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Conservação De Recursos - Petrobras

Conservação de Recursos - PETROBRAS

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Conservação de Recursos CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA CONSERVAÇÃO DE RECURSOS 1 Conservação de Recursos 2 Conservação de Recursos CONSERVAÇÃO DE RECURSOS ALMIR JOSÉ ANGELI Equipe Petrobras Petrobras / Abastecimento UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap 3 CURITIBA 2002 Conservação de Recursos 621.042 Angeli, Almir José. A582 Curso de formação de operadores de refinaria: conservação de recursos / Almir José Angeli. – Curitiba : PETROBRAS : UnicenP, 2002. 26 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm. Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC, RECAP, SIX, REVAP. 4 1. Conservação de energia. 2. PROCEL. 3. CONPET. I. Título. Conservação de Recursos Apresentação É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você. Para continuarmos buscando excelência em resultados, diferenciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de você e de seu perfil empreendedor. Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria. Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes técnico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não podem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da Petrobras. Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na Petrobras. Nome: Cidade: Estado: Unidade: Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo. 5 Conservação de Recursos Sumário 1 VISÃO GERAL E INFORMATIVA ..................................................................................... 7 1.1 Aspectos históricos, econômicos e legais..................................................................... 7 1.2 O Conceito Exato de Conservação de Energia ............................................................. 7 1.2.1 Energia ............................................................................................................... 7 1.3 O Petróleo como Fonte Primária de Energia ................................................................ 7 1.4 Por que fazer conservação? .......................................................................................... 9 1.5 Os Programas de Conservação de Energia no Brasil ................................................... 9 1.6 PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica ........................ 10 1.6.1 O que o PROCEL está fazendo ........................................................................ 10 1.6.2 O PROCEL e os impactos ambientais da energia elétrica .............................. 10 1.7 CONPET – Programa Nacional de Uso Racional de Derivados de Petróleo e de Gás Natural ........................................................................................... 12 1.7.1 Programas Setoriais ......................................................................................... 12 1.7.2 Estrutura do CONPET na Petrobras................................................................. 13 1.7.3 Importância do CONPET para a Petrobras ...................................................... 13 1.8 Importância da Conservação de Energia na Petrobras ............................................... 13 1.9 Consumo de Energia na Petrobras .............................................................................. 13 1.10 Programa Interno de Conservação de Energia ............................................................ 14 1.11 Criação e Estrutura da COMCICE e CICE ................................................................ 14 1.11.1 Composição...................................................................................................... 14 1.11.2 Competência .................................................................................................... 15 1.12 De Organização da Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE) ............... 15 1.12.1Composição...................................................................................................... 15 1.12.2Competência .................................................................................................... 16 2 CONSERVAÇÃO DE RECURSOS NA ÁREA OPERACIONAL.................................... 18 2.1 Conservação de água e outros recursos ambientais .................................................... 18 2.1.1 Distribuição da Água ....................................................................................... 18 2.1.2 Oportunidades de atuação ................................................................................ 19 2.2 Conservação de Energia Térmica – Princípios e Oportunidades de Atuação ............ 20 2.3 Conservação de Energia Elétrica – Princípios e Oportunidades de Atuação ............. 21 3 INDICADORES DE ENERGIA ......................................................................................... 23 3.1 Consumo de energia ................................................................................................... 23 3.2 Fator de complexidade (FC) ....................................................................................... 23 6 3.2.1 Consumo específico de energia (CEE) ............................................................ 23 3.2.2 Índice de Intensidade de Energia (IIE) ............................................................. 24 3.2.3 Conclusão ......................................................................................................... 24 Conservação de Recursos Visão Geral e Informativa 1.1 Aspectos históricos, econômicos e legais A conservação de energia tem sido um importante componente de política econômica, principalmente dos países ricos, marcadamente a partir da primeira crise de petróleo, em 1973. Desde então, as razões para se conservar energia vêm se modificando, incorporando novas motivações. Desde uma das formas de se precaver de oscilações bruscas do mercado internacional do petróleo, passando pelo combate ao desperdício, até chegar aos dias atuais, em que necessidade crescente de recursos para investimentos no setor energético e a preocupação com o meio ambiente fazem do tema uma constante nas discussões sobre desenvolvimento, qualidade de vida e competitividade das nações. Na verdade, a conservação de energia abrange todas essas razões. É uma atitude moderna, fundamental do ponto de vista estratégico, que diminui, a custos reduzidos, os impactos ambientais, estimula a pesquisa e o desenvolvimento tecnológicos, otimiza custos e gera uma mentalidade antidesperdício. Enfim, o uso racional de energia significa eficiência. Num mundo cada vez mais competitivo, com a demanda crescente de energia, mais do que nunca é precisa competência no uso da energia. 1.2 O Conceito Exato de Conservação de Energia 1.2.1 Energia Energia é um insumo fundamental para o desenvolvimento econômico e social. Ao lado das matérias-primas e da mão-de-obra, ela permite a transformação dos materiais e a produção dos bens e serviços, que asseguram a subsistência e o conforto dos seres humanos. Conservação de Energia Conceito A conservação e a racionalização de energia objetivam: a obtenção de produtos e serviços, 1 com a qualidade adequada, através da minimização das perdas e eliminação de desperdícios, bem como o desenvolvimento e implementação de tecnologias de menor intensidade energética. Conceito Perda – Não pode ser eliminada totalmente; – Depende da tecnologia adotada; – Não pode ser reduzida de imediato; – Sua redução depende de avaliação econômica. Desperdício – Pode ser eliminado totalmente; – Depende apenas do comportamento; – Pode ser combatido de imediato; – Sua redução não depende de avaliação econômica. 