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Custos Hospitalares: A visão dos orçamentos como ferramenta de planejamento
e controle dos hospitais particulares de Feira de Santana – Bahia.
Girleide de Oliveira Souza¹
Juliana Araújo Silva²
Mylene Cândida Magalhães Ferreira³
Vannia Freitas Lima*
RESUMO
Sendo um importante instrumento de planejamento e controle das
empresas, o orçamento viabiliza o hábito da investigação disciplinada antes
que se tomem as decisões. Em função disso, o presente artigo tem como
objetivo demonstrar, no contexto dos hospitais particulares da cidade de
Feira de Santana-Bahia, como estas empresas vêem o orçamento como forma de
planejar e controlar suas operações, além de apresentar os principais
pontos positivos e negativos que podem e devem ser melhorados ou
modificados a partir de uma previsão das receitas e dos custos
hospitalares. Para realizar este trabalho foi utilizado o método de
entrevista estruturada com aplicação de três questionários. O estudo revela
que a gestão de custos em uma organização hospitalar é apresentada como um
instrumento gerencial fundamental para o controle dos recursos da mesma,
sejam eles financeiros, materiais ou patrimoniais.
Palavras – chave: Contabilidade. Contabilidade de Custos. Custo
Hospitalar. Orçamento. Planejamento e controle.
1.0 – Introdução
1.1 – Considerações iniciais
Em um mundo cada vez mais competitivo, a necessidade de tomada de
decisões eficientes é de fundamental importância para qualquer organização.
A partir disso, observa-se que o mercado da saúde não foge desse cenário.
Partindo-se da premissa, os hospitais como instituições que prestam
serviços se utilizam do orçamento como ferramenta de planejamento e
controle para, assim, obter informações adequadas que auxiliem nas análises
econômico-financeira sobre a viabilidade de investimentos, estudos de
vantagens em terceirização de serviços, e outros.
Diante de todas as peculiaridades que envolvem os hospitais, este
artigo propõe o estudo direcionado aos hospitais particulares de Feira de
Santana–Bahia, com o objetivo de analisar a forma como estes vêem, através
dos custos hospitalares, o orçamento como forma de planejar e controlar o
desenvolvimento das operações dos hospitais.
1.2 – Formulação do problema
A partir da busca por uma gestão mais eficaz de custos na saúde,
surge a necessidade de os hospitais (particulares) implementarem, em sua
gestão, meios para fazer frente aos inúmeros problemas gerados pela
deficiência na política de planejamento e controle.
Em vista disso, o perfil da moderna administração hospitalar vem
dando uma demasiada atenção à preparação de orçamento, visando uma
investigação cuidadosa antes de se tomarem as decisões.
Dentro dessa análise, levando em conta as características de um
ambiente hospitalar, pretende-se obter respostas viáveis para as seguintes
questões:
Que tipos de informações um orçamento pode proporcionar à
administração?
Como a análise dos custos hospitalares demonstrados no orçamento
influencia na tomada de decisões?
O orçamento viabiliza a estratégia de planejamento e controle?
1.3 – Metodologia
Para elaboração desta pesquisa descritiva, a priori, fez-se um
levantamento de todas as informações necessárias que foram embasadas em
livros didáticos, pesquisas em sites específicos, artigos, periódicos,
monografias e revistas para obter uma melhor definição no processo de custo
hospitalar.
A amostra foi constituída de três do total de seis hospitais
particulares existentes na cidade de Feira de Santana–Bahia, correspondendo
a 50% do universo, a qual foi aplicada um questionário contendo 16 questões
(objetivas e subjetivas) através de uma entrevista estruturada. O estudo
foi realizado no período de 27 de dezembro a 03 de janeiro de 2007.
2.0 – Referencial teórico
2.1 – A Contabilidade
2.1.1 – Definição e objetivos
Muitas são as formas utilizadas pelos autores, doutrinadores e
professores para explicar e conceituar a importância da contabilidade,
enfocando o seu objeto, objetivo, finalidade e a importância como
ferramenta de controle à disposição de seus usuários.
