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Cartilha De Compostagem Doméstica

Cartilha destinada a explicar como fazer compostagem doméstica em pequenos espaços

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COMPOSTAGEM DE FUNDO DE QUINTAL Por Adilson José Sitta A compostagem orgânica é um processo que já foi muito utilizado por agricultores com o objetivo de melhorar o solo, manter base biológica para melhor desenvolvimento das raízes e fornecer uma parte dos macro e micronutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. Ele se baseia na degradação de matéria orgânica por diversos organismos (larvas, bactérias, minhocas, fungos, etc.) desde que sejam mantidas algumas condições fundamentais para o seu desenvolvimento. Essas condições são: Oxigenação – o oxigênio é fundamental para a compostagem, pois, sem ele os microrganismos necessários ao processo não têm condições para se desenvolverem; Umidade- ela deverá ser mantida entre 45 e 65%. Quando ela é superior a 65% não haverá espaço para que o ar esteja presente em quantidades suficientes e se for inferior a 45% os microrganismos não tem condições de se desenvolverem; Temperatura – os microrganismos se desenvolvem em uma faixa de temperatura que vai de 40°C a 65°C. A aeração ajuda a manter a temperatura ideal para o desenvolvimento das bactérias. Resíduos orgânicos que podem ser utilizados Todos os restos de vegetais podem ser utilizados. Não existem exceções. A utilização de resíduos de leite e seus derivados e de carnes e seus derivados podem fazer parte do processo desde que o local aonde esteja instalada a composteira tenha proteção contra o acesso de ratos, urubus e outros animais. As sobras de alimentos nos pratos devem ser utilizadas. Os alimentos preparados que perderam qualidade devem ser utilizados. Os restos da manutenção de jardins, jardineiras e vasos podem ser usados na composteira (folhas secas ou verdes, galhos de plantas, restos da poda de plantas e gramados, flores mortas, etc..). "Úmidas "Secas " "Restos da limpeza de vegetais "Restos da limpeza de grãos para" "(folhas de verduras, cascas de "o preparo de alimentos (feijão," "frutas e legumes, etc.) "arroz, etc.) " "Sobras de alimentos nos pratos "Folhas secas " "e panelas " " "Flores mortas "Restos da poda de gramados " "Folhas de plantas ainda verdes "Galhos secos " "Derivados de leite estragados "Pão velho " "Derivados de carnes estragadas "Farinhas " "ou fora da validade " " "Alimentos estragados ou fora da"Guardanapos de papel " "validade " " Iniciando a compostagem Pode ser utilizado como composteira uma bacia alta de, aproximadamente, 50 litros. Essa bacia deve ser perfurada no fundo e na parte inferior da lateral. Uma segunda bacia, de menor altura que a primeira, será utilizada para fazer a coleta do chorume. Nessa bacia são colocados calços para que a composteira fique afastada do fundo da bacia de coleta de chorume. Para iniciar a compostagem iremos colocar uma camada de aproximadamente sete centímetros de matéria orgânica úmida em seguida colocamos uma camada, também de sete centímetros, de matéria orgânica seca. Depois iremos alternando as camadas até que seja atingida a altura máxima da composteira. Foto 1 – bacias que formam a composteira Fazendo a manutenção da compostagem Quando a composteira tiver alcançado a altura máxima deverão ser iniciados os cuidados de manutenção. O primeiro controle será o de temperatura. O controle feito sem termômetro é realizado colocando-se a mão no interior da composteira. Se não houver diferença entre a temperatura da composteira e a do ar sua temperatura estará baixa. Quando a temperatura na composteira for agradável ela estará entre 35 e 45° C. Se o contato for desconfortável (sensação de temperatura alta) a composteira estará com temperatura na faixa de 65° C. O segundo controle será o da umidade. Com a mão enluvada apanha-se uma pequena quantidade da matéria em decomposição e espreme-se o material. Se escorrer água haverá excesso de umidade. Caso a massa esfarinhe na mão a composteira estará muito seca. O ideal será quando o resultado seja a marca de umidade na mão e uma bolota compacta que não se desfaz com facilidade nem escorre água. Aeração e homogeneização Quando a temperatura estiver a 65°C o material deverá ser revirado para que se faça a aeração. Se houver pouca quantidade de oxigênio as bactérias presentes no processo irão diminuir a sua atividade podendo até morrer, nesse momento bactérias que se desenvolvem na ausência de oxigênio irão se reproduzir acarretando a liberação de metano o que, para a compostagem, não pode ocorrer. O composto fica pronto para uso em um período que varia de 75 a 90 dias. A identificação se dá pela temperatura que se manterá igual a do ambiente e pela textura similar à da terra úmida. Utilizando o composto pronto O composto orgânico melhora as características físico-químicas do solo além de fornecer macro e micro nutrientes. Ele pode ser utilizado em vasos, jardineiras ou diretamente no solo. Pode ser utilizado em cobertura, isto é, colocando-o diretamente sobre a terra, misturando-o com a terra ou preparando terra para plantio. Foto 2 – composto pronto Para usar o composto em cobertura coloca-se uma camada de cinco centímetros sobre o solo e, em seguida, é feita a rega. No caso de se fazer a mistura deve ser colocada uma camada de dez centímetros sobre o solo após o que se faz o revolvimento para haver a incorporação do composto ao solo. Foto 3 – 3 etapas do processo O preparo de terra para plantio se faz misturando-se uma parte de composto com uma parte de areia e uma parte de terra vermelha. O autor. Adilson José Sitta - Arquiteto graduado pela Universidade de Mogi das Cruzes – UMC (SP), graduado em Licenciatura em Biologia pela Faculdade de Tecnologia e Ciência – FTC e pós- graduado (especialização) em Gestão ambiental pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (BA). Atua em gestão ambiental desde 1997 na Prefeitura Municipal de Ilhéus estando lotado de 2005 a 2008 na Secretaria de Meio Ambiente com a função de analista ambiental e, atualmente está lotado na Fundação Universidade Livre do Mar e da Mata como projetista e pesquisador ambiental.