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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ÓSSEA DE POEDEIRAS COMERCIAIS EM 1° CICLO, SUBMETIDAS A DIETAS CONTENDO MINERAIS INORGÂNICOS E ORGÂNICOS E DUAS GRANULOMETRIAS DE CALCÁRIO Marcio Gleice Mateus Alves 1,2, Silvana Cavalcante Bastos-Leite4, Joanatha Vidal Gomes 1,2, Yara Arruda Magalhães1, Vanesa Kesley Silva Nascimento1, Rômulo Melo Mesquita 1,3, Thays Paulina Martins 1,3, Cláudia de Castro Goulart 4 (1) Discente do Curso de Zootecnia, da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA/CCAB, Sobral - CE. (2) Bolsista do Programa Bolsa Universidade - PBU/UVA. E-mail:
[email protected] (3) Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC/CNPq. (4) Professora do Curso de Zootecnia, da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA/CCAB, Sobral – CE.
Resumo: Objetivou-se com esse experimento avaliar a qualidade óssea de poedeiras comerciais leves em 1° ciclo, alimentadas com premixes minerais inorgânicos e orgânicos e duas granulometrias de calcário. Foram utilizadas 180 aves leves da linhagem Hy-Line White, de 38 semanas de idade. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em um esquema fatorial 2 X 2 (duas fontes de minerais e duas granulometrias do calcário), com quatro tratamentos e cinco repetições. O experimento teve duração de 112 dias, dividido em quatro ciclos. Os tratamentos aplicados: T1= minerais inorgânicos + 100% de calcário fino; T2= minerais inorgânicos + 50% de calcário fino + 50% de calcário grosso; T3= minerais orgânicos + 100% de calcário fino e T4= minerais orgânicos + 50% de calcário fino + 50% de calcário grosso. Não foi observada interação significativa entre os fatores estudados para nenhuma das variáveis avaliadas. Da mesma forma, não houve efeito significativo dos tipos de suplemento mineral nem das fontes de cálcio sobre as variáveis: índice de Seedor, resistência óssea, deformidade óssea e matéria mineral. Concluiu-se que o uso de minerais inorgânicos ou orgânicos e a associação destes a duas granulometrias de calcário não afetam a qualidade óssea de poedeiras comerciais, com base nos parâmetros estudados. Palavras–chave: aves de postura, características ósseas, composição mineral, nutrição EVALUATION OF BONE QUALITY OF LAYER HENS IN FIRST CYCLE, SUBJECTED TO DIETS CONTAINING INORGANIC AND ORGANIC MINERALS AND LIMESTONE WITH TWO PARTICLE SIZES Abstract: This experiment had as objective to evaluate bone quality of laying hens in their first cycle, and fed inorganic and organic mineral as well as limestone. A total of 180 light Hy-Line white hens with 38 weeks of age were used. The experimental design was a completely randomized in a 2x2 factorial (two sources of minerals and two particle sizes of limestone), with five replications. The experimental period had 112 days and was divided into four cycles. The treatments were: T1 = inorganic minerals + 100% fine limestone; T2 = inorganic minerals + 50% fine limestone + 50% coarse limestone; T3 = 100% organic minerals + 100% fine limestone; T4 = 100% organic minerals + 50% thin limestone + 50% coarse limestone. No significant interaction was observed between studied factors for any evaluated variables. Likewise, no significant effect of mineral supplements and sources of calcium was found in the following variables: Seedor index, bone strength, bone deformity and mineral matter. It was concluded that the use of inorganic or organic minerals and their association to both limestone particle sizes do not affect bone quality of commercial laying hens, based on the studied parameters. Keywords: laying hens, bone characteristics, mineral composition, nutrition Introdução
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Os minerais possuem um importante papel na nutrição de aves comerciais, o desbalanço destes impossibilita a demonstração do máximo desempenho zootécnico destes animais. Nos dias atuais encontram-se disponíveis na indústria de nutrição, minerais nas formas orgânica e inorgânica. Segundo Bavaresco et al (2010), os premixes orgânicos possuem custos mais elevados, mas promovem uma melhoria no desempenho, pois otimizam a absorção, retenção e a utilização dos alimentos oferecidos quando comparado com os elementos inorgânicos. Além disso, os minerais orgânicos proporcionam uma maior biodisponibilidade, pois são conduzidos mais facilmente e armazenados por mais tempo do que os minerais inorgânicos. Sendo o cálcio o principal componente na formação das cascas dos ovos, a fonte e os níveis utilizados nas dietas podem afetar sobremaneira a qualidade destas. As fontes de cálcio possuem grande variação quanto ao tamanho da partícula e à solubilidade, portanto, tornam-se necessárias pesquisas nesta área no intuito de melhorar a qualidade dos ovos e dos ossos das aves. As recentes pesquisas sobre a densidade mineral óssea das aves são de grande relevância para a produção avícola de forma especial para o segmento de postura. As técnicas utilizadas auxiliam na compreensão e avaliação do processo de mineralização óssea. A densidade mineral dos ossos pode ser avaliada através de várias técnicas, tais como: composição mineral dos ossos, resistência óssea e índice de Seedor (Almeida Paz et al.,2009). Diante do exposto, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar a qualidade óssea de poedeiras em 1° ciclo, alimentadas com premixes minerais inorgânicos e orgânicos e duas granulometrias de calcário. Material e Métodos O estudo foi conduzido na Fazenda