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Direito Penal

aulas digitadas [prof. marcus mousinho - frm]

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DIREITO PENAL III Aborto: É a interrupção da gravidez com a conseqüente morte do feto. Pode ser: Natural: a interrupção da gravidez é espontânea e, portanto impunível. Acidental: ocorre em conseqüência de traumatismo, sendo também impunível. Ex.: queda, acidente em geral. Criminoso: previsto nos arts. 124 a 127: Aborto provocado pela gestante (auto-aborto); Aborto provocado sem o consentimento da gestante; Aborto provocado com o consentimento da gestante; Aborto qualificado. Legal ou permitido – previsto no art. 128: Aborto necessário; Aborto sentimental. Os métodos mais usuais para provocá-lo são a ingestão de medicamentos abortivos, introdução de objetos pontiagudos no útero, raspagem ou curetagem e sucção; É ainda possível a utilização de agentes elétricos ou contundentes para causar o abortamento. Se o feto já estiver morto (absoluta impropriedade do objeto) ou o meio utilizado pelo agente não pôde provocar o aborto (absoluta ineficácia do meio), é crime impossível. Aborto Anencefálico: É fato atípico, já que não há nada; Decisão do STF: para decidir se aborto anencefálico é crime ou fato atípico; Há a possibilidade de ser lícito futuramente, segundo o STF. Aborto por Estupro: Com autorização dos pais. Aborto provocado pela gestante (auto-aborto): Pratica em si mesma o aborto; O ato do aborto é o abortamento; A legislação brasileira proíbe que a mulher se auto-aborte. A mãe pode ter auxílio, o partícipe; O sujeito passivo é o feto; O aborto é a antecipação do nascimento (antes do parto), já que durante ou logo após o parto é crime de infanticídio; Se o feto foi espontaneamente expulso não é considerado aborto, mas se a mãe matar o feto a perícia decidirá se será crime de homicídio ou infanticídio; É possível a tentativa no crime de aborto; É um crime próprio, pois a norma exige que o sujeito ativo (mãe) pratique o crime; Crime multinuclear: Matar e praticar; Todos respondem pela mesma conduta. A gestante que consente com o aborto, responde pelo artigo 124; Mas o terceiro que executa o aborto com o consentimento da gestante responde pelo artigo 126. O terceiro só responde por lesões corporais, caso haja lesões na vítima. O crime tentado de estupro ocorre quando o sujeito desiste da conduta por ter ouvido a sirene da polícia ou por outro motivo; O crime de estupro se consuma com a penetração do órgão sexual masculino no órgão sexual feminino; É crime de forma livre qualquer ação que pode ser empregada para provocar o aborto; O crime de trânsito não pode ser causa de aborto, a não ser que o sujeito provoque o acidente com o intuito de provocar o aborto na vítima; A norma não considera o consentimento da mãe menor de 14 anos; A pena aumenta de 3 a 10 anos para o terceiro que provoca o aborto com o consentimento da gestante menor de 14 anos, alienada ou débil mental; A gestante em um desses aspectos não é penalizada. Porém, se o consentimento é obtido mediante fraude (o médico diz que a criança é surda, muda, cega, etc.), o terceiro responderá pelo artigo 126 e a mãe responderá pelo artigo 124; Aborto Qualificado: Artigo 127: As penas cominadas nos dois artigos anteriores (arts. 125 e 126) são aumentadas de 1/3, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém à morte. Tem pena duplicada destinada ao terceiro; A doutrina interpreta a lesão grave e gravíssima com o aumento de 1/3 ou o dobro é aplicada a pena em cima do artigo 126; Não é tipo autônomo, tem que ser provocado o aborto para ocorrer o crime de lesão corporal; O artigo 129, caput, não trata de lesão corporal leve; A lesão corporal grave é tratada pelo artigo 129, §1º; A lesão corporal gravíssima é tratada pelo artigo 129, §2º. Aborto Legal ou Permitido: Artigo 128: Não se pune o aborto praticado por médico: I (aborto necessário) - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II (aborto sentimental) - se a gravidez resulta de estupro (ou de "atentado violento ao pudor", já que é possível em face da mobilidade dos espermatozóides - embora o CP não permita, mas é pacífico o entendimento de que pode ser aplicada a chamada analogia "in bonam partem") e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.