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Benchmarking, Modelagem 3d E Prototipagem

Utilizacao do PDP no desenvolvimento de produto

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Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 Benchmarking Competitivo no Desenvolvimento de Produto Apropriando-se de Tecnologias de Prototipagens SLS e FDM para a Validação dos Modelos Geométricos Flávio Martins de Castro ORIENTADOR: Professor Me. Lucas Barbosa Alves Resumo: Com o avanço da tecnologia, o aumento da competitividade e as exigências globais de mercado, fazem com que as empresas busquem por diversas maneiras para renovar e inovar seus produtos, acompanhando as novas tendências e as aceitações atuais dos consumidores. O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apresentar o desenvolvimento de alguns modelos de painéis planos modulares, seguindo um modelo de Processo e Desenvolvimento de Produto (PDP) pesquisado na literatura, utilizando-se do Benchmarking competitivo por métodos destrutivos de produtos concorrentes, modelados por um sistema de projeto auxiliado por computador (CAD, Computer Aided Design) e validando modelos em diferentes tecnologias de prototipagens, Sinterização Seletiva a Laser (SLS, Selective Laser Sintering) e Deposição de Material Fundido (FDM, Fused Deposition Material), equiparando resultados entre custos/benefícios das tecnologias. No caso estudado, verificou-se que a tecnologia FDM apresenta baixos custos em relação à SLS, além de ser um processo mais rápido. Porém, o protótipo fabricado pela tecnologia SLS apresentou melhor acabamento superficial e melhores propriedades físicas. Conclui-se que é viável desenvolver um produto utilizando o concorrente a nosso favor e a utilização da prototipagem rápida possibilita reduzir tempo e custos no desenvolvimento de produtos. Palavras-chave: Desenvolvimento de Produtos; Benchmarking; Validação do Produto; Prototipagem Rápida; CAD. 1. Introdução O mercado sofre transformações que modelam uma trajetória de novo contexto para as organizações e, em especial, na indústria brasileira. Os produtos das empresas têm de competir em preços e qualidades com similares importados, vindos tantos de países com elevado nível de desenvolvimento tecnológico quanto de países onde os custos de fabricação estão num patamar bem mais baixo. Isso força a empresa brasileira a assimilar e desenvolver continuamente novas tecnologias e produtos, objetivando à redução de custos, o tempo de desenvolvimento de novos produtos, da ampliação de mercado e nas parcerias de empresas do mesmo ramo de atividades (SALGADO et al., 2009). Em um ambiente global, intenso e dinâmico, o desenvolvimento de novos produtos tornou-se um ponto de excelência. Empresas que conquistam o mercado mais rápido e eficientemente com produtos que atendem às expectativas dos clientes e as excedem, criam uma significativa competitividade e garantem uma margem maior no ciclo de vida do produto (WHEELRIGHT e CLARK, 1992 apud SALGADO et al., 2009). Atualmente, as atividades do processo de desenvolvimento passaram a ser efetuadas de forma concorrente, além disto, as decisões envolvidas com este processo passaram a levar 1 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 em consideração os requisitos e as experiências das diversas áreas envolvidas. Vários autores defendem, quanto aos profissionais, que as atividades relacionadas com o desenvolvimento de produtos devem ser realizadas por um time multifuncional, entitulado por uma equipe de desenvolvimento de produto (AGUIAR E ROZENFELD, 2013). O sucesso de uma empresa está diretamente relacionado à sua capacidade de renovar e inovar seus produtos, introduzindo-os no mercado competitivo, que será aceito, por sua vez, quanto ao diferencial em relação aos concorrentes no que diz respeito ao atendimento das necessidades do usuário, qualidade e recursos inovadores (ULRICH e EPPINGER, 2000 apud JUNG, 2007). Não é novidade que desenvolver produtos tem se tornado um dos processos-chave para a competitividade da empresa. O aumento das concorrências, rápidas mudanças tecnológicas, redução do ciclo de vida dos produtos e as exigências por parte dos consumidores fazem com que as empresas busquem agilidades, produtividade e alta qualidade, interligando a eficiência e eficácia do processo (ROZENFELD e AMARAL, 2013). O Benchmarking se torna um procedimento ininterrupto e ordenado de pesquisa para determinar produtos, serviços e procedimentos de trabalho das melhores empresas do mercado, com a intenção de otimizar os processos e obter vantagem competitiva (BRAVIN, 2012). O Benchmarking surgiu da necessidade de informações e desejos de aprender rápido, como corrigir um problema empresarial copiando as melhoras práticas do concorrente ou parceiro, analisando os seguintes fatores: ramo, objetivo, amplitude, diferenças organizacionais e custos, antes da definição ou aplicação do melhor método, pois cada empresa individualmente tem as suas necessidades que devem ser avaliadas antecipadamente à aplicação do processo/desenvolvimento do produto (SORIO, 2006). O estudo de caso deste trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apropriar-se do Benchmarking competitivo, por métodos destrutivos de produtos concorrentes, para desenvolver painéis planos modulares 4x2 e 4x4, útil para fixar nas paredes e dar acabamento nas conexões de áudio, tanto residencial, predial, escritórios, etc., podendo ser parafusadas nas caixas de passagens de conduíte ou eletroduto, padrão internacional, e 3x3 com caixa adaptadora que podem ser fixadas na parede com a opção de utilizar fiações em canaletas, ou para futuras ampliações, principalmente para meios de comunicações, utilizando-os próprio para o encaixe do conector Keystone que aceita o conector padrão (RJ45, Registred Jack 45) útil para telefones, e posteriormente validando os modelos geométricos por meio de duas tecnologias de prototipagem rápida, SLS e FDM. O primeiro protótipo, proveniente do projeto informacional baseado em estudos de produtos dos concorrentes, foi fabricado com a tecnologia SLS que propôs uma análise detalhada na validação do produto, gerando um novo projeto conceitual para o produto, que por sua vez, teve outras funcionalidades. O segundo protótipo, revisado a partir do projeto conceitual do primeiro protótipo, foi definido para ser utilizado não apenas com o conector Keystone, mas também para o conector 623K que aceita o conector padrão (RJ11, Registred Jack 11) próprio para a conexão com telefones e os conectores da família britânico naval (BNC, British Naval Connector), subminiatura na versão A (SMA, Sub Miniature A), frequência ultra alta (UHF, Ultra High Frequency), etc., próprios para a conexão coaxial de audio e vídeo, sendo fabricado com a tecnologia FDM que propôs uma comparação entre as diferentes tecnologias de prototipagens, analisando custos/benefícios entre as tecnologias. 