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Bigue - Bangue

Palestra sobre a teoria do Big Bag

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UFMT Universidade Federal do Mato Grosso Departamento de Matem´ atica-CUR Cosmologia: O Bigue Bangue Cosmology: The Big Bang Prof. Rosevaldo de Oliveira Professor: Rosevaldo de Oliveira 1 Conte´ udo 1 Introdu¸ c˜ ao 4 2 A teoria do Bigue Bangue ou The Theory of the Big Bang 5 3 Distˆ ancias 7 4 Redshift e Expans˜ ao do Universo 11 5 Radia¸ c˜ ao de Corpo Negro e Radia¸ c˜ ao C´ osmica de Fundo 17 6 Curvatura 19 2 7 A m´ etrica de Robertson-Walker 22 8 Relatividade Geral 27 9 Dinˆ amica do Universo 29 10 Coment´ arios Finais 31 3 1 Introdu¸c˜ ao Imagine uma ´epoca do passado remoto, h´a bilh˜oes de anos, muito antes do nascimento da Terra, do Sol e da Via L´actea. Imagine tamb´em o espa¸co c´osmico primordial, escuro e frio, de volume infinito, totalmente vazio, exceto por um u ´nico lugar, uma regi˜ao extremamente pequena onde repousa a semente da Cria¸c˜ao. Aquele ponto diminuto, de temperatura e press˜ao enormes, sofre algum tipo de perturba¸c˜ ao interna e detona subitamente numa grande explos˜ao, criando a mat´eria. Esta ´e lan¸cada em todas as dire¸c˜oes e forma uma esfera que ocupa cada vez mais lugar naquele espa¸co vazio e infinito anteriormente existente, organizando-se at´e chegar `a configura¸c˜ao peculiar e menos densa que observamos atualmente. O centro do Universo ´e o local onde ocorreu a explos˜ao e corresponde ao centro da grande esfera de gal´axias em expans˜ao que vemos 4 hoje. Se pud´essemos viajar livremente pelo espa¸co e dispus´essemos do tempo necess´ario, conseguir´ıamos visitar aquela misteriosa regi˜ ao onde tudo come¸cou. Por outro lado, as gal´axias da periferia da esfera avan¸cam velozmente para o v´acuo infinito que se apresenta `a sua frente. Se algum ser inteligente vive em uma delas, percebe que s´o existem gal´axias numa metade do c´eu. Com essa constata¸c˜ao, ele raciocina e deduz que, quando ele olha para o centro da metade escura e vazia do espa¸co, vˆe o ponto para onde sua gal´axia se dirige, e, quando olha para o lugar oposto, bem no meio da regi˜ao das gal´axias, vˆe o ponto de onde sua gal´axia se afasta, centro do Universo material, onde ocorreu a explos˜ao. 5 2 A teoria do Bigue Bangue ou The Theory of the Big Bang ´ uma teoria baseada na Teoria da Relatividade Geral de 1. E Einstein. ´ a teoria padr˜ao da cosmologia atual, o nome Big Bang vem 2. E do fato de considerar o surgimento do universo como um evento inicial. 3. Na metade dos anos 40 um f´ısico sovi´etico G. Gamov rec´em ingressado nos EUA (ignorando o trabalhos de Adam e MecKellar) propˆos a um de seus estudadntes R. Alpher o estudo da nucleoss´ıntese de um universo em expans˜ao. 4. No final dos anos 40 R. Alpher e R. Herman passam a considerar a existˆencia de uma radia¸c˜ao de fundo remanescente 6 do per´ıodo da cria¸c˜ao do universo. 