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Absorção dos Lípídios pelo Estômago Os ácidos graxos de cadeia média e curta livres podem ser absorvidos pelo estômago, passando diretamente à circulação porta Veia porta
Ácidos graxos de cadeia curta e média
Absorção dos Lípídios pela Mucosa Intestinal As micelas se difundem por entre as microvilosidades que formam a borda em escova. Os produtos da degradação dos lipídios, contidos nas micelas, se difundem pela membrana, sendo absorvidos pelas células da mucosa intestinal (jejuno). Os sais biliares são fundamentais para a absorção dos lipídios, exceto para os ácidos graxos de cadeia média e curta que são absorvidos diretamente pelo enterócito.
Ácidos graxos de cadeia curta e média Albumina 3-30 moléculas de ácidos graxos
Lipídios restantes Duodeno
Síntese dos Lipídios pelo Enterócito Lumen intestinal
TAG
Lipase Pancreática
AG
1,2-DAG
Lipase Pancreática
2-MAG Isomerase
Enterócito
2-MAG
Linfa
TAG Colesterol
Sintase dos acil-CoA graxos
Acil-CoA graxos
Fosfo lipídios
Síntese dos Lipídios pelo Enterócito A lipase intestinal hidrolisará os triacilgliceróis de cadeia curta e média, no esterócito. Ela torna-se fundamental em pacientes com deficiência de lipase pancreática, os quais recebem uma dieta rica com estes lipídios
Quilomícrons
Lumen intestinal
Enterócito
Glicerol Lipase intestinal
AG
AG
Glicerol-3-P 1-MAG Lipase Pancreática
Glicerol
1-MAG
Porta
Lipídios
Lipase Intestinal
Glicerol Quinase
TAG de cadeia média e curta
Porta
Glicerol
TAG de cadeia média e curta
AG
AG Albumina
Glicerol
Síntese dos Lipídios pelo Enterócito
Síntese dos Lipídios pelo Enterócito
No retículo os ácidos graxos são ativados, formando os ∆G = -33,4 kJ/mol acil-CoA graxos: Sintetase A soma das duas reações PPi 2 Pi dos Acil-CoA Pirofosfatase Graxos compreende a hidrólise exoergônica do ATP (∆G o´ = CH3 - (CH2)14 - C=O-32,2 kJ/mol) e a formação AMP endoergônica do acil- COA Acil-graxo-AMP graxo (∆G o´= 31,4 kJ/mol). A Sintetase hidrólise do 2Pi possui ∆Go´= dos Acil-CoA CoASH 33,5 kJ/mol, tornando a Graxos formação do acil-CoA graxo CH3 - (CH2)14 - C=O- + AMP energeticamente favorável CH3 - (CH2)14 - COO- + ATP Ácido graxo
∆Go´ = 0,9 kJ/mol
Ácido graxo
No enterócito os ácidos graxos (> 12C) formam complexos com a proteína intestinal ligadora de ácidos graxos, sendo transportados para o retículo endoplasmático liso
o´
SCoA Acil-CoA graxo
Palmitato + ATP + CoA palmitoil-CoA + AMP + 2Pi ∆Go´ = -32,5 kJ/mol
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Síntese dos Lipídios pelo Enterócito
No retículo liso, os lipídios da dieta são resterificados. No Golgi eles serão organizados em partículas lipoprotéicas chamadas Quilomícrons Nascentes. Os ácidos graxos de cadeia curta e média passam diretamente para a circulação porta sendo transportados pela albumina
Transporte dos Lipídios da Dieta pelos Quilomícrons Os quilomícrons formam um fluido leitoso, coletado pela linfa, chamado quilo. São lipoproteínas constituídas por colesterol, ésteres de colesterol, fosfolipídios, triacilgliceróis, vitaminas lipossolúveis, e por proteínas denominadas Apo B-48, Apo CII, Apo CIII e Apo E
Metabolismo dos Quilomícrons
Papel da HDL na formação do quilomícron maduro:
a HDL fornece as proteínas ApoCII e Apo E para o quilomícron nascente, transformando-a em quilomícron maduro.