1.3 O Petróleo como Fonte Primária de Energia A civilização desenvolveu-se graças ao consumo de materiais e energia presentes na Terra. Antigamente, os seres humanos utilizavam animais, plantas, rios, vento etc. para gerar calor, luz e energia que servissem à iluminação, ao preparo de alimentos, à agricultura, ao transporte etc. Isso ocorria porque apenas a energia solar não era suficiente para servir a civilização da época. Na Era Moderna, James Watt aprimorou, revolucionariamente, o motor movido a vapor, contribuindo satisfatoriamente para que fosse utilizado na indústria. Com essa inovação, o ser humano adquiriu uma forma de energia muito mais potente que a do Sol. As linhas de produção foram mecanizadas e os meios de transporte foram motorizados com a energia 7 do carvão mineral. No século XX, o petróleo substituiu o carvão mineral em vários setores, como energia química alternativa. Ambos os materiais provém Conservação de Recursos de recursos subterrâneos. Entretanto, o petróleo, encontrado na natureza em estado líquido, é muito mais útil que o carvão mineral encontrado em estado sólido. Os automóveis foram desenvolvidos, os aviões inventados e, finalmente, apareceram as naves espaciais. A energia elétrica, que surgiu no século XIX, iluminou a noite em todo o mundo. Posteriormente, a eletricidade passou a ser utilizada amplamente como fonte de energia para vários tipos de aparelhos. Até a década de 1960, a energia elétrica era gerada, principalmente, em usinas hidrelétricas, que usam a força do fluxo dos rios; e termelétricas, que geram energia a partir da queima de carvão e petróleo. As principais usinas elétricas brasileiras são hidrelétricas, devido ao seu relevo privilegiado. Em geral, uma energia hidrelétrica, que em parte é derivada da energia solar que faz evaporar a água, ocasionando as chuvas que enchem nossos rios, tem seu potencial limitado. No Brasil, desde a década de 1970, vêm sendo utilizados carros movidos a álcool. O álcool é fabricado a partir da fermentação da cana de açúcar. A plantação de cana, como toda produção agrícola, é uma forma de captar a energia solar. Entretanto, apesar de ser uma forma de energia renovável, a utilização do álcool é limitada como fonte alternativa de combustível. As plantas realizam a fotossíntese, capturando o CO2 atmosférico para criar seu corpo físico, ou seja, sua biomassa, com o auxílio da energia solar. Há muito tempo, quando essa biomassa das plantas foi acumulada em bacias sedimentares e isolada do oxigênio atmosférico, formaram-se jazidas de carvão mineral. A partir do acúmulo de plânctons no fundo do mar, formaram-se jazidas de petróleo. Nesse sentido, a energia química presente no petróleo e no carvão mineral corresponde ao saldo da energia solar, “depositada” desde o longínquo passado. O petróleo e o carvão mineral, denominados combustíveis fósseis, são fontes de energia que se esgotarão. A civilização moderna vem gastando essa herança do passado como um “filho desnaturado”. Quando os combustíveis fósseis serão esgotados? Se a tendência de consumo energéti8 co se mantiver e a tecnologia de mineração for a mesma, o petróleo esgotar-se-á até 2060. Os Estados Unidos possuem a maior reserva mundial de petróleo, porém não consomem seu petróleo, importando-o de outros países, como a Arábia Saudita. Conseqüentemente, após o esgotamento das reservas petrolíferas dos outros países, o pouco petróleo restante no mundo será em grande parte dos norte-americanos. A produção nacional de petróleo do Brasil cobre cerca de 50% do consumo nacional. Cerca de 80% é produzido no Estado do Rio de Janeiro. O Brasil não é um país exportador de petróleo, mas um bom produtor. Entretanto, sob o ponto de vista geológico, prevê-se que, no território nacional, não haja descoberta de grandes jazidas. Quando o petróleo do Oriente Médio esgotar, o do Brasil já haverá esgotado. De qualquer forma, o esgotamento do petróleo mundial ocorrerá num futuro próximo. Três fatores podem amenizar a escassez do petróleo: 1) desenvolvimento de fontes alternativas da energia; 2) inovação revolucionária na tecnologia de extração de petróleo; 3) redução drástica do consumo. A invenção de uma forma de energia alternativa eficiente é algo extremamente difícil, portanto não há nenhuma previsão nesse sentido antes de 2060. A inovação da tecnologia de extração é algo tão difícil quanto a criação de uma forma de energia alternativa. Quando a perfuração do poço atinge o lençol petrolífero, ele jorra espontaneamente. Esse tipo de extração, conhecido como primeira recuperação, é de baixo custo, porém extraise apenas 5% da reserva total. Com o tempo, a pressão subterrânea diminui e o petróleo não jorra mais espontaneamente. Quando chega nesse estágio, é necessário perfurar um outro poço e injetar água sob alta pressão para extrair o restante da reserva. O custo desse método é mais alto, podendo-se extrair cerca de 30% da reserva total. A Bacia de Campos no Rio de Janeiro, a maior do Brasil, encontra-se atualmente nesse estágio. Mesmo assim, 2/3 desse petróleo permanecerão no subsolo como uma reserva irrecuperável. Se o ser humano conseguir desenvolver uma técnica que possibilite a extração desse tipo de reserva, o consumo de petróleo poderá ser prolongado por até mais cem anos. Essa tecnologia é denominada terceira recuperação. Existem, por exemplo, certas bactérias primitivas que podem sobreviver e proliferar dentro de jazidas, consumindo parte do petróleo e transformando-o em gás. Com o auxílio desse gás biológico, a pressão subterrânea do campo petrolífero pode ser reativada, possibilitando a extração do restante da reserva. Entretanto, atualmente, não há previsão para o funcionamento desse tipo de tecnologia. Conservação de Recursos A última alternativa é a redução drástica do consumo do petróleo. Isso também é algo difícil. Simplesmente diminuindo o consumo, a civilização enfrentaria uma crise financeira e social. Nos últimos vinte anos, o consumo de gasolina pelos automóveis diminuiu 50%, porém, isso ainda não é o suficiente. É necessária, pelo menos, uma reforma fundamental no sistema de transportes e o uso econômico e eficiente do combustível. Obviamente, o carvão mineral não poderia substituir o petróleo devido ao seu alto custo e à poluição. O problema da energia não tem, assim, uma solução concreta. O tempo está se esgotando e o problema se agravando. A civilização enfrenta grandes dificuldades nesse sentido, porém esse fato parece não estar sendo bem considerado. As tecnologias que deveriam ter sido desenvolvidas até o final do século XX, tais como a do reator nuclear de plutônio, da usina espacial de energia solar e do reator de fusão nuclear de hidrogênio, estão longe de se tornarem utilizáveis. Se não houver, então, meios para se prolongar o uso do petróleo até a obtenção de uma forma de energia alternativa, a civilização correrá o risco de um desmoronamento. A situação da energia do futuro é realmente crítica. Desde o passado, a civilização desenvolveu-se consumindo muita energia, sem se importar com o desperdício. Neste século XXI, o ser humano terá de se tornar mais eficaz e mais econômico, consumindo menos e evitando desperdícios para que a utilização das formas de energia seja mais qualitativa que quantitativa. 1.4 Por que fazer conservação? A conservação de recursos naturais, quer seja de fontes de energia não renováveis, quer seja de água, torna-se imprescindível, pois: – essas fontes são limitadas, ou seja, um dia virão a acabar; – a medida que o custo dos combustíveis e água vai aumentando, elevando o preço dos outros bens de consumo e alimento; – é necessário preservar os recursos naturais para as novas gerações. A proteção do meio ambiente, nesta época de mudanças por vezes assustadoras, precisa ser encarada como prioridade, a fim de garantir a sobrevivência da humanidade. A geração, distribuição e o uso da energia, assim como todas as formas de atividade econômica e social, podem causar impactos negativos ao meio ambiente. O processamento da energia implica, necessariamente, na exploração de recursos naturais e emissão de rejeitos no meio ambiente. Os rejeitos das atividades industriais e agrícolas, despejados nos solos, nas águas e no ar, modificam a paisagem e o clima, afetam os ecossistemas, a fauna e a flora. Quanto maior o nível de atividade econômica, maior tende a ser o uso da energia e maiores os impactos ambientais deste uso. A eficiência energética pode trazer muitos benefícios, pois: – aumenta a segurança no abastecimento de energia; – contribui para a eficiência econômica; – melhora a proteção ambiental; – diminui a energia necessária por unidade de produto econômico, aumentando a eficiência da economia e garantindo que a mesma produção possa ser obtida com menos energia e, portanto, com menor uso de recursos naturais e menores danos ambientais. 