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Boas Praticas De Fabricação E Higienização

As Boas Práticas de Fabricação são procedimentos que servem como instrumentos para garantir a segurança alimentar do cliente, mantendo um controle higiênico sanitário dos manipuladores, do ambiente de trabalho e da refeição.

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1. INTRODUÇÃO O alimento é indispensável para a promoção de saúde ao ser humano, em quantidade suficiente para suprir suas necessidades básicas de nutrientes e com qualidade higiênico-sanitária satisfatória. No entanto, anualmente um número considerável de indivíduos morre pela ingestão de alimentos contaminados. A quantidade de um alimento está relacionada às propriedades que este pode proporcionar ao ser humano, satisfazendo suas necessidades biológicas, sem causar agravos à sua saúde. Na produção de alimentos, a qualidade da matéria-prima e seu processamento adequado, serão fatores indispensáveis para garantir um produto final seguro, ou seja, que não apresente riscos à saúde dos consumidores. De acordo com a definição estabelecida pelo Programa de Padrões de Alimentos de Food and Agricultural Organization (FAO), a higiene dos alimentos corresponde ao conjunto de medidas necessárias para garantir segurança, salubridade e sanidade do alimento em todos os estágios de seu crescimento, produção ou manufatura até seu consumo final. Portanto, o controle higiênico e sanitário doa alimentos, constitui um fator preponderante para a prevenção das doenças de origem alimentar. Sendo assim, a segurança alimentar, é uma das principais responsabilidades dos serviços de alimentação que realizam algumas das seguintes atividades: manipulação, preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição, transporte, exposição. Diversos são os tipos de estabelecimentos que se enquadram neste conjunto. Estabelecimentos que se tornam cada dia mais presente no cotidiano da população em virtude do novo estilo de vida adquirido após a industrialização mundial. Por outro lado, pesquisadores calculam que todos os anos indivíduos são vítimas de infecções ou intoxicações decorrentes de alimentos, pelo consumo de refeições. Em termos de saúde pública, a ocorrência destas doenças vem aumentando, sendo responsáveis por muitas mortes, hospitalizações. Os estabelecimentos mais envolvidos nestes surtos notificados, são os refeitórios de industrias, cantinas e restaurantes (Germano & Germano, 2003). A incidência de doenças relacionadas com a alimentação demostra as precárias condições higiênico-sanitárias destes estabelecimentos e a necessidade de um sério controle do processo de produção. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para garantir a qualidade do alimento, as boas práticas em locais onde se vendem refeições devem abranger requisitos como a manutenção e a higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios do controle da água de abastecimento, dos valores transmissores de doenças e de pragas urbanas, a capacitação dos profissionais, a supervisão da higiene dos manipuladores e o manejo correto do lixo (ANVISA, 2004). Sistemas de segurança alimentar baseados nos princípios do sistema de Analise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) tem sido aplicados com sucesso para o controle da qualidade do alimento no seu processamento em restaurantes. Um dos pré-requisitos básicos para a atuação deste sistema é a implantação das boas práticas de fabricação. Com a aplicação de um manual de boas práticas de fabricação os pontos críticos de controle serão mais controlados e o plano APPCC terá maior eficiência. Portanto, a implantação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) em restaurantes comerciais é o primeiro passo para garantir alimentos seguros aos consumidores destes serviços. Essa mudança no comportamento do consumidor contribuiu para o desenvolvimento do comércio de refeições e alimentos, mas trouxe uma preocupação a mais para os profissionais responsáveis pela Vigilância Sanitária e também para os proprietários dos estabelecimentos: garantir a qualidade higiênico-sanitária dessas refeições. Com o crescimento do mercado da alimentação, torna-se imprescindível criar um diferencial competitivo nos restaurantes por meio da melhoria da qualidade dos produtos e serviços oferecidos, para que esse diferencial determine as que permanecerão no mercado. A qualidade hoje é uma vantagem competitiva que diferencia um restaurante do outro, pois os consumidores estão cada vez mais exigentes em relação à sua expectativa no momento de adquirir um determinado produto. Logo, os restaurantes que estiverem preocupados com essa busca pela qualidade poderão ficar à margem do mercado consumidor. As Boas Práticas de Fabricação são normas de procedimentos a fim de atingir um determinado padrão de identidade e qualidade de um produto e/ou serviço na área de alimentos, incluindo-se bebidas, utensílios e materiais em contato com alimentos. Sabe-se que a contaminação dos alimentos pode ocorrer nas áreas de produção, durante o processamento e a contaminação microbiológica é conhecida como a mais ameaçadora á saúde humana, pois, os mais freqüentes casos de contaminação são os causados por microrganismos patogênicos. A sobrevivência desses microrganismos decorre, principalmente, das condições inadequadas de higiene e de temperatura a que são expostos os alimentos durante o processamento, armazenamento e distribuição. A qualidade está associada a aspectos intrínsecos do alimento (qualidade nutricional e sensorial), à segurança (qualidade higiênico sanitária), ao atendimento (relação cliente fornecedor). A segurança de alimentos está relacionada á presença de perigos veiculados pelos alimentos no momento do consumo (pelo consumidor). Como a introdução de perigos pode ocorrer em qualquer estágio da cadeia de produção de alimentos, é essencial o controle adequado de todo processo. A qualidade dos alimentos está diretamente relacionada á forma, na qual este é manipulado. Por esse motivo, serviços de alimentação, como cantinas, bufês, cafeterias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, lanchonetes, padarias, pastelarias e restaurantes são uma preocupação constante. 