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Caldeiras (equipamentos Navais)

Este trabalho fala sobre aspectos gerais das caldeiras, classificação e os conceitos termodinâmicos relacionados a caldeiras.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE UEZO CALDEIRAS: ASPECTOS GERAIS, PRINCIPAIS PARTES E CLASSIFICAÇÃO. Alunas: Gysele Martins – mat: 0723800117 Tailand Oliveira – mat: 0723800054 Professor: Bruno Sampaio Disciplina: Equipamentos Navais Rio de Janeiro, 2010. Sumário 1. INTRODUÇÃO.............................................................. .........................................2 2. ASPECTOS GERAIS................................................................. ............................3 2.1. GENERALIDADES.......................................................... ......................................3 3. CLASSIFICAÇÃO DAS CALDEIRAS.............................................................. ..4 3.1. CALDEIRAS FLAMOTUBULARES......................................................... ............4 3.2. CALDEIRAS AQUOTUBULARES.......................................................... .............6 4. COMPARAÇÃO ENTRE CALDEIRAS FLAMOTUBULARES E AQUOTUBULARES.......................................................... ....................................7 5. CAUSAS DE DETERIORAÇÃO DE CALDEIRAS.........................................10 5.1. SUPERAQUECIMENTO....................................................... ...............................10 5.2. CORROSÃO............................................................... ...........................................11 5.3. DETERIORAÇÃO MECÂNICA............................................................... ...........11 6. PRINCIPAIS CONCEITOS DE TERMODINÂMICA RELACIONADOS A CALDEIRAS.............................................................. ...........................................12 7. CONCLUSÕES.............................................................. .......................................13 1. INTRODUÇÃO Vapor de água é usado como meio de geração, transporte e utilização de energia desde os primórdios do desenvolvimento industrial. Inúmeras razões colaboraram para a geração de energia através do vapor. A água é o composto mais abundante da Terra e portanto de fácil obtenção e baixo custo. Na forma de vapor tem alto conteúdo de energia por unidade de massa e volume. As relações temperatura e pressão de saturação permitem utilização como fonte de calor a temperaturas médias e de larga utilização industrial com pressões de trabalho perfeitamente toleráveis pela tecnologia disponível, já há muito tempo. A finalidade de se gerar o vapor veio da revolução industrial e os meios da época que se tinha era de pouca utilização, mas o vapor no inicio serviu para a finalidade de mover máquinas e turbinas para geração de energia e locomotivas. Com advento da demanda industrial se fez indispensável à necessidade de cozimentos e higienização e fabricação de alimentos, se fez necessário à evolução das caldeiras. Grande parte da geração de energia elétrica do hemisfério norte utiliza vapor de água como fluído de trabalho em ciclos termodinâmicos, transformando a energia química de combustíveis fósseis ou nucleares em energia mecânica, e em seguida, energia elétrica. O presente trabalho tem como principal objetivo esclarecer o que vem a ser as caldeiras, bem como, aspectos gerais, partes principais e classificação. 2. ASPECTOS GERAIS As caldeiras ou geradores de vapor são equipamentos destinados a transformar água em vapor. A energia necessária à operação, isto é, o fornecimento de calor sensível à água até alcançar a temperatura de ebulição, mais o calor latente a fim de vaporizar a água e mais o calor de superaquecimento para transformá-la em vapor superaquecido, é dada pela queima de um combustível. Segundo a norma regulamentadora de segurança no trabalho, NR-13, Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo. Na produção de energia, mediante aplicação do calor que desprendem os combustíveis ao serem queimados nas caldeiras, desenvolve-se o seguinte processo evolutivo: a água recebe calor através da superfície de aquecimento; com o aumento da temperatura e atingida a temperatura de ebulição, muda de estado transformando-se em vapor sob determinada pressão, superior à atmosférica, para uso externo. A potência calorífica do combustível converte-se assim em energia potencial no vapor, que na sua vez transforma-se em mecânica por meio de máquinas térmicas adequadas para a obtenção de energia elétrica, hidráulica ou pneumática. 