1.5 Os Programas de Conservação de Energia no Brasil No Brasil, durante muito tempo, a Conservação de Energia foi vista como uma necessidade “patriótica”: poupar energia significava poupar investimentos na expansão da 9 oferta, na sua maioria feitos pelo Estado, permitindo o redirecionamento dos recursos poupados para áreas prioritárias como, por exemplo, a saúde, a educação e a habitação. Essa visão limitada da questão energética fez com Conservação de Recursos que o esforço empreendido pela sociedade brasileira em busca de uma maior eficiência no uso da energia fosse pouco expressivo. A situação agora é outra. Apesar da instabilidade político-administrativa, a economia brasileira dá sinais de recuperação. As indústrias registram seus primeiros balanços positivos, os investidores estrangeiros procuram novamente oportunidades no país. Enfim, parece haver luz no fim do túnel. O momento é importante para refletir sobre a forma com que deve ser conduzido essa retomada, de modo a evitar a repetição dos erros cometidos no passado. É nesse contexto que se deve situar a conservação e o uso racional de energia. Os estudos realizados pelos organismos com atuação nessa área indicam que, com medidas de racionalização, pode-se reduzir em até 30 % o acréscimo da demanda de energia no Brasil sem qualquer prejuízo ao desenvolvimento nacional. Essa ação representa uma poupança de divisas da ordem de US$ 30 bilhões graças à redução dos investimentos na expansão da oferta. Para a implantação dessas medidas, serão necessários investimentos em máquinas, equipamentos e serviços, que representam um enorme mercado a ser explorado pela iniciativa privada. É aí exatamente que reside a grande oportunidade: o uso racional e a conservação de energia, além de seus benefícios diretos para o Estado e para os consumidores, colocam-se como opção importante para a realização de negócios nos setores produtores de bens de capital e nas empresas prestadoras de serviços das áreas de engenharia e arquitetura. Com essa perspectiva, abre-se novo espaço para a discussão das oportunidades de atuação nesse campo. A indústria nacional já tem acesso a praticamente todas as tecnologias poupadoras de energia disponíveis no mundo, assim como as empresas de serviços têm conhecimento dos mais sofisticados métodos de projeto e avaliação de instalações. Trata-se agora de viabilizar os instrumentos necessários à realização desses negócios e definir claramente o papel de cada um dos atores envolvidos. Dentre esses instrumentos, alguns merecem destaque especial, tais como a política 10 tarifária e os mecanismos de financiamento. É necessário ter uma política realista e consistente dos preços de energia, permitindo que os investimentos realizados pelos consumidores, visando o aumento da eficiência no uso, possam ser amortizados em prazos condizentes com a realidade econômica. Quanto aos financiamentos, devem ser implementados sistemas que vinculem seu pagamento ao resultado efetivo dos projetos, os performance contracts, muito difundidos nos países mais desenvolvidos. Para que tudo isso se torne realidade, serão necessárias mais que boas intenções. Ao setor privado cabe um posicionamento mais agressivo sobre essas importantes questões. Ao Estado, não só ao Poder Executivo como igualmente ao Legislativo, cabe criar as condições para que a necessária reformulação do setor energético venha a se concretizar nessa direção, garantindo que a retomada do desenvolvimento seja feita sem traumas e com a participação de toda a sociedade. 1.6 PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica O PROCEL é uma iniciativa conjunta do Ministério das Minas e Energia e do Ministério da Indústria e do Comércio, que conta com o apoio da Eletrobras, das concessionárias de energia elétrica, de setores da indústria, do comércio, de centros de pesquisa, universidades, empresas de engenharia, etc. Seu principal objetivo é a racionalização do uso da energia elétrica, que começa com a eliminação dos desperdícios. Para isso, desde 86, o PROCEL está desenvolvendo mais de 100 projetos em todas as frentes. A meta é alcançar, até o ano 2010, 88 bilhões de kWh em energia conservada, o correspondente a uma economia de US$ 25 bilhões. Desenvolvimento tecnológico implica pesquisa, desenvolvimento, e transferência de tecnologia para a melhoria da qualidade de vida. Segurança energética visa garantir energia na quantidade e no tempo necessários. Eficiência econômica significa produzir e distribuir os bens e serviços da economia com o melhor uso possível dos insumos necessários à produção e distribuição dos produtos. A energia é um dos insumos básicos das atividades econômicas, assim a eficiência econômica passa pela eficiência energética. 1.6.1 O que o PROCEL está fazendo Consumo dos eletrodomésticos Programa que tem como objetivo tornar obrigatória a fixação de etiquetas, mostrando o consumo de eletricidade de cada aparelho. Conservação de Recursos O conhecimento do consumo irá influenciar o público na hora da compra, estimulando-o a escolher os aparelhos mais eficientes, já que eletricidade será paga por toda a vida do equipamento. Hoje, já são obrigatórias as etiquetas nos refrigeradores de uma e duas portas. Com o tempo, todos os aparelhos eletrodomésticos serão etiquetados. As tabelas de consumo são divulgadas através dos Manuais do PROCEL, à disposição do público nas concessionárias de energia. Diagnóstico energético Os diagnósticos auxiliam os consumidores industriais e comerciais a utilizarem energia de forma mais eficaz. Os desperdícios são identificados por pessoal especializado, que propõe os ajustes necessários à redução de consumo. Cerca de 2.400 diagnósticos estão sendo realizados pelas concessionárias de eletricidade, para diversos consumidores espalhados por todo o país. Na maioria dos casos, medidas simples, de pouco ou nenhum custo, têm resultados expressivos, podendo representar uma grande economia. Programa de edificações Estabelece padrões para que os prédios consumam menos energia. Através deste programa, o Procel tem feito a avaliação de projetos e materiais, estudado a arquitetura bioclimática e a legislação pertinente. Atualmente, com um bom planejamento, é possível construir um edifício que consuma 45% menos energia do que outro, com as mesmas características. Grandes áreas envidraçadas, por exemplo, não são recomendáveis. No manual do Procel para prédios públicos e comerciais, encontram-se informações para a conservação de energia em edificações. Procel nas escolas O Procel sabe que a educação para o consumo racional de energia começa pela base. Por isso, com a colaboração da Companhia Paulista de Força e Luz, desenvolveu o projeto que ensina a conservar eletricidade através de palestras educativas para alunos de 1º grau. Prevê-se o atendimento de 900.000 estudantes a curto prazo. Iluminação pública A conservação também é obtida através da substituição das lâmpadas existentes por lâmpadas mais eficientes, de menor consumo energético. Cerca de 230 mil lâmpadas incandescentes já foram substituídas por lâmpadas a vapor de mercúrio e de sódio alta pressão, resultando numa economia de mais de 84 milhões de kWh de energia. Divulgando o Procel Para conscientizar a sociedade da importância da conservação de energia, as campanhas publicitárias esclarecem os procedimentos da conservação e convocam a participação do público. Mais de 5 milhões de manuais específicos, com informações dirigidas aos diferentes tipos de usuários, já foram produzidos e distribuídos pelo Procel. A energia que custa mais caro é aquela que se joga fora. Conservação de energia. Pratique todo dia. 1.6.2 O PROCEL e os impactos ambientais da energia elétrica O PROCEL realiza um poderoso papel de proteção ambiental no Brasil: os Programas de Eficiência Energética do Procel permitem atender ao crescimento da demanda de energia elétrica, sem que a oferta seja ampliada na mesma proporção. Uma parte da demanda por eletricidade passa a ser atendida pelo que se pode chamar de energia “virtual” obtida através dos programas do PROCEL. Isto porque eles permitem fazer mais coisas com a mesma energia, aumentando a eficiência energética de lâmpadas, motores, eletrodomésticos e também a 11 eficiência de prédios públicos. Há ainda programas para gerenciar a demanda de energia e diminuir as perdas na transmissão e distribuição, aumentando a efetividade da oferta. Conservação de Recursos A partir do momento em que a sociedade usar a energia elétrica de forma mais eficiente, usinas, linhas de transmissão e redes de distribuição, que teriam de ser construídas para atender ao crescimento da demanda, poderão ser evitadas, ou adiadas. 