Apo A Apo CII
HDL
Apo E
Apo A
Linfa
Capilares
Quilomícron Nascente
Quilomícron Nascente
Quilomícron Nascente
L P L Apo CII
Quilomícron Maduro
Cél. Intestinal
TG
Receptores Quilomícron (Apo E)
CO2 + H2O
AG
Músculo
+
AG + Glicerol
Estoque de TG
AG
Apo B-48 Apo CII
HDL
Metabolismo dos Quilomícrons
Quilomícron Nascente
Apo B-48
E
Apo E
Quilomícron Maduro
Malabsorção de Lipídios ou Esteatorréia Entre as causas gerais estão: • a deficiência de bile, • a insuficiência pancreática • a deficiência de colipase • a atrofia da mucosa intestinal Utiliza-se uma dieta rica em triacilgliceróis de cadeia média e curta, pois é estes são degradados principalmente pelas lipases lingual e gástrica no estômago
AG Colesterol Aminoácido Glicerol
Adipócito Digestão lisossomal
Fígado TG = triacilglicerol LPL = lipoproteína lipase AG = ác. graxo
Colestase Anemia hemolítica Degradação do heme e formação de bilirrubina pelo fígado Secreção de bilirrubina na bile Cálculo biliar de bilirrubinato de cálcio Obstrução do fluxo biliar = Colestase Esteatorréia e avitaminose
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Colestase
Icterícia
Obstrução do fluxo biliar
Obstrução do ducto biliar Deficiência de bile e refluxo de bilirrubina para o sangue Aumento dos níveis de bilirrubina no sangue
Icterícia = acúmulo de bilirrubina na pele e na esclera
Icterícia Obstrução do ducto biliar
Icterícia Neonatal Ocorre em recém nascidos, particularmente em prematuros, devido a atividade reduzida da enzima hepática bilirrubina gluconil-transferase, podendo causar encefalopatia, pelo acúmulo de bilirrubina nos gânglios da base.
Neste caso os recém nascidos são expostos à luz fluorescente azul, que converte a bilirrubina em em uma forma mais polar e solúvel em água. Estes fotoisômeros podem ser excretados na bile. www.bondisalud.com.ar
Fibrose Cística É uma doença autossômica recessiva (frequência 1:2000) que resulta na deficiência na síntese do canal de cloro CFTR. Na ausência de cloro, as secreções mucosas tornam-se viscosas, levando a um bloqueia no ducto pancreático, bem como das secreções hepáticas e biliares, resultando em esteatorréia. As secreções pulmonares podem ser afetadas da mesma forma, levando a infecções e à morte
Dislipoproteinemias É um defeito genético na formação, no transporte ou na destruição das lipoproteínas, levando à uma condição primária de hipo ou hiperlipoproteinemia
Cystic Fubrosis Transmembrane Condutance Regulator
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Dislipoproteinemias
Quilúria e Quilotórax
Associadas ao Metabolismo dos Quilimícrons Hipolipoproteinemia • Abetalipoproteinemia: deficiência na síntese de apoproteína B-48 (apo B-48). Hiperlipoproteinemia • Tipo I ou deficiência familiar de lipoproteína lipase: deficiência na síntese de LPL, na produção anormal de LPL, ou na síntese de apo C-II, causando uma LPL inativa. • Tipo III ou disbetalipoproteinemia familiar: deficiência na síntese de apo E. • Tipo V: deficiência na síntese de LPL ou apo E (?).
Quilúria É a presença de quilomícrons na urina, resultando em um urina leitosa, devido à presença de uma conexão anormal entre o trato urinário e o sistema de drenagem linfática do intestino.
Quilotórax É a presença de quilomícrons no líquido pleural (líquido pleural leitoso) devido à presença de uma conexão anormal entre o espaço pleural e o sistema de drenagem linfática do intestino, resultado em um líquido pleural leitoso
Em ambos os casos utiliza-se uma dieta rica em triacilgliceróis de cadeia média e curta, pois estes ácidos graxos são absorvidos diretamente através da veia porta
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