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Conforto: Uma Prática Para Boa Ergonomia

O presente resumo expandido trata de um campo do design, que tem como uma de suas premissas, o estudo do conforto e adaptação de um determinado objeto ao consumidor. A ergonomia pode ser compreendida como um meio de configurar a atividade humana, de forma que a sociedade, os seus membros e suas economias, possam satisfazer suas necessidades e expressar os seus desejos através de um novo código de conduta, cuja ênfase é conceber um produto que se adapte ao consumidor, e não o contrário. Isto é, seus ideais...

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Universidade Federal do Ceará Campus Cariri 3o Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 26 a 28 de Outubro de 2011 Conforto: uma prática para boa ergonomia Maria do Socorro da Silva1, Tatiana de Sousa Oliveira2, Juliana Loss Justo3 1 Universidade Federal do Ceará, Juazeiro do norte, Ceará, Brasil 2 Universidade Federal do Ceará, Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil 3 Universidade Federal do Ceará, Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil [email protected],[email protected], [email protected] Resumo. O presente resumo expandido trata de um campo do design, que tem como uma de suas premissas, o estudo do conforto e adaptação de um determinado objeto ao consumidor. A ergonomia pode ser compreendida como um meio de configurar a atividade humana, de forma que a sociedade, os seus membros e suas economias, possam satisfazer suas necessidades e expressar os seus desejos através de um novo código de conduta, cuja ênfase é conceber um produto que se adapte ao consumidor, e não o contrário. Isto é, seus ideais são dedicados ao conforto. 1. Introdução A palavra ergonomia é formada pelos termos gregos ergo, que significa trabalho e nomos, que significa regras, leis naturais. Assim, a ergonomia pode ser caracterizada como o estudo do relacionamento entre o homem e o trabalho, equipamento e ambiente. A ergonomia parte do conhecimento do homem para fazer o projeto do trabalho, ajustando-o às capacidades e limitações humanas e acompanhando a evolução tecnológica. Esta evolução, observado nas últimas décadas, representa a materialização da criatividade humana no desenvolvimento de ambientes, produtos e sistemas, os quais trouxeram muitos benefícios, com destaque para maior relação comercial entre os países, facilidades na comunicação e aumento na expectativa de vida das pessoas. Diante deste cenário, muitos produtores procuram diferenciar-se através do discurso de oferecerem conforto aos usuários. Isso ocorre muito com produtos vinculados a moda, como roupas e calçados. O calçado é utilizado para proteger os pés, sabendo que o tamanho deste influi bastante na boa ergonomia, por ser à base do corpo humano e um dos suportes fundamentais para uma boa postura, os pés exigem uma atenção dedicada. Este estudo objetivou compreender como se dá a percepção ergonômica de um calçado com relação a desconforto/conforto e analisar as características antropométricas das Extremidades dos Membros Inferiores. Em termos Técnicos de pesquisa o calçado tem qualidades que vão além da estética e durabilidade e são produtos que interagem diariamente com seres humanos e ainda possuem a função de proteger e adornar a extremidade dos pés, cujas estruturas físicas e fisiológicas parecem ser influenciadas pelo uso de diferentes tipos de calçados e suas dimensões. Universidade Federal do Ceará Campus Cariri 3o Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 26 a 28 de Outubro de 2011 2. Metodologia Neste trabalho discorri sobre a ergonomia e o conforto, baseado em Revisões bibliográficas, para isso foram analisadas obras de autores como Van Der Linder (2007), Itiro Iida (2008) e Luiz Carlos Paschoarelli (2003), que versam sobre ergonomia, conforto e design. 3. Resultados e discussão Para conferir maior conforto, Produtos como calçados e roupas em geral, são fabricados em tamanhos discretos para aumentar o conforto e, ao mesmo tempo, não aumentarem em demasiado os custos de fabricação. “Alguns produtos são fabricados em diversos tamanhos, de modo que cada um acomode uma determinada parcela da população... Nos casos em que se requer uma adaptação melhor, essa quantidade de faixa pode ser aumentada, para um ajuste mais preciso. (IIDA, 2007, pág. 99) IIDA (2008) procura mostrar o quanto a antropometria participa diretamente no trabalho de um designer no momento da coleta de dados. E não apenas isso, a adequação do produto ao usuário depende muito dos dados antropométricos, pois um projeto de calçados necessita desses dados por ser um fator importante na ergonomia. O autor aborda esse fato dizendo que as medidas antropométricas obedecem a distribuições continuas. Embora, muitas vezes, a ergonomia não seja prioridade nesse processo, sendo a estética a preocupação maior do fabricante e pelo fato de ser, muitas vezes, considerado exclusivamente um elemento da moda, os calçados precisam apresentar características ergonômicas independente da variedade de tipos e modelos. Sabendo que o pé é uma estrutura especial do corpo humano, responsável pelo apoio corporal e mecanismo da marcha, muitas vezes comprometido por algumas patologias se torna necessário cuidados primordialmente na escolha de calçados, visando uma boa ergonomia e adequação antropométrica entre os pés e o calçado, além disso, grande parte das abordagens de um design ergonômico depende muito do produto, e essa percepção é decorrente de alguns critérios para sua avaliação feita no momento do uso. A usabilidade