2 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 Foram descritos neste artigo o desafio para desenvolver os dispositivos que aceitassem os diferentes conectores, seguindo as fases da macro-fase do Desenvolvimento do PDP e as comparações entre as tecnologias de prototipagens SLS e FDM. Considerando que desde da década de 90, era possível classificar as aplicações das tecnologias de prototipagem rápida em processos de engenharia na avaliação de projeto, testes funcionais e na manufatura de produtos. Primeiramente as aplicações estão relacionadas com a avaliação de projetos, sendo utilizadas para construir protótipos e testar aspectos estéticos como forma, cores, funcionalidades e utilização do produto. De modo geral, o uso das prototipagens rápidas para esse tipo de aplicação reduz o tempo de lançamento de produtos, bem como previne eventuais impactos negativos de novos produtos no mercado (EVANS, 2002 apud LIRA e MAFALDA, 2013). 2. Fundamentação Teórica 2.1 O Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) Entende-se como desenvolvimento de novos produtos toda ação ou processo total de estratégia, geração de conceito, avaliação do plano de produto e de marketing e comercialização destinado à implementação de uma nova oferta (TONI, 1998). O desenvolvimento de novos produtos vem sendo considerado como um meio importante para a criação e sustentação da competitividade. Para muitas indústrias, a realização de esforços nessa área é um fator estratégico e necessário para continuar atuando no mercado. A implementação de novos produtos sustenta uma esperança de aumentar sua participação de mercado e melhorar sua rentabilidade (KOTLER, 1994). Definição do Processo de Desenvolvimento de Produtos "é o processo a partir do qual informações sobre o mercado são transformadas nas informações e bens necessários para a produção de um produto com fins comerciais" (CLARK e FUJIMOTO, 1991 apud ROZENFELD e AMARAL, 2013). O processo de desenvolvimento de produtos pode ser considerado um processo de alta complexidade devido à estrutura de sua gestão, à natureza dinâmica, à sua grande interação com as demais atividades da empresa e a quantidade de informações manipuladas durante um projeto de desenvolvimento. Com base nestes dados, muitas empresas acabam perdendo oportunidades de melhorias e deixam de agregar conhecimentos ao que facilitariam ou possibilitariam o aumento de capacitação e do desempenho do PDP. Uma maneira bem prática para evitar essa falha, pode ser a gestão desse processo com alterações contínuas, incorporações de lições aprendidas e melhorias contínuas, pela aplicação de modelos sistemáticos e estruturados para análises do PDP (SILVA, 2003). O conceito de novos produtos inclui produtos originais, produtos modificados e marcas novas que as empresas desenvolvem utilizando os esforços de seus próprios departamentos de pesquisa e desenvolvimento (KOTLER, 1994). O modelo unificado para o processo de desenvolvimento de produtos, proposto por Rozenfeld et al. (2006), contém os conceitos e melhores práticas em desenvolvimento de produto e foi desenvolvido a partir de conhecimentos compartilhados por uma rede de pesquisadores brasileiros que sintetizou a experiência de três grupos de pesquisas sobre gestão e desenvolvimento de produtos. Composto por três macro-fases: Pré-Desenvolvimento, Desenvolvimento e Pós Desenvolvimento, a Figura 1 ilustra as três macro-fases e suas respectivas fases no processo de desenvolvimento de produtos. 3 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 1 – Modelo unificado para o processo de desenvolvimento de produto, ROZENFELD et al. (2006). Cada uma das macro-fases foram divididas respectivamente em fases, atividades e tarefas que juntas traduzem as melhores práticas para o PDP. A macro fase de PréDesenvolvimento é o elo entre as estratégias da empresa e a definição dos projetos de desenvolvimento de produtos, agrupando duas fases, a primeira fase com o planejamento estratégico de produtos e a segunda fase com o planejamento do projeto, envolvendo o gerenciamento de portfolio de projetos e avaliações dos projetos escolhidos, verificando se esses devem ser continuados ou não. A macro fase de Desenvolvimento agrupam-se as fases de projeto informacional, projeto conceitual, projeto detalhado, preparação para produção e lançamento do produto. Todas essas fases visam um detalhamento das informações técnicas, comerciais e de produção, envolvendo elementos como desenhos técnicos, protótipos, homologações, registros, parcerias com fornecedores e processos de produção. A macro fase de Pós-Desenvolvimento agrupa-se a fase de acompanhar produto, processo e a fase de descontinuidade do produto. O acompanhamento do ciclo de vida do produto, a avaliação do seu desempenho no mercado, sua retirada e quais os processos de melhoria podem ser implementados nesta última macro-fase (ROZENFELD et al., 2006). A literatura pesquisada mostra que cada autor interpreta o processo de desenvolvimento de produtos por diferentes maneiras. Contudo, observa-se que a maioria das fases se repetem e muitas alteram somente os procedimentos que são adotados. Em se tratando de empresas de pequeno porte, a pesquisa realizada mostrou que essas empresas devem estar cientes do relacionamento forte entre o desempenho de um novo produto e o desempenho organizacional. “As empresas que são boas em desenvolver novos produtos são as que têm os melhores resultados” (SALGADO et al., 2009). Adicionalmente, a análise mostra que as empresas que obtêm êxito em lançamento de seus produtos, são aquelas de maior probabilidade de obter sucesso no novo produto; isso é importante para as pequenas empresas. Além disso, as pequenas empresas precisam conhecer seus concorrentes, ou seja, a orientação ao concorrente está diretamente ligada ao desempenho do novo produto e ao desempenho organizacional. Em outras palavras, as pequenas empresas precisam saber quando e por quais razões os clientes compram os produtos dos concorrentes e o que os atraem aos produtos concorrentes, por isso, utiliza-se uma ferramenta destrutiva de produtos, conhecida por Benchmarking competitivo, desmontando o produto do concorrente e estudando as suas melhores práticas (SALGADO et al., 2009). 