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Coleta, Preparo E Conservaçao De Material Botanico

coleta, preparo e conservaçao de material botanico

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Taxonomia Vegetal _________________________________________________________________Prof. Dr. Antonio C. WEBBER. TÉCNICAS DE COLETA, PREPARAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE MATERIAL BOTÂNICO INSTRUÇÕES GERAIS Em qualquer ecossistema, observa-se a presença de plantas de diferentes hábitos e portes. São árvores, arvoretas, arbustos, cipós e ervas. As ervas ou plantas herbáceas são mais comuns entre as monocotiledôneas e são encontradas também, em várias famílias de dicotiledôneas. Essas plantas têm um menor grau de lignificação. Define-se arbusto, como vegetal lenhoso, que se ramifica desde a base, e portanto, sem um tronco preponderante. Arvoreta é um vegetal lenhoso, que se ramifica no ápice, formando uma pequena copa e cujo porte não ultrapassa 5 metros. Árvore apresenta-se lenhosa, de porte avantajado (acima de 5 metros), provida de um tronco que se ramifica na parte superior formando uma copa; a parte do caule desde sua base até o começo das ramificações chama-se fuste. Cipós ou Lianas, são plantas trepadeiras ou sarmentosa (rastejante), herbáceas ou lenhosas. MATERIAL E MÉTODOS Barbante; Fita métrica Estufa de campo; Jornais Fita gomada; Lupa Grampeador ; Prensas Lápis ou caneta aprova d’água; Terçado Papelões; Tesoura de poda Saco plástico; Tesoura de Galho; Trena, aparelho GPS (opcional) PADRÃO GERAL DE COLETA Utiliza-se, um instrumento denominado de tesoura de poda para coletar amostras de galhos finos e de altura acessível. Um dos métodos mais simples para a coleta de plantas arbóreas é o do uso do podão, que é um tipo de gancho com lâmina cortante na extremidade de uma vara de tamanho fixo, ou de tamanho variável com partes encaixáveis de alumínio. Por tração ou empuxo, os ramos com flores e/ou frutos são derrubados. Em certos casos emprega-se espingarda de cartucho, calibre 22 a 45 alvejando o ramo desejado. Atualmente, encontramos um método de coleta, que até certo ponto é muito simples, a bicicleta de subir em árvores e palmeiras, muito eficaz para troncos regulares onde a copa fica acima de 10m de altura; pode-se também usar equipamento de alpinismo, mas isso requer prática no uso desse equipamento. Taxonomia Vegetal _________________________________________________________________Prof. Dr. Antonio C. WEBBER. ANOTAÇÕES A caderneta de campo é de fundamental importância para as anotações que são feitas no local da coleta. Devem ser anotados o tipo de vegetação, o tipo de solo. As características da planta, com hábito de crescimento; altura total da planta e altura do fu ste (parte não ramificada abaixo da copa, o DAP (Diâmetro a Altura do Peito) ou o CAP (Circunferência a Altura do Peito); cor e odor da flor, cor do fruto, presença de látex ou resina, cor, odor e textura. O número de exemplares coletados (o número ideal é de no mínimo 5 cinco), além disso, é de fundamental importância que se dê número do Coletor. MÉTODO DE PRENSAGEM Após a coleta, a disposição do espécime no papel de prensagem (geralmente uma folha de jornal) é um passo importante na preparação de exemplares de herbário. Quando o exemplar está fresco, as suas porções são em geral dobráveis, podendo dispor-se com facilidade, na forma e no tamanho da folha de herbário. O material botânico deve ser cortado com aproximadamente 40cm que é o tamanho da folha do jornal onde será prensado e, de tal forma que as folhas não fiquem sobrepostas. Uma das folhas deve ser virada com o lado inferior para cima, para dar uma idéia do dorso da folha. A parte fértil deverá dar idéia da sua disposição no vegetal. No jornal deve ser feita uma identificação do material; daí então o material será colocado entre papelões e alumínio corrugado, prensado e levado à estufa para ser desidratado no laboratório, ou numa estufa de campo, à temperatura de aproximadamente 60 °C por um período de 48h, dependendo