De acordo com Marion (1998, p. 24):
A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de
informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora
da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para
auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do
tempo o governo começa a utilizar-se dela para arrecadarem
impostos e a torna obrigatória para a maioria das
empresas.
Moura (2005) afirma que a contabilidade é uma ciência social que tem
por objeto o patrimônio das entidades econômico-administrativas e tem como
objetivo principal controlar o patrimônio das entidades em decorrência de
suas variações.
Segundo o FIPECAFI (2000, p. 42):
A contabilidade é objetivamente um sistema de informação e
avaliação destinado a prover seus usuários com
demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, com relação á
entidade objeto de contabilização.
Nesse sentido Gonçalves e Baptista (1998, p. 24) fazem a seguinte
reflexão: "a Contabilidade tem por fim registrar os fatos e produzir
informações que possibilitem ao titular do patrimônio o planejamento e o
controle de sua ação".
2.1.2 – Usuários da informação contábil
A contabilidade é de interesse de todos ligados à empresa que gera as
contas e, também, aos de fora, como concorrentes e autoridades fiscais.
De acordo com Iudícibus e Marion (1999):
Conceitua-se como usuário toda pessoa física ou jurídica
que tenha interesse na avaliação da situação e do
progresso de determinada entidade, seja tal entidade
empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo
patrimônio familiar.
Segundo Neves (2000) os usuários da Contabilidade são pessoas físicas
ou jurídicas que tenham interesse na avaliação da situação patrimonial da
entidade, por exemplo: os acionistas, as instituições financeiras, os
administradores da entidade e o fisco.
Gomes (2000) afirma que:
Relativamente aos tipos de usuários da informação
contábil, temos que considerar os usuários internos
(diretores, gerentes, trabalhadores nos diversos níveis) e
os usuários externos (acionistas, clientes, fornecedores,
credores, governo, sindicatos, etc.).
Vale ressaltar a diferença entre o acesso a informação dos usuários,
os usuários internos têm acesso as informações contábeis através dos
relatórios publicados externamente. Por outro lado, Neves (2000) classifica
os usuários como: usuário preferencial externo (acionistas e credores em
geral) e usuários secundários (administradores da entidade e fisco).
Os usuários das informações contábeis têm interesses diversificados em
relação à empresa, com isso as informações geradas pela contabilidade devem
ser abrangentes e de confiança.
2.2 – A Contabilidade de Custos
2.2.1 – Definição e objetivo
Viceconti e Neves (2000, p. 6-7) afirmam que:
A Contabilidade de Custos, nos seus primórdios, teve como
principal função a avaliação de estoques em empresas
industriais, que é um procedimento muito mais complexo do
que nas comerciais, uma vez que envolve muito mais que a
simples compra e revenda de mercadorias, são feitos
pagamentos a fatores de produção (...), estes gastos devem
ser incorporados ao valor dos estoques das empresas no
processo produtivo, por ocasião do encerramento do balanço
haverá dois tipos de estoque: produtos em elaboração e
produtos acabados.
Segundo Martins (1996, p. 21) a preocupação primeira dos contadores
foi a de fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus
problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não a de
fazer dela um instrumento de administração. Já Leone (2000, p. 21)
considera "a Contabilidade de Custos como um centro processador de
informações". VanDerbeck e Nagy (2001, p. 13) acrescentam que "a
contabilidade de custos fornece os dados detalhados sobre custos que a
gestão precisa para controlar as operações atuais e planejar para o
futuro".
Conforme Finkler (1994, p. 4), uma boa definição da Contabilidade de
Custos desenvolvida nos hospitais seria:
(...) um elemento da gerência financeira que gera
informação sobre os custos de uma organização e seus
componentes. Como tal, a Contabilidade de Custos é um
subconjunto da Contabilidade geral; contabilidade gera
informação financeira para a tomada de decisões.
