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Dissertação De Mestrado Elias Santos Junior

Dissertação com tema áreas de riscos geológicos, erosão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE GEOAMBIENTAL DE PROCESSOS EROSIVOS EM UMA PORÇÃO DA ÁREA URBANA DE MANAUS –AM (BAIRROS CIDADE NOVA E MAUAZINHO) ELIAS VICENTE DA CRUZ SANTOS JÚNIOR Manaus 2002 ELIAS VICENTE DA CRUZ SANTOS JÚNIOR IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE GEOAMBIENTAL DE PROCESSOS EROSIVOS EM UMA PORÇÃO DA ÁREA URBANA DE MANAUS –AM (BAIRROS CIDADE NOVA E MAUAZINHO) Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade do Amazonas, como requisito parcial para obtenção do Titulo de Mestre em Geologia. Área de concentração: Geologia Ambiental. Orientador: Prof. Dr. JOSÉ DUARTE ALECRIM. Manaus 2002 ii ELIAS VICENTE DA CRUZ SANTOS JÚNIOR IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE GEOAMBIENTAL DE PROCESSOS EROSIVOS EM UMA PORÇÃO DA ÁREA URBANA DE MANAUS –AM (BAIRROS CIDADE NOVA E MAUAZINHO) Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade do Amazonas, como requisito parcial para obtenção do Titulo de Mestre em Geologia. Área de concentração: Geologia Ambiental. BANCA EXAMINADORA Prof. José Duarte Alecrim, Dr. - Orientador Universidade Federal do Amazonas Prof. Dr. Hailton Luis Siqueira da Igreja Universidade Federal do Amazonas Prof. Dr. Antonio dos Santos Universidade Estadual do Amazonas Manaus - 2002 iii À minha Mãe, por tudo. iv Santos Júnior, Elias Vicente da Cruz. Identificação E Análise Geoambiental De Processos Erosivos Em Uma Porção Da Área Urbana De Manaus –Am (Bairros Cidade Nova E Mauazinho)/ Elias Vicente Da Cruz Santos Júnior – Manaus, 2002. 172p. (Dissertação de Mestrado). 1. Erosão Linear. 2. Geologia Urbana. 3. Geologia Ambiental. I. Título CDU:550.8 v "O analfabeto do século XXI não será aquele que não conseguir ler ou escrever, mas aquele que não puder aprender, desaprender e no fim aprender de novo." Alvin Toffer - Escritor Americano vi Agradeço Ao meu Orientador Prof. Dr. José Duarte Alecrim, pela orientação, incentivo e sugestões no andamento desta pesquisa. Aos amigos Armando Takaki, Fábio Fernandes, Rubia Raulino e Alberto Jovinape, Cuja colaboração na etapa de campo foi imprescindível à elaboração deste trabalho. Ao amigo Geógrafo Mauro Bechman, Pelas críticas e sugestões acerca do texto da dissertação À Geóloga Rosa Mariette Geissler - IPAAM, Pelo apoio e incentivo. Ao Prof. Dr. Hailton Igreja, Pelas sugestões no decorrer da Graduação, e por aceitar compor a Banca Examinadora desta Dissertação. Ao Prof. Dr. Antônio dos Santos, Por aceitar compor a Banca Examinadora desta Dissertação. A Maria Edna Costa - Bibliotecária do IPAAM Pelas sugestões na etapa de editoração da dissertação. Aos Amigos Sheyla, Tânia, Lucieth, Jackson, Eisner e Willian, Por toda ajuda, paciência e principalmente pelo companheirismo nos momentos mais difíceis. A todos que colaboraram direta ou indiretamente para a elaboração deste trabalho. Á CAPES pela concessão da Bolsa de Auxilio Financeiro E principalmente a minha família, pelos anos de paciência. vii Sumário DEDICATÓRIA................................................................................................................ Iv AGRADECIMENTOS...................................................................................................... vii SUMÁRIO......................................................................................................................... viii LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ ix LISTA DE TABELAS....................................................................................................... xii LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................... xii I - RESUMO...................................................................................................................... 1 II- INTRODUÇÃO............................................................................................................ 2 1. CARACTERÍSTICAS GEO-AMBIENTAIS DA CIDADE DE MANAUS................ 4 2. METODOLOGIA DE TRABALHO:............................................................................ 25 3. ESTADO DA ARTE..................................................................................................... 27 3.1 - Definições de impactos ambientais, risco geológicos e ambientais, erosão e áreas inadequadas à ocupação urbana............................................................................. 27 3.2 - Trabalhos aplicados relacionados ao tema estudado na cidade de Manaus e em outras regiões do país.................................................................................................. 44 3.3 - Notícias veiculadas nos jornais da cidade....................................................... 51 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 72 5. CONCLUSÕES............................................................................................................. 125 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 129 ANEXOS........................................................................................................................... 137 viii Lista de figuras Figura 01 - Mapa de localização da área de estudo.............................................................................................. Figura 02 - Mapa de evolução da área urbana da Cidade de Manaus.................................................................. Mapa das área urbana e de expansão segundo a Lei no 279 de 05/04/95......................................... Figura 03 – 05 06 09 Figura 07 - Mapa onde pode-se observar os limites propostos para a área urbana e de transição da Cidade de Manaus.............................................................................................................................................. Mapa da Altura Média da Precipitação Anual (mm) (In: Nimer, 1991)........................................... Evolução da precipitação pluviométrica anual na região de Manaus entre os anos de 1960 e 1999. Fonte: 1o Distrito Meteorológico............................................................................................. Mapa de vegetação e ocupação urbana (Silva, 1999)........................................................................ Figura 08 - Mapa de localização da Bacia do Amazonas.................................................................................... 17 Figura 09 - Carta estratigráfica da Bacia do Amazonas (Vieira, 1999)............................................................... 18 Figura 10 - Modelo Neotectônico Atual da Amazônia (Fernandes, 2002).......................................................... 23 Figura 11 - Principais tipos de riscos ambientais (Cerri 1993; In: Augusto Filho,1999).................................... 29 Figura 12 - Impacto das gotas de chuva na superfície do terreno........................................................................ 31 Figura 13 - Modelo conceitual para evolução de voçorocas................................................................................ 43 Figura 14 - Forma das voçorocas (Ireland 1939; In: Vieira, 1998)...................................................................... 43 Figura 15 - Área de risco localizada no Bairro da Vila da Prata (Fonte: Jornal A Crítica, 27/04/2000)............. 57 Figura 16 - Vista parcial da voçoroca localizada no final da rua 02 (Bairro Amazonino Mendes)..................... 73 Figura 17 - Vista parcial da voçoroca localizada no final da rua 02 (Bairro Amazonino Mendes)..................... 73 Figura 18 - Vista parcial da voçoroca localizada na Avenida Noel Nutels.......................................................... 74 Figura 19 - Sulcos e ravinas causados pelo escoamento superficial em uma área sem vegetação...................... 76 Figura 20 - Vista panorâmica das voçorocas formadas no terreno da Construtora Capital................................. 77 Figura 21 - Nesta se observa como está a área atualmente.................................................................................. 77 Figura 22 - Vista parcial do Conjunto Nova Cidade............................................................................................ 78 Figura 23 - Erosão causada pelo escoamento superficial das águas de chuva em área de aterro........................ 79 Figura 24 - Erosão causada pelo escoamento superficial das águas de chuva em área de aterro........................ 79 Figura 25 - Sítio 07 onde se observa o corte de um platô em degraus passando por um processo de Figura 04 Figura 05 Figura 06 - estabilização...................................................................................................................................... Figura 26 - Figura 28 - 14 16 81 Outra vista do Sítio 07 onde se observam os cortes em degraus em adiantado processo de estabilização...................................................................................................................................... Figura 27 - 10 13 81 Nesta foto observa-se uma encosta que passou por processos de estabilização localizada no Conjunto Nova Cidade...................................................................................................................... 82 Área localizada na rua 83 do Conjunto Francisca Mendes 2 apresentando feições erosivas tipo 83 sulcos e ravinas.................................................................................................................................. Figura 29 Figura 30 - Vista da cabeceira da voçoroca da rua 83, apresentado ramificações causadas pelo controle estrutural da área................................................................................................................................ 84 Vista da área onde ocorria a voçoroca da rua 83............................................................................... 84 ix Figura 31 - Após a abertura do prolongamento da Avenida Grande Circular na área atrás do conjunto Francisca Mendes passou a ocorrer o desabamento dos taludes....................................................... 85 Figura 32 - Vista da vala aberta pelos moradores do loteamento localizado atrás do Conj. Francisca Mendes. 86 Figura 33 - Vista panorâmica da feição erosiva formada pelo escoamento de água pela vala aberta pelos Figura 34 - moradores.......................................................................................................................................... 86 Nesta observa-se a ocorrência de uma alcova de regressão, observar a heterogeneidade do 87 material.............................................................................................................................................. Figura 35 - Voçoroca retilínea localizada no Conjunto Ribeiro Júnior............................................................... Figura 36 - Observa-se a ocorrência da película de óxido de ferro recobrindo os sedimentos da Formação Alter do Chão.................................................................................................................................... Figura 37 - 88 88 Vista parcial das feições erosivas controladas estruturalmente, observar a evolução segundo duas direções preferenciais........................................................................................................................ 88 Figura 38 - Vista parcial de uma das voçorocas remanescentes na área descrita acima...................................... 89 Figura 39 - Área onde foi construído o campo de futebol................................................................................... 89 Figura 40 - Vista parcial da voçoroca localizada ao lado do C.F.P. Nedite Oliveira Jezine................................ 90 Figura 41 - Nestas destacam-se as feições estruturais observadas na área estudada........................................... 91 Figura 42 - Destacam-se as direções observadas na área..................................................................................... 91 Figura 43 - Foto onde se observa o recalque do material localizado na cabeceira da voçoroca.......................... 92 Figura 44 - Foto onde se observa como encontra-se a área atualmente............................................................... 92 Figura 45 - Nesta observa-se o horizonte argilo-arenoso do topo. 93 Figura 46 - Detalhe do material que compõe a base da feição erosiva, composto por sedimentos areno – argilosos da Formação Alter do Chão............................................................................................... Figura 47 - Gráfico demonstrando o percentual de cada fração granulométrica analisada da amostra dos sedimentos do topo do terreno........................................................................................................... Figura 48 - 94 Após o retaludamento da encosta em outubro de 1999, foi construída uma tubulação para esgotamento das águas pluviais e servidas........................................................................................ Figura 50 - 94 Gráfico demonstrando o percentual de cada fração granulométrica analisada da amostra dos sedimentos da base da voçoroca........................................................................................................ Figura 49 - 93 95 Voçoroca originada devido o rompimento da tubulação de esgoto construída de forma inadequada......................................................................................................................................... 96 Figura 51 - Pedestais formados por erosão diferencial no interior da voçoroca.................................................. 97 Figura 52 - Escamas formadas pela acumulação de areia fina e argila sobre os degraus da voçoroca................ 97 Figura 53 - Duto formado pelo escoamento de água subsuperficial.................................................................... 98 Figura 54 - Alcova de regressão formada a partir do escoamento superficial..................................................... 98 Figura 55 - Marmita escavada na base do anfiteatro da voçoroca....................................................................... 99 Figura 56 - Poça de ressurgência, indicando uma área de ressurgência do lençol freático................................. 99 Figura 57 - Fotomontagem onde se observa parte da voçoroca localizada atrás do C.F.P. Nedite O. Jezine..... 100 x Figura 58 - Cabeceira da voçoroca onde é possível observar que a vegetação foi queimada, o que pode ocasionar a aceleração da evolução da incisão erosiva..................................................................... Figura 59 - 100 Nesta área localizada na rua B do Conjunto Canaranas havia uma voçoroca que sofreu ação de contenção.......................................................................................................................................... 102 Figura 60 - Nesta observa-se o significativo avanço da feição erosiva............................................................... 102 Figura 61 - Vista da voçoroca formada pela água que escoa pela escada de dissipação..................................... 103 Figura 62 - Uma imagem mais recente da área demonstra a evolução da voçoroca............................................ 103 Figura 63 - Outra imagem da voçoroca onde pode se perceber que as encostas são bem íngremes.................. 104 Figura 64 - Marmita escavada em um degrau do anfiteatro da voçoroca............................................................ 104 Figura 65 - Contato entre o material utilizado no aterro e a base original........................................................... 104 Figura 66 - Gráficos demonstrando o percentual de cada fração granulométrica analisada das amostras dos sedimentos do topo e da base do aterro............................................................................................. 105 Figura 67 - Queda em blocos característica de voçorocas................................................................................... 105 Figura 68 - Degraus e escamas formados pela acumulação de areia fina e argila através da ação do escoamento superficial...................................................................................................................... Figura 69 - Estrias em uma das paredes da voçoroca formada possivelmente pelo atrito ocasionado pelo deslizamento dos blocos de sedimentos em um plano inclinado...................................................... Figura 70 - 106 106 Quando da realização das obras de contenção da erosão existente na rua B do Conj. Canaranas, desviou-se o cano de escoamento de águas pluviais e esgoto para o final da referida rua, esta ação ocasionou a formação de uma nova voçoroca........................................................................... Figura 71 - 107 Nesta imagem obtida em 20/07/2002, observa-se que o muro que foi construído com o objetivo de conter o escoamento da água superficial em direção da voçoroca havia sido destruído pelo avanço da erosão................................................................................................................................ Figura 72 - Outra vista do sítio 19 onde nota-se o cano de escoamento de águas pluviais e servidas que gerou a voçoroca.......................................................................................................................................... Figura 73 - 109 Placa fixada na borda da voçoroca do final da rua B do Conj. Canaranas, até o momento a única ação do poder público na área........................................................................................................... Figura 75 - 108 Aqui observa-se que aumentou consideravelmente a quantidade de lixo dentro do anfiteatro da voçoroca............................................................................................................................................ Figura 74 - 107 110 Vala construída para escoamento das águas pluviais e servidas, na rua 60 do Loteamento Alfredo Nascimento........................................................................................................................................ 111 Figura 76 - Vista frontal da voçoroca formada pelo escoamento superficial concentrado.................................. 112 Figura 77 - Vista parcial do sítio localizado na rua 180 do núcleo 15 da Cidade Nova 3................................... 113 Figura 78 - Nesta imagem mais recente observa-se que foi removida uma parte da base deste afloramento..... 113 Figura 79 - Nesta observa-se uma falha geológica.............................................................................................. 114 Figura 80 - Vista parcial de outra parte deste afloramento, onde destaca-se a grande quantidade de material que deslizou encosta abaixo.............................................................................................................. xi 114 Figura 81 Figura 82 - Outra vista do afloramento, nesta observa-se as feições erosivas ao longo da encosta.................... 115 Gráficos demonstrando o percentual de cada fração granulométrica analisada das amostras dos sedimentos do topo e da base da encosta........................................................................................... 115 Figura 83 - Nesta foto observa-se uma casa próxima a borda da voçoroca......................................................... 118 Figura 84 - Aqui se observa a inclinação de 37° da encosta adjacente a voçoroca............................................. 118 Figura 85 - Casa reconstruída após ser parcialmente destruída pelo avanço da erosão....................................... 120 Figura 86 - Nesta é possível observar como encontra-se a área descrita acima atualmente................................ 120 Figura 87 - Nesta foto observa-se o cano de esgoto responsável pelo aceleramento da erosão.......................... 121 Figura 88 - Nesta pode se observar a ocorrência das trincas e fraturas próximo a borda da voçoroca................ 121 Lista de tabelas Tabela 01 - Contagem da População 1996 e Censo Demográfico 2000 (Fonte: IBGE)..................................... 333 anos de expansão urbana. (Fonte: Jornal “A Crítica”, ed. 11/97/98, 26/12/99 e 30/06/2002, com modificações)............................................................................................................................. Alguns conceitos básicos e respectivos termos em inglês utilizados no gerenciamento de riscos Tabela 03 – ambientais e geológicos (modificado de Zuquette 1993 e Ogura 1995 In: Augusto Filho, 1999).... Síntese da discussão dos resultados obtidos com a descrição, localização, problemas observados Tabela 04 – e sugestões de medidas mitigadoras para cada sítio estudado........................................................... Tabela 02 - Lista De Abreviaturas CAPES COMCEC CONAMA CPRM CREA IPAAM IPT PDUA SEDEMA SUHAB UFAM - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Comissão de Defesa Civil - Conselho Nacional de Meio Ambiente - Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas - Instituto de Pesquisa e Tecnologia - Plano Diretor Urbano e Ambiental - Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente - Superintendência de Habitação do Amazonas - Universidade Federal do Amazonas xii 07 11 28 122 1 I - RESUMO: A cidade de Manaus nos últimos 35 anos tem sofrido um processo de intensa expansão de sua área urbana, tal fato deve-se principalmente ao fluxo migratório originado pela implantação da Zona Franca de Manaus. Este crescimento acelerado ampliou a área urbana da cidade de Manaus, que em 1967 era de aproximadamente 1.600 hectares, para acima de 26.000 hectares nos dias de hoje, acarretando uma explosão populacional acima das demais capitais do país, passando de 200 mil habitantes em 1965 para acima de 1.500 milhão de habitantes. A expansão acelerada associada à crise econômica instalada no final da década de 80, que gerou a diminuição de empregos nas indústrias da Zona Franca, vem ocasionando a ocupação urbana de áreas inadequadas à esse fim, tais como: planícies de inundação, leito de igarapés e encostas de platôs; estes locais apresentam-se como áreas de risco potencial, haja vista o alto índice pluviométrico da região que acarreta a aceleração dos processos erosivos a partir da retirada da cobertura vegetal, o que pode ocasionar a geração de voçorocas e deslizamentos, além do assoreamento de igarapés provocando inundações, que aliadas a carência de saneamento básico e a falta de infra-estrutura adequada para a instalação de adensamentos populacionais, constitui-se em fatores geradores de degradação ambiental urbana. Este trabalho tem por objetivo específico identificar áreas de risco geoambiental nos bairros Cidade Nova e Mauazinho, determinar o grau do risco, os agentes causadores desses riscos, assim como propor medidas preventivas e/ou mitigadoras aos impactos causados por essa ocupação. Nesta pesquisa foram identificadas 23 áreas de riscos geo-ambientais, sendo 20 localizados no bairro da Cidade Nova, 1 na Comunidade Alfredo Nascimento e 1 no bairro Mauazinho, dos quais todos sofreram aceleração devido a intervenção humana. Destas, 9 foram classificadas como de alto risco geo-ambiental, 13 de risco médio e somente 1 (Ponto 21) foi considerado de baixo grau de risco geo-ambiental. Palavras chaves: Áreas de risco geo-ambiental; Ocupação Urbana; Processos Erosivos. 2 II - INTRODUÇÃO: O Brasil apesar de representar uma das maiores economias mundiais, possui uma péssima distribuição de renda, com grandes concentrações de riquezas nas mãos de uma minoria. Com a crise econômica esta discrepância tem se acentuado cada vez mais. Num país com um grande déficit habitacional e com mais de 70% de sua população morando em cidades, observa-se como conseqüência o surgimento de favelas, bem como a expansão das já existentes. Tais ocupações instalam-se em áreas muitas vezes impróprias para ocupação, como os fundos de vale e morros, onde são freqüentes acidentes com inundações e escorregamentos respectivamente, ocasionando muitas perdas econômicas e de vidas humanas. Da forma como ocorre a ocupação, com a remoção da cobertura vegetal, há um aumento da erosão gerando uma maior quantidade de sedimentos que irão depositar-se e obstruir as drenagens urbanas e assorear córregos, rios e lagos, trazendo consigo problemas de enchentes para as cidades nos períodos de chuva, aumentando as despesas dos municípios com a manutenção da rede de águas e pluviais e a necessidade de obras de dragagem (Silva et al., 1994). A cidade de Manaus nos últimos 35 anos tem sofrido um processo de intensa expansão de sua área urbana, tal fato deve-se ao fluxo migratório originado pela implantação da Zona Franca de Manaus. Num processo comum à maioria das cidades de maior porte da Amazônia, a ocupação da área urbana de Manaus sofreu os efeitos da especulação imobiliária, em especial das áreas nobres, expulsando a população mais pobre para a periferia (baixadas e áreas deficientes em infra-estrutura urbana), gerando conflitos por terras urbanas, invasões e grilagens (Moura et al., Apud Kitamura, 1994). Este crescimento acelerado ampliou a área urbana da cidade de Manaus, que em 1967 era de aproximadamente 1.600 hectares, para acima de 26.000 hectares nos dias de hoje, acarretando uma explosão populacional acima das demais capitais do país, passando de 200 mil habitantes em 1965 para acima de 1.500 milhão de habitantes. De acordo com Santos Júnior (2000), esta expansão acelerada associada à crise econômica instalada no final da década de 80, que gerou a diminuição de empregos nas indústrias da Zona Franca, vem ocasionando a ocupação urbana de áreas inadequadas à esse fim, tais como: planícies de inundação, leito de igarapés e 3 encostas de platôs; estes locais apresentam-se como áreas de risco potencial, haja vista o alto índice pluviométrico da região que acarreta a aceleração dos processos erosivos a partir da retirada da cobertura vegetal, o que pode ocasionar a geração de voçorocas e deslizamentos, além do assoreamento de igarapés provocando inundações, que aliadas a carência de saneamento básico e a falta de infra-estrutura adequada para a instalação de adensamentos populacionais, constitui-se em fatores geradores de degradação ambiental urbana. A ocorrência de problemas ambientais causados pela ocupação de área inadequadas é comum em toda a área urbana de Manaus, porém nesta pesquisa delimitou-se como área de estudos os bairros Cidade Nova (Zona Norte) e Mauazinho (Zona Leste). As zonas norte e leste são atualmente os principais eixos de expansão da cidade de Manaus. A escolha do bairro Cidade Nova como área de estudos deve-se ao fato do mesmo conciliar adensamentos urbanos planejados com adensamentos urbanos provenientes de invasões, e o bairro do Mauazinho por ser eminentemente oriundo da ocupação espontânea, propiciando com isso a ocorrência de processos erosivos de origem natural, induzida e/ou mista, que poderão ser observados em todas as etapas, desde as feições mais simples (sulcos), até as mais complexas (voçorocas)., assim como toda gama de problemas geo-ambientais ocasionados pelo erosão do solo. Este trabalho tem por objetivo específico identificar áreas de risco geoambiental nos bairros Cidade Nova e Mauazinho, determinar o grau do risco, os agentes causadores desses riscos, assim como propor medidas preventivas e/ou mitigadoras aos impactos causados por essa ocupação. 4 1. CARACTERÍSTICAS GEO-AMBIENTAIS DA CIDADE DE MANAUS A Área Urbana: A cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, está localizada na margem esquerda do Rio Negro, próximo a confluência deste com o Rio Solimões, onde a partir daí passam a formar o Rio Amazonas. É o centro econômico e cultural do estado, para onde fluem os fluxos migratórios oriundos do interior e demais estados do Brasil. (Figura 01). Os primeiros povoadores da região onde se localiza a cidade de Manaus foram os índios Tarumãs, seguidos pelos grupos dos Barés, Pacis, Banibas e Muras (Bento, 1998), porém somente a partir de 1665 com a intervenção de Portugal surgiram as primeiras habitações de não indígenas na área onde atualmente se encontra o sítio urbano de Manaus. Durante os 335 anos de ocupação da cidade de Manaus, várias fases de evolução da área urbana podem ser evidenciadas (figura 02), entre as quais destacam-se as compreendidas entre 1669-1840, 1840- 1955 e por ultimo a fase iniciada em 1955 até os dias atuais. Na fase compreendida desde a fundação de Manaus (1665) até 1840 (início da exploração de produtos florestais), a cidade apresentou pequenas modificações na fauna e flora local, devido a lenta expansão urbana (Vieira, 1998). No ano de 1786, o povoado da Barra (antiga denominação da cidade de Manaus), possuía uma população de 301 moradores distribuídos em 40 casas, dos quais 47 eram brancos, 243 índios e 11 escravos. O lugar da Barra passa à categoria de Vila através do Decreto de 13 de novembro de 1832, com a denominação de “Manaus” (Bittencourt, 1969; In: Bento, op. Cit.). A Segunda fase de evolução de Manaus, compreende o período de 1840 à 1955. Nessa fase, a Vila de Manaus foi elevada à categoria de Cidade (1848) com a denominação de “Cidade da Barra do Rio Negro”, a qual passa a ser a capital da Província do Amazonas em 1852, tendo como primeiro governador João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, onde a partir desta data, a cidade sofre uma transformação radical passando do ruralismo ao urbanismo. 