4 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 2.2. Benchmarking A empresa Xerox Corporation pioneira na aplicação de Benchmarking, define formalmente que “Benchmarking” são os processos contínuos de medições de produtos, serviços e práticas em relação aos mais fortes concorrentes, ou às empresas conhecidas como líderes em suas indústrias, divididas em duas etapas, as práticas e as métricas. A primeira são os métodos utilizados e a segunda são os efeitos quantificados da instalação das práticas, ficando evidente a necessidade de realizar estas atividades de forma bem mais ampla do que comparar operações internas da empresa, ou apenas preocupar-se em desmontar máquinas ou produtos físicos de concorrentes (ROZENFELD e LUIZ, 2013). O interesse pelo potencial do Benchmarking como modelo de indentificação de oportunidades de aumento da competitividade de uma empresa da década de 70, tendo como marco estudos realizados pela Xerox Corporation, que buscou nessa época conhecer as melhores práticas empresariais japonesas (DAL FORNO et al., 2009). Enquanto o Benchmarking é definido como o padrão de referência, o termo “Benchmarking” representa o processo de comparação. O sucesso do Benchmarking como modelo para alcançar uma vantagem competitiva depende da capacidade da empresa de adaptar criativamente as melhores práticas existentes no mercado, em vez de copiá-las cegamente (CAMP, 1997 apud DAL FORNO et al., 2009). Benchmarking é um processo contínuo de comparação dos produtos, serviços e práticas empresariais entre os mais fortes concorrentes ou empresas reconhecidas como líderes. É um processo de pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas “companhia-a-companhia” para identificar o melhor do melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva (SORIO, 2006). Conforme Spendolini (1993), que apresenta três tipos de Benchmarking: • Interno Definido pelo objetivo de comparar o que acontece dentro da organização, com o propósito de adotar melhorias entre as áreas e melhorando as atividades para que sejam mais eficientes em relação à concorrente. • Funcional Envolve a identificação de produtos, serviços e processos de organizações que podem ser ou não seus concorrentes diretos, focalizando-se em processos de trabalhos excelentes e não nas práticas de negócios da organização ou da indústria. • Competitivo O Benchmarking competitivo merece especial atenção, pois é o tipo aplicável ao estudo de caso apresentado neste artigo, que envolve análises e estudos dos produtos líderes dos concorrentes diretos e tem como objetivo identificar informações específicas sobre os produtos, processos e negócios e posteriormente comparar os resultados entre as próprias organizações. Segundo Bravin (2012), Benchmarking é simplesmente o método sistemático de procurar os melhores processos, as melhores idéias e os melhores procedimentos de operações mais eficazes conduzindo ao desempenho superior, seguindo alguns estágios do Benchmarking, temos: Planejar • Selecionar os melhores processos para avaliar; • Identificar o melhor concorrente; • Identificar Benchmarks. 5 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 Analisar • Comparar organização com seus concorrente; • Catalogar as informações; • Compreender os processos e as medidas de desempenho. Desenvolver • Estabelecer objetivos e padrões do novo nível de desempenho; • Desenvolver planos de ação para atingir metas. Melhorar • Implementar ações específicas e integrá-las aos processos. Revisar • Monitorar os resultados e as melhores práticas copiadas; • Revisar os Benchmarks e as relações com os concorrentes. Segundo Bravin (2012), são muitas as vantagens do Benchmarking que compara as melhores práticas das empresas concorrentes, verificando produtos e serviços das mesmas, com o intuito de fazer melhores do que elas, com o objetivo de: • Otimizar o conhecimento da empresa; • Identificar pontos fortes e fracos da empresa concorrente; • Conhecer melhor o concorrente e consequentemente o mercado; • Trazer novas idéias para a empresa; • Facilitar o processo de mudanças; • Motivar o colaborador; • Inovar métodos por meios de melhorias dos estudos do Benchmarking; • Aprender com as melhores empresas do mercado; • Conviver com líderes especialistas no assunto. Segundo Sorio (2006), a competividade mundial aumentou, obrigando as empresas a um contínuo aprimoramento de seus processos, produtos e serviços, visando a oferecer alta qualidade com baixo custo e assumir uma posição de liderança no mercado onde atua-se, na maioria das vezes o aprimoramento exigido, sobretudo pelos clientes dos processos, produtos e serviços, ultrapassam a capacidade das pessoas envolvidas, por estarem elas presas aos seus próprios paradigmas. A competitividade entre as empresas nos traz a certeza de como fazemos hoje, não poderá ser feito amanhã, temos que aprimorar sempre e não entrar na zona de conforto. Do contrário ficaremos desprovidos de tecnologia e seremos ultrapassados no mercado. O Benchmarking mantém a empresa em um patamar elevado, de modo a competirmos de igual para igual com os líderes do mercado (BRAVIN, 2012). 2.3. Prototipagem Rápida (PR) Tecnologias de prototipagem rápida PR, são processos de fabricação de objetos tridimensionais obtidos diretamente de arquivos de softwares CAD (computer aided designer, ou projeto auxiliado por computador), sem intervenção humana, de outro modo, de posse dos dados geométricos da peça em arquivo eletrônico, e este sido carregado em uma máquina, o protótipo será o resultado do processamento completo deste arquivo sem interrupções (WOOD, 1993 apud LIRA e MAFALDA, 2013). Os mecanismos de PR podem ser classificados através das diversas características disponíveis, podendo ser definidas pelo método de aplicação, material a ser utilizado, custo do 6 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 protótipo, velocidade de fabricação, disponibilidade do tamanho para fabricação, utilização de tecnologias a laser, etc., (GONÇALVES, 2010). Segundo Gonçalves (2010), realizando um estudo das variadas tecnologias de PR disponíveis no mercado, temos: • Estereolitografia (SL ou SLA); • Fabricação de objetos por camadas (LOM); • Sinterização seletiva a laser (SLS); • Cura sólida na base (SGC); • Conformação próxima ao formato final via laser (LENS); • Modelagem por deposição de material fundido (FDM); • Impressão por jacto de tinta (MJT); • Maquinagem de alta velocidade (HSM). São recursos cada vez mais utilizados em diferentes áreas de conhecimento da Engenharia, Matemática, Arquitetura e até mesmo na Medicina, assim, alguns processos que serviam apenas para prototipagem já começam a servir para a fabricação de produtos adequados ao uso em situações práticas (LIRA e MAFALDA, 2013). Essas tecnologias permitem fabricar protótipos com custo e tempo de produção menores que os de processos convencionais e, por isso, torna-se atraente utilizá-las em projetos, como, por exemplo, relacionados a produção de materiais didáticos. Entretanto, a relação custo/benefício é específica para cada tipo de aplicação, como constatam vários estudos (NETTO, 2003 apud LIRA e MAFALDA, 2013). Segundo Pereira (2006), um dos processos pioneiros de prototipagem rápida é o de esteriolítografia (stereolitography apparatus, SLA), surgiu inicialmente em 1987 com a empresa americana 3D Systems, a partir desta tecnologia surgiram muitos outros processos de prototipagens rápidas, dentre eles, a sinterização seletiva a laser (selective laser sintering, SLS), um processo metalúrgico de fusão de pós metálicos ou não metálicos, cuja fonte de calor é um feixe de raios laser. O princípio dessa tecnologia é a sobreposição de camadas de pó que são fundidas para construção do protótipo. Os dados para a composição do projeto são provenientes de fatias de um modelo sólido representado em um sistema CAD, as quais, sobrepostas, irão construir o protótipo. Um rolo espalha uma fina camada de pó termofundível sobre uma superfície e um feixe de raios laser fundindo uma porção de pó em camadas, em um processo contínuo, até que a peça esteja completa. O laser é gerado em um tubo, e o conjunto de lentes ópticas e os espelhos direcionam o foco de laser para a área de trabalho. Um recipiente armazena o material em pó não sinterizado, enquanto um rolo percorre toda sua extensão horizontal espalhando o pó a ser sinterizado no outro recipiente. Os materiais utilizados na prototipagem rápida por SLS são os polímeros, cerâmicas e metais. A Figura 2 ilustra um esquema de um sistema de sinterização seletiva a laser. 7 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 2 – Esquema de um sistema de sinterização seletiva a laser, SLS (adaptado de Pereira,2006). Outra tecnologia frequentemente utilizada é a deposição de material fundido (fused deposition material, FDM), baseado na extrusão de filamentos aquecidos de plásticos. Uma máquina para FDM possui um cabeçote que se movimenta no plano horizontal (XY), enquanto uma plataforma se desloca no sentido vertical (eixo Z). Neste dispositivo existem dois orifícios de saídas, sendo um para o material de construção do protótipo e outro para o material utilizado como suporte para a fabricação de superfícies suspensas. O cabeçote movimenta-se no plano XY enquanto as guias rotativas empurram o fio para o interior da extrusora, onde o material é aquecido, extrudado e depositado de forma a produzir uma camada. Ao final de cada camada a plataforma se desloca para baixo, com uma distância igual à da espessura de camada, em geral aproximadamente 0,25 mm. O cabeçote começa a extrudar novos filamentos para construir uma nova camada sobre a anterior, repetindo este procedimento até formar por completo o objeto 3D. Por meio do processo FDM, pode-se produzir diretamente protótipos coloridos, com uma pequena variedade de cores, e em materiais como acrilonitrila butadieno estireno (ABS), policarbonato (PC), elastômero e cera. A Figura 3 ilustra um esquema simplificado do processo de deposição de material fundido (PEREIRA, 2006). 8 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 3 – Esquema simplificado do processo de deposição de material fundido, FDM (adaptado de Pereira,2006). Outras tecnologias e empresas surgiram durante os últimos anos e muitas não tiveram impacto industrial e desapareceram do mercado, porém, ainda há muito que explorar neste seguimento de prototipagem rápida, por serem tecnologias aplicadas e utilizadas em diversas áreas tais como, automotiva, aeronáutica, marketing, restaurações, educação, paleontologia, engenharia, arquitetura, etc., (CARVALHO, 2013). Segundo Gorni (2001), a prototipagem rápida permite a obtenção de peças com a mesma qualidade da produção em série, conhecida como manufatura rápida. De fato, a prototipagem rápida é o melhor processo de manufatura possível quando se precisam produzir pequenos lotes ou peças com altíssimo nível de detalhes. Apesar do termo rápido associado a esses processos, a construção de alguns protótipos pode levar de 3 a 72 horas, dependendo do tamanho e complexidade do produto. Ainda assim essses processos são bem mais rápidos que os métodos tradicionais, tais como usinagem, que podem levar dias ou até mesmo meses para fabricar o mesmo protótipo (GORNI, 2001). Segundo Gorni (2001), a PR tem inúmeras vantagens, tais como: • Possibilita uma maior velocidade e menor custo na obtenção de protótipos se comparado aos processos tradicionais de usinagem; • Possibilita que as empresas possam desenvolver produtos mais rapidamente (menor time to market) e com menor custo; • Acréscimo na qualidade por meio de uma melhor avaliação do projeto • Permite obter peças físicas acabadas, de modo automático, de qualquer forma e em dimensões finais; 9 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 • Permite fabricar peças com alta complexidade e detalhes que não permitiriam sua obtenção em máquinas convencionais de usinagem; • A execução das peças seriam demoradas ou complexas em centros de usinagens numericamente comandados. A PR é uma tecnologia relativamente recente, que se tem mostrado em fase de amadurecimento, em constante crescimento, não atingindo a maioridade no que diz respeito ao seu ciclo de vida. O que reserva o futuro a esta tecnologia ninguém tem bem a certeza, no entanto, temos uma única opinião, a PR veio pra ficar (GONÇALVES, 2010). 