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Dificuldades No Ensino Aprendizagem Nas Séries Iniciais (5º Ano) Da Escola...

Relatório de Estágio apresentado ao Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI, como requisito avaliativo final para a Conclusão do Curso de Especialização em Psicopedagogia, sob a orientação do professor especialista Adlin Irlande Tavares do Amaral.

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16 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI-UNIASSELVI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO UNIASSELVI-PÓS MERIAN PEREIRA DE SOUZA DIFICULDADES NO ENSINO APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS (5º ANO) DA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL PROFESSOR MANUEL VALENTE DO COUTO, ÓBIDOS-PA Óbidos-Pará 2015 MERIAN PEREIRA DE SOUZA DIFICULDADES NO ENSINO APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS (5º ANO) DA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL PROFESSOR MANUEL VALENTE DO COUTO, ÓBIDOS-PA Relatório de Estágio apresentado ao Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI, como requisito avaliativo final para a Conclusão do Curso de Especialização em Psicopedagogia, sob a orientação do professor especialista Adlin Irlande Tavares do Amaral. Óbidos-Pará 2015 1. INTRODUÇÃO 2. A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NAS INTITUIÇOES DE ENSINO 3.TEORIA DA APRENDIZAGEM E AS DIFICULDADES PARA APRENDER. 4 .DIFICULDADES NO ENSINO APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS (5º ANO) DA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL PROFESSOR MANUEL VALENTE DO COUTO, ÓBIDOS-PA. 4.1 Desenvolvimento no Processo Metodológico. 4.2 Fundamentação Teórica Baseado em Reflexões sobre a Prática da Leitura e da Escrita em Sala de Aula. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 6. REFERÊNCIAS. 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta o Relatório de Estágio do Curso de Especialização em Psicopedagogia, abordando algumas dificuldades que permeiam o processo de ensino aprendizagem da leitura e da escrita no 5º ano do Ensino fundamental, realizado nos meses de outubro a novembro de 2015 na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Professor Manuel Valente do Couto. Nele, faz-se uma breve contextualização histórica da escrita, envolvendo a leitura como parte desse processo. No educandário onde foi realizado o referido estagio, encontra´se localizada á travessa Isaltino Jose barbosa ,Nº 574 no bairro de santa Terezinha em Obidos-PA, tendo como órgão mantenedora Prefeitura Municipal de Obidos –PMO e a Secretaria Municipal de Educação –SEMED.A escola conta com o apoio do Conselho Escolar , desde 1997, que tem poder deliberativo para decidir , deliberar , aprovar e elaborar, sendo consultivo , ou seja, opinar ,emtir parecer , discutir e participar. A escolacomporta 346 alunos , 28 funcionários (sendo 10 professores regentes , 04 auxiliares de secretaria , 04 vigias ,06 ASG'S, 01 gestora escolar , 01 secretára escolar , 01 coordenador escolar) .ressaltando que são 69 alunos na educação infantil e 277 no ensino fundamental. A escola possui quadra desportiva, sala de leitura, laboratório de informática com 10 computadores que ainda não estão em uso por falta de bancada, internet e instalação elétrica adequada para que alunos e professores possam desenvolver seus projetos e pesquisas ; cozinha com fogões semi-industriais e professores habilitados a exercerem suas funções profissionais nas áreas de ensino. A escola, conta com atendimento psicopedagógico, assistência social, fonoaudiólogo e Atendimento Educacional Especializado (AEE), (fora da escola). A escola foi inaugurada no dia 16 de março de 1985, com o nome de Escola Municipal de 1º grau ''Professor Manuel Valente do Couto', no perído de 1998 a 2001 a nomenclatura passou a ser Escola Municipal de Educaçaõ Infantil e Ensino Fundamental professor Manuel Valente do Couto'. A proposta política pedagógica tem como objetivo geral, oferecer um ensino de qualidade pautado no compromisso com o trabalho que desenvolvem assegurando o respeito, a interação a solidariedade e a participação, e busca desenvolver como principal missão de tornar a escola como referencia de qualidade de ensino na comunidade em que esta inserida por meio do respeito e solidariedade mútua, pela valorização dada ao diálogo e a participação dos profissionais da escola, alunos e colaboradores. No Projeto Político Pedagógico da Escola, está