Para Horngren et. all. (2000, p. 2) "a contabilidade de custo mensura
e relata informações financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição
e ao consumo de recursos pela organização".
O gerenciamento de custo é usado para descrever as ações que os
gerentes tomam com o intuito de satisfazer os clientes enquanto
continuamente reduzem e controlam custos. Um importante componente do
gerenciamento de custo é o reconhecimento de que decisões tomadas hoje,
muitas das vezes, comprometerão a organização na incorrência de custos
subseqüentes.
2.3 – Custos Hospitalares
2.3.1 – Definição
A princípio, custos hospitalares é um instrumento fundamental para o
controle e o desenvolvimento das operações do hospital. Diante disso, a
definição mais objetiva e adequada é segundo Martins (2000, p. 23), que
"entende custos hospitalares como os gastos relativos a materiais e
serviços utilizados na produção médica do hospital".
Diante das características hospitalares, percebe-se que os sistemas de
custos nessas empresas devem objetivar não somente à determinação dos
preços dos serviços, mas também a uma análise interna que permita um melhor
conhecimento dos resultados da gestão e uma melhoria no funcionamento da
organização.
2.4 – Orçamento
2.4.1 – Orçamento Geral
Segundo Horngren et. all. (2000, p. 125):
O orçamento geral reúne todas as projeções financeiras dos
orçamentos individuais de cada unidade da organização num
único conjunto de orçamentos para um determinado período,
abrangendo o impacto tanto das decisões operacionais
quanto das financeiras. As decisões operacionais visam à
aquisição e uso de recursos escassos, enquanto as decisões
financeiras concentram-se em como obter os meios para
adquiri-los.
De acordo com Crepaldi (1999, p. 193-194):
O orçamento é um plano administrativo que cobre todas as
operações da empresa, para um período de tempo definido,
expresso em termos quantitativos e é também um
planejamento do lucro por meio da previsão de todas as
atividades da empresa.
Nesse sentido Martins (2000) afirma que o orçamento concretiza o
hábito de investigação cuidadosa, antes que se tomem as decisões, e
constitui-se em uma declaração de compromisso.
Sob certas condições antecipadas de operação, o orçamento nada mais é
do que a exposição da receita e despesas esperadas, é uma estimativa de
transações futuras que como todas as estimativas está sujeita a erros,
considerando a hipótese de revisão quando exigirem novas circunstâncias. O
orçamento destina-se a orientar a administração no esforço para controlar e
dirigir o negócio.
2.4.2 – Orçamento Hospitalar
Conforme VanDerbeck e Nagy (2001, p. 365) "um orçamento é um
dispositivo de planejamento que ajuda uma empresa a estabelecer metas e que
serve como um indicador contra o qual resultados reais podem ser medidos".
Nesse contexto, vê-se que a elaboração de um orçamento, inclusive o
hospitalar, é uma forma de se obter um controle através de direcionamentos
de objetivos de curto e longo prazo.
Diante do que foi exposto percebe-se que elaborar o orçamento é um
passo na implementação de estratégia da empresa, que faz parte do processo
de planejamento e estabelece parâmetros para controle, compondo assim o
papel duplo do orçamento.
2.4.3 – Requisitos para a elaboração
Todo orçamento requer antes de tudo a organização tanto do pessoal a
se envolverem quanto do tempo estimado para vigência do orçamento. A partir
disso, Martins (2000) subdivide esses requisitos em comissão do orçamento
hospitalar e período do orçamento.
Por outro lado, alguns autores classificam os requisitos em vários
estágios, dentre eles: de identificação, pesquisa, seleção e implementação;
e controle.
Ao todo, Aubert et. all. (1995, p. 174-175) apresentam o processo
orçamentário constituindo-se em quatro etapas: a) elaboração; b) aprovação;
c) execução e d) acompanhamento, controle e avaliação.
