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1. INTRODUÇÃO
A cromatografia foi introduzida por um pesquisador russo, Michael
Tswett, em 1906, quando ele separou clorofila de uma mistura de pigmentos
de planta. Ele colocou uma pequena quantidade de amostra no topo de uma
coluna de vidro cheia de carbonato de cálcio em pó, e então lavou a amostra
com éter de petróleo. Conforme a amostra descia pela coluna, apareciam
bandas separadas e de cores distintas. Daí vem o nome da técnica, pois, em
grego, "cromo" significa "cor" e "grafia" significa "escrita", o que quer
dizer "escrevendo em cores". Porém a cor foi característica nesse caso, mas
em outros tipos de cromatografia pode existir separação dos componentes da
amostra sem nenhum aparecimento de cor. (HELOISA CECCHI, 2009).
Normalmente trabalhamos em laboratório com substâncias quimicamente
puras. Essa situação, no entanto, nem sempre é a verdadeira. Reagentes ou
solventes podem estar impuros ou sofrer contaminação. Reações químicas, por
outro lado, geralmente conduzem a misturas mais ou menos complexas de
produtos que devem ser visualizados, separados e purificados ao final das
mesmas.
Muitos são os métodos existentes para a purificação e separação dos
componentes de misturas. Entre os mais conhecidos podemos citar a catação,
dissolução, cristalização, recristalização fracionada, extração, destilação
e a sublimação. Estes métodos são muito úteis, são largamente empregados em
laboratórios e em indústrias com bons e/ou excelentes resultados. Mas
falham, no entanto, quando os diversos componentes da mistura possuem
constantes físicas semelhantes, isto é, pontos de fusão ou ebulição
próximos, solubilidade semelhante em um mesmo solvente (ou mistura de
solventes), etc. A cromatografia permite resolver este problema.
A cromatografia é um método de separação de substâncias baseado na
distribuição seletiva dos diferentes componentes de uma mistura entre duas
fases imiscíveis.
Os métodos cromatográficos permitem separar os componentes de uma
mistura pois dependem da migração seletiva e diferencial dos solutos
através de um sistema constituído de duas fases: uma sólida (ou fixa) e
outra fluida (ou móvel). A fase sólida é denominada adsorvente e é
estacionária. Adsorção é a capacidade de uma substância (o adsorvente) em
deter ou concentrar seletivamente sobre a sua superfície, gases, líquidos
ou sólidos, podendo ser arrastados por uma fase móvel, denominada eluente.
A cromatografia é muito utilizada para análise, separação e
purificação (em pesquisa e em escala industrial) de numerosos produtos
naturais: antibióticos, vitaminas, hormônios, corantes, etc. Seu uso mais
conhecido, no entanto, é o da análise, localização e identificação de
microgramas de substâncias em meios biológicos (exames "anti doping" e de
medicina legal em geral).
Cinco são os principais procedimentos cromatográficos: a cromatografia
em coluna, em papel, em camada delgada, em fase gasosa e em fase líquida.
(INSTITUTO DE QUÍMICA DA UFRGS, 2004).
O exemplo de cromatografia mais clássico é a cromatografia em papel.
Neste tipo de cromatografia, uma amostra líquida flui por uma tira de papel
adsorvente vertical, onde os componentes depositam-se em locais
específicos. O papel é composto por moléculas extremamente longas chamadas
celulose. A celulose é um polímero, o que significa que ela é composta por
milhares de moléculas menores que se organizam juntas. Esta organização
molecular que compõe as cadeias de celulose é polar e, como resultado, a
celulose tem muitas regiões de altas e baixas densidades de elétrons. As
regiões "carregadas" em uma cadeia de celulose são atraídas para as regiões
de cargas opostas de outras cadeias adjacentes, e isto ajuda a unir as
fibras de papel. O fato das longas cadeias de celulose serem alinhadas em
uma direção pode ser demonstrado rasgando um pedaço de jornal. Perceber-se-
á que aquele jornal rasga facilmente e ao longo de uma linha bastante reta,
se rasgado em uma direção, mas quando rasgado a um ângulo de 90º, o papel
não rasgará facilmente ao longo de uma linha reta.