5 6 7 No governo de Eduardo Ribeiro (1892 a 1896), o estado do Amazonas (criado após a instalação da Republica Federativa em 1889) sofre grande evolução, principalmente em sua capital, a qual passa ser dotada de pontes metálicas e de pedras, nivelamento das ruas, abertura de largas avenidas, aterro de igarapés, rede de bondes, reservatórios de água (Castelhana e Mocó) e calçamento das ruas com paralelepípedos, além da construção de casas de espetáculos. Essa era a época áurea da borracha, responsável pela economia próspera do estado baseada no extrativismo do látex das seringueiras, até o declínio em 1920, causado pela competição com a borracha produzida na Ásia. A grande massa de trabalhadores desempregados da atividade extrativista, concentraram-se às margens dos igarapés próximos ao centro da cidade e do cais do porto, dando origem a “Cidade Flutuante”, Bairros do Educandos e Santa Luzia. Em 1840 a cidade passa a expandir rumo a oeste, com a formação do Bairro do São Raimundo e posteriormente dos bairros da Glória e Santo Antônio. A terceira fase, iniciada em 1955, estende-se até os dias atuais, destaca-se a interiorização da cidade em direção ao norte e nordeste com a urbanização da Vila Municipal. No ano de 1965 a área urbana contava com 200 mil habitantes; a construção do estaleiro Estanave ocasionou as invasões que culminaram na criação do Bairro da Compensa. Em 1967, com a implantação da Zona Franca de Manaus, através de Decreto-Lei no 288 de 28 de fevereiro, a cidade passou a sofrer um processo de urbanização bem acima da média da outras cidades do país, resultando no aumento da população, que correspondia à aproximadamente 310 mil habitantes para um pouco menos de 1,5 milhão em 2000. (Tabela 01). Tabela 01 - Contagem da População 1996 e Censo Demográfico 2000 (Fonte: IBGE). População residente Unidades da Código Taxa de Em Em 01.08.2000 (2) Federação e da UF e crescimento 01.08.1996 Municípios Município anual (3) Total Homens Mulheres Urbana Rural (1) Amazonas 130000 2389279 2840889 1427031 1413858 2108478 732411 4.42 Manacapuru 130250 65577 73304 37518 35786 47270 26034 2.82 Manaquiri 130255 17311 12558 6603 5955 4053 8505 -7.71 Manaus 130260 1157357 1403796 683991 719805 1394724 9072 4.94 Maués 130290 36628 39978 20759 19219 21124 18854 2.21 (1) Redistribuição da população de acordo com a divisão territorial vigente em 1o de agosto de 2000. (2) Resultados preliminares. (3) Taxa média geométrica de incremento anual da população brasileira. 8 Porém com o desaquecimento econômico resultado das constantes crises enfrentadas pela união, associadas a abertura às importações imposta pelo Governo Federal no início da década de noventa, a região passou a sofrer um processo de estagnação no comércio da Zona Franca, ocasionando o fechamento de postos de trabalho, aumentando consequentemente o número de desempregados, agravando cada vez mais a situação da população da cidade de Manaus. Esta situação complicou-se mais após a desvalorização do Real em janeiro de 1999. Os limites atuais das Áreas Urbana e de Expansão Urbana, foram estabelecidos através da Lei no 279 de 05 de abril de 1995, publicada no Diário Oficial no 28.168 de 06 de abril de 1995, sendo constituídas de aproximadamente 430,305 e 10.723,50 km2 respectivamente (Bento, 1998.) (figura 03). Atualmente encontra-se em discussão o novo Plano Diretor Urbano e Ambiental (PDUA) da Cidade de Manaus, que define que o perímetro urbano do Município de Manaus corresponde a delimitação da Área Urbana e da Área de Transição. Segundo o Plano Diretor Urbano e Ambiental da cidade de Manaus, a área urbana limita-se ao sul pela margem esquerda dos rios Negro e Amazonas, segue a leste, a partir da margem esquerda do rio Amazonas, pelo divisor de águas das bacias do rio Puraquequara e do igarapé do Aleixo, por este divisor até encontrar o novo limite oficial do Distrito Industrial II seguindo por este, na direção norte, até reencontrar o divisor de águas do rio Puraquequara e por este até o limite sul da Reserva Florestal Ducke, deste ponto segue no sentido oeste-norte pelo contorno da Reserva Ducke até o divisor de águas das bacias dos igarapés da Bolívia e do Mariano e seu prolongamento até encontrar a oeste a margem esquerda do igarapé Tarumã-Açu e por esta seguindo até sua foz no rio Negro. A Área de Transição1, situada no entorno dos limites da Área Urbana, é destinada à abrigar atividades agrícolas e ocupação urbana de baixa densidade, onde serão incentivadas atividades ecoturísticas. 1 No PDUA da cidade de Manaus a antiga Área de Expansão Urbana passa ser denominada área de Transição. 9 2 °5 0 ’ Área de Expa nsã o Urba na Reserva Duc k 3 °0 0 ’ Área Urba na 100 R io Ne gr o 6 0 °0 0 ’ Figura 03 – Mapa das área urbana e de expansão segundo a Lei no 279 de 05 de abril de 1995. A Área de Transição é definida a partir do ponto de encontro entre o limite da Área Urbana e o rio Amazonas, pela margem deste, segue no sentido leste até o rio Puraquequara, seguindo por sua margem oeste, por esta até encontrar o divisor de águas que define a bacia do igarapé do Mariano e a bacia do igarapé do Leão, seguindo por este divisor e por seu prolongamento no sentido oeste até a margem do igarapé do Tarumã-Açu e por esta margem, no sentido sul até encontrar o igarapé Mariano, deste ponto atravessa o igarapé do Tarumã-Açu até o ponto situado na confluência do Tarumã-Açu com o igarapé da margem oposta, segue por este, no sentido oeste, até o segundo igarapé na margem sul, por este e por seu prolongamento até o igarapé do Acuaru e por este até o rio Negro, seguindo pela margem deste, no sentido leste, até a foz do igarapé Tarumã-Açu, seguindo por este, no sentido norte, até o ponto de encontro do limite da Área Urbana com o igarapé Tarumã-Açu, seguindo pelo limite da Área Urbana até o ponto inicial. (Figura 04). 10 11 Na tabela 02 será apresentada uma síntese da evolução urbana da cidade de Manaus. Tabela 02 – 333 anos de expansão urbana. (Fonte: Jornal “A Crítica”, ed. 11/97/98, 26/12/99 e 30/06/2002, com modificações). 1665 Intervenção de Portugal chegando às terras amazônicas, no coração da tribo dos Manaós. Dá-se o nome de “Lugar da Barra” Habitações: 46 unidades sendo 36 de índios. 1848 A Vila da Barra do Rio Negro recebe o titulo de Cidade (Lei no 145, da Assembléia Provincial do Pará) e passa a chamar-se Cidade da Barra do Rio Negro. 1853 O Parlamento Imperial cria a província do Amazonas. A cidade se expandia pelas poucas ruas estreitas, próximas à Matriz e um pequeno porto para exportação de produtos de extração vegetal para Belém. Aos poucos, a população ocupa as áreas ao longo do rio e em direção ao Norte. 1856 A Cidade da Barra do Rio Negro torna-se capital da Província do Amazonas e recebe o nome de Manaós, em homenagem à tribo do cacique Ajuricaba. A localidade contava com aproximadamente 4 mil habitantes, duas igrejas, uma praça e dezesseis ruas ainda por calçar e iluminar. 1902 Começa a ser construído o Porto de Manaus em substituição ao cais da Imperatriz da Província e aos antigos trapiches Villeroy e Teixera. 1910 A euforia econômica, trazida pelo enriquecimento rápido de alguns comerciantes, repercute na orientação do assentamento residencial. A mudança dos hábitos e dos valores culturais são revelados no tipo de habitação dessa sociedade. A preferência por áreas que apresentam melhores condições topográficas e contíguas ao centro urbano, leva a ocupar a avenida Joaquim Nabuco, antiga Estrada da Cachoeira, deixando alguns vazios de difícil urbanização. 1920 Com a entrada de produtos asiáticos no mercado mundial a economia regional sofre retração ocasionando declínio no crescimento demográfico. Os comerciantes, por mudarem a exploração extrativista, provocam o desemprego em massa, ocasionando a concentração dessa população às margens dos igarapés que tangenciam o porto e o mercado. A saturação de áreas disponíveis ao assentamento residencial na periferia do centro levou à construção de casaspalafitas, que formaram, a "cidade flutuante", junto ao igarapé do Educandos. 1940 Expansão para o setor oeste, no igarapé da Cachoeira (igarapé de São Raimundo). O Bairro São Raimundo surge com características de serviços de transporte hidroviário. 1954 Interiorização em direção ao Norte e ao Nordeste com a urbanização da Vila Municipal caraterizada por grandes terrenos, utilizados para implantação de chácaras. 1965 A área urbana contava com 200 mil habitantes. Na Zona Oeste dá-se a implantação do estaleiro Estanave. Determinando as invasões que consolidaram o bairro da Compensa. 12 1967 Zona Franca, livre comércio de importação e exportação, incentivos fiscais, tudo com a finalidade de criar um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitissem o desenvolvimento do Norte do País. A ocupação do solo dá-se principalmente para o sentido Norte, onde se iniciam as construções dos conjuntos residenciais, de forma a atender a demanda do grande contingente populacional proveniente de todo o País. As áreas à margem do rio são estrategicamente ocupadas. 1995 É efetivada a setorização da área urbana totalizando 377 quilômetros quadrados, com a delimitação dos bairros. A população é estimada em 1,2 milhões de habitantes, com crescimento de 5,4% ao ano. 1999 A cidade cresce de maneira progressiva, com a população ultrapassando 1,5 milhão de pessoas. Nas zonas norte e leste proliferam bairros. A ZFM está em decadência, evidenciada pelo fechamento de inúmeras lojas de produtos importados no centro da cidade, e de várias empresas no Distrito Industrial. 2002 Plano Diretor promete mudar a cara de Manaus – A aprovação do Plano Diretor Urbano e Ambiental (PDUA) da Cidade de Manaus, vai dar nova forma à cidade em alguns aspectos. Destaca-se a verticalização da orla fluvial de áreas das Zonas Oeste e Centro-oeste, a proteção dos mananciais e regras estabelecendo os limites da cidade. Clima: De acordo com Romero (1988; In: Bento, 1998) para a constituição do clima, atuam fatores climáticos globais e locais, além de elementos climáticos. Os fatores climáticos globais são: a radiação solar, latitudes e longitudes, altitudes, sistemas de ventos, massas de água e terra, os quais determinam e originam o clima. Os fatores climáticos locais, que dão origem ao microclima são: topografia, vegetação e a superfície do terreno (se natural ou construído). Os elementos climáticos são: precipitação, temperatura, umidade do ar e movimento de massas de ar. Os elementos e fatores acima citados, atuam conjuntamente, onde cada um deles é resultado da conjugação dos demais. Segundo a classificação por zonas térmicas de Köppen (In: Bento, 1998), na região de Manaus, distinguem-se dois tipos climáticos: Af e AMW’, o primeiro tipo corresponde ao clima de florestas tropicais cuja temperatura e precipitação apresentam pouca variação durante o ano, mantendo-se em um nível elevado e constantemente úmido. O segundo tipo climático caracteriza-se por apresentar umidade suficiente para sustentar a floresta tropical, com uma estação seca de pouca amplitude. 13 Precipitação: A precipitação média anual na Amazônia varia de 2.000 a 3.600mm. Porém estas chuvas não são distribuídas de forma uniforme durante o ano. Manaus apresenta uma precipitação aproximada de 2.300 mm ao ano, sendo que o período chuvoso corresponde aos meses de janeiro a junho (inverno), enquanto que o verão ocorre de julho a dezembro. No inverno as chuvas são abundantes, ocasionando o transbordamento dos igarapés que cortam a cidade de Manaus, acarretando prejuízos de ordem material, e em alguns casos com vítimas fatais. Figura 05- Mapa da Altura Média da Precipitação Anual (mm) (In: Nimer, 1991). 14 Pluviosidade: Com base em dados pluviométricos coletados entre 1960 e 1999 pelo 1o Distrito Meteorológico na cidade de Manaus, verificou-se que a evolução anual da precipitação pluviométrica variou de no mínimo 1304,5 mm à no máximo 3113,4 mm. 3500 mm de chuva 3000 2500 2000 1500 1000 500 99 19 96 19 93 19 90 19 87 19 84 19 81 19 78 19 75 19 72 19 69 19 66 19 63 19 19 60 0 Anos Figura 06 - Evolução da precipitação pluviométrica anual na região de Manaus entre os anos de 1960 e 1999. Fonte: 1o Distrito Meteorológico. Temperatura: Na cidade de Manaus a temperatura média é de 25,6o C, e a diferença entre o mês mais quente e o mês mais frio é de apenas 4° C (Wagley, 1997; In: Bento, 1998). A temperatura média registrada nas estações meteorológicas de Manaus é superior a 26° C, onde os meses mais quentes são entre agosto e novembro cuja temperatura concentra-se em torno de 28° C. Ainda segundo esse autor, a cobertura do céu (nebulosidade) é mais proeminente durante os meses de janeiro a maio na cidade de Manaus, meses esses correspondentes ao inverno (Bento, 1998). 15 Vegetação: De acordo com Bohrer & Gonçalves (1991), a vegetação da Amazônia está inteiramente inserida na Zona Neotropical, cujo sistema ecológico vegetal apresentase adaptado a um clima atual definido essencialmente pela temperatura média em torno de 25o C e pelas chuvas distribuídas ao longo do ano. A vegetação que predomina na cidade de Manaus recebe várias denominações, tais como: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Densa Tropical Úmida, Floresta Equatorial ou Floresta Pluvial Tropical Latifoliada (Vieira 1998). Sioli (1991; In:Vieira, 1998) destaca que essa vegetação tem o solo apenas como ponto de fixação mecânica e não como fonte de nutrientes. Nava (1999) descreve que na cidade de Manaus são comumente encontradas as espécies vulgarmente conhecidas como cupiúba, jarana, amapá, morototó, paricá, piquiá, sapucaia, pracuúba, matamatá, acariquara, etc. Com a expansão acelerada da cidade de Manaus, existe uma tendência em retirar-se a cobertura vegetal quando da ocupação do território, ocasionando com isso o aumento da temperatura local, a intensificação dos processos erosivos, oriundas da ação direta da água da chuva com o solo, além de doenças como Leshimaniose e malária, transmitida por mosquitos. Na figura 07 pode-se observar o estágio em que se encontrava a ocupação do território da cidade de Manaus no ano de 1995, ressaltando que passados 7 anos da obtenção da imagem de satélite da qual foram extraídas as informações , o panorama encontra-se sensivelmente agravado, resultado das constantes ocupações do território. Relevo: A cidade de Manaus está localizada no Planalto Dissecado Rio Trombetas – Rio Negro, apresentando relevo de interflúvios tabulares e colinas, com altimetria máxima em torno de 100 metros. O posicionamento da cidade de Manaus sobre os interflúvios tabulares facilita a ocupação humana, tanto para a construção de moradias, como para a construção de portos, nas falésias (± 15 metros de desnível) formadas pelo Rio Negro, já que grande parte do transporte regional é realizado por meio fluvial (Bento, op.cit.). 16 1 9 9 9 SILVA, W.S.B. N LE G E N DA Área de intensa ocupação urbana, consolidada, m ais antiga, bairros centrais. Loteam entos regulares e edifícios. Áreas de ocupação urbana, não consolidadas, m ais recentes, bairros periféricos. Inclui áreas com uso essencialm ente agrícola, cam pos de várzea. Área de dom ínio de floresta tropical de terra firm e e/ou floresta de várzea; nas m anchas em área urbana já se denota degradação da vegetação natural. Inclui as seguintes áreas verdes urbanas: (1) Cam pus Universitário; (2) SES I; (3) INPA (4) Reserva Duque; (5) Parque do M indu; (6) CIG S . Lagos Estrada pavim entada Pista de pouso de aeroportos Figura 07 - Mapa de vegetação e ocupação urbana, extraído a partir da imagem TM/LANDSAT-5, WRS 231/062, adquirida em 20/09/95, com aplicação das principais técnicas de processamento digital de imagens (SILVA, 1999). 17 Aspectos Geológicos: A Bacia do Amazonas A Bacia do Amazonas, na qual está inserida a Formação Alter do Chão, unidade sobre a qual está edificada a cidade de Manaus, é uma sinéclise intracontinental (Castro et al. 1988), desenvolvida sobre a Província Estrutural Amazônia (denominação proposta por Lima em 1994, para as Províncias Tapajós e Rio Branco de Almeida, 1977), possui um prisma sedimentar de 5.000 metros, em uma área com cerca de 500.000 km2, tendo como limite oeste o Arco do Purús, enquanto que a leste limita-se com o Arco do Gurupá (Figura 08). A origem da Bacia do Amazonas está relacionada a dispersão de esforços no fechamento do Ciclo Proterozóico Brasiliano (Neves, 1989; In: Cunha et al. 1994). O registro sedimentar e ígneo da Bacia do Amazonas reflete os eventos tectônicos paleozóicos ocorrentes na borda oeste da pretérita placa gonduânica e da trafogenia mesozóica do Atlântico sul, da ação destes eventos resultou a formação dos arcos de grande porte, discordâncias regionais, e o controle das ingressões e regressões marinhas que influenciaram os ambientes deposicionais (Cunha et al., op. cit.), (Figura 09). o 56 o 52 o G U RU PÁ 2 o ARCO PU R U S S NA AZO M A DO CIA A B PR O V ÍN C IA E S TR U TU R A L A M A Z Ô N IA 6 A CO PR O V ÍN C IA E S TR U TU R A L A M A Z Ô N IA R 60 100 km o Figura 08 - Mapa de localização da Bacia do Amazonas (modificado de Wanderley Filho & Costa 1991, In: Vieira, 1999). DIASTRO FISMO JU RU Á N O R IA NO C AR NIA NO L AD IN IAN O A N IS IA N O O R O G ENIA G O N DUA N IDE 420 V V M O NTE A LE G R E 1 4 0 N E R ÍTIC O VIS EAN O OR. EOH E R C IN . B A R R E IR IN HA 250 ERERÊ 250 M AECURU 270 ORI 250 CUR V ERE V M AE V V V V V URUPADI BAR D - C 420 N H AM U N DÁ 340 A U T ÁS -M IR IM 290 P IT ACARI AUT N E R ÍTIC O 400 F A IX A M Ó V E L M AR O N IIT A C A IU N A S G L Á C IO -M A R IN H O NHA P R O S P ER A N Ç A 11 0 0+ P R O V ÍN C IA A M A Z Ô N IA CENTRAL O - D TR OM B E TA S PURUS 250 V P ITIN GA V LUDLOVIANO V L AN D O VE R IA N O N E R ÍTIC O V 150 V ORD OVICIA NO M AN V V M ANACAPURU P R O TE R O Z Ó IC O M A R A NÓ X IC O C A LE DO N . L OK O V IA N O V E N LO C K IA N O D E LT-L A G -N E R IT G L Á C IO -M A R IN H O N E R ÍTIC O FL Ú V IO -DLTÁ IC O V T O U R N A IS IA NO O R IX IM IN Á C U R IR I V E IFE L IA N O E M S IA NO D E LTÁ IC O FA R V FR A S N IA N O G IVE TIA N O 500 V CURUÁ FL Ú V IO - FA RO P R A G IAN O EO L A C U S T RE H IP E R S A LIN O / M A R RE S TR ITO M AL V N EO ITA V V V MESO V V SIN ÉC LIS E B A S H IK ISE RPUK R IAN O V V M IS S IS SIPIA N O ITAITU B A TA RD IH E R C IN . NOL V V V V V V DE V ON IA NO 1 2 00 V MO S CO V IA N O FA M E N IA N O S ILU RIAN O V V P R É -C AM B . N O VA O L IND A V FL Ú V IO L A C U S T RE V V 500 V V V C AR B ON ÍFERO KAS IMOVIANO P R ID O LI A NO 450 V V V PALEOZÓICO V V P E N S ILVA N IA N O G ZE L. 400 AND 725 C - P A SS EL IANO 350 SIN ÉC LISE A N D IR Á S A K M A R IAN O TAPA JÓ S EO A R TIN S K IA N O SINÉ CLISE NE O UF IM IA NO K U N G U R IA N O V P E R M IA N O TATA R IA N O K A ZA N IA N O S IN ÉCL ISE Tr 2 300 FL U V IA L Tr 3 SC YT IA N O 250 FL Ú V IO L A C U S T RE MA G MATIS MO PENATE CA U A LI A S JU R Á SS IC O TRIÁ S SIC O M ESO ZÓICO DO G G M ALM N EO C . 150 A MB IEN TE A LT EV OLU Ç ÃO TEC TÔ NICA A R C O DE G U R U P Á SOL SEQ U ÊN CIAS D EP OSIC ION AIS E -N E A R C O DE P U R US SIN ÉC LIS E A LTE R D O C H Ã O L ITO LO G IA W -S W G Á LICO C R E T Á CE O 150 S O LIM Õ E S SE N O N . 100 FO R M A Ç ÃO K -T GR. E S P. M A X . (M ) ID A D E 1 25 0 ÉP O CA U N ID A D E S JAVA R I N . OZ TER C . P E R ÍO D O CE 200 L ITO ES TR ATIG RA FIA C R O N O E ST R ATIGR A FIA ERA TEM PO M IL H Õ E S D E A N O S 18 V V V V PL. MAR É R IFT A L U V IA L FL U V IA L V V V S IN É C L IS E V V Figura 09 - Carta estratigráfica da Bacia do Amazonas (Cunha et al.1994, modificado por Vieira, 1999). 19 Formação Alter do Chão A Formação Alter do Chão (Grupo Javarí), possui uma espessura máxima de 1.200 metros, estimada com base em uma coluna estratigráfica elaborada por Andrade & Cunha (1971; In: Franzinelli & Piuci, 1988), representa o 4o ciclo deposicional da Bacia do Amazonas (Seqüência Cretácea-Terciária), ocupando os espaços criados em conseqüência do soerguimento dos Andes (Orogenia Andina) (Cunha et al., op. cit.). As primeiras referências aos arenitos aflorantes na região do baixo Amazonas devem-se a Katzer (1898; In: Souza, 1974). Albuquerque (1922), denominou “Arenito Manaus” os corpos de arenitos silicificados e ferruginosos aflorantes na cidade de Manaus, porém Caputo et al. (1972) destacam que devido a forma lenticular desses corpos não é possível mapeálos formalmente como formação. Durante muitos anos utilizou-se os termos “Série e Formação Barreiras” para identificar os arenitos e argilitos vermelhos ocorrentes na Amazônia, devido a grande semelhança desses sedimentos com os aflorantes na costa leste do Brasil, até que Kistler (1954), utilizou a designação Alter do Chão para os sedimentos vermelhos inconsolidados, compostos por argilitos, folhelhos, siltitos, arenitos e conglomerados identificados na localidade de Alter do Chão, estado do Pará, o que foi repetido em todos os trabalhos posteriores da Petrobrás. Caputo et al. (1972) realizaram uma revisão na nomenclatura das unidades litoestratigráficas da Bacia do Amazonas, na qual utilizaram o termo Formação Alter do Chão para esses sedimentos, consagrando o termo na nomenclatura estratigráfica. Diversos autores (Caputo et al. 1972; Souza, 1972; Daemon, 1975; Castro et al., op. cit.; e Cunha et al., op. cit.) consideraram o sistema deposicional da Formação Alter do Chão como sendo flúvio-lacustre. Vieira (1999) em trabalho realizado na Praia da Ponta Negra, zona oeste da cidade de Manaus, utilizando conceitos de modelamento de fácies, conjuntamente com análise petrográfica e estudo de assembléias de minerais pesados e leves, identificou nove fácies sedimentares que caracterizam um sistema deposicional tipo entrelaçado (braided). 20 Lateritos Os lateritos são rochas formadas ou em fase de formação, originados durante o processo de intemperismo sobre rochas já existentes. São caracteristicamente ricos em ferro e alumínio, pobres em sílica, potássio, magnésio, sódio e cálcio (Costa, 1991). Segundo Costa (1990 e 1991), os lateritos ocupam posição de destaque na Amazônia, sendo classificados quanto ao seu grau de evolução em maturos de idade Eoceno-Oligoceno e imaturos do Terciário Superior/Quaternário (Plio- Pleistocênico), e segundo Fernandes Filho (1997), tem composição ferruginosa e não contém horizonte bauxítico-fosfático. A distinção entre a natureza dos perfis, é feita com base na sucessão dos horizontes e nas respectivas texturas e estruturas sendo classificados como autóctones ou aloctónes. Os lateritos alóctones são também conhecidos como linha de pedra e páleo-pavimentos e são mais restritos que os autóctones. De acordo com Horbe & Costa (1996), grande parte dos solos de coloração amarelada, vermelho-amarelada e avermelhada encontrados na região amazônica assentam-se sobre crostas ou restos de crosta lateríticas ferro-aluminosas, sílico-ferruginosas e aluminosas, e onde o horizonte de solo se superpõe às crostas lateríticas permite correlacionar a formação dos solos com os processos de saprolitização e argilização que ocorrem durante o intemperismo/laterização em condições de clima úmido. Desse modo os solos desenvolvidos sobre crostas lateríticas, formados de material essencialmente argiloso, representam uma fase de intemperismo na região amazônica com tendência a formar podzóis em resposta às condições climáticas atuais (quente e úmida). Cobertura Argilosa do Terciário/Quaternário Na cidade de Manaus, aflora um espesso pacote sedimentar argilo-arenoso de cor amarela, de idade cenozóica, considerado correlato da “argila de Belterra” (Sombroek, 1996) aflorante no estado do Pará. A origem dessa cobertura argilo-arenosa ainda é controversa, alguns autores consideram-na uma unidade sedimentar do período Terciário em que o ambiente era semi-árido (Kotschoubey, 1984; Kotschoubey & Truckenbrodt, 1981; Truckenbrodt & Kotschoubey, 1981; Truckenbrodt et al. 1982), já Sombroek (1996) considera esta 21 unidade como sendo de origem lacustre no Terciário. Outra linha de pensamento define esta unidade como sendo “um horizonte argiloso derivado de alterações “ in situ” de sedimentos da Formação Alter do Chão (Irion, 1984; In: Fernandes Filho, 1997). Costa (1991) e Horbe & Costa (1994), consideram que este pacote argiloarenoso seja resultado do intemperismo de crostas lateríticas ferruginosas e aluminosas. Devido a escassez de informações e inconsonâncias entre as hipóteses acerca da origem desta unidade na região da cidade de Manaus, e tendo em vista que a determinação dessas características fogem ao escopo deste trabalho, será utilizada aqui a denominação “Cobertura Argilosa do Terciá rio/Quaternário”, visto que tal denominação abrange todas as propostas acima citadas, sem que haja empecilhos para aplicação na área estudada. A hipótese de que os lateritos e a Cobertura Argilosa do Terciário/Quaternário fizessem parte da Formação Alter do Chão, não é válida, pois os lateritos são produtos de alteração de rochas pré-existentes, assim, temos a ocorrência da formação Alter do Chão e a Cobertura Argilosa do Terciário/Quaternário distintamente, onde os lateritos funcionariam como um marco estratigráfico divisor entre ambas as formações. Solos Na cidade de Manaus foram descritas duas unidades predominantes de solo: os latossolos e os podzóis, que são resultado da ação intempérica sobre os sedimentos da Formação Alter do Chão, Cobertura Argilosa do Terciário/Quaternário e lateritos. Segundo Vieira (1975), os Latossolos são solos não hidromórficos que apresentam horizonte B latossólico em um perfil normalmente profundo, onde o teor de argila se dilui lentamente em profundidade, são solos envelhecidos, ácidos a fortemente ácidos (com exceção dos eutróficos), com boa drenagem apesar de serem muitas vezes bastante argilosos. São caracterizados pela composição química, composta por: sesquióxidos, argilo-minerais silicatados de retículo 1:1 (grupo da caulinita), quartzo e outros minerais silicatados fortemente resistentes à intemperização. 22 A classe dos Latossolos Amarelos é uma das de maior ocorrência na Amazônia, é caracterizada por apresentar solos profundos bastante envelhecidos, ácidos a fortemente ácidos, e de boa drenagem. São encontrados sob vegetação de florestas densa, aberta e mista com palmeiras, freqüentemente em relevo plano e suave ondulado, podendo ocorrer em relevo ondulado (Vieira, 1975). Possuem seqüência de horizontes A, B e C; a coloração varia de brunoamarelado a amarelo-brunado com matiz 10yr e 7,5yr, tendo valores e cromas altos. O conteúdo de Fe2O3, está entre 2 e 4%, a relação Al2O3/Fe2O3 geralmente é superior a 6 (Souza, 1991). Segundo Souza (1991) os solos com horizonte Podzol são pouco profundos e profundos, imperfeitamente drenados à mal drenados, com horizonte A2 Arenoso, extremamente lavado, de coloração esbranquiçada, transicionando de forma abrupta para o horizonte B, que é de acumulação de húmus e sesquióxidos ou ferro e/ou alumínio. Na região norte ocorre apenas o Podzol hidromórfico, sendo sua caracterização sintetizada a seguir: Podzóis Hidromórficos são solos minerais hidromórficos com horizonte B Podzol ou espódico, subjacente a um horizonte A2 álbico. Possuem seqüência de horizontes A1, A2, Bh ou Bhir e C, com nítida diferenciação entre os horizontes. Tem valores muito baixos para soma e saturação de bases, são ácidos e possuem elevada saturação com alumínio trocável. Verificam-se, em conseqüência disso, fortes deficiência quanto à fertilidade. Segundo Horbe (1999, comunicação pessoal), na cidade de Manaus os latossolos ocorrem sobre as crostas lateríticas e coberturas argilosa do Terciário, enquanto que os podzóis ocorrem sobre os sedimentos da Formação Alter do Chão. Neotectônica Neotectônica é o ramo da Geotectônica que estuda a história estrutural da crosta terrestre nos últimos 25 milhões de anos. (Igreja & Franzinelli, 1987). 23 Segundo Igreja & Catique (1997) o modelo geotectônico atual da Região Amazônica tem sido interpretado como um Sistema Direcional Destral Este – Oeste, cuja origem está relacionada a tensões compressivas e transcorrentes, resultantes do movimento das placas tectônicas Sul-Americana, Nazca e Caribenha. Resultam desta movimentação, a formação de lineamentos estruturais, aos quais está adaptado o sistema de drenagens da região. De acordo com Igreja (2000; In: Fernandes, no prelo) os estudos neotectônicos na região amazônica na ultima década favoreceram a consolidação do modelo denominado Sistema Neotectônico Atual Amazônico (SNAA) ou Sistema Neotectônico Transcorrente Destral (SNTD) de direção geral ENE-WSW. Tendo proposto neste trabalho as denominações Solimões, Amazonas, Tarumã, Madeira e Rio Negro como representativas das direções estruturais N60oW, N80oE, N10oE, N50oE e N45oW, respectivamente (Figura 10). PLAC A C ARIBEN HA 35 ° 85 65 ° N ° F 25 T ° 25 Rg C D Dc ° 15 ° 15 P 125 ED E ° 55 R’ 85 ° ° 60 ° 25 ° D R 35 ° 90 25 ° ° 90 65 ° 25 25 ° A 90 ° D 25 90 ° ° 25 Rg E - FALHA DE EMPURRÃO ED - EIXO DE DOBRA C - CO MPRESSÃO D - DISTENSÃO F - F RATURAS DE PARTIÇÃO N - FALHA NORMAL R - FALHA TRANSCO RRENTE DEX TRAL T 25 ° N F 25 35° D R T R IO A M A Z O N A S 60 ° 85 65 ° ° ° 55 125 O C ° ° ° ° R’ R IO TA R U M Ã E IR ° GR D MA 65 ED NE R IO 65 65 C ° R IO PLAC A DE N AZC A E C ° 15 15° 15° 15 ° Rg ° ° Rg ° 85 ° 105 ° R IO ° 15 ° 15 35 SO L IM Õ P ES Dc ° R ’ - FALHA TRANSCO RRENTE SINISTRAL Rg - FALHA DE RASG AM ENTO T - FALHA TRANSF ERENTE P - FALHA CISALHANTE TRANSPRESSIONAL Y - FALHA CISALHANTE TRANSTENSIO NAL Dc - CISALHANTE COMPLEMENTAR RIDEL Figura 10 – Modelo Neotectônico Atual da Amazônia – As compressões são E-W (Placa de Nazca), e secundariamente N-S (Placa Caribenha) resultando a componente principal em NW-SE. (Fernandes, no prelo). 