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Comparação Do Balanço Hidrico Na Ultimas 4 Decadas Picui

Este trabalho tem como objetivo estudar o balanço hídrico de quatro décadas: 1971 a 1980; 1981 a 1990: 1991 a 2000 e de 2001 a 2010 no município de Picuí - PB. Foi computado o comportamento hidroclimatológico do município e de sua demanda hídrica visando o conforto urbano. Utilizou-se de dados históricos de precipitação e temperatura médias obtidas por retas de regressões múltiplas. A comparação das décadas estudadas demonstra que a predominância dos índices de excedentes hídricos não ocorreu. As deficiências hídricas...

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COMPARAÇÃO DO BALANÇO HÍDRICO NAS ÚLTIMAS QUATRO DÉCADAS PARA O MUNICÍPIO DE PICUÍ – PB R. M. de Medeiros1; P. R. M. Francisco2; M. F. Gomes Filho3; A. L. Tavares4; L. J. S. Vieira5 RESUMO: Este trabalho tem como objetivo estudar o balanço hídrico de quatro décadas: 1971 a 1980; 1981 a 1990: 1991 a 2000 e de 2001 a 2010 no município de Picuí - PB. Foi computado o comportamento hidroclimatológico do município e de sua demanda hídrica visando o conforto urbano. Utilizou-se de dados históricos de precipitação e temperatura médias obtidas por retas de regressões múltiplas. A comparação das décadas estudadas demonstra que a predominância dos índices de excedentes hídricos não ocorreu. As deficiências hídricas em maiores índices ocorreram nos meses de agosto a fevereiro. Palavras-chave: precipitação, temperatura; deficiência e excedente hídrico. COMPARISON OF WATER BALANCE IN THE LAST FOUR DECADES FOR THE CITY OF PICU – PB ABSTRACT: This paper aims to study the water balance of four decades: from 1971 to 1980 and from 1981 to 1990: from 1991 to 2000 and from 2001 to 2010 in the municipality of Picuí PB. Was computed hydro behavior of the municipality and its water demand by targeting the urban comfort. We used historical data of precipitation and temperature measurements obtained by multiple regression straight. A comparison of the decades studied demonstrates that the prevalence rates of excess water did not occur. Water deficit in higher place in the months from August to February. Keywords: precipitation, temperature, water surplus and deficiency INTRODUÇÃO Dada à importância de se verificar o comportamento sazonal dos períodos de deficiência, excedente, retirada e reposição hídrica, esse trabalho foi desenvolvido para o município de Picuí - PB e tem o intuito de comparar o comportamento do balanço hídrico ao longo das décadas de 1971 a 1980; 1981 a 1990; 1991 a 2000 e de 2001 a 2010 subsidiando o conhecimento sobre o comportamento hidroclimatológico da área em estudo. 1 Meteorologista, Doutorando em Meteorologia, Universidade Federal de Campina Grande, CEP 58.109-970, Campina Grande, PB. Fone (83) 3310-1055. e-mail: [email protected]. 2 Doutorando em Engenharia Agrícola, UFCG, Campina Grande, PB. 3 Prof. Associado, Depto de Engenharia Agrícola, UFCG, Campina Grande, PB. 4 Engenheiro Agrícola; UFCG, Campina Grande, PB. 5 Mestrando em Meteorologia, UFCG, Campina Grande, P R. M. de Medeiros et al. Uma das várias maneiras de se monitorar a variação do armazenamento de água no solo é através do balanço hídrico climatológico desenvolvido por Thornthwaite & Mather (1955). Analisando o balanço hídrico é possível estimar a evapotranspiração potencial (ETP), evaporação real (EVR), da deficiência hídrica (DEF) ou o excedente hídrico (EXC), como também o armazenamento de água no solo (ARM), elaborados conforme escala diária até a mensal (Camargo, 1971; Pereira et al., 1997). A importância do balanço hídrico em regiões com características a exemplo de Picuí é de grande relevância, evidenciando a sustentabilidade da região, o planejamento e reestruturação dos solos, a implantação de espécies nativas da região, a introdução de espécies silvestres e o planejamento e manejo das culturas. Sabe-se que o homem é o responsável pela eficiência e as condições de clima no setor rural e urbano. Por isso é importante conhecer a distribuição das chuvas na região, pois o balanço hídrico do ponto de vista agronômico oferece um planejamento agrícola racional, além de provocar sensações de conforto rural e urbano mais agradável. MATERIAIS E MÉTODOS O município de Picuí está localizado na Microrregião do Seridó Oriental Paraibano, entre as latitudes de 6°15’00” e 6°42’00’’ sul e as longitudes de 36°32’00’’ e 36°15’00” oeste, com uma altitude média de 439 metros em relação ao nível do mar (figura 1). Segundo a classificação de Köppen predomina o clima do tipo Bsh: semiárido quente, que abrange a área mais seca do estado. A vegetação predominantemente é a Caatinga arbustiva aberta de porte baixo, desenvolvendo-se em Neossolos Litólicos, rasos e secos e muito erodidos. Figura 1: Localização da área de estudo. Foi utilizado o método de Thornthwaite e Mather (1955) que demanda de informações de precipitação e temperatura para a realização dos cálculos do balanço hídrico da área de estudo. Os dados de precipitações climatológicas médias mensais e anuais foram adquiridos do banco de dado