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Cuidados Na Estação De Monta

Comunicado Tecnico

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Comunicado Técnico 15 ISSN 2177-854X Agosto . 2011 Uberaba - MG Cuidados sanitários para a estação de monta Responsáveis: Dra. Raquel Abdallah da Rocha Oliveira E-mail: [email protected] Pós-doutora em Biologia Geral Aplicada e Professora FAZU Jaqueline Nunes da Silva E-mail: [email protected] Aluna de Zootecnia da FAZU, integrante do NERU - Núcleo de Extensão Rural INTRODUÇÃO As diversas alternativas de manejo têm como objetivo principal a otimização do desempenho reprodutivo e produtivo do rebanho de cria, de forma racional, econômica e sem promover a degradação ambiental. Para tanto, o enfoque deve estar voltado à prevenção de doenças, ao atendimento das exigências nutricionais nas diversas fases da vida reprodutiva e à exploração do potencial genético dos animais. Tanto a estação monta (EM) quanto a estação de parição devem coincidir com a máxima disponibilidade forrageira, beneficiando assim as matrizes paridas. Caso contrário, haverá necessidade de suplementar as vacas, para evitar os baixos índices de fertilidade. O manejo sanitário é uma ferramenta muito importante na EM. Atenção com os reprodutores devem ser redobradas, já que um animal doente é capaz de infectar várias matrizes. O controle dessas doenças deve ser sistemático e orientado por um técnico, pois a convivência com as mesmas durante a EM prejudica diretamente o desfrute do rebanho. Quando algumas dessas doenças acometem o rebanho, além dos sintomas característicos de cada enfermidade, pode ocorrer ainda à repetição de cio, o que leva a uma queda na eficiência reprodutiva. E ainda, abortos que nem sempre são observados, principalmente quando ocorrem no terço inicial da gestação. Segundo Santos (2003), a EM é uma das primeiras medidas de manejo a ser implantada em uma fazenda quando se quer melhorar a eficiência reprodutiva. O primeiro impacto desta prática é permitir, ao final da estação, conhecer a real situação reprodutiva de cada vaca, tornando fácil para o técnico o planejamento e a eliminação das reprodutoras indesejáveis, isto é, aquelas que nas mesmas condições das outras não ficaram prenhas. A isto chama seleção de fertilidade e, sem dúvida, é a maior vantagem da estação de monta. A seguir serão apresentadas algumas das doenças que podem acometer os bovinos, não só durante a EM, mas durante todo o ciclo pecuário, que causam queda de fertilidade no rebanho, e alguns cuidados que devem ser tomados com os machos e as fêmeas antes de introduzi-los na estação. BRUCELOSE É uma doença bacteriana, provocada pela Brucella abortus, e quando ocorre no touro induz à subfertilidade ou infertilidade. O tratamento do animal é de custo elevado, sendo recomendado o descarte dos animais positivos ao exame sorológico (LEMOS, 2006). Nos animais, acometem de maneira preferencial as fêmeas em idade de reprodução, acarretando perdas econômicas diretas decorrentes dos sucessivos abortos e período de esterilidade temporária, responsáveis pela redução das taxas de natalidade, aumento do intervalo entre partos, nascimentos prematuros, interrupção de linhagem genética, esterilidade e baixa produção de leite dos rebanhos (LEMOS, 2006). O animal contaminado por brucelose libera a bactéria no leite, nas descargas uterinas e no feto, podendo contaminar as pastagens e as aguadas por vários meses (LEMOS, 2006). TRICOMONOSE Enfermidade causada pelo protozoário Trichomonas foetus. Este parasita vive no sistema genital de bovinos, sendo sexualmente transmissível. Raramente o aborto é observado, pois, além de poder ocorrer à absorção do embrião, os fetos eliminados são muito pequenos. O que se observa, na maioria das vezes, são vacas retornando ao cio em intervalos irregulares, sendo esta, a principal manifestação da tricomonose em fêmeas. O touro é o principal agente transmissor, pois nele o parasita tem a capacidade de se alojar no prepúcio, infectando a vaca no momento da cópula (Foto 1). Os touros infectados não devem ser tratados e sim descartados, pois, permanecem nessa condição pelo resto de suas vidas (COSTA, 2008). Foto 1 - Touro realizando monta em fêmea. Momento no qual ocorre a transmissão do protozoário Trichomonas foetus, caso o macho esteja contaminado. CAMPILOBACTERIOSE A Campilobacteriose Genital Bovina (vibriose) é uma doença infecciosa venérea dos bovinos causada pelo Campylobacter fetus venerealis, que leva à infertilidade temporária da vaca devido a repetições de cio e aborto. As duas subespécies de C. fetus, C. fetus venerealis e C. fetus fetus podem causar problemas reprodutivos nos bovinos, entretanto, a manifestação de infecção por estas subespécies difere quanto à ocorrência e patogenia. A infecção pelo C. fetus subsp. venerealis provoca uma doença de caráter endêmico, onde vários animais de um mesmo rebanho são acometidos, intervalo entre partos. Esta doença, que tem transmissão venérea, é também denominada de Infertilidade Enzoótica dos Bovinos (COSTA, 2008). RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA BOVINA (IBR) A IBR causada por um herpesvírus tipo I acarreta perdas econômicas, como abortos e morte de bezerros recém-nascidos. O animal infectado pode permanecer com o vírus na forma latente que pode ser reativado periodicamente após estresse ou tratamento com corticóides. Esses animais atuam como fonte de infecção através de intensa secreção nasal, ocular, vaginal e fetos abortados. A transmissão pode ocorrer por meio do coito e por sêmen congelado. O controle é realizado pela avaliação dos resultados do diagnóstico laboratorial e o uso de vacinação como ferramenta de controle a partir desse diagnóstico (EMBRAPA, 2010) a foto 2 trás uma possível sintomatologia causada pela IBR. Foto 2 – Sintomatologia apresentada por animais atingidos pela IBR DIARRÉIA VIRAL BOVINA (BVD) A BVD é uma doença viral transmitida por via placentária e/ou contato direto entre os animais, fezes, fetos abortados. Nos touros, além das secreções gerais, o sêmen também pode contribuir para a contaminação das vacas durante o coito ou inseminação artificial. A doença provoca abortos, principalmente durante os primeiros três ou quatro meses de gestação, infertilidade, defeitos congênitos e atraso no desenvolvimento dos animais infectados. A diarréia aparece como sintoma, geralmente em rebanhos contaminados, na faixa etária de seis meses a um ano de idade. Os animais contaminados podem ser eliminados do rebanho dependendo do diagnóstico (EMBRAPA, 1997). CUIDADOS COM O TOURO Para que a EM tenha sucesso, diversas providências ao longo do ano devem ser tomadas, evitando assim, a baixa eficiência reprodutiva do rebanho. Dentre elas encontra-se o exame andrológico, o qual deve ser feito anualmente. Além deste exame, há necessidade de exames físicos, a fim de detectar possíveis problemas de aprumos, de prepúcio e de pênis. Faz-se ainda, testes de libido e de acordo com o tipo de manejo da propriedade é calculada a correta relação vacas/touro. É de extrema importância garantir que o macho não tenha nenhuma doença que possa comprometer a sua virilidade, ou ser passada para fêmea no momento da cópula, o macho deve estar saudável foto 3. Fonte: Arquivo Pessoal Foto 3 – Macho saudável CUIDADOS COM AS FÊMEAS Assim como os machos, as matrizes também requerem atenção especial. O manejo das matrizes através do escore de condição corporal é uma alternativa que garante o sucesso da EM. As fêmeas devem ser manejadas de forma a apresentarem, em média, 3,5 de condição corporal (numa escala de 1 a 5), o que irá garantir a ciclicidade das matrizes. Uma boa alimentação na época que antecede a EM é essencial para que esta condição corporal seja atingida (Foto 4). A habilidade materna da matriz, ou seja, a capacidade que ela tem de cuidar do bezerro, do nascimento ao desmame, oferecendo-lhe permanente assistência, de modo a influenciar na sua sobrevivência e no seu peso ao desmame, também deve ser avaliada. Vacas que vão para a estação de reprodução já devem ter sido vacinadas contra brucelose no seu desmame, os machos não devem receber a vacina (SEQUEIRA 2001). No momento da vacinação o operador deve tomar muito cuidado ao manejar a medicação, por se tratar de uma vacina viva, ela pode contaminar o operador, sendo considerada uma zoonose. Fonte: Nelore Irca Foto 4 - Matrizes mantidas em pastagem de boa qualidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS O manejo adequado do rebanho, na estação de monta, resultará em aumento na taxa de fertilidade, aumento na taxa de desfrute, centralização da mão de obra. Assim, animais bem manejados podem expressar com clareza sua capacidade genética e seus parâmetros produtivos. Parâmetros estes de interesse zootécnico. REFERÊNCIAS COSTA, R.M. Cuidados sanitários para a estação de monta. Revista Boi a Pasto. Postado em 10/12/2008. EMBRAPA. Cuidado com as doenças da reprodução na estação de monta. Campo Grande, MS, jan. 1997 Nº 21 gado de corte. LEMOS R. A. de Brucelose e tuberculose bovina: SERIE QUALIFICAÇÃO RURAL 4 , PAG. 12 Campo Grande 2006. EMBRAPA; Estratégias para aumento da eficiência reprodutiva e produtiva em bovinos de corte. Disponível em: http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc71/controle.html. Acessado em 21/06/2010. SANTOS, K. J. G, ET AL. Estação de monta: técnica para melhorar e eficiência reprodutiva. Jornal das Cidades. São Luis Montes Belos-GO. 2003, 3P. SEQUEIRA, T.C.G.O.; AMARANTE, A.F.T. Parasitologia animal: animais de produção. Rio de Janeiro: Epub. 1 ED., 2001. 158P. O sucesso do seu negócio depende de uma boa orientação técnica. CONSULTE UM ZOOTECNISTA. Laboratório de Análise de Solo Laboratório de Análise de Nutrição Animal Laboratório de Análise Microbiológica de água e alimentos Laboratório de Análise Físico-Química de alimentos Av. do Tutuna . nº 720 . Bairro Tutunas CEP: 38061-500 . Uberaba-MG (34) 3318.4188 . 0800 34 30 33