inserido que o processo avaliativo acontece de forma contínua e processual, dentro de uma concepção sócia construtivista que ocorre a partir de um diagnóstico da aprendizagem do aluno, na perspectiva de alcançar os objetivos propostos. Asssim evidencia-se que as atividades apresentadas durante o estágio de psicopedagogia, nas intervenções propostas terão resultados significativos em ajudar os alunos com dificuldades na leitura e na escrita. Além disso, ao oportunizar a um estagiário de psicopedagogia a observação, análise e intervenção em campo, a instituição ajuda a formar profissionais capazes de aplicar na prática os conhecimentos teóricos e metodológicos adquiridos ao longo do curso, tornando-se habilitados a atuar de forma competente na sociedade.. Diante desse quadro, torna-se importante que as escolas estejam preparadas tantopara diagnosticar quanto para oferecer apoio e acompanhamento aos alunos com tais características. É um direito da criança com dificuldades de aprendizagem na área da leitura e da escrita receber todo o suporte necessário para que possa desenvolver sua capacidade de ler e escrever, possibilitando-lhe maior acesso a informação, as inovações tecnológicas e ao conhecimento de modo geral. Foi a partir da percepção de que as dificuldades de aprendizagem na área da leitura e da escrita estão muito presentes no cotidiano escolar e configuram-se como fatores que contribuem para o aumento dos índices de evasão escolar e repetência, que se buscou desenvolver um trabalho de pesquisa, focalizado em um aluno de 16 anos de idade, que estuda pela 4ª vez consecutiva o 5º ano, e que no decorrer de sua vida estudantil, tem demonstrado dificuldades de aprendizagem na área da leitura e da escrita. 2. A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NAS INTITUIÇOES DE ENSINO Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino. O papel do psicopedagogo escolar é muito importante e pode e deve ser pensado a partir da instituição, a qual cumpre uma importante função social que é socializar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo, ou seja, através da aprendizagem, o sujeito é inserido, de forma mais organizada no mundo cultural e simbólico que incorpora a sociedade. Para tanto, prioridades devem ser estabelecidas, dentre elas: diagnóstico e busca da identidade da escola, definições de papéis na dinâmica relacional em busca de funções e identidades, diante do aprender, análise do conteúdo e reconstrução conceitual, além do papel da escola no diálogo com a família. Na abordagem preventiva, o psicopedagogo pesquisa as condições para que se produza a aprendizagem do conteúdo escolar, identificando os obstáculos e os elementos facilitadores, sendo isso uma atitude de investigação e intervenção. Trabalhando de forma preventiva, o psicopedagogo preocupa-se especialmente com a escola, que é pouco explorada e há muito que fazer, pois grande parte da aprendizagem ocorre dentro da instituição, na relação com o professor, com o conteúdo e com o grupo social escolar como um todo. O trabalho psicopedagógico terá como objetivo principal trabalhar os elementos que envolvem a aprendizagem de maneira que os vínculos estabelecidos sejam sempre bons. A relação dialética entre sujeito e objeto deverá ser construída positivamente para que o processo ensino-aprendizagem seja de maneira saudável e prazerosa. O desenvolvimento de atividades que ampliem a aprendizagem faz-se importante, através dos jogos e da tecnologia que está ao alcance de todos. Com isso, há a busca da integração dos interesses, raciocínio e informações que fazem com que o aluno atue operativamente nos diferentes níveis de escolaridade. Por isso, a educação deve ser encarada como um processo de construção do conhecimento que ocorre como uma complementação, cujos lados constituem de professor e aluno e o conhecimento construído previamente. 