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Carl Gustav Jung - Uma Introdução - Parte 2

Esta é a primeira aula de psicologia analítica conduzida pela professora doutorada, Brígida Malandrino no curso de Psicologia na Uniban Morumbi II para a turma do segundo ano em 2009. Diagramação feita pelo Indesign. Imagens tratadas em Photoshop.

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PSICOLOGIA ANALITICA 10 de Fevereiro de 2009 ARQUÉTIPOS DA PERSONA: Potencial de termos uma lado que desconhecemos, isto via ser chamado de: SOMBRA. ARQUÉTIPO DO SELF: Corresponde por essa totalidade tudo aquilo que somos, encontra-se no SELF ( si mesmo). Vivemos para buscar a nossa totalidade. Tudo isso inconsciêntemente. Seria o icebergue inteiro. A realização está na consciência. O EGO é a ponta do que conhecemos em nós (autoimagem). Teriamos então: EGO (psique) -----------------------INCONSCIÊNTE PESSOAL COMPLEXO ( tanto bom como ruim) -----------------------INCONSCIÊNTE COLETIVO ARQUÉTIPO SELF Todos eles comunicando um com o outro e vice versa. A relação SELF-PSIQUE constante. Um pouco mais... Conhecemos por Psicologia Analítica a linha teórica fundada pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, nascido em Kesswil, Suíça, em 1875. Desde muito cedo revelou-se um curioso que aprendeu a buscar conhecimento nos livros e nos fatos empíricos colhidos no dia a dia. Fundamentou seus estudos em seu trabalho com doentes mentais em asilos, tendo colhido vasto material e realizado inúmeras experiências. Estudou com inúmeras figuras de projeção no meio psiquiátrico, dentre as quais Freud, com quem rompeu contato em função de divergências teóricas. Com o passar do tempo, Jung desenvolveu um trabalho com identidade própria que hoje está espalhado pelo mundo e conta com inúmeros seguidores e continuadores. Após esta breve apresentação, podemos passar para as características do trabalho junguiano. Para Jung, o processo psicoterapêutico é um processo eminetemente dialético, ou seja, ocorre ao nível de dois indivíduos, onde se trava um diálogo em busca do esclarecimento e da produção de uma síntese. Este trabalho não é visto segundo uma ótica dicotômica de sujeito objeto, mas sim através de um viés de interação e complementação. Não há o dono do saber e da verdade absoluta que tem o poder para “mudar” o paciente doente, aliás isso é chamado pelo próprio Jung de sugestão. O processo psicoterapêutico junguiano é um método bastante particular que coloca o paciente em destaque e não procura validar-se pelo desenvolvimento de uma técnica propriamente dita. Através do exame das diversas situações que surgem nas consultas pode-se ir estabelecendo um caminho a seguir que permitirá o desenvolvimento do paciente, que irá libertá-lo de sua condição patológica e proporcionarlhe-á uma ampliação em suas fronteiras de existir. O objetivo maior da terapia seria atingir a individuação, ou seja, a construção de um sujeito não dividido, íntegro, ciente de suas qualidades e defeitos e, sobretudo, realizador de seu próprio potencial enquanto ser humano. Como pode-se perceber, o trabalho é galgado sobre o intelecto, pois o diálogo o exige. Esta é, portanto, a primeira linha terapêutica a trabalhar com uma das PSICOLOGIA ANALITICA 10 de Fevereiro de 2009 dimensões do homem. Entretanto, para desenvolver uma compreensão básica de seu funcionamento é necessário examinar alguns conceitos capitais na obra de Jung. Na Psicologia Analítica, o psiquismo é composto por três partes principais: a consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. A consciência é a camada com a qual nós estamos mais familiarizados, pois é a mais utilizada em nossas atividades normais. É onde pensamos, utilizando nossa linguagem interna e onde se formam imagens que normalmente associamos à nossas idéias. Durante muito tempo na história do homem pensou-se que ele se restringia somente a esta camada, porém através do trabalhos de cientistas e filósofos de todos os tempos, como Janet, Charcot, Freud e o próprio Jung, verificou-se que há mais informação para além dela. Neste ponto chega-se ao inconsciente pessoal, que seria uma extensão mais vasta da consciência, cuja vastidão muitas vezes, não permite que seja acessada. Para formar uma idéia clara do inconsciente basta imaginar onde está toda a informação da qual temos conhecimento e que não está na consciência no exato momento… JASPERS dizia que o inconsciente era, na realidade, o despercebido. Contrariando outras linhas teóricas, Jung nunca viu o inconsciente pessoal como um depósito de material psíquico, que conteria apenas doenças e repressões ávidas por desenvolver psicopatologias nas pessoas. Para ele, o inconsciente seria também um manancial de forças criadoras capazes de auxiliar os indivíduos em sua busca pela individuação. Porém suas pesquisas não pararam por aí. Através de material empírico colhido de doentes mentais, percebeu-se uma repetição de temas entre pessoas que não poderiam ter tido um contato prévio com os mesmos e que, não obstante, narravam as mesmas alucinações e os mesmo delírios. Nascia então o conceito de inconsciente coletivo, ou seja, um arcabouço comum a humanidade inteira que continha todas as manifestações da produção psíquica do ser humano e que se estendia a todas as eras e culturas. Posso tentar o uso de uma analogia para esclarecer estes conceitos e dotá-los de uma imagem mais concreta capaz de permitir sua assimilação. Para isso é necessário imaginar uma aldeia de um povoado qualquer estabelecida ao longo de um riacho. Para eles o riacho é conhecido, dele retira-se água e peixes para subsistência; há aí uma correspondência com a consciência. Se o conhecimento deste povoado for restrito, possivelmente eles não saberão nada a respeito de um rio maior, do qual seu riacho conhecido é um afluente. Posso então dizer que este rio corresponde ao inconsciente pessoal ligado à consciência. Por último, seria ainda mais difícil o conhecimento do oceano, porém é de fato a fonte de toda a água por excelência e ainda por cima trata-se de uma fonte comum. Ou seja, temos agora uma representação do inconsciente coletivo. Portanto o ser humano está psiquicamente ligado e todos os seus conteúdos podem ser compartilhados. Naturalmente, ainda respeitando a analogia, cada região tem tipos de peixe característicos, algas, uma água de qualidades particulares, etc. Tais fatos são totalmente relevantes no processo terapêutico, caso contrário não teriam demandado uma formulação tão cuidadosa por parte de Jung. Na realidade, compreender a dinâmica do psiquismo é fundamental para compreender o trabalho psicoterapêutico e neste contexto procurei retratar o mais fielmente possível suas características. Agora, tendo por base sua constituição, podemos prosseguir em nossa análise. Acima teci algumas considerações a respeito da energia psíquica, ou libido, do ponto de vista da psicologia analítica e agora podemos inseri-la na