24 Igreja (1999) com base em estudos acerca das características neotectônicas da Província Estrutural Solimões – Amazonas (Bacias do Solimões e Amazonas), dividiu-a em 4 grandes geocompartimentos com características tectono – estruturais peculiares Igreja e Franzinelli (1990) agruparam os lineamentos da região do Baixo Rio Negro em dois conjuntos principais, onde o primeiro possui direção geral de N30-45W, e o segundo conjunto direção geral de N20-40E, também destacam o lineamento no qual está encaixado o Igarapé Tarumã Açu, com direção NNE e complementares En-Échelon. A cidade de Manaus está assentada em cinco blocos neotectônicos delimitados por uma família principal de falhas geológicas curviplanares de direção geral N50-60E, com concavidade e mergulho para sudeste, que delineiam os maiores igarapés da cidade. (...) Essas falhas delimitam blocos losangulares que configuram um padrão lístrico de noroeste para sudeste com movimentações predominantemente transtensiva destral, reflexo da cinemática destral regional, tanto a do Rio Negro como a do Rio Amazonas (Igreja et al. 1997). Fernandes Filho et al. (1997) destaca que na região de Manaus ocorrem vários feixes de falhas normais orientada na direção NW-SE, que interagem com dois feixes de falhas transcorrentes dextrais de direções E-W e NE-SW, ocorrem também falhas normais ao longo de transcorrências de direção NE-SW. Essas feições estruturais afetam o perfil laterítico e a linha de pedras resultantes do desmantelamento, erosão e transporte da crosta laterítica desenvolvida sobre os sedimentos da Formação Alter do Chão. Falhas de empurrão e dobras orientadas na direção NE-SW, ocorrem afetando somente os sedimentos da Formação Alter do Chão. Segundo Santos Júnior et al. (1999b), o igarapé do Quarenta com aproximadamente 10 km de extensão na cidade de Manaus, representa a expressão superficial do plano de uma Falha Transcorrente Destral de direção N60E, interpretada como sendo a componente P do Sistema Neotectônico Transcorrente Amazônico Atual (SNTAA – Transpressão Marajoara). 25 2. METODOLOGIA DE TRABALHO Nesta pesquisa procurou-se identificar áreas de risco geo-ambiental nos bairros Cidade Nova e Mauazinho, determinar o grau do risco, os agentes causadores desses riscos, assim como propor medidas preventivas e/ou mitigadoras aos impactos causados pela ocupação urbana, segundo seus aspectos físico-geológicos e sociais. A implementação do presente projeto abrangeu oito fases distintas, porém intimamente interligadas, que são: 1) Pesquisa Bibliográfica - Nessa fase foram compiladas as bibliografias disponíveis sobre o tema pesquisado com o objetivo de reunir as fontes bibliográficas que tratassem dos aspectos físicos e sociais, facilitando com isso, a caracterização das Áreas de Riscos Geo-ambientais na cidade de Manaus. O resultado desta pesquisa pode ser observado no capítulo VI, referente ao Estado da Arte do tema pesquisado, tendo como base artigos científicos realizados na cidade de Manaus e em algumas cidades do país, como também em notícias veiculadas nos jornais locais. Com base nas pesquisas bibliográficas foi elaborada a Ficha de Cadastramento, com a qual foi realizado o levantamento acerca das características geo-ambientais, causas prováveis ou agentes potenciais indutores, o grau de risco geo-ambiental, danos materiais, além das medidas de contenção adotadas em cada sítio. 2) Levantamento e Pesquisa de Mapas Regionais e Municipais - Nesta fase foi realizado um levantamento dos mapas de geologia, geomorfologia, clima, população, etc. Os quais serviram como base para a elaboração dos mapas existentes nesta dissertação. 26 Alguns desses mapas foram aperfeiçoados utilizando-se os Softwares Corel Draw 9, Autocad R14, visando dar maior destaque algumas peculiaridades de maior relevância para este trabalho. 3) Levantamento de áreas de risco ou inadequadas à ocupação urbana: Nesta Fase foi realizada a seleção das áreas a serem estudadas no decorrer deste projeto. 4) Trabalhos de Campo - Nesta fase foi realizado o levantamento “in loco” das informações geológicas, geomorfológicas e geo-ambientais da área estudada. Os trabalhos preliminares de campo tiveram início no mês de abril de 2000, com o objetivo de determinar as áreas a serem estudadas, resultando na determinação de aproximadamente 40 sítios onde ocorrem feições erosivas nas Zonas Norte e Leste da cidade. Dos 40 pontos inicialmente cadastrados, foram destacados 22 sítios, os quais serão apresentados neste trabalho, sendo 20 localizados no bairro da Cidade Nova, 1 no Bairro Alfredo Nascimento e 1 no Bairro Mauazinho. Em três destes sítios foram coletadas amostras de sedimentos visando destacar a diferença granulométrica entre os horizontes. 5) Documentação e descrição estatísticas das informações relacionadas no item anterior, coincidindo com a confecção de tabelas e gráficos, e determinação das variáveis relevantes à pesquisa; 6) Tratamento e Interpretação dos Resultados - Nesta etapa foram tratadas as informações coletadas no campo, visando identificar áreas inadequadas a ocupação urbana nas zonas norte e leste da cidade de Manaus, determinar o grau de risco geo-ambiental, os agentes causadores desses riscos, classificar as feições erosivas quanto a: tipo de incisão (sulco, ravina ou voçoroca), forma, tipo de evolução, os problemas geo-ambientais resultantes, assim como propor medidas preventivas e/ou mitigadoras aos impactos causados por essa ocupação. 7) Elaboração da dissertação – Nesta fase foi elaborado texto da dissertação propriamente dita. 8) Divulgação dos resultados - Todos os resultados obtidos após a interpretação estão sendo objeto de divulgação, primeiramente através da Dissertação de Mestrado e posteriormente em artigos a serem divulgados em eventos e revistas científicas. 27 3. ESTADO DA ARTE Este capítulo é resultante da fase de pesquisa bibliográfica, na qual foram compiladas as bibliografias disponíveis sobre o tema pesquisado tendo por objetivo reunir o maior número de artigos possíveis, para que o mesmo forme um banco de dados técnico- científico, além de ser um relato histórico sobre a Geologia Ambiental e as áreas de risco, possibilitando assim, a utilização deste acervo bibliográfico pela comunidade científica, como também pela população em geral. O presente capítulo é dividido em três temas principais que são: 3.1 - Definições de impactos ambientais, risco geológicos e ambientais, erosão e áreas inadequadas à ocupação urbana; 3.2 - Trabalhos aplicados relacionados ao tema estudado na cidade de Manaus e em outras regiões do país; 3.3 - Notícias veiculadas nos jornais da cidade. 3.1 - Definições de impactos ambientais, risco geológicos e ambientais, erosão e áreas inadequadas à ocupação urbana; 3.1.1 – Impactos ambientais: Segundo a Resolução 001/86 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais. 28 3.1.2 – Riscos Geológicos e Ambientais: De acordo com Cacerdo (In: Collaço et al., 1996), "Risco Geológico é todo processo, situação ou evento no meio geológico, de origem natural , induzida ou mista que pode gerar um dano econômico ou social para alguma comunidade, e em cuja previsão, prevenção ou correção hão de empregar critérios geológicos." Augusto Filho (1999) apresenta alguns conceitos básicos e respectivos termos em inglês utilizados no gerenciamento de riscos ambientais e geológicos. Tabela 03 - Alguns conceitos básicos e respectivos termos em inglês utilizados no gerenciamento de riscos ambientais e geológicos (modificado de Zuquette 1993 e Ogura 1995 In: Augusto Filho, 1999). ACIDENTE Accident EVENTO Event PERIGO Hazard VULNERABILIDADE Vunerability RISCO Risk Acontecimento calamitoso, em que foram registradas perdas sociais e econômicas (terremoto em área ocupada, por exemplo). Acontecimento em que não foram registradas perdas sociais e econômicas (terremoto em área não ocupada, por exemplo). Ameaça potencial a pessoas ou bens (área ocupada sujeita a escorregamentos, por exemplo). Gradiente de perdas sociais e econômicas potenciais de um sistema/ ocupação sujeita a acidentes. Varia de 0 (nenhuma perda) a 1 (perda total) Expressa o perigo em termos de danos/período de tempo, em geral, unidade monetária/ano. 29 Segundo Cerri (1993; In: Augusto Filho, op. cit.), os principais tipos de riscos ambientais são: SOCIAIS: relativos ao meio social, tais como, guerras, seqüestro ,roubos, etc. TECNOLÓGICOS: relativos aos processos produtivos, tais como, vazamentos e contaminação, materiais explosivos, queda de aeronaves, etc. RISCOS AMBIENTAIS NATURAIS: relativos à dinâmica natural do planeta, podendo ser induzidos e intensificados pelas atividades humanas. MEIO FÍSICO GEOLÓGICOS ENDÓGENOS EXÓGENOS MEIO BIOLÓGICO: praga de gafanhotos, epidemias, etc. PROCESSOS Escorregamentos e processos correlatos erosão e assoreamento Subsidências e colapsos de solo Solos expansivos Terremotos, atividades vulcânicas, etc.. ATMOSFÉRICOS Secas, tufões, granizo, geada, etc.. HIDROLÓGICOS Enchentes e inundações Figura 11 - Principais tipos de riscos ambientais (Cerri 1993; In: Augusto Filho,1999). 3.1.3 - Definição de erosão Se entende por erosão o processo de “desagregação e remoção de partículas do solo ou de fragmentos e partículas de rocha, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo e/ou organismos (plantas e animais). (IPT, 1986; In: Salomão, op. cit.). A erosão pode ser dividida em: erosão natural ou geológica e erosão acelerada ou antrópica, a primeira, é causada geralmente pelos diversos agentes exodinâmicos, tais como: vento (eólica), água das chuvas (pluvial), águas correntes, sem que haja a intervenção do homem (Vieira et al. 1995). A segunda, cuja intensidade, sendo superior 30 a da formação do solo, não permite a sua recuperação natural (Salomão, op. cit.), é causada pelo desequilíbrio das condições naturais devido a intervenção do homem. Causas e conseqüências dos processos erosivos - Salomão (op. cit.) destaca que a ocupação humana, iniciada com o desmatamento e em seguida pelo cultivo da terra, criação e expansão das cidades, sobretudo quando se efetua de modo inadequado, constitui o fator decisivo da origem e aceleração dos processos erosivos. A partir da ocupação inadequada dos solos, estes passam a ser controlados por processos naturais tais como: chuva, relevo, tipo de solo e cobertura vegetal, e segundo Guerra (1994) é por causa da interação entre esses fatores que determinadas áreas sofrem mais com os processos erosivos que outras. Guerra (op. cit.) subdivide esses fatores em erosividade (causada pela chuva), erodibilidade (oriunda das propriedades do solo), características das encostas e natureza da cobertura vegetal, acrescenta-se aqui, a influência do homem como agente acelerador dos processos erosivos, a intervenção antrópica pode alterar esses fatores, e consequentemente, apressar ou retardar os processos erosivos. Erosividade da chuva - Hudson (1961, In: Guerra, op. cit.) define erosividade como sendo a habilidade da chuva em causar erosão, porém apesar de ser uma definição bem simples, é necessária a investigação de alguns parâmetros como por exemplo: o total da chuva, a intensidade, além do momento e energia cinética das gotas de chuva. A água da chuva provoca a erosão do solo através do impacto das gotas sobre a superfície, caindo com velocidade e energia variável, e através do escoamento superficial (Figura 12). 31 Figura 12– Impacto das gotas de chuva na superfície do terreno (DAEE, 1990; In: Vieira et al. 1995). Apesar de muitos autores considerarem o total pluviométrico (diário, mensal, sazonal e anual) como um dos aceleradores dos processos erosivos, Wischmeier & Smith (1980, In: Salomão, op. cit.) consideram o produto da energia cinética total das gotas de chuva e sua intensidade máxima em trinta minutos a melhor relação encontrada para medir a potencialidade erosiva da chuva. El-Swaify et al. (1982, In: Ponçano e Prandini 1987) destacam que as chuvas tropicais acarretam maior erosão que em outras regiões, o que é ocasionado devido a maior energia da chuva; a qual está relacionada com o maior número e tamanho das gotas de chuva por unidade de tempo. De acordo com Founier (1975, In: Vieira 1998), pode se medir a energia cinética das gotas de chuva com base em sua massa e velocidade da queda. A velocidade da queda é produto de sua massa e diâmetro, porém a mesma não é constante, aumenta a medida que alcança a velocidade limite, que corresponde a uma distância percorrida maior que 20 metros. 32 Erodibilidade do solo - Segundo Guerra (op. cit.), as propriedades físicas do solo são de grande importância nos estudos de erosão, porque, juntamente com outros fatores, determinam a maior ou menor susceptibilidade à erosão. As propriedades físicas do solo, principalmente textura, estrutura, permeabilidade, e densidade; e as características químicas, biológicas e mineralógicas, exercem diferentes influências na erosão, ao ortogar maior ou menor resistência ação das águas (Salomão, op. cit.). A textura, ou seja, o tamanho das partículas, influi na capacidade de infiltração e de absorção da água da chuva, interferindo no potencial de “torrentes” do solo, e em relação a maior ou menor coesão entre as partículas (Salomão, op. cit.). Além de quê, as diferenças entre as frações granulométricas ocasionam uma maior ou menor suceptibilidade a erosão, onde Famer (1973; In: Guerra 1994) destacam que solos que apresentam um grande teor de silte e areia média são mais facilmente erodidos, enquanto que os solos ricos em argilas são mais resistentes aos processos erosivos (Guerra, op. cit.). A estruturação, ou seja, o modo como se comportam as partículas do solo, semelhante a textura, influencia diretamente na capacidade de infiltração e absorção da água de chuva, e na capacidade de transporte das partículas do solo. Assim sendo, solos com estrutura micro-agregada apresentam, alta porcentagem de poros e, consequentemente alta permeabilidade, o que favorece a infiltração das águas. (Salomão, op. cit.). De acordo com Vieira (1998) a densidade aparente dos solos é um fator de grande importância no estudo das feições erosivas. Segundo Salomão (1995), a densidade do solo é inversamente proporcional a porosidade e permeabilidade. Solos compactados apresentam altas densidades e consequentemente a diminuição dos poros, o que vem ocasionar a formação de escoamento superficial. As características químicas, biológicas e mineralógicas do solo influem no estado de agregação entre as partículas, aumentando ou diminuindo a resistência do solo à erosão (Salomão, op. cit.). 33 A matéria orgânica incorporada ao solo permite maior agregação e coesão entre as partículas (Salomão, op. cit.), além de ser responsável pela geração de crostas (formadas a partir da quebra dos agregados pelos pingos de chuva), tornando os solos mais estáveis na presença de água, mais poroso, e com maior poder de retenção de água. Cobertura Vegetal - Os fatores relacionados à cobertura vegetal podem influenciar os processos erosivos de várias maneiras: através dos efeitos espaciais da cobertura vegetal, dos efeitos na energia cinética da chuva, e do papel da vegetação na formação de húmus, que afeta a estabilidade e teor de agregados (Guerra, op. cit.). Bertoni & Lombardi Neto (1985; In: Salomão, op. cit.), destacam como principais efeitos da cobertura vegetal a: • Proteção contra o impacto direto das gotas de chuva; • Dispersão e quebra da energia das águas de escoamento superficial; • Aumento da infiltração pela produção de poros no solo pela ação das raízes; • Aumento da capacidade de retenção da água pela estruturação do solo por efeito da produção e incorporação da matéria orgânica. Porém, Vieira (1998), revendo a afirmação de Founier (1975) de quê uma gota de chuva alcança a “velocidade limite” ao percorrer mais de 20 metros, destaca que na Amazônia devido a uma grande quantidade de espécies de árvores que possuem altura superior a 20 metros, as gotas de chuva primeiramente retidas nas copas dessas árvores, ao cair na forma de gotejamento, podem atingir a velocidade limite. Segundo Coelho Netto (1994; In: Vieira, 1998), a importância fundamental da cobertura vegetal deve-se ao fato da mesma reter parte da água precipitada na copa e no tronco, permitindo assim a infiltração mais rápida, além da proteção do solo gerada pela formação de serrapilheiras. 34 Características das Encostas - Os fatores relacionados as características das encostas que podem ocasionar a formação de feições erosivas são: declividade, comprimento e forma da encosta. Os processos erosivos nas encostas são ocasionados pelo escoamento superficial e pelo impacto das gotas de chuva ao longo da vertente. Porém Morgan (1986; In: Guerra, op. cit.) destaca que em encostas muito íngremes, a erosão pode diminuir devido ao decréscimo de material disponível. Luk (1979; In: Guerra, op. cit.), após ensaios técnicos em vários tipos de solos na região de Alberta (Canadá), concluiu que os solos com maior erodibilidade são aqueles situados em encostas com 30° de declividade. Vários trabalhos descrevem que o escoamento superficial aumenta em velocidade e quantidade, à medida que o comprimento das encostas aumenta (Guerra, op. cit.). Outro fator que influencia a erodibilidade dos solos é a forma das encostas, onde Hadley et al. (1985; In: Guerra, op. cit.) enfatizam que a forma das encostas pode ser mais importante que a declividade na formação dos processos erosivos. Betoni (1959; In: Salomão, op. cit.) a partir de experimentos realizados no estado de São Paulo, determinou uma equação, a qual permite calcular as perdas médias de solo em diferentes graus de inclinação e comprimento das encostas: LS= 0,0098L0,63S1,18 onde: LS= Fator topográfico L= Comprimento da encosta (m) S= Grau de inclinação (%) Porém o estudo das características dos processos erosivos ocorrentes nas encostas, não pode ser realizado de forma segmentada, sendo mais apropriado o estudo dos parâmetros em conjunto, pois segundo Guerra (op. cit.), as características relativas à declividade, comprimento e forma das encostas, atuam em conjunto entre si e com outros fatores relativos à erosividade da chuva, bem como as propriedades do solo, promovendo maior ou menor resistência à erosão. 35 A Intervenção Humana - Apesar dos fenômenos erosivos serem de origem natural, ou seja, ocorrerem naturalmente ocasionados pela ação dos agentes exodinâmicos (vento, chuva, gelo, etc.), a partir da interação do homem com o meio ambiente estes fenômenos tendem a serem acelerados. Com a retirada da cobertura vegetal objetivando a preparação do solo para cultivo e pastagem nas áreas rurais, e ocupação de forma inadequada, construção de aparelhos urbanos deficientes (canaletas, ruas, calçadas, etc.), e aterros realizados sem que haja a prevenção e controle dos processos erosivos nas áreas urbanas, o terreno fica susceptível à erosão, primeiramente devido a ação direta das águas de chuva e posteriormente pelo desenvolvimento do escoamento superficial, responsável pela erosão linear, desenvolvendo sulcos, ravinas e voçorocas, causando desde prejuízos materiais, até acidentes com vítimas fatais. Leinz & Amaral (1989) destacam a influência do homem na aceleração dos processos erosivos, ao estabelecerem parâmetros de perda de solo: Mata- 4 kg de solo removidos por hectare; Pastagem- 700 kg de solo removidos por hectare; Cafezal- 1.100 kg de solo removidos por hectare; Algodoal- 38.000 kg de solo removidos por hectare. Processos Erosivos Básicos - A erosão dos solos é um processo que ocorre em duas fases: uma que constitui a remoção de partículas, e outra que é o transporte desse material, efetuado pelos agentes erosivos. Quando não há energia suficiente para continuar ocorrendo o transporte, uma terceira fase acontece, que é a deposição desse material transportado (Guerra, op. cit.). Segundo Guerra (op. cit.), os processos erosivos básicos são de importância fundamental para que se compreenda como a erosão ocorre e quais as suas conseqüências, e complementa destacando que é a partir da compreensão das características relativas a infiltração, armazenamento e geração de escoamento superficial e subsuperficial; bem como os processos de piping, splash e a formação de crostas na superfície do solo é que se pode entender como se dão os processos erosivos básicos. 36 Infiltração, armazenamento e geração de escoamento superficial - Os dois eventos iniciais por água de chuva, e que de alguma maneira formam a seqüência básica de todos os processos erosivos por água, abrangem o impacto das gotas de chuva e a erosão por escoamento (Ponçano & Prandini, 1987). Quando ocorrem as chuvas, parte da água cai direto no terreno (devido a ausência de vegetação ou baixa densidade da cobertura vegetal), enquanto parte fica retida na copa das árvores, onde uma pequena parte desta água retida pelas árvores evapora (evapotranspiração) e o restante chega ao solo por gotejamento, ou escorrendo pelo caule das árvores. A água que atinge o solo, seja por ação direta ou por gotejamento, ocasiona a erosão por salpicamento (splash erosion) desde que a superfície do terreno esteja desprotegida devido a ausência da camada de matéria orgânica. O índice que mede a velocidade com que a água da chuva infiltra no terreno é denominado Taxa de Infiltração (Morgan, 1986; In: Guerra, op. cit.). A água infiltra-se no solo devido a ação da gravidade e capilaridade. Essas taxas, variam no decorrer de uma chuva, porém variam também devido as características dos solos. Solos arenosos possuem taxas de infiltração maiores que os argilosos (Guerra, op. cit.). De acordo com Coelho Netto (1994; In: Vieira, 1998), quando ocorre a infiltração, as águas tendem a percolar no solo e migrar em diversas direções até atingir o nível freático. Segundo Horton (1945; In: Guerra, op. cit.), se a intensidade da chuva for maior que a capacidade de infiltração, ocorrerá o runoff, caso contrário, ou seja, se a intensidade da chuva for menor que a capacidade de infiltração não haverá a geração desse processo. 37 Escoamento Superficial - Quando o solo atinge seu limite de infiltração, tornando-se saturado em água, o excedente de chuva que atinge a superfície do terreno passa a concentrar em pequenas cavidades até escorrer, sendo denominado escoamento superficial saturado. O fluxo que escoa na superfície do solo apresenta-se, quase sempre, como uma massa de água, com pequenos cursos anastomosados e raramente, na forma de um lençol de água de profundidade uniforme (Guerra, op. cit.). A quantidade de solo erodida pelo escoamento superficial, depende de velocidade e turbulência do fluxo. Em Horton (1945; In: Guerra, op. cit.) o escoamento superficial é descrito recobrindo 2/3 ou mais das encostas, em uma bacia de drenagem, durante o máximo de precipitação de uma chuva, e ainda segundo este autor, o fluxo é decorrente da intensidade do evento chuvoso ser maior que a capacidade de infiltração do solo, cuja distribuição dá-se da seguinte maneira: o topo da vertente é uma zona sem fluxo (consequentemente sem erosão); a uma distância do topo, ocorre a formação do fluxo, devido a concentração de água; mais abaixo na encosta, a profundidade do fluxo aumenta, ocasionando a concentração das linhas de água, formando ravinas. É denominado escoamento superficial hortoniano, o fluxo gerado quando a intensidade da chuva é maior que a capacidade de infiltração (Coelho Netto, 1994; In: Vieira, 1998). Esse processo ocorre quando a água não consegue infiltrar no solo devido à pressão causada pelo ar que tenta sair (Vieira, 1998). Tanto o escoamento superficial saturado quanto o hortoniano podem escoar sob forma caótica, sem seguir uma direção preferencial, o que é denominado escoamento difuso. Porém quando o fluxo de água passa a seguir por uma direção preferencial, este passa a ser denominado escoamento concentrado (erosão linear), com potencial erosivo maior que o difuso sendo responsável pela formação de sulcos, ravinas e voçorocas. De acordo com Guerra (op. cit.), a ausência de vegetação facilita o impacto das gotas de chuva, fazendo com que os agregados de solo se quebrem formando crostas na superfície do solo, o que gera um aumento no escoamento superficial. Morgan (1986; In: Guerra, op. cit.) salienta que as partículas mais susceptíveis à erosão pelo runoff são as entre 0,1 e 0,3 mm de diâmetro. 38 A diminuição do teor de matéria orgânica no solo não só afeta a fertilidade natural, como também diminui a sua resistência ao impacto das gotas de chuva, resultando, quase sempre, em aumento das taxas de escoamento superficial. Escoamento subsuperficial - É denominado escoamento subsuperficial, o movimento lateral da água no interior do terreno, e segundo Guerra (op. cit.), além de controlar o intemperismo, o escoamento subsuperficial afeta diretamente a erodibilidade do solo, devido as suas características hidráulicas, o que influencia no transporte de minerais em solução. Quando ocorre o escoamento subsuperficial em forma de fluxos concentrados, em túneis ou dutos, este possui um grande potencial erosivo, provocando o desabamento da superfície acima. Thornes (1980; In: Guerra, op. cit.) destaca que o movimento da água em subsuperfície dá-se devido diferenças potenciais de migração de líquidos em poros existentes no solo. Tal movimentação segundo (Whipkey & Kirby, 1978; In: Vieira, 1998) deve-se as características do terreno, tais como: topografia, perfil do solo e umidade antecedente às chuvas. Em uma encosta durante um evento chuvoso, pode haver movimento lateral de água (through flow), em condições saturadas, mesmo quando a chuva acaba (Guerra, op. cit.). Erosão regressiva - De acordo com Guerra (op. cit.), os dutos são grandes canais ou túneis, com diâmetros variando de poucos centímetros à vários metros, que são formados sob condições geoquímicas e hidráulicas especiais, ocasionando a dissolução e lixiviação de minerais em subsuperfície. Devido o transporte de grande quantidade de material em subsuperfície, os dutos tem seu diâmetro aumentado, o que pode resultar no colapso do solo situado acima levando a formação de grandes voçorocas (Guerra, op. cit.). A produção e o transporte de sedimentos, ao longo dos dutos são evidentes, podendo ser observados nos leques aluviais formados na saída dos dutos (Guerra, op. cit.). 39 A taxa de produção de sedimentos está relacionada ao fluxo de água dentro dos dutos e representam uma função direta desses fluxos. Os índices de umidade em subsuperfície, são resultantes da prolongada infiltração de água nos solos. Erosão por salpicamento - A erosão por salpicamento (splash erosion) é resultante do impacto das gotas de chuva na superfície do terreno que destroem os agregados de solo, lançando as partículas em várias direções, tanto para cima como para baixo, de uma encosta, porém segundo Guerra (op. cit.) quase sempre são transportadas para baixo a uma distância 3 vezes maior do quê para cima. De acordo com Guerra (op. cit.), a erosão por salpicamento pode diminuir em determinados terrenos, principalmente se o próprio salpicamento originar crostas na superfície, o que porém aumenta o escoamento superficial. A estabilidade dos agregados desempenham um papel importante na erodibilidade dos solos, pois uma vez formadas as crostas, o solo passa a ser menos susceptível a erosão. Thornes (1980; In: Guerra, op. cit.), destaca que a infiltração ocorre mais rápido, se o solo possuir agregados grandes e estáveis, reduzindo assim as taxas de escoamento superficial. Guerra (op. cit.) conclui que a única situação em que o solo selado pelas crostas não proporciona aumento do escoamento superficial é quando a superfície do solo se torna seca, de tal forma que se originam fendas, possibilitando com isso uma maior infiltração em relação ao escoamento. Sulcos, Ravinas e Voçorocas - Em Manaus vários trabalhos tem descrito a ocorrência de erosões (Carvalho et al. 1996, Vieira et al. 1995, Frota et al. 1997, Vieira 1998), entretanto geralmente generalizam estas feições sob o termo voçorocas, independente da forma, origem e evolução. Neste capitulo serão apresentadas as diversas definições acerca das características e processos de formação das feições de erosão linear, com base nas quais foi realizado o cadastramento das feições ocorrentes na área objeto dos estudos. 