1. GENERALIDADES Essencialmente uma caldeira é um recipiente no qual a água é introduzida e pela aplicação de calor continuamente evaporada. Qualquer que seja o tipo de caldeira considerado sempre estará composta por três partes essenciais que são: a fornalha ou câmara de combustão, a câmara de líquido e a câmara de vapor. A fornalha ou câmara de combustão é a parte da caldeira onde se queima o combustível utilizado para a produção do vapor. As câmaras de água e vapor constituem as superfícies internas de caldeira propriamente dita. Estão constituídas de recipientes metálicos herméticos de resistência adequada que adotam a forma de invólucros cilíndricos, coletores, tubos, etc., devidamente comunicados entre eles; na sua face interna contém a água a ser vaporizada, estando a quase totalidade da superfície externa em contato com as chamas ou gases da combustão. 3. CLASSIFICAÇÃO DAS CALDEIRAS Partindo da idéia de direcionar os produtos quentes da combustão através de tubos dispostos no interior da caldeira surgiu o projeto da caldeira flamotubular que aumenta a superfície de aquecimento exposta à água e produz uma distribuição mais uniforme do vapor em geração, através da massa de água. Em contraste com a idéia precedente, o projeto de caldeiras aquotubulares mostrou um ou mais coletores unidos por uma grande quantidade de tubos através dos quais circulava a mistura de água e vapor. Pode-se dizer que não existe uma classificação precisa das caldeiras devido a grande variação existente nos tipos fundamentais. Utiliza-se a seguinte classificação: Caldeiras flamotubulares; Caldeiras aquotubulares. 1. CALDEIRAS FLAMOTUBULARES Podem ser chamadas simplesmente de tubulares, contém a água no interior de um invólucro dentro do qual encontram-se também as fornalhas e câmaras de combustão, e os tubos vaporizadores no interior dos quais circulam os gases da combustão no seu percurso até a chaminé. Nestas caldeiras as fornalhas, as câmaras de combustão e os tubos estão submersos na água contida no interior do casco. As caldeiras flamotubulares são empregadas apenas para pequenas capacidades e quando se quer apenas vapor saturado de baixa pressão. Conforme o sentido da direção dos gases no interior das caldeiras, estes equipamentos poderão ser classificados em: a) Caldeiras de chama de retorno (de simples ou dupla frente) Nas caldeiras de chama de retorno (de simples ou dupla frente), os gases da combustão circulam em um sentido através das fornalhas e câmaras de combustão, e no sentido oposto pelo interior dos tubos no sentido dos condutos de fumaça e chaminé. Figura 3.1 – Caldeiras de chama de retorno ou escocesa b) Caldeiras de chama direta Nas caldeiras de chama direta, os gases percorrem um caminho direto desde a fornalha até os condutos de fumaça para finalmente chegar até a chaminé. Ver figura 3.2, de uma caldeira flamotubular de um fabricante (Kewanee), com legenda a seguir, de detalhamento dos principais componentes. Figura 3.2 - Caldeira flamotubular de 3 passes – fabricante Kewanee Legenda: 1 - Base de aço pesada tipo Skid; 2 - Queimador pressurizado com base própria; 3 - Painel do queimador vedado para proteger o controlador de chama; 4 - Queimador Kewanee, com versões à oleo, gás ou dual; 5 - Portas dianteiras com isolação térmica e dobradiças que permitem um acesso fácil para inspeção e limpeza dos tubos; 6 - Construção de acordo com o código ASME; 7 - Combinação de coluna d`água, controle da bomba e sensor de nível baixo de água; 8 - Dois pressostatos, um de operação e outro de segurança; 9 - Tubos de 2½" para os modelos 300-1200, e 2" para os modelos 100-250; 10 - Ampla área de evaporação assegurando vapor seco de alta qualidade; 11 - Jaqueta de aço bitola 22 com isolação espessa de fibra mineral para diminuir a perda de calor por radiação e proporcionando economia de combustível; 12 - Duas válvulas de segurança no mínimo, de acordo com o código ASME e com a norma ABNT. 13 – Olhais de içamento na parte superior da caldeira; 14 - Saída dos gases em forma circular, com flange, localizado na parte superior traseira da caldeira; 15 – Sistema de 3 passes, com espaço e eficiência otimizados; 16. - Câmara traseira 100% submersa em água, com aumento da área de transferência de calor. 2. CALDEIRAS AQUOTUBULARES O emprego deste tipo de caldeira resulta inevitável quando necessária a obtenção de grandes capacidades e elevadas pressões de vapor. Devido à subdivisão interna destas caldeiras, em coletores e tubos de pequeno diâmetro, podem ser construídos com chapas de baixa espessura, resultando aptas para suportar altas pressões. Estas caldeiras contêm pequena quantidade de água devido a sua forma; permitem desenvolver em um reduzido volume uma grande superfície de aquecimento. A vaporização específica deste tipo de caldeira é muito superior ao que pode ser obtido nas flamotubulares, sendo, portanto, seu peso para igual potência, consideravelmente menor. Quanto a classificação das caldeiras aquotubulares consideramos o peso por superfície de aquecimento, a inclinação dos tubos vaporizadores e a circulação interna da água. De acordo ao sistema de circulação interna da água caldeiras em aquotubulares podem ser classificadas em: Caldeiras de circulação natural limitada; Caldeiras de circulação natural livre; Caldeiras de circulação natural acelerada; Caldeiras de circulação forçada. 