalismo.
Canibalismo
É quando um animal mata e devora o outro da mesma espécie.
Um exemplo ocorre entre os insetos, os animais mais fracos são devorados
pelos sadios. Já entre as aranhas, a fêmea devora o macho após o ato
sexual.
Esse fenômeno ocorre na maioria das vezes por causa da superpopulação, que
gera a falta de alimento. Sendo nesse caso, o canibalismo passa a ser um
dos fatores que restabelecem o equilíbrio entre a população e o ambiente.
O canibalismo pode ser encontrado em populações de anfíbios que se
desenvolvem em poças de água de curta duração. Nesse caso, é importante
completar logo essa metamorfose antes que a poça seque. Os animais que
acabam amadurecendo mais rápido devoram os mais jovens, conseguindo comida
para seu desenvolvimento acelerar.
Ciclo da água
A energia solar é muito importante no ciclo da água. Com ela a água em
estado liquido sofre constante evaporação e penetra na atmosfera em forma
de vapor. A volta ao estado liquido se dá por meio de precipitações, como a
chuva, a neve e o granizo. Através de um escoamento superficial, a água
pode formar rios e lagos, e voltar para o oceano. Pode também se infiltrar,
formando lençóis subterrâneos.
Existem dois tipos:
Ciclo curto – ocorre pela evaporação das águas dos oceanos, mares e
lagos e volta á superfície da Terra através de chuvas e neve;
Ciclo longo – a água passa pelo corpo dos seres vivos antes de
voltar para o ambiente. A água retirada do solo pelas raízes dos
vegetais é utilizada na fotossíntese, podendo também ir através das
cadeia alimentar, para o corpo dos animais. Essa água volta para a
atmosfera através da transpiração, respiração, urina, fezes ou
decomposição das folhas e cadáveres.
Ciclo do carbono
As cadeias de carbono são fabricadas pelos seres autotróficos através da
fotossíntese.
A fotossíntese faz com que o gás carbônico seja fixado, isto é,
transformado em substâncias orgânicas pelos produtores. O carbono passa,
então, a circular pela cadeia alimentar na forma de moléculas orgânicas.
Sua volta ao ambiente se dá na forma de gás carbônico, através da
respiração de animais e vegetais e da decomposição de seus corpos.
O ciclo do carbono está ligado ao ciclo do oxigênio, pois a fotossíntese
produz oxigênio, lançando-o na atmosfera; a respiração o consome,
produzindo novamente gás carbônico.
Além das oxidações biológicas (respiração e decomposição), o gás carbônico
é recolocado na atmosfera pela oxidação não-biológica da matéria orgânica
em contato com o ar, como ocorre na combustão.
A maior parte do carbono da Terra encontra-se nos compostos minerais –
como os carbonatos (inclusive depósitos de carapaças de organismos com
conchas ou esqueletos de carbonato de cálcio) – e nos depósitos orgânicos
fósseis – como o carvão e o petróleo. Esses depósitos originaram-se de
fósseis de vegetais e de outros organismos, que durante centenas de milhões
de anos, estiveram sujeitos a grandes pressões das camadas de terra. O
carbono na forma mineral pode voltar a atmosfera pela erosão ou pela
combustão.
Como se vêem gás carbono pela respiração e decomposição é compensada
pelo consumo deste gás pela fotossíntese. No entendo, o homem vem liberando
gás carbônico na atmosfera através da queima de combustíveis fósseis e de
madeira, numa velocidade muito mais rápida do que a assimilação deste gás
pela fotossíntese. Reservas de carvão e petróleo, que se acumularam ao
longo de milhares de anos, estão sendo consumidas em pouco mais de um
século.
O resultado é um desequilíbrio no ciclo do carbono, com um aumento
progressivo desse gás na atmosfera.
Ciclo do nitrogênio
O nitrogênio é um elemento químico fundamental para o ser vivo, pois
entra na constituição da proteína e dos ácidos nucléicos, entre outros. A
maioria dos seres vivos não podem utilizar diretamente essa imensa reserva
porque o nitrogênio do ar encontra-se na forma de N2, um gás muito estável,
as moléculas são fortemente unidas e com tendência a reagir com outros
elementos. Por causa disso, os vegetais só podem usa-lo sob a forma de
amônia (NH3) ou de nitrato (NO3-). Já os animais aproveitam na forma de
aminoácidos.
O ciclo do nitrogênio divide-se em:
Fixação do nitrogênio:
É a transformação do gás em substância, podendo depois ser
incorporadas pelos seres vivos.
A fixação é feita por algumas bactérias (inclusive cianofíceas =
cianobactérias) que conseguem utilizar o oxigênio atmosférico,
fazendo-o reagir com o hidrogênio, e com isso produzir a amônia.
Esta então é usada na síntese de aminoácidos.Para isso, utilizam
uma enzima especial: a nitrogenase.
2N2 + 6H2O ( 4 NH3 + 3 O2
A amônia pode combinar-se com o gás carbônico para formar
aminoácidos, como por exemplo, a glicina (2NH3 + H2O + 4CO2 (
2CH2NH2COOH + 3 O2).
Esse processo envolve um custo energético muito alto. Entre as
cianobactérias fixadoras, temos a Nostoc e a Anabaena; entre
outras: Azobacter e a Clostridium.
Examinando as raízes dessas plantas, foram encontrados pequenos
nódulos contendo milhões de bactérias fixadoras.
Amonização:
Uma parte da amônia do solo origina-se da fixação do nitrogênio.