é um fator decisivo no projeto desse produto, uma vez que se faz uso do mesmo em boa parte do dia. De acordo com PASCOARELLI (2003), o principal critério utilizado na avaliação de um produto é o conforto, todavia este pode ser caracterizado de várias maneiras. IIDA (2005) o define como uma qualidade ergonômica do produto, sendo um atributo valorizado pelo usuário. Diante disso, o conforto é uma prioridade para um calçado possuir boa ergonomia. Para Linder (2007) o conforto está ligado ao funcionamento do corpo humano, podendo assumir um estado mental que ocorre na ausência do desconforto. A partir dessa proposição os produtos percebidos como confortáveis são aqueles que proporcionam sensações prazerosas a quem usa. Universidade Federal do Ceará Campus Cariri 3o Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 26 a 28 de Outubro de 2011 A figura abaixo propõe uma analise de conforto, onde três mulheres com pés de anatomia fisicamente diferentes e números comerciais iguais usam o mesmo calçado. Figura 1: sandália calçando diferentes tipos de pé. Fonte: http://aosmeuspes.fashionblog.com.br/59232/Vila-ou-heroina/ O primeiro é um pé fino com dedos curtos. Nesse caso, os dedos se ajustaram bem na biqueira, entretanto os pés escorregam para frente, dando a ilusão de que o calçado é maior que o pé do usuário, dessa forma, esse tipo de calçado não é adequado para esse pé. Quanto ao segundo pé, se trata de pés um pouco mais largos com dedos compridos, neste tipo não há problema na sobra do calcanhar, porém sobram dedos na biqueira, assim os dedos ficam saindo da sandália. O terceiro se resume a pés largos com dedos curtos, os dedos não se projetam pra frente, assim como não sobra sandália no calcanhar, entretanto, sobram dedos na frontal do calçado. Percebe-se, então, que na escolha de calçados, o usuário corre grandes riscos de desconforto, pois as empresas possuem uma padronização quanto a numeração de cada calçado para facilitar a produção e comercialização do mesmo. Contudo, essa padronização não é adequada para todos os tipos de pé, isso compromete a ergonomia, podendo os sapatos ficar mais curtos ou compridos dependendo da anatomia dos pés. Com efeito, sapatos demasiadamente curtos ou apertados, quando usados por muito tempo, acarretarão deformações nos pés. Por outro lado, calçados excessivamente largos poderão provocar alterações na musculatura dos pés, pela forma em que os dedos se contraem na tentativa de fixarem-se ao calçado, para que este permaneça no pé. A partir do seu uso, pode-se argumentar que um calçado confortável é aquele que não traz enfermidades aos pés do usuário. Assim, o conforto pode ser caracterizado de várias maneiras, podendo apresentar uma natureza multidimensional, resultante de três dimensões: física, fisiológica e psicológica. Os aspectos físicos correspondem à interação com o ambiente e seus efeitos nas dimensões fisiológicas e psicológicas. Assim, enquanto os aspectos fisiológicos do conforto estão relacionados ao funcionamento do corpo humano, envolvendo ações de regulação involuntárias, os aspectos psicológicos referem-se ao conforto mental e estão associados a questões como auto-imagem, identidade e individualidade. (Paschoarelli 2009). Para um designer em processo de criação esse aspecto ergonômico deve ser considerado, já que para o consumidor esse “conforto” é levado em conta na hora da compra e principalmente do uso. Universidade Federal do Ceará Campus Cariri 3o Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 26 a 28 de Outubro de 2011 4. Conclusão De acordo com o levantamento bibliográfico o conforto está diretamente ligado a medidas antropométricas. Este estudo procurou compreender a importância da presença ergonômica do calçado e analises antropométrica. A partir disso, pode-se constatar que a percepção dos usuários quanto ao conforto e desconforto do calçado é um fator preponderante para o conhecimento do nível de usabilidade do produto, que, associado ao conhecimento fisiológico e biomecânico das EMIs, pode contribuir expressivamente para o design ergonômico de calçados. Observa-se também, que a evolução histórica desse produto caracteriza-se por uma alternância morfológica, ora atendendo aos aspectos de usabilidade e ora atendendo aos aspectos da moda. Com isso podemos afirmar que estudos na área do design ergonômico são necessários para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, mas também para uma maior satisfação quanto à estética do produto. 5. Agradecimentos Agradecemos primeiramente a UFC campus Cariri por está dando a oportunidade de apresentar esse trabalho; a PREX e PROGRAD por nos dar a oportunidade de participar de um projeto de extensão; grata a professora Ana e aos nossos pais e amigos do projeto Mulheres da palha, por estarem sempre ao nosso lado. 6. Referências Paschoarelli, L. C. Usabilidade aplicada ao design ergonômico de transdutores de ultrassonografia: uma proposta metodológica para avaliação e análise do produto. São Carlos, 2003. Tese (Doutorado) –UFSCAR Roncoleta, Mariana Rachel. Prazer e conforto nos calçados. In: IV colóquio de moda. FEEVALE- 2008. Jul./set. Novo Hemburgo. Pag. 22-32 Lobach, Bernard, Design Industrial: Base para configurações de produtos industriais. São Paulo. Atiss. 2011 Iida, Itiro. Ergonomia projeto e produção. 2º edição ampliada. Editora Edgard Bluch. 2008 Voraz, Álvoro. Indústrias verdes: para desenvolvimento sustentável. Geração sustentável, nº 16, pag. 10-11.set. 2007 Martins, Edmundo. pés Felizes. Boas (HTTP://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com) práticas Farmacêuticas, 2001