2.5 – Planejamento e Controle
2.5.1 – Definição
Existem muitas definições de planejamento e controle, algumas até
semelhantes. Assim, uma breve análise literária desses conceitos é
fundamental.
De início, em seu sentido literal, o Dicionário Aurélio (1993) define
cada um como:
Planejar: 1. Fazer o plano ou a planta de; projetar,
traçar. 2. Tencionar, projetar. § planejamento.
Controle: 1. Ato ou poder de controlar. 2. Fiscalização
exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, etc.,
para que não se desviem das normas preestabelecidas. 3.
Domínio físico e psíquico de si mesmo. * controle remoto.
Dispositivo que permite o controle à distância de
aparelhos ou equipamentos eletrônicos, particularmente
eletrodomésticos.
Outra definição a ser enfatizada compete a Gonçalves e Baptista (1998,
p. 24):
Planejar significa decidir entre diversas alternativas que
se apresentam, qual curso tomar para atingir com mais
eficiência e eficácia o objetivo almejado.
Controlar, do ponto de vista das ciências administrativas,
significa certificar-se de que a organização está atuando
de acordo com os planos e políticas traçados pela
administração.
A visão de Berman e Weeks (____, p. 41) para planejamento é, portanto
"um requisito para se obter atividades eficazes". Também, eles dissertam de
que cabe ao chefe e ao administrador do departamento específico a
responsabilidade de planejar.
Contabilidade Vista & Revista (2004, p. 58) aborda de forma específica
a existência do controle quantitativo, analisando assim, se os custos se
mantêm constantes devido a uma busca de otimização dos custos, ou se estão
sofrendo mudanças que podem ter como fundamento o desperdício e o
decréscimo por ter de se manter a qualidade do atendimento.
Observa-se que as definições apresentadas tendem a considerar que o
planejamento e o controle são de grande utilidade dentro de qualquer
organização.
2.5.2 – Relação entre custos e orçamentos hospitalares
A gestão de custos hospitalares tem a premissa de proporcionar
informações capazes de estabelecer um orçamento para o planejamento e
controle de hospitais. Em vista disso, observa-se que alguns autores buscam
dissertar acerca dessa relação a qual se deve ser enfatizada.
Iudícibus (1993) mostra que a interação entre custos e orçamentos é
muito grande. Custos nada mais são do que, em grande parte, reflexos de
decisões, hoje, de investimentos tomados anteriormente.
Assim, também, Martins (2000, p. 28) afirma que "a estimativa dos
custos do hospital é o início para um programa de orçamento, (...), o
orçamento torna-se a expressão escrita do programa de trabalho para o
hospital".
3.0 – Resultado de Pesquisa
A tabela 1 da pesquisa indica que 100% dos hospitais investigados
classificam o orçamento como excelente instrumento de planejamento e
controle.
Tabela 1 – Classificação do orçamento enquanto instrumento de planejamento
e controle.
"Classificação do "Nº de "Participaçã"
"orçamento "hospitais "o "
"Ruim "0 "0% "
"Regular "0 "0% "
"Bom "0 "0% "
"Excelente "3 "100% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
Dentre o método aplicado na distribuição dos custos hospitalares, a
tabela 2 demonstra que o método de departamentalização é o modo melhor a
ser aplicado.
Tabela 2 – Método aplicado na distribuição dos custos hospitalares.
"Método aplicado "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Departamentalização "3 "100% "
"Geral ou o método "0 "0% "
"simples " " "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
De acordo com a política interna adotada pelo hospital determina-se o
período de orçamento que pode variar como mostra a pesquisa.
Tabela 3 – Predominância do período de planejamento na elaboração do
orçamento.
"Período "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Curto Prazo (360 dias) "2 "66.67% "
"Longo Prazo (acima de 360 "0 "0% "
"dias) " " "
"Mensalmente "1 "33.33% "
"Outros "0 "0% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
Na tabela 4, percebe-se que a aplicabilidade efetiva do plano
orçamentário pode ser impedida por fatores externos e/ou internos, o qual
varia de hospital. Podendo ser apenas um desses fatores como os dois ao
mesmo tempo.