(http://www.lidora.info/tijusp/cromatografia.htm).
A cromatografia em papel é uma das técnicas mais simples e que requer
menos instrumentos para realização, porém é a que apresenta as maiores
restrições para aplicação em termos analíticos. (COLLINS, C. H., 1997).
2. CROMATOGRAFIA EM PAPEL
A cromatografia em papel, desenvolvida em 1944, é uma técnica simples
e econômica de separação dos componentes de uma mistura, podendo, em alguns
casos, ter uma aplicação qualitativa e quantitativa. Classifica-se como
cromatografia líquida - líquida, e a separação ocorre por partição do
soluto entre dois líquidos.
Está baseada nas diferentes solubilidades relativas dos componentes da
amostra na fase móvel (líquida) e na fase estacionária (líquida). Os
componentes menos solúveis na fase estacionária têm uma movimentação mais
rápida ao longo do papel, enquanto os mais solúveis serão seletivamente
retidos, tendo uma movimentação mais lenta.
Esta técnica cromatográfica é assim chamada porque utiliza para a
separação e identificação das substâncias ou componentes da mistura a
migração diferencial sobre a superfície de uma tira de papel filtro de
qualidade especial. (HELOISA CECCHI, 2009).
Este tipo de cromatografia é de execução muito simples e necessita
quantidades muito pequenas das substâncias para realizar-se a análise. A
amostra é aplicada na borda inferior de uma tira de papel filtro
(cromatografia ascendente) ou na borda superior (cromatografia
descendente). A seguir, a tira é colocada em contato com o eluente
escolhido, cuidando para que o mesmo não entre em contato direto com a
amostra, deixando que ascenda ou descenda pela superfície do papel filtro.
A identificação das substâncias pode ser feita por visualização direta
(quando possuem cor) ou pela utilização de reveladores adequados.
(INSTITUTO DE QUÍMICA DA UFRGS, 2004).
Este método é muito útil para separar substâncias muito polares como
os açúcares e os aminoácidos. Possui o inconveniente de poder-se
cromatografar somente pequenas quantidades das substâncias por vez.
Na cromatografia existem duas fases:
Fase estacionária: utiliza como suporte folhas de papel filtro especiais
para cromatografia que variam quanto à espessura em milímetros;
Fase móvel: o eluente é um solvente puro ou uma mistura de solventes. Os
principais eluentes são:
"Éter de petróleo; "Tetracloreto de carbono; "
"Benzeno; "Éter etílico; "
"Cicloexano; "Acetato de etila; "
"Clorofórmio; "Etanol; "
"Diclorometano; "Ácido acético; "
"Acetona; "Água destilada. "
"Metanol; " "
Frequentemente inicia-se os teste de separação empregando um solvente
apolar, e gradualmente aumenta-se a polaridade. Pode-se usar mistura de
solventes, e ir-se alterando a proporção de um solvente polar em um apolar,
contanto que sejam miscíveis entre si.
(http://www.pucrs.br/quimica/professores/arigony/cromatografia_FINAL/CROMA_P
APEL.htm).
2.1. Tipos de Desenvolvimentos
Ascendente
A forma mais simples de cromatografia em papel é a cromatografia
ascendente que utiliza uma tira de papel de comprimento e largura
variáveis, em função da cuba cromatográfica a ser utilizada. Marca-se com
lápis o ponto de partida da amostra, a uns 2 cm de uma das bordas do papel,
e marca-se a linha de chegada da fase móvel (ou frente do solvente),
geralmente distante 10-12 cm do ponto de partida. Nesse caso, deixa-se 2
cm de distância das bordas laterais e um intervalo entre os pontos de
aplicação de 1,5 a 2,0 cm. O nível da fase móvel deve ficar abaixo do ponto
de partida da substância, devendo, sempre, haver uma boa vedação da cuba
cromatográfica para que não se perca o vapor dessa fase.