7 3 Distˆ ancias A luz do sol leva aproximadamente 8 mimutos para atingir a terra, 8 e a distˆancia das estrelas mais pr´oximas s˜ao de aproximadamente de 3 anos-luz ou 1 pc. O diˆametro da nossa gal´axia ´e de aproximadamente 163000AL. 9 Uma das gal´axias mais pr´oximas da nossa gal´axia ´e Andromeda, e est´a aproximadamente 2 milh˜oes de anos luz. Quanto tempo levar´ıamos para alcan¸car a estrela mais pr´oxima numa levocidade de 60000km/h? t= d ∼ 8, 5 anos v (1) E para chegarmos em Andromeda nesta velocidade o tempo seria de t= d ∼ 578 milh˜oes de anos v 10 (2) 4 Redshift e Expans˜ ao do Universo 1. Em 1912 Vesto Slipher fez as primeiras medidas observando o redshift que ´a definido por λobs − λem z= λem (3) O valor de z varia entre 0 e 1 v= ∆λ ∆T z > 0 Redshift (4) z < 0 Blueshift (5) v ∆λ ∆λ = = =z c c∆T λe 11 (6) 12 2. Em 1929 Edwin Hubble relacionou o redshift com a distˆancia das gal´axias H0 z= r c (7) Usando a rela¸c˜ao z = v/c podemos mostrar que z = H0 r (8) km o valor atual da costante de Hubble ´e H0 = 70 ± 7 s.M pc . A idade do Universo pode ser estimada por meio de r r 1 t0 = = = ∼ 15 bilh˜oes de anos v H0 r H0 13 (9) 14 Dados trˆes gal´axias no espa¸co a distˆancia entre eles ´e dada por r12 = |~r1 − ~r2 | (10) r23 = |~r2 − ~r3 | (11) r31 = |~r3 − ~r1 | (12) 3. A expans˜ao do universo implica no sugimento de um fator de escala que preserva a forma do triˆangulo 15 r12 (t) = a(t)r12 (t0 ) (13) r23 (t) = a(t)r23 (t0 ) (14) r31 (t) = a(t)r31 (t0 ) (15) 4. A velocidade entre as trˆes gal´axias ´e v12 (t) v12 (t) dr12 a˙ = ar ˙ 12 (t0 ) = r12 (t) dt a = H0 r = 16 (16) (17) 5 Radia¸c˜ ao de Corpo Negro e Radia¸c˜ ao C´ osmica de Fundo 17 A densidade de energia total de um Corpo-Negro ´e uma fun¸c˜ao da temperatura E = σT 4 V (18) Em 1965 Arno Penzias e Robert Wilson no laborat´orio da Bell descobriram a Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo T0 = 2.725 ± 0.001K 18 (19) 6 Curvatura 19 O elemento de distˆancia ds2 = dx2 + dy 2 ds2 = dr2 + r2 dθ2 (Cartesianas) (20) (P olares) (21) onde A ´e a ´area da esfera e R ´e o raio da esfera. 20 Na superf´ıcie 2D de uma esfera o elemento de linha ´e descrito por ³r´ 2 2 2 2 (22) ds = dr + R sin dθ2 R A distˆancia no espa¸co hiperb´olico 2D ´e dada por ³r´ ds2 = dr2 + R2 sinh2 dθ2 R 21 (23) Em 3D a distˆancia nas coordenadas cartesianas ´e dada por ds2 = dx2 + dy 2 + dz 2 (24) ds2 = dr2 + Sk (r)2 dΩ2 (25) onde dΩ2 = dθ2 + sin2 (φ)dφ2 (26) e Sk (r) = Sk (r) = R sin(r/R) para k = +1 r para k=0 para k = −1 Sk (r) = R sinh(r/R) 22 (27) 7 A m´ etrica de Robertson-Walker A distˆancia num universo em expans˜ao ´e dada por ds2 = −c2 dt2 + a(t)[dr2 + Sk (r)2 dΩ2 ] (28) onde dΩ2 = dθ2 + sin2 (φ)dφ2 (29) e Sk (r) = Sk (r) = R sin(r/R) para k = +1 r para k=0 para k = −1 Sk (r) = R sinh(r/R) (30) Fazendo algumas transforma¸c˜oes podemos escrever a m´etrica de 23 Robertson-Walker da seguinte forma · ¸ 2 ¡ ¢ dr 2 2 2 2 ds2 = −c2 dt2 + a2 (t) + r dθ + sin (θ)dφ 1 − kr2  gµν −1   0  =  0  0 (31)  0 0 0 a2 (t) 1−kr 2 0 0 2 0 a (t)r 0 0 2 0       (32) a2 (t)r2 sin2 (θ) Para o caso particular k = 0 temos um universo plano (m´etrica de Minkowsky com fator de escala) 24 25 A distˆancia pr´opria entre um observador e uma gal´axia num tempo fixo t e ˆangulos fixos θ, φ ´e dada por ds = dp (t) a(t)dr = a(t)r 26 (33) (34) A velocidade da expans˜ao ´e dada por d˙p (t) = v(t) = v(t) = a(t)r ˙ µ ¶ a˙ dp (t) a H(t)dp (t) (35) (36) (37) No momento o tempo ´e t0 e a rela¸c˜ao acima ´e dada por v(t0 ) = H(t0 )dp (t0 ) (38) Esta ´e a velocidade de recess˜ao que as gal´axias est˜ao se afastando de n´os. Quando a distˆancia