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Biogás, Mobilidade E Inclusão Econômico-social

Como o uso do biogás pode trazer uma revolução social e economica a um grende segmento da população urbana

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BIOGÁS, MOBILIDADE E INCLUSÃO ECONÔMICO-SOCIAL INOVATEC Inovação Tecnológica Marco Sombra [email protected] ENERGIA ESTRATÉGICA NA PERIFERIA DAS GRANDES CIDADES Uma das consequências do enriquecimento da população foi a urbanização acelerada. Hoje 84% das pessoas, pelo IBGE, mora e trabalha nas cidades. A outra foi o maior consumo de bens e a exponencial geração de Resíduos Sólidos Urbanos. Madeiras, embalagens, restos da construção civil, poda, etc...todos são facilmente separados e imediatamente reciclados. O problema esta no resíduo orgânico – o ERD- Excedente Rapidamente Deteriorável. O ERD fede, contamina, corrói.. MAPA DAS GRANDES CIDADES, POPULAÇÔES E BIOGÁS DE ERD NO ENTORNO DAS GRANDES CIDADES DO BRASIL ENTORNOS A transformação em biogás resolve esse problema ambiental e traz vantagens reais. O melhor é seu caráter social: por ser totalmente distribuído, de baixo capital, de tecnologia integralmente nacional e totalmente dominada, permite a implantação de núcleos onde além do combustível, serão gerados emprego e renda, sem interferências regulatórias e mercadológicas. Se na área rural o biogás já é visto como a mais promissora e sustentável fonte de energia. Seu uso para promover a segurança energética, a sustentabilidade, a mobilidade e a renda são realidades inegáveis. O biogás é praticamente de graça na área rural, pois é produzido como subproduto em biodigestores sanitários agropecuários, e se usado como combustível veicular pode substituir o diesel com alta lucratividade. Para a área urbana desenvolvemos a coleta e reuso de ex-alimentos num enfoque bastante lucrativo. A Reciclagem de ERD. Diesel Urbano O uso intensivo do diesel na área urbana tem sido apontado como o mais importante perigo á saúde pelos resíduos particulados, além de ser um fragilizador da segurança energética pelas importações que provoca. O emprego em geradores no horário de ponta aprofunda essas desvantagens. E o preço do diesel dobrou nos últimos 10 anos, segundo a tendência mundial de equivaler ao custo da gasolina. BIOGÁS: Aplicação, Processos e Equipamentos influem diretamente no custo. Biogás no Brasil e no Rio de Janeiro O Brasil tem tradição imperial no uso do biogás desde que D. Pedro II desenvolveu o biodigestor da Marinha Brasileira para iluminar os faróis da costa sem esfumaçar as lentes. A eletricidade aposentou essa utilização. O gás é um combustível extensamente utilizado no Rio de Janeiro desde 1854, iniciando pela Companhia de Iluminação a Gás, do Barão de Mauá. A eletricidade também aposentou esse uso, mas a cocção e aquecimento a gás o generalizou. A COMLURB, na década de 70 produzia biogás no Aterro do Caju, e o injetava na rede de gás manufaturado, então derivado da nafta e de poder calorífico compatível. O RJ já teve a maior frota de ônibus a GNV do mundo em 1989, na companhia municipal CTC. Já naquela época foi demonstrada a viabilidade de substituir diesel com vantagens econômicas e ambientais, embora hoje queiram apresentar como novidade. . Liberado em para o púbico, o GNV formou uma frota de quase um milhão de veículos no RJ, que funciona muito bem, não polui, baixa o custo do combustível e da manutenção, e viabilizou o transporte alternativo e os taxis. quem anda mais que 100km ao dia usa GNV. Em 1976 foi instalado na Destilaria Central Jacques Richer, em Campos-RJ, com produção de 180.000 litros de álcool por dia, um biodigestor de 330.000 litros que funcionou até a desativação da destilaria em 1982. A indústria da cana agora tem retornado á produção de biogás em grande escala em função de contratos com distribuidoras de gás canalizado. Recentemente o aterro de lixo de Dois Arcos passou a produzir 6 mil m³/dia de biogás com resíduos sólidos urbanos. No Brasil hoje os biodigestores mais empregados são basicamente rurais na criação de aves e suínos. Não visam a produção primaria de biogás nem de biofertilizante, são mais para controle da poluição. Tipicamente usam o do tipo da MARINHA BRASILEIRA, escavado no solo raso com cobertura de lona plástica. Abandonados á sua própria conta, os granjeiros não podem descurar do seu negocio principal, que é SOBREVIVER DA GRANJA, para produzir energia, pois não existe PROER para os pequenos. O biogás é simplesmente queimado. Antes, uma explicação: não existe BIODIGESTOR CANADENSE, assim como não existe ESCOLA DE SAMBA CANADENSE, nem CANAVIAL CANADENSE, se eles dizem que inventaram o biodigestor pergunte se eles acham que um americano inventou o avião. Potencial de biogás no Brasil O potencial brasileiro de produção de biogás é de 40 bilhões de m³/ano, ou o dobro disso se considerarmos os resíduos sólidos urbanos- RSU- que tem contra si a normativa da ANP que impede seu uso em motores de combustão devido á contaminação por siloxanos do material de limpeza. O melhor biogás é o proveniente de Excedentes de Rápida Deterioração- ERD- isso é, os resíduos do processamento e sobras de alimentos separado na fonte, é livre de siloxanos e gera pouco H2S. E o material restante no biodigestor é um biofertilizante valioso, com grau de pureza alimentar. Lembrem que o Brasil importa escandalosas quantidades de fertilizante. O ERD é abundante nas áreas urbanas, devido á alta densidade populacional e ao preocupante dado de que 60% de todos os alimentos vão para o lixo. Só a CEASA produz 100 ton de resíduos por dia. E