Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

Contribuições Para Uma Intervenção Ergonomizadora Em Jogos De Encaixe

Artigo publicado no anais ABERGO 2001 (Gramado/RS: set 2001). Trata de uma análise ergonômica em jogos de encaixe para crianças de 3 a 5 anos.

   EMBED


Share

Transcript

CONTRIBUIÇÕES PARA UMA INTERVENÇÃO ERGONOMIZADORA EM JOGOS DE ENCAIXE Franciane da Silva Falcão Bacharelanda em Desenho Industrial Universidade do Amazonas Rua General Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 3000 – Aleixo. Manaus – AM. CEP 69077-000 Tel. 644 – 2244 R. 2211 joseane_falcã[email protected] Vânia Maria Batalha Cardoso Mestra em Engenharia de Produção Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Ergonomia – NuPeDE Universidade do Amazonas Rua General Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 3000 – Aleixo. Manaus – AM. CEP 69077-000 Tel. 644-2244 R.2096 Fax 644-2894 [email protected] This project is a described research, that use an ergonmic methodology is explaining about two stage: the ergonomic appreciation – where are made no systematics observations with filming, photos and research about children and toys – and the ergonomic diagnose – where the ergonomic problems were broached with specifics analysis using for that systematics observations. Arriving in the Ergonomic Diagnosis, where are showed some ergonomic recommendations to na ergonomic intervention in toys of mortise. Ergonomic, Games, Children. 1. Introdução O mercado dispõe de uma série de brinquedos infantis, dentre eles alguns específicos para desenvolvimento de determinadas habilidades, cuja denominação geral é brinquedos educacionais, indicados a faixa etária de 3 à 5 anos e de 5 à 8 anos - períodos de primeiros contatos com as estrutura da linguagem escrita. Um brinquedo para a faixa etária de 3 a 5 anos, bem como os demais, deve obedecer determinadas regras quanto ao seu projeto, bem como se propor a auxiliar no desenvolvimento da discriminação de formas e manipulação com pequenos músculos, para que a criança atinja maturidade psicomotora básica ao processo de alfabetização. Este estudo almeja detectar não conformidades com as regras de produção de brinquedos e/ ou falta de estímulos ao desenvolvimento psicomotor infantil preparatório ao início da aprendizagem da linguagem escrita, visando a segurança da criança ao brincar e o seu progresso perceptivo-sensório-motor auxiliado por um jogo de encaixe. 2. Metodologia Consiste numa pesquisa descritiva abrangendo as etapas iniciais da intervenção ergonomizadora, a apreciação ergonômica, fase exploratória onde os problemas ergonômicos são abordados, realizando filmagens, registros fotográficos, apresentando os modelos da sistematização, quadro de formulação dos problemas do sistema-homem-tarefa-máquina , concluída com o parecer ergonômico; e a diagnose ergonômica, fase de abordagem sistemática com registros de comportamento em situação real de trabalho, concluída com as recomendações ergonômicas. Utilizando referenciais bibliográfico para subsídios teóricos. 3. Apreciação Ergonômica 3.1. Caracterização e Posição Serial do Sistema Ambiente do Sistema: RESTRIÇÕES Uso por crianças de 03 a 05 anos. META Estimular a: - SISTEMA ALIMENTADOR O interesse das crianças em agir sobre as coisas para conhecê-las, compreendê-las percepção classificação de idéias percepção de seqüências coordenação viso-motora e agilidade dos movimentos com os pequenos músculos. SAÍDA ENTRADA SISTEMA ALVO Criança com interesse por entretenimento. Jogo de encaixe para crianças. REQUISITOS - Peças diferentes formas (partindo das figuras geométricas básicas), tamanhos e cores. - Conjuntos de peças com mesmos atributos (tamanho, forma, cor, posicionamento do subsistema de encaixe. - Subsistema de encaixe nas peças. SISTEMA ULTERIOR Criança satisfeita com o entretenimento proporcionado com a atividade exploratória do jogo de encaixe. Outra atividade lúdica. RESULTADO DESAPROPRIADO Pequenos acidentes: Machucados leves e retenção do dedo da criança por alguns instantes na parte inferior das peças. 