1.7 CONPET – Programa Nacional de Uso Racional de Derivados de Petróleo e de Gás Natural O Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural (CONPET) foi criado por decreto presidencial em 18 de julho de 1991. Em linha com as diretrizes do Programa Nacional de Racionalização da Produção e do Uso de Energia, instituído pelo Decreto nº 99.250, de 11 de maio de 1990, o CONPET é um programa que envolve órgãos governamentais e entidades privadas, encarregados do seu planejamento, execução e acompanhamento em função de um objetivo: o uso eficiente de energia. 1.7.1 Programas Setoriais Transportes O transporte foi responsável por 46,3% do consumo de derivados no País em 1990. Esse dado indica um grande potencial de economia a partir da mudança dos hábitos dos condutores e da maior eficiência e racionalização desse setor. O meio ambiente também sairá ganhando com isso, com a redução da poluição causada pelos veículos. Residências e Comércio O GLP (gás de cozinha) é o derivado com a mais alta dependência do exterior (54% em 1990). Utilizado por 84% da população brasileira, razão pela qual seu preço tem sido sensivelmente inferior ao de importação, seu baixo preço tem levado ao uso indevido e indesejável do produto. Indústrias Os projetos voltados 12 para o aumento da eficiência nesse setor, que consumiu 20% dos derivados de petróleo do País e 67% de gás natural em 1990, reduzem custos, aumentam a produtividade e a competitividade e geram redução dos impactos ambientais. A implementação de programas de conservação ajuda, ainda, a desenvolver as indústrias de bens de capital e serviços, estimulando a criação de novos empregos, produtos, processos produtivos e equipamentos, ou seja, novas oportunidades de negócio. Agropecuária Em 1990, este setor consumiu 5,5% dos derivados consumidos no País. Devido a seu alcance social, é uma prioridade para o CONPET, por possibilitar redução nos custos de produção dos alimentos. Geração de Energia Elétrica A contribuição da geração termoelétrica a partir de derivados do petróleo e do gás natural para o sistema elétrico brasileiro ainda não é significativa. Porém, em 1990, 60% desta geração foi produzida a partir do óleo diesel, que é um derivado crítico em termos de abastecimento. CONPET e o Gás Natural O CONPET dará especial atenção à questão do gás natural. Mesmo com participação ainda discreta na matriz energética nacional, esse combustível nobre proporciona uma série de vantagens, principalmente em relação ao meio ambiente. Organização De acordo com o decreto que criou o CONPET, as ações do programa estão sob a supervisão de um Grupo Coordenador (GCC), liderado pelo Secretário Nacional-Adjunto de Energia do Ministério da Infra-estrutura. Cabe àPetrobras o apoio técnico e administrativo de sua estrutura administrativa, que exerce as funções de Secretaria Executiva. Prioridades do CONPET – Atender às áreas críticas em fornecimento e abastecimento de derivados do petróleo e gás natural; Conservação de Recursos – Induzir os consumidores ao uso racional dessas fontes de energia; – Permitir ganhos de eficiência energética a partir do desenvolvimento tecnológico e da incorporação de novas tecnologias; – Envolver o maior número de segmentos beneficiários, através de programas de aplicação imediata. Atuação O CONPET vai atuar: – nos aspectos tecnológicos voltados para o uso da energia e o desenvolvimento de novos equipamentos e métodos de consumo; – na regulamentação da produção e uso de energéticos; – em programas de educação e conscientização dos consumidores para adoção de novos conceitos e práticas, sempre buscando apoiar o desenvolvimento e a implantação de projetos que levem em conta as características regionais. 1.7.3 Importância do CONPET para a Petrobras – Redução de Custos; – Ganho marginal maior do que o obtido com a atividade fim; – Maneira mais barata de se aumentar a oferta e de se fazer proteção ambiental; – Aumenta a produtividade e a competitividade; – Melhora a imagem da companhia perante a sociedade; – Dá respaldo para o sucesso do CONPET. 1.8 Importância da Conservação de Energia na Petrobras A meta fixada para o CONPET é obter um ganho de eficiência energética de 25% no uso dos derivados de petróleo e do gás natural nos próximos 20 anos sem afetar o nível de atividades. Esta é uma meta ambiciosa, porém perfeitamente viável. Pratica-se a conservação de energia na Petrobras, provavelmente, desde que ela nasceu. Assim a preocupação com a minimização do consumo energético é um dos problemas de engenharia mais cuidadosamente enfocados na indústria. Assinala-se, porém, o ano de 1974, como o ano zero para a análise que será apresentada. A consciência que se seguiu à crise do petróleo deu à conservação de energia um novo status. Não se tratava simplesmente de reduzir os custos de produção, pela redução do consumo energético, mas de incorporar dois outros argumentos com estes últimos objetivos: preservar as reservas de fontes não renováveis e reduzir a dependência nacional, no Brasil caracterizada por severo desequilíbrio no balanço de pagamentos. 1.7.2 Estrutura do CONPET na Petrobras 1.9 Consumo de Energia na Petrobras Meta do CONPET Conservação de Energia Petrobras DIRETOR COORDENADORIA DE APOIO AO CONPET PROGRAMA PETROBRAS PROGRAMA NACIONAL COMCICE CONPET O consumo de energias naPetrobras ocorre nos campos de produção de petróleo em terra, plataformas de produção no mar e nas refinarias. A participação do item energia na estrutura de custos operacionais da campanha para citar apenas o caso do refino, representa cerca de 1/3 do seu custo operacional. Nas refinarias, a energia consumida é oriunda, basicamente, das seguintes fontes: – Combustível Líquido: podendo ser óleo combustível de refinaria (OCREF), resíduo de vácuo (RV) ou resíduo asfáltico (RASF); – Gás Combustível de Refinaria: trata-se de gás residual oriundo da unidade de craqueamento catalítico, que sofreu tra- 13 tamento para a retirada de H2S; – Gás Natural: recebido dos campos de produção nacionais ou da Bolívia, o gás natural representa hoje expressiva parcela Conservação de Recursos da matriz de consumo de combustíveis das refinarias; – Coque de Craqueamento: consiste de um combustível gerado no processo de craqueamento catalítico, sendo ali mesmo consumido para a regeneração e aquecimento do catalisador utilizado naquele processo. – Energia Elétrica Comprada: fornecida pela concessionária de energia elétrica, naqueles casos em que a refinaria não tem condições de gerar o suficiente para as suas necessidades. 