Outra parte é formada a partir da decomposição das proteínas, dos
ácidos nucléicos e dos resíduos nitrogenados presentes em
cadáveres. Esse processo é chamado de amonificação.
Essa decomposição nada mais é do que o processo pelo qual as
bactérias e os fungos conseguem energia.
Nitrificação:
Fenômeno de transformação de amoníaco em nitrato.
Ela ocorre em duas etapas:
- Nitrosação: A maior parte da amônia não é absorvida pelas plantas,
sendo oxidada em nitrito pelas bactérias nitrosas. Essas bactérias
usam a energia liberada na oxidação da amônia para produzir
compostos. São, portanto, bactérias quimiossintética.
- Nitratação: Os nitritos formados pelas bactérias nitrosas são
liberados no solo e oxidados por outras bactérias
quimiossintéticas, chamadas bactérias nítricas (do gênero
Nitrobacter). Dessa oxidação formam-se os nitratos.
Esses nitratos são absorvidos e utilizados pelas plantas na
fabricação de suas proteínas e de seus ácidos nucléicos. Através
da cadeia alimentar, passam para o corpo dos animais.
Desnitrificação:
As bactérias Pseudomonas desnitrificans na ausência de oxigênio
atmosférico, usam o oxigênio contido no nitrato para oxidar
compostos orgânicos e produzir energia. Uma parte dos nitratos do
solo é transformada novamente em nitrogênio molecular e volta à
atmosfera.
A desnitrificação devolve para a atmosfera o nitrogênio que foi
fixado, fechando o ciclo e estabilizando a taxa de nitrato do solo.
Fertilizando o solo:
Mesmo que o solo possua uma quantidade limitada de nitratos,
sais de amônia, entre outros, nos ecossistemas naturais (uma
floresta, por exemplo) a morte e a decomposição dos organismos
promovem a rápida reciclagem desses elementos. Na agricultura, uma
grande parte dos vegetais são consumidos nas áreas urbanas, saindo
de seu ecossistema e impedindo a reciclagem dos sais.
Para compensar essa retirada, é fornecido ao solo nitrogênio,
fósforo, potássio entre outros elementos em forma de adubos ou de
fertilizantes sintéticos. Eles podem ser produzidos através da
fixação artificial, transformando o nitrogênio do ar em amônia sob
temperatura alta e pressão.
O uso dos fertilizantes sintéticos vem aumentando a quantidade
de nitrogênio. O que mais preocupa é que o excesso de fertilizante
pode ser levado pela chuva pra os ecossistemas aquáticos, gerando
desequilíbrio ecológicos.
Pode-se devolver ao solo os sais de nitrogênio através da rotação
de culturas, ou seja, alterna-se o plantio de arroz, milho, trigo,
entre outros com plantas leguminosas que repõem através da fixação.
Após a colheita, folhas e ramos das leguminosas podem ser usados
como adubo natural, o chamado adubo verde, enriquecendo assim, o
solo com componentes nitrogenados.
Ciclo do oxigênio
Este ciclo está muito relacionado ao do carbono. Ele é produzido
durante a construção de moléculas orgânicas pela fotossíntese e
consumido quando as moléculas são oxidadas pela respiração ou
combustão. Parte do oxigênio da atmosfera combina-se com metais
(ferro) do solo, formando óxidos.
Grande parte do oxigênio da estratosfera é transformada pelos
raios ultravioletas em gás ozônio (O3). Esse raio dissocia a
molécula de oxigênio, liberando átomos de oxigênio que se combinam
com outras moléculas de oxigênio, formando o ozônio.
O ozônio forma uma camada que serve como filtro protetor,
retendo cerca de 80% de toda radiação ultravioleta. Mas com a
destruição dessa camada, mais raios estão chegando a Terra.
A camada de ozonio vem sendo destruída por gases liberados por
aviões supersônicos, cinzas de vulcões e, principalmente, por um
grupo de gases usados nas indústrias: os clorofluorcarbonos (CFCs).
Sob a ação dos raios ultravioletas, os CFCs liberam átomos de
cloro, que reagem com o ozonio transformando-o em oxigênio. No
final da reação o átomo de cloro é regenerado, passando a destruir
outras moléculas de 02.
Conclusão:
Concluímos a natureza é semelhante a uma máquina complicada, composta
por partes que se ajustam entre si. Todo ser vivo tem um certo lugar nessa
"máquina".
A ecologia, um ramo da biologia, investiga as relações de cada "peça" com
as demais. Além de estudar como as plantas e os animais dependem uns dos
outros para sobreviver, a ecologia ajuda a descobrir meios de reduzir os
danos que o ser humano causa ao ambiente. A função ecológica dos elementos
da natureza divide-se em grupos diferentes. As plantas, que usam a energia
do sol para transformar substâncias simples em outras mais complexas, são
chamadas de produtoras. Os animais, que comem plantas e outros animais, são
denominados consumidores. As plantas e os animais que vivem em certa área
estabelecem relações de produção e consumo, formando uma comunidade
ecológica. Essas relações constituem cadeias alimentares. É por meio delas
que a Energia do sol se distribui pelos diversos componentes da comunidade
ecológica.
Dentro da ecologia encontra-se o ecossistema, a associação entre a
comunidade de uma área, cadeia e teia alimentar, habitat e nicho ecológico,
população, espécie, colônias, sociedades, parasitismo, mutualismo,
comensalismo, amensalismo e canibalismo. Se esquecer do ciclo da água, do
nitrogênio, do oxigênio e do carbono.