3.2. Fluxograma de ação – decisão 1.0 INÍCIO Alocação da cesta com peças próximo à criança 3.0 Retirada das peças da cesta 5.0 1 2.0 Alocação das peças na cesta. Encaixe das peças umas a outras. 6.0 Transporte das peças na cesta para outro local. FIM 4.0 Desencaixe das peças 1 3.3. Ilustração de componentes do sistema Fig. 1- Peça 1 Fig. 5 – Peça 5 Fig. 2 – Peça 2 Fig. 6 – Peça 6 Fig. 3 – Peça 3 Fig. 7 – Peça 7 Fig. 4 – Peça 4 Fig. 8 – Peça 8 Fig. 9 – Cesta 3.4. Problematização Ilustrada do Sistem Homem-Tarefa-Máquina 3.4.1. A tarefa de encaixe exige uma fricção das mãos da criança sobre a peça que possui arestas vivas e vão inferior com linhas de partição de molde perigosos. Fig. 10 – Criança encaixando peças Fig. 11 – Vão inferior da peça 3.4.2. Os furos localizados na parte inferior das peças permitem a penetração do dedo da criança. Fig. 12 – Furo da peça Fig. 13 – Criança com dedo no furo Fig. 14 – Criança com dedo no furo 3.4.3. Presença de rebarbas em peças do brinquedo, dá margem a possíveis machucados. Fig. 15 – Rebarba na Peça 3.4.4. Falta de peças originadas das formas geométricas: tritângulo e oito. Existindo apenas peças de origem formal do quadrado com subsistemas circulares de encaixe. Fig. 16 – Peças do jogo (originadas das formas geométricas: quadrado e círculo) Instrumentais Acionai: manuais/ pediosas. Classe de Problemas 3.5. Quadro de Formulação do Problema e Sugestões Preliminares de Melhoria Problemas Requisitos Constrangimen Custos tos da tarefa Humanos do Trabalho arestas vivas e linhas de partição de molde no vão inferior das peças. furo na parte inferior das peças. mudar o formato das extremidades das peças. a criança tem que friccionar a mão nas arestas durante o encaixe das peças. retenção do dedo da criança no furo. rebarbas em peças do brinquedo. tirar as rebarbas. mudar o tamanho do furo. atrito indesejável durante a manipulação do brinquedo. falta de peças suprir a falta menor triangulares e dessas peças. variedade da foram perceptiva. lemniscata (oito). Disfunções do Sistema Sugestões Restrições preliminares de do sistema melhoria concentração de interrupção da tensões em tarefa de encaixe. alguns pontos das mãos. substituir arestas vivas por cantos aredondados. bloqueio da interrupção da circulação do brincadeira com o sangue naquela jogo de encaixe. região. diminuir ou aumentar o tamanho do furo. leves machucados e /ou desconforto de manejo. diminuição da velocidade de execução do encaixe. maior controle de qualidade das peças por parte do produtor. falta de atendimento incluir no jogo, estímulo ao parcial no peças com desenvolviment desenvolvimento formas a partir o da da percepção de de triângulo e identificação de formas básicas ao lemniscata estruturas processo de (oito) básicas de alfabetização. números e letras. negligência no controle das medidas permitidas para furos. negligência no controle das peças fabricadas. 4. Diagnose Ergonômica 4.1. Fluxograma de análise da tarefa Início Interesse pela brincadeira 3.0 2.0 1.0 Visualizar a cesta com o jogo de encaixe. 4.0 Pegar o jogo de encaixe. Transportar o jogo 5.0 6.0 Depositar a cesta no local desejado. Sentar no local de brincadeira I 7.0 1 Aproximar a cesta de si. 10.0 9.0 8.0 As peças estão visíveis? Selecionar peças S Manusear as peças para conhecê-las Retirar as peças da cesta 13.0 N 2 Interesse por outras peças? 18.0 17.0 3 S Reservar as peças encaixadas Desencaixar as peças [I] Quer transportar a peça para outro local? [I] N 20.0 19.0 Alocar as peças na cesta. Transportar as peças na cesta para o local desejado 2 14.0 16.0 Selecionar as peças não encaixadas Encaixar as peças Abandonar a cesta. N [ 12.0 ] Pegar a cesta Virar a cesta retirando, assim, todas as peças. 