3. Apresentação do Caso 3.1. Método de Pesquisa e Apresentação da Empresa A unidade de investigação selecionada para o estudo de caso único é uma empresa de médio porte situada ao sul de Minas Gerais e atua no mercado de produtos home e office, desenvolvendo produtos de telecomunicações, segurança e network, oferecendo uma diversidade de produtos que são transformados em soluções, aplicadas de norte ao sul do país e América Latina, tendo atualmente mais de 20 anos de tecnologia, desde 1992. A justificativa para a escolha da empresa se deve à mesma possuir uma constante evolução no mercado, conseguindo ampliar a linha de produtos para mais de 300 itens. A empresa situada ao sul de Minas Gerais com o nome fantasia X sempre está buscando inovações e novas tecnologias para atender o mercado. Durante todo este tempo, aprimorar conceitos foi a grande meta da empresa X, esta integração possibilitou o surgimento de novas marcas e novos produtos, que reagiram no mercado com total independência e ousadia, propiciando o estudo de caso. O estudo de caso foi desenvolvido no departamento de desenvolvimento da empresa e o seu modelo de referência PDP são constituídos por três macro-fases, o PréDesenvolvimento, o Desenvolvimento e o Pós-Desenvolvimento, que também são constituídas por suas fases, assim como o modelo de Rozenfeld (2006): • A primeira fase da macro-fase do Pré-Desenvolvimento é definida pela estratégia empresarial, Benchmarking competitivo e a análise de mercado. • A segunda macro-fase Desenvolvimento do Produto, agrupam-se as fases do projeto informacional utilizando o método destrutivo de produto, o projeto conceitual, o projeto detalhado e a validação do produto por meio da prototipagem rápida. • A terceira macro-fase do Pós-Desenvolvimento com as fases de marketing do produto e o lançamento do produto no mercado. Comparando-se o PDP da empresa X objeto de estudo com um modelo de referência da literatura proposto por Rozenfeld et al. (2006), pode-se verificar que, devido ao tamanho da empresa X, várias etapas do modelo de referência PDP são realizadas por um setor ou até mesmo por uma mesma pessoa. A Figura 4 ilustra a imagem do modelo de referência do PDP utilizado no departamento de desenvolvimento da empresa X. 10 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 4 – Modelo de referência do PDP utilizado no departamento de desenvolvimento da Empresa X. Inicializa-se o PDP sob pesquisas de produtos concorrentes, na fase do PréDesenvolvimento do modelo de referência PDP da empresa X, por meio das análises de mercado e devido à necessidade da empresa em lançar um novo produto, beneficiando-se do Benchmarking competitivo e a própria estratégia da empresa priorizando o lançamento de um novo produto alinhados com os objetivos da organização, definindo o melhor produto para o mercado. Uma vez definida as pesquisas dos produtos-chave dos concorrentes, continuam-se os estudos da empresa X no desenvolvimento de um novo produto, seguindo o modelo de referência PDP da empresa X, com a macro-fase do Desenvolvimento do Produto adotado para o estudo de caso deste artigo, obtemos as seguintes fases: Projeto Informacional – Nesta fase compra-se os produtos-chave dos concorrentes realizados nas pesquisas do Pré-Desenvolvimento, e pelo método destrutivo de produto, conhecido como engenharia reversa, realizam-se diversos estudos em cima dos produtos concorrentes, analisam-se as técnicas de encaixes das alavancas, as espessuras das paredes, as ranhuras de sustentações, as torres para fixações e apoios, as partes articuladas e fixas, os materiais utilizados, as pinturas e o tratamento superficial, o acabamento, a ergonomia e a estética do produto, a qualidade do produto, a sua funcionalidade, a complexidade da modelagem, etc., retirando-se todas as informações úteis para o desenvolvimento do novo produto. Projeto Conceitual – Após analisados todos os estudos do projeto informacional referentes aos produtos concorrentes, tem-se como projeto conceitual, apropriar-se das melhores práticas e métodos dos produtos concorrentes, aperfeiçoando todos os estudos realizados anteriormente e aplicando ao produto um novo conceito, nesta etapa de desenvolvimento acontecem mudanças profundas nas fases inicias do projeto, ocorrendo enumeras modificações no desenvolvimento do produto, objetivando superar a concorrência e definir a melhor relação custo benefício para a fabricação do novo produto. Projeto Detalhado – Com base no projeto conceitual visto anteriormente, o produto é modelado tridimensionalmente em software paramétrico CAD, que facilita a visualização, os testes requeridos, bem como suas análises, as futuras alterações no arquivo eletrônico e as demais modificações e revisões conforme o planejado, gerando a partir do modelo 3D as vistas frontal, de topo e lateral esquerda, cotando os pincipais detalhes garantindo as 11 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 geometrias, dimensões e tolerâncias (GD&T) da peça modelada e posteriormente exportando o modelo no formato STL, extensão de arquivo aceita pela máquina de prototipagem rápida. Validação do Produto – Uma vez o projeto detalhado e aprovado pela Diretoria da empresa X, por meio da prototipagem rápida faz-se um protótipo para a validação do projeto, que permite avaliar o físico do modelo tridimensional e todo o dimensional do projeto antes mesmo de confeccionar o molde, podendo ser funcional conforme à sua utilização, minimizando riscos no processo de injeção da peça e os testes necessários durante à sua aplicação, ganhando tempo no desenvolvimento do produto. Importantíssima esta etapa do PDP, pois são feitas muitas alterações no produto em cima das análises no protótipo, podendo até mesmo ser definido um novo conceito para o produto, retomando o projeto conceitual a partir do processo da validação do produto, conforme Figura 4. 3.2. Desenvolvimento do Produto 3.2.1. Projeto Informacional O produto objeto de estudo descrito neste artigo agrupa-se a família de painéis planos 4x2 e 4x4, útil para fixar nas paredes e dar acabamento nas conexões de áudio, tanto residencial, predial, escritórios, etc., podendo ser parafusadas nas caixas de passagens de conduíte ou eletroduto, padrão internacional, e 3x3 com caixa adaptadora que podem ser fixadas nas paredes com a opção de utilizar fiações em canaletas, ou para futuras ampliações, principalmente para meios de comunicações, utilizando-os próprio para o encaixe do conector Keystone que aceita o conector RJ45, útil para telefones. As Figuras 5 e 6 ilustram as imagens dos conectores Keystone e a família de painéis planos 3x3, 4x2 e 4x4, adquiridos das concorrências para a realização dos estudos do projeto informacional, primeira fase do desenvolvimento do produto do modelo de referência PDP utilizado na empresa X, apropriando-se do método destrutivo de produto. FIGURA 5 – Conectores Keystones útil para telefones. FIGURA 6 – Painéis planos 3x3, 4x2 e 4x4 próprio para o encaixe do conector Keystone. 