da SUDENE e AESA-PB, para o período de 1911 a 2010, os valores mensais e anuais de temperatura do ar foram estimados pelo método das retas de regressões utilizando-se do software T-estima desenvolvido pelo núcleo de meteorologia aplicada da Universidade Federal de Campina Grande-PB (UFCG), que está disponibilizado em: www.dca.ufcg.edu.br. Os dados meteorológicos mensais foram agrupados em quatro décadas distintas, quais sejam 1971 a 1980; 1981 a 1990; 1991 a 2000 e de 2001 a 2010, que posteriormente, utilizando-se do software Excel, obteve-se os valores médios mensais de temperatura e precipitação necessários ao cálculo do balanço hídrico (Tabela 1). R. M. de Medeiros et al. Tabela 01 – Balanço hídrico para as quatros décadas no município de Picuí - PB ANOS 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2002 Balanço Deficit Excedente Deficit Excedente Deficit Excedente Deficit Excedente JAN 94,6 0,0 98,6 0,0 76,6 0,0 46,1 0,0 FEV 58,1 0,0 32,3 0,0 71,3 0,0 49,4 0,0 MAR 0,0 0,0 0,0 0,0 30,4 0,0 6,4 0,0 ABR 6,5 0,0 0,0 0,0 13,5 0,0 2,1 0,0 MAI 47,5 0,0 36,8 0,0 47,0 0,0 37,0 0,0 JUN 56,3 0,0 54,7 0,0 55,4 0,0 39,5 0,0 JUL 62,6 0,0 60,9 0,0 61,1 0,0 68,3 0,0 AGO 74,0 0,0 66,9 0,0 75,6 0,0 73,2 0,0 SET 81,0 0,0 78,0 0,0 85,0 0,0 87,3 0,0 OUT 99,8 0,0 83,3 0,0 104,4 0,0 105,7 0,0 NOV 104,4 0,0 97,2 0,0 107,9 0,0 108,6 0,0 DEZ 98,1 0,0 107,0 0,0 114,3 0,0 113,5 0,0 RESULTADOS E DISCUSSÃO As variabilidades das deficiências hídricas para as quatros décadas em estudo demonstram que os maiores déficits se concentraram nos meses de agosto a fevereiro, com exceção para a década de 2001-2010 nos meses de janeiro e fevereiro, os índices flutuam conforme a atuação dos fatores meteorológicos que ocorreram na década, como por exemplo, a atuação dos fenômenos de larga escala El Nino e La Nina, auxiliados pela contribuição local que diretamente podem fornecer para as reduções ou elevações destes índices. Nas colunas excedentes hídricos, observa-se que as quatros décadas não apresentaram excedentes, estes decorrem das flutuações dos sistemas atmosféricos provocadores de chuvas que não foram ou contribuíram para a reposição de água. Conforme observamos na figura 2, pode-se comparar o balanço hídrico do município calculado para o primeiro decêndio entre os anos de 1971 a 1980, onde apresentou reposição de água no solo no mês março. Figura 2 - Balanço hídrico do decêndio para o período 1971-1980. R. M. de Medeiros et al. Os meses de abril a julho foram observados a retirada de água no solo, e nos demais meses ocorreu à predominância da deficiência hídrica. Na figura 3 onde representa o balanço hídrico da década de 1981 a 1990, podemos observar que demonstra a reposição de água no solo nos meses de março e abril, e podemos observar que a retirada de água no solo ocorreu entre os meses de maio a setembro e a predominância da deficiência hídrica ocorreu entre os meses de maio a fevereiro, com seus picos mais intensos nos meses de novembro, dezembro e janeiro respectivamente. Figura 3 - Balanço hídrico do decêndio para o período 1981-1990. Na figura 4 observamos que a mesma demonstra a representação do balanço hídrico da década de 1991 a 2000, o qual predominou a deficiência hídrica no decorrer da década, sendo os meses de outubro a dezembro mais crítico de deficiências hídricas. Figura 4 - Balanço hídrico do decêndio para o período 1991-2000. Na figura 5 podemos observar a representação do balanço hídrico da década de 1992 a 2001. Observa-se ainda que as deficiências predominaram durante a década, sendo os meses de março e abril os de menores índices de deficiências. Figura 5: Balanço hídrico do decêndio para o período 2001-2010. R. M. de Medeiros et al. CONCLUSÕES As análises dos balanços hídricos das quatros décadas para o município demonstram que entre as décadas não ocorreram excedentes hídricos em nenhumas das décadas estudadas. Os maiores índices de deficiências hídricas ocorrem entre os meses de agosto a fevereiro, exceto para a década de 2001 a 2010 para os meses de janeiro e fevereiro. Em regras gerais os meses de dezembro, janeiro e fevereiro ocorrem os índices mais elevados de deficiência hídrica. Observa-se que ocorreram variações mais significativas nos índices de hídrico e de aridez. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, M.H. Balanço hídrico segundo Thornthwaite e Mather. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Engenharia Agrícola. Engenharia na Agricultura, Caderno didático 19. 22 p. 1994. IBGE. Mapa de climas do Brasil, diretoria de geociências. Disponível http://www.ibge.gov.br/geociencias/default-prod.shtm#MAPAS. Acesso em 19/12/2010. em: IBGE. Censo 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso em 20/12/2010. SANTOS, A.R. Zoneamento agroclimatológico para a cultura do café conilon (Coffea canephora L.) e arábica (Coffea arabica L.) na Bacia do Rio Itapemirim, ES. Viçosa, 1999. Dissertação (Mestrado em Meteorologia Agrícola) – Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, UFV. THORNTHWAITE, C.W. An approach toward a rational classification of climate. Geogr. Rev, v.38, p.55-94, 1948.