40 Os produtos da erosão linear são divididos em: sulcos, ravinas e voçorocas. Sulcos - De acordo com Ponçano & Prandini (op. cit.), o escoamento superficial das águas de chuva, pode formar apenas filetes, ou progredir sob a forma de escoamento laminar difuso e concentrado, ainda sem canais permanentes (o que vem, então a provocar a erosão por escoamento laminar difuso e concentrado – sheet and rill erosion). Canil et al. (1995), definem sulcos como sendo pequenas incisões no solo em forma de filetes muito rasos. Representam áreas em que a erosão laminar é mais intensa. Vieira (1998) postula que “ a partir do momento em que a água da chuva começa a correr na superfície do terreno por caminhos preferenciais (pequenas fissuras de até 5 cm de profundidade) e este são aprofundados pela força da água, atingindo profundidades de até 50cm, são denominados sulcos. A erosão nesse caso ocorre de maneira progressiva, seguindo a gravidade (de montante a jusante)”. Neste trabalho admite-se como sulcos aquelas feições erosivas lineares apresentando profundidades entre 5cm e 50 cm. Ravina - Ponçano & Prandini (op. cit.), destacam que “a passagem da erosão por escoamento concentrado a ravinas não se caracteriza por nenhum índice simples. Existe uma tendência a se admitir uma profundidade mínima para as ravinas, em torno de 30cm (J.Tricart, Com. Pessoal, 1970) ou 50cm (Imesom & Kwaad, 1980), ou ainda a profundidade máxima possível de ser obliterada por operações mecânicas de manejo agrícola (Soil Conservation Soil).” Segundo Vieira (1998) “ as ravinas na verdade são o aprofundamento dos sulcos, com profundidade que fica entre 0,50cm e 1,5cm apresentando um crescimento tanto progressivo (montante à jusante), como regressivo (jusante à montante), muito embora prevaleça o crescimento progressivo.” Segundo Canil et al. (1995), as ravinas apresentam forma retilínea, alongada e estreita, não chegam a atingir o lençol freático e possuem perfil transversal em “v”. Ocorrem entre eixos de drenagens, muitas vezes associadas a estradas, trilhas de gado e carreadores. São decorrentes do aprofundamento dos sulcos, com profundidade entre 41 0.5m e 1.5m, formada essencialmente pelo escoamento de água superficial. O que segundo Vieira (1998) é a diferença básica entre ravinas e voçorocas. Voçorocas - A denominação voçoroca ou boçoroca1 etmologicamente é proveniente do tupi guarani ibi-çoroc, e significa terra rasgada (Pinchler 1953, In: Ponçano & Prandini, op. cit.), ou mbaê-çorogca, que significa coisa rasgada (Furlani 1980, In: Ponçano & Prandini, op. cit.). Recebem também a designação de barrocas (Angola), Lavakas e Sakasakas (Madagascar), Dongas (África do Sul), Gully erosion (EUA), entre outras. No Dicionário de Língua Portuguesa (Ferreira, 1988; In: Lima et al. (1999), boçoroca ou voçoroca significa “desmoronamento oriundo de erosão subterrânea causada por águas pluviais que facilmente se infiltram em terrenos muito permeáveis, ao atingirem regiões de menor permeabilidade.” Segundo a Classificação Americana de Solos (Guerra, op. cit.), voçorocas são incisões erosivas que possuem profundidades superiores a 0,5 metro. Na classificação do Instituto de Pesquisas e Tecnologia (IPT), as voçorocas tem como principais características a queda em bloco e o afloramento do lençol freático e/ou surgência de água (Vieira, 1998). Oliveira et al. (1994; In: Vieira, 1998) descrevem voçorocas como sendo canais incisos que estão ligados à dissecação do relevo, decorrentes da ação integrada entre processos geomorfológicos, tais como: escoamento de fluxos de água superficiais e movimentos de massa nos domínios da encosta. No glossário de Termos Técnicos de Geologia de Engenharia (In: Lima et al. 1999) boçoroca é definida como “ uma forma erosiva, trabalhada pela erosão superficial e pelo solapamento provocado pela erosão subterrânea, em terrenos geralmente arenosos.” De acordo com Goudie (1985; In: Guerra, op. cit.), as voçorocas não podem ser obliteradas por máquinas agrícolas, diferente das ravinas, porém este autor não estipula 2 Boçoroca segundo Paulo Leite (In: Vieira, 1998), trata-se de um “regionalismo paulista” para o termo voçoroca, neste capítulo ambas as denominações serão utilizadas indistintamente, porém nos próximos, será utilizada a denominação “voçoroca” para feições erosivas ocorrentes na cidade de Manaus. 42 limites precisos acerca da profundidade e largura entre as duas incisões erosivas. Segundo Guerra (op. cit.) existem diversas classificações abordando os limites de profundidade e largura entre ravinas e boçorocas. As boçorocas são “produtos da ação combinada das águas do escoamento superficial e subterrâneo, desenvolvendo processos/fenômenos como piping, liquefação de areias, deslizamentos, corridas de areia, etc., compondo o quadro evolutivo mais complexo da erosão linear”(Guidicini & Nieble, 1976 In: Canil et al. 1995). São erosões de grande porte, com formas variadas e de difícil controle. Quando se instalam ao longo dos cursos d’água, principalmente nas suas cabeceiras são denominadas boçorocas de drenagem. As boçorocas também podem formar-se a partir do aprofundamento de ravinas até o nível freático e são denominadas de boçorocas de encosta. Em geral, as boçorocas são ramificadas, de grande profundidade, apresentam paredes irregulares e perfil transversal em “u”. Nesta pesquisa será utilizada a definição proposta por Santos Junior (2000) onde, as voçorocas são em linhas gerais, produtos de intensa atividade erosiva, que surgem nas áreas urbanizadas e rurais, resultantes dos fatores naturais atuantes e do grau de atuação antrópica, é caracterizada por apresentar vales em “u”, com comprimento superior a 10 metros, largura e profundidade acima de 2 metros, podendo ou não apresentar escoamento superficial. Classificação das voçorocas - Oliveira et al. (1996; In: Vieira, 1998), destacam três tipos principais de voçorocas: as conectadas, que estão associadas ao escoamento hipodérmico e/ou subterrâneo nas partes baixas da encosta; as desconectadas, que ocorrem na porção superior da encosta, e estão ligadas ao escoamento superficial; e um terceiro tipo que é resultado da junção dos dois tipos anteriores, porém neste trabalho o termo integrada será utilizado para denominar voçorocas que ocupam desde a parte inferior até a superior da encosta, cuja origem não está ligada a integração de uma voçoroca conectada e uma desconectada, e sim a uma feição surgida na parte baixa da encosta com posterior evolução em direção a parte superior (Vieira, 1998) (Figura 13). 43 I - Vo çoroc a c onecta da II - Voçoroc a d esconec ta da III - Integ ra çã o d os d ois tipos de voço ro cas Figura 13 - Modelo conceitual para evolução de voçorocas (Oliveira et al. 1996; In: Vieira, 1998). Forma das voçorocas - Para determinação das formas das voçorocas foi utilizada a classificação de Ireland (1939, modificada por Vieira, 1998), que é constituída pelas seguintes formas: a) linear, b) bulbiforme, c) dendrítica, d) em treliça, e) paralela, f) composta e g) retangular (Figura 14). Figura 14 - Forma das voçorocas (Ireland 1939; In: Vieira, 1998). 44 3.1.4 - Definição de áreas inadequadas à ocupação urbana. De acordo com Krebs & Giugno (1994), “ Áreas Impróprias à Ocupação Urbana: São aquelas em que o meio físico não apresenta características adequadas para receber as modificações impostas pelos processos de urbanização, sem estarem sujeitas a potenciais riscos geológicos, geotécnicos ou graves problemas ambientais.” Áreas Com Sérias Restrições à Ocupação Urbana: São aquelas onde as características do meio físico contra-indicam a ocupação urbana intensiva, principalmente pelas dificuldades de implantação de uma urbanização convencional, já que são requeridos serviços especiais de infra-estrutura para garantia de segurança dos habitantes, bem como para minimizar os impactos negativos ao meio ambiente. Áreas Adequadas à Ocupação Urbana: São aquelas cujas características do meio físico possibilitam sua ocupação sem necessitarem cuidados técnicos especiais. 3.2 - Trabalhos aplicados relacionados ao tema estudado na cidade de Manaus e em outras regiões do país; Neste tópico serão apresentados alguns trabalhos aplicados na região de Manaus e em algumas cidades do país, considerados relevantes no desenvolvimento deste projeto. Segundo Mazzeo & Ramos (1989), “A concentração de pessoas e o desenvolvimento das mais diversas atividades em centros urbanos enseja, em princípio, poluição ambiental. O tamanho de uma metrópole, sua situação geopolítica (se num país desenvolvido e rico ou num em desenvolvimento e pobre) e geográfica (se no equador ou em altas latitudes) são algumas causas que influenciam a questão da poluição metropolitana.” 45 De acordo com Silva & Silva (In: Ferreira et al., 1993), “as altas taxas de precipitação na Amazônia contribuem para existência dessa extensa e densa rede de igarapés na região. Estes ambientes, em seu estado natural, são importantes não somente para a manutenção dos organismos que nele habitam, mas também têm grande importância para o homem da região, pois servem de via de locomoção, fonte de alimento, fornecimento de água boa para os mais diferentes usos como beber, cozinhar, higiene pessoal, lavar roupa e etc.” Entretanto nos centros urbanos da região , que estão localizados em áreas de terra-firme, os igarapés perderam todas essas funções e utilidades e isso se agrava mais em cidades como Manaus, onde os igarapés que drenam a área urbana estão praticamente todos poluídos e alguns completamente destruídos. O atual estado dos igarapés que ainda existem é bastante deplorável, sob todos os aspectos, podendo apenas estar servindo como meio para proliferação de doenças entre a população que habita estas áreas ou próximas a elas. Os igarapés fazem parte da cultura da população manauara e constituem-se numa alternativa de lazer (os chamados "banhos"), principalmente para a população de baixa renda. A evolução da degradação nos lugares que ainda hoje são utilizados para este fim certamente os tornará impróprios para estas atividades. Pelo trabalho de Melo (In: Ferreira et al. 1993), “verifica -se que quem habita as áreas de igarapés, em Manaus, é a parcela mais pobre da população, isto pelas “vantagens” que esta localização oferece. O ideal seria que essa população fosse removida dessas áreas, principalmente pelas péssimas condições de vida nestes locais, e também porque o poder público talvez não disponha de tecnologia para dotar estas áreas com o mínimo de condições para a habitação (saneamento, luz elétrica, água potável e etc.). Grande parte da população das áreas de igarapés é oriunda de cidades do interior e de várias zonas rurais do Estado, que ainda hoje estão chegando a Manaus. Por causa disso é necessário implementar ações que sejam efetivamente capazes de manter essas pessoas em seus locais de origem, e isto significa oferecer a elas escolas, hospitais, emprego ou apoiar atividades que essas pessoas desenvolvem como: agricultura, pecuária, artesanato, pesca, extrativismo etc. Se essas populações tiverem acesso a esse serviços e oportunidades, provavelmente jamais se aventurarão a enfrentar a vida na 46 periferia ou em zonas insalubres de Manaus, onde estarão sujeitos a toda sorte de problemas. Segundo Nava et al. (1994), "Manaus concentrando 66,96% da população do Estado do Amazonas, apresenta um quadro de ocupação de seu espaço físico, caótico e inadequado. Com o desenvolvimento da Zona Franca, nas décadas de 70 e 80 a cidade tornou-se o maior centro receptor dos fluxos migratórios regionais. A crise econômica que se acentuou no final dos anos 80, provocou uma redução nas atividades industriais e comerciais, que se refletiu na diminuição do nível de empregos e conseqüentes problema sociais, além disso, existe o fato da população mais carente estar sendo compelida a ocupar os espaços públicos ou os mais baratos, sendo estes últimos, geralmente, coincidentes com as áreas de maior risco, como é o caso dos residentes nos igarapés e nas áreas com declives acentuados”. Carvalho et al., (1996) publicam no 39o Congresso Brasileiro de Geologia o artigo intitulado "Problemas Urbanos na Cidade de Manaus" no qual destacam duas questões fundamentais no que concerne a problemas geológicos: 1) A caracterização litológica dos sedimentos ocorrentes na região implicam em materiais altamente susceptíveis aos processos erosivos, culminando com o aparecimento de voçorocas e desmoronamento de flancos de cortes, causando destruição de obras e colocando em risco a vida da população do local. 2) A existência de perturbações relacionadas aos efeitos de processos neotectônicos, poderá vir a provocar graves danos a obras civis que eventualmente foram, de forma inadvertida, construídas sobre as mesmas. Alecrim et al., (1997) apresentam o trabalho "Meu Bem Meu Mal: Uma Área Inadequada à Ocupação Urbana" no V Simpósio de Geologia da Amazônia; ressalta-se que este trabalho foi o primeiro a utilizar o conceito de multidisciplinaridade no âmbito do Departamento de Geociências da UFAM. no estudo de áreas inadequadas na cidade de Manaus, tendo como participantes além de professores e estudantes do Departamento de Geociências, estudantes dos cursos de Estatística e Geografia. 47 Frota et al., (1997) publicam na 2a Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas, no Rio de Janeiro, um estudo sobre o movimento de massa ocorrido no Conjunto Canaranas. De acordo Alecrim & Santos Júnior (1998), a expansão populacional e física da cidade de Manaus vem sendo realizada em uma velocidade acima da média das outras capitais do país, devido ao desenvolvimento gerado na região desde a implantação da Zona Franca e consequentemente contribuindo para a degradação do meio-ambiente. Bento (1998) realiza o Mapeamento Geotécnico da Área Urbana de Manaus em sua dissertação de mestrado; apresentados como resultados 16 cartas geotécnicas, as quais tem servido com subsídio para os estudos realizados na cidade. Vieira (1998) em sua dissertação de mestrado denominada "Erosão por Voçorocas em Áreas Urbanas: O Caso de Manaus (AM)", identifica as principais causas do surgimento e evolução da erosão por voçorocas em Manaus, sua distribuição espacial e conseqüências sociais e urbanas. De acordo com Alves et al. (1998), o não planejamento do crescimento urbano e o mal uso do meio físico, aliados a ausência de infra-estrutura básica causam intensa degradação ambiental nos grandes centros urbanos brasileiros. Segundo Viana (1998), Belo Horizonte apresenta inúmeros problemas urbanoambientais relacionados á inadequação da ocupação humana às características físicas de seu território. Neste contexto, os processos erosivos assumem papel de destaque devido á grande extensão de áreas de elevada susceptibilidade á erosão que vem sofrendo a atuação de intervenções antrópicas, responsáveis pela deflagração desses processos. Assoreamento e inundação; exposição ao risco geológico; rebaixamento local e possibilidade de contaminação do lençol freático; perda de áreas e de patrimônios públicos e privados, poluição visual e depreciação imobiliária, são impactos que derivam da ocorrência de processos erosivos. 48 Para que a reabilitação ambiental e urbana das áreas afetadas por erosão se torne efetiva e economicamente viável, é necessário que as propostas de intervenção fundamentem-se na fenomenologia do processo e na visão integrada do ambiente e das correlações de causa e efeito, buscando a mitigação de todos os impactos associados. A prevenção, por outro lado, passa pelo conhecimento da predisposição do território á erosão e da influência das atividades antrópicas no desencadeamento do processo, requerendo, portanto, o planejamento da expansão e consolidação urbana através da determinação de usos, padrões de ocupação e intervenções que sejam compatíveis com as características do substrato. Entretanto, geólogos, geomorfólogos, urbanistas, arquitetos, geotécnicos, hidrólogos e engenheiros civis, entre outros profissionais, normalmente abraçam esta temática sem ultrapassar os limites de suas ciências e, portanto, sem usufruir das interações necessárias á proposição de soluções adequadas. Falta, na prática corrente, a formação de interfaces entre estas áreas do conhecimento humano onde seja possível disponibilizar as informações de forma legível para todos os atores envolvidos. Bacellar et al. (1998) estudando a bacia do rio Maracujá determina que, “esta apresenta-se muito afetada pelo fenômeno da erosão acelerada, que se manifesta sob a forma de erosão laminar ou linear (sulcos, ravinas e voçorocas). A magnitude e a freqüência das ravinas e voçorocas é tamanha que chega a impossibilitar o uso e ocupação de extensas áreas desta bacia”. Krebs (1998) descreve que “Em Santa Catarina, a CPRM, em parceria com a Secretaria do Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente - SDM, vem auxiliando as prefeituras municipais no planejamento urbano. Este trabalho sintetiza informações a respeito da reavaliação do Plano Diretor de Criciúma, SC. Mostra os critérios adotados para a seleção das cartas elaboradas, bem como os principais resultados alcançados.(..) A seleção das cartas a serem elaboradas é função das características de cada cidade ou região a ser estudada, dependendo, principalmente, do tipo de ocupação urbana existente, situação dos recursos hídricos, tipologia de suas indústrias, atividades mineiras e atividades agropastoris”. 49 Siqueira et al. (1998) citam que “A ocupação desordenada do solo, o permanente conflito entre a sobrevivência da população e a preservação da mata nativa e a falta de consciência ecológica da população, aceleraram nas últimas décadas o processo de degradação do solo, o desmantelamento da cobertura vegetal nativa (principalmente mata ciliar) de forma desordenada e a continua modificação das propriedades físicas do solo, resultam na diminuição da matéria orgânica no solo, afetando diretamente a produtividade agrícola. Este processo cíclico é apenas um exemplo de impactos que a região de Santa Fé do Sul enfrenta”. De acordo com Szlafsztein & Fonseca (1998), a ocorrência de processos geodinâmicos em áreas antrópizadas provoca, dependendo da vulnerabilidade da população e da infra-estrutura, severos acidentes naturais, afetando o homem e manifestando-se em forma de mortes, ferimentos e prejuízos sócio-econômicos e ambientais. A região Amazônica caracteriza-se pela baixa densidade de população, concentrada principalmente nas capitais, escassa intervenção do homem no meio, e pobre contribuição à economia do País. Consequentemente, esta situação possibilita que, a ocorrência de fenômenos, originários de situações de desastres naturais na região, não seja considerada com a sua real importância pelos investigadores e dirigentes do País. Escassos trabalhos de investigação descrevem, na região, os impactos e conseqüências de freqüentes inundações, fortes ventanias, sismos, e a ação dos processos erosivos costeiros. Entre os métodos de análise de riscos naturais, destaca-se o denominado “análise histórica”, que, ante a escassez de outros registros, utiliza como fonte de informação as noticias de jornais e programas de televisão e rádio. Na região, são mais importantes os processos geodinâmicos externos, desencadeados pelas precipitações, como eventos naturais com, possíveis impactos desastrosos. Consequentemente, analisa-se os exemplares publicados entre os meses de Janeiro a Junho de cada ano, período conhecido popularmente como “Inverno do Norte”, onde se registra os maiores índices pluviométricos da região Norte. 50 Lima et al. (1999) realizam o trabalho intitulado "Relação entre a Geologia Estrutural e a Formação de Boçorocas na Área Urbana de Manaus" no 9o Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia. Nava (1999) elabora o "Mapa de Vulnerabilidade aos Processos Erosivos da Porção Sudeste da Cidade de Manaus, Amazonas" através do cruzamento dos mapas temáticos: Mapa Geológico-Estrutural Simplificado, Mapa de Declividade, Mapa de Uso do Solo e Mapa Geomorfológico Simplificado. Santos Júnior & Bechman (1999) apresentam o trabalho "Problemas SócioAmbientais Decorrentes da Ocupação Inadequada na Cidade de Manaus-Am" no VI Simpósio de Geologia da Amazônia, no qual expõem os resultados obtidos em um estudo de caso realizado no Bairro do Mauazinho, zona Leste da cidade de Manaus. Silva (1999) realiza através do uso de técnicas de processamento digital de imagens do TM/LANDSAT -5 e RADARSAT, o mapeamento geológico da região de Manaus, definindo uma metodologia que poderá servir como subsídio para determinação da evolução da mancha urbana Santos Júnior (2000) apresenta como monografia o trabalho "Problemas Ambientais Causados por Erosão Linear Em Uma Porção da Área Urbana de Manaus (Bairro Cidade Nova)", cujo objetivo era cadastrar os produtos da erosão linear (sulcos, ravinas e voçorocas) quanto à forma, origem evolução e possíveis riscos ambientais. Neste trabalho o autor propõe uma definição mais adequada à cidade de Manaus, para as feições erosivas denominadas “voçorocas”. 51 3.3 - Notícias veiculadas nos jornais da cidade. Neste item serão apresentados alguns artigos veiculados em jornais impressos e comercializados na cidade de Manaus, onde é possível perceber que periodicamente ocorrem acidentes provocados por deslizamentos de encostas, inundação de igarapés, e outros impactos ocasionados pela ocupação de áreas inadequadas. Alguns destes artigos encontram-se transcritos de forma integral, enquanto outros foram resumidos com o intuito de destacar apenas as notícias de real interesse à este trabalho, porém sem que tenha havido mudança na idéia do autor original. Essas reportagens refletem quando assinadas a opinião dos autores, e quando não, a linha editorial do jornal mencionado. Jornal A Crítica, 29 de novembro de 1998 DEFESA CIVIL ESVAZIA ÁREAS AMEAÇADAS Técnicos da Defesa Civil e URBAM notificaram ontem os donos das casas em Manaus que serão demolidas porque correm risco de cair em função das chuvas. A Prefeitura vai demolir três casas da Avenida Beira-rio de Educandos (Zona Sul) e mais quinze passarão imediatamente por avaliação técnica. Todas estão localizadas em um terreno que está desmoronando por causa de enxurradas provocadas por chuva, que se intensificam anualmente entre janeiro e abril. Os donos das 18 casas foram notificados ontem pela Comissão de Defesa Civil da Prefeitura. Cerca de 100 pessoas moram no local. O mesmo trabalho será feito nos bairros da Glória, São Raimundo, Redenção e Santa Etelvina. Os moradores disseram que tem medo das chuvas, mas ainda não decidiram se vão aceitar a proposta da Prefeitura de doar terrenos na Zona Leste e até material de construção. O pescador Francisco Cândido da Silva, 38, já havia deixado sua casa que começou a ser aterrada e está sob risco de cair depois da chuva da última sexta feira. 52 “Estou na casa de minha irmã, que é um pouco acima mas também há risco lá”, informou. Ele estava em dúvida sobre a proposta da Prefeitura. “Eu trabalho aqui próximo e não tenho condições de ir para a Cidade de Deus”. A dona de casa Deusolita Lopes, 83, disse que, quando chove, sua família se acomoda na sala com medo que a casa caia. “Há alguns anos tinha até coqueiro no quintal, mas agora é só precipício”. Vivaldo e o Presidente da URBAM, Waldilson Cruz, detectaram também que a grande quantidade de canos de esgoto e água servida caindo no barranco, o que acentua mais a possibilidade de desmoronamento, explica. Os moradores das casas localizadas na pista foram notificados porque despejam água no barranco. Eles deverão fazer ligações condizentes com o local. Isso, no entanto não deve durar muito, segundo o morador José Rodrigues, 60. “Eu fiz isso, mas eles (os moradores da parte extreminada de baixo) retiram os canos e a água volta a cair no barranco”, explicou ele que, mesmo assim, prometeu refazer novamente a ligação. Jornal A Critica, 5 de janeiro de 1999 CASAS SOB RISCO VOLTAM A SER HABITADAS MESMO SOB AMEAÇA CONSTANTE DE ALAGAÇÃO E DESABAMENTO, MORADORES DO BAIRRO SÃO JORGE RETORNAM PARA AS CASAS ALEGANDO NÃO TER OUTRA ALTERNATIVA. A previsão de intenso período de chuva a partir deste mês em decorrência do fenômeno La Niña não é suficiente para determinar a desocupação das áreas consideradas de risco na cidade. Apesar de ficarem assustados e apreensivos com as chuvas que se repetem diariamente, os moradores das áreas sujeitas a alagação e desabamento em Manaus afirmam não ter outra alternativa. Os moradores do beco Meu Cantinho, no Jardim dos Barés, no bairro São Jorge (Zona Oeste), que já haviam abandonado suas residências ameaçadas de serem engolidas pelo igarapé do São Jorge, começaram a retornar para as casas na área de risco. Nem as fortes chuvas no início da manhã de ontem foram suficientes para fazer os moradores mudarem de idéia. 53 A cozinheira desempregada Maria do Socorro Nascimento, 41, disse que não pode continuar ocupando a casa de uma irmã com seus quatros filhos. “Estamos cansados de esperar que a Prefeitura ofereça um local pra gente se mudar. Não tenho dinheiro pra pagar aluguel e vou ter que reconstruir minha casa no local de risco mesmo” , afirma. Ela estava ontem com seus filhos trabalhando na reforma de sua residência. A dona de casa Maria do Espirito Santo, 37, moradora da rua Elvira Dantas, também no São Jorge é outra residente de área de risco que vai retornar com seus filhos para o imóvel ameaçado. Ela afirma não ter condições de custear o aluguel de um quarto a R$ 25,00 por semana. Sua casa já teve alguns esteios arrancados pela força das águas e não é preciso muito vento para fazê-la balançar. Ela disse que os representantes da Defesa Civil já foram até a sua residência, mas nada de concreto foi feito para solucionar o problema. Gerson Severo Jornal A Critica, 23 de dezembro de 1999 DESABAMENTOS – RISCOS AUMENTAM COM A CHUVA O perigo de desabamento em diversas áreas de Manaus pode aumentar nos próximos meses com a chegada do período das chuva. De acordo com o acompanhamento feito pela Comissão de Defesa Civil (COMDEC) da Prefeitura, em todas as zonas da cidade existem riscos, “no momento ainda não existe a possibilidade de fazermos a remoção de moradores, mas com a chegada do período de chuvas os riscos certamente serão maiores” , disse o Presidente da COMDEC, Vivaldo Barreto. Segundo Vivaldo, as áreas urbanas mais críticas são a rua Preciosa, no bairro João Paulo, Zona Leste; e na rua Amazonas, no bairro Nova Floresta, Zona Norte. “São barrancos que sofrem com a queda de águas pluviais e também oriundas das casas” , conta Vivaldo. Outra área que causa preocupação está localizada na rua Dr. Aprígio, em Aparecida, Zona Sul, onde a mudança no curso do Rio Negro, na confluência com o igarapé do São Raimundo, fez com que as águas atingissem algumas casas. “Isso 54 provocou a queda de uma varanda e um banheiro na casa mais afetada” , contou Vivaldo. Nas áreas de beira-rio o risco é potencializado pela derrubada da vegetação que ajuda a fixar o barro. Na comunidade conhecida como Monte Cristo, na Compensa, Zona Oeste, o barranco que há 20 anos estava a, pelo menos, 10 metros distante da primeira casa hoje está a menos de dois. Improvisação - Morador do beco São Sebastião há 16 anos, o marítimo Manoel Campos de Souza, 54, disse que uma camada de piçarra natural de quase um metro de largura é o que segura o barranco, pois a vegetação é muito fraca. “ Aqui tinha uma rua de mais de 10 metros que foi engolida com os desmoronamentos” , lembra. Apoio divino – “Com ajuda de Deus, nada acontecerá” - Morando na “beiri nha” do barranco do beco São Sebastião há quase 40 anos, a doméstica Ilda Araújo Oliveira, 60, disse que normalmente não há risco na área, mas depois que um galpão começou a ser construído no sopé do barranco houve um desmoronamento que levou parte do terreno de sua filha e vizinha. “Um trator mexeu lá embaixo e depois de algum tempo aconteceu o desmoronamento” , conta, lembrando que após a reclamação de sua filha o dono do empreendimento prometeu dar-lhe uma casa em outra área da Compensa. “Medo de desabame nto nós temos, só que nos falta condições para sairmos daqui” , afirma. O barranco que sustenta o beco São Sebastião tem uma formação perigosa, pois a rua fica localizada no platô, enquanto embaixo a erosão e as enchentes do Rio Negro já levaram parte da base. “Perigo tem, mas com a ajuda de Deus, nada vai acontecer” , afirma Paulo Alexandre Siqueira, 20, que mora há um ano no lugar. 55 Nilson Belém Jornal A Critica 27/04/2000 TRAGÉDIA NA CHUVA Desmoronamento mata quatro - forte chuva que atingiu Manaus na noite de terça-feira provocou uma tragédia no bairro da Compensa, Zona Oeste. Quatro pessoas de uma mesma família morreram soterradas e outras quatro ficaram feridas no desabamento de uma casa construída no leito do igarapé do Franco, que transbordou mais uma vez. Três casas vizinhas também desabaram, ferindo cinco moradores. A tragédia aconteceu por volta de meia-noite de terça-feira, na hora em que chovia forte e ventava muito. Segundo a comunidade, a chuva torrencial é que teria provocado o aumento rápido do volume de água do leito do igarapé, causando danos à estrutura da casa de dois pisos e seu desabamento. Conforme disseram os sobreviventes, oito pessoas da família do comerciante José Joel Oliveira Barbosa, 42, estavam dormindo no segundo andar da casa de alvenaria, localizada na área que divide os bairros da Compensa, Vila da Prata e Santo Antônio. “Tudo aconteceu muito rápido. A casa começou a tremer e a rachar. Quando gritei para que todos saíssem rápido, já que ela estava desabando, não houve tempo e tudo veio abaixo” , relatou o comerciante, que perdeu a esposa e mais três filhos pequenos, no momento em que aguardava a liberação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML). As vítimas foram a dona de casa Marilene Vieira dos Santos, 37, e seus filhos José Oliveira Barbosa Júnior, 14, Josicley Vieira Barbosa, 12, e Maryjane, 10, que morreram esmagados por toneladas de concreto de parte da lage da casa que caiu sobre o igarapé. O comerciante José Joel disse que a esposa e os três filhos morreram porque dormiam no momento em que houve o desabamento, com exceção dele que estava acordado, observando, muito preocupado, o volume do leito do igarapé aumentar rapidamente por causa da chuva 56 A tragédia só não foi maior, segundo disse o próprio comerciante, porque dois de seus cinco filhos, Josimar Vieira Barbosa, 16, e Maria Josimara, 15, acordaram assustados com os gritos e correram tentando sair da casa. Josimara ainda teve tempo de tirar a filha Natália que dormia com ela na cama e colocá-la em seu colo. Foi nessa hora que a casa rachou, mas eles sobreviveram porque o local onde estavam abrigados não ruiu completamente. Mais tarde foram retirados com vida, com ferimentos leves pelo corpo. Como conseqüência do desmoronamento da casa do comerciante, mais três casas próximas desabaram. Elas foram construídas lado a lado, também ao longo das margens do igarapé. Apesar do incidente, poucos vizinhos saíram feridos, já que a maioria tinha abandonado suas residências ao pressentir o risco de desabamento. O socorro aos sobreviventes foi imediato. Vizinhos e populares se mobilizaram na tentativa de retirá-los do meio de toneladas de concreto e ferro. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o socorro só veio meia hora depois, quando cerca de 20 homens e três viaturas conseguiram remover parte da lage que não desabou e retirar as vítimas que foram levadas ao Pronto-Socorro Municipal 28 de Agosto e liberadas antes do amanhecer. Só uma mulher, moradora de uma das casas que desabou, permaneceu internada com a clavícula fraturada. Moradores sabiam que corriam risco - A casa que desabou matando quatro pessoas de uma mesma família já tinha sido condenada pela Defesa Civil e o próprio comerciante José Joel tinha sido notificado 15 dias antes para que deixasse o local, já que havia perigo de desabamento. O risco seria pelos danos provocados ao igarapé do Franco pela chuva da quarta-feira passada e que causou também estragos em todas as zonas da cidade. A informação foi prestada ontem pelo chefe da Defesa Civil, Coronel Vivaldo Barreto, que coordenava os trabalhos no local do acidente com equipes da Secretaria Municipal de Obras e Saneamento Básico (Semosb) e do Departamento Municipal de Limpeza Pública (Demulp). “Não só as quatro casas que desabaram, mas todas as demais que estão construídas sobre o leito ou ao longo das margens do igarapé foram também 57 notificadas, mas o pessoal prefere continuar morando no local mesmo correndo risco de tragédias como esta que aconteceu com uma família inteira” , disse Barreto. O prefeito Alfredo Nascimento também esteve no local e, por orientação de técnicos da Semosb, determinou a demolição de outras casas que ameaçavam também desabar e de pelo menos outras 20 que corriam o mesmo tipo de risco naquele local. O trabalho de demolição, retirada de escombros e desobstrução do leito do igarapé do Franco foi feito ao longo de todo o dia por uma equipe de 150 homens da Semosb e do Demulp, com o auxílio de máquinas e equipamentos da Prefeitura. No local estão vivendo cerca de 200 famílias que moram ao longo de uma área de, aproximadamente, um quilômetro do leito do igarapé, no trecho desde o local onde houve o desabamento até a garagem da Soltur, na avenida Brasil. Entre os que tiveram também suas casas destruídas no desabamento estavam Maria Barbosa de Souza, 42, Oswaldo Montenegro de Lima, 27, e Cosmo Cimeão Paulo de Moraes, que receberam do Coronel Vivaldo Barreto a informação de que teriam ontem mesmo casas alugadas, provisoriamente, pela Prefeitura para morarem com suas famílias. Figura 15 – Área de risco localizada no Bairro da Vila da Prata (Fonte: Jornal A Crítica, 27/04/2000). 58 Prefeitura vai ajudar - A Prefeitura anunciou ontem um plano emergencial para abrigar, provisoriamente, no Centro Social da Compensa, cerca de 200 famílias que moram em casas construídas ao longo do trecho do igarapé do Franco, nas proximidades do local onde aconteceu o desabamento com mortes na noite de terça-feira. A medida foi anunciada ontem de manhã pelo prefeito Alfredo Nascimento, em entrevista coletiva, logo depois de ter visitado o local do acidente e se reunido com todo o secretariado em seu gabinete. O prefeito disse que não era sua intenção decretar estado de calamidade pública para a cidade de Manaus, mas que medidas emergenciais já estão sendo colocadas em prática pela Prefeitura, tanto para prestar ajuda aos desabrigados quanto para prevenir que outros danos e tragédias provocados pelas chuvas venham a acontecer novamente na cidade. Entre as medidas anunciadas estão um trabalho de convencimento feito pelo pessoal da Prefeitura para a retirada das 200 famílias que hoje moram ao longo do leito ou nas margens do igarapé do Franco; o reparo imediato dos danos ao igarapé causado pela chuva da semana passada e que teriam causado a tragédia na avenida Brasil, além da continuação do trabalho de saneamento dos outros igarapés feitos pela Prefeitura. O prefeito informou que hoje cerca de 100 mil famílias vivem em áreas consideradas como de risco em Manaus, morando ao longo de trechos e às margens de igarapé, e que é impossível para a Prefeitura retirar essas pessoas desses locais e conseguir abrigo para todas elas. Ainda segundo o prefeito, Manaus é cortada por 80 quilômetros de igarapés, dos quais 30 quilômetros já foram saneados durante três anos de sua administração. O prefeito destacou, ainda, que é sua intenção colocar em prática projetos que ele classificou de definitivos para sanear o próprio igarapé do Franco, além de aquelas outras medidas que ele considera paliativas, e que estão sendo feitas pela Prefeitura, como as realizadas na avenida Djalma Batista, cuja pista desmoronou durante a chuva na semana passada, além de outras executadas por toda a cidade. O prefeito também afirmou que de nada adiantaria decretar estado de calamidade pública para Manaus, pois todas as medidas, incluindo compras e custos, que a Prefeitura vem fazendo para ajudar as vítimas da chuva em Manaus, já fazem parte de 59 um balancete que está incluído em decreto municipal assinado por ele ainda esta semana. No caso de ser decretado estado de calamidade, a Prefeitura não teria qualquer obrigação de fazer licitação ou de abrir concorrência para realizar obras ou comprar materiais. “Preferimos desta forma para que tudo seja feito com a maior transparência”, disse o prefeito. Dantas Brito Jornal Diário Do Amazonas, 27/4/2000 MORADORA ACUSA A EX-COSAMA A moradora Maria do Carmo de Souza, que reside há 10 anos na Compensa, arriscou um prévio diagnóstico sobre a tragédia dos moradores do Igarapé do Franco. Disse que “depois que fizeram o escoamento direto da adutora da ex- Cosama, na altura do Pousada Del Rey, na Compensa I, para o igarapé aumentou o volume de água para o local onde aconteceu o desmoronamento do barranco, a destruição de residências e mortes de quatro pessoas, e, ainda o aterro que a Soltur fez diminui a vazão do igarapé sobrecarregando então essas áreas, e com essa chuva forte pressionou a estrutura das casas nessas áreas de risco, resultando no que deu” disse a moradora. Prefeitura abriga os moradores - Dezenas de famílias da área onde aconteceu o desabamento e mortes, funcionários da Demulp, Semosb, Defesa Civil e até o prefeito Alfredo Nascimento ficaram envolvidos em busca de soluções rápidas e objetivas para o caso. Muitas casas construídas e que foram atingidas pelas chuvas, muitas delas, rachando paredes, foram interditadas pela Urbam, por recomendação da Defesa Civil. Os moradores retirados para lugar seguro, alguns deles, abrigados sob a tutela da Prefeitura. Alfredo manda alugar moradia - As outras famílias atingidas foram levadas para o Centro de Assistência Social, na Compensa onde estão sendo disponibilizadas alimentos, calçados e roupas por parte da Prefeitura, devendo as mesmas serem instaladas em casas alugadas nas proximidades do bairro para as famílias desabrigadas. Para resolver o problema daquela área em caráter definitivo, o prefeito Alfredo 60 Nascimento determinou a construção imediata de um gabião que servirá como proteção lateral e canalização do igarapé. “Os moradores serão orientados para serem retirados do local, e com alternativas de moradia já que essa obra será aplicada em toda orla do igarapé” explicou Barreto, presidente da Defesa Civil. Omar é designado para levantar as áreas de risco - O prefeito Alfredo Nascimento determinou que o vice-prefeito Omar Aziz será o responsável pelo levantamento de toda a situação das casas e moradores do igarapé do Franco, onde quatro casas desabaram durante a chuva de ontem (quarta, 26). A decisão foi tomada durante mais uma visita ao local, no fim da tarde, quando Alfredo esteve conversando com os moradores da área e explicando a todos a condição de área de risco do local e a necessidade de ser mudar para terreno mais seguro. “Omar foi designado para realizar um levantamento completo da situação de cada casa. Ele vai estudar caso a caso para que a Prefeitura possa indenizar as famílias que optarem por sair para que elas comprem casas em outros locais da cidade” , apontou Alfredo. Apesar disso, muitos moradores continuam se recusando a deixar as casas e transferir-se para outros bairros. O argumento mais usado é de que todos possuem famílias na área e não querem se separar. “Vamos ter que fazer as obras definitivas que o igarapé está exigindo e vamos começar imediatamente. Então, de uma maneira ou de outra, todos que estão em área de risco, vão ter que sair. Estamos tentando a maneira amigável , mas não há alternativas a não ser a mudança” , sentenciou o prefeito. Durante a entrevista coletiva concedida na manhã de ontem, o prefeito Alfredo Nascimento declarou que não vai detectar estado de calamidade pública. "O que a cidade precisa, principalmente os moradores das casas que ainda correm risco de cair, é de soluções imediatas e práticas. Já começamos a remover as 200 famílias que moram na área de risco do Jardim dos Barés e vamos iniciar as obras de saneamento do canal tão logo as chuvas diminuam, dando condições para a realização de um trabalho definitivo", disse o prefeito. As obras definitivas às quais se referiu o prefeito compreendem o saneamento de mil metros ao longo do Franco, onde o leito será reconstruído através do processo de contenção das margens em gabião, mesmo utilizado na Ponta Negra. Enquanto o trabalho não for iniciado, as famílias ficarão instaladas no Centro Social da Compensa. A Prefeitura já 61 iniciou obras emergenciais, como o saneamento de 300 metros do canal que corta o trecho da avenida Djalma Batista que desabou, e está identificando áreas onde possam ocorrer novos problemas. “Não há como prever onde irão acontecer acidentes. Existem cerca de 100 mil pessoas vivendo em áreas de risco e seria impossível remover todo mundo. Mas cerca de 300 funcionários municipais estão mobilizados, desde quintafeira, para atender os desabrigados, executar reparos nas grandes avenidas e limpar os igarapés” , informou Alfredo. “A Pref eitura dispõe de 14 locais com condições de abrigar quem for prejudicado pelas alagações . Ninguém vai ficar sem assistência” , concluiu o prefeito. Fernanda Teixeira Jornal A Critica 27/04/2000 TRANSTORNOS - TEMPORAL AUMENTOU O NÚMERO DE DESABRIGADOS A chuva continua causando estragos e deixando famílias desabrigadas. A Defesa Civil alerta a população que reside em áreas de risco que desocupe suas casas afim de evitar novas tragédias, como a que ocorreu na madrugada de terça-feira, onde quatro pessoas da mesma família foram soterradas com o desmoronamento de uma casa, no bairro da Compensa, Zona Oeste. O chefe da Defesa Civil, coronel Vivaldo Barreto, comunicou que as famílias atingidas e desapropriadas de suas casas estão sendo remanejadas para escolas e abrigos da comunidade, onde vêm recebendo toda assistência necessária. “É claro que os abrigos não oferecem a mesma comodidade que uma casa, porém todos estão encontrando conforto, que certamente a maioria não tinha” , disse. Segundo Barreto, a Prefeitura de Manaus determinou que fossem revistos terrenos na Zona Leste para onde serão transferidas as pessoas que, comprovadamente, foram prejudicadas pela chuva para mais tarde serem, gradativamente, transferidas para o local. “Nós sabemos que o número de desabrigados é grande e difícil de atender a todos. Vamos localizar áreas que ofereçam uma infra-estrutura adequada para a construção das moradias” , garantiu. 62 Pavor se instala - As chuvas que vêm atingindo a cidade há mais de sete dias está apavorando moradores que moram às margens de igarapés. A maioria das pessoas perdeu tudo e procura moradia em escolas e abrigos próximos da comunidade. É o caso do carpinteiro Tarso Tiago de Almeida, 67, instalado temporariamente na casa Mamãe Margarida, Zona Leste. Até a manhã de ontem pelo menos 15 pessoas estavam acomodadas no local, principalmente crianças. O temporal na madrugada de terça-feira alagou casas e colocou em risco a vida de algumas famílias. Tarso mora na rua Arthur Neto, no bairro do São José dos Campos. Ele contou que estava deitado na rede com o neto, quando a mesma se rompeu. Imediatamente foi socorrido por uma vizinha que, segundo ele, recomendou que fosse procurar abrigo na Mamãe Margarida. A única solução encontrada pelas famílias ainda é o retorno às moradias atingidas pela alagação. “Já estou sem graça de vir para o abrigo. Continuo morando lá porque não tenho condições de morar em outro lugar” , explicou a dona de casa Ana Tilde de Almeida Bentes, 46. Jornal A Critica, 16 de julho de 2000 ORLA AMEAÇADA - URBAM CONSTATA RISCO NA ÁREA DO RIO NEGRO Levantamento aponta que falta sustentação nos terrenos. Pontos críticos estão nos locais mais povoados. Toda a encosta de Manaus corre risco de desabamento segundo estudo realizado pelo setor de perícia técnica da Empresa Municipal de Urbanização (URBAM), que mapeou toda a margem esquerda do Rio Negro, desde o 2o Grupamento de Engenharia do Exercito, bairro Ponta Negra, até a subestação de Energia do Mauá, logo após o igarapé do Mauazinho. O resultado da pesquisa, ao mesmo tempo que é grave, não consiste inteiramente em uma novidade. “A frente de Manaus é toda uma preocupação” , definiu o Engenheiro Civil Dinilson Bandeira Robert, coordenador do estudo. Os pontos mais 63 críticos apontados por ele são, justamente, aqueles cujo grau de ocupação humana é mais acentuado. A situação mais grave, informa Robert, está nos trechos que ficam entre a Companhia de Navegação do Amazonas (CNA) e o Igarapé do São Raimundo, no bairro do São Raimundo, Zona Oeste, e da Praia da Ponta Branca até a Feira da Panair, no bairro do Educandos, Zona Sul. De acordo com Robert, a geologia, composta por frações de argila, silte (partículas de terra que parecem pó) e areia muito fina, por si só já significam um risco porque não oferecem sustentação. O quadro é agravado, segundo ele, pela ausência de vegetação e pela proximidade desmedida das construções em relação à margem. As conclusões do trabalho apontam para a quebra do equilíbrio natural pela atividade humana como a alteração na cobertura vegetal e a abertura de sulcos. “o quadro está se encaminhando para um processo de erosão acelerado, progressivo de forma assustadora”, concluiu o engenheiro. Jornal A Critica, 01 de outubro de 2000. LONGE DOS TRANSTORNOS – ESPECIALISTAS RECOMENDAM QUE CASAS E TELHADOS SEJAM REFORÇADOS E QUE SE EVITE CONSTRUÇÕES EM ÁREAS DE RISCO. QUEM SEGUIR CONSELHOS PODE ENCARAR “ SURPRESAS” DO TEMPO. Depois de várias semanas de altas temperaturas, Manaus viveu um dia de caos na última Quarta-feira. O motivo foi um temporal que derrubou árvores, postes, cortou energia elétrica, alagou terrenos e destelhou casas até em áreas onde não é comum haver este tipo de problema. Para a meteorologista Flávia Lacerda, a cidade ainda contará com “ surpresas” do tempo semelhantes à da última semana até o final do mês de novembro, o que requer atenção dobrada da população. Para o chefe da Defesa Civil, Coronel Vivaldo Barreto, muitos desses problemas podem ser evitados desde que se tomem certos cuidados. Evitar construções em áreas de risco, segundo ele é uma das principais providências que valem para 64 qualquer período do ano. “A maior falha é que as pessoas constróem suas casas em qualquer área de barranco. Acham que aquilo nunca vai deslizar” , diz. As áreas de risco, enumera Barreto, são aquelas próximas a muros altos, nos barrancos, nas áreas de igarapé e fundos de vales. Alguns locais dos bairros São Raimundo, Educandos, Mauazinho, Glória, João Paulo, Nova Floresta e Nova Conquista são os mais procurados e críticos. “O problema maior está na localização” , avalia. Cássia Fernandes especial para o Jornal A Crítica, 22 de novembro 2000. ÁREAS DE RISCO – ALGUMAS ÁREAS DE MANAUS ESTÃO SENDO COMPROMETIDAS PELAS CHUVAS. PARTE DA AVENIDA PERIMETRAL NO PARQUE DEZ, CORRE RISCO DE DESABAR. Desde que o período chuvoso começou, moradores de Manaus entram em estado de alerta e tensão quando o tempo fica nublado. Dados da Defesa Civil indicam que, em dia de chuva, chegam a ser registrados cerca de 200 chamadas. A situação mais crítica é de quem mora á beira dos igarapés e próximo a barrancos, com a força das águas, crateras estão abertas. No bairro do Parque Dez, Zona Centro-sul, parte da Avenida Perimetral está desmoronando. Um barranco de quase cinco metros de extensão por quatro metros de altura foi motivo suficiente para deixar os residentes daquela área apavorados. Outra área interditada pela Prefeitura por estar com deslizamento é um trecho da avenida Brasil, no bairro da Compensa, Zona Oeste. O encarregado de obras da SEMOSB diz que o serviço é preventivo. “Quebramos a galeria porque a mesma não estava suportando a quantidade de água” , afirma, acrescentando que vão aumentar para oito metros de largura. Barranco cede e gera pânico – Os moradores da rua Rio-sol, na comunidade São José dos Campos, Zona Leste, mobilizaram-se ontem em protesto contra a Prefeitura por não continuar o serviço de drenagem que começou há nove meses e que por conta disso e das chuvas, estaria causando o desmoronamento do barranco onde 65 passa um igarapé. Segundo os denunciantes, casas foram soterradas e cerca de mi famílias estão apavoradas. Casa pode desmoronar – a feirante Miralda da Silva, 33, trabalha no porto da CEASA vendendo peixes, mas não consegue esquecer dos seis filhos que todos os dias deixa em casa na rua Ponta do Vento, Beco do Pescador, Zona Leste. Miralda explica que sua casa está localizada ao lado de um barranco de 10 metros que pode desabar e soterrá-la. “O que me assusta é este barranco estar cedendo, e pode cair sobre minha casa e minha família” , afirma. Desesperada, a feirante diz que ao menor sinal de chuva larga o trabalho no porto da CEASA e corre para casa. “Preciso proteger meus filhos e quando chove tiro eles de casa” , conta, acrescentando que a casa de cima do barranco, pertencente a sua vizinha Eli Barros, 27, está com enorme buraco. Eli explica que fez a sua mudança do local. “Mudei porque começou a abrir um buraco bem no salão onde funcionava meu bar” , conta, acentuando que o perigo agora é sua casa cair em cima da vizinhança. De acordo com as duas a Defesa Civil também já teria sido acionada. Wilsa Freire Jornal A Critica, 17 de dezembro de 2000. A CIDADE QUE NINGUÉM VÊ Basta descer ao lado da terceira ponte da Avenida Sete de Setembro e pronto, eis uma espécie de vila ou cidade “ invisível”, com ruas de madeira e organização própria, um amontoado de casas construídas aleatoriamente, numa extensão da rua General Glicério. Locais como esses estão próximos de ruas e avenidas movimentadas da cidade, mas estão fora do mapa, são áreas consideradas como invasões. As casas são erguidas em um nível acima das ruas e geralmente às margens dos igarapés, algumas com mais de um andar e construções de alvenaria. Os moradores convivem com a poluição, com o mau cheiro e correm risco de vida, mas poucas aceitam morar em outro lugar. 66 Casas invisíveis – Cidades improvisadas estão fora do mapa - Em lugares onde não se imagina que possam existir casas, lá estão elas, umas sobre as outras, em becos e até mesmo embaixo de pontes. A rua General Glicério tem uma extensão que não consta nos mapas da cidade, o local só é conhecido por seus moradores, carteiro e, é claro, os cobradores. Para chegar até lá basta descer ao lado da terceira ponte da avenida Sete de Setembro e encontrar uma espécie de vila, com uma organização própria e ruas feitas de madeira. A extensão da rua General Glicério é antiga e não é a única na cidade. Em vários bairros e zonas escondem-se minicidades, algumas invisíveis, como aquelas em uma rua. Basta entrar e descobrir uma infinidade de casas que pegam emprestado o endereço da cidade oficial; há ainda aquelas que saltam os olhos, como as que ficam embaixo das pontes da avenida Sete de Setembro, no Centro. Apesar de serem consideradas como invasões, essas vilas tem uma forma de ocupação diferente das invasões tradicionais, onde há lotes definidos e demarcados. Nas “vilas invisíveis” as casas, na maioria de madeira, são construídas aleatoriamente e nos espaços mais inusitados. São erguidas em um nível acima das ruas e geralmente às margens dos igarapés. Há casas com mais de um andar e construções de alvenaria. As palafitas, responsáveis por protegem os moradores das enchentes, formam um desenho peculiar. O autônomo Ceará Ferreira da Silva, 58, que pelo nome não esconde onde nasceu, explica o endereço onde mora: “Para nós, a rua General Glicério faz uma curva na ponte e entra aqui nessas várias ruas. Mas para gente é General Glicério sim” , argumenta. Áreas de risco - URBAM não reconhece imóveis - Para a Empresa Municipal de Urbanização (URBAM), os imóveis de madeira que ocupam áreas de risco não podem ser reconhecidas como imóveis e, portanto, não existem oficialmente. A engenheira da Divisão de Planejamento da empresa, Tânia Mara Guerreiro, explica que aquelas casa são consideradas apenas como invasão. “Todas essas áreas que a gente entra e encontra mil casinhas – estou me referindo aqueles becos – não são reconhecidos como imóveis” , diz. Tânia lembra do bairro São José Operário construído 67 para dar abrigo as pessoas que moravam em situação de risco. “I sso era na época do Jorge Teixeira, mas não teve êxito por que outras pessoas vieram e voltaram a erguer casas na região” . Segundo Tânia, casas construídas abaixo da cota 30 do rio já são consideradas áreas de risco. Wilsa Freire Jornal A Critica, 18 de fevereiro de 2001. VIVENDO SOBRE O LIXO - Moradores sofrem com alergias – sem um lugar para morar, famílias ocuparam áreas da zona norte onde antes existia uma lixeira. hoje sentem os efeitos. A dona de casa Maria Rodrigues da Silva, 49, já não se assusta mais quando limpa o terreno de sua casa, onde mora há cinco anos. No início, a enxada marcava o chão e revelava desde seringas descartáveis até bolsas de sangue e outros materiais de lixo hospitalar. Hoje, os restos dos mais variados detritos continuam insistindo em brotar do chão e em áreas próximas a cacimbas e poços artesianos. É que é uma das centenas de moradores que, por necessidades, tiveram de fazer o que parecia impossível: transformar uma lixeira em um lugar habitável. Bairros como Novo Israel, Terra Nova ou Santa Etelvina, na Zona Norte, foram se firmando em cima da antiga lixeira de Manaus, desativada na década de 80. Apesar do tempo, ainda hoje os moradores ressentem-se da ocupação desordenada e da falta de planejamento urbano. Maria é moradora do bairro de Novo Israel. Ela mostra o corpo de sua neta, Thaís, de 1 ano, marcado por uma alergia que ela não sabe de onde vem. “A Thaís vive cheia dessas coisas na pele. Deve ser por causa desse lixo que aparece por aí”, supõe. Sem água encanada, Maria e os demais moradores recorrem a cacimbas e, mais recentemente, a um poço artesiano construído em área próxima de sua casa. “Já pedimos para eles fazerem uma análise dessa água, mas nunca fazem” , reclama José Pantaleão da Silva, 60, marido de Maria. A casa de Maria fica em uma das regiões de Novo Israel onde ainda são visíveis os restos da antiga lixeira. As demais áreas foram escondidas pelo crescimento de 68 prédios, surgimento de asfalto e outras benfeitorias, fazendo com que muitos moradores nem se lembrem do passado do bairro. Ameaça – Detritos oferecem riscos - O chefe do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade do Amazonas (UA), João Bosco Ladislau de Andrade, 46, faz uma análise sobre a situação dos moradores que ocuparam a área da antiga lixeira. Para ele, que é autor da Tese de Doutorado, “Resíduos de Serviços de Saúde (Lixo Hospitalar)” , defendida pela Universidade de São Paulo (USP), a proximidade do lixo com o homem traz risco imediatos de contaminação aos moradores. Apesar disso e na atual situação de desenvolvimento dos bairros não seria viável retira-los do lugar. “preocupação dos moradores com a qualidade da água faz sentido, porque esta deve ser a preocupação com todo lixo disposto de forma irregular” , comenta Andrade, dizendo que o risco mais imediato de contaminação está nos lençóis subterrâneos, com a decomposição do lixo, que produz o chorume. O pesquisador destaca que o lixo não se coloca em qualquer lugar, mas que se deve levar em conta critérios técnicos como a proximidade dos centros populacionais e os recursos hídricos. “O problema maior é que a expansão demográfica desordenada força este tipo de ocorrência” , avalia, lembrando a necessidade de um plano diretor. “Existem em Manaus tantos lugares mais adequados para moradia e não dá para entender porque se permite que essas pessoas tenham de morar em cima de lixões” , questiona Andrade. Cássia Fernandes Jornal A Crítica, 16 de outubro de 2001. IGARAPÉ DO BINDÁ - Criança cai e morre em bueiro - Pais do menino de 2 anos, que se afogou no domingo na zona Centro-sul, contam que moradores de área de invasão estão abandonados. As crianças da periferia que vivem em palafitas sobre os igarapés da cidade correm risco de morte por afogamento. Sem áreas apropriadas para brincar, elas arriscam suas vidas em cima das pontes de madeira apodrecida até para se dirigirem à 69 escola. No domingo, por volta das 18h, uma criança de 2 anos morreu afogada ao escorregar de uma ponte e cair no bueiro do igarapé do Bindá, no beco Pires de Carvalho, invasão Greenville, bairro da União, Zona Centro-Sul. A criança morreu atolada na água lamacenta, cheia de lixo e dejetos. Os moradores ficaram revoltados. Eles culparam a Prefeitura por não fazer a drenagem e lembraram que, há dois anos, alguns políticos teriam prometido fazer a drenagem do canal e fortalecer as pontes de madeiras. Segundo eles, nada foi feito. Com a foto do filho DSS, 2, nas mãos, o casal Izalina Pereira dos Santos, 21, e Manoel Souza dos Santos, 24, chorou a morte da criança, que sofreu um baque na cabeça ao cair próximo às toras de madeira das palafitas. A mãe contou que passara o domingo brincando com o filho, aproveitando a folga do marido para ficarem juntos. E aproveitou também para lavar roupa e fazer faxina na casa. “Aqui temos muito pro blema com falta d’água e meu marido saiu à tarde para buscar água e encher o camburão” , contou, explicando que essa foi a razão pela qual ela estava sozinha em casa com DSS. Izalina frisou que quando o marido saiu ficou com o filho. “Tranquei as portas e fui lavar roupa no jirau” , disse, acentuando que todas as portas estavam fechadas, por isso ela teria ficado tranqüila para os afazeres domésticos. “Meu filho era pequeno demais para abrir as portas” , salientou, dizendo que estava errada ao pensar assim. Izalina contou que aproximadamente 30 minutos depois sentiu falta do garoto. “Fui procurá -lo e não achei. Vi a porta entreaberta com um tamborete próximo, então fiquei desesperada” , afirmou a mulher, assinalando que chegou a ir atrás do garoto pela vizinhança, mas não o encontrou. “Infelizmente, nós o achamos caído no bueiro do igarapé” , relatou, acrescentando que vizinhos a ajudaram a procurar o garoto e a retirar o corpo. Izalina afirmou que sempre tinha cuidado para que seu único filho não caísse ou atravessasse a ponte sozinho. “Já tinha visto muitas crianças caírem aqui e tinha medo que isso acontecesse” , salientou, argumentando que vive no local há dois anos e está morando naquela situação por não ter condições financeiras de morar em local melhor. O operário Manoel, pai de DSS, disse que não é a primeira vez que crianças caem no igarapé. “Todos sofrem por aqui, mas ninguém tinha coragem de denunciar” , afirmou, destacando que em época de política os candidatos aparecem por lá. “Eles 70 prometem ajudar a comunidade. Ganham as eleições e depois esquecem que a gente existe” , declarou. Questionado sobre a possibilidade de descuido de sua mulher, Manoel argumentou que Izalina sempre foi uma mãe cuidadosa e que jamais deixava o filho sozinho. “Sei que isso foi uma fatalidade, mas culpo a Prefeitura por não fazer a limpeza do igarapé” , criticou. O temporal que atingiu ontem Manaus foi considerado por moradores como um dos mais violentos deste ano. Nas várias zonas da cidade castigadas pela chuva, dezenas de famílias perderam tudo o que tinham. As localidades próximas a igarapés foram as maiores vítimas da intensidade da fúria pluvial. A força das águas não poupou nenhuma área da cidade, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Nas centenas de chamados atendidos foram registradas ocorrências graves em localidades como o beco Ipixuna, no Centro; proximidades da avenida Brasil, na Compensa, Zona Oeste; e até nas regiões mais elevadas da cidade como o bairro de Educandos, Zona Sul, também seriamente atingidas. Na avenida Castelo Branco, na Cachoeirinha, duas casas desabaram e outras quatro corriam risco de desmoronar a qualquer momento. A família do ajudante Nivaldo Nascimento, 35, estava desolada diante da casa de madeira de três cômodos totalmente destruída. Nivaldo, que morava no Educandos, disse que estava trabalhando numa serraria próxima e foi chamado por vizinhos quando a residência começou a ruir, por volta das 10h. Quando chegou, metade da casa em que morou por oito anos com mais cinco membros de sua família já havia se acabado. Ele ainda conseguiu salvar uma antiga geladeira e um fogão já gasto, dizendo que se tratavam dos móveis mais valiosos de sua casa. “Hoje não sei onde vou dormir. Mas o maior presente de aniversário, que farei daqui há 11 dias, recebi hoje: graças a Deus ninguém da minha família morreu” , disse. A solidariedade era vista entre vizinhos, que ajudavam a recolher objetos das casas atingidas e ofereciam refúgio aos desabrigados. Uma das famílias que estava sendo ajudada era a do desempregado José Procópio da Silva, 42, pai de sete filhos, o menor com apenas cinco anos de idade. Morador há 18 anos da avenida Castelo Branco, ele avaliou a chuva de ontem como a mais forte que havia enfrentado. José teve que 71 abandonar a casa de três cômodos, que estava na iminência de desabar. “A culpa é da Prefeitura que só fez começar essa obra do Nova Veneza, deixando uma barreira que desvia água para cá” , acredita. Do outro lado da rua, a dona de casa Maria Raimunda da Silva, 49, era aconselhada por bombeiros a se retirar de sua casa. Para ela, a culpa da inundação era de uma obra interrompida da Manaus Energia, que teria desviado o curso de água de um esgoto. A pressão da água teria minado constantemente as construções de sua moradia, até que resistiu à força da chuva da proporção do temporal de ontem. “Várias vezes reclamei para eles. Vinham aqui, tiravam fotos, mas não faziam nada. Agora o que eu e meus seis filhos vamos fazer?” , reclamava desesperada. Com a chegada da temporada de chuvas no Amazonas aumenta a possibilidade de surtos das chamadas doenças de veiculação hídricas. A observação é do subgerente do setor de urgência do Instituto de Medicina Tropical do Amazonas (IMT-AM), o infectologista Antônio Magela Tavares, que alerta a população sobre a incidência de doenças como a leptospirose, amebíases e infecções intestinais. “O contato das pessoas com o excesso de água em locais de pouco saneamento propicia o surgimento dessas doenças. É difícil orientar a população que vive nessas áreas, principalmente nos igarapés da zona urbana de Manaus, a ficarem distante da água da chuva, pois a incidência de alagações é grande por causa da concentração de lixo nos igarapés. Elas estão mais vulneráveis, pois a água misturada com lixo e detritos sanitários forma um ambiente propício para a proliferação dos agentes causadores de doenças. Mas os moradores podem tomar pelo menos uma providência que é evitar o contato das crianças com a água das enchentes” , afirmou Magela. O infectologista destacou que, nesse período do ano, também cresce a incidência das doenças de contágio por via aérea. Ele lembrou que durante as chuvas a tendência é que as pessoas procurem abrigo em locais fechados. “Essa aglomeração em ambientes de pouca circulação de ar propicia o contágio por doenças como gripe, pneumonia, conjuntivite e meningite, principalmente em crianças e idosos” , informou. 