Por capilaridade, a fase móvel começa a movimentar-se em fluxo
ascendente, rapidamente no início, diminuindo gradativamente até parar por
completo, quando a força ascendente da capilaridade for neutralizada pela
ação da gravidade. Quando a fase móvel atingir a linha de chegada
geralmente a 10-12 cm do ponto de partida, retira-se o papel da cuba
cromatográfica e seca-se a tira de papel com secador, com ar quente ou
frio, até eliminar-se a fase móvel. No caso de mistura de substâncias de
componentes coloridos, à medida que ocorre a separação, a cor única se
desdobrará em cores distintas em função do número de substâncias que
compõem, como, por exemplo, a separação de corantes artificiais em produtos
alimentícios. No caso de mistura de substâncias incolores, podem-se
detectar (revelar) esses componentes por técnicas diversas.
Descendente
As manchas são colocadas na parte de cima do papel e este é colocado
numa pequena cuba com solvente. O solvente desce por capilaridade e
gravidade e, por isso, essa técnica é mais rápida, porém necessita de um
equipamento mais complexo e específico.
Horizontal (Circular)
O solvente é colocado no centro do papel e as manchas em volta desse
centro. A separação se dá de maneira circular. Não é uma técnica muito
utilizada em comparação com as outras duas descritas.
Bidimensional
Numa primeira etapa, a fase móvel é deslocada ascendentemente e,
depois, numa segunda etapa, gira-se o papel 90° e faz-se um novo
deslocamento ascendente. Pode ser aplicada somente uma mancha em cada
separação cromatográfica, podendo-se aplicar padrões somente na segunda
eluição. (HELOISA CECCHI, 2009).
2.2. Vantagens
Simples e econômica;
Ultiliza pequena quantidade de amostra;
Boa capacidade de resolução;
Praticidade (pode recortar o papel).
(HELOISA CECCHI, 2009).
3. TÉCNICAS ANALÍTICAS DA CROMATOGRAFIA EM PAPEL
A amostra, que deve preferencialmente ser dissolvida em um solvente
volátil, é aplicada com capilar, em um volume em µL. As quantidades de
amostra variam de 1 a 100 mg, e a mancha no papel deve ter um diâmetro
máximo de 0,5 cm. (HELOISA CECCHI, 2009).
3.1. Preparação Do Papel
Manipula-se o papel com cuidado e pelas pontas, e cortam-se tiras em
tamanhos que possam ser contidos nas cubas.
É importante cortar o papel seguindo o eixo das fibras, pois a
celulose está orientada neste sentido, o que facilitará a passagem da fase
móvel.
(http://www.pucrs.br/quimica/professores/arigony/cromatografia_FINAL/prepara
cao_papel.htm).
2. Procedimento de uma Cromatografia em Papel
As cubas deverão ser perfeitamente fechadas para permitir a saturação
interna. A cromatografia pode ser ascendente ou descendente, sendo que esta
última é mais rápida e consome menos eluente. Apenas 2 cm de altura de
eluente na cuba é suficiente para a cromatografia ascendente.
(http://www.pucrs.br/quimica/professores/arigony/cromatografia_FINAL/procedi
mento_croma_papel.htm).
Uma separação adequada dos componentes de uma mistura está
relacionada com:
A difusão em função da concentração: formação de cauda em concentrações
muito altas, com movimentação do soluto de região de maior concentração
para região de menor concentração (espalhamento);
Difusão lateral: Quando soluto e fase móvel percorrem distancias
diferentes (percursos laterais em determinadas regiões do papel);
Equilíbrio incompleto: Não da um tempo ideal de contato do soluto entre a
fase móvel e a fase estacionária por causa de fluxo rápido;
Fase móvel inadequada.