12 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 3.2.2. Projeto Conceitual Analisam-se dos produtos das concorrências, as principais dimensões do compartimento para encaixar o conector Keystone e a sua forma de fixação, o conector Keystone tem uma trava inferior articulada que facilita a fixação, percebe-se também que, após a fixação do painél plano na parede ou na caixa adaptadora, ficam amostras os parafusos de fixação, tendo que adaptar uma chapinha de plástico para tampar o parafuso dando o acabamento, ítem que pode ser melhorado na fase do projeto conceitual, analisa-se que a distância de fixação entre os parafusos são padronizadas, exatamente 83mm, visto que o produto adquirido para estudo não tem furação para ajustar a fixação com os parafusos na parede, considerando que as furações das caixas de conduítes ou eletrodutos para a fixação dos painéis nunca são exatas, com isso, desenvolve-se a fixação inferior com um oblongo na vertical e a fixação superior com um oblongo na horizontal, facilitando a regulagem para o cliente quanto à fixação do painél plano na parede. Para acabamento e estética, projeta-se uma tampa com formas arredondadas e por meio das travas frontais são acoplados na base do painél plano, ocultando todos os detalhes de fixações aparentes e desenha-se uma seta para indicar o sentido da montagem da tampa de acabamento na base do painél plano. 3.2.3. Projeto Detalhado Com base nas informações do projeto informacional e nas informações do projeto conceitual, dando continuidade no modelo de referência PDP da empresa X, na fase do projeto detalhado, inicia-se a modelagem do produto tridimensional em software paramétrico, desenvolvendo uma nova família de painéis planos 4x2 com frente lisa, 1 e 2 encaixes, 4x4 com frente lisa, 2 e 4 encaixes e 3x3 com frente lisa, 1 e 2 encaixes, com caixa adaptadora. As Figuras 7 e 8 ilustram as imagens das bases dos painéis 4x4 e 4x2 e algumas principais dimensões de fixações, a imagem da tampa de acabamento detalhada do painél plano 4x4 e a seta de indicação para a montagem da tampa na base do painel. FIGURA 7 – Bases dos painéis planos 4x4 e 4x2 detalhados com as principais dimensões. 13 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 8 – Tampa para acabamento do painél plano 4x4 detalhada e a seta de indicação para a montagem da tampa na base. As Figuras 9, 10 e 11 ilustram as imagens dos produtos da família de painéis planos 3x3, 4x2 e 4x4 montados com as bases, tampas para acabamentos e os conectores Keystones na vista frontal e na vista isométrica explodida. FIGURA 9 – Painéis planos 4x2, frente lisa, 1 e 2 encaixes e vista isométrica explodida. 14 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 10 – Painéis planos 4x4, frente lisa, 2 e 4 encaixes e vista isométrica explodida. FIGURA 11 - Painéis planos 3x3, frente lisa, 1 e 2 encaixes com caixa adaptadora e vista isométrica explodida. Utilizando alguns recursos da ferramenta de fotorealismo do software de modelagem, com a possibilidade de aproximar o modelo virtual o mais próximo da realidade, renderiza-se o desenho com as configurações de materiais, luzes, sombras e ambientes que facilitam à visualização do produto acabado, considerando o mais crítico o painel modular plano 4x4 com 4 encaixes, gera-se a imagem de fotorealismo conforme Figura 12. FIGURA 12 – Fotorealismo do painel modular 4x4 com 4 encaixes. 15 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 3.2.4. Validação do Produto Na validação do produto, última fase da macro-fase de Desenvolvimento do Produto do modelo de referência PDP da empresa X, apropriando-se da tecnologia da prototipagem rápida, especificamente a Sinterização Seletiva a Laser, utilizando a extensão STL necessária para a leitura do modelo tridimensional específica da máquina de impressão 3D, de propriedade de uma empresa B situada ao sul de Minas Gerais, enviam-se os arquivos eletrônicos para a confecção dos protótipos, tomando como base o mais crítico, o painel modular plano 4x4 com 4 encaixes, geram-se os modelos físicos funcionais, viabilizando a validação do projeto, a estética e as análises de todos os encaixes da tampa de acabamento do painel modular plano com a própria base e os encaixes dos conectores Keystones (RJ45). A Figura 13 e 14 ilustra as imagens dos protótipos confeccionado na tecnologia SLS. FIGURA 13 – Figura do protótipo da tampa de acabamento e o painel plano 4x4 com 4 encaixes. FIGURA 14 – Protótipo do painel plano 4x4 montado com a tampa e conectores. Observa-se que detalhes do desenho da tampa de acabamento precisavam ser revisadas, principalmente os encaixes de fixação, porém, não apenas estes detalhes nos chamou à atenção, através das discussões por meio de reuniões, estando com os protótipos em mãos, vimos que pela necessidade do mercado, estratégia da empresa e as pesquisas realizadas de marketing, surgiu um novo desafio, buscando elaborar um produto que apresentasse vantagens competitivas em relações aos concorrentes em quesitos como preço, 16 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 desempenho e aparência, revisando todos os conceitos dos projetos dos painéis planos 3x3, 4x2 e 4x4 desenvolvidos anteriormente, objetivando ampliar a gama de utilidade do produto e utilizando-os com adaptações para diversos outros conectores bem requisitados no mercado e não só apenas para os conectores Keystones (RJ45), adicionando as conexões conforme as suas próprias necessidades, variando inúmeras combinações com possibilidades de futuras alterações, montando os painéis planos na forma que precisarem, utilizando as bases padrões dos paineis planos 3x3, 4x2, com frente lisa, 1 e 2 encaixes para os conectores, e o 4x4 com frente lisa, 2 e 4 encaixes para os conectores, todos para aceitar os novos conectores 623K (RJ11), também útil para telefones e os conectores da família BNC, SMA, UHF, etc., útil para transmissão de audio e vídeo, todos com uma tampa independente de fácil encaixe, recobrindo detalhes aparentes e parafusos de fixações, visando a montagem final com um efeito estético, discreto e diferenciado, sendo considerado como o acabamento do painel modular plano. 