Tabela 4 – Fatores que impedem a efetiva realização do plano orçamentário
em sua aplicabilidade.
"Fatores "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Externos "1 "33.33% "
"Internos "1 "33.33% "
"Externos e "1 "33.33% "
"internos " " "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
Em termo de variações de um orçamento anterior com o vigente pode ser
feita de vários modos, dentre eles análise no aumento de materiais e
medicamentos e até mesmo confrontando com relatórios de alguns consultores.
Tabela 5 – Análises de variações dos orçamentos.
"Análise de "Nº de "Participaçã"
"variações "hospitais "o "
"Sim "3 "100% "
"Não "0 "0% "
"Raramente "0 "0% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
De acordo com a tabela 6, verifica-se que os itens que mais oscilam
são os materiais diretos visto que em alguns a distinção encontra-se na
proporção em que eles oscilam. E o segundo item, no caso, são as despesas
operacionais.
Tabela 6 – Itens integrantes do orçamento que mais oscilam de um período a
outro com sua proporção.
"Itens "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Materiais diretos " " "
"5% a 20% "1 "33.33% "
"21% a 35% "1 "33.33% "
"35% a 50% "0 "0% "
"Despesas "1 "33.33% "
"Operacionais " " "
"Outros "0 "0% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
Na tabela 7, percebe-se que 66.67% dos hospitais afirmam que existe a
influência da elaboração do orçamento hospitalar, na opção de fornecimento
dos materiais utilizado pelo hospital, haja vista que essa influência
encontra-se na busca de materiais que substituam outros dentro da mesma
qualidade e função.
Tabela 7 – Existência da influência da elaboração do orçamento hospitalar
na opção de fornecimento de materiais hospitalares.
"Influênci"Nº de "Participaçã"
"a "hospitais "o "
"Sim "2 "66.67% "
"Não "1 "33.33% "
"Raramente"0 "0% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
Como mostra a tabela 8, os hospitais buscam controlar e, até mesmo
banir, o desperdício de vários modos como forma de evitar entrar em
possíveis dificuldades financeiras.
Tabela 8 – Métodos utilizados no controle do desperdício, a partir da
elaboração do orçamento.
"Métodos "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Provisão para "1 "33.33% "
"perdas " " "
"Reservas "0 "0% "
"Outros "2 "66.67% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
De acordo com a tabela 9, existe uma discordância sobre se o orçamento
reduz ou não os gastos operacionais, ou se equilibra os custos.
Tabela 9 – Auxílio do orçamento na redução dos tradicionais gastos
operacionais.
"Auxílio "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Redução de gastos operacionais "1 "33.33% "
"Equilíbrio de alocação de "1 "33.33% "
"custos " " "
"Apenas auxilia, mas não reduz "1 "33.33% "
"os gastos " " "
"Outros "0 "0% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
A tabela 10 mostra que os hospitais baseiam-se, primeiramente, em
reuniões setoriais para a elaboração de um orçamento por departamento,
somente após é feito um orçamento geral.
Tabela 10 – Passos e demonstrativos necessários aos hospitais para
viabilizar o orçamento hospitalar.
"Passos e demonstrativos "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Somente relatório por "0 "0% "
"departamento " " "
"Somente relatório geral "0 "0% "
"Relatório por departamento "3 "100% "
"Geral " " "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
Fica claro na tabela 11 que varia entre os hospitais a área
responsável pela elaboração do orçamento, podendo este ser feito pelo setor
administrativo, financeiro ou outros.
Tabela 11 – Área responsável pra elaborar o orçamento.
"Área "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Administrati"1 "33.33% "
"va " " "
"Financeira "1 "33.33% "
"Outros "1 "33.33% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
Na tabela 12, observa-se que a maioria dos hospitais utilizam a
comunicação direta através de reuniões e indireta por meio de relatórios.
