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Composição Gravimétrica Resíduos Urbanos E Os Indicadores De Gestão

Artigo Gestão Sustentável dos resíduos sólidos urbanos e uma proposta de gestão sustentável

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A COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E OS INDICADORES DE UMA GESTÃO SUSTENTÁVEL Ismeralda Mª Castelo Branco do Nascimento Barreto e-mail: [email protected] Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos - SEMARH-SE OBJETIVOS RESULTADOS Realizar a análise gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos de Propriá, cidade à margem direita do rio São Francisco, com área urbana de 5,50 km², perímetro de 10,41 km, distante a 98 quilômetros de Aracaju, capital sergipana, para contribuir em uma gestão sustentável. Resultados Gravimétricos CONCLUSÃO : Uma proposta de gestão A composição gravimétrica dos RSU, mostra a distinção entre lixo e material reciclável. Ri MUNICIPO DE PROPRIÁ SERGIPE/BRASIL oS ão Fr an Al a cis co go Tabela 1: Composição gravimétrica dos RSU, segundo a classe de renda e média geral, 1997, Propriá, Sergipe. Participação percentual (%) em peso por classe de renda Alta Média Baixa Média geral 55,91 60,17 50,40 55,49 5,18 5,48 3,56 4,74 5,45 4,74 5,72 5,30 8,64 6,05 4,07 6,26 0,91 1,04 1,53 1,16 1,36 0,46 0,51 0,78 2,27 1,04 0,12 1,14 5,10 1,04 1,14 2,43 1,82 1,11 0,63 1,19 2,27 1,04 3,69 2,33 8,91 15,85 1,65 8,80 0,0 1,98 26,98 9,65 2,18 0,0 0,0 0,73 100 100 100 100 110 108,02 98,22 105,41 Componente as Matéria orgânica Plástico duro Plástico mole Papel Papelão Vidro Metal Absorv. + Fralda Ossos Trapos Coco verde Restos + Inertes Hospitalar Total Peso absoluto (kg) Lagoa das Pedrinhas Média Geral Ma té ria o rgâ nica PLANO DE GESTÃO INSTITUCIONALIZAR OS RSU MECANISMOS LEGAIS DE SUPORTE À GESTÃO (ISS, CERTIFICAÇÕES, OUTROS) IMPLANTAR, IMPLEMENTAR, OPERACIONALIZAR E MONITORAR CAPTAR RECURSOS FINANCEIROS NACIONAIS E INTERNACIONAIS COLETA SELETIVA DE RSU UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM RSU CONSÓRCIO PÚBLICO GESTÃO DE RSU DO MERCADO MUNICIPAL E FEIRA LIVRE CAPACITAR RECURSOS HUMANOS DA CADEIA DOS RSU MUNICIPAL ADQUIRIR EQUIPAMENTOS DE OPERACIONALIZAÇÃO COLETA SELETIVA DE RSU RECICLÁVEIS CADASTRAR OS CATADORES COM INCLUSÃO SOCIAL ATERRO SANITÁRIO COLETA DIFERENCIADA DE RESÍDUOS DA SAÚDE PONTOS DE ENTREGA DE MATERIAIS SELECIONADOS (PEV) USINA ARTESANAL DE RECICLAGEM E COMPOSTAGEM ESTABELECER PARCERIAS COM EMPRESAS PONTOS DE DESCARGA DE ELETRO-ELETRÔNICOS USINA DE RECICLAGEM DE RCC PONTOS DE DESCARGA DE ENTULHOS 5 5,49 Plá stic o duro Plá stic o mo le Pa pel Pa pelã o ESTADO DE SERGIPE oa s Bahia Ala g PROPRIÁ Vidro Me ta l 0,73 4 ,74 Ab sorv . + Fralda Os so s 9,65 At lâ nt ico Trapos an o Municipio ¢ Aracaju ¢ Propriá Rodovia — BR-101 Ba hi a NÍVEL SOCIOECONÔMICO ¢ - CLASSE ALTA ¢ - CLASSE MÉDIA - CLASSE BAIXA ¢ 6,26 8,8 Coco v erde Res tos + Ine rt es O ce ARACAJU 5,3 1,16 2,33 0,78 1,19 Hosp it alar 2,43 1 ,14 Figura 02: Composição gravimétrica dos RSU, segundo a classe de renda média geral, 1997, Propriá, Sergipe Figura 01: Mapa de localização da área de Estudo, setor urbano e nível socioeconômico, Sergipe, 