3.3. Desafio do Estudo de Caso 3.3.1. Projeto Conceitual Para que este sistema de multifuncionalidade adaptasse os demais conectores, seria preciso desenvolver várias bases dos painéis planos de cada tamanho, 3x3, 4x2 e 4x4, com berços para cada conector em questão, dificultando muito as fases dos projetos, encarecendo o produto final e restringindo as opções e alternativas dos módulos dos painéis planos para os clientes, sendo mais prático desenvolver uma base do painel plano 3x3, 4x2 e 4x4 de cada tamanho, e quatros dispositivos diferentes que acoplassem às bases dos painéis planos, adaptando-os por módulos e fazendo as combinações das faces desejadas, um dispositivo para cada tipo de conectores, conforme o Quadro1. QUADRO 1 – Conectores e as possíveis configurações dos 4 dispositivos a serem projetados. Fonte: (Elaborada pelo autor, 2013) Analisa-se novamente a proposta de projetar quatros dispositivos para atender as configurações do Quadro1 vista anteriormente e acoplassem as bases dos painéis modulares, 17 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 revendo a fase do projeto conceitual visando a otimização dos dispositivos para à aceitação dos conectores, reduzindo-os em apenas dois dispositivos, sendo um dispositivo com encaixe para adaptar o conector Keystone (RJ45) ou o conector 623K (RJ11), e o outro dispositivo com frente fechada, para fazer a versão lisa, e uma marcação rebaixada redonda com a mesma medida dos conectores BNC, SMA, UHF, etc., que possa ser rompido e adaptar para a utilização de um dos conectores mencionados acima, completando todas as versões dos painéis modulares, conforme o Quadro 2 e a Figura 15. QUADRO 2 – Conectores e as possíveis configurações dos 2 dispositivos a serem projetados. Fonte: (Elaborada pelo autor, 2013) FIGURA 15 – Conectores agrupados para projetar os 2 dispositivos . 3.3.2. Projeto Detalhado O maior desafio neste estudo de caso foi projetar um dispositivo único que adaptasse o conector Keystone (RJ45) e o conector 623K (RJ11), com o objetivo de reduzir as cavidades de injeção da matriz do molde, injetando um dispositivo que acomodasse os dois conectores, com base nestes dados alguns critérios importantes foram definidos e analisados para o desenvolvimento deste dispositivo, já que os conectores não têm as mesmas dimensões de encaixes e fixações, definem-se as dimensões de cada conector individualmente, analisam-se todos os pontos em comum de fixações, medem-se suas principais distâncias e a partir destes 18 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 dados começa-se a modelagem tridimensional de um dispositivo único para aceitar o conector 623K (RJ11) e o conector Keystone (RJ45). As Figuras 16 e 17 mostram as diferentes medidas dos conectores 623K (RJ11) e Keystone (RJ45). FIGURA 16 – Principais dimensões do conector 623K e o conector Keystone (modelo tridimensional). FIGURA 17 – Principais medidas do conector Keystone e o conector 623k (modelo detalhado). O dispositivo único foi modelado para a dimensão do conector Keystone (RJ45) e adaptado para a dimensão do concetor 623K (RJ11), levando em consideração algumas diferenças de detalhes das paredes, ressaltos e chanfro de 45° conforme a Figura 17, possibilitando a aceitação de ambos os concetores. A Figura 18 ilustra a imagem do dispositivo explodido e os conectores encaixados. FIGURA 18 – Dispositivo único para acomodar o conector Keystone e o conector 623k. 19 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 Considerando que para a adaptação do conector 623K precisou-se da utilização de um parafuso arruela m3 para a fixação, utilizado também para travar o terminal da fiação de ligação do conector, e para o segundo dispositivo indicado no Quadro 2, foi feita uma frente fechada com face lisa e uma marcação redonda, rebaixada com espessura de 0,7 milímetros de parede facilitando o rompimento quando necessário, com a mesma medida dos conectores BNC, SMA, RCA, UHF, etc., visto que quase todas as dimensões dos conectores são parecidas por aceitarem o terminal coaxial, de formato cilindríco e diâmetros poucos variáveis, conforme a Figura 19 e 20. FIGURA 19 – Principais medidas do conector BNC ligação coaxial. FIGURA 20 – Dispositivo único para acomodar os conectores BNC, SMA, RCA, UHF, etc., e a face lisa. Devido as alterações do projeto conceitual, com o produto todo revisado e totalmente remodelado, ficaram-se visíveis as quantidades de peças que foram reduzidas para as confecções dos moldes, de 9 bases de painéis planos foram reduzidas para 3 bases, sabendo que estes produtos são injetados e cada modelo tem uma cavidade no molde e as matrizes dos moldes são caríssimas, evidentemente a empresa X deixou de gastar um valor considerável não mencionado neste trabalho de conclusão de curso, pois não foram realizados os orçamentos dos moldes dos projetos anteriores, tendo como objetivo maior aumentar a variedade de produtos por meio dos dispositivos intercambiáveis adaptados para aceitar diversos conectores, conforme a Figura 21. 20 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 21 – Modelos do primeiro estudo dos painéis planos, dispositivos adaptadores e o novo conceito de painéis modulares planos. A Figura 22 apresenta os novos modelos dos produtos de painéis planos modulares desenvolvidos a partir da revisão do projeto conceitual descrito neste artigo, nas vistas explodidas. FIGURA 22 – Vistas explodidas dos novos modelos dos painéis planos modulares 3x3, 4x2 e 4x4. 21 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 3.3.3. Validação do Produto Continua-se o estudo de caso proposto neste artigo, comparando custos/benefícios de duas tecnologias de prototipagem rápida, a partir do projeto em estudo modelado tridimensionalmente em software CAD, foi exportado em extensão STL e encaminhado a duas empresas situadas no sul de Minas Gerais, a primeira empresa B usando o processo SLS e a segunda empresa C utilizando o processo FDM. Foram comparados os preços entre os processos, materiais a serem utilizados para a prototipagem, custos e prazos de entregas dos protótipos, e posteriormente contratados serviços da empresa que ofereceu o melhor custo/benefício, conforme o Quadro 3. QUADRO 3 – Comparação entre tecnologias de prototipagens SLS e FDM. Fonte: (Elaborada pelo autor, 2013) O Quadro 3 apresenta valores muitos diferentes entre os custos dos protótipos, uma diferença de entrega de 13 dias, opções de impressão multicolor (homogênea), sem a necessidade de cura do protótipo e utilizando um material ABS, mais próximo do material definido para o produto em estudo, fatores que deixaram a proposta da empresa