Tabela 12 – Comunicação entre os setores do hospital para a elaboração.
"Comunicação "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Direta "1 "33.33% "
"Indireta "0 "0% "
"Direta e "2 "66.67% "
"indireta " " "
"Não há "0 "0% "
"comunicação " " "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2206/2007.
Conforme a tabela 13 pode-se perceber que 100% dos hospitais
investigados possuem nível de escolaridade superior em outras áreas que não
sejam de Contabilidade.
Tabela 13 – Nível de escolaridade dos gestores administrativos.
"Nível de escolaridade"Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Nível Médio "0 "0% "
"Técnico em "0 "0% "
"Contabilidade " " "
"Superior em "0 "0% "
"Contabilidade " " "
"Outros "3 "100% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
De acordo com a tabela 14 percebe-se que alguns hospitais estudados
possuem princípios orientadores diferentes, na determinação dos custos
hospitalares na elaboração do orçamento e outros não seguem um determinado
princípio, baseiam-se em experiências, pareceres de consultores.
Tabela 14 – Princípio orientador para a determinação dos custos
hospitalares na elaboração do orçamento.
"Princípios "Nº de "Participaçã"
" "hospitais "o "
"Custos "1 "33.33% "
"setoriais " " "
"Não há "1 "33.33% "
"Outros "1 "33.33% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
A tabela 15 revela que o orçamento influencia no programa de trabalho
através de tomadas de decisões.
Tabela 15 – Influência do orçamento no programa de trabalho para o
hospital.
"Influência no programa de "Nº de "Participaçã"
"trabalho "hospitais "o "
"Positiva "3 "100% "
"Negativa "0 "0% "
"Não há "0 "0% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
Segundo a tabela 16 o orçamento hospitalar é um instrumento de
planejamento e controle utilizado, principalmente, nas tomadas de decisões
conforme pesquisa feita.
Tabela 16 – Situações em que o orçamento hospitalar é um eficiente
instrumento de planejamento e controle.
"Situações "Nº de "Participaçõ"
" "hospitais "es "
"Tomadas de decisões "2 "66.67% "
"Acompanhamento e controle de "1 "33.33% "
"metas " " "
"Outros "0 "0% "
"Total "3 "100% "
Fonte: Pesquisa de Campo, 2006/2007.
4.0 – Considerações Finais
Através da Pesquisa de Campo feita na área dos hospitais particulares
da cidade de Feira de Santana-Bahia, pode-se perceber nos hospitais
investigados o amplo conhecimento da teoria que envolve a questão dos
custos hospitalares, os quais devem proporcionar informações para o
estabelecimento de um orçamento. E a partir deste, planejar, controlar e
coordenar todas as operações de hospital.
Porém, vale ressaltar que existem, ainda, controvérsias relacionadas
ao potencial dos orçamentos no que se referem à maximização das receitas e
minimização dos custos.
Em face desse conhecimento teórico embasado em estudos, leituras e,
principalmente, em seminários, toda essa teoria encontra-se aplicada na
prática realçando a existência necessária que deve haver na relação entre
teoria e prática. Assim sendo, a investigação nesses hospitais refletiu a
análise de que o orçamento elaborado de forma inteligente e adequado é
capaz de mostrar, através da síntese de variações ocorridas nele, os pontos
que mais devem ser debatidos de modo a corrigir gastos excessivos ou mesmo
o desperdício como ocorre, geralmente, na área direcionada a curativos, por
exemplo.
Também, questões relacionadas com novos investimentos, com programas
de trabalho, entre outros, mostram que em muito o orçamento pode contribuir
e a primeira estância esses hospitais têm chegado a essa conclusão.
Observou-se com este trabalho que o orçamento hospitalar é uma
ferramenta de controle eficaz e de redução de custo, e que juntamente com a
área de custos monetariza as informações, estas que servirão de alicerce
para as tomadas de decisão dos hospitais.
5.0 – Referências
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