da espessura do material. O material pode ser desidratado ainda ao natural. Caso não seja possível secar o material de pronto, é preciso acondicioná-lo num saco plástico, adicionar álcool comercial e vedar o saco. Os frutos volumosos terão outro tratamento, podendo ser separados da parte vegetativa, depois, colocados em envelopes confeccionados jornal, devidamente identificados, e secos também na estufa, ou ao natural. Algumas famílias precisam de cuidados especiais na hora da prensagem, principalmente as herbáceas que devem ser coletadas com a raiz, aquelas com flores muito delicadas e as suculentas. As palmeiras têm uma metodologia própria para serem coletadas, de modo a facilitar a identificação. MONTAGEM Material e Método Agulha; cartolina amarela folhas de cartolina branca ; cola hidrossolúvel linha branca; papel madeira, tesoura de costureira; Taxonomia Vegetal _________________________________________________________________Prof. Dr. Antonio C. WEBBER. O material prensado e seco, agora será montado em cartolina com tamanho padronizado, sendo costurado (de preferência) e/ou colado. Esta amostra, montada na cartolina é denominada de EXSICATA, recebe uma etiqueta onde estão transcritas as informações anotadas no campo. Essa exsicata será incluída no herbário com o número de entrada e a devida identificação. Cada exsicata tem uma capa feita com papel “craft” chamada de capa de espécie, e várias exsicatas vão dentro de uma outra capa de cartolina que é a capa de gênero. Dentro de cada armário, as espécies e gêneros são organizados em ordem alfabética. PRESERVAÇÃO Armário de Aço; Cravo da Índia; Formoldeído Naftalina; Paradiclorobenzeno Saco de Filó; Saco plástico (método atualmente utilizado) Estas substâncias em destaque estão sendo gradativamente eliminadas dos Herbários, devido o seu teor tóxico ou cancerígeno. Esta exsicata será conservada em armários de aço com cravo-da-Índia, que é um dos métodos mais novos de conservação, ou ainda, de um modo que não é mais recomendado, com naftalina, paradiclorobenzeno, ou formolaldeído. Estas substâncias são colocadas em sacos de tecido filó, confeccionados no laboratório. ORGANIZAÇÃO DE HERBÁRIO A palavra herbário em seu sentido original referia-se a um livro sobre plantas medicinais. Tournefort (ca. 1700) usou este termo para uma coleção de plantas secas; este sentido foi usado por Lineu sob cuja influência termos anteriores como, “hortus siccus” foram substituídos. Herbário é uma coleção de plantas secas e montadas de forma especial, destinadas a servir como documentação para vários fins. Nos armários as famílias estão organizadas de acordo com um sistema de classificação, sendo o de Cronquist um dos mais usados para as angiospermas; nos armários os gêneros e espécies de cada família estão organizados em ordem alfabética. O material tipo é guardado em armários separados. Outras coleções como carpoteca e xiloteca podem estar associadas no herbário. O herbário é utilizado nos estudos de identificação de material desconhecido, pela comparação pura e simples com outros espécimes da coleção herborizada; no levantamento da flora de uma determinada área; na avaliação da ação devastadora do homem ou, da ação deletéria da poluição; na reconstituição do caminho seguido pôr um botânico coletor, etc. Uma das funções é guardar material testemunho dos diferentes estudos feitos com plantas para garantir a identificação correta. Taxonomia Vegetal _________________________________________________________________Prof. Dr. Antonio C. WEBBER. Um herbário é também um centro de treinamento e capacitação de pessoal especializado em taxonomia vegetal. Atualmente os herbários já estão informatizados, o que torna a consulta aos seus dados bem mais fácil. Alguns herbários têm uma biblioteca associada onde se encontram obras de consulta como a Flora Brasiliense (de Martius), Flora Neotropica, Index Kewensis (índice onde estão registrados todos os nomes de plantas publicados, agora também disponível no formato digital), Index Herbariorum, entre outros.