72 4 . RE SUL TA DO S E DI S CUS SÃO Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos no decorrer desta pesquisa. Para um melhor entendimento dos problemas ambientais decorrentes da ocupação do solo de forma inadequada, serão apresentadas as situações atuais dos sítios estudados, buscando correlacioná-los com o Estado da Arte na cidade de Manaus e outras cidades do país. Não obstante, serão destacadas as medidas mitigativas a serem adotadas, levando-se em consideração o grau de risco da área, o tipo de feição erosiva (sulco, ravina ou voçoroca), além das características geo-ambientais de cada local estudado. Sítio 01– Voçoroca localizada na rua 02 do Bairro Amazonino Mendes I (Figura 16), formada pelo escoamento de água na encosta, esta voçoroca na época da primeira vistoria apresentava sinais de estagnação denotada pelo crescimento de vegetação em suas encostas, porém um fator gerador de risco ambiental era o acúmulo de lixo no anfiteatro da voçoroca, constituindo-se em um grande foco de proliferação de doenças, tendo em vista que crianças utilizam a voçoroca para brincar, além do risco potencial de desabamento do lixo localizado na cabeceira da mesma. O controle estrutural é evidenciado pela direção N65E, paralela ao vale adjacente. Em 06/01/02 foi constatado que a evolução da feição erosiva era muito lenta, apresentando grande quantidade de vegetação nas bordas e dentro do anfiteatro, porém, o risco de desabamento das casas construídas após a 1a vistoria é evidente, além de reafirmar as sugestões de medidas mitigadoras feitas anteriormente, que eram a retirada da tubulação de esgoto e desvio das drenagens artificiais que incidem no local, para posteriormente realizar-se o aterramento da 73 voçoroca com material inerte e revegetação do local, acrescenta-se que as casas construídas na borda da voçoroca deveriam ser retiradas. Atualmente esta área é considerada de alto risco. (Figura 17). Figura 16 – Vista parcial da voçoroca localizada no final da rua 02 (Bairro Amazonino Mendes), utilizada como depósito de lixo. A evolução das encostas apresentam sinais de estabilização, devido o crescimento de vegetação rasteira.(foto: Jovinape, 04/09/99). Figura 17– Vista parcial da voçoroca localizada no final da rua 02 (Bairro Amazonino Mendes), note-se o aumento no numero de casas na encosta, alem da grande quantidade de lixo.(foto do autor, 06/01/02). 74 Sítio 02 – Este sítio localiza-se na Avenida Noel Nutels, próximo ao hospital Francisca Mendes, e foi gerado devido o rompimento da tubulação de esgoto, que associada a água de escoamento superficial ocasiona a constante evolução desta feição erosiva (Figura 18). A área é de difícil acesso devido a vegetação fechada e encostas muito íngremes, além do lixo acumulado no local gerar um péssimo odor. Por causa da proximidade com a pista, esta voçoroca apresenta-se como uma área de risco geo-ambiental médio, devido a constante evolução da mesma. Semelhante ao ponto anterior, como medida mitigadora sugere-se a retirada da tubulação de esgoto e desvio das drenagens que incidem no local, para posteriormente realizar-se o aterramento da voçoroca com material inerte e revegetação do local. Figura 18 – Vista parcial da voçoroca localizada na Avenida Noel Nutels, considerada uma área de risco potencial devido a proximidade com a pista. (Foto do autor, 04-09-99) 75 Sítio 03 – Esta área está localizada na Av. Noel Nutels atrás do Distrito de Distribuição da Manaus Energia, onde as coberturas vegetal e de solo foram retiradas visando a construção de um conjunto residencial pela Construtora Capital S.A., porém o local encontrava-se abandonado até meados de 2000, apresentando fortes evidências de erosão linear, que evoluíam desde sulcos e ravinas (Figura 19), até o estágio de voçorocas (Figura 20), causando grande transporte de material, conseqüentemente desvalorizando a área. Como visto no capítulo 3, no texto referente às causas e conseqüências dos processos erosivos, a retirada da cobertura vegetal acelera sensivelmente a ação da erosão, devido primeiramente ao impacto das gotas de chuva direto na superfície do terreno, ocasionando posteriormente a formação dos sulcos, ravinas e voçorocas nesta área. O escoamento superficial concentrado ocasionava o transporte de grande quantidade de material, ao longo da vertente que era depositado na base da encosta, devido a perda de energia no sistema (água-partículas), como pode ser observado na figura 20. Nos anos de 1999 e 2000 várias tentativas de invasão do local foram realizadas, contudo, devido a intervenção da polícia, todos os invasores foram retirados. Em uma dessas tentativas, foi construído um barraco dentro do anfiteatro da voçoroca, constituindo-se em um foco de risco potencial. De acordo com Santos Júnior (2000), tendo em vista que a área não tinha sido utilizada pela Construtora Capital S.A. e a ocorrência de eleições municipais no ano 2000, esperavam-se mais tentativas de invasão no local, que somadas as características susceptíveis a ocorrência de feições erosivas, poderiam vir a tornar-se uma área de risco ambiental. Em meados do ano 2000 o Governo do Estado entregou a área aos invasores prometendo que os lotes receberiam infra-estrutura adequada, dando origem a Comunidade Riacho Doce II. 76 Atualmente observa-se que a área realmente passou por obras de construção de aparelhos urbanos (abertura e asfaltamento das ruas, como também a construção das canaletas de escoamento de águas pluviais), porém ainda assim as características do terreno (sedimentos argilo-arenosos da Formação Alter do Chão), a área apresenta focos de erosão, gerando um risco geo-ambiental médio aos ocupantes da área. (Figura 21). (a) (b) Figura 19 – Em (a) Sulcos causados pelo escoamento superficial em uma área sem vegetação. Na foto (b) observa-se a ocorrência de ravinas, que com a continuidade dos processos erosivos podem evoluir para voçorocas (fotos: Alberto Jovinape, 04/09/99). 77 Figura 20 – Vista panorâmica das voçorocas formadas no terreno da Construtora Capital, note-se a grande quantidade de material transportado (foto: Armando Takaki, 04/09/99). Figura 21 – Nesta se observa como está a área atualmente. (Foto do autor, 09/08/2002). 78 Sítios 04, 05, 06 – Estes sítios estão localizados no Conjunto Nova Cidade, o qual está sendo construído pela Superintendência de Habitação do Amazonas (SUHAB), sendo composto 8 mil casas populares (Figura 22). Porém o conjunto vem sendo construído de forma inadequada, sem levar em conta os critérios de preservação e conservação ambiental, e sem a preocupação com os processos de natureza geológico/geotécnica. As casas são construídas no topo dos platôs, e as drenagens são direcionadas para as encostas dos vales, ocasionando a formação de feições erosivas, que estão gerando a destruição das vias de acesso, tubulações de esgoto, galerias pluviais (Figuras 23 e 24). A ausência de cobertura vegetal somada ao grau de declividade, comprimento e forma da encosta, ocasionam a formação de fluxo superficial concentrado. Como o escoamento superficial aumenta em quantidade e velocidade proporcionalmente ao tamanho da encosta, e levando-se em consideração que grande parte do Conjunto Nova Cidade é construído em áreas de aterro, próximos a grandes vales, o mesmo apresenta-se como forte candidato a sofrer as conseqüências da ocupação mal planejada, semelhante ao ocorrido nos Conjuntos Canaranas e Francisca Mendes. Figura 22– Vista parcial do Conjunto Nova Cidade (Foto do Autor, 04/09/99). 79 Figura 23 – Erosão ocasionada pelo escoamento superficial das águas de chuva em área de aterro (Foto do Autor, 04/09/99). Figura 24 - Erosão causada pelo escoamento superficial das águas de chuva em área de aterro, as tubulações apresentam grande inclinação, ocasionando um alto gradiente da água, resultando na destruição da estrutura de cimento, em primeiro plano observa-se a ocorrência de rachaduras no aterro (Foto: Takaki, 04/09/99). 80 Sítio 07 - Em uma encosta localizada no limite entre os conjuntos Nova Cidade e Américo Medeiros, devido a exposição dos sedimentos areno-argilosos da Formação Alter do Chão, houve o desmoronamento e transporte de grande quantidade de material. Os moradores do Conjunto Américo Medeiros entraram com uma ação popular contra a Superintendência de Habitação do Amazonas (SUHAB) no Ministério Público, que juntamente com a Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente (SEDEMA) e Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), sugeriram que fossem realizados o retaludamento e revegetação da encosta. A encosta apresenta três degraus com inclinações variando entre 35o e 48o, e altura total de 40 metros e 20 centímetros. No dia 04/05/02 observou-se que a empresa estava trabalhando utilizando técnicas aparentemente apropriadas, as gramíneas eram plantadas e piqueteadas, após essa etapa o talude trabalhado era recoberto primeiramente com uma manta, e depois com uma grade plástica evitando com isso que a água de escoamento superficial realizasse o transporte do material. (Figura 25). No dia 13/07/02 observou-se que as obras estavam incompletas e que o número de trabalhadores da empresa havia sido reduzido drasticamente, dos 12 operários só restava 1 realizando o piqueteamento das gramíneas. (Figura 27). As medidas de mitigação sugeridas são a revegetação de todas as encostas, visando evitar o impacto das gotas de chuva diretamente com o solo, a construção de canaletas de escoamento de água pluvial em forma de escada até o fundo dos vales e a construção de meios-fios nas ruas, o que evitariam em muito a evolução dos processos erosivos, como pode ser observado em alguns pontos do Conjunto Nova Cidade. (Figura 27). O grau de risco nessa área é médio, tendo em vista que se houver o deslizamento da encosta, o material transportado poderá atingir as casas localizadas à frente deste afloramento. 81 Figura 25 - Sítio 07 onde se observa o corte de um platô em degraus passando por um processo de estabilização, note-se os trabalhadores da empresa TECNOGEO, realizando o estaqueamento para a plantação de gramíneas e a grande quantidade de sedimentos carreados para a rua. (Foto do autor, 04/05/2002). Figura 26- Outra vista do Sítio 07 onde se observam os cortes em degraus em adiantado processo de estabilização, note-se que após a plantação de gramíneas a encosta é recoberta com dois tipos de mantas visando evitar que a água de escoamento superficial cause novamente erosão na encosta. (Foto do autor, 13/07/2002). 82 Figura 27 - Nesta foto observa-se uma encosta que passou por processos de estabilização localizada no Conjunto Nova Cidade. (Foto: Rúbia Raulino, 13/07/2002). Sítios 08, 09 e 10 – Estão localizados no final do Conjunto Francisca Mendes 2, e tiveram sua cobertura vegetal e solo totalmente retirados, expondo os sedimentos da Formação Alter do Chão. Neste local ocorria uma película ferruginosa formada possivelmente pelo impacto das gotas de chuva, que ao atingirem a superfície do terreno, ocasionam a erosão por salpicamento, fazendo com que o escoamento superficial concentrado seja mais pronunciado, resultando na formação de feições erosivas de grande extensão (± 100m) e com forma linear (Figura 28). Neste tipo de terreno os sulcos evoluíam concordantemente com a declividade do terreno, porém ao atingir o estágio de ravinas e posteriormente o de voçorocas, as mesmas passavam a evoluir de acordo com a estruturação local, o que neste caso se dava em duas direções preferenciais (N10W e N05E) (Figura 29). O transporte de material ocasionou o assoreamento do igarapé localizado a jusante desta área. Salienta-se que apesar do extenso comprimento, essas feições apresentavam largura bem pequena (5 metros nesse caso), chegando em alguns locais a atingir apenas 1 metro (Figura 30). 83 Sugeriu-se em Santos Junior (2000) que como medida mitigadora fosse esta área fosse utilizada para lazer, tendo em vista que a revegetação teria um custo muito alto. Na época este sitio foi considerado uma Área com Sérias Restrições à Ocupação Urbana, tendo em vista a característica dos sedimentos. (a) (b) Figura 28 – (a) Área localizada na rua 83 do Conjunto Francisca Mendes 2 apresentando feições erosivas tipo sulcos e ravinas. (b) Voçoroca linear com direções N10W e N05E com extensão em torno de 100 metros apresentando largura máxima de 2 metros, formada pelo escoamento superficial em área sem vegetação. Em meados do ano 2000 esta área também foi invadida e depois loteada, formando hoje uma nova comunidade dentro do bairro Cidade Nova denominada Comunidade Francisca Mendes II. Essa ocupação ocasionou a obliteração das feições erosivas descritas acima, porém deu origem a novos problemas ambientais, que serão descritos a seguir. (Figura 30). 84 Figura 29 – Vista da cabeceira da voçoroca da rua 83, apresentado ramificações causadas pelo controle estrutural da área, note-se que no fundo da voçoroca ocorriam novos ravinamentos (Foto: Armando Takaki, 04/09/99). Figura 30 – Vista da área onde ocorria a voçoroca da rua 83. (Foto do autor, 12/01/2002). 85 Com a construção do prolongamento da Avenida Grande Circular, que passa na área, houve, o corte de taludes visando aterrar os vales, com isso retirou-se grande quantidade de material, esta atitude gerou duas situações de alto risco potencial, na encosta passaram a ficar expostos os sedimentos arenosos pertencentes a Formação Alter do Chão, com a atuação do intemperismo ocorre o desmoronamento do talude, como pode ser observado na figura 31, com isso as casas situadas no topo do platô passaram a correr risco de desabamento. Figura 31- Após a abertura do prolongamento da Avenida Grande Circular na área atrás do conjunto Francisca Mendes passou a ocorrer o movimento de massa nos taludes colocando em risco as casas localizadas no topo dos platôs (Foto do autor, 13/07/2002). Sitio 10 - Próximo ao ponto descrito acima, na área aterrada, a ausência de vegetação na encosta, de asfalto e principalmente devido a abertura de uma vala para escoamento da água da chuva, formou-se uma voçoroca, que evolui em direção ao centro da estrada. Esta situação gera dois tipos de risco geo-ambiental, o primeiro é o assoreamento do igarapé que passa nas proximidades, e o segundo, mais grave, refere-se a possibilidade de queda de carros durante a noite dentro da erosão tendo em vista que na área não existe iluminação. (Figuras 32, 33 e 34). 86 Figura 32 – Vista da vala aberta pelos moradores do loteamento localizado atrás do Conj. Francisca Mendes. (Foto do autor, 13/07/2002). Figura 33 - Vista panorâmica da feição erosiva formada pelo escoamento de água pela vala aberta pelos moradores para escoamento das águas da chuva. (Foto do autor, 13/07/2002). 87 Figura 34 - Nesta observa-se a ocorrência de uma alcova de regressão, observar a heterogeneidade do material utilizado no aterro. (Foto do autor, 13/07/2002). As medidas de mitigação sugeridas são a revegetação das encostas semelhante ao que está sendo feito em alguns pontos do Conjunto Nova Cidade, visando evitar o impacto das gotas de chuva diretamente no solo, a construção de canaletas de escoamento de água pluvial em forma de escada até o fundo dos vales e a construção de meios-fios nas ruas, o que evitariam em muito a evolução dos processos erosivos. Sítios 11 a 15 – Localizam-se na rua D do Conjunto Ribeiro Júnior, na sede da Associação de Moradores, estes sítios eram semelhantes ao sítio numero 04 localizado no Conjunto Francisca Mendes 2, porém o desmatamento e retirada da cobertura de solo deram-se devido a necessidade de construção das torres de transmissão da Manaus Energia, ocasionando a formação de sulcos, ravinas e voçorocas, que demonstram intenso controle estrutural, evidenciado pela evolução nas direções N70E e N10W (Figura 35 e 36). Em 06/10/99 era prevista a implantação de um complexo esportivo, porém além do agravante de não ser recomendável construir sob linhas de alta tensão, as ravinas e voçorocas eram profundas da ordem de 2 à 3 metros, necessitando de trabalhos adequados, senão ao entrar em contato com a água das chuvas, todo o material poderia ser novamente erodido. 83 Sugeriu-se em Santos Junior (2000) que como medida mitigadora fosse esta área fosse utilizada para lazer, tendo em vista que a revegetação teria um custo muito alto. Na época este sitio foi considerado uma Área com Sérias Restrições à Ocupação Urbana, tendo em vista a característica dos sedimentos. (a) (b) Figura 28 – (a) Área localizada na rua 83 do Conjunto Francisca Mendes 2 apresentando feições erosivas tipo sulcos e ravinas. (b) Voçoroca linear com direções N10W e N05E com extensão em torno de 100 metros apresentando largura máxima de 2 metros, formada pelo escoamento superficial em área sem vegetação. Em meados do ano 2000 esta área também foi invadida e depois loteada, formando hoje uma nova comunidade dentro do bairro Cidade Nova denominada Comunidade Francisca Mendes II. Essa ocupação ocasionou a obliteração das feições erosivas descritas acima, porém deu origem a novos problemas ambientais, que serão descritos a seguir. (Figura 30). 84 Figura 29 – Vista da cabeceira da voçoroca da rua 83, apresentado ramificações causadas pelo controle estrutural da área, note-se que no fundo da voçoroca ocorriam novos ravinamentos (Foto: Armando Takaki, 04/09/99). Figura 30 – Vista da área onde ocorria a voçoroca da rua 83. (Foto do autor, 12/01/2002). 85 Com a construção do prolongamento da Avenida Grande Circular, que passa na área, houve, o corte de taludes visando aterrar os vales, com isso retirou-se grande quantidade de material, esta atitude gerou duas situações de alto risco potencial, na encosta passaram a ficar expostos os sedimentos arenosos pertencentes a Formação Alter do Chão, com a atuação do intemperismo ocorre o desmoronamento do talude, como pode ser observado na figura 31, com isso as casas situadas no topo do platô passaram a correr risco de desabamento. Figura 31- Após a abertura do prolongamento da Avenida Grande Circular na área atrás do conjunto Francisca Mendes passou a ocorrer o movimento de massa nos taludes colocando em risco as casas localizadas no topo dos platôs (Foto do autor, 13/07/2002). Sitio 10 - Próximo ao ponto descrito acima, na área aterrada, a ausência de vegetação na encosta, de asfalto e principalmente devido a abertura de uma vala para escoamento da água da chuva, formou-se uma voçoroca, que evolui em direção ao centro da estrada. Esta situação gera dois tipos de risco geo-ambiental, o primeiro é o assoreamento do igarapé que passa nas proximidades, e o segundo, mais grave, refere-se a possibilidade de queda de carros durante a noite dentro da erosão tendo em vista que na área não existe iluminação. (Figuras 32, 33 e 34). 86 Figura 32 – Vista da vala aberta pelos moradores do loteamento localizado atrás do Conj. Francisca Mendes. (Foto do autor, 13/07/2002). Figura 33 - Vista panorâmica da feição erosiva formada pelo escoamento de água pela vala aberta pelos moradores para escoamento das águas da chuva. (Foto do autor, 13/07/2002). 87 Figura 34 - Nesta observa-se a ocorrência de uma alcova de regressão, observar a heterogeneidade do material utilizado no aterro. (Foto do autor, 13/07/2002). As medidas de mitigação sugeridas são a revegetação das encostas semelhante ao que está sendo feito em alguns pontos do Conjunto Nova Cidade, visando evitar o impacto das gotas de chuva diretamente no solo, a construção de canaletas de escoamento de água pluvial em forma de escada até o fundo dos vales e a construção de meios-fios nas ruas, o que evitariam em muito a evolução dos processos erosivos. Sítios 11 a 15 – Localizam-se na rua D do Conjunto Ribeiro Júnior, na sede da Associação de Moradores, estes sítios eram semelhantes ao sítio numero 04 localizado no Conjunto Francisca Mendes 2, porém o desmatamento e retirada da cobertura de solo deram-se devido a necessidade de construção das torres de transmissão da Manaus Energia, ocasionando a formação de sulcos, ravinas e voçorocas, que demonstram intenso controle estrutural, evidenciado pela evolução nas direções N70E e N10W (Figura 35 e 36). Em 06/10/99 era prevista a implantação de um complexo esportivo, porém além do agravante de não ser recomendável construir sob linhas de alta tensão, as ravinas e voçorocas eram profundas da ordem de 2 à 3 metros, necessitando de trabalhos adequados, senão ao entrar em contato com a água das chuvas, todo o material poderia ser novamente erodido. 90 Sitio 16 – A área à direita do Centro de Formação Profissional Nedite Oliveira Jezine, situada na esquina das ruas K e B1, durante muito tempo apresentou a ocorrência de uma grande feição erosiva. Esta passou por obras objetivando sua obliteração, porém devido à falta de cobertura vegetal nas encostas passou novamente a ocorrer erosão linear. A ação do escoamento superficial sobre a encosta desprovida de vegetação ocasionou a formação de uma nova voçoroca. A direção desta feição erosiva é N40E, concordante com as estruturas observadas na área que possuem direções N-S, N30E e N60W. (Figuras 40, 41a,b e 42). As encostas apresentam-se trincadas evidenciando sinais de recalque (Figuras 43, 44 e 45), o que com a incidência das chuvas ocasiona o transporte de grande quantidade de material. Os sedimentos gradam de argilo-arenosos no topo para areno-argilosos na base. (Figuras 46, 47, 48 e 49). Figura 40 – Vista parcial da voçoroca localizada ao lado do C.F.P. Nedite Oliveira Jezine, apresentando dimensões em torno de 100 metros de comprimento, 06 de largura e 15 de profundidade (Foto: Takaki, 13/11/99). 91 (a) (b) Figura 41 - Nestas destacam-se as feições estruturais observadas na área estudada, com direções N60W, em (a) vista em planta e (b) vista em perfil. (Foto do autor, 04/08/2002). Figura 42 - Destacam-se as direções observadas na área. (Foto do autor, 04/08/2002). 92 Figura 43 - Foto onde se observa o recalque do material localizado na cabeceira da voçoroca. Notar que após o retaludamento não houve o plantio de vegetação (Foto: Takaki, 13/11/99). Figura 44 - Foto onde se observa como encontra-se a área atualmente. Destaca-se a evolução da feição erosiva (canto esquerdo da foto). (Foto do autor, 04/08/2002). 93 Figura 45- Nesta observa-se o horizonte argilo-arenoso do topo. (Foto do autor, 04/08/2002) Figura 46 - Detalhe do material que compõe a base da feição erosiva, composto por sedimentos areno – argilosos da Formação Alter do Chão. (Foto do autor, 04/08/2002). 94 29% 1% 70% Areia Silte Argila Figura 47 - Gráfico demonstrando o percentual de cada fração granulométrica analisada da amostra dos sedimentos do topo do terreno. 43% 56% 1% Areia Silte Argila Figura 48 - Gráfico demonstrando o percentual de cada fração granulométrica analisada da amostra dos sedimentos da base da voçoroca. 95 Sitio 17 - Quando da recuperação da área em outubro de 1999, foi construída uma tubulação para esgotamento das águas pluviais e servidas, porém devido à falta de critérios adequados na construção da tubulação, a mesma já apresentava sinais de deterioração no mês de novembro/99 (Figura 49a,b). Figura 49 – (a) Nesta foto observa-se o rompimento na tubulação construída em outubro de 1999; b) detalhe do rompimento do cano da tubulação (Fotos do autor, 13/11/99). No dia 09/01/2000, constatou-se que devido a grande incidência de chuva no final do mês de dezembro/99, a tubulação havia rompido, dando origem a uma voçoroca com 10 metros de comprimento e 5 metros de largura por 5 metros de profundidade (Figuras 51 e 52). 96 Figura 50 – Voçoroca originada devido o rompimento da tubulação de esgoto construída de forma inadequada (Foto: Takaki, 09/01/2000). No interior desta incisão erosiva foram descritas algumas feições características de voçorocas que são: pedestais, escamas, dutos, alcovas de regressão, marmitas e pela primeira vez desde o inicio dos trabalhos de cadastramento de feições erosivas em 1997 encontrou-se uma poça de ressurgência do lençol freático. (Figuras 51 a 56). 97 Figura 51 – Pedestais formados por erosão diferencial no interior da voçoroca. (Foto do autor, 04/08/2002). Figura 52 – Escamas formadas pela acumulação de areia fina e argila sobre os degraus da voçoroca. (Foto do autor, 04/08/2002). 98 Figura 53 – Duto formado pelo escoamento de água subsuperficial. (Foto do autor, 04/08/2002). Figura 54 - Alcova de regressão formada a partir do escoamento superficial (Foto do autor, 04/08/2002). 99 Figura 55 – Marmita escavada na base do anfiteatro da voçoroca. (Foto do autor, 04/08/2002). Figura 56 – Poça de ressurgência, indicando uma área de afloramento do lençol freático. (Foto do autor, 04/08/2002). 100 Sitio 18 - A voçoroca localizada atrás do Centro de Formação Profissional Nedite Oliveira Jezine apresenta evolução lenta, porém devido à proximidade com o prédio, apresenta-se como uma área de alto risco potencial. Esta feição erosiva apresenta as seguintes dimensões: 30 metros de largura, de 40 a 50 de comprimento e profundidade de 15 a 20 metros, a distância da cabeceira para o muro são de 21 metros. (Figura 57). Apesar de evoluir lentamente na ultima vistoria constatou-se o avanço da voçoroca em direção ao prédio, com o agravante de ter sido queimada parte da vegetação existente na cabeceira da incisão erosiva que protegia contra a formação de escoamento superficial concentrado. (Figura 58). Figura 57 – Fotomontagem onde se observa parte da voçoroca localizada atrás do C.F.P. Nedite O. Jezine. (Foto do autor, 06/01/2002). Figura 58 – Cabeceira da voçoroca onde é possível observar que a vegetação foi queimada, o que pode ocasionar a aceleração da evolução da incisão erosiva em direção ao prédio do CFP Nedite Jezine. (Foto do autor, 04/08/2002). 