1.10 Programa Interno de Conservação de Energia A energia é um insumo fundamental para garantir o desenvolvimento econômico e social de um país. Portanto, seu suprimento seguro e contínuo é uma questão estratégica da maior importância para toda a sociedade. Os diversos aspectos ligados a essa questão têm sido debatidos por especialistas, pesquisadores e entidades não-governamentais, em particular nos países desenvolvidos, constituindo-se, portanto, um tema atual e de grande relevância. Como exemplo, podem-se destacar algumas projeções sobre a questão: – O petróleo e o gás natural, hoje suprindo cerca de 60% da energia primária mundial, continuarão sendo as principais fontes de energia primária no mundo pelo menos nos próximos 30 anos; – Por volta do ano 2000, a demanda de energia dos países em desenvolvimento será maior do que aquelas dos países desenvolvidos. Como conseqüência, poderá haver fortes pressões no mercado mundial de petróleo, acarretando escassez e aumento de preços; – Haverá uma demanda elevada de recursos para investimentos no setor energético nos países em desenvolvimento. Estes países serão capazes de atender a somente cerca de 35% desta demanda, enquanto os outros 30% poderão ser obtidos através de financiamentos de organismos internacionais. Contudo, para concessão destes financiamentos, serão exigidas mudanças 14 institucionais profundas no setor energético desses países. Observa-se que nessas condições faltarão, ainda, 35% dos recursos necessários para garantir o suprimento de energia; – Por problemas ambientais, serão impostas, cada vez mais, limitações quanto ao uso dos combustíveis fósseis. Nesse contexto, a racionalização de energia apresenta-se como alternativa de baixo custo e de curto prazo de implantação e em alguns casos, economias podem ser obtidas apenas com mudanças de procedimentos e de hábitos. Além dos aspectos econômicos envolvidos na atividade de racionalização de energia daPetrobras, deve-se destacar a importância de que a mesma se reveste quando analisada sob a ótica estratégica e da imagem da empresa, haja vista a atribuição institucional, determinada àPetrobras, de exercer as funções de Secretaria Executiva do Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural – CONPET. 1.11 Criação e Estrutura da COMCICE e CICE Organização do Comitê de Coordenação das Comissões Internas de Conservação de Energia (COMCICE) O Comitê de Coordenação das Comissões Internas de Conservação de Energia tem por finalidade estabelecer diretrizes a serem adotadas pelas Comissões Internas de Conservação de Energia (CICE) do SistemaPetrobras, bem como atuar como pólo de articulação externa com os órgãos governamentais responsáveis pelo assunto, para atendimento ao que dispõe o Decreto n.° 99.656 de 26/10/90 de criação das CICEs. 1.11.1 Çomposição O Comitê de Coordenação das Comissões Internas de Conservação de Energia (COMCICE) é constituído por representantes dos seguintes órgãos do SistemaPetrobras: – C-CONPET (Coordenador e Secretário); – Abastecimento – Refino (ABASTREF); – Abastecimento – Transporte (ABASTTRAN); – Exploração & Produção (E&P); – Petrobras Distribuidora S.A. (BR); – Outros membros especialmente convidados, quando, a critério do Coordenador, sua participação for relevante para o exame ou decisão de assuntos em pauta. Conservação de Recursos • A Coordenação do COMCICE é exercida pelo Chefe da Coordenadoria de Apoio ao CONPET (C-CONPET), Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural. • Os representantes desses órgãos, no Comitê, devem ser os titulares das Gerências responsáveis pelo assunto Conservação de Energia. • O COMCICE ficará sob a orientação do Diretor de Contato de seu Coordenador. • Os membros efetivos e seus suplentes são propostos pelos titulares de seus respectivos órgãos ao Coordenador do Comitê. • As CICEs, dos órgãos que não tiverem representantes no COMCICE, receberão orientação de um membro do COMCICE designado pelo Coordenador. 1.11.2 Competência Ao Comitê de Coordenação das Comissões Internas de Conservação de Energia (COMCICE) compete: – orientar os trabalhos desenvolvidos pelas Comissões Internas de Conservação de Energia (CICE) do Sistema Petrobras, padronizar metodologias e uniformizar critérios de conversão de energéticos; – consolidar as informações recebidas no âmbito do Sistema Petrobras, para encaminhá-las aos órgãos governamentais responsáveis pelo assunto; – promover, coordenar e orientar a elaboração dos programas de trabalho das CICEs; – acompanhar e avaliar os programas de conservação de energia implementados pelas CICEs; – promover ajustes, quando necessário, no regulamento do Prêmio Petrobras de Conservação de Energia. Ao Coordenador do COMCICE compete: – convocar e coordenar as reuniões do Comitê; – aprovar a pauta dos trabalhos e as atas das reuniões do Comitê; – orientar e manter informados os órgãos e Companhias do Sistema Petrobras que não integram o COMCICE sobre o andamento dos trabalhos do Comitê; – promover o apoio administrativo necessário às reuniões do Comitê; – articular-se com os órgãos governamentais responsáveis pelos programas de conservação de energia, com vistas à obtenção de orientação e ao fornecimento de informações; – gerenciar o relacionamento entre as CICEs do Sistema Petrobras; – elaborar relatório anual consolidado sobre conservação de energia, bem como estabelecer outros mecanismos de divulgação dos resultados alcançados. Ao Secretário do COMCICE compete: – elaborar as atas das reuniões do Comitê; – auxiliar o Coordenador nos trabalhos relativos ao COMCICE. Aos representantes dos órgãos no COMCICE compete: – consolidar as informações recebidas no âmbito de seu órgão, para encaminhálas ao Coordenador; – manter cadastro atualizado dos membros das CICEs de seu órgão; – coordenar comissão, designada pelo respectivo Superintendente, para préclassificar as medidas de conservação/ racionalização de energia de autoria de empregados de seu órgão, concorrentes ao PrêmioPetrobras de Conservação de Energia. 1.12 De Organização da Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE) A Comissão Interna de Conservação de Energia tem por finalidade elaborar, implantar e acompanhar as metas do Programa de Conservação de energia e divulgar seus resultados no âmbito do órgão ou Companhia do Sistema Petrobras à qual está vinculada. 1.12.1 Composição A Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE) será composta, no mínimo, de 6 (seis) membros do próprio órgão ou Companhia do Sistema Petrobras, todos com mandato de 2 (dois) anos, dentre os quais pelo menos, um representante dos empregados indicado pelo respectivo sindicato, e, na falta deste, um representante dos empregados, por eles escolhido, e um da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), quando houver. 15 • A Ordem de Serviço do Superintendente do órgão ou do principal Administrador da Companhia do Sistema Petrobras que designar os membros da Conservação de Recursos • • • • CICE deverá indicar o Presidente, o Vice-Presidente – sendo este o representante dos empregados indicado pelo Sindicato – e o Secretário Executivo. Os mandatos dos membros indicados pelo Sindicato e CIPA extinguir-se-ão, em qualquer hipótese, com os mandatos de seus respectivos Presidentes. A função de Secretário Executivo deverá ser exercida por um empregado nível profissional (engenheiro, arquiteto, etc.), com conhecimentos de conservação de energia. Sempre que possível, deverá haver entre os membros da CICE – não investidos nas funções de Presidente, Vice-Presidente e Secretário Executivo – um especialista em segurança no trabalho, um técnico de comunicação social e um administrador. Nos órgãos que apresentarem consumo anual de combustível superior a 500.000 tEP (tonelada equivalente de petróleo), o Secretário Executivo da CICE deverá desempenhar suas funções em regime de dedicação exclusiva. A critério de cada CICE e quando a área de atuação da mesma no órgão ou Companhia do Sistema Petrobras mais de uma localidade, poderão ser criadas, preferencialmente, subcomissões de conservação de energia, para fornecerem suporte técnico-operacional à CICE, ficando, no entanto, sempre subordinadas à mesma. 