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C3 01032005

Aula 1 de Cálculo 3 do professor Stavros Christodoulou (Arquivo LaTeX - use-o caso queira aprimorar o documento e gerar um novo PDF)

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\documentclass[a4paper]{article},,,,,,,,, ,,,,,,,,, \usepackage[latin1]{inputenc},,,,,,,,, \usepackage[brazil]{babel},,,,,,,,, \usepackage{amsmath},,,,,,,,, \usepackage{amssymb},,,,,,,,, \title{C lculo III - Aula 1},,,,,,,,, \author{Prof. Stavros Christodoulou},,,,,,,,, ,,,,,,,,, \date{\small S o Paulo, $1^{\tiny \b{o}}$ de Mar o de 2005},,,,,,,, ,,,,,,,,, \begin{document},,,,,,,,, \maketitle,,,,,,,,, ,,,,,,,,, ,,,,,,,,, \small Transcri o das aulas ministradas pelo professor Stavros Christodoulou na Escola Polit cnica da USP no primeiro semestre de 2005. Este material resultado de trabalho volunt rio e o seu \emph{uso comercial proibido}. Todo o material est dispon vel no website \verb+www.lsi.usp.br/~felipe/calculo.html+ C pias XEROX s o permitidas desde que o pre o cobrado seja apenas o pre o de custo do servi o (tipicamente de 10 a 15 centavos por folha de papel). Pr ticas abusivas podem levar descontinuidade deste projeto volunt rio.,,,,,,,,, ,,,,,,,,, \section{Defini o de Integral (simples)},,,,,,,,, A igualdade a seguir\footnote{n o a defini o de integral simples.} conseq ncia do Teorema Fundamental do C lculo (de Newton e Leibniz):\\$$\int_a^b f(x)\,dx = F(b)-F(a)$$ $$\text{onde F alguma primitiva de f}$$ $$\text{(i.e. $F'(x) = f(x), \forall x$)}$$,,,,,,, ,,,,,,,,, Escolhemos pontos $\bar{x_i} \in [x_{i-1},x_{i}]$,,,,,,,, para $i=1,\dots,n$ e formamos a soma de Riemann: $$\sum_{i=1}^n{f(\bar{x_i})} \Delta x_{i}\text{, onde }\Delta x_{i} = x_{i}-x_{i-1}$$,,,,,, $$\text{e $a=x_0 \leq x_1 \leq \dots \leq x_n = b$}$$,,,,,,,,, $$\text{ uma parti o de $[a,b]$}$$,,,,,,,, ,,,,,,,,, No curso de C lculo I, a integral $\int_a^b f(x)\,dx$ foi definida como o limite da soma de Riemann acima quando os $\Delta x_i$ tendem a zero.,,,,,,, ,,,,,,,,, O c lculo de integrais por meio da defini o muito trabalhoso. Portanto, foram estudadas t cnicas mais simples e pr ticas. O mesmo ocore para o c lculo de integrais duplas.,,,,,,,, ,,,,,,,,, \newpage,,,,,,,,, \section{Integrais Duplas},,,,,,,,, \subsection{Motiva o},,,,,,,,, \begin{itemize},,,,,,,,, \item C lculo do volume da regi o do espa o,,,,,,,,, $$S=\{(x,y,z):(x,y) \in B, 0 \leq z \leq f(x,y)\}$$ onde B um subconjunto do plano xy; e f uma fun o real definida em B, que vamos supor $f(x,y) \ge 0, \forall (x,y) \in B$. \item C lculo da massa de uma ``l mina'' plana cuja densidade superficial num ponto (x,y) de B f(x,y).,,,,,,, \end{itemize},,,,,,,,, ,,,,,,,,, \subsection{Defini o},,,,,,,,, Vamos assumir que tanto o dom nio B um conjunto limitado do plano xy \footnote{o que significa que existe algum ret ngulo R = [a,b]x[c,d] no qual B est contido} quanto a fun o f limitada (isto , $\exists M : "f(x,y)" \le M \; \forall (x,y) \in B $).\\,,,, ,,,,,,,,, Sejam, ent o $f:B \subseteq R^2 \longrightarrow R$, com B limitado e f limitada; e seja $R = [a,b]\times[c,d]$ algum ret ngulo contendo B. Tomamos uma parti o $a=x_0 < x_1 < \dots < x_n = b$ de $[a,b]$ e uma parti o $c=y_0 < y_1 < \dots < y_m = d$ de $[c,d]$.