Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

Curso D...fecção - Curso De Controle De Infec??o Hospitalar - M?dulo Iv

Apostila do curso de controle de infecção hospitalar e em serviços de saúde

   EMBED


Share

Transcript

Curso de Controle de Infecção Hospitalar MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. MÓDULO IV Conteúdo: 1. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos. 2. Limpeza, desinfecção de ambientes e superfícies. 3. Investigação de surto Objetivos específicos Ao final deste módulo o aluno deverá ser capaz de: 9 Descrever a técnica e os produtos utilizados no processamento dos artigos. 9 Descrever a técnica e os saneantes utilizados no processamento dos ambientes. 9 Conhecer as etapas da investigação de surto. 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 1. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos Nos Serviços de Saúde segundo recomendação do Manual de Processamento de artigos e superfícies do Ministério da Saúde de 1994 o processamento de artigos deve ser centralizado, por motivos de custo, eficiência de operacionalização, facilidade de manutenção do padrão de qualidade e aumento de vida útil dos mesmos. O setor destinado à limpeza, acondicionamento, esterilização, guarda e distribuição de materiais esterilizados é denominada Central de Material Esterilizado – CME. (BRASIL, 1999). A CME têm basicamente dois ambientes distintos, uma área denominada de área suja / contaminada (neste local são realizados os procedimentos de limpeza e desinfecção), e uma área limpa (onde os artigos são embalados para realização do processo de esterilização). Na CME os artigos são processados segundo uma seqüência. Segue abaixo de forma resumida o fluxograma de artigos na CME: Recepção de artigos contaminados ↓ Limpeza e secagem de artigos ↓ Barreira física ↓ Inspeção, preparo, lubrificação e embalagem. ↓ Desinfecção / Esterilização ↓ Armazenamento ↓ Distribuição 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Os artigos a serem processados devem ser classificados de acordo com o risco potencial de transmissão de infecção. A escolha do melhor método para o processamento dos artigos vai depender do tipo de material e sua finalidade. Segue abaixo a classificação de Spaulding baseado no risco de infecção: Artigos Críticos Materiais com potencial de elevado Instrumental risco de agulhas, cirúrgico, cateteres provocar infecção porque intravasculares são introduzidos dispositivos diretamente em tecidos. e a eles conectados, como equipo de solução e torneirinha normalmente estéreis. Artigos Semi-Críticos Aqueles que entram em Equipamentos contato com de mucosa anestesia e endoscopia. íntegra e pele não intacta; pode-se tornar artigo crítico se ocorrer lesão acidental durante a realização do procedimento. Artigos Não-Críticos Materiais que entram em Artigos com comadre, contato somente com a papagaio, termômetros. pele íntegra e geralmente oferecem baixo risco de infecção. A limpeza é o primeiro passos para o processamento de artigos, com esta removem a matéria orgânica e conseqüentemente diminuímos o número de microorganismos a fim de uma melhor ação dos produtos desinfetantes / esterilizantes. Portanto, Limpeza – É a remoção mecânica de sujidade, realizada pela fricção mecânica 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores e utilização de detergentes ou desincrostantes. Tem o objetivo de reduzir a carga microbiana e remover contaminantes (PADOVEZE e DELMONTE, 1999). Os principais tipos de limpeza são; 9 Manual - É realizada manualmente por meio de ação física, sendo utilizado água, detergente, escovas de cerdas macias. 9 Automática - É realizada por máquinas automatizadas, que removem a sujidade por meio de ação física e química. 9 Lavadora-ultra-sônica - ação combinada da energia mecânica (vibração sonora), térmica (temperatura entre 50º e 55ºC) e química (detergentes). 