1.12.2 Competência 16 À CICE compete: – levantar o potencial de redução de consumo e/ou despesas com energia, articulando-se com o Comitê de Coordenação das Comissões Internas de Conservação de Energia (COMCICE), caso necessário; – elaborar, anualmente, de acordo com as diretrizes emanadas do COMCICE, o Programa de Conservação de Energia de sua área de atuação, com metas e justificativas no sentido da redução do consumo e/ou despesas; – elaborar, de acordo com as diretrizes emanadas do COMCICE, o orçamento dos empreendimentos que envolvam conservação de energia, de modo a integrar o mesmo ao processo de planejamento da Companhia; – empreender ações com o objetivo de conscientizar e envolver todos os empregados no Programa de Conservação de Energia (seminários, palestras, concursos, etc.); – participar da elaboração das especificações técnicas para projetos, construção e aquisição de bens e serviços, bem como das conseqüentes licitações que envolvam consumo de energia; – manter permanente análise dos consumos de energéticos através do acompanhamento por planilhas padronizadas, que deverão ser posteriormente encaminhadas ao COMCICE, para consolidação do relatório sobre conservação de energia do Sistema Petrobras; – calcular os consumos específicos dos diferentes energéticos e submetê-los ao COMCICE, que estabelecerá índices máximos de consumo a serem respeitados; – participar da elaboração do Programa de Manutenção Preventiva, com vistas à otimização do consumo de energéticos; – promover avaliação anual dos resultados obtidos, destacando as medidas implantadas e a respectiva quantificação dos ganhos e recursos utilizados para a obtenção dos mesmos; – articular-se com o COMCICE no tocante ao encaminhamento dos resultados de suas atividades; – coordenar, de acordo com as diretrizes emanadas do COMCICE, a realização de estudos específicos voltados para a redução de consumo e/ou despesas com energia; – incentivar e coordenar a inscrição dos empregados do órgão no Prêmio Petrobras de Conservação de Energia. Ao Presidente da CICE compete: – convocar e presidir as reuniões da Comissão; – aprovar a pauta dos trabalhos da Comissão; – designar um dos membros da Comissão para redigir e submeter aos demais membros as atas das reuniões; – convocar empregados do órgão para participar de reuniões da Comissão, inclusive por solicitação e indicação dos membros da CICE; – promover o apoio administrativo necessário ao funcionamento da CICE, inclusive a manutenção de arquivo centralizado dos documentos relativos à mesma; Conservação de Recursos – coletar e organizar todas as informações que servirão de base aos pronunciamentos da Comissão; – Submeter ao Superintendente do órgão ou ao principal Administrador da Companhia do Sistema Petrobras o Programa de Conservação de Energia e divulgálo após sua aprovação; – autorizar o encaminhamento, ao representante do seu órgão no COMCICE, da proposta de empreendimentos que envolvam conservação de energia; – encaminhar ao representante do seu órgão no COMCICE as inscrições dos empregados concorrentes na Categoria “B” do Prêmio Petrobras de Conservação de Energia; – representar o CONPET e/ou a Petrobras, quando formalmente indicado, nas Comissões instituídas, em nível local, para avaliar a concessão do Prêmio Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. Ao Secretário Executivo da CICE compete: – levantar o potencial de redução de consumo e/ou despesas com energia, para o que poderá solicitar suporte técnico no próprio órgão ou Companhia do Sistema Petrobras, ou mesmo fora dele; – elaborar o Programa de Conservação de Energia de sua área de atuação, incluindo projetos com investimento; – elaborar e acompanhar, de acordo com as diretrizes emanadas do COMCICE, o orçamento dos empreendimentos que envolvam conservação de energia; – empreender ações com o objetivo de conscientizar e envolver todos os empregados no Programa de Conservação de Energia (seminários, palestras, concursos, etc.); – manter permanente análise dos consumos de energéticos através do acompanhamento por planilhas padronizadas; – promover avaliação permanente dos resultados obtidos, destacando as medidas implantadas e a respectiva quantificação dos ganhos e recursos utilizados para a obtenção dos mesmos; – coordenar a realização de estudos específicos voltados para a redução de consumo e/ou despesas com energia; – incentivar e coordenar a inscrição dos empregados do órgão no Prêmio Petrobras de Conservação de Energia. – propor as pautas das reuniões da CICE; – elaborar relatório anual sobre conservação de energia, abordando, no mínimo, os aspectos de competência da CICE relacionados no item 2.1; – manter articulação com o COMCICE para o encaminhamento, à Coordenadoria de Apoio ao CONPET (CCONPET), de informações e documentação relativas à execução dos programas de conservação de energia de sua área de atuação. Anotações 17 Conservação de Recursos Conservação de Recursos na Área Operacional 2 2.1 Conservação de água e outros recursos ambientais 2.1.1 Distribuição da Água 100.000 litros água 97.500 litros salgada 2.500 litros doce 1.772,5 litros de água em calotas polares 747,5 litros de água subterrânea 22,5 litros de água em outras formas como chuva, neve, neblina, evaporação, etc. 7,5 litros de água nos rios e lagos, água de superfície Escassez e mal uso da água doce representam sérios e crescentes problemas que ameaçam o desenvolvimento sustentável e a proteção do ambiente. Saúde humana e bem-estar, produção segura de comida, desenvolvimento industrial e ecossistemas dos quais esses dependem estão todos ameaçados, a menos que os recursos de água doce e solo sejam utilizados de forma mais eficiente nas próximas décadas, muito mais do que têm sido até agora. 18 Conservação de Recursos Décadas de 50/60 – aparece o problema da água resultante da nova organização produtiva e urbana da sociedade a) Demanda concentrada de água; b) Disponibilidade de água segundo conceitos de qualidade e quantidade entram em risco; c) Necessidade de recursos financeiros para implementação da nova gestão de recursos hídricos. Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº7.990, de 28 de dezembro de 1989. Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei nº 9.433 Fundamentos – a água é um bem de domínio público; – a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; – a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da política Nacional de Recursos Hídricos; – o uso prioritário da água é para consumo humano, especialmente nas estiagens e outras situações de escassez; – a gestão de recursos hídricos deve proporcionar usos múltiplos da água, deve ser descentralizada e contar com a participação do poder público, dos usuários e da comunidade. Objetivos – assegurar em padrões de qualidade, utilização racional e prevenção. Diretrizes – a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental; – a articulação da gestão de recursos hídricos com o uso do solo; – a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras; – a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais do país e – a articulação do planejamento de recursos hídricos como dos setores usuários regional, estadual e nacional. Instrumentos – planos regionais, estaduais e nacional de recursos hídricos; – enquadramento dos corpos d’água em classes; – outorga dos direitos de uso da água; – cobrança pelo uso da água; – compensação financeira aos municípios; – sistema nacional de informações sobre recursos hídricos. Composição do Sistema Nacional de Recursos Hídricos – Conselho Nacional de Recursos Hídricos; – conselhos de recursos hídricos dos Estados e do Distrito Federal; – comitês de bacias hidrográficas; – agências de água; – órgãos competentes na gestão de recursos hídricos em âmbito federal, estadual e municipal. Órgão executivo da lei das águas Lei Nº 9.984, de 17 de julho de 2000 – Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recurso Hídricos, e dá outras providências. Em seu artigo 4 diz que a atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida em articulação com órgãos e entidade públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 2.1.2 Oportunidades de atuação A minimização do consumo de água na indústria, com a conseqüente redução da captação em corpos d’água (rios, lagos e outros