1997.. A amostragem é oriunda dos domicílios, distribuidos em setores urbanos, segundo o nível socioeconômico: classe alta, classe média e classe baixa, segundo o IBGE (1991) e UFS (1997), recolhendo-se dois setores de cada extrato de renda, em dias distintos, (Quadro 01). Quadro 01 - Roteiro de coleta dos RSU, nível socioeconômico e gerador, 1998, Propriá, Sergipe Nível Socioeconômico Setor Roteiro/Logradouros Gerador Classe alta 3e4 7 Residencial, comercial e público Classe média 15 e 16 7 Residencial e público Classe baixa 7e8 6 Residencial e público CONCEPÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA Quarteamento: “processo de mistura pelo qual uma amostra bruta é dividida em quatro partes iguais, sendo tomadas duas partes opostas entre si para consistir uma nova amostra, descartando-se as duas partes restantes. As partes não descartadas são misturadas e o processo de quarteamento é repetido até que se obtenha o volume desejado, tomando-se o cuidado de tomar quartis em posição opostas aos tomados anteriormente” (JARDIM, 1995), Fluxograma 1. PROCEDIMENTOS Com 100kg de lixo dos setores escolhidos, sobre a lona plástica, misturou-se as partes a serem amostradas, seguido de: 1. Catação manual por componente. 2. Preenchimento de baldes manualmente, por componente, determinando o peso. 3. Definição de 13 componentes, Tabela 1. 4. Pesagem e realizou-se o cálculo da percentagem em base úmida. TRATOR COLETOR 4 MONTES DE LIXO MISTURAR O CONTEÚDO DE CADA MONTE SEPARADAMENTE MISTURAR, DOIS A DOIS MONTES j k l m 1+2 3+4 200kg 1° QUARTEAMENTO FORA BOM 100kg I II 100kg 2° QUARTEAMENTO FORA BOM Fluxograma 02: Proposta de Gestão dos RSU, Propriá, Sergipe, BARRETO, 2000. Propriá coleta diariamente 89,8% de RSU, 14 toneladas (1997), incluindo entulho. A gravimetria resultou em 13 componentes, dos quais destaca-se os materiais com potencialidades recicláveis. Com exceção do metal, estes materiais estão fora do circuito do mercado de recicláveis, onde a logística é o gargalo do setor. Aterro Sanitário A matéria orgânica da massa amostral tem média de 55,49%, índice que sustenta a implementação da compostagem, apontada em PEREIRA NETO (1996). Os materiais inorgânicos recicláveis: plástico duro; plástico mole; papel; papelão; vidro e metal contabilizam uma média de 19,38% da massa dos resíduos amostrados. Guardadas as especificidades de cada componente e as múltiplas potencialidades, há variações de redução de descarte por conta da reutilização, doações. Grafico 02 - Gravimetria média dos RSU recicláveis, Propriá, Sergipe (1997) e Brasil 1995). % em p eso (Brasil) (1) SETOR SETOR EXECUÇÃO CONCLUÍDO vegetação de pequeno porte dreno de águas de superfície dreno de gás manta de polietileno impermeabilizante (geomembrana) V id ro 25 65 P lá s tic o 1,52 1,04 % em p eso (Pro p riá) 0 74,12 20 40 60 M a té ria o rg â n ic a 80 A exceção dos recicláveis está no metal, com indicador médio de 1,14%, índice baixo, justificado pela demanda, grande parte está fora do circuito da coleta pública, são segregados e comercializados por catadores e sucateiro local, enviado à Aracaju e Salvador. O mercado reciclável exige: quantidades