101 Sitio 19 - Na rua B ocorre uma voçoroca que sofreu várias intervenções por parte do poder público, porém sem grande sucesso. Desde o ano de 1995 que obras vêm sendo realizadas, contudo sempre de maneira inadequada, o que ocasiona o retorno da ação erosiva. Primeiramente foram construídos uma escadaria de dissipação, além de 3 patamares gramados e uma canaleta coletora (Vieira, 1998), contudo estas escadarias foram destruídas pela força das águas, resultando em uma voçoroca com 30 metros de comprimento, de 4 a 12 de largura e 6 de profundidade, descrita primeiramente em 13/11/99, (Figura 59). No período compreendido entre novembro de 1999 e julho de 2002 foram realizadas várias visitas técnicas ao local, com o objetivo de monitorar o avanço da voçoroca. Na ultima vistoria a erosão apresentava as seguintes dimensões: 25 metros de largura, 84 metros de comprimento e profundidade variando de 4 a 10 metros (Figura 60). Esta nova voçoroca foi formada pelo escoamento de água na escada de dissipação; a escada foi construída de forma inadequada pois atingia apenas a meiaencosta do vale, e devido o elevado gradiente de chegada da água, passou a ocorrer a erosão regressiva. (Figuras 61 e 62). Nesta voçoroca é evidente a falta de consciência ambiental da população residente no entorno da feição erosiva, o anfiteatro está sendo utilizado como depósito de resíduos sólidos, como também a tubulação de esgotamento domestico foi desviada em direção ao vale. Esta atitude aumenta o grau de risco geo-ambiental da tendo em vista que alem do perigo de ocorrer o desabamento das construções, a população passa a sofrer com a proliferação de doenças oriundas do acumulo de resíduos sólidos em local inadequado. 102 Figura 59 – Após as obras de retaludamento, revegetação da encosta e construção de uma escada de dissipação, devido a falhas no projeto observa-se que no final da escada formou-se uma feição erosiva (Foto: Takaki, 13/11/99). Figura 60 – Nesta foto obtida do mesmo local que a anterior, observa-se o significativo avanço da feição erosiva (Foto do autor, 20/07/2002). 103 Figura 61- Vista da voçoroca formada após a construção da escada de dissipação de águas pluviais (Foto: Takaki, 13/11/99). Figura 62- Uma imagem mais recente da área demonstra a evolução da voçoroca. Para efeito de escala usar o tubo de concreto localizado próximo ao centro da foto. (Foto do autor, 13/07/2002). 104 Figura 63- Outra imagem da voçoroca onde Figura 64 - Marmita escavada em um degrau pode se perceber que as encostas são bem do anfiteatro da voçoroca. (Foto do autor, íngremes. (Foto do autor, 13/07/2002). 13/07/2002). Figura 65 – Contato entre o material utilizado no aterro e a base original, compostos por sedimentos argilo-arenosos. (Foto do autor, 13/07/2002). 105 Na figura 66 pode-se observar que os sedimentos do topo e da base da voçoroca são praticamente iguais, porem devido ao fato de o topo ter sido removido, este se apresenta mais susceptível a erosão. 7% 13% 16% 14% 77% 73% Areia silte argila Areia a) Silte Argila b) Figura 66 – Gráficos demonstrando o percentual de cada fração granulométrica analisada da amostra dos sedimentos do topo (a) e da base () do aterro do terreno onde ocorre a voçoroca supracitada. Figura 67 – Nesta foto é possível observar uma das feições características identificadas em voçorocas, que é a queda da encosta em forma de blocos. (Foto do autor, 13/07/2002). 106 Figura 68 – Degraus e escamas formados pela acumulação de areia fina e argila através da ação do escoamento superficial. (Foto do autor, 13/07/2002). Figura 69 – Estrias em uma das paredes da voçoroca formada possivelmente pelo atrito ocasionado pelo deslizamento dos blocos de sedimentos em um plano inclinado. Esta área é classificada como de alto risco, tendo em vista que o avanço da erosão se dá de forma rápida em direção as casas localizadas no topo do platô. Como medida mitigadora para esta área, sugere-se uma melhor destinação das águas neste ponto, como também que seja realizado o retaludamento das encostas com posterior revegetação, e a construção de canaletas que despejem a água no fundo do vale e não a meia- encosta como foi o caso atual. Sitio 20 – Quando da realização das obras de contenção da erosão existente na rua B do Conj. Canaranas, desviou-se o cano de escoamento de águas pluviais e esgoto para o final da referida rua, esta ação ocasionou a formação de uma nova voçoroca. Neste sitio ocorre uma situação de risco iminente, pois a voçoroca encontra-se a 7 metros da 1a casa da rua B. (Figura 70). 107 Figura 70 – Quando da realização das obras de contenção da erosão existente na rua B do Conj. Canaranas, desviou-se o cano de escoamento de águas pluviais e esgoto para o final da referida rua, esta ação ocasionou a formação de uma nova voçoroca. (Foto: J. D. Alecrim, 11/06/98). Figura 71 – Nesta imagem obtida em 20/07/2002, observa-se que o muro que foi construído com o objetivo de conter o escoamento da água superficial em direção da voçoroca havia sido destruído pelo avanço da erosão. (Foto do autor). 108 Figura 72 – Outra vista do sítio 19 onde nota-se o cano de escoamento de águas pluviais e servidas que gerou a voçoroca. (Foto: J. D. Alecrim, 11/06/1999). 109 Figura 73 – Aqui observa-se que aumentou consideravelmente o tamanho da voçoroca, causando a destruição do muro construído com objetivo conter a erosão, como também a quantidade de lixo dentro do anfiteatro da voçoroca. (Foto: Takaki, 20/07/2002). Em uma das vistorias realizadas na área no ano de 2000, em entrevista a um morador, este comunicou que técnicos da Prefeitura de Manaus haviam afirmado que as obras seriam em breve realizadas, porem a única atitude tomada pelo poder publico até o momento foi a colocação de uma placa na borda da incisão erosiva. (Figura 74). 110 Figura 74 – Placa fixada na borda da voçoroca do final da rua B do Conj. Canaranas, até o momento a única ação do poder público na área. (Foto do autor, 20/07/2002). Sugere-se que se não for possível realizar imediatamente o retaludamento das encostas, que seja urgentemente realizada a cobertura da mesma com lonas plásticas, o que em um primeiro momento retardaria o avanço da erosão. Outra sugestão é que seja realizada uma campanha de conscientização junto a comunidade para que se evite a prática de despejar lixo dentro do anfiteatro da voçoroca. Sítio 21 – A comunidade Alfredo Nascimento está localizada atrás do Conj. Canaranas, foi originada a partir das invasões dessas terras no ano de 1998, e por isso apresentava-se completamente desprovido de infra-estrutura, tais como: condições básicas de saneamento, aparelhagem urbana (ruas pavimentadas, meios-fios, canaletas, etc.), o que configurava uma área propicia à formação de feições erosivas devido principalmente a retirada total da cobertura vegetal, expondo o solo arenoargiloso da área. 111 Na Rua 60 foi descrita uma voçoroca que teve início devido a construção de uma vala para escoamento das águas servidas. A evolução desta feição colocava em risco as casas localizadas a poucos metros da borda da mesma (Figuras 75 e 76). Os moradores estavam utilizando o anfiteatro para depositar lixo, gerando com isso um foco de doenças, tal prática é bastante comum, tanto na cidade de Manaus quantos em outras cidades do país, como pode ser evidenciado no Capítulo 3 - Estado da Arte. Durante o mês dezembro de 1999 essa área sofreu intervenção do poder público, que realizou a terraplanagem da rua, porém na visita realizada no dia 09/01/2000, a área apresentava sinais de ravinamento. Após a intervenção do poder publico na data acima descrita, a área não apresentou mais problemas com a formação de voçorocas. Figura 75- Vala construída para escoamento das águas pluviais e servidas, na rua 60 do Loteamento Alfredo Nascimento. (Foto: Takaki, 13/11/99). 112 Figura 76 – Vista frontal da voçoroca formada pelo escoamento superficial concentrado (Foto: Takaki, 13/11/99). Sítio 22 - Área localizada na rua 180 do núcleo 15 da Cidade Nova 3, constituído por sedimentos da Formação Alter do Chão, resultando em feições erosivas semelhantes à dos Conjuntos Ribeiro Júnior e Francisca Mendes. Ocorrem sulcos, ravinas e voçorocas, de aspecto retilíneo, as voçorocas apresentam profundidade de 5 metros porém com largura de 1 metro no máximo. Esta área se apresentou estabilizada desde o inicio da ocupação desta etapa do conjunto Cidade Nova em 1985, a mesma apesar de apresentar uma encosta com aproximadamente 20 metros, não apresentava sinais de deslizamento ou instabilidade, porem após o ano de 1998 quando foi realizado o loteamento do topo deste platô, começaram a ocorrer evidências de instabilidade, devido principalmente a retirada da cobertura vegetal que servia de anteparo para as águas das chuvas e de escoamento superficial. Desde então já ocorreram dois deslizamentos na área citada que poderiam ter causado acidentes graves pois no sopé existe um campo de futebol e o projeto de se construir um centro comercial para a comunidade local. A área apresenta risco alto devido a presença de casas no topo do platô proximas á encosta, e a queda em blocos de material sedimentar em uma área utilizada para lazer pela comunidade. (Figuras 77 a 82). 113 Figura 77 - Vista parcial do sítio localizado na rua 180 do núcleo 15 da Cidade Nova 3, destacando a ocorrência e feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas (Foto: Takaki, 13/11/99). Figura 78 - Nesta imagem mais recente observa-se que foi removida uma parte da base deste afloramento. (Foto do autor, 04/08/2002). 114 Figura 79 – Nesta figura nota-se a ocorrência de uma falha geológica. (Foto do autor, 04/08/2002). Figura 80 – Vista parcial de outra parte deste afloramento, onde destaca-se a grande quantidade de material que deslizou encosta abaixo próximo ao campo de futebol da comunidade. (Foto do autor, 04/08/2002). 115 Figura 81 – Outra vista do afloramento, nesta observa-se as feições erosivas ao longo da encosta, salienta-se que no topo ocorrem incisões semelhantes as descritas nos Conj. Francisca Mendes e Ribeiro Junior, com pequena largura e grande profundidade. (Foto do autor, 04/08/2002). 28% 28% 1% 1% 71% 71% Areia a) Silte Argila Areia Silte Argila b) Figura 82 – Gráficos demonstrando os percentuais de cada fração granulométrica analisada da amostra dos sedimentos do topo (a) e da base (b) da encosta estudada na rua 180 do núcleo 15 da Cidade Nova 3. 116 Sitio 23 – O bairro do Mauazinho localizado na Zona Leste da área urbana de Manaus foi originado a partir de ocupações ilegais de terras nas proximidades da antiga Central de Abastecimento S. A. - CEASA. Com a evolução do processo de ocupação do solo, o poder público foi impelido a dotar a área com infra-estrutura básica, tais como, asfaltamento das ruas e becos, construção de sarjetas e tubulação de esgoto e águas pluviais , etc. Porem como esta ações são implementadas após a ocupação do solo a qualidade técnica dessas obras ficam comprometidas tendo em vista que o poder publico tem que adaptar suas atitudes em consonância com as condições estruturais do local. Estas adaptações acabam gerando problemas geo-ambientais, tais como, sistemas de escoamento de águas pluviais ineficientes, erosão e desmoronamento de encostas, entre outros. No Bairro do Mauazinho foi estudada uma incisão erosiva na rua 15 de Janeiro causada por uma ação do poder publico realizada de forma inadequada. Na primeira vistoria possuía a extensão de aproximadamente 20 metros de comprimento, profundidade em torno de 8,5 metros e largura variando de 12 metros na parte próxima a cabeceira à 18 metros na parte mais a jusante, a incisão possui duas direções principais uma é N-S e a outra é N60E, apresenta o perfil transversal em forma de “u”, porém não apresenta a surgência do lençol freático, a forma desta incisão é retangular. Desde a última vistoria realizada em 20/07/99 até a mais recente realizada em 20/07/02, notou-se o avanço da voçoroca em pelo menos um metro (1) de comprimento e um metro e meio (1,5) de largura, observa-se ainda a ocorrência de diversas trincas e rachaduras próximas às bordas (Figura 88) evidenciando que a voçoroca continua evoluindo em direção as casas. A área próxima a voçoroca apresenta-se como área de alto risco geo-ambiental, haja vista o avanço da erosão em direção às casas localizadas na encosta da incisão, fato este que causou a destruição de uma casa e parte de outra (Figura 82). Neste sítio a tubulação para escoamento das águas servidas e pluviais foi o agente acelerador do processo erosivo, pois o cano foi direcionado para a encosta da falésia, porém o mesmo só atingia a meia-encosta o que ocasionou a formação primeiramente de uma ravina, até a evolução para o estágio atual. 117 As incisões erosivas que ocorrem no Bairro do Mauazinho e em grande parte da cidade de Manaus são causadas pela realização de obras de urbanização inadequadas ou mal projetadas, que direcionam as águas de escoamento superficial para áreas impróprias (figura 87). Apesar de existirem aproximadamente 10 casas em situação de risco, nesta pesquisa serão apresentados os 3 casos mais críticos observados na rua 15 de Janeiro. (1) Casa de alvenaria localizada a 2,20 metros da borda esquerda da voçoroca, esta casa apesar da proximidade das bordas é mais segura que as outras duas, devido ter sido construída em terreno menos inclinado e com material de melhor qualidade. (Figura 82). Figura 82 – Área de risco geo-ambiental onde se observa as ruínas de uma casa devido o avanço da erosão, e a placa de Área de Risco da Defesa Civil. (Foto do autor, 20/07/1999). 118 (2) Casa de madeira localizada a aproximadamente 2,70 metros da borda esquerda da incisão erosiva, esta casa foi construída em uma encosta com inclinação de 37° graus. (Figuras 83 e 84). Figura 83 – Nesta foto observa-se uma casa (3) próxima a borda da voçoroca, além da característica areno-argilosa dos sedimentos da Formação Alter do Chão. (Foto do autor, 20/07/1999). Figura 84- Aqui se observa a inclinação de 37° da encosta adjacente a voçoroca (Foto do autor, 20/07/2002). 119 (3) Casa de madeira localizada a um metro e meio (1,5) da borda direita da voçoroca, salienta-se que parte desta casa já foi destruída pela erosão, porém observa-se na área uma tentativa de conter a queda da encosta, onde foi realizado um retaludamento, contudo esta medida tem efeito temporário já que as outras partes das paredes do anfiteatro continuam caindo, além disso, os moradores também com o objetivo de conter a erosão, plantaram bananeiras na base do talude, o que só retarda o avanço por tempo limitado, tendo em vista que este tipo de vegetação concentra muita água em suas raízes, o que geralmente causa desmoronamentos (Figura 85 e 86). Uma tentativa ineficaz de conter a erosão é a utilização do anfiteatro da voçoroca como depósito de lixo por cerca de 77% dos residentes da área (Santos Júnior & Bechman, op. Cit.), já que isso ocasiona a formação de lixeiras clandestinas, aumentando o risco de doenças, além do aumento da poluição do ambiente no local (Figura 87). A característica areno-argilosa dos sedimentos identificados na área estudada pertencentes a Formação Alter do Chão, sobre a qual está assentada a cidade de Manaus, favorece a ocorrência de erosões, já que ao realizar a ocupação de um terreno é prática comum a retirada da cobertura vegetal. Uma forma de mitigar a área onde ocorre a voçoroca da rua 15 de Janeiro, seria redirecionar a água que escoa para a encosta, o que reduziria em muito o avanço da erosão, e posteriormente utilizar o anfiteatro como depósito de materiais inertes, tais como o bota-fora das construções realizadas nas proximidades do bairro do Mauazinho, o que além de obliterar a voçoroca, solucionaria o problema relacionado à distância da zona sudeste em relação ao aterro sanitário do km 19 da Rodovia AM-010. Após estas ações sugere-se que seja realizado o retaludamento e revegetação desta encosta, e a construção de uma escada de dissipação para as águas servidas e pluviais, além da retirada imediata das bananeiras, pois as mesmas aumentam o grau de risco geo-ambiental da área que já é bastante alto. 120 Figura 85 – Casa reconstruída após ser parcialmente destruída pelo avanço da erosão, observa-se o retaludamento da encosta, além da plantação de bananeiras. (Foto do autor, 20/07/1999). Figura 86 – Nesta é possível observar como encontra-se a área descrita acima atualmente. (Foto do autor, 20/07/2002). 121 Figura 87 – Nesta foto observa-se o cano de esgoto responsável pelo aceleramento da erosão, além de expor uma prática comum da maioria dos moradores das proximidades de uma voçoroca, que é a utilização das mesmas como depósito de lixo. Figura 88 - Nesta pode se observar a ocorrência das trincas e fraturas próximo a borda da voçoroca. (Foto do autor, 20/07/2002). 122 123 124 Sitio Localização 1 Rua 02, Bairro Amazonino Mendes 2 Av. Noel Nutels próximo ao INSS 3 Av. Noel Nutels próximo ao INSS 4 5 6 Conjunto Nova Cidade, Avenida Principal Conjunto Nova Cidade, Avenida Principal Conjunto Nova Cidade, Avenida Principal Conjunto Nova Cidade, Próximo ao Conj. Américo Medeiros Problemas Observados Sugestões Retirada da tubulação, remoção das casas localizadas nas Voçoroca, lixo no anfiteatro da voçoroca, Casas localizadas bordas da voçoroca, aterramento da voçoroca com material nas bordas do anfiteatro. inerte. Retirada da tubulação de esgoto e desvio das drenagens que Voçoroca formada pelo rompimento da tubulação de esgoto. incidem no local, como também o aterramento da erosão com material inerte. Área onde ocorriam sulcos, ravinas e voçorocas. Atualmente encontra-se densamente ocupada com casas em situação de Retirada das casas localizadas na encosta do platô risco potencial. A ausência de vegetação somada a alta declividade das Revegetação das encostas e redirecionamento das águas de encostas ocasionam a formação de escoamento superficial escoamento superficial. concentrado A ausência de vegetação somada a alta declividade das Revegetação das encostas e redirecionamento das águas de encostas ocasionam a formação de escoamento superficial escoamento superficial. concentrado. A ausência de vegetação somada a alta declividade das Redimensionamento das tubulações de escoamento de águas encostas ocasionam a formação de escoamento superficial pluviais e servidas, pois as mesmas foram construídas de concentrado. forma inadequada. Grau de Risco Alto Alto Médio Médio Médio Médio Exposição dos sedimento areno-argilosos da Formação Altér Revegetação das encostas e redirecionamento das águas de do Chão, Corte do talude com inclinações entre 35 e 48°, escoamento superficial. Ausência de vegetação na encosta. Médio 8 Conjunto Francisca Mendes Nesta área foram retiradas as coberturas vegetal e solo Sugeriu-se em primeiramente que essa área fosse utilizada expondo os sedimentos da Formação Alter do Chão, dando para lazer, sugere-se hoje que hajam cuidados com as águas origem a sulcos, ravinas e voçorocas. Porem hoje a mesma de escoamento superficial tendo em vista que a mesma é encontra-se densamente ocupada. muito susceptível a erosão. Médio 9 Conjunto Francisca Mendes Nesta área foi aberto o prolongamento da Av. Grande Remoção das casas próximas a encosta, retaludamento e Circular, o corte dos taludes de forma inadequada ocasiona o revegetação das encostas risco de desabamento das casas situadas no topo do platô Alto 10 Conjunto Francisca Mendes Voçoroca localizada na área aterrada, formada pelo Aterramento da feição erosiva, revegetação das encostas e escoamento superficial concentrado. pavimentação da via de acesso. Alto 7 Sitio 11 12 13 14 15 16 Localização Sugestões As erosões foram em grande parte obliteradas após a Feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas formadas Rua D, Conj. Ribeiro construção do campo de futebol. Porem existe o risco pelo escoamento superficial concentrado em área sem Junior potencial de acontecerem acidentes devido a construção do cobertura vegetal. campo de futebol abaixo de torres de alta tensão. As erosões foram em grande parte obliteradas após a feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas formadas Rua D, Conj. Ribeiro construção do campo de futebol. Porem existe o risco pelo escoamento superficial concentrado em área sem Junior potencial de acontecerem acidentes devido a construção do cobertura vegetal. campo de futebol abaixo de torres de alta tensão. As erosões foram em grande parte obliteradas após a Feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas formadas Rua D, Conj. Ribeiro construção do campo de futebol. Porem existe o risco pelo escoamento superficial concentrado em área sem Junior potencial de acontecerem acidentes devido a construção do cobertura vegetal. campo de futebol abaixo de torres de alta tensão. As erosões foram em grande parte obliteradas após a Feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas formadas Rua D, Conj. Ribeiro construção do campo de futebol. Porem existe o risco pelo escoamento superficial concentrado em área sem Junior potencial de acontecerem acidentes devido a construção do cobertura vegetal. campo de futebol abaixo de torres de alta tensão. As erosões foram em grande parte obliteradas após a Feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas formadas Rua D, Conj. Ribeiro construção do campo de futebol. Porem existe o risco pelo escoamento superficial concentrado em área sem Junior potencial de acontecerem acidentes devido a construção do cobertura vegetal. campo de futebol abaixo de torres de alta tensão. Conj. Canaranas, Feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas formadas Como medidas mitigadoras sugere-se que: se faça o prox. CFP Nedith pelo escoamento superficial concentrado em área sem retaludamento da encosta com posterior revegetação da Jezini cobertura vegetal. mesma. 17 Conj. Canaranas, prox. CFP Nedith Jezini 18 Conj. Canaranas, atrás do CFP Nedith Jezini 19 Problemas Observados As medidas mitigadoras sugeridas são: retaludamento da Feição erosiva tipo voçoroca formada pelo rompimento da encosta, reconstrução da escada de dissipação dentro dos tubulação de esgoto e águas pluviais. padrões técnicos, com posterior revegetação da encosta. Feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas formadas Sugere-se que seja realizado a obliteração da erosão com pelo escoamento superficial concentrado em área com material inerte, o retaludamento com posterior revegetação da cobertura vegetal incipiente. encosta. Feições erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas formadas Conj. Canaranas, Rua As medidas mitigadoras sugeridas são: retaludamento da pelo escoamento superficial concentrado em uma escada de B, próximo ao Conj. encosta, reconstrução da escada de dissipação dentro dos dissipação de águas pluviais e servidas construída de forma Francisca Mendes padrões técnicos, com posterior revegetação da encosta. inadequada. Grau de Risco Médio Médio Médio Médio Médio Médio Médio Alto Alto Sitio Localização Problemas Observados Sugestões 20 Sugere-se que se não for possível realizar imediatamente o retaludamento das encostas, que seja urgentemente realizada a Conj. Canaranas, Rua Feição erosiva tipo voçoroca formada pelo escoamento de cobertura da mesma com lonas plásticas, outra sugestão é que B, próximo ao Conj. águas pluviais e servidas em um cano de esgotamento seja realizada uma campanha de conscientização junto a Francisca Mendes construído em local inadequado. comunidade para que se evite a prática de despejar lixo dentro do anfiteatro da voçoroca. 21 Comunidade Alfredo Nascimento, Rua 60, próximo ao Conj. Canaranas 22 23 Nesta rua foi descrita uma voçoroca que teve início devido a construção de uma vala para escoamento das águas servidas. Sugere-se que seja evitada a abertura de valas e canaletas para A evolução desta feição colocava em risco as casas escoamento das águas pluviais e servidas. localizadas a poucos metros da borda da mesma. Afloramento com +/- 20m de altura apresentando em feições Rua 180, Núcleo 15, erosivas tipo sulcos, ravinas e voçorocas, de aspecto retilíneo. Sugere-se redirecionar a água que escoa para a encosta, a C. N. 3, próximo a Área de alto risco devido os deslizamentos que vem retirada imediata das casas localizadas próximas as bordas do estação de ônibus ocorrendo desde 1998 quando foi realizado o loteamento do platô e a revegatação da encosta. topo deste platô. Sugere-se redirecionar a água que escoa para a encosta e a Bairro Mauazinho, Incisão erosiva tipo voçoroca causada por uma ação do poder retirada imediata das bananeiras, reconstruir a canaleta de final da rua 15 de publico realizada de forma inadequada. Área de alto risco geo-escoamento das águas pluviais e servidas dentro dos padrões Janeiro ambiental devido a evolução da erosão em direção às casas. técnicos, e posteriormente utilizar o anfiteatro como depósito de materiais inertes Grau de Risco Alto Baixo Alto Alto 125 6 . CO NCL US Õ E S Os resultados obtidos no decorrer deste trabalho, permitem concluir que a ocupação do território de forma inadequada é o principal fator desencadeador dos processos geradores de riscos geo-ambientais na cidade de Manaus, em parte devido o hábito de ser retirar totalmente a cobertura vegetal quando da ocupação do terreno, como também, pela prática de se ocupar áreas inadequadas a este fim, tais como encostas de taludes, leito e margens de igarapés, o que resulta na formação de escoamento superficial concentrado, gerando os produtos da erosão linear (sulcos, ravinas e voçorocas) e posteriormente o assoreamento dos cursos d´água ocasionando a inundação das casas localizadas próximas aos cursos dos mesmos. Outro fator desencadeador dos processos erosivos é o mau direcionamento das águas pluviais, devido à obras de aparelhamento urbano inadequadas, como por exemplo, o despejo de água através dos tubos de esgoto a meia-encosta dos vales, além das feições erosivas geradas pelo rompimento das canaletas de dissipação das águas pluviais. Esses problemas dão-se não somente nas áreas com baixa infra-estrutura (comunidades oriundas de invasão, p. ex: Comunidade Alfredo Nascimento e Mauazinho), como também nos conjuntos residenciais planejados, como é o caso dos Conjuntos Canaranas, Francisca Mendes I e II e Nova Cidade, o que comprova quem em grande parte dos casos, os processos geradores de riscos geo-ambientais são originados devido a falta de critérios técnicos por parte dos executores dessas obras. 126 A interpretação dos resultados permite ainda as seguintes conclusões: • Nesta pesquisa foram identificadas 23 áreas de riscos geo-ambientais, sendo 21 localizados no bairro da Cidade Nova, 1 na comunidade Alfredo Nascimento e 1 no bairro Mauazinho, dos quais todos sofreram aceleração devido a intervenção humana. • Destas, 9 foram classificadas como de alto risco geo-ambiental, 13 de risco médio e somente 1 (Ponto 21) foi considerado de baixo grau de risco geoambiental após passar por intervenções mitigativas. • Das 23 áreas de riscos monitoradas 20 são voçorocas, das quais apenas 5 sofreram alguma intervenção mitigadora. • Todas as feições erosivas estudadas apresentam direções preferenciais concordantes com o Sistema Neotectônico Transcorrente Destral, cujo Modelo Neotectônico Atual da Amazônia encontra-se representado na figura 10. • A prática comum de se retirar a cobertura vegetal quando da ocupação do território, é a principal causa da aceleração dos processos erosivos na cidade de Manaus, porém o direcionamento do esgoto e das canaletas de escoamento das águas pluviais para os vales e encostas contribuem em muito para o desenvolvimento dos processos responsáveis pela erosão linear que são os principais geradores de situações de riscos geo-ambientais. • O tipo de solo predominante na área estudada é a dos latossolos amarelos, não foi constatada a ocorrência de podzóis, as voçorocas ocorrentes neste tipo de solo tem como forma predominante a retangular, contudo quando a cobertura de solo é retirada, expondo os sedimentos da Formação Alter do Chão, a forma predominante passa a ser linear, causada pela ocorrência de uma película 127 ferruginosa, formada possivelmente pela ação direta da água sobre a superfície do terreno, causando a erosão por salpicamento. Neste tipo de sedimentos as feições erosivas adquirem extensões da ordem de 80 a 100 metros, porém com largura oscilando entre 2 e 2,5 metros, e profundidades acima de 5 metros, dando característica linear as voçorocas. • Sugere-se que além do retaludamento das encostas sejam plantados espécimes vegetais, com raízes e copas espessas, visando evitar o impacto direto das gotas de chuva com a superfície do terreno, e posteriormente a formação de fluxo superficial concentrado. • Sugere-se também que os anfiteatros sejam obliterados com materiais inertes tais como, restos de construções ou outros que não causem a poluição dos recursos hídricos, entretanto esses depósitos devem ser controlados devidamente evitando que se depositem resíduos orgânicos, ou rejeitos industriais poluentes. Essa prática reduziria em muito o despejo de material no aterro sanitário municipal, como também é uma forma de recuperar os terrenos impactados por incisões erosivas, pratica esta que já vem sendo aplicada com sucesso em outras capitais do país, como por exemplo em Belo Horizonte. • As obras realizadas nos sítios monitorados demonstram certo desconhecimento por parte da Prefeitura e Governo do Estado quanto ao fenômeno da erosão e dos fatores geradores de riscos geo-ambientais, o que denota a necessidade de profissionais ligados às geociências nos órgãos públicos, principalmente porque essas obras envolvem não somente aspectos estruturais como também conjunturais, como por exemplo o remanejamento dos habitantes do local. • As ações mitigadoras adotadas devem objetivar Recuperar ou Reabilitar as áreas degradadas pela ação dos processos erosivos. 