manancias) de água IN NATURA é a principal atuação que se pode realizar, reduzindo assim o impacto desse importantíssimo recurso ambiental. Várias são as maneiras de se atingir esse objetivo, podendo ser destacadas: – eliminação ou minimização do desperdício; 19 – eliminação ou minimização de perdas; – reaproveitamento de águas já servidas em atividades do processo produtivo que não requeiram uma pureza tão elevada da água; Conservação de Recursos – reuso de águas já servidas através de tratamentos tais como: decantação, filtração, microfiltração, centrifugação e osmose reversa, entre outros, que permitam recuperar a qualidade da mesma à níveis daqueles encontrados na natureza. Como exemplo, pode-se citar a utilização do efluente de sistemas de tratamento de efluentes que, através de tratamento adequado, pode retornar à cadeia produtiva, reduzindo as necessidades de água bruta IN NATURA. – Modificações ou substituições tecnológicas no processo produtivo que venham a reduzir o consumo de água. 2.2 Conservação de Energia Térmica – Princípios e Oportunidades de Atuação Quando se fala em energia térmica, refere-se à energia necessária para alterar a temperatura (para cima ou para baixo) de determinado corpo físico ou substância. Essa energia, na maior parte das vezes, é obtida através da queima de combustíveis fósseis (derivados de petróleo) ou não (biomassa ou nuclear). A conservação de energia, em uma indústria, pode ser classificada em 3 categorias: 1. Sem Investimentos – são aquelas medidas de conservação que propiciam economias de energia sem necessidade de dispêndios de capital. Podem ser citados como exemplo: – ajustes da relação ar/combustível em caldeiras e fornos; – reprogramação dos sistemas de carga. 2. Pequenos Investimentos – esses projetos exigem um investimento de capital relativamente pequeno, normalmente, com retorno inferior a um ano. São exemplos desses projetos: – sistemas de controle de temperatura de fornos; – recuperação de condensado de vapor. 3. Projetos de Custo Elevado – requer maiores investimentos e envolvem, normalmente, a substituição e/ou instalação de novos equipamentos. Por isso, requer estudos detalhados de viabilidade técnico-econômica. São exemplo: 20 – verificação e reestudo da estrutura e isolamento térmico de fornos; – aproveitamento do conteúdo energético dos gases de saída de fornos e caldeiras. Não há quem duvide hoje de que um programa de conservação de energia tem que ser conduzido em detrimento de comodidade operacional, exigindo a atenção do operador, aliada à um equipe eficiente de manutenção. Uma indústria pode estar operando mal, do ponto de vista de conservação de energia, devido aos vícios de operação ou às deficiências de manutenção. A seguir estão listadas algumas oportunidades de atuação com o objetivo de economizar energia. 01. Operar fornos e caldeiras com excesso de ar adequado; 02. Operar o sistema termoelétrico com o balanço fechado (sem alívio de vapor para a atmosfera e sem abertura de válvulas redutoras de pressão de vapor); 03. Maximizar a recuperação de condensado de vapor; 04. Manter em boas condições o isolamento térmico de tubulações e equipamentos; 05. Sanear vazamentos de vapor; 06. Recuperar/substituir purgadores de vapor com defeito; 07. Substituir purgadores tipo termodinâmico pelo tipo panela invertida (também denominada balde invertido); 08. Operar os sopradores de fuligem (ramonadores) de fornos e caldeiras; 09. Instalar/operar sistemas de preaquecimento de ar de fornos e caldeiras; 10. Manter os queimadores (de óleo combustível e/ou gás combustível) em boas condições de queima; 11. Evitar manter turbinas em baixa rotação; 12. Evitar a queima de combustível em tochas (flare); 13. Buscar operar as unidades de processo próximas da carga em que a eficiência energética seja máxima; 14. Manter limpa a superfície de troca de calor em permutadores de calor e aquecedores; 15. Minimizar a temperatura dos gases de combustão de fornos e caldeiras para a chaminé; 16. Ajustar a tiragem de fornos e caldeiras para o valor ótimo. Conservação de Recursos 2.3 Conservação de Energia Elétrica – Princípios e Oportunidades de Atuação A seguir, serão abordadas medidas de caráter operacional e administrativo visando à conservação de energia elétrica. 1. Utilizar motores com rendimento elevado; 2. Utilizar banco de capacitores para elevar o fator de potencia; 3. Utilizar variadores de velocidade em motores que operam com cargas variáveis; 4. Desligar equipamentos em períodos ociosos; 5. Evitar o uso de motores superdimensionados; 6. Instalar sistemas de iluminação adequados ao serviço a ser executado, observando: – usar reatores de alta eficiência; – utilizar luminárias e difusores de bom desempenho; – usar lâmpadas adequadas para cada tipo de ambiente; – ligar a luz elétrica somente onde não existir iluminação natural suficiente para o desenvolvimento das atividades; – instruir os empregados a desligarem as lâmpadas de dependências desocupadas, salvo aquelas que contribuem para a segurança; – reduzir a carga de iluminação nas áreas de circulação, garagem, depósitos, etc., observando sempre as medidas de segurança; – evitar pintar os tetos e paredes com cores escuras as quais exigem lâmpadas de maior potência para a iluminação do ambiente; – manter limpas as luminárias. A sujeira reduz o fluxo luminoso, exigindo maior número de lâmpadas acesas; – usar luminárias abertas, para melhorar o nível de iluminamento; – verificar a possibilidade de instalar timer para controle de iluminação externa, letreiros e luminosos; – limpar regularmente as paredes, janelas, forros e pisos. Uma superfície limpa reflete melhor a luz de modo que menos iluminação artificial se torne necessária; – instalar interruptores. objetivando facilitar as operações liga/desliga conforme a necessidade local, inclusive através da instalação de timers; – utilizar telhas transparentes para aproveitamento da iluminação natural; – dividir os círculos de iluminação, de tal forma a utilizá-los parcialmente sem prejudicar o conforto; – percorrer os diversos setores da indústria, a fim de verificar se há luminárias desnecessárias ou com excesso de iluminação; A rotina pela qual são executadas as tarefas de limpeza e conservação influi no consumo de energia elétrica. Assim sendo, recomenda-se a adoção das seguintes providências: – fazer a limpeza, preferencialmente durante o dia, em cada setor; – iniciar a limpeza por um setor, mantendo todos os demais apagados, caso a mesma seja realizada após o encerramento do expediente; – programar o serviço, de forma que o ambiente ou andar tenha a respectiva iluminação e outros equipamentos desligados imediatamente após a sua conclusão. 7. Garantir eficiência adequadas dos sistemas de refrigeração, aplicando os seguintes procedimentos: – Regular sempre o termostato, no caso de câmaras frigoríficas, para a temperatura de armazenamento relativa aos produtos armazenados e período de armazenamento; – Procurar sempre armazenar na mesma câmara produtos que necessitem a mesma temperatura, percentual de umidade e mesmo período de armazenagem; – Manter sempre em bom funcionamento termostato e resistência de aquecimento das unidades evaporadoras que operem em faixas de congelamento, pois o gelo é isolante e dificulta a troca de calor; – Manter, sempre que possível, as portas das câmaras frigoríficas fechadas e completamente fechadas e vedadas as portas das ante-câmaras; – Manter sempre em bom funcionamento e limpos os termostatos que operam com válvulas de três vias e/ 21 ou com válvulas de expansão; – Manter sempre, para cada trocador de calor de processo, o fluxo correio de água gelada, fluido frigorígeno e vazão de ar; Conservação de Recursos 22 – Usar, nas câmaras frigoríficas, somente lâmpadas mais eficientes, preferencialmente fria, manter o nível de iluminamento adequado (200 lux); – Evitar, sempre que possível, instalar condensadores ao alcance de raios solares ou próximos a fornos, estufas, etc., ou seja, equipamentos que irradiem calor; – Utilizar cortina