9 Lavadora descontaminadora - jatos de água associada a detergentes, com ação de braços rotativos e bicos direcionados sob pressão. 9 Lavador termo – desinfectadora - jatos de água e turbilhonamento, associados à ação de detergentes. A desinfecção se dá por meio de ação térmica ou termoquímica. 9 Lavadora esterilizadora - realiza ciclos de pré-limpeza, limpeza com detergente, enxágüe e esterilização. Os principais produtos utilizados na limpeza são: 9 Limpadores Enzimáticos - São compostos basicamente por enzimas que removem a matéria orgânica do material em curto período de tempo 9 Desincrostantes - São produtos que contém tensoativos que reduzem a tensão superficial da água. Desinfecção – É o processo de destruição dos microorganismos vegetativos (com exceção das formas esporuladas), utilizando agentes físicos e químicos. Classifica-se em: 9 Alto nível – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa e alguns esporulados, bacilo da tuberculose, fungos e vírus. Requer enxágüe do material com água estéril e manipulação com técnica asséptica. 9 Médio nível ou nível intermediário – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa, exceto os esporulados, inativa o bacilo da tuberculose, a maioria dos vírus e fungos; 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 9 Baixo nível – destrói todos os microorganismos na forma vegetativa, alguns vírus e fungos, não elimina o bacilo da tuberculose, nem os esporulados. Principais características de um desinfetante ideal: 9 ação rápida 9 amplo espectro 9 ativo em presença de matéria orgânica 9 atóxico 9 compatível com diversos tipos de materiais 9 efeito residual na superfície 9 fácil manuseio 9 inodoro ou de odor agradável 9 ecônomico 9 solúvel em água 9 não poluente 9 estável em concentração original ou diluído 9 ser compatível com sabões, detergentes e outros produtos químicos. A seguir apresenta-se a ordem de resistência decrescente dos agentes aos desinfetantes: Esporos bacterianos (Bacillus subtilis, Clostridium sporogenes) ↓ Microbactérias (micobacterium tuberculosis) ↓ Vírus pequenos ou não lipídicos (poliovírus, coxsackie vírus) ↓ Fungos (cândida spp, cryptococcus spp) ↓ 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Bactérias vegetativas (pseudomonas aeruginosa, staphylococcus áureos, salmonela). Vírus médios ou lipídicos (herpes, CMV, VSR, Hep B, HIV). Principais Desinfetantes Químicos Utilizados em artigos Hospitalares PRODUTO NÍVEL DE TEMPO DE RESTRIÇÕES DE DESINFECÇÃO EXPOSIÇÃO Glutaraldeído a ALTO 30 minutos USO Materiais porosos pois 2% Ácido peracético retém o produto ALTO 10 minutos Danifica metais MÉDIO 30 minutos Danifica metais e a 0,2% Hipoclorito de sódio a 1% Álcool a 70% mármore MÉDIO 30 segundos Danifica acrílico e borracha Quaternário de BAIXO 30 minutos Não há Amônia PRODUTO Álcool 70% EPI TOXICIDADE Luva de borracha NÃO APRESENTA de cano longo Quaternário Luva de borracha NÃO APRESENTA (polui o de Amônia de cano longo ambiente) Hipoclorito Avental Misturado a substância ácida, impermeável, luva libera gás de cloro. de borracha cano Em contato com formaldeído, longo, botas, produz óculos. substância cancerígena. 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Glutaraldeído Máscara de químico, filtro Irritante para mucosa (olhos, avental nariz, impermeável, óculos, causar luva borracha garganta), asma, podendo dermatites, de epistaxe e rinite. Os níveis no cano ambiente, não deve ultrapassar longo, botas. 0,2 ppm. Ácido Máscara de filtro Pode ocasionar queimaduras Peracético químico, avental em contato direto com a pele, impermeável, cegueira se entrar em contato óculos, luva de com olhos, irritante para borracha cano mucosa do nariz, garganta e longo, botas. pulmão. Esterilização – “...considera-se esterilização o processo pelo qual os microorganismos são destruídos a tal ponto que a sua probabilidade de sobrevivência é menor que 1 para 1.000.000” (BRUNCH CW, BRUNCH MK, 2000). Os tipos são: 9 Esterilização por calor a seco – utilizada para esterilização de óleos, pós e pequenas caixas de instrumentais. 