3.TEORIA DA APRENDIZAGEM E AS DIFICULDADES PARA APRENDER Dentre os distúrbios de aprendizagem, nota-se com maior frequência a intensidade a deficiência na aquisição e desenvolvimento da Leitura e escrita, encontrada em muitas escolas públicas e, também, privadas. Este perfil tem sido perceptível, sobretudo, com a realização das avaliações de aprendizagem em âmbito nacional, onde alunos têm demonstrado dificuldades. Segundo Guerra (2002, p. 79): As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer junto com outras síndromes clínicas (como transtorno de déficit de atenção ou transtorno de conduta) ou outros transtornos do desenvolvimento (como transtorno específico do desenvolvimento da função motora ou transtornos específicos do desenvolvimento da fala e linguagem) Desta forma, identificada a causa, ou causas, se caracteriza o problema e passa-se a planejar a intervenção, atuando junto à escola, aos pais e à criança. O objetivo é criar condições favoráveis para o desenvolvimento das habilidades nas quais a criança apresenta baixo rendimento. Isto é feito por meio de um planejamento de ensino que torne o estudo interessante para o aluno e seja adequado ao seu modo como lidar com as dificuldades da criança e incentivar o seu aprendizado. Segundo Libâneo (2008, p. 29): O processo de ensino é uma atividade conjunta de professores e alunos, organizado sob a direção do professor, com a finalidade de prover as condições e meios pelos quais os alunos assimilam atividades conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções. Muitas vezes, um aluno não tem bom desempenho escolar porque seus hábitos de estudo são inadequados. Neste caso, o analista do comportamento na escola (coordenador pedagógico, psicopedagogo) e o aluno podem juntos decidir estratégias de estudo. Este trabalho é realizado de forma diferente com cada tipo de estudante, enfatizando as características pessoais do aluno, suas necessidades imediatas e como ele se relaciona com seu ambiente social e emocional. Ensinar quer dizer ajudar e apoiar os alunos a confrontar uma informação significativa e relevante no âmbito da relação que estabelecem com uma dada realidade, capacitando-o para reconstruir os significados atribuídos a essa realidade e a essa relação (ANTUNES 2008, p.30) 4 DIFICULDADES NO ENSINO APRENDIZAGEM NAS SÉRIES INICIAIS (5º ANO) DA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL PROFESSOR MANUEL VALENTE DO COUTO, ÓBIDOS-PA. 4.1 Desenvolvimento no Processo Metodológico A metodologia é algo extremamente importante e racional para atingir os objetivos propostos na melhor investigação com finalidade de encontrar a melhor maneira para executar o procedimento. O importante é que o investigador saiba usar os instrumentos adequados para encontrar respostas às questões que ele tenha levantado. A realização da investigação foi mediada pela abordagem qualitativa, a qual fez-se necessário que seja aplicado o método dialético, através de aplicação de entrevistas e questionários aos professores (as), coordenador (a) pedagógico, pais e alunos que gentilmente se disponibilizaram a ceder seu precioso tempo de nossa entrevista semi-estruturada, questionário, que foram procedimentos utilizados para a coleta de dados. A presente pesquisa foi desenvolvida na Escola Municipal "Professor Manuel Valente do Couto", localizada no meio urbano do município de Óbidos. Vale ressaltar que as perguntas levaram principalmente em consideração no processo de ensino aprendizagem no que tange à leitura. As entrevistas foram escritas para análise de conteúdo e não se considerou revelar o nome dos entrevistados, que serão identificados com nomes fictícios. Vale ressaltar que os questionários foram encarados a partir do tema em evidência "o processo de ensino aprendizagem nas séries iniciais (5º ano)". Os dados coletados foram transcritos de forma fiel, mantendo-se integralmente o discurso dos entrevistados. Questionado se tinha dificuldade na leitura e por que, o aluno Rodrigo, argumentou que, "Sim, tenho muita dificuldade de ler, devido a falta de concentração, principalmente porque a sala de aula é muito barulhenta, chegando a doer a minha cabeça". Tal justificativa remete ao argumento de Dronet (2002, p.152). acerca da "falta de um ambiente agradável bem arejado e bem iluminado, com mobiliado adequado e confortável dificulta a aprendizagem". Segundo Paulo, sua dificuldade se dá em virtude de, "Tenho medo de não acertar a palavra quando é muito comprida, gosto de ler só palavras pequenas". De acordo com Larissa: "Eu adoro ler, na escola, em casa, na catequese, gosto muito de ler livrinhos de história para vovó escutar". Victor ressaltou: "Tenho dificuldade, só em algumas palavras, quando a professora lê primeiro eu acerto". Bianca salientou: "Eu aprendi a ler no Jardim III, papai compra livros infantis, gibis, etc., não tenho dificuldade na leitura". É fato, que o acompanhamento dos pais, é contribuição indispensável, pois em ambiente familiar, onde a leitura é regra e os livros existem em abundância, o incentivo à formação de leitores passa a ser conseqüência. Quando perguntamos