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Distribuição De Maxwell

Arquivo abordando de Forma simples e direta a Distribuição de Maxwell como por exemplo Para o esclarecimento da forma pela qual se pode, quantitativamente, descrever a distribuição das moléculas pelos valores da velocidade, vamos utilizar o seguinte método

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    December 2018
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DISTRIBUIÇÃO DE MAXWELL Para o esclarecimento da forma pela qual se pode, quantitativamente, descrever a distribuição das moléculas pelos valores da velocidade, vamos utilizar o seguinte método. Vamos tomar no espaço imaginário, que chamaremos v - espaço ( espaço de velocidades ), eixos de coordenadas retangulares nos quais vamos marcar os valores de , e de moléculas isoladas ( quer dizer, as componentes das velocidades segundo os eixos x, y, z, tomadas no espaço comum ). Então, a velocidade de cada molécula irá corresponder a um ponto neste espaço. Devido aos choques, a posição dos pontos irá mudar continuamente, mas a sua densidade em cada lugar irá permanecer invariável ( lembramos que examinamos o estado de equilíbrio de um gás ). Devido a igualdade de todas as direções do movimento, a posição dos pontos em relação ao início das coordenadas será simetricamente esférica. Consequentemente, a densidade dos pontos no v - espaço pode depender somente do módulo da velocidade v ( ou de ). Vamos representar esta densidade por ( N é o número total de moléculas em dada massa de gás ). Então, a quantidade de moléculas, cujas componentes das velocidades encontram-se nos limites de até , de até , de até , pode ser representada na forma , ( 1.1 ) onde o produto dá o elemento de volume no v - espaço. Os pontos que representam as velocidades, cujos valores encontram-se nos limites de até , localizam-se na região que se encontra entre as esferas de raios e ( Fig. 1 ). Fig. 1 O volume da região é igual a . Consequentemente, o número de pontos que se encontram nesta região é determinado pela expressão: ( 2 ) Esta expressão dá o número de moléculas, cujo valor das velocidades encontra-se no intervalo de até . Dividindo-a por N, obtemos a probabilidade de que a velocidade das moléculas encontre-se nos limites de até : . ( 3 ) A expressão dada abaixo representa a função de distribuição das moléculas do gás pelas velocidades: ( 4 ) O aspecto da função ( 4 ) foi estabelecido por Maxwell em 1860. Na demonstração da lei de distribuição das moléculas do gás pelas velocidades, dada abaixo, aproximadamente, seguimos a Maxwell. A probabilidade de que a componente da velocidade de certa molécula tenha valor nos limites de a pode ser representada na forma: , ( 5 ) onde é a função de distribuição. Probabilidades análogas para as outras duas componentes são determinadas pelas expressões: , ( 6 ) , ( 7 ) Tendo em conta a igualdade de todas as direções do movimento, as formas analíticas das funções , , devem ser iguais. Estas funções diferem apenas pela representação do argumento. Maxwell propôs que a probabilidade de diferentes valores de uma das componentes, por exemplo, , não depende do valor das duas outras componentes ( neste caso, de e ). Isto significa que os acontecimentos que se resumem em que de certa molécula encontra-se nos limites de até , da mesma molécula encontra-se nos limites de até e, finalmente, da mesma molécula encontra- se nos limites de e , são estatisticamente independentes. Por isso, a probabilidade de que as componentes da velocidade de certa molécula tenham valores que se encontram nos limites de , , até , , é igual ao produto das probabilidades ( 5 ), ( 6 ) e ( 7 ): ( 8 ) Contudo, de acordo com ( 1 ), esta probabilidade pode ser representada na forma: . ( 9 ) A comparação das expressões ( 8 ) e ( 9 ), resulta que ( 10 ) Tomando o logaritmo de ambas as partes desta igualdade, obtemos: . Derivando a expressão obtida por : . ( 11 ) Como , a derivada parcial de por e igual a: . Substituindo este valor da derivada em ( 11 ) e transpondo depois do numerador da parte esquerda para o denominador da parte direita, chegamos a igualdade: . ( 12 ) A parte direita desta igualdade e, também, a parte esquerda, não depende das variáveis e . Consequentemente, ela não pode depender também de ( , e entram em simetricamente; veja ( 10 )). Desta maneira, cada uma das expressões que se encontrar à esquerda e à direita de ( 12 ) é igual a certa constante que vamos representar por . Assim, ou A integração dá que , Onde A é uma constante. Daqui, . ( 13 ) De forma análoga, , . Multiplicando-se as funções encontradas, encontramos que: . ( 14 ) Pelo aspecto das funções ( 13 ) e ( 14 ), conclui-se que a constante deve ser maior que zero. Se ela fosse negativa, estas funções cresceriam sem limite com o aumento de v. A constante A é determinada pela condição de normalização. De acordo com esta condição: . ( 15 ) Os valores de ( significa que e também de ) não podem superar certo, apesar de muito grande, mas valor finito . Contudo, como limites de integração nós tomamos e . Tal ampliação dos limites de integração não conduz a um erro notável. A função que se encontra sob a integral decresce, com o crescimento de , tão rápido que, com suficientemente grandes, ela praticamente não se difere de zero. Por isso, a contribuição dos intervalos de integração de até e de até é desprezivelmente pequena. Na Matemática demonstra-se que: . ( 16 ) Esta integral é chamada integral de Poisson. A integral em ( 15 ) é uma integral de Poisson com . Consequentemente, ela vale . Substituindo este valor em ( 15 ), obtemos que . Daqui, . ( 17 ) A substituição do valor encontrado de A em ( 13 ) e ( 14 ) conduz às fórmulas: . ( 18 ) . ( 19 ) Para encontrar a constante , vamos calcular, com o auxílio da função ( 18 ), o valor de e igualar a expressão obtida do valor encontrada do cálculo da pressão. Temos: . ( 20 ) Ambas as partes da igualdade ( 16 ) podem ser consideradas como função do parâmetro . Derivando por este parâmetro ( à esquerda deriva- se a função sob a integral ), obtemos que: . ( 21 ) Considerando e substituindo o valor obtido da integral em ( 20 ), temos: . Comparando com , temos que: . ( 22 ) A substituição deste valor nas fórmulas ( 18 ) e ( 19 ) conduz às expressões finais para as funções de distribuição: . ( 23 ) . ( 24 ) Recordemos que a função ( 24 ) multiplicada por N determina a densidade de pontos que representam as velocidades das moléculas no v- espaço. Multiplicando esta função por , encontramos a probabilidade de que as componentes da velocidade encontram-se nos limites de até ,, . Com isto, não somente o valor da velocidade, mas também a sua direção variam apenas em limites não muito grandes, determinados por e . Se nos interessa a probabilidade somente do valor da velocidade, independentemente da direção do movimento da molécula, ou seja; , então é preciso tomar a função de distribuição na forma ( 4 ). A multiplicação desta função por dá a probabilidade de que o módulo da velocidade de certa molécula encontre-se ( em qualquer direção do movimento ) nos limites de até . Fig. 2 Fig. 3 De acordo com ( 4 ) e ( 24 ): . ( 25 ) É característico para esta função o fato de que no expoente está a razão entre a energia cinética da molécula, que corresponde à velocidade examinada , e , ou seja; a grandeza que caracteriza a velocidade média das moléculas do gás. O gráfico da função ( 23 ) está representado na Fig. ( 2 ). Ele coincide com a curva gaussiana de distribuição de uma grandeza aleatória. O gráfico da função ( 25 ) é dado na Fig. 3. Como, durante o crescimento de v , o fator decresce mais rapidamente que cresce o fator , a função, começando em zero ( devido a ) atinge o máximo e depois, assintoticamente, tende para zero. A área sob a curva é igual a unidade. Vamos encontrar a velocidade média das moléculas ( quer dizer, a velocidade aritmética média ). Temos: . A passagem para a variável e a integração por partes levam ao seguinte resultado: . ( 26 ) Para , temos: . ( 27 ) A derivada da igualdade ( 21 ) pelo parâmetro conduz à fórmula: . Nesta fórmula, a função sob a integral é par. Por isso: . Tomando e, substituindo o valor obtido da integral em ( 27 ), obtemos para o valor já conhecido por nós . Nisto não existe nada surpreendente, pois para encontrar o valor de em ( 18 ) partimos da relação , ou seja; de fato, da relação . A raiz quadrada de chama-se velocidade média quadrática: . ( 28 ) Fig.4 Fig. 5 A velocidade que responde pelo máximo de será a mais probabilística. Tomando a derivada da expressão ( 25 ) por , abaixando os fatores constantes e igualando a expressão obtida a zero, chegamos a expressão: . Os valores e que satisfazem esta equação correspondem ao mínimo de . O valor de que torna a expressão entre parênteses igual a zero é a velocidade mais probabilística : . ( 29 ) A comparação das expressões ( 29 ), ( 26 ) e ( 28 ) resulta que: . A Fig. 4 ilustra esta relação. Substituindo a expressão ( 29 ) na fórmula ( 25 ), encontramos o valor máximo da função : . ( 30 ) Das fórmulas ( 29 ) e ( 30 ) segue que com o aumento da temperatura ( ou a diminuição da massa das moléculas ) o máximo da curva desloca-se para a direita e torna-se mais baixo, sendo que, como sabemos, a área sob a curva permanece invariável. Na Fig. 5 são comparadas duas curvas de distribuição que podem ser interpretadas como relacionadas com diferentes temperaturas e ( quando a massa é a mesma ) ou como relacionadas com diferentes massas das moléculas e ( quando a temperatura T é a mesma ). A quantidade relativa de moléculas, cuja velocidade ultrapassa certo valor e determinada pela expressão: . Este intervalo corresponde no gráfico a parte da área limitada pela curva que se encontra à direita de . Da Fig. 5 vê-se que a quantidade relativa de moléculas que possuem velocidade que ultrapassam , cresce fortemente com o aumento da temperatura. Vamos realizar a avaliação da velocidade média das moléculas de oxigênio. É mais cômodo fazer o cálculo substituindo em ( 26 ) a razão pela relação igual a esta . Então a expressão para a velocidade média toma a forma: . ( 31 ) A massa molecular do oxigênio é igual a 32. Consequentemente, a massa de um quilo mol . A temperatura ambiente é igual aproximadamente a 300 K. Substituindo na fórmula ( 31 ) os valores numéricos das grandezas que entram nela, obtemos: . Quando se tem uma mistura de gases que se encontra em equilíbrio então, nos limites das moléculas de cada tipo, tem lugar a distribuição ( 25 ) com o seu valor de m. As moléculas mais pesadas moverão, em média, com menor velocidade que as mais leves. Partindo da distribuição das moléculas pelas velocidades , ( 32 ) pode-se encontrar a distribuição das moléculas pelos valores da energia cinética do movimento de translação ( vamos representa-la por ). Para isto, é preciso passar da variável para a variável . Realizando em ( 32 ) a substituição e , obtemos: , ( 33 ( onde significa o número de moléculas, cuja energia cinética do movimento de translação tem valor compreendido nos limites de e . Desta maneira, a distribuição das moléculas pelos valores de é caracterizada pela função , ( 34 ) Onde A é o fator de normalização, igual a .