9 Esterilização por óxido de etileno – indicado para artigos termosensíveis, fundamental respeitar o tempo de aeração do produto final. 9 Esterilização por vapor de baixa temperatura e formoldeído gasoso – indicado para artigos termosensíveis. 9 Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio 9 Esterilização por glutaraldeído – Sua apresentação é líquida, utilizado na esterilização de artigos termosensíveis, no entanto é tóxico. 9 Esterilização por ácido peracético associado ao peróxido de hidrogênio – utilizado em capilares de diálise. 9 Esterilização por pastilhas de formoldeído – utilizadas na esterilização que não tolera o vapor, seu uso é limitado, pois seus vapores são irritantes e apresenta potencial carcinogênico. 78 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 9 Esterilização por vapor saturado sob pressão – vapor na temperatura de ebulição da água sob pressão é o meio mais econômico para esterilização de artigos termossensíveis. MÉTODO FÍSICO EQUIPAMENTO / SOLUÇÃO TEMPERATURA TEMPO 121ºC 30 minutos 134ºC 4 minutos 170ºC 1 hora 160ºC 2 horas Glutaraldeído (imersão) ambiente 10 horas Ácido peracético (imersão) ambiente 1 hora _ _ Gravitacional Vapor Autoclave sob pressão Pré-vácuo Calor seco Líquido QUÍMICO Estufa • Óxido de etileno Gasoso • Plasma de peróxido de hidrogênio Não podemos deixar de citar que para todos os processos de esterilização será necessário estabelecer sistemas de monitoração do processo (físico, químico e biológico). A escolha do invólucro apropriado para cada tipo de esterilização tem como objetivo: 9 Permitir a esterilização do artigo. 9 Garantir esterilidade do artigo até o momento do uso. 9 Facilitar a transferência do conteúdo com técnica asséptica. Características de um invólucro ideal: 9 Ser compatível com o método e resistir às condições físicas do método. 9 Permitir a penetração do agente. 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 9 Proteger o conteúdo do pacote. 9 Ser isenta de furos 9 Ser livre de resíduos tóxicos (corante, alvejante e amido) 9 Ser barreira microbiana 9 Ser compatível com as dimensões do artigo TIPO DE INDICAÇÃO OBSERVAÇÃO INVÓLUCRO TECIDO DE CALOR ÚMIDO ALGODÃO CRU Há dificuldade monitorização de do desgaste do tecido. NBR 13456/96 PAPEL GRAU CALOR ÚMIDO CIRÚRGICO Especificação técnica ÓXIDO DE ETILENO por meio da NBR 12946/93 PAPEL CREPADO CALOR ÚMIDO Menor resistência à ÓXIDO DE ETILENO tração (projeto 23.001.04-008 / 98). PAPEL KRAFT EM DESUSO Irregularidade inconstância gramatura. e na Pode apresentar alquiltiofeno, causa náuseas e cefaléia nos indivíduos expostos. FILME CALOR ÚMIDO Especificação técnica TRANSPARENTE ÓXIDO DE ETILENO por meio da NBR 13386/95 80 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores TYVEC CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO PLASMA DE PERÓXIDO DE Alto custo E HIDROGÊNIO RADIAÇÃO GAMA NÃO TECIDO CALOR ÚMIDO ÓXIDO DE ETILENO PLASMA DE PERÓXIDO DE _ HIDROGÊNIO No caso de reprocessamento de artigos de uso único o serviço deverá possuir um protocolo de processamento de artigos de uso único, validado, e será o responsável por intercorrências advindas deste. 2. Limpeza, desinfecção de ambientes e superfícies. As superfícies contaminadas podem servir de reservatório de agentes patogênicos, mas normalmente as superfícies não estão associadas diretamente à transmissão de infecções para profissionais da área da saúde ou para pacientes. O CDC classifica as áreas dos serviços de saúde com base no potencial de contaminação: 9 Críticas - Áreas que realizam um grande número de procedimentos invasivos ou que possuem pacientes com sistema imunológico comprometido (UTI, Lactário, Centro Cirúrgico...). 9 Semicríticas - Áreas onde são prestados cuidados aos pacientes, no entanto não são de alta complexidade (Ambulatórios e Unidades de internação...). 