aos pais, se gostavam de ler, seu João elucidou: "Sim, quando estou sem fazer nada a leitura sempre é uma boa maneira de se distrair, é um incentivo para as crianças". A senhora Nazaré complementou: "Eu sei ler, mas não tenho tempo, trabalho de sábado a sábado, quem me dera poder ajudar meus filhos nos estudos". Já o senhor Raimundo citou: "Gosto de ler, mas só chego em casa a noite, trabalho o dia todo". Acredito que a Escola sozinha não conseguirá dar conta de formar os leitores que tanto sonha, a não ser que conte com a contribuição sistemática dos membros da família, principalmente dos pais. Concernente ao questionário, perguntamos à professora se gostava de ler, ela argumentou que: "Costumo ler muito, sei da importância de estar informada, pois adquirido a criticidade". O professor deve procurar incentivar os alunos à leitura, criar neles o desejo de ler, pois os alunos só possuem interesse pela leitura quando sabem por que e para que estão lendo. O bom professor é sempre bom leitor e incentivador da leitura. Para tal ele não se cansará de criar situações que estimulem os alunos a ler. Sobre o mesmo questionamento feito a Coordenadora Pedagógica, se a mesma tinha o hábito da leitura, ela respondeu: "Eu gosto muito de ler. Somente fazendo leitura, posso desenvolver habilidades na comunicação oral e escrita". Aprender a ler requer paciência, entusiasmo, entretanto o processo é superado de forma gradativa através das cognições na aprendizagem. No que se refere ao estímulo do livro didático para o hábito de ler, o discente Euler afirmou: "Os livros didáticos são muito ruim de ler porque os textos são muito grande". Fernanda salientou:"Sim, o livro estimula-me para o hábito de ler, mas o que eu acho é que não tem quase nada do nosso meio, tem coisas que não sei o que é". Abraão complementou: "Quando eu pego o meu livro gosto mais de olhar. Acho os textos muito 'cumpridos'". Enquanto a professora frisou que, "os livros didáticos não facilitam a aprendizagem da criança, pois são muito diferentes da realidade de nossos alunos". De acordo com o depoimento da professora o livro didático é um dos recursos fundamentais para o desenvolvimento da leitura, entretanto não tem apresentado relação com a realidade escolar. Neste sentido, o professor deve criar situações, fazendo com que o livro didático possa se adequar à realidade do aluno e não extingui-lo completamente, pois os livros didáticos não são materiais suficientes para o desenvolvimento das habilidades de um leitor dinâmico e criativo. No entanto muitos livros didáticos não atendem os objetivos propostos, e o único motivo que os alunos descobrem é ler os textos contidos neles, cabendo ao professor atuar como mediador. Com referência a pergunta aos alunos, se os mesmos tinham interesse por algum tipo de leitura informativa, Derick respondeu: "Sim, na minha casa tem muitos livros de mamãe, de vez em quando eu leio". Andersson replicou: "Só quando a professora passa pesquisa eu procuro no livro, lá em casa não tem livro". Valéria enfatizou: "Eu só leio na escola, o meu irmãozinho rasga todos os livros". É preocupante verificar que poucas crianças responderem que costumam ler algum tipo de leitura informativa em casa. Segundo essa reflexão, é necessário trabalhar o livro na sala de aula, para que esses alunos tenham habilidade de indagar questões que envolvem sua sociedade e seu mundo. A leitura carece de reflexão profunda da sociedade em geral, principalmente dos pais, dos profissionais do ensino e dos professores que atuam nas séries iniciais do Ensino Fundamental, para conduzirem os mecanismos eficientes e eficazes que estimulem a criança para o desenvolvimento do hábito da leitura, visando formar-lhe o "espírito investigador" de buscar conhecer o fenômeno do conhecimento existente entre a realidade que vive e as explicações contidas nos livros. No entanto, é possível verificarmos ao longo do processo, que as atividades escolares, em especial a leitura de textos, estão distantes da realidade da vida de nossos alunos. Em relação à pergunta: Que incentivo você como Coordenador (a) Pedagógico dá ao professor (a) para a prática da leitura na sala de aula, a Coordenadora argumentou: "Incentivo pedindo que conduzam os alunos à sala de leitura, ou que levemos livros para a sala de aula e indico livro de literatura e outros para que os mesmos possam ler". A implementação de inovações no ambiente escolar demanda que o professor tenha uma formação de qualidade teórica, pedagógica, formal