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Deonto - Ec3

Estudo de caso 3

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DEONTOLOGIA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA Estudo de Caso 3 – Código de Ética "O proprietário de uma drogaria, localizada na periferia da cidade, foi autuada em flagrante delito por exercício ilegal da medicina: utilizava o recinto da drogaria para fazer consultas e prescrever medicamentos. Dispensou a um paciente após consulta, um medicamento identificado apenas como "composto emagrecedor 1". Tal medicamento foi vendido sem qualquer tipo de informação ao cliente, a embalagem não continha bula. O farmacêutico responsável encontrava-se ausente, não havia farmacêutico substituto ou co-responsável técnico. Foi levantado o histórico da drogaria junto aos Órgãos competentes e constatado que o farmacêutico responsável era reincidente na falta de assistência farmacêutica: não comparecia no estabelecimento na forma determinada por lei. Diante dos fatos expostos e as conseqüências advindas dos atos praticados, quais são as implicações para este farmacêutico levando-se em consideração o código de ética da profissão farmacêutica? O proprietário da drogaria infringiu em vários pontos o código de ética e a legislação profissional farmacêutica. A primeira irregularidade encontrada refere-se ao exercício ilegal da medicina (consultas e prescrição de medicamentos)por um profissional não habilitado a exercer esta profissão, e o local inapropriado para a realização desta (uma drogaria). A venda de medicamento manipulado sem rótulo e bula coerentes constitui em outro aspecto irregular da atitude do profissional local.Segundo a resolução 417 de 29/09/2004 do Código de Ética, capítulo III, é proibido ao farmacêutico " Produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que seja dispensado meio, instrumento, substância e /ou conhecimento, medicamento ou fórmula magistral, ou especialidade farmacêutica, fracionada ou não, que não contenha sua identificação clara e precisa sobre a(s) substância(s) ativa(s) contida(s), bem como suas respectivas quantidades, contrariando as normas legais e técnicas, excetuando-se a dispensação hospitalar interna, em que poderá haver a codificação do medicamento que for fracionado, sem, contudo, omitir o seu nome ou fórmula". Além disso, a identificação do medicamento apenas como "Composto emagrecedor 1" infringe o código de ética no campo da publicidade, pois é vedado ao farmacêutico "anunciar produtos farmacêuticos ou processos por meios capazes de induzir ao uso indiscriminado de medicamento". A ausência do farmacêutico responsável e a de um substituto ou co- responsável na drogaria infringe o código de ética no que se refere aos Deveres do farmacêutico, de "Exercer a assistência farmacêutica e fornecer informações ao usuário dos serviços", além do que se refere-se às Proibições ao farmacêutico, de "Deixar de prestar assistência técnica efetiva ao estabelecimento com o qual mantém vínculo profissional". As implicações para o farmacêutico responsável da drogaria consistem em multa à drogaria, suspensão da atividade do profissional em questão e até uma possível eliminação.O farmacêutico deverá sofrer um processo ético, no qual o Conselho regional irá julgar e classificar as infrações éticas e disciplinares em leves, graves ou gravíssimas. A imposição da pena e a sua gradação irão depender: das circunstâncias atenuantes ou agravantes; da gravidade do fato em razão de suas conseqüências para o exercício profissional e a saúde coletiva; e dos antecedentes do indiciado em relação às normas profissionais de regulação da atividade farmacêutica. No caso do farmacêutico responsável, este possui a circunstância agravante da reincidência, verificada depois de levantado o histórico da drogaria junto aos Órgãos competentes. De acordo com a resolução 431 de 17/02/2005 sobre infrações éticas e disciplinares, " a reincidência torna o indiciado passível de enquadramento na pena de suspensão e a caracterização da infração como gravíssima". Logo, a pena de suspensão e eliminação deverá ser aplicada ao profissional, e esta deverá ser publicada no órgão de divulgação oficial do Conselho Regional de Farmácia, depois do trânsito em julgado. Além disso, "as sanções aplicadas serão objeto de registro na ficha individual do farmacêutico, devendo ainda ser comunicadas, no caso de suspensão, ao empregador e ao órgão sanitário competente". As infrações éticas e disciplinares de ordem farmacêutica prescrevem em 5(cinco) anos.