\\,,, ,,,,,,,,, Isso fornece uma parti o de R em m.n pequenos ``ret ngulos''\\,,,,,,,,, $$R_{ij}=[x_{i-1},x_i]\times[y_{j-1},y_j]$$,,,,,,, $$i=1,\dots ,n$$,,,,,,, $$j=1,\dots ,m$$,,,,,,, ,,,,,,,,, Escolhemos pontos $(x_{ij} *,y_{ij} *)$ dentro dos $R_{ij}$ e formamos a soma:\\,,,,,,,, $$\sum_{i=1}^{n} \sum_{j=1}^{m} f(x_{ij} *,y_{ij} *)\Delta x_{i}\Delta y_{j}$$,,,,,,,, $$\text{onde }\Delta x_{i} = x_{i} - x_{i-1}$$ ,,,,,,,,, $$\text{ e }\Delta y_{j} = y_{j} - y_{j-1}$$\\,,,,,,,,, ,,,,,,,,, Observe que o n mero $f(x_{ij} *,y_{ij} *)\Delta x_{i}\Delta y_{j}$ (no caso em que $f(x_{ij} *,y_{ij} *) > 0$) o volume do paralelep pedo de base $R_{ij}$ e altura $f(x_{ij} *,y_{ij} *)$; e, conseq entemente, (se $\Delta x_{i}$ e $\Delta y_{j}$ s o ``pequenos'') est pr ximo do volume abaixo do gr fico e acima do ret ngulo $R_{ij}$\footnote{An logo para c lculo de massa.}.,,,, ,,,,,,,,, Assim, a soma de Riemann $$\sum_{i=1}^{n} \sum_{j=1}^{m} f(x_{ij} *,y_{ij} *)\Delta x_{i}\Delta y_{j}$$ acaba sendo uma aproxima o do volume de $S=\{(x,y,z) : (x,y) \in B; 0\leq z \leq f(x,y)\}$ ou da massa da ``l mina'' plana que ser tanto \emph{melhor} quanto \emph{menores} forem os n meros $\Delta x_{i}$ e $\Delta y_{j}$.,,, \hyphenation{a-pro-xi-ma-rem},,,,,,,,, No limite, quando os n meros $\Delta x_{i}$ e $\Delta y_{j}$ tenderem a zero, se as somas se ``aproximarem'' de algum n mero ``fixo'' L, este n mero se define como a integral dupla, $\iint\limits_B f(x,y)\,dx\,dy$, de f em B., ,,,,,,,,, Formalmente dizemos que as somas de Riemann de f tendem para L sse\footnote{\emph{sse} de ``se e somente se'' ou \emph{iff} de ``if and only if''} dado $\epsilon > 0$ ``qualquer'' existe algum $\delta > 0$ tal que para toda parti o do ret ngulo R para o qual $\Delta x_{i} < \delta$,\; $\Delta y_{j} < \delta$ para todos $i,j$; e para toda escolha de pontos $(x_{ij}*,y_{ij}*)$ tem-se que,,,,,, ,,,,,,,,, $$\left" \sum_{i=1}^{n} \sum_{j=1}^{m} f(x_{ij} *,y_{ij} *) \Delta x_{i}\Delta y_{j} - L \right" < \epsilon$$,,,,,,,, ,,,,,,,,, Se existe algum L como acima, ele nico e chamado integral dupla de f em B; e denotado por $\iint\limits_{B} f(x,y)\,dx\,dy$,,,,, ,,,,,,,,, Ou seja,,,,,,,,, ,,,,,,,,, %\begin{equation},,,,,,,,, % \boxed{,,,,,,,,, % \iint\limits_{B} f(x,y)\,dx\,dy,,,,,, % \triangleq \lim ,,,,,,,,, % \begin{Sb},,,,,,,,, % {\Delta x_{i} \rightarrow 0 \\,,,,,,,,, % \Delta y_{j} \rightarrow 0},,,,,,,,, % \end{Sb},,,,,,,,, % \sum_{i=1}^{n} \sum_{j=1}^{m} f(x_{ij} *,y_{ij} *)\Delta x_{i}\Delta y_{j},,,,,,,, % },,,,,,,,, %\end{equation},,,,,,,,, ,,,,,,,,, $$,,,,,,,,, \boxed{,,,,,,,,, \iint\limits_{B} f(x,y)\,dx\,dy,,,,,, \triangleq \lim_{\Delta x_{i} \rightarrow 0 \; \Delta y_{j} \rightarrow 0},,,,,,,,, \sum_{i=1}^{n} \sum_{j=1}^{m} f(x_{ij} *,y_{ij} *)\Delta x_{i}\Delta y_{j},,,,,,,, },,,,,,,,, $$,,,,,,,,, ,,,,,,,,, ,,,,,,,,, \subsubsection{Exemplo 1 (trivial)},,,,,,,,, $$B=[a,b]\times[c,d]$$,,,,,,, $$f(x,y)=k \; \forall (x,y) \in B$$,,,,,,, ,,,,,,,,, f cil ver que, $$\sum_{i} \sum_{j} f(x,y)\Delta x_{i} \Delta y_{j} = k(b-a)(d-c)$$ para toda parti o e toda escolha.,,,,,,, ,,,,,,,,, Portanto, o limite das somas tamb m k(b-a)(d-c); e, assim,$$\iint\limits_{B} k\,dx\,dy = k(b-a)(d-c)$$ que o volume abaixo do gr fico da fun o\footnote{Parelelep pedo de arestas k, (b-a) e (d-c)}.,,, \subsubsection{Exemplo 2},,,,,,,,, $$B=[0,1]\times[0,1] \text{ e }$$,,,,,,, $$,,,,,,,,, f(x,y)=,,,,,,,, \begin{cases},,,,,,,,, 0 \;\;\; \text{se $x \in Q$ e $y \in Q$}\\,,,,,,,,, 1 \;\;\; \text{se $x \notin Q$ ou $y \notin Q$},,,,,,,,, \end{cases},,,,,,,,, $$,,,,,,,,, $$\text{para $(x,y) \in B$.}$$,,,,,,,, $$\text{Q o conjunto dos n meros racionais.}$$,,,,,,,,, ,,,,,,,,, `` f cil ver'' que as somas de Riemann de f em B valem zero se as escolhas $(x_{ij} *, y_{ij} *)$ s o sempre racionais; valem 1 se sempre pelo menos um dois n o for racional, e podem tomar qualquer valor entre 0 e 1 no caso geral; conseq entemente, estas somas n o tendem para nenhum limite.