e política e receba também a formação lúdica que, mostra-se como uma alternativa para a transformação do fazer pedagógico monótono descontextualizado que não é capaz de despertar o interesse dos educandos em um fazer dinâmico, atrativo, que consiga desenvolver suas potencialidades, estimulando a criatividade, a sensibilidade e a construção do próprio conhecimento. Por outro lado, os professores precisam ser valorizados e incentivados a buscar novas possibilidades de ensinar, e assim transformar o processo educativo. Com alusão aos recursos utilizados em sala de aula para desenvolver o hábito de ler, a professora afirma: "Os mais variados possíveis". A utilização de diversos recursos literários facilita e empolga essas crianças a aprenderem a ler, pois a capacidade de aprendizagem depende do nível cognitivo do aprendiz. Quanto à utilização de historinhas com gravuras para servirem de estímulos para o aprendizado, a professora alega: "é de fundamental importância utilizar historinhas com gravuras atrativas, servindo de estímulo para o aprendizado". Enquanto Dona Nazaré, mãe de aluno cita: "De vez em quando eu conto, mas não é toda vez, porque tem outras coisas que ela saber". Seu João (pai) diz que: "Sim, de vez em quando eu conto umas historinhas para meus filhos". Dona Norma elucidou que: "Nunca contei nenhuma historinha para meus filhos, além que não tenho tempo eu não sei". Mara (aluna) responde: "A professora conta bastantes historinhas na sala de aula, eu acho bacana". Já Luiz Henrique (aluno) frisou: "Eu sei muitas historinhas que aprendi na sala de aula. É legal, gosto muito, chego em casa, conto para os meus irmãos." Sabe-se que a literatura pode proporcionar fruição, alegria e encanto trabalhada de forma significativa pelo aluno. Além disso, ela pode desenvolver a imaginação, os sentimentos, a emoção, a expressão e o movimento através de uma aprendizagem prazerosa. Quando perguntamos aos alunos entrevistados da escola supracitada, de quando ocorreu seu primeiro contato com a leitura, as respostas foram variadas, dentre as quais destacamos Gustavo "em casa na Bíblia da mamãe"; Rana "na igreja, participando dos cultos"; Pedro "não sei", "não me lembro" (Eloisa); Júlia "em casa, quando ganhei de meu padrinho um livro de historinha de presente". Ao perguntarmos se os pais concordavam que o acompanhamento efetivo e ativo da família, é contribuição indispensável ao incentivo a formação de leitores, destacamos as colocações proferidas pelo Senhor Edson: "Concordo que é muito importante a contribuição dos pais é realmente indispensável ao incentivo da leitura. Nossos filhos precisam de oportunidades para ler e, quem cria essa oportunidade em primeiro lugar é a família." A senhora Graça argumentou: "Sim, concordo, mas muitas vezes os pais mal sabem escrever seu nome, tem coisas que o meu filho me pergunta, mas eu não sei responder". Dona Rita também disse: "Concordo, mas quando os filhos têm vontade de ser alguém na vida não necessita de tanta motivação em casa". Os alunos na maioria das vezes não encontram em casa um ambiente incentivador da leitura, para que dessa forma desenvolvam o prazer a essa prática e se formem cidadãos autônomos, críticos e criativos. Com referência à pergunta aos pais, se criavam estratégias de estímulos a seus filhos para desenvolverem aprendizagem da leitura, seu Eduardo respondeu: "Sim, todo mês compro para meus filhos revistas, caça palavras, histórias em quadrinhos, para que ele possa se desenvolver a cada dia que se passa na leitura". Dona Helena destacou o seguinte: "Não, apenas digo a ela que ler é muito importante para ela". No que diz respeito à mesma pergunta, dona Marta enfatizou: "Sim, recorto letras e digo para formarem palavrinhas, cito o nome de pequenos objetos para eles juntarem as letrinhas como se estivesses brincando". Dentre o número de pais que tivemos oportunidade de contactar durante a pesquisa, entrevistamos também o Senhor Manuel, que segundo ele, "O estímulo que eu dou a meus filhos é dizer a eles que aproveitem a oportunidade de estudar pra um dia ter um trabalho descente, pra não ter que labutar como eu e a mãe deles, no trabalho pesado demais por não termos estudo". Concernente a isso, ressalta-se que a escola tem um compromisso maior que é propiciar ao sujeito o desenvolvimento de sua capacidade de leitura do mundo. Assim uma educação que se queira libertadora, humanizante e transformadora passa necessariamente pelo caminho da leitura. Da mesma forma, na