15.0 12.0 Brincar com as peças encaixadas 11.0 S 3 [ 21.0 ] 21.0 Brincar com as peças N Quer continuar a brincadeira? [1.0 ] Fim S 4.2. Apresentação Ilustrada de Manejo na Atividade Fig. 17 – Manejo Grosseiro Fig. 18 – Manejo Grosseiro Fig. 19 – Manejo Fino Fig. 20 - Manejo Grosseiro As formas geométrica no desenho das peças (região de manejo) proporcionam variadas manipulações, no entanto é necessário uma suavização dos cantos (ou arestas), para diminuição de tensões em pontos das mãos das crianças. A alocação dos dedos nos furos da parte interna foi um acontecimento por vezes de descuido, durante o manuseio, e por vezes de curiosidade, sendo intensional. 1 Foi registrado que o tamanho do furo está no intervalo de 9 a 10 mm, o que não é permitido por Normas da ABNT. 4.3. Caracterização da Tarefa Caracterização da Tarefa META DO SISTEMA Promover uma brincadeira com atividades de encaixes, estimulando o desenvolvimento psicomotor com a utilização dos pequenos músculos. REQUISITOS DO SISTEMA Ser um brinquedo com peças próprias para encaixe, que possa ser manipulados com segurança por crianças de 3 a 5 anos. CARACTERIZAÇÃO DA TAREFA O homem – operador / usuário/ consumidor/ manutenidor/ OBJETIVOS ENTRADA Criança com interesse por entretenimento. Concluir encaixes de peças do jogo, desenvolvendo, assim, habilidades psicomotoras com a utilização dos pequenos músculos. PRESENÇA HUMANA - criança de 3 à 5 anos SAÍDA - criança no estágio de desenvolvimento préoperacional. Criança satisfeita com o entretenimento proporcionado com a atividade exploratória do jogo de encaixe. NORMA DA TAREFA REQUISITOS Noção de possibilidades de alternância entre manejos finos e grosseiros, bem como capacidade de observação. - Liberdade de acionamento das peças para um bom desempenho exploratório e de discriminação de peças e funções 4.4. Diagnóstico Ergonômico Os resultados dos registros comportamentais das atividades da tarefa mostram que: - O argumento de que as arestas vivas podem machucar as mão é verdadeiro, pela reclamação das crianças após a ação de encaixe, de leves dores em partes das mãos avermelhadas, pontos das superfície das mãos em contato com as peças que ficam sobre uma tensão, pela aplicação da máxima força por parte da criança para execução dos encaixes. - Os furos da parte inferior das peças – subsistema de encaixe fêmea – não obedece adequadamente a regra de tamanho especificada nas Normas Técnicas, descritas neste trabalho no referencial teórico, necessitando por este motivo de modificação. 5. Bibliografia ALBERASTURY, Arminda. A criança e seus jogos. Artes Médicas. BARROS, Célia Guimarães. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. Editora Ática. BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. Summus Editorial. 4ª edição. BOCK, Ana Maria, Psicologias – uma introdução ao estudo de psicologia FARIA, Modesto, Psicodinâmica das cores em comunicação, editora Edgrad Blücher Ltda. FONTANA, Roseli e CRUZ, Nazaré. Psicologia e Trabalho Pedagógico. Editora Atual. HALLAWELL, A mão livre – a linguagem do desenho, editora Melhoramentos. IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e produção. Editora Edgrad Blücher Ltda. MORAES, Ana Maria e MOT’ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos e aplicações. Editora 2AB, 2ª edição. PENNA, Antonio Gomes. Histórias da Psicologia Contemporânea, Zahar Editores, 2ª edição. RIZZO, Gilda. Educação Pré-Escolar. Francisco Alves.Editora, 2ª edição. SHEFLER, Alison G. Manual de Pediatria. Editora Artes Médicas, 8ª edição. Revista de Psiquiatria e Psicanálise como Crianças e Adolescentes. Volume 2. Nº 07. Jan/Dez 1998. NBR 11786. Normas Técnica. Segurança do Brinquedo. Este projeto é uma pesquisa descritiva, que utiliza da metodologia ergonômica, abordando duas etapas: apreciação ergonômica – onde são feitas observações assistemáticas com filmagens, registros fotográficos, e pesquisas sobre as crianças e os seus brinquedos – e a diagnose ergonômica – utilizando-se de observações sistemáticas para realizar análise específicas dos problemas ergonômicos encontrados. Chegando-se à um Diagnóstico Ergonômico, onde são apresentadas recomendações para uma intervenção ergonomizadora em jogos de encaixe. Ergonomia, Jogos, Crianças