9 Não críticas - Áreas não ocupadas por pacientes (Áreas administrativas) As superfícies são subdivididas em: 9 Superfícies de equipamentos médicos 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 9 Superfícies prediais A limpeza é de fundamental importância para qualquer processo de desinfecção, pois, remove a matéria orgânica que interfere na inativação microbiana. A tabela a seguir apresenta o tempo de sobrevivência de microorganismo em matéria orgânica ressecada em temperatura ambiente. Microorganismo Tempo de sobrevivência Vírus HIV Até 3 dias Vírus da hepatite B Até 7 dias Enterococcus spp Até 7 dias Acinetobacter Baumanii Até 2 dias Fonte: APECIH, 2004. Segundo o MS deve ser considerado para aquisição de detergentes e germicidas os seguintes critérios: 9 Natureza da superfície a ser limpa 9 A possibilidade de corrosão da superfície 9 Tipo e grau de sujidade e sua forma de eliminação 9 Tipo de contaminação – presença de matéria orgânica 9 Recursos disponíveis e métodos de limpeza adotados 9 Grau de toxidade do produto 9 Método de limpeza e desinfecção – tipos de máquinas, acessórios... 9 Concentração de uso preconizado pelo fabricante 9 Segurança na manipulação e uso 9 Princípio ativo 9 Tempo de contato 9 Concentração necessária para ação 9 Possibilidade da inativação na presença de matéria orgânica 9 Estabilidade frente às alterações de luz 9 Temperatura 9 PH 9 Tempo de Validade 82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A Portaria nº 2616 / 1998 do MS estabelece no seu anexo V a validade das normas de limpeza, desinfecção e esterilização descrita no Manual de Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de Saúde 1994. A Portaria nº 15 de 1988 define quais são os princípios ativos utilizados no ambiente hospitalar. A Lei nº 6360 de 1976 dispõe sobre a vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos. As superfícies demandam constante limpeza e remoção de pó. A freqüência varia segundo classificação de risco de transmissão de infecção das áreas. Temos três tipos de frequência de limpeza: 9 Concorrente – diária e reposição de materiais de consumo 9 Intermediárias – locais de alta rotatividade (piso, banheiros e esvaziamento do lixo) 9 Terminal – Envolve piso, teto, mobiliários Segue a seguir um resumo em forma de tabela: Freqüência da Limpeza por Área Área Limpeza Limpeza Terminal Observações Concorrente Críticas Unidades de Limpeza e Após alta, óbito, Na limpeza internação. desinfecção duas transferência do terminal, devem-se vezes ao dia e paciente ou a cada limpar grelhas do quando necessário. 7 dias em casos de sistema de permanência condicionado, prolongada, no janelas, mesmo ambiente. teto, peitoris, luminária realizar ar troca e de cortinas, se houver. Bloco Cirúrgico. A cada cirurgia. Ao término da A limpeza do 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores programação mobiliário e dos cirúrgica do dia. equipamentos é de Semanal. responsabilidade Demais Unidades Limpeza e Críticas. desinfecção uma do vez ao dia e enfermagem. quando necessário. Tanto na limpeza Corpo de concorrente quanto na terminal, demais nas unidades críticas, a limpeza do mobiliário e dos equipamentos poderá ser feita pelo profissional de limpeza, desde que treinado para função específica. Semicrítica Unidades de Limpeza uma vez Após alta, óbito, Equipamentos Internação. ao dia e quando transferência do artigos necessário. paciente ou a cada responsabilidade são e de 15 dias em casos do corpo de de permanência enfermagem, o prolongada, no mobiliário mesmo ambiente. responsabilidade é de do profissional de limpeza. Não Crítica. Limpeza uma vez Mensal. ao dia e quando necessário. Fonte: FERREIRA, T. M. e cols. Limpeza e desinfecção de Áreas Hospitalares. In: APECIH Limpeza, Desinfecção de Artigos a Áreas Hospitalares e Anti-sepsia. São Paulo, 1999. 