esses resíduos são tremendamente energéticos. ERD se constitui na fonte primaria para produção urbana de biogás e biofertilizante de alta qualidade, fomentando um ciclo virtuoso sustentável e de baixíssimo impacto ambiental. Com grandes lucros potenciais e forte impacto social. Um supermercado tem essas duas características, é um grande consumidor de eletricidade e um grande gerador de resíduos sólidos, especialmente os de rápida deterioração derivados de sobras de frutas, vegetais e alimentos com embalagem danificada. . Consumo Elétrico Típico em um SUPERMERCADO A oportunidade que se apresenta é transformar o ERD em biogás para, como produto final, produzir eletricidade no horário de ponta e utilizar o calor recuperado no motor para a secagem do biofertilizante ou para produzir gelo, com o ciclo de absorção da amônia. Geração de renda e qualidade de vida na periferia Nessa área da periferia existe a Agricultura de Baixo Carbono-ABC- e o Cultivo Orgânico, ambos incentivados e pagando melhores preços. E são os clientes potenciais para o BioFertilizante, já que ele por ser uma ex-comida, tem grau de pureza alimentar. O gelo também é um produto de grande demanda nessa região e a tecnologia de produzir gelo com absorção da amônia é dominada. E NACIONAL. Desenvolvemos a autogeração remota de energia elétrica no horário de ponta com fontes incentivadas, o biogás, transferindo essa atividade para periferia das cidades, o que permite a eliminação de grandes geradores á diesel nas lojas. Nesse caso a mais beneficiada é a saúde, já que o diesel esta associado á maioria das doenças pulmonares urbanas. GERAÇÃO DE ELETRICIDADE REMOTA NO HORARIO DE PONTA Outra oportunidade de ouro é produzir biometano veicular derivado de biogás produzido de ERD, que esta livre a contaminação com siloxanos, nos entornos das áreas urbanas na faixa de 50 a 100 km dos gasodutos sobre os quais se instalam os postos de GNV. Nessa faixa a frota de veículos a GNV estará carente de combustível, e depende de uma rota diária que alcance os postos, pois um reabastecimento implica em uma viagem de 100 km de ida e volta. E muita gente com veículos GNV mora exatamente nessa faixa. A produção de biogás, sua purificação em biometano, compressão em Micro-Pontos á 200 bar – chamamos de MiP essa tecnologia- além de riquezas produzirá também segurança estratégica á mobilidade. Mesmo que um meteorito (um dos pequenos, porque do tamanho do KT acaba com a festa toda) caia na refinaria, ainda assim se terá GNVBio. MAPA DA ATRATIVIDADE DO GNV DISTANTE DOS GASODUTOS A sobra de CO2 resultante da purificação do biogás pode ser usada em fotobioreatores para algas de crescimento acelerado, quase 30 vezes mais que vegetais terrestres, produzindo espirulina, ômega 3, óleos e complementos de ração de alto preço, ou comprimida para liquefazer e ser utilizada para resfriar e gerar atmosferas modificadas para cargas sensíveis nos caminhões. Mais renda e qualidade de vida, além de um novo segmento tecnológico. Algas á balde Foto-BioReator para ALGAS O biogás no Mundo A China é o maior utilizador, com 90 anos de uso e 40 bilhões de Reais investidos nos últimos 10 anos em 100 mil projetos, 5 mil deles de grande porte. O biodigestor do tipo CHINES é enterrado para estabilizar as variações de temperaturas extremas de lá. Estimativas de potencial de 3.350,58× 108 m3 em 2016. A Índia é o segundo maior consumidor, com 45 milhões de pequenos biodigestores, serve basicamente para a segurança energética e ambiental. O biodigestor do tipo INDIANO tem cúpula móvel que pressuriza o gás para queima em fogões. A Europa, devido à incomoda dependência do gás da Rússia, produz biogás em grupos de grandes biodigestores centralizados e com pessoal altamente especializado que recebem grandes investimentos á fundo perdido já que não visam lucro nem sustentabilidade, só a produção estratégica. O biodigestor é do tipo tanque aquecido devido ao inverno rigoroso e é totalmente diferente dos biodigestores para tratamento de esgotos sanitários. Plantações inteiras não viram alimentos: são transformadas direto em biogás. A experiência brasileira Produzir biogás é como produzir álcool, é só ter a matéria orgânica fermentada pelos microrganismos corretos em condições ótimas. Assim como no álcool, no biogás somos muito superiores às tecnologias estrangeiras, que costumam ser excessivamente caras e normalmente inadequadas ao nosso ambiente. A fria Europa não se compara ao Brasil tropical em matéria de velocidade da reação biológica. Bactérias metanógenas termófilas produzem cinco vezes mais, aqui. Com materiais exóticos de difícil reposição e nomes pomposos para processos já utilizados á décadas, algumas empresas estrangeiras tentam, sem sucesso, o riquíssimo mercado brasileiro, já que a Europa em crise terminal não permite bons lucros. Jogada de marketing, apenas, mas tem contra eles a produção de equipamentos de qualidade superior aqui no Brasil, que é o único país com água, sol e terra, todos juntos e sobrando. E nenhuma empresa pública decente, as maiores utilizadoras, compraria tecnologia estrangeira, sabendo que seria um ato de lesa-pátria e que seria julgada e condenada por isso no futuro. Já somos o maior produtor e utilizador de carvão vegetal energético do mundo (14 milhões de hectares de eucalipto energético produzem carvão vegetal para a única produção de AÇO VERDE do mundo, totalmente sustentável). Porque não emendar as vantagens e sermos totalmente independentes e distribuídos em gás metano? O maior produtor de alimentos no mundo tem tudo para ser o maior produtor de biogás. MS jun2014