Transcript
1 COMPOSTO
Fertilizante orgânico composto, obtido por processo microbiológico
conduzido em condições especiais, pelo qual uma mistura de resíduos crus é
transformada em massa fragmentada de coloração geralmente escura, rica em
substâncias húmicas e possuindo propriedades úteis à agricultura (ARNOSTI
JÚNIOR, 2002; KIEHL, 2005).
2 VERMICOMPOSTO
Adubo orgânico composto, resultante da digestão da matéria orgânica
proveniente de estercos, restos vegetais e outros resíduos orgânicos pelas
minhocas (RODRIGUES, 2003).
3 COMPARAÇÃO ENTRE COMPOSTO E VERMICOMPOSTO
Quadro 1 – Composto X vermicomposto
"Fator "Composto "Vermicomposto "
"Relação C/N "18-21/1 "12-13/1 "
"Organismos "Bactérias "Minhocas "
"CTC "Menor "Maior "
"Granulometria "Maior "Menor "
"Nutrientes "Menos "Mais/menos "
"Coloração "Mais clara "Mais escura "
"Preço "Menor "Maior "
"pH "5,4-6,0 "5,5-6,2 "
"Umidade "40-44% "30-40% "
"Mo "36-40% "36-40% "
"Densidade "0,9-1,0 g/cm3 "0,9-1,0 g/cm3 "
" " " "
4 FATORES QUE INTERFERE EM PROCESSOS DE COMPOSTAGEM
Origem e constituição química do material orgânico: influencia na
velocidade de decomposição, bem como na qualidade final do composto.
Relação C/N: interfere na velocidade da decomposição, pois os
microrganismos absorvem os elementos C e N na proporção de 30:1. Sob alta
relação a compostagem é lenta, e sendo baixa, ocorre perda de N pela
liberação da amônia (TRAUTMANN, KRASNY, 1997).
Tamanho das partículas: até certa granulometria, quanto menor, maior a
velocidade de decomposição. Esse fator interfere também na aeração, pois
partículas menores alteram a densidade do material podendo diminuir a
oxigenação (DOMINGUES, 2005; KIEHL, 2005).
pH: diretamente afeta o metabolismo, a permeabilidade da membrana e a
absorção dos microrganismos. Indiretamente interfere na disponibilidade de
nutrientes e a solubilização de elementos tóxicos, sendo a maioria das
bactérias tolerante ao pH entre 4,0-9,0 (FERNANDES, SILVA, 2005; KIEHL,
2005; TRAUTMANN, KRASNY, 1997).
Temperatura: ocasiona a desnaturação das proteínas e perdas de
elementos essências na decomposição como o nitrogênio, além de interferir
negativamente na atividade de alguns microrganismos. Temperaturas baixas
não eliminam organismos patogênicos nem sementes de plantas daninhas e
altas (acima de 65 ºC) retardam ou encerram o processo (KIEHL, 2005).
Umidade: quando alta ocasiona déficit de oxigênio e consequentemente
inativa a ação dos microrganismos aeróbicos. A umidade ideal par ao
processo está entre 50 e 55 ºC. Abaixo de 40 ºC inibe a atividade e acima
de 60 ºC pode promover a anaerobiose e aumentar a produção de chorume. Sob
umidade baixa deve-se fazer irrigação e em umidade alta, o reviramento
(ARNOSTI JÚNIOR, 2002; FERNANDES, SILVA, 2005; KIEHL, 2005).
Luz: atua na umidade e temperatura, além de inativar a ação da maioria
dos microrganismos decompositores.
Agentes biológicos: dependem do pH, da temperatura e da umidade do
meio, podendo acelerar ou retardar a decomposição do material (KIEHL,
2005).
4 FATORES QUE INTERFERE EM PROCESSOS DE VERMICOMPOSTAGEM
Origem e constituição química do material: tem influência direta na
qualidade do produto final.
Minhocas: alguns gêneros são mais eficazes na digestão do material que
outros e podem ocasionar diferentes condições físico-químicas do
vermicomposto.
Tamanho das partículas: a vermicompostagem deve iniciar a partir de um
composto estável, por isso partículas maiores dificultam a atuação das
minhocas (TRAUTMANN, KRASNY, 1997).
Luz: minhocas são organismos que não sobrevivem sob condições de luz
direta. Quando expostas à luz por determinado tempo, as minhocas podem
morrer. Isto posto, a vermicompostagem deve ser feita em ambiente
sombreado/coberto (RODRIGUES, 2003).
Animais/insetos: ao penetrarem na vermicomposteira, como alguns são
predadores, diminuem a população de minhocas e interfere negativamente no
processo.
REFERÊNCIAS
ARNOSTI JÚNIOR, S. Tratamentos de resíduos sólidos e efluentes gasosos.
Piracicaba: EAP. 2002.
DOMINGUES, M. M de O e. O aporte da comunidade escolar à coleta
diferenciada de resíduos sólidos domiciliares. 2005. 100 f. Dissertação
(Mestrado em Geografia) Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia,
2005.
FERNANDES, F; SILVA, S. M. C. P da. Manual prático para compostagem de
biossólidos. Londrina: UEL, 2005.
KIEHL, J de C. Como compostar resíduos sustentavelmente. Piracicaba:
ESALQ/USP, 2005.
RODRIGUES, V. G.S. Vermicompostagem ou minhocultura: Recomendações Técnicas
para a Agropecuária de Rondônia. Porto Velho, CEPAFRO, 2003, 3 p (CEPAFRO.
Manual do produtor).
TRAUTMANN, N. M.; KRASNY, M. E. The science of composting: scientific
inquiry for high school students. Ithaca NY: Cornell University, 1997.