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Principais Desinfetantes Hospitalares para Superfícies Desinfetante Álcool (etílico Indicações Contra Indicações ou Mobiliário em geral. Opacificação isopropílico). Uso de Concentração acrílicos a e 70% fricção por 30 ressecamento de segundos. plásticos e borrachas. Compostos Desinfecção de Em Fenólicos. superfícies de áreas de contato uso de acordo com áreas críticas. berçários com e Concentração de alimentos, o fabricante. evitar contato com a pele ou mucosas, pode sofrer inativação na presença de matérias orgânicas, são tóxicos poluentes ambientais. Cloro Inorgânico Desinfecção (nome comercial: descontaminação Hipoclorito). ou Ação de superfícies. corrosiva Concentração sobre metais e 1% com tempo de tecidos é exposição incompatível de de 10 com minutos. detergentes e pode ser inativado presença na de matéria orgânica. Quaternário Amônio de Superfícies fixas e Pode mobiliárias, sofrer Concentração entre áreas inativação junto à 2 % e 3 % com de alimentação e matéria orgânica. tempo de 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores berçário. exposição de 10 minutos. Algumas recomendações devem ser seguidas durante o processo de limpeza / desinfecção de áreas e superfícies: 9 Lavar as mãos antes e após cada atividade 9 Evitar utilização de anéis, pulseiras 9 Usar EPI 9 Fazer descontaminação prévia da matéria orgânica 9 Não varrer a seco 9 Utilizar produtos com registro no MS 9 Utilizar panos diferentes para diferentes áreas 9 Não deixar panos de molho 9 Iniciar limpeza nas áreas menos contaminada para mais contaminada ¾ Limpar no sentido unidirecional ¾ Paredes cima – baixo ¾ Tetos – unidirecional ¾ Corredores/saguão – dentro – fora ¾ Quartos/salas – fundo - porta 9 Realizar desinsetização periódica 9 Não impermeabilizar pisos de salas cirúrgicas 9 A freqüência de limpeza deve ser estabelecida por cada serviço Algumas áreas requerem procedimentos especiais de limpeza ou profissionais especializados: 9 Caixa d’água 9 Ductos de ar condicionado 9 Desinsetização/desratização/descupinização 3. Investigação de surto 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Inicialmente se faz necessário conhecer os problemas para realizar as ações. A questão é será que o surto realmente é um evento Inesperado? Precisamos avaliar os riscos para prevermos futuros problemas antecipando as medidas a serem tomadas, de modo a minimizar ao máximo sua ocorrência, ou seja, para a prevenção e controle dos eventos, é necessário que se integre avaliação e gerenciamento de risco e controle de infecção hospitalar, em ações organizadas com base nas recomendações emanadas da vigilância epidemiológica. Definindo Surto...“Manifestação, em uma comunidade ou região, de casos de uma doença com uma freqüência que exceda a incidência normal prevista...” Os surtos hospitalares ocorrem numa freqüência de 1 para 10.000 admissões. Segundo dados do CDC, 40% dos surtos têm solução espontânea e podem passar despercebidos. A investigação epidemiológica é um...”Estudo de campo realizado a partir de casos notificados, para a identificação”: 9 Área de abrangência; 9 Patógeno mais comumente envolvidos 9 Mecanismo de transmissão 9 Topografias ou tipo de infecção Tem como objetivos: 9 Controlar e prevenir o aparecimento de casos novos; 9 Identificação da sua etiologia; 9 Identificação das fontes e modos de transmissão; 9 Identificação de grupos expostos a maior risco. Para facilitar a investigação propõe-se uma seqüência: 9 Planejar a investigação 9 Investigação preliminar 9 Investigação definitiva 9 Tirar conclusões e formalisar medidas de controle 9 Manter a vigilância de novos casos 9 Manter uma boa comunicação durante a investigação 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Investigação Preliminar 1. Rever informação existente 9 Dados prévios de vigilância 9 Entrevista do pessoal clínico (profissionais de saúde) 9 Entrevista do pessoal do laboratório clínico 9 Registros do laboratório 9 Prontuários clínicos 9 Outras possíveis fontes 2. Verificar o diagnóstico 3. Compreender a plausibilidade biológica 9 