3. COMPARAÇÃO ENTRE CALDEIRAS FLAMOTUBULARES E AQUOTUBULARES a) Grau de combustão, vaporização específica e capacidade As aquotubulares permitem desenvolver graus de combustão muito superiores aos obtidos nas flamotubulares pelo fato da fornalha não formar parte integral da caldeira. Desta forma podem ser construídas câmaras de combustão amplas especialmente apropriadas para queima de petróleo. As caldeiras aquotubulares possuem maior vaporização específica que as flamotubulares o que significa que pode ser obtida uma elevada capacidade (massa de vapor /hora) com caldeiras de pouco peso e volume. b) Peso e volume Para igual capacidade, as caldeiras aquotubulares ocupam um volume menor, sendo também de peso menor que as flamotubulares. A diminuição de peso é consequência direta da eliminação dos invólucros, casco ou corpo cilíndrico de grande diâmetro e espessura, como também na redução na quantidade de água, aproximadamente a décima parte da contida nas caldeiras cilíndricas. c) Pressão e grau de superaquecimento do vapor As maiores caldeiras flamotubulares construídas atingem valores de pressão da ordem de 25 bar. Como a espessura com que deve ser construído o casco aumenta proporcionalmente com a pressão e diâmetro, poderá se observar que ultrapassando determinados limites, seria necessário construir caldeiras com chapa de espessura tal que tornaria sua execução não somente difícil como de custo excessivamente elevado e de peso consequentemente exagerado. Por estas razões a pressão de 25 bar pode ser considerada como limite máximo para este tipo de caldeira. As caldeiras aquotubulares usando somente coletores e tubos de pequeno diâmetro são construídas com placas de menor espessura, resultando, portanto mais aptas para vaporizar sob maior pressão, pelo motivo de que, para um maior valor deste parâmetro, ao diminuir o diâmetro do recipiente, a espessura do metal capaz de suportá-la diminui proporcionalmente. d) Qualidade da água de alimentação Uma das vantagens das caldeiras flamotubulares se comparada com as aquotubulares, consiste na possibilidade de alimentá-las com água natural, no entanto nas aquotubulares é condição fundamental o emprego de água tratada para evitar não somente a formação de incrustações sobre a superfície de aquecimento, como também a produção de espuma e ebulição, conjuntamente com o vapor. Em todos os casos é conveniente o uso de água tratada. e) Rendimento térmico Atualmente o rendimento ou eficiência térmica total que pode ser obtido nas caldeiras aquotubulares supera o correspondente às caldeiras flamotubulares. Nas primeiras tem-se obtido rendimentos 80 a 90 % ou maiores em caldeiras com superaquecedores, economizadores e aquecedores de ar, sendo nas últimas impossível superar valores de 75 % a 90 % nas melhores condições de limpeza. A maior eficiência das caldeiras aquotubulares deve-se à disposição mais racional da superfície de aquecimento, que favorece a transmissão do calor desenvolvido na fornalha e especialmente à adoção de superaquecedores de vapor, aquecedores e economizadores. f) Condução e limpeza Devido a limitada quantidade de água que contém as caldeiras aquotubulares e a sua elevada evaporação específica, deverá ser mantida uma vigilância constante e cuidadosa do nível de água, especialmente nos casos onde sejam necessários elevados graus de combustão. As caldeiras flamotubulares requerem menor atenção pelo fato de possuírem uma grande massa de água e menor vaporização específica, podendo a renovação ser como máximo de uma vez a cada hora, no entanto que nas aquotubulares do tipo leve a totalidade da água da caldeira pode vaporizar de 8 a 10 vezes por hora em condições de carga máxima. Pelo descrito observa-se que as variações de nível são rapidíssimas, motivo que tem levado aos fabricantes a adoção de mecanismos que regulam automaticamente o nível de água no interior da caldeira para evitar falhas humanas que poderiam levar à perda da caldeira. g) Vida útil Define-se como vida útil de uma caldeira à quantidade de horas de fogo que pode suportar em condições normais de funcionamento, isto é, vaporizando à pressão máxima de trabalho admissível para a qual tem sido projetada. Deve-se considerar que, quando por motivos de segurança decorrente de falta de conservação adequada ou por desgaste normal da caldeira, tenha sido reduzida à pressão de descarga das válvulas de segurança, considerar-se-á como vida útil o tempo anterior a esta operação e não ao total resultante de computar também a nova utilização da caldeira com a pressão reduzida. A vida útil de uma caldeira