Uma sugestão para resolução desses problemas é a que se procure trabalhar
nas condições mais próximas possíveis, de qualidade e quantidade, entre
padrão e amostra, usando-se o mesmo papel, fase móvel, temperatura, etc.,
isto é, cromatografando-se, concomitantemente, padrão e amostra em
condições absolutamente idênticas. (HELOISA CECCHI, 2009).
3. Aplicações da Cromatografia em Papel
Ocorre a determinação dos seguintes componentes em vários tipos de
alimentos como:
"Aminoácidos, peptídeos e "Flavorizantes naturais e "
"proteínas; "artificiais; "
"Carboidratos; "Corantes naturais e artificiais; "
"Vitaminas; "Conservantes; "
"Ácidos orgânicos; "Antioxidantes; "
"Alcoóis; "Estabilizantes e emulsificantes; "
"Antocianinas; "Resíduos de pesticidas; "
"Compostos fenólicos; "Adulterantes em geral. "
" " "
(HELOISA CECCHI, 2009)
4. PRIMEIRO ARTIGO CIENTÍFICO: ANÁLISE DE PIGMENTOS DE PIMENTÕES POR
CROMATOGRAFIA EM PAPEL
Segundo artigo citado por Núbia Moura Ribeiro e Carolina Rodeiro
Nunes, os carotenóides são pigmentos naturais que trazem benefícios para a
saúde por sua atividade antioxidante e anticancerígena. A cromatografia em
papel é utilizada neste trabalho para separar e identificar esses pigmentos
em extratos de pimentões verdes, amarelos e vermelhos. São apresentadas
também informações sobre carotenóides, destacando os encontrados nos
pimentões.
4.1. Resenha
Os métodos cromatográficos são utilizados para separar misturas
contendo duas ou mais substâncias ou íons, e baseiam-se na distribuição
diferencial dessas substâncias entre duas fases: uma das quais é
estacionária e a outra, móvel (Fonseca e Gonçalves, 2004).
Atualmente as diferentes modalidades de cromatografia são responsáveis
por mais de 70% das análises em Química Analítica (Aquino Neto e Nunes,
2003). Uma dessas modalidades é a cromatografia em papel (CP). Trata-se de
uma técnica simples para análise de amostras em pequenas quantidades,
aplicada principalmente na separação e identificação de compostos polares,
tais como açúcares, antibióticos hidrossolúveis, aminoácidos, pigmentos e
íons metálicos (Aquino Neto e Nunes, 2003).
É considerada uma técnica de partição líquido-líquido. O papel
consiste de celulose que pode absorver até 22% de água. É a água absorvida
que funciona como fase estacionária líquida que interage com a fase móvel
também líquida (Aquino Neto e Nunes, 2003). Os componentes da amostra são
separados entre a fase estacionária e a fase móvel em movimento no papel.
Os componentes que têm capacidade de formar ligações (ou "pontes") de
hidrogênio migram mais lentamente (Collins e cols., 2006).
O objetivo deste trabalho é utilizar a cromatografia em papel para
separar os pigmentos de pimentões verdes, amarelos e vermelhos
correspondentes às diferentes zonas cromatográficas.
A coloração do pimentão se deve a capacidade de sintetizar
carotenoides e de reter pigmentos de clorofilas (Collera-Zuniga e cols.,
2005). Os pimentões verdes e amarelos devem sua coloração principalmente à
presença de carotenos e de carotenoides oxigenados como as criptoxantinas
(Bianchini e Penteado, 1998). Os pimentões vermelhos devem sua coloração
pela presença de carotenoides polioxigenados, tais como as capsantinas e
capsorubina (Curl, 1962).
Os carotenoides são pigmentos encontrados na natureza e trazem
benefícios para a saúde por sua atividade antioxidante e anticancerígena, e
são classificados em carotenos (carotenoides hidrocarbonetos) e xantofilas
(carotenoides oxigenados). A coloração dos carotenoides varia do amarelo,
passando pelo laranja, até o vermelho intenso e resulta da multiplicidade
de duplas ligações conjugadas (Bianchini e Penteado, 1998).