Comportamento biológico do agente hipotetizado como causa 9 Revisão de literatura de outras experiências de surto 4. Desenvolver uma definição inicial de caso, que pode ser ampla (boa sensibilidade) 9 Microbiológica 9 Laboratorial outra (ex.:hematológica, bioquímica) 9 Radiológica 9 Patológica 9 Clínica (sintomas) 9 Combinação dos itens acima 5. Buscar de casos 6. Epidemiologia descritiva 9 Natureza do problema (População sob risco, Gravidade da doença, Velocidade de surgimento de casos, Distribuição: CURVA EPIDÊMICA - No tempo, no espaço, na população) 7. Estabelecer a real existência da epidemia Comparar taxas verificar se presente epidemia: « aumento na incidência de um evento acima do esperado ». 9 Excluir artefatos de vigilância (ex.: introdução de um novo método de detecção) 9 Excluir uma pseudo-epidemia – é uma falsa epidemia onde há um aumento da notificação de casos mas não um aumento real de sua ocorrência. Por 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores exemplo : novas tecnologias no laboratório de microbiologia, mudança no sistema de vigilância epidemiológica...) 8. Medidas de controle 9 Reforçar medidas já existentes (Verificar antes a adequação destas medidas) 9 Adicionar medidas específicas Investigação Definitiva 1. Refinar a definição de caso 9 torná-la mais específica 2. Busca de casos adicionais 9 Revisão de prontuários 9 Vigilância (Microbiológica, outras - teste cutâneo, pesquisa de anticorpos, etc) 3. Refinar a descrição epidemiológica 4. Refinar a avaliação da existência da epidemia 5. Desenvolver hipóteses 6. Testar hipóteses ¾ EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA 9 Estudos de caso-controle X coorte 9 Estudos retrospectivos X prospectivos 9 Seleção de controles 7. Reavaliar as medidas de controle 9 Necessidade de medidas adicionais? 9 Necessidade de estudos adicionais microbiológicos/epidemiológicos? São atitudes obrigatórias independentemente do tipo de investigação: 9 Emitir relatórios, 9 Discutir, divulgar, 9 Envolver todos os profissionais na discussão e investigação, 9 Instituir medidas de controle do evento. É importante encarar a investigação de surto como um momento de revisão da prática profissional, ímpar para educação continuada e fundamental para evitar óbitos e 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores aumento da morbidade. A revisão bibliográfica deve estar presente ao longo da investigação, pois situações similares já podem ter sido relatadas. --------------------FIM MÓDULO IV ------------------- -------------------FIM DO CURSO--------------------- 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1) BRASIL, Ministério da Saúde, Fundamentos de Enfermagem – PROFAE, Brasília, 2001. 2) BRASIL, Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de Saúde. 2 ed. Brasília, 1994. 3) BRASIL, Núcleo de controle de infecção hospitalar, Manual de precauções para isolamento hospitalar, Brasília, 2002. 4) Investigação e controle de epidemias (surtos) hospitalares, Curso infecção relacionada à assistência à Saúde – IRAS – versão 1.0 São Paulo UNIFESP/ANVISA 2004. 5) Limpeza, desinfecção de artigos e áreas hospitalares e anti-sepsia / coordenadores Mariusa Basso, Esperança santos de Abreu; Colaboradores: Adriana do Patrocínio Nunes Giunta...[et al.]; revisores Kasuko Uchikawa Graziano, Maria Clara Padoveze. 2 ed ver . São Paulo: APECIH Associação Paulista de Estudos e controle de Infecção Hospitalar, 2004. 6) Portaria m Nº 2.616 / MS / GM de 12 de Maio de 1998 DOU 13/05/1998. 7) Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material Esterilizado, Práticas recomendadas pela SOBECC, 1ª edição, 2000. 8) AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA , acesso em 01/02/2006. SANITÁRIA. Disponível em 9) APECIH, SP, Disponível em acesso em 16/02/2006. 10) SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. Disponível em acesso em 14/02/2006. 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores