Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

Controle Das Pragas Urbanas Importantes Na Higiene Alimentar

nnnnn

   EMBED

  • Rating

  • Date

    December 2018
  • Size

    673KB
  • Views

    2,939
  • Categories


Share

Transcript

HIGIENE DOS ALIMENTOS CONTROLE DAS PRAGAS URBANAS IMPORTANTES NA HIGIENE ALIMENTAR 1. INTRODUÇÃO Não é a simples aplicação de produtos praguicidas. Deve ser realizado através da inspeção com obtenção do maior número de informações sobre o local infestado, definindo as causas e atuando através de um programa de controle. Cada espécie de praga infestante possui um conjunto ou pelo menos uma característica que a identifica. Por exemplo: As baratas de esgoto prendem suas ootecas em superfícies internas e móveis, equipamentos e utensílios, com fezes e odores característicos. As baratas de cozinha, apenas liberam suas ootecas após eclosão da prole, com fezes de difícil visualização. Os roedores podem ser identificados pelos hábitos e fezes. Da mesma as moscas, formigas, cupins e outros. MOSCAS URBANAS * Estão associadas a baixo padrão de saneamento, porém atraídas com a presença de matérias orgânicas frescas com odor acentuado como peixes, camarões ou resíduos orgânicos em processo de decomposição (frutas, alguns legumes) e ainda carcaças e dejetos animais expostos. * As moscas apresentam atividade diurna, com preferência para superfícies estreitas e longas para repouso. São fotofotrópicas. Algumas são coprófogas e outras necrófogas. CICLO DE VIDA Fêmeas adultas são fecundadas pelos machos, 1 ou 2 dias após o nascimento ( No dia seguinte a cópula, desovam em matéria orgânica em decomposição, quente e úmida, cerca de 100 a 150 ovos, fisiformes, pequenos e brancos em grupos. ( Dos ovos surgem as larvas, que passam por 3 estágios. 2. IMPORTÂNCIA MÉDICO- SANITÁRIA As moscas são vetores potenciais de microrganismos diversos, como vírus, bactérias, protozoários e fungos. As doenças são de modo geral, de origem gastrointestinal como: diarréias, disenterias, cólera, poliomielite e outras como as toxinfecções alimentares. Os microrganismos de maior prevalência na cadeia de transmissão são a Salmonella. Algumas espécies causam miíases ou bicheiras. 3. METODOLOGIA DE CONTROLE - ENTELAMENTO - Obrigatório para legislação sanitária em serviços de alimentação. - CORTINAS ANTIMOSCAS - consistem de tiras plásticas ou cordões de contas. - CORTINAS DE VENTO - ventiladores elétricos, nos acessos. - ARMADILHAS LUMINOSAS - equipamentos com lâmpadas ultravioletas, com dispositivo de captura (papel adesivo) ou de eletrocussão. - REDUÇÃO DAS FONTES DE CRIAÇÃO OU DE ATRAÇÃO - Manuseio adequado das matérias orgânicas, evitando quaisquer resíduos. - CONSTRUÇÃO DE VALAS DE ÁGUAS DRENADAS - Em áreas com acúmulo de resíduos orgânicos como excrementos de animais, carcaças refrescadas, vinhoto, sobras de carnes. Recomendam-se plataformas de concreto circundadas para valas de águas drenadas, pois as larvas, ao procurarem área seca para pupar e cairem nestas valas, não poderão completar seu ciclo. - ESTRATÉDIAS COM MÉTODOS QUÍMICOS - São eficazes os organofosforados, carbamatos ou piretróides e a ciromazina (hormônio sintético inibidor de crescimento). Pulverização espacial maior de 2m. 4. DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES - MUSCA DOMESTICA * Mede cerca de 6 a 8mm. * Tem cor acizentada com 4 faixas longitudinal negras no tórax. * Aparelho bucal lambedor * família: MUSCIDAE * Caprófaga * Adaptada ao lixo orgânico urbano. * Os ovos são brancos, alongados. São colocados em massas de 75 a 170 ovos de cada vez, num total de 500 a 800, depositados em qualquer matéria orgânica fermentável como lixo, fezes etc., cuja fermentação produz uma elevação da temperatura do substrato. *As moscas adultas voam muito, sendo atraídas por diversos odores. Alimentam-se de uma grande variedade de substâncias animais e vegetais, principalmente açucarados. Antes de ingerir o alimento depositam uma gota sobre o mesmo para amolecê-lo e, em seguida, o absorvem. Alimentam- se constantemente e defecam a intervalos freqüentes. A regurgitação de alimentos e a deposição de fezes deixam marcas características nas paredes. * Os mecanismos pelos quais a M. domestica veiculam patógenos são o seguinte: 1) pela regurgitação alimentar ( alimenta-se em fezes, feridas ou animais mortos e, depois, voando à distância, deposita a saliva contaminada sobre o alimento humano). 2) Pela veiculação mecânica de patógenos aderidos às patas e cerdas do corpo. Através de dejetos da mosca, dificilmente ocorre infecção humana, pois apesar de suas fezes possuírem patógenos, as moscas usualmente defecam as paredes, tetos, fios etc. Além disso, a M. domestica pode exercer o papel de hospedeiro intermediário de alguns helmintos. FANNIA CANICULARIS * Mede cerca de 5mm. * cosmopolita * Criam-se em excrementos principalmente do homem, em alimentos, frutas e cervejas. * Pequena mosca caseira * Ovos e larvas desenvolvem-se em substratos bem úmidos. As larvas podem parasitar trato urogenital do homem. * Família: MUSCIDAE - PHAENICIA SERICATA * Mede cerca de 8mm. * Possui cor verde-metálica, com fileiras verdes no tórax e na parte inferior da cabeça escurecida. * Coprófaga * Encontrada na zona urbana. * Larvas adaptadas e ampla gama de substrato, preferindo carne não fresca. * Causa miíase. * Família: CALLIPHORIDAE - SARCOPHAGA HEMORROIDALIS * São moscas medindo cerca de 11,5mm. * Apresenta cor acizentada com 3 faixas negras longitudinais no tórax e abdome xadrez. * Desenvolvem-se a partir de larvas, e não de ovos. Isto é, as f6emeas são larvíporas. Preferem depositar as larvas em cadáveres, matéria orgânica vegetal em decomposição, fezes, etc., mas podem fazê-lo em feridas necrosadas. * As larvas invadem os tecidos e alimentam-se vorazmente. Dependendo da temperatura e volume de alimento, em cerca de 10 dias já estão maduras. Caem no chão e enterram-se na terra fofa ou sob as folhas, para puparem. * Ampla distribuição * Causa miíases. É espécie preocupante em saúde pública. * Família: SARCOPHAGIDAE - CHRYSOMYA ALBICEPS E C. MEGACEPHALA * Mede cerca de 8mm e cerca de 10mm, respectivamente. * Introduzida no Brasil na década de 70. * Aspecto verde metálico, sem faixas torácicas e parte inferior da cabeça amarelada. * São importantes vetores potenciais de patógenos intestinais para o homem devido aos hábitos de se alimentarem de fezes humanas e de outros animais e ao seu alto grau de sinantropia. * Atraídas por lixo com matéria orgânica. * Família: CALLIPHORIDAE. - COCHLIOMYIA MACELLARIA * Mede cerca de 8mm. * É verde metálica com faixas longitudinais no abdome, distinguindo-se da Chrysomya. * Atraídas pelo lixo, sendo a primeira a ocorrer durante a decomposição de cadáveres de animais. * Família: CALLIPHORIDAE BARATAS URBANAS Crescem mais de 3500 espécies, mas apenas 1% são pragas domésticas. Podem ser diurnas, silvestres ou urbanas, aquáticas ou terrestres. 1. CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES URBANAS: - maioria das espécies são tropicais e subtropicais - onívoras, necrófagas e coprófagas - alto potencial reprodutivo - adaptáveis a diversos ambientes - penetram e abrigam-se em frestas e fendas - hábitos noturnos - sinantrópicas - cosmopolitas - hábitos de agregação em todos os estágios - necessitam ambiente quente, úmido e escuro. 2. CICLO DE VIDA Estágios: OVO (NINFA ( ADULTO. Os ovos são colocados em cápsula chamado ooteca. As baratas estão associadas a padrão de higiene precária. 3. IMPORTÂNCIA MÉDICO- SANITÁRIA São vetores de diversas doenças como gastroenterites, hepatites, conjuntivites, dermatites e intoxicações alimentares (TIA). 4 METODOLOGIA DE CONTROLE As galerias subterrâneas, tubulações, esgotos são focos primários para as baratas de esgoto. Já as baratas francesinhas são características de manipulação de alimentos. Enquanto as primeiras são invasoras, estas se dispersam através de embalagens e materiais afins. O controle deve ser feito através de MIP que propõe emprego de diferentes técnicas como: 1) Higienização e sanitização, com remoção de rachaduras e limpeza de equipamentos. 2) Organização e manejo ambiental, com descarte de materiais insusíveis, armazenamento adequado, vedação ou selagem de frestas e de pés tubulares de mesas e cadeiras, eliminação de vazamentos. 3) Estratégias químicas, com uso de produtos permitidos e registrados no MS, que são desalojantes. As francesinhas são mais resistentes, necessitando mais de uma formulação e muitas vezes o uso de 2 princípios ativos associados. As formulações de maior segurança são as iscas, microencapsulados, soluções aquosas. Remoção mecânica, retirada das baratas com aspiradores de pó, com armadilhas adesivas e iscas, e bloqueio de vias de acesso (vedação com lâminas e borrachas de vedação, telamento, etc.) 5. PRINCIPAIS ESPÉCIES DOMÉSTICAS BLATELLA GERMANICA * Cor avermelhada e cabeça amarela, com duas listras pretas. * Barata francesinha ou de cozinha. PERIPLANETA AMERICANA * Possui duas faixas amarelas no protórax. * barata de esgoto MENOS IMPORTANTES COMO PRAGAS: Supella longipalpa Blatta orientalis ROEDORES URBANOS * São responsáveis por grandes prejuízos econômicos, contaminam alimentos e podem ocasionar acidentes como incêndios ao roerem fios elétricos. * Pertencem a ordem: RODENTIA família: MURIDAE 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ROEDORES * São onívoros. * Consomem por dia 10% de seu peso. * Dois pares de dentes incisivos (superior e inferior), que crescem até 3mm por semana. Roem até concreto, chumbo, madeira e plásticos. * Apresentam olfato, tato (vibrissas), audição, visão e paladar muito desenvolvidos. * As ratazanas e camundongos são hábeis cavadores, e os ratos ótimos escaladores. Todos nadam e mergulham. 2. HÁBITOS ALIMENTARES - ONÍVOROS; - PREFEREM ALIMENTOS FRESCOS AOS ESTRAGADOS; - PREFEREM CEREAIS (GRÃOS QUEBRADOS); - FRUTAS, CARNES E PEIXES; - HORÁRIO DE ALIMENTAÇÃO ENTRE 17 E 19H - NEOFOBIA; - NEOFILIA; 3. IMPORTÂNCIA MÉDICO- SANITÁRIA Funcionam como vetores de vírus, bactérias, protozoários e vermes. A transmissão ocorre através do contato direto ou indireto do homem com fezes e urina destes animais. Estima-se que cerca de 40 tipos de doenças podem ser transmitidas pelos roedores, sendo as mais importantes: 1) Leptospirose ou icterícia hemorrágica – Causada pela bactéria Leptospira icterohemorragiae, que se desenvolve nos rins de roedores através da água, solos úmidos e alimentos contaminados. 2) Salmonelose – toxinfecção alimentar disseminada principalmente pelas fezes dos roedores. 3) Peste bulbônica – Com ocorrência na Ásia, Europa e África. No Brasil ocorre em algumas cidades do Nordeste. É causada pela bactéria Yersinia pestis e a transmissão entre rato × rato ou rato×homem através da pulga Xenopsylla cheopis. 4) Hantavirus – A hantavirose é séria ameaça a saúde pública com manifestações clínicas diversas como: síndrome pulmonar, com sintomas graves. A Segunda fase do quadro pulmonar com tosse seca e falta de ar pode levar o paciente à morte. Os roedores são hospedeiros do vírus. 5) Além das citadas, outras doenças são transmitidas pelos roedores como: triquinose, febre por mordedura, helmintíases, sarnas, micoses, raiva e riquetsiose vesicular. 4. PRINCIPAIS ESPÉCIES URBANAS a) RATAZANAS (Rattus norvegicus) * Possui hábitos noturnos sedentários e agressivos. * Vivem nas áreas externas em tocas e galerias. * Corpo robusto, chegando a 25cm de comprimento. *Hábitos semi-aquáticos e são bons nadadores. * Alimentam-se de peixes, carnes e cereais. b) RATOS (Rattus rattus) * São conhecidos como ratos de forro. * São menores que as ratazanas. Com cauda mais longa. * Gestação = ratazanas: 22 dias com 4 a 10 filhotes, com 4 a 6 ninhadas por ano. * São onívoros, comem frutas, legumes e cereais. c) CAMUNDONGOS (Mus musculus) * São menores. Medem aproximadamente 18cm (9cm de cauda). * Gestação = 19 dias. Ninhada com 4 a 8 filhotes. * São onívoros, comem cereais principalmente. 5. MEDIDAS PREVENTIVAS - EVITAR OFERECER: ABRIGO, ALIMENTO, ÁGUA; - LIXO – REMOVER, ACONDICIONAR OU ENTERRAR; - RESTOS ALIMENTARES, EVITAR COM LIMPEZA; - MANUTENÇÃO DE JARDINS; - MANEJO ADEQUADO EM COZINHAS E REFEITÓRIOS; - ESTOCAGEM CORRETA DE ALIMENTOS; - REMOÇÃO DE ENTULHOS; - ESGOTOS; - RALOS COM TAMPAS PRESAS; - FECHAMENTO DE VÃOS E BURACOS E TELAMENTO; 6. VESTÍGIOS E SIGNIFICADOS - VINHEIRAS OU TOCAS; - FEZES ESCURAS E BRILHANTES, CINZA RECECADAS; - ROEDURAS; - TRILHAS DE RATAZANAS E RATOS; 7. MANEJO INTEGRADO NO CONTROLE DE ROEDORES - INSPEÇÃO PRÉVIA DO LOCAL (vestígios, trilhas); - HIGIENIZAÇÃO DA ÁREA, COM REMOÇÃO DO LIXO; - RATIVEDAÇÃO DO AMBIENTE; - EDUCAÇÃO SANITÁRIA; - MONITORAMENTO; - APLICAÇÃO DE RODENTICIDAS; - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS; 8. CLASSIFICAÇÃO DOS RATICIDAS - Agudos: estricnina, arsênio, antu, 1080, 1081, sulfato de tálio, brometalino, etc. - Anticoagulantes: Doses múltiplas: Cumacloro, warfarina. Dose única: Brodifacoum, Bromadiolone ( Klerat) - Sob forma de iscas ou pó de contato. 9. LEGISLAÇÃO Port. 321 de 08\97 da SUS do MS. Dec.lei 230 de 18\7\75 da FEEMA e DEC. 480 de 25\11\75 e ainda normas técnicas específicas.