No procedimento experimental, os pimentões verdes, amarelos e
vermelhos foram picados em pedaços pequenos. Foram pesados cerca de 30 g
dos pedaços de cada pimentão, aos quais foram adicionados 10 ml de acetona
e 50 ml de hexano. As misturas foram maceradas separadamente, em gral de
porcelana com pistilo, e deixadas em repouso por 1 hora.
Após esse período, as misturas foram filtradas em funil comum, com
papel de filtro pregueado Whatmann nº 1 e, em seguida, as fases aquosas dos
filtrados foram separadas em funil de separação, resultando cerca de 30 ml
de cada uma das fases hexânicas. Sulfato de sódio anidro foi adicionado a
essas fases orgânicas que, após filtração, foram concentradas até o volume
de 1 ml, com aquecimento em banho-maria mantido a 70 ºC e sob agitação.
O concentrado resultante de cada extrato foi aplicado em fita de papel
preparada com papel de filtro Whatmann nº 1, com dimensões de 3,0 por 8,5
cm. Uma gota de cada amostra foi aplicada, com um capilar, próxima à base
do papel (cerca de 1 cm acima da borda), cuidando para que o diâmetro da
mancha não ultrapassasse 0,5 cm.
A cuba cromatográfica foi preparada com um recipiente cilíndrico de
vidro com tampa e contendo um pedaço de papel de filtro embebido com fase
móvel, deixando a atmosfera interna do recipiente saturada com vapores da
fase móvel para facilitar a "corrida" cromatográfica. Após a evaporação do
solvente no qual a amostra estava diluída para aplicação, a fita de papel
foi posicionada na cuba cromatográfica de modo que o nível da fase móvel
ficasse abaixo do ponto onde a amostra havia sido aplicada. Os extratos
aplicados foram eluídos com hexano com 5% de acetona e foram obtidos os
cromatogramas 1, 2 e 3.
Nos resultados e discussões do artigo, a extração dos pimentões com
hexano: acetona 5:1 fornece extratos contendo os principais pigmentos dos
pimentões: carotenos, criptoxantinas, capsantinas e capsorubina (Collera-
Zuniga e cols., 2005). Os carotenos, como o beta-caroteno, têm pouca
afinidade com a fase estacionária e maior afinidade com a fase móvel
utilizada nesse experimento, contendo hexano com 5% de acetona, portanto,
são eluídos com facilidade pela fase móvel e são os que, durante a
"corrida" cromatográfica, mais se distanciam do ponto de aplicação da
amostra.
As criptoxantinas apresentam um grupamento hidroxila e têm moderada
afinidade com a fase estacionária utilizada nesse experimento, já que a
hidroxila pode formar ligações de hidrogênio com a água adsorvida no papel.
Assim, as criptoxantinas e outras xantofilas apresentam certa tendência à
retenção pela fase estacionária e, durante a "corrida" cromatográfica,
distanciam-se moderadamente do ponto de aplicação da amostra.
As capsantinas e a capsorubina são substâncias polioxigenadas e,
portanto, têm maior afinidade com a fase estacionária da cromatografia em
papel. Apresentam maior tendência à retenção pela fase estacionária e,
durante a "corrida" cromatográfica, pouco se distanciam do ponto de
aplicação da amostra.
Em resumo, há três regiões em cada cromatograma dos extratos dos
pimentões:
a) a dos carotenos;
b) a das xantofilas monooxigenadas;
c) a das capsantinas e da capsorubina.
Além disso, pode-se perceber que o cromatograma do pimentão amarelo
apresenta principalmente carotenos, capsantinas, capsorubina e outras
xantofilas mais polares; o do pimentão verde apresenta principalmente
criptoxantinas e outras xantofilas de menor polaridade; o cromatograma do
pimentão vermelho apresenta as três regiões intensas, indicando a presença
de carotenos, criptoxantinas, capsantinas, capsorubina e outras xantofilas
mais polares.