mínimas/compactação, acondicionamento, pureza, limpeza da área de abrangência, sem teor de umidade etc. É um fator de economia do capital natural (matérias-primas, energia, água) e de saneamento ambiental (diminuição de poluição do ar, da água, do solo e do subsolo), Calderoni, apud BARRETO, 2000. Viabiliza o processo pós-consumo, minimiza 2 4 2 as mudanças climáticas, reduz os gases de efeito estufa (CO CH , N O, PFC's, e vapor d'água). Os Outros componentes são: absorventes mais fraldas, ossos, trapos, coco verde, restos mais inertes e componente hospitalar, Tabela 1, fração média do lixo propriamente dito, com índice de 25,13%, Grafico 02. O côco verde tem geração de 8,80%. Restos mais inertes, 9,65%, coletado em pontos periféricos, é reciclável com gestão definida na resolução CONAMA 307/2002. Considerando os atributos recicláveis dos componentes Côco verde e Restos mais inertes, o índice Rejeitos cai, diminuindo o volume de lixo destinado ao aterro sanitário, aumentando a vida útil do mesmo. 100kg 25,13 % base úmida em peso 19,38 M aterial Inorgânico Potencialmente Reciclável 55,49 M assa Orgânica Compostável 0 10 20 30 dre no de ch oru me P a p e l/P a p e lã o 13,41 9,91 Rejeitos dos resíduos sólidos O Estudo fundamenta-se em Mandelli et. al., Daltro Filho et al., Jardim, Povinelli & Gomes, apud BARRETO (2000), seguindo padrões internacionais ao definir 100kg de massa de resíduos sólidos a quantidade da amostra por extrato de renda. SETOR PREPARAÇÃO M e ta l 4 3 3 AMOSTRA DE COMPOSIÇÃO FÍSICA Fluxograma 01: Processo de quarteamento, DALTRO FILHO, adaptado por BARRETO , Propriá, Sergipe, 2008. AGENDA DE BOTA-FORA DISCUSSÃO Grafico 02 - Indicadores socioambientais dos RSU, 1997, Propriá, Sergipe. MISTURAR NOVAMENTEÇO RECUPERAR VAZADOURO 40 50 60 lençol freático saída para estação de tratamento drenos de gás camada impermeabilizante célula de lixo camada de argila compactada Figura 05: Aterro sanitário, JARDIM, 1995, adaptado BARRETO, 2008. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Ismeralda Maria C. B. N. A sustentabilidade socioambiental dos resíduos sólidos urbanos da cidade de Propriá, Sergipe, Brasil. São Cristóvão: UFS, 2000.163p. (Dissertação de Mestrado). CALDERONI, Sabetai. Os bilhões perdidos no lixo. 2ª ed. São Paulo: Humanitas Editora. 1998. 348p. DALTRO FILHO, José et al. Caracterização do lixo doméstico da cidade de Aracaju-SE. Projeto de Pesquisa. Aracaju: UFS, 1994. 51p. (Relatório Final). MANDELLI, Suzana Maria de Conto et al. Determinação da composição física e das características físicoquímicas dos resíduos sólidos domésticos da cidade de Caxias do Sul. In: Tratamento de resíduos sólidos: compêndio de publicações. Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul. Ed. do Autor, 1991. 291p. PEREIRA NETO, João Tinôco. Manual de compostagem: processo de baixo custo. Belo Horizonte: UFV/ Superintendência de Limpeza Urbana/SLU/Unicef, 1996. 56p. POVINELLI, J. & GOMES, Luciana P. Caracterização física dos resíduos sólidos urbanos da cidade de São Carlos. IV Simpósio Luso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Belo Horizonte: Abes, 1990. (mimeog.). 70 Agradecimentos: Ao Prof. Dr. José Daltro Filho (UFS/SE)