\\ ,,,,,, Logo, esta fun o n o integr vel em $B$.,,,,,,,, \newpage,,,,,,,,, \subsubsection{Exemplo: 3\\ \small Muito semelhante! Por m, diferente...},,,,,,,, $$B=\{(x,y):0\leq x\leq 1,0\leq y\leq 1,x \in Q,y \in Q\}$$,,,,, $$\text{e $f:B\longrightarrow R$ definida por}$$,,,,,,,,, $$f(x,y)=1, \forall (x,y) \in B$$,,,,,, ,,,,,,,,, Analogamente ao segundo exemplo, as somas de Riemann de f em B n o tendem a nenhum limite; e, assim, f tamb m n o integr vel em B.,,,,,, ,,,,,,,,, \hyphenation{ne-ces-sa-ri-a-men-te},,,,,,,,, \section{Mensagem aos colegas},,,,,,,,, ,,,,,,,,, Quero pedir licen a e aproveitar esse espa o que sobrou na p gina, e que poderia muito bem ter ficado em branco, para expor algumas das minhas id ias. Acredito que elas podem ser teis, agrad veis, interessantes etc. embora alguns possam ach -las entediantes, incomuns ou at mesmo provocantes. De qualquer forma, quero deixar claro quais s o as minhas inten es ao iniciar um projeto volunt rio como este.,,, ,,,,,,,,, Durante os ltimos dois anos tomei contato com o mundo do software livre e muitas das id ias defendidas pelos seus entusiastas se mostraram suficientemente coerentes. A principal mensagem que consegui assimilar foi a de que o trabalho coletivo colaborativo, n o necessariamente remunerado e, principalmente, movido pelo entusiasmo e pela busca de algo que preza pela qualidade tende a gerar resultados extremamente satisfat rios.,,,,,, ,,,,,,,,, Exemplos de trabalhos incr veis que est o surgindo n o faltam: o browser Firefox e outros aplicativos livres, sites wiki, sistemas operacionais livres Linux, FreeBSD e similares\footnote{o Brasil reconhecido mundialmente no movimento do software livre.}, licen a art stica Creative Commons, etc. ,,,, ,,,,,,,,, A Wikipedia\footnote{http://en.wikipedia.org} um dos sucessos desta linha de pensamento. Trata-se de uma enciclop dia livre 100\% escrita por pessoas comuns ao redor do mundo em diversos idiomas (A vers o em ingl s , obviamente," a mais volumosa). O desenvolvimento dessa enciclop dia feito pela Web utilizando um conceito chamado ""wiki"" (ouvi dizer que significa ""ligeiro"" ou algo parecido em algum idioma ex tico). Wikis s o uma categoria de sites cujo conte do pode ser livremente editado pelos visitantes\footnote{sem a necessidade de cadastro de usu rio e inser o de senhas} e n o apenas pelo webmaster. Muitos de voc s devem estar pensando ""Oh"," meu deus! E se algu m apagar tudo e escrever uma grande bobagem no meu site wiki?!"". Calma... os wikis guardam hist ricos das modificacoes feitas e o conte do antigo pode ser restaurado a qualquer instante por qualquer pessoa.",,,,,, ,,,,,,,,, . isso mesmo: completa liberdade. Isso leva as pessoas que participam desse tipo de intera o a tomarem consci ncia da import ncia da sua coopera o para que o ambiente de desenvolvimento colaborativo (no exemplo acima, um wiki) seja harm nico e que os esfor os das pessoas n o se anulem mutuamente.,,,,,,,, ,,,,,,,,, Quanto s aulas de C lculo 3 transcritas, algumas pessoas j est o se manifestando e mostrando interesse em colaborar. Eu imagino que o esfor o necess rio para manter esse projeto durante um semestre inteiro maior do que uma nica pessoa capaz de oferecer. Quero mostrar Poli que, se mais pessoas se dedicarem na confec o deste material, podemos juntos ter mais um elemento de qualidade no apoio aos nossos estudos.,,,,,, ,,,,,,,,, E claro que, se for necess rio, podemos fazer um wiki para agilizar o trabalho! Aguardo sugest es.,,,,,,, ,,,,,,,,, \[email protected]+,,,,,,,,, ,,,,,,,,, \end{document},,,,,,,,,