organização de uma sociedade mais justa e mais democrática, que vise ampliar as oportunidades de acesso ao saber, não se pode desconhecer a importante contribuição política da leitura; enquanto a escola não assumir uma proposta séria de discussão e valorização do papel da leitura no desempenho escolar do aluno; enquanto os professores dos diferentes componentes curriculares (disciplinas) não assumirem seu papel na formação de "leitores para a vida toda" e continuarem afirmar simplesmente que os alunos não gostam de ler (deixando a culpa cair apenas sobre o trabalho do professor de Português e a falta de incentivo e hábito da família), o problema da leitura vai continuar interferindo negativamente na aprendizagem, no desempenho escolar e na vida cotidiana do indivíduo. 4.2 Fundamentação Teórica Baseado em Reflexões sobre a Prática da Leitura e da Escrita em Sala de Aula Para Freire (1982), "a leitura precede a leitura da palavra". Nesse sentido, ressalta-se que a importância do ato de aprender a ler e a escrever está fundamentada na idéia de que o homem se faz livre por meio do domínio da palavra. O uso da linguagem é tão importante que a linha do tempo divide a história em antes e depois da escrita. A partir de então, o homem pôde registrar sua cultura, as descobertas, as emoções, sua poesia, enfim, sua maneira de ver o mundo. Deve-se esclarecer que a escrita é vista como um processo de aperfeiçoamento do homem, um enriquecimento exterior, um desenvolvimento intelectual e cultural do ser humano. O domínio da língua oral e escrita é fundamental para a participação social afetiva, pois é por meio dele que o homem se comunica, tem acesso a informações, expresso e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões do mundo, produz conhecimento. Segundo estatísticas acerca da educação brasileira mostram que há um número muito grande de alunos deixando a escola sem habilidades comunicativas de ler e escrever. Verifica-se que ler e escrever requer esforço e dedicação do aluno, mas também a orientação e a mediação do professor na sala de aula. Para se construir compreensão do ato de ler e escrever cabe, pois, avaliar o papel do aluno na construção da leitura e da escrita e sua percepção do processo, bem como o professor e sua percepção no desenvolvimento da habilidade de escrever e ler no processo de produção textual na escola. A leitura favorece a valorização do texto escrito e sua compreensão. Ela deve ser previamente preparada, para criar um clima próprio através da motivação dos ouvintes, o que se conseguirá informando a eles acerca do que vão ouvir analisando ilustrações, relacionando histórias aos personagens com assuntos conhecidos. (REIZÁBAL, 1999, p. 163). Tais fatos merecem uma reflexão por parte dos professores. Numa época em que para predominar a oralidade, válida e rica sob todos os aspectos, não se pode esquecer também a importância da expressão escrita, saber expor devidamente suas idéias oralmente e por escrito e argumentar com eficácia, é fator inquestionável no sucesso pessoa no grupo social da criança. É importante que, na sala de aula, a leitura e a escrita não sejam atividades secundárias, que não ocupem apenas o tempo que sobrou no finalzinho da aula. Leitura e escrita precisam ser planejadas, como atividades cotidianas, não só entre os alunos, mas também entre os professores. Os alunos, leitores em formação, necessitam aproveitar a leitura para dialogar (por meio da escrita) com os escritores dos livros ou com outros leitores. A aprendizagem da leitura compreende desde a aquisição dos mecanismos necessários para a compreensão e desenvolvimento dela, até o domínio das variadas estratégias que permitem o acesso a toda a comunicação escrita. Durante o processo da leitura entram em jogo, de forma essencial, os conhecimentos lingüísticos e paralinguisticos (tipo de letra, diagramação, montagem, modelagem). (REYZÁBAL, 1999, p.164). Professores que oferecem pequenas doses diárias de leitura agradável na sala de aula, sem forçar, mas com naturalidade, desenvolverá na criança um hábito que poderá acompanhá-la pela vida afora. Para desenvolver um programa de leitura equilibrado, que integre os conteúdos relacionados ao currículo escolar e ofereça certa variedade de livros de literatura como contos, fábulas e poesias, é preciso que o professor observe a idade cronológica da criança e principalmente o estágio de desenvolvimento de leitura em que ela se encontra. De acordo com Sandroni & Machado (1998, p. 23), "o