de ar, quando não houver ante-câmara; – Recuperar, sempre que houver simultaneidade ou possibilidade de acumulação, o calor rejeitado em torres de resfriamento para aquecimento ou preaquecimentode fluidos envolvidos em outros processos. Esta recuperação pode ser realizada por trocadores ou bombas de calor; – Para os sistemas de refrigeração de expansão indireta de médio ou grande porte, que utilizam a água gelada como volante térmico e operem nas faixas de temperatura compatíveis, estudar a possibilidade de termoacumulação em gelo ou água gelada; 8. Dimensionar os condicionadores de ar, adequadamente, ao porte e tipo de ambiente, tomando as seguintes medidas para conservar energia: – Regule o termostato para uma temperatura ambiente de forma a atender as condições de conforto; – Utilize maior ou menor entrada de ar exterior, quando a temperatura atmosférica estiver baixa ou alta, respectivamente; – Sempre que possível, ligue o aparelho de ar condicionado uma hora após o início do expediente e desligue uma hora antes do seu término; – Limpe periodicamente os filtros, trocando-os quando necessário; – Verifique se o tratamento de água gelada e de condensação está sendo adequado; – Verifique se as correias dos ventiladores estão ajustadas e perfeitas; – Utilize, preferencialmente, lâmpadas fluorescentes em ambientes climatizados; – Orientar os usuários para: – Desligar aparelhos elétricos, localizados em ambientes condicionados, quando não estiverem sendo utilizados; – Manter fechadas as portas e janelas nos ambientes condicionados; – Não obstruir ou alterar a regulagem das grelhas de insuflamento e retorno de ar existentes nos ambientes; – Regular os termostatos dos aparelhos individuais, de forma a evitar frio em excesso e, ao se ausentar por longo tempo, desligá-los sempre. Anotações Conservação de Recursos Indicadores de Energia Em uma refinaria de petróleo, é possível avaliar se o consumo de energia é adequado utilizando-se de dois tipos de indicadores: o Consumo Específico de Energia (CEE) e o Índice de Intensidade de Energia (IEE) da Solomon. Antes de se passar para os indicadores propriamente ditos, é necessário conhecer duas definições básicas: 3.1 Consumo de energia Quando se fala do consumo de energia de uma determinada planta de produção de uma indústria ou de uma refinaria, não se refere apenas ao consumo de energia elétrica, mas sim à somatória de todas as fontes de energia utilizadas, tais como os combustíveis. Como cada combustível possui determinada quantidade de energia (calor) para cada unidade de massa (kilo ou tonelada) consumida, não é correto apenas somar as quantidades utilizadas de combustível entre si. Antes de efetuar essa soma, faz-se necessário traduzir cada combustível em uma unidade comum, expressa em metros cúbicos de Óleo Combustível Padrão Equivalente (m3 OCPE). Isso também vale para a energia elétrica. Logo, o consumo total de energia de uma refinaria pode ser expresso em m3 OCPE por determinado espaço de tempo (hora, dia, mês, ano, etc). 3.2 Fator de complexidade (FC) O Fator de Complexidade (FC) de uma refinaria representa quantas vezes essa refinaria gasta energia, quando comparada com uma refinaria padrão que tivesse apenas uma unidade de destilação atmosférica e vácuo, com a mesma capacidade de processamento de petróleo. Uma refinaria com FC = 2, como a Repar, por exemplo, consome 2 vezes mais energia que uma refinaria padrão. 3 Para se calcular o FC da refinaria, utilizase a seguinte expressão: m ∑ FC = i=1 Carga processada da Unidade i X Fci Carga processada de petróleo da Refinaria em que: Unidade i = cada unidade de processo da Refinaria FCi = fator de complexidade da Unidade i (tabelada) Por exemplo: Destilação Atmosfera/Vácuo FCi = 1,000 Craqueamento Catalítico FCi = 2,284 Desasfaltação à Solvente FCi = 1,800 Deve-se tomar cuidado para expressar as cargas processadas na mesma unidade de tempo (m3/hora, m3/dia, m3/mês ou m3/ano). Serão abordados novamente os indicadores de energia: 3.2.1 Consumo específico de energia (CEE) Representa a quantidade de energia necessária para se processar 100 unidades de volume de petróleo em determinada refinaria, em dado intervalo de tempo, sendo expressa normalmente por: CEE = Energia Consumida (m3 OCPE) Volume de Petróleo Processado (m3) X 100 Pode-se notar que quanto maior for o número de unidades de processo em dada refinaria, maior será a energia consumida, mas o volume de petróleo consumido não precisa ser necessariamente maior. Isso dificulta a comparação entre refinarias. Para contornar essa dificuldade, utiliza-se o consumo específico corrigido com a com- 23 plexidade da refinaria, sendo expresso por; CEEC = CEE FC Conservação de Recursos 3.2.2 Índice de Intensidade de Energia (IIE) A Solomon Associates é uma empresa americana que faz o levantamento de dados de refinarias das Américas e Europa e desenvolveu indicadores para as diversas áreas, tais como mão-de-obra, custos, manutenção, etc e também energia. Os dados são fornecidos sob sigilo e o benefício para as refinarias é terem conhecimento de sua posição relativa, em cada indicador, em relação às demais refinarias. Saber os resultados das refinarias de melhor desempenho em determinada área (denominadas de vanguardeiras ou benchmarking) torna-se importante em um mundo globalizado e de concorrência. Para cada tipo de unidade de processo, utilidades e off-sites, a Solomon desenvolveu expressões que calculam o consumo padrão de energia, que levam em consideração o volume e a qualidade de carga processada nessas unidades. A somatória dos consumos padrão das unidades, utilidades e off-sites resulta no consumo padrão da refinaria. O índice de intensidade de energia é caracterizado pela relação percentual entre o consumo de energia efetivo da refinaria e o consumo padrão, sendo definido por: IIE = Consumo de energia da Refinaria X 100 Consumo de energia Padrão Os consumos padrão foram desenvolvidos pela Solomon na década de 80, representando a tecnologia da época. Com o avanço da técnica de construção de unidades de processo mais eficientes em termos de energia, atualmente, as refinarias vanguardeiras já conseguem alcançar índices de intensidade de energia ao redor de 85%. 3.2.3 Conclusão Diante de um tema tão abrangente e interativo com o cotidiano, não se poderia de acrescentar os horizontes anunciados pelos estudiosos da área científica. Com a crescente demanda por recursos minerais e escassez de matrizes energéticas, é latente a necessidade de se buscar alternativas ecologicamente po24 sicionadas. A conscientização pela postura proativa com este delicado ecossistema, trará a raça humana para um novo patamar ambiental. No âmbito de prospequição e refino, a busca pela otimização das unidades de produção é uma constância, sem sombra de dúvidas, que a segurança, meio ambiente e saúde são os únicos caminhos para se atingir os indicadores de excelência. Anotações Conservação de Recursos 25 Conservação de Recursos Principios Éticos da Petrobras A honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios éticos são os valores maiores que orientam a relação da Petrobras com seus empregados, clientes, concorrentes, parceiros, fornecedores, acionistas, Governo e demais segmentos da sociedade. A atuação da Companhia busca atingir níveis crescentes de competitividade e lucratividade, sem descuidar da busca do bem comum, que é traduzido pela valorização de seus empregados enquanto seres humanos, pelo respeito ao meio ambiente, pela observância às normas de segurança e por sua contribuição ao desenvolvimento nacional. As informações veiculadas interna ou externamente pela Companhia devem ser verdadeiras, visando a uma relação de respeito e transparência com seus empregados e a sociedade. A Petrobras considera que a vida particular dos empregados é um assunto pessoal, desde que as atividades deles não prejudiquem a imagem ou os interesses da Companhia. Na Petrobras, as decisões são pautadas no resultado do julgamento, considerando a justiça, legalidade, competência e honestidade. 26