128 • Reafirma-se neste trabalho que ocupação da área urbana não é desordenada, como vem sendo exposto em diversos trabalhos ao longo dos últimos anos, existe um ordenamento implícito, no qual as áreas adequadas a ocupação urbana sem que sejam necessários trabalhos técnicos (topos dos platôs) são ocupadas primeiramente pelas parcelas mais pobres da população, porém com o passar do tempo, essas pessoas são gradativamente sucedidas pelas classes com maior poder econômico, sendo levadas a ocupar as vertentes e posteriormente o fundo dos vales. Esta afirmação é facilmente comprovada ao se fazer o monitoramento das áreas de ocupação espontânea em nossa cidade, onde após a consolidação da ocupação passam a ocorrer a venda das áreas invadidas. • É gritante a proliferação de invasões de terras em períodos pré-eleitorais na cidade de Manaus ocasionando uma expansão considerável do espaço urbano a cada dois anos, isto torna muito difícil solucionar os problemas geo-ambientais na cidade tendo em vista que o poder publico só passa a agir nessas áreas após a ocupação do solo, tomando na maioria das vezes apenas medidas paliativas. Espera-se que após a aprovação do Plano Diretor Urbano e Ambiental esses problemas sejam ao menos minimizados, e que seja enfim disciplinado o uso e a ocupação do solo. Isto posto, fica evidente a necessidade de trabalhos de cunho Geo-ambiental, tendo em vista que a cidade de Manaus cresce aceleradamente, sofrendo com a ocupação de áreas inadequadas à esse fim, o que tem causado desastres ambientais semelhantes aos sofridos por outros estados da Federação como por exemplo São Paulo e Minas Gerais e Rio de Janeiro. 129 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, O. R. Reconhecimentos Geológicos no Valle do Amazonas. Boletim do Serviço de Geologia e Mineração do Brasil, SGMB, 3, Rio de Janeiro (RJ), 84p. 1922. ALECRIM, J. D.; DOUGLAS, J. ; ARAÚJO, J. & BECHMAN, M. . Meu bem Meu Mal: Uma Área Inadequada à Ocupação Urbana - Resultados Preliminares. V Simpósio de Geologia da Amazônia Belém - PA. 1997. ALECRIM, J. D. & SANTOS JÚNIOR, E. V. da C. Geoquímica Ambiental na Região de Manaus-AM – Resultados Preliminares. In: 40º Congresso Brasileiro de Geologia, SBG, Anais, Belo Horizonte (MG), p. 241. 1998. AUGUSTO FILHO, O. Riscos Geológicos Urbanos. 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Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 80m * Inclinação: Talude: Largura: 20m * Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 4m Tipo:Desconectada ( X ) Artificial Orientação N65E 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( X ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( X ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( X ) Lixo ou entulho ( ) Água de percolação ( ) Outros:........................................ 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: Voçoroca formada devido o despejo das águas servidas no talude, a direção é paralela à do vale. Neste local foram construidas várias casas nas bordas da erosão, denotando uma situação de risco geo-ambiental. * Não foi possivel medir as dimensões da feição erosiva. 11. Medidas de contenção adotadas: ( X ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 02 1°) 04/09/1999 2°) 09/01/2000 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: Noel Nutels, próximo ao núcleo 09 170251E Bairro: Cidade Nova 2 9664615N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 30m 35m Inclinação: Talude: Largura: 15m 20m Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 10m 12m Tipo: Conectada ( X ) Artificial Orientação N35W 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( X ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( X ) Arbórea ( ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( X ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( X ) Friável ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( ) Sim ( X ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( X ) Rompimento de tubulação ( ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( X ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:............................................ 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: Erosão causada pelo escoamento superficial e rompimento do esgosto 10. Danos materiais: Erosão causada devido o escoamento superficial ao longo da vertente, agravada pelo rompimento de um cano de esgoto, a voçoroca está evoluindo em direção a pista, o que pode vir a causar algum dano material. Na vistoria realizada no mês de agosto de 2002 a área não apresentava evolução em direção a pista porém continuava evoluindo paralelamente a esta. 11. Medidas de contenção adotadas: ( X ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 03 1°) 04/09/1999 2°) 09/08/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: Av. Noel Nutels, próximo ao Distrito de Distribuição da Manaus Energia 170113E Bairro: Cidade Nova 2 9664844N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 10m Inclinação: Talude: Largura: 6m Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 4m Tipo: Conectada ( X ) Artificial Orientação N-S 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( X ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( ) Água de percolação ( ) Outros:............................................. 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: Erosão da encosta 10. Danos materiais: A cobertura vegetal e do solo foram retiradas expondo uma fácies arenosa, ocasionando a formação de sulcos, e ravinas que evoluiram para duas voçorocas. A área era considera da de risco potencial devido as constantes tentativas de invasão do local na época do primeiro cadastramento (1998-1999). Esta área no ano de 2000 foi desapropriada pelo governo do estado, dando origem a segunda etapa da comunidade Riacho Doce. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( X ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 04 1°) 04/09/1999 2°) 13/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: Av. Principal, próximo a caixa d'água 168867E Bairro: Conj. Nova Cidade 9667479N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( X ) Ravina ( ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 10m 11 Inclinação: Talude: Largura: 2,0m ~2,5 Forma: ( ) Natural Profundidade: 80cm * Tipo: ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( X ) Deficiente ( ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( ) Latossolo ( ) Compactado ( X ) Área de Aterro ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( ) Sim ( X ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( X ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:......................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: Ravinamentos causados por escoamento superficial em área de aterro 10. Danos materiais: O vale foi aterrado, porém as encostas não apresentam vegetação e sistemas de drenagem adequados, além das estações de esgoto serem construídas de forma incorreta, o escoamento superficial está causando a formação de ravinas que em alguns pontos estão em fase de evolução podendo gerar voçorocas, a área próxima à pista já apresenta sinais de deterioração. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( X ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 05 1°) 04/09/1999 2°) 13/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: Não identificada 169006E Bairro: Nova Cidade 9667555N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( X ) Ravina ( ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 20m 22m Inclinação: Talude: Largura: 1,5m 1,5m Forma: ( ) Natural Profundidade: 1,5m 2,0m Tipo: ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( ) Sim ( ) Não ( X ) Não evidenciado 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( X ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( X ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( ) Água de percolação ( ) Outros:............................................. 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: No atual estágio esta ravina apresenta risco geo-ambientall médio, porém por estar localizada em uma área de aterro, pode evoluir no período chuvoso e por em risco as casas próximas 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( X ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 06 1°) 06/09/1999 2°) 13/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: 170198E Bairro: Nova Cidade 9665091N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( X ) Ravina ( ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 30m 35m Inclinação: Talude: Largura: 70cm 90cm Forma: ( ) Natural Profundidade: 80cm 1,5m Tipo: ( X ) Artificial Orientação N-S 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( X ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( ) Água de percolação ( ) Outros:....................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: No atual estágio esta ravina apresenta risco geo-ambiental médio, porém por estar localizada em uma área de aterro, pode evoluir no período chuvoso e por em risco as casas próximas 11. Medidas de contenção adotadas: ( X ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 07 1°) 04/05/2002 2°) 13/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: Bairro: Nova Cidade 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( X ) Desmoronamento b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: Inclin: variando entre 35o e 48o Talude: Largura: Forma: ( ) Natural Profundidade: Tipo: ( X ) Artific. Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( X ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( ) Água de percolação ( ) Outros:....................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: Devido a exposição dos sedimentos areno-argilosos da Formação Alter do Chão, houve o desmoronamento e transporte de grande quantidade de material. O grau de risco nessa área é médio, tendo em vista que se houver o deslizamento da encosta, o material transportado poderá atingir as casas localizadas à frente deste afloramento. 11. Medidas de contenção adotadas: ( X ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 08 1°) 04/09/1999 2°) 12/01/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: 83 170517E Bairro: Francisca Mendes 2 9666451N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 100m Inclinação: Talude: Largura: 5,0m Forma: Retangular/Linear ( ) Natural Profundidade: 3,0m Tipo:Conectada ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( X ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( ) Água de percolação ( ) Outros:......................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: erosão causada devido o desmatamento, e retirada da cobertura de solo 10. Danos materiais: Área desmatada onde o Run off ocasionou a formação de sulcos que evoluiram para ravinas e voçorocas. As feições erosivas denotavam forte controle estrutural, evidenciado pela evolução das ravinas e voçorocas em duas direções preferenciais (N10W e N05E). 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( X ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 09 1°) 12/01/2002 2°) 13/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: Prolongamento da Av. Grande Circular 170517E Bairro: Francisca Mendes 2 9666451N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( ) Induzida ( X ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: Inclinação: Talude: Largura: Forma: Retangular/Linear ( ) Natural Profundidade: Tipo:Conectada ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( ) Água de percolação ( ) Outros:......................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( X ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: erosão causada devido o corte inadequado da encosta. 10. Danos materiais: O desmoronamento da encosta está pondo em risco as casas localizadas no tôpo do platô 11. Medidas de contenção adotadas: ( X ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 10 1°) 12/01/2002 2°) 13/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: Prolongamento da Av. Grande Circular 170517E Bairro: Francisca Mendes 2 9666451N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( ) Induzida ( X ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: Inclinação: Talude: Largura: Forma: Retangular/Linear ( ) Natural Profundidade: Tipo:Conectada ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( X ) Deficiente ( ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( X ) Aterro Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( X ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:......................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( X ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: erosão causada devido o escoamento superficial sobre aterro inconsolidado 10. Danos materiais: A abertura de uma vala ocasionou a formação de uma voçoroca que coloca em risco as pessoas que transitam na área. 11. Medidas de contenção adotadas: ( X ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 11 1°) 06/10/1999 2°) 20/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: D 168224E Bairro: Conjunto Residencial Ribeiro Junior 9665440N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 80m Inclinação: Talude: Largura: 2,0m Forma: Retilínea ( ) Natural Profundidade: 3,0m Tipo: ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( X ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:...................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: A área foi totalmente desmatada para construção da linha de transmissão da Companhia Manaus Energia, ocasionando a formação de sulcos, ravinas e voçorocas, que demonstram intenso controle estrutural, evidenciado pela evolução nas direções N70E e N10W. Esta área sofreu obras que obliteraram praticamente todas as feições erosivas, porem a contrução de um campo de futebol gera a situação de risco geo-ambiental médio. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( X ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 12 1°) 06/10/1999 2°) 20/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: D 168224E Bairro: Conjunto Residencial Ribeiro Junior 9665440N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( x ) Ravina ( ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 50m Inclinação: Talude: Largura: 20cm Forma: Linear ( ) Natural Profundidade: 1,0m Tipo: ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( X ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:...................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: A área foi totalmente desmatada para construção da linha de transmissão da Companhia Manaus Energia, ocasionando a formação de sulcos, ravinas e voçorocas, que demonstram intenso controle estrutural, evidenciado pela evolução nas direções N70E e N10W. Esta área sofreu obras que obliteraram praticamente todas as feições erosivas, porem a contrução de um campo de futebol gera a situação de risco geo-ambiental médio. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( X ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 13 1°) 06/10/1999 2°) 20/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: D 168224E Bairro: Conjunto Residencial Ribeiro Junior 9665440N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 50m Inclinação: Talude: Largura: 2,0m Forma: Retilínea ( ) Natural Profundidade: 3,0m Tipo: Conectada ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( X ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:..................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: A área foi totalmente desmatada para construção da linha de transmissão da Companhia Manaus Energia, ocasionando a formação de sulcos, ravinas e voçorocas, que demonstram intenso controle estrutural, evidenciado pela evolução nas direções N70E e N10W. Esta área sofreu obras que obliteraram praticamente todas as feições erosivas, porem a contrução de um campo de futebol gera a situação de risco geo-ambiental médio. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( X ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 14 1°) 06/10/1999 2°) 20/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: D 168224E Bairro: Conjunto Residencial Ribeiro Junior 9665440N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 80m Inclinação: Talude: Largura: 2,0m Forma: Retilínea ( ) Natural Profundidade: 5,0m Tipo: Conectada ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( X ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: A área foi totalmente desmatada para construção da linha de transmissão da Companhia Manaus Energia, ocasionando a formação de sulcos, ravinas e voçorocas, que demonstram intenso controle estrutural, evidenciado pela evolução nas direções N70E e N10W. Esta área sofreu obras que obliteraram praticamente todas as feições erosivas, porem a contrução de um campo de futebol gera a situação de risco geo-ambiental médio. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( X ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 15 1°) 06/10/1999 2°) 20/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: D 168224E Bairro: Conjunto Residencial Ribeiro Junior 9665440N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( X ) Ravina ( ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 50m Inclinação: Talude: Largura: 1,5m Forma: Retilínea ( ) Natural Profundidade: 1,0m Tipo: ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( X ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:...................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( X ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: A área foi totalmente desmatada para construção da linha de transmissão da Companhia Manaus Energia, ocasionando a formação de sulcos, ravinas e voçorocas, que demonstram intenso controle estrutural, evidenciado pela evolução nas direções N70E e N10W. Esta área sofreu obras que obliteraram praticamente todas as feições erosivas, porem a contrução de um campo de futebol gera a situação de risco geo-ambiental médio. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( X ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 16 1°) 13/11/1999 3°) 04/08/2002 2°) 09/01/2000 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: B1 esquina com rua K 170236E Bairro: Canaranas, ao lado do C.F.P Nedite Jezine 9665658N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: +/-100m 100m Inclinação: Talude: Largura: 6,0m 8,0m Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 15m 15m Tipo: Integrada ( X ) Artificial Orientação N40E 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( X ) Deficiente ( X ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( ) Rasteira ( X ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( X ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( X ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:.......................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( X ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: No mês de outubro de 1999 foram realizadas obras de contenção nesta voçoroca, a qual inutilizou uma área bastante grande, é necessária a utilização de técnicas adequadas de controle de feições erosivas, e a intervenção imediata devido o grau de risco geo-ambiental no local. A erosão surgiu devido o desvio da tubulação para a encosta. A tubulação construída em outubro de 99 já apresentava sinais de deterioração em novembro de 99. A evolução dá-se em sentido regressivo, e com queda das paredes. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( X ) Planejada ( ) Em execução ( X ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 17 1°) 13/11/1999 3°) 04/08/2002 2°) 09/01/2000 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua:B1 com K 170778E Bairro: Conj. Canaranas ao lado da creche 9665934N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 3° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 10m 12m Inclinação: Talude: Largura: 5m 6m Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 5m 5m Tipo: Conectada ( X ) Artificial Orientação N40E 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( X ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( X ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( X ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não ( ) Não Evidenciado 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( X ) Rompimento de tubulação ( ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( X ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:.......................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( X ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: rompimento da tubulação 10. Danos materiais: A tubulação rompeu dando início a uma nova voçoroca. Neste sitio é possivel observar feições caracteristicas de voçorocas, tais como dutos, marmitas, escamas e pedestais. Pela primeira vez foi descrita por membros da equipe de Geologia Ambiental da UFAM descreveu uma poça de ressurgência 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( X ) Planejada ( ) Em execução ( X ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 18 1°) 13/11/1999 1°) 13/07/2002 2°) 09/ 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: Atrás do C. F. P. Nedite Jezine no Conj. Canaranas 171175E Bairro: Cidade Nova 9665682N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 40m 40-50m Inclinação: Talude: Largura: 25m 30m Forma: Retangular ( X ) Natural Profundidade: 15m 15-20m Tipo: Integrada ( ) Artificial Orientação N30W 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( X ) Deficiente ( ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( X ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( X ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:....................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( X ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: O predio localizado próximo a voçoroca foi desativado devido o risco iminente. Porem atualmente foi reativado. A área apresenta sinais de evolução dos processos erosivos, com o agravante de ter sido queimada a vegetação da encosta. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( X ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 19 1°) 13/11/1999 2°) 20/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: B Bairro: Canaranas 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 50m 84m Inclinação: Talude: Largura: 10-12m 25m Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 6,0m 4-10m Tipo: Conectada ( X ) Artificial Orientação N30E 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( X ) Deficiente ( X ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( X ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( X ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( X ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( X ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( ) Água de percolação ( ) Outros:............................................ 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: Erosão formada devido a construção inadequada da escada de dissipação de águas pluviais, que devido ao gradiente de chegada da água no final da escada, causou a destruição de parte da mesma. Esta feição apresentou significativa evolução no período de monitoramento, sendo considerada de alto risco, tendo em vista que a evolução se dá em direção as casas localizadas no topo do platô. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( X ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 20 1°) 13/11/1999 2°) 20/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua:B, casa 153a, Q-15 170778E Bairro: Conj. Canaranas 9665934N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( X ) Induzida ( ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 150m 155m Inclinação: Talude: Largura: 100m 102m Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 30m 30m Tipo: Desconectada ( X ) Artificial Orientação N60E 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( X ) Danificada ( ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( X ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( X ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( X ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( X ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:.......................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( X ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: A voçoroca inutilizou uma área bastante grande, além de por em risco as casas próximas, é necessária intervenção imediata devido o alto grau de risco geo-ambiental. A erosão surgiu devido o desvio da tubulação para a encosta. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( X ) Planejada ( ) Em execução ( X ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 21 1°) 13/11/1999 2°) 13/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: 60, lote 1 171007E Bairro: Alfredo Nascimento 9665840N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( ) Induzida ( X ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 50m Inclinação: Talude: Largura: 20-25m Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 8,0m Tipo: Desconectada ( X ) Artificial Orientação N10E 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assor 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( X ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( X ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( X ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( X ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( X ) Construção mal localizada ( X ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:.......................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( ) Alto ( ) Médio ( X ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: A erosão teve inicio devido a construção de uma vala para escoamento das águas servidas. As casas localizadas nas proximidades da voçorocas estão em situação de risco potencial. Neste ponto ficou evidente a ação da erosão regressiva. Esta rua foi terraplenada porém apresenta sinais de ravinamento. 11. Medidas de contenção adotadas: ( ) Não planejada ( ) Planejada ( X ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 22 1°) 13/11/1999 2°) 04/08/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: 180, nucleo 15. 169623E Bairro: Cidade Nova 9662451N 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( X ) Sulco ( X ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( ) Induzida ( X ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: Inclinação: Talude: Largura: Forma: ( ) Natural Profundidade: Tipo: ( X ) Artificial Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( ) Construída ( ) Eficiente ( ) Deficiente ( ) Danificada ( X ) Inexistente ( ) Assore 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( X ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( ) Média ( X ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:........................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( X ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: 10. Danos materiais: A área apresenta grande quantidade de feições erosivas, variando entre sulcos, ravinas e voçorocas na área ocorre a queda de blocos ocasionada pela ação erosiva, o que pode causar desde desabamentos nas casas localizadas no topo do platô, como também o soterramento das pessoas que utilizam a área da base para prática de esportes. Após a ocupação do topo do platô ocorreram dois deslizamentos que poderiam ter causado vitimas tendo em vista que na base existe um campo de futebol utilizado pela comunidade. 11. Medidas de contenção adotadas: ( X ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada Ficha de cadastramento Data do cadastramento: Nº 23 1°) 20/07/99 2°) 20/07/2002 1. Localização da incisão erosiva Coord. Rua: 15 de Janeiro Bairro: Mauazinho 2. Dados da incisão erosiva a) Tipo de incisão: ( ) Sulco ( ) Ravina ( X ) Voçoroca b) Origem ( ) Natural ( ) Induzida ( X ) Mista 1° cadast. 2° cadast. 3. Característica da encosta Comprimento: 20m 21m Inclinação: Talude: Largura: 12-18m 13-20m Forma: Retangular ( ) Natural Profundidade: 8,5m 8,5m Tipo: Integrada ( X ) Artificial N-S; N60E Orientação 4. Drenagem: ( ) Natural ( X ) Construída ( ) Eficiente ( X ) Deficiente ( X ) Danificada ( ) Inexistente 5. Vegetação: ( ) Arbórea ( X ) Rasteira ( ) Nenhuma ( ) Densa ( X ) Média ( ) Esparsa 6. Solo: ( X ) Latossolo ( ) Compactado ( ) Podzól ( ) Inconsolidado 7. Controle Estrutural: ( X ) Sim ( ) Não 8. Causas prováveis ou agente potencial indutor: ( ) Cortes c/ geometria incorreta ( X ) Rompimento de tubulação ( X ) Controle estrutural ( X ) Chuvas intensas ( ) Aterro ( X ) Escoamento superficial ( ) Contenções insuficientes ( X ) Material friável ( X ) Drenagem deficiente ( X ) Erosão ( ) Construção mal localizada ( X ) Lixo ou entulho ( X ) Água de percolação ( ) Outros:........................................... 9. Risco Geo-ambiental: Grau do risco: ( X ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo Natureza do risco: Voçoroca originada a partir da construção inadequada de aparelhos urbanos 10. Danos materiais: A área próxima a voçoroca apresenta-se como área de alto risco geo-ambiental, haja vista o avanço da erosão em direção às casas localizadas na encosta da incisão, fato este que causou a destruição de uma casa e parte de outra. Na área observam-se várias trincas no terreno, evidenciando que a erosão continua evoluindo. 11. Medidas de contenção adotadas: ( X ) Não planejada ( ) Planejada ( ) Em execução ( ) Mal executada Organizador: Elias Santos Júnior Adaptado de Vieira (1998) e Medina et al. (1999) ( ) Não executada zada em uma zada em uma iental no local. ( ) Assore