depende fundamentalmente do método de trabalho que tenha sido realizado, do sistema de vaporização (regime constante ou variável), da qualidade da água de alimentação, da freqüência das limpezas externas e internas etc., motivo pelo qual não é possível determinar sem cometer erros consideráveis o tempo médio de vida para cada caldeira. Dependerá além dos cuidados mencionados da experiência e dedicação do pessoal acargo destas. h) Continuidade do serviço e segurança As caldeiras aquotubulares permitem uma maior continuidade de funcionamento que as flamotubulares, já que se for necessário efetuar um conserto de urgência, como a troca de um tubo, ou a queda do refratário de uma fornalha, seu pequeno volume de água poderá ser rapidamente esvaziado, procedendo-se imediatamente do reparo do tubo ou elemento afetado. Os casos de reparos em caldeiras tubulares são de maior importância e requerem na maior parte dos casos um tempo considerável para colocá-las em condições satisfatórias de trabalho. No caso da quebra de um tubo ou de explosão, as caldeiras aquotubulares resultam menos perigosas que as flamotubulares, devido à grande subdivisão da sua limitada câmara de água e a pequena quantidade que estas contêm o que faz que a energia potencial acumulada seja muito menor. Os efeitos que produz a explosão de uma caldeira manifestam-se por urna força proporcional à pressão e massa de água que contém devido à produção instantânea de uma enorme quantidade de vapor que se desprende da água ao descer sua temperatura subitamente a 100°C que corresponde à de vaporização sob pressão atmosférica. 4. CAUSAS DE DETERIORAÇÃO DE CALDEIRAS Veremos a seguir três tipos de males que ocorrem em caldeiras, os quais podem ser agravados pela ocorrência de mais de um simultaneamente. 1. SUPERAQUECIMENTO O superaquecimento consiste na elevação da temperatura de componentes ou de partes de componentes, acima da temperatura máxima a que o material pode resistir sem sofrer danos. Esta elevação de temperatura localizada pode ser devida: a) Deposições nas paredes dos tubos: Externas —> devido ao óleo combustível; Internas —> devido à incrustação de material existente na água. b) Incidência de chama, provocada por: Funcionamento anormal; Deficiência de montagem; Defeito do queimador. c) Circulação deficiente de água devido a: Obstruções internas; Falha de alimentação. d) Deterioração do refratário 2. CORROSÃO Internamente aos tubos, tubulão, coletores etc., devido a deficiência de tratamento da água e, no caso da presença de oxigênio( O2 )e dióxido de carbono (CO2) dissolvidos, devido a má desaeração; Externamente aos tubos, devido à formação de sais de vanádio, no caso de o mesmo estar presente no óleo combustível, que agem como catalisadores na formação de ácido sulfúrico a partir de S02 (formado pela combustão de produtos de enxofre, que se encontram no óleo combustível); Na parte externa da caldeira, devido às condições atmosféricas. 3. DETERIORAÇÃO MECÂNICA Aparecimento de trincas e ruptura de materiais devido a: Fadiga térmica; Fluência ou "creep"; Choques térmicos; Explosão na câmara de combustão; Uso impróprio das ferramentas de limpeza; Recalque das fundações. 5. PRINCIPAIS CONCEITOS DE TERMODINÂMICA RELACIONADOS A CALDEIRAS De modo geral, as substâncias existem em diferentes fases, que são as fases sólida, líquida e gasosa. Assim podemos definir como fase uma porção homogênea de matéria. Em relação à fase gasosa da substância, utiliza-se o nome vapor para essa fase quando a substância está próxima de um estado em que parte da mesma pode condensar-se. O comportamento pressão, volume e temperatura, que para os Gases Perfeitos é expresso pela equação p.v = R.T, para o vapor, que é considerado um gás real, essa equação não representa muito bem o comportamento mencionado. As equações de estado utilizadas para expressar o comportamento dos gases reais são geralmente muito complexas, inviabilizando de forma rápida os seus usos. Utiliza- se na maioria das vezes os diagramas e as tabelas termodinâmicas para diferentes fases das substâncias. Nesses recursos, são apresentados os diversos valores das propriedades termodinâmicas, além das três citadas anteriormente, título, entalpia e entropia. 6. CONCLUSÕES Através das informações obtidas a respeito das caldeiras, tanto flamotubular como aquotubular, podemos entender a importância das duas, sendo que a segunda trás mais vantagens em relação à primeira. Em relação à funcionalidade em geral, pode-se dizer que existe uma série de cuidados que devem ser considerados para o melhor funcionamento de tal equipamento e para aumentar sua vida útil. Essas caldeiras têm uma variedade de classificações, são muitas, por isso não nos detivemos em cada tipo e sim de um modo mais abrangente falamos do que achamos necessário saber para a disciplina de equipamentos navais.