Concluindo, a cromatografia em papel de extratos de pimentões permite
a visualização da separação cromatográfica dos principais pigmentos
existentes no extrato: os carotenos, as criptoxantinas, as capsantinas e a
capsorubina. Além de despertar o interesse pela química de produtos
naturais abordando carotenoides, o experimento dá margem a discussões
elucidativas sobre interações intermoleculares, polaridade e funções
orgânicas. A simplicidade do experimento torna sua realização viável em
laboratórios que não dispõem de muitos recursos materiais. (NÚBIA MOURA E
CAROLINA RODEIRO, 2008).
5. SEGUNDO ARTIGO CIENTÍFICO: APLICAÇÃO DA CROMATOGRAFIA EM PAPEL NA
SEPARAÇÃO DE CORANTES EM PASTILHAS DE CHOCOLATE
De acordo com artigo publicado por Leonardo Fernandes Fraceto e Sílvio
Luís Toledo de Lima, este artigo descreve um experimento bastante simples,
capaz de introduzir o estudante a um dos mais importantes métodos de
separação, efetuado maciçamente em laboratórios de análises químicas em
diferentes ramos da ciência: a cromatografia. A importância desse tema está
na aliança entre duas facetas fundamentais da Química: interações
intermoleculares e métodos de separação de componentes de uma mistura
complexa. Aborda-se a separação de diferentes corantes alimentícios
presentes em pastilhas de chocolate.
5.1. Resenha
A cromatografia é um método de analise que ocupa um lugar de destaque
em vários campos da ciência (Química, bioquímica, engenharia de alimentos
etc) devido a sua praticidade de efetuar separações, permitindo identificar
e quantificar variadas misturas de compostos químicos.
Em toda cromatografia, distingue-se uma fase estacionária e uma fase
móvel. A primeira consiste em uma substancia que absorve a mistura sob
exame, a segunda é a substancia (geralmente liquida) que induz a migração
da mistura. Existem vários tipos de cromatografia: em camada, em coluna, e
em papel, entre outras. Trataremos aqui da cromatografia em papel, na qual
uma tira de papel poroso é usado comma o suporte na fase estacionária.
Seguindo os princípios que regem essa técnica, será demonstrado neste
experimento como separar e analisa, utilizando a cromatografia em papel,
corantes alimentícios em pastilhas de chocolate.
Neste experimento, é possível observar que cada um dos corantes
apresenta uma migração sobre o papel (fase estacionaria). No momento em que
a fase móvel se desloca de maneira ascendente sobre o papel, há processos
de interações intermoleculares entre os componentes em analise, os corantes
e as duas outras substancias da fase estacionaria e da fase móvel. Em
função das características de cada corante, ocorrera diferença entre as
intensidades de interações.
Caso um determinado corante apresente uma alta polaridade ocorrera uma
interação maior com o papel (fase estacionário) do que com a solução da
fase móvel, desta forma, a migração deste corante ocorrera mais lentamente
se comparada a de um outro que apresenta uma polaridade menor.
Este experimento pode ser usado também na identificação comparativa
desses corantes artificiais de pastilhas de chocolate com os de outros
produtos alimentícios como suco em pó e outros. (LEONARDO FERNANDES E
SÍLVIO TOLEDO, 2003).
6. CONCLUSÃO
Conclui-se então, que a cromatografia é um método de separação de
substâncias que apresenta diversos procedimentos, dentre eles a
cromatografia em papel.
Esta, utiliza para a separação e identificação de tais substâncias, uma
tira de papel filtro de qualidade especial, e se torna uma técnica
eficiente e econômica por utilizar pequena quantidade de amostra e maior
praticidade.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Cromatográficos, 7ª ed. Editora da UNICAMP. Campinas - SP, 1997.
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PEREIRA, A.; CAMÕES, F. Ciências Físico-Químicas, 10º ano. Texto Editores,
2004.