C a mais atrativa e por meio da tecnologia de prototipagem rápida FDM foram confeccionados protótipos de um dos novos modelos de painéis modulares planos utilizados para testes e avaliação de aspectos funcionais, tomando como base o painel modular plano 4x2, a tampa de acabamento e os dispositivos adaptadores. Neste tipo de aplicação, o foco principal foi verificar por meio dos protótipos dos dispositivos adaptadores e os diversos conectores, se os ajustes e o desempenho das funções dos componentes são aceitáveis para o produto final, e a mobilidade dos encaixes entre os dispositivos adaptadores e o painel modular plano. A Figura 23 e 24 ilustram as imagens dos protótipos do painel modular plano 4x2 e os dispositivos adaptadores confeccionados na tecnologia de prototipagem FDM. 22 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 23 – Protótipos do painel modular plano 4x2 e os dispositivos adaptadores. FIGURA 24 – Protótipos montado do painel modular plano 4x2 e os dispositivos adaptadores com os conectores Keystone e BNC. 4. Comparação das Tecnologias de Prototipagens SLS e FDM Ressalta-se que a tecnologia de prototipagem FDM não tem um acabamento superficial adequado para apresentação estética do produto, deixando rastros da passagem da deposição do material no produto, como abordado no referencial teórico, o extrudado depositado sobre o modelo produz uma camada sobre a outra com aproximadamente 0,25 mm, visto que sempre ficam lacunas entre as camadas sobrepostas de filamento e mesmo entre os filamentos de uma mesma camada. Importante também ressaltar que o material ABS utilizado para o processo de prototipagem FDM não favoreceu os testes esperados, deixando 23 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 o protótipo dúctil, quebrando facilmente as travas que analisadas em softwares paramétricos eram para ceder com facilidade, por essas razões, não foram realizados alguns testes de encaixes, mas aproveitamos os protótipos para avaliar outras dimensões e a realização de pequenas modificações. Seja qual for o material utilizado na prototipagem ou a simplicidade do modelo, é necessário ter pessoas com grande habilidade para operar máquinas de impressão 3D, fatores que influenciam diretamente no protótipo (LIRA e MAFALDA, 2013). Faz-se uma análise do protótipo do painél modular plano 4x4 com 4 encaixes, produzido anteriormente, pelo método SLS confeccionado com o material PA2200 SG20 Polyamide/glass-fill 20%, conforme indicado pelo processo e que, após a cura em forno apropriado por um período de uma hora, apresentou-se boas características mecânicas como dureza, módulo de flexão e resistência ao impacto, porém, o tempo total de construção do protótipo pelo processo SLS é bem maior do que o processo FDM. A Figura 25 ilustra claramente a evolução da ideia do projeto aplicado a este artigo, a comparação das diferenças entre os dois protótipos confeccionados em tecnologia de prototipagem rápida SLS e FDM, o acabamento superfícial, as cores impressas nos protótipos e demais detalhes dos produtos. FIGURA 25 – Comparação das tecnologias de prototipagem SLS e FDM. Ambos os protótipos construídos com os processos SLS e FDM atenderam às necessidades especificadas durante as fases de projeto, e a escolha de um processo adequado de prototipagem rápida para fabricar o modelo de um produto ainda deve basear-se em diferentes dados de projetos, tais como geometrias, características funcionais, desempenho esperado e materiais utilizados. A Figura 26 ilustra a comparação dos protótipos com os conectores instalados, sendo os protótipos funcionais. 24 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 FIGURA 26 – Comparação das tecnologias de prototipagem SLS e FDM. 5. Considerações Finais O objetivo deste trabalho de conclusão de curso foi desenvolver painéis planos modulares 3x3, 4x2 e 4x4 utilizando o Benchmarking competitivo fazendo comparações entre produtos concorrentes, com métodos destrutivos, com o intuito de desenvolver produtos melhores do que as empresas concorrentes, na verdade, o departamento de pesquisa e desenvolvimento da empresa X objeto de estudo deste artigo, estudou o “por que?” dos concorrentes obterem tanta eficiência em seus produtos e serviços, sendo praticamente aproveitando a experiência que o concorrente possui, trazendo para dentro do departamento da empresa X este conhecimento, podendo desenvolver uma variedade de produtos dos concorrentes fazendo melhor do que os concorrentes. 25 Trabalho de Conclusão de Curso Engenharia de Produção 2013 6. Conclusão Conclui-se que pela necessidade do mercado, estratégia da empresa e as pesquisas realizadas de Marketing, apresenta-se viável desenvolver um produto apropriando-se do Benchmarking competitivo utilizando os métodos destrutivos de produtos concorrentes, onde analisam-se detalhes relevantes dos produtos e posteriormente aplicam-se às devidas melhorias ao produto, e a utilização do processo de prototipagem rápida permiti à eliminação de dúvidas no projeto, minizando riscos no processo de injeção da peça e propiciando nas decisões relacionadas às alterações do produto, reduzindo o tempo e os custos de desenvolvimento de produtos, entretanto, a escolha de um processo de prototipagem deve observar cuidados que começam na fase do projeto detalhado com o modelamento geométrico, cuidados que vão desde o estudo de viabilidade para produzir o protótipo até a posição mais apropriada para a fabricação da peça. 7. Proposta Futura Os produtos do estudo de caso deste trabalho de conclusão de curso não foram manufaturados, permitindo abertura de uma proposta futura para elaborar um plano de produção, acompanhar o lançamento do produto no mercado, visualizando o seu ciclo de vida e descontinuar o produto ou revisar o produto conforme a tecnologia atual do mercado. Propondo para o departamento de desenvolvimento da empresa X,“Know How”, no modelo de referência PDP, utilizando toda a prática do Benchmarking competitivo com os métodos destrutivos de produtos concorrentes, apropriando-se da tecnologia de prototipagem rápida para à validação dos modelos geométricos, utilizando os recursos próprios da empresa para a fabricação de vários produtos de utilização no mercado, aprimorando o conceito de desenvolver um certo produto para construir o produto certo. 8. Referências Bibliográficas AGUIAR, A.; ROZENFELD, H. Organização para desenvolvimento de produtos, 2013. 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