atinge o valor de dH (t0 ) = c/H0 a velocidade de recess˜ao atinge a velocidade da luz c esta ´e conhecida como sendo a distˆancia Hubble dH (t0 ) = 4300 ± M pc 27 (39) 8 Relatividade Geral Para obter a dinˆamica partiremos da equa¸c˜ao de Einstein da Relatividade Geral Gµν = − 8πGTµν c4 (40) onde Tµν ´e o tensor energia-momento e Gµν Rµν R 1 (T ensor de Einstein) = Rµν − Rgµν 2 = Rλµλν (T ensor de Ricci) = Rµµ (Escalar de Curvatura) 28 (41) (42) (43) 9 Dinˆ amica do Universo Utilizando a m´etrica de Robertson-Walker · ¸ 2 ¡ ¢ dr 2 2 2 2 2 2 2 2 ds = −c dt + a (t) + r dθ + sin (θ)dφ 1 − kr2 (44) Podemos calcular a conex˜ao Γ = da a g˜ij dt Γi0j = Γij0 Γijk = Γ0ij (45) 1 da i = δ a dt j µ ¶ il g˜ ∂˜ glk ∂˜ gjk ∂˜ glj + − 2 ∂xk ∂xj ∂xl 29 (46) (47) onde  g˜µν −1   0  =  0  0  0 0 0 1 1−kr 2 0 0 2 0 0 r 0 0 e em posse do tensor energia-momento temos  −ρ 0 0   0 P 0  Tνµ =   0 0 P  0 0 0 30       (48) r2 sin2 (θ) para um fluido isotr´opico  0  0    0   P (49) Da conserva¸c˜ ao da energia temos que ∂Tνµ µ α α µ + Γ T − Γ T αµ ν νµ α = 0 µ ∂x (50) e fazendo uso da componente (0-0) da equa¸c˜ao de Einstein obtemos a equa¸ca˜o de Friedmann µ ¶2 a˙ 8πG kc2 = ρ− 2 2 2 a 3c R0 a a˙ ρ˙ + 3 (ρ + P ) = 0 a P = ωρ Eq. de Friedmann (51) Eq. do Fluido (52) Eq. de Estado 31 (53) 10 Coment´ arios Finais 1. O nada ´ e quase tudo: aproximadamente 70% da energia total do universo (a) 1948 Hendrik Casimir insere duas chapas met´alicas no v´acuo, separadas por 0,02 mil´ımetro. E da energia do v´acuo surge uma for¸ca devido as condi¸c˜oes de contorno. (b) 1980 Alan Guth e Andr´e Linde mostram que, ao nascer, o Universo teve um crescimento por bilion´esimos de segundo. A causa: uma libera¸c˜ao de energia do v´acuo (c) 1997 Descobre-se que o cosmo est´a de novo crescendo em ´ poss´ıvel que o novo impulso seja um ritmo acelerado. E res´ıduo de energia do v´acuo, ainda em a¸c˜ao. (d) 2003 A an´alise de dados do sat´elite-telesc´opio WMAP leva a uma conclus˜ao absurda: a de que 73% do peso do 32 Universo vem do vazio. Absurda, por´em incontest´avel. • O nada est´a mortalmente quieto: armazenou a imensa energia do Big Bang e acomodou-se. Virou o esqueleto do cosmo. • At´e hoje, desde que, em 1930, come¸cou-se a fazer experiˆencias com os precursores dos aceleradores de part´ıculas, o equivalente a 1 863 272 195 pr´otons foram trazidos do nada - uma insignificˆancia. 33 2. Quest˜ ao filos´ ofica: Provir do NADA Como nada n˜ao ´e coisa alguma, n˜ao se pode provir do nada. Mas isto n˜ao significa que algo n˜ao possa surgir sem que seja proveniente de alguma coisa. Isto n˜ao ´e proibido e n˜ao significa “surgir do nada”, mas sim surgir sem ser de coisa nenhuma. Tanto sem procedˆencia quanto sem causa e nem prop´osito. Assim ´e que deve ter ocorrido com o surgimento do conte´ udo cujo s´ ubito in´ıcio de expans˜ao consiste no Big Bang.Como nada n˜ao ´e coisa alguma, n˜ao se pode provir do nada. Mas isto n˜ao significa que algo n˜ao possa surgir sem que seja proveniente de alguma coisa. Isto n˜ao ´e proibido e n˜ao significa “surgir do nada”, mas sim surgir sem ser de coisa nenhuma. Tanto sem procedˆencia quanto sem causa e nem prop´osito. Assim ´e que deve ter ocorrido com o surgimento do conte´ udo cujo s´ ubito in´ıcio de expans˜ao consiste no Big Bang. 34