equilíbrio de um programa de leitura depende muito mais do bom senso e da habilidade do professor que de uma hipotética e inexistente classe homogênea". Portanto, a escola é um ambiente no qual se busca o desenvolvimento de um grande número de competências. As habilidades de construção da escrita e da leitura não poderiam ser excluídas das informações e das competências a serem trabalhadas no processo de ensino-aprendizagem. Algumas das prováveis razões das dificuldades para redigir pode ser o fato de a escola colocar a avaliação do produto como objetivo da escrita, de privilegiar aspectos gramaticais, de impor tópicos a serem desenvolvidos, de não fornecer comentários ou até de mostrar pouco interesse pela escrita, privilegiando, por exemplo, a leitura de forma mecânica, que não oferece desenvolvimento criativo para a criança, e a fala do professor na sala de aula. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após o término deste estágio, percebeu-se claramente o quanto o processo de ensino e aprendizagem tem que ser visto como um instrumento que faz parte da vida dos educandos, desde quando começa a sua vida escolar. Apesar de ser bastante conhecido na área que abrange a educação, ele se modifica de acordo com as séries e com a qualidade das escolas, pois, uma escola que não tem uma boa estrutura, suficiente para que esse processo ocorra de forma mais prazerosa e rápida, com certeza o aluno vai diminuir um pouco no avanço de sua aprendizagem. Assim, ficou claro também que dificuldade de aprendizagem pode ter o significado em dois sentidos: Sentido amplo e sentido estrito. Sentido amplo é todo conjunto de problemas de aprendizagem que existem nas nossas escolas, ou seja, todo um conjunto de situações, de caráter temporário ou permanente, que se aproxima, ou mesmo implica em "risco educacional" ou "necessidades educativas especiais". Sentido estrito, é a incapacidade ou impedimento específico para aprendizagem em uma ou mais áreas acadêmicas, podem envolver a área emocional. Desta forma, entende-se que os significados anteriormente mencionados causam o fracasso escolar, e que para ocorrer esses fracassos existem alguns fatores principais, dentre eles estão os emocionais, físicos, sociais, pedagógicos etc. Para que seja tomadas providência de resolver ou minimizar tais situações, a identificação deve ser feita o mais precocemente possível, contribuindo para isto uma observação cuidadosa dos comportamentos das crianças. Os professores e os pais devem estar atentos a um conjunto de sinais que a criança exiba contínua ou frequêntemente, uma vez que não existem indicadores isolados para a identificação das dificuldades de aprendizagem. A melhor avaliação é sempre a multidisciplinar. Deve-se prestar atenção quando o aluno não está progredindo de acordo com os objetivos curriculares da série que frequenta. Então, a aprendizagem significante e experiencial tem uma qualidade de envolvimento pessoal com toda a pessoa, em seus aspectos sensórios e cognitivos achando-se dentro do ato de aprendizagem. A aprendizagem é auto-iniciada. Mesmo quando o ímpeto ou o estímulo provém do exterior, o senso de descoberta, de alcance, de apreensão e compree Portanto, o estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, devem analisar o Projeto Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem. 6. REFERÊNCIAS ALVES, Doralice Veiga. Psicopedagogia: Avaliação e Diagnóstico. 1 Ed. Vila Velha- ES, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil, 2007. DRONET. Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo – SP.Ed. Ática, 2002. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler (em três artigos que completam) São Paulo, Cortez, 1982. FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.. GUERRA, Leila Boni. A criança com Dificuldades de Aprendizagem: Considerações sobre a teoria modos de fazer. Rio de Janeiro: Enelivros, 2002. LIBÂNEO, José Carlos. Didática: Coleção magistério, série formação do professor. São Paulo: Cortez, 2008. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. PCN. 2. Ed. Brasília, 2001. PIAGET, Jean. Coleção Educadores Mec. 2. ed. Recife: Massangana, 2010. REYZABAL.Maria Victória. A comunicação oral e sua didática. Bauru: EDUSC. 1999. REVISTA NOVA ESCOLA. Outubro 2004 – Ed. 176. SANDRONI, Laura C; MACHADO, Luís Raul. A Criança e o livro: guia prático de estímulo à leitura. São Paulo, Ática, 1988. 144p. VIGOTSKI, L. S. O desenvolvimento Psicológico na Infância. São Paulo: Martins Fontes, 1999.