2. TOXINFECÇÕES ALIMETARES Apesar do avanço da medicina, ciência e da tecnologia de alimentos, as doenças transmitidas por alimentos ainda continuam causando problemas significativos tanto para a saúde dos consumidores quanto para a economia. Estudos realizados pela OMS as toxinfecções alimentares como as doenças de origem alimentar mais comuns, entre as quais mais de 60% dos casos decorrem de técnicas inadequadas de manipulação, processamento e contaminação dos alimentos servidos em restaurantes. As doenças causadas pela ingestão de alimentos podem apresentar dois agentes principais: agentes químicos ou biológicos. Em ambos os casos são considerados envenenamento alimentar. Em relação aos agentes químicos podem ser citados principalmente as plantas tóxicas, ou metais pesados, resíduos de pesticidas utilizados nas práticas agropecuárias e ainda os antibióticos e substâncias hormonais utilizados nas criações de animais (JAY, 2005). Já os envenenamentos com características de origem biológicas, podem apresentar-se em duas modalidades distintas. A primeira denominada intoxicação e a segunda as infecções alimentares. Estes sintomas, também podem estar relacionados à presença de toxinas liberadas pelos microrganismos ao longo do intestino do hospedeiro, durante oi seu desenvolvimento nos tecidos invadidos. Alguns tipos de intoxicações e infecções transmitidas por bactérias presentes em alimentos: 3. FORMAS DE CONTAMINAÇÂO DOS ALIMENTOS Os alimentos podem ser facilmente contaminados durante todas as etapas do seu processamento. Os manipuladores e os equipamentos utilizados durante o processo e que entram em contato com os alimentos crus podem ser considerados as formas mais importantes de contaminação. Fatores contribuintes para surtos de toxinfecção alimentar: A contaminação de um alimento pode originar da sua própria matéria- prima ou das inúmeras e sucessivas fases de preparo. Por issso, a adoção de medidas capazes de diminuir ao máximo este risco de contaminação faz-se necessária. 4. METODOLOGIA Para a realização deste projeto, foi utilizado um restaurante buffet dentro de uma empresa (cozinha industrial), com aproximadamente 3850 m2, servindo uma média de 1800 refeições por dia. O estudo incluiu manipuladores do estabelecimento. Foi utilizada, como ferramenta de avaliação, do restaurante um check list de Boas Práticas em Serviços de Alimentação. Todas as questões são requisitos exigidos pela RDC nº 216/2004 da ANVISA. A visita foi realizada no turno da manhã. O check-list utilizado constou de 64 itens de verificação, agrupados por assunto em doze blocos: Edificação e instalações; Equipamentos, móveis e utensílios; Higienização das instalações, Equipamentos, Móveis e Utensílio, Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas, Abastecimento de Água, Manejo de Resíduos, Manipuladores, Matérias-Primas, Ingredientes e Embalagens, Preparação do Alimento, Armazenamento e Transporte do Alimento Preparado, Exposição ao Consumo do Alimento Preparado, Documentação e Registro, Responsabilidade. Os itens considerados mais críticos neste trabalho, estão relacionados principalmente às Edificações e instalações e aos Manipuladores. Pisos e paredes apresentaram algumas irregularidades em relação a conservação. Em relação aos manipuladores, foram observados não conformidades quanto à higiene corporal, uso dos EPIs e falta do controle de saúde. Observou-se também a falta de treinamentos contínuos em higiene e manipulação de alimentos. Os manipuladores constituem um dos principais fatores relacionados com a contaminação ou transferência de microrganismos de um alimento para o outro, por isso eles devem estar preparados e em bom estado de saúde. 5. RESULTADOS Dentre os itens que estão de forma adequada podemos citar a não presença de animais, as instalações são projetadas de forma a facilitar a manutenção, o piso é de material lavável e não apresentam rachaduras, as portas e janelas possuem telas de proteção, não utilizam utensílios de madeira. Em relação aos itens que não estavam de acordo ou inadequados podemos citar: piso não antiderrapante, as telas não são removíveis, as portas não possuem fechamento automático, algumas luminárias não possuem proteção, não tinham cartazes de orientação sobre a forma correta de lavagem de mãos, não era feita a verificação da temperatura das matérias-primas ao chegarem no estabelecimento e os alimentos preparados que eram armazenados não continham etiqueta de identificação, lixo não apropriado com pedal, alguns funcionários sem a utilização de tocas fazem o mesmo percurso entre cozinha/restaurante. Não possuem POP (Procedimentos Operacionais Padronizados), PPHO (Procedimentos Padrões de Higiene Operacional) e APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) descrito. Instrumento utilizado para proteger os alimentos de perigos biológicos , químicos e físicos com objetivo de prevenir, reduzir ou minimizar os perigos associados ao consumo de alimentos. 6. SUGESTÕES Utilização de lixos com pedal, descrever os procedimentos POP, PPHO, APPCC, treinamento periódico para os funcionários sobre higienização pessoal. 7. CONCLUSÃO Pode-se concluir que, o treinamento é indispensável para o manipulador, desta forma evita qualquer contaminação que pode ser veiculada por este. A aplicação do check list é importante para avaliar o estado em que o restaurante dentro de uma empresa se encontra, podendo assim realizar um plano de ação adequado garantindo a correção de qualquer erro que aconteça evitando possíveis contaminações. 8. REFERENCIAS Disponível em : Acesso em 27 de Março de 2010. Disponível em : Acesso em 27 de Março de 2010. Disponível em : Acesso em 27 de Março de 2010. Disponível em: Acesso em 27 de março de 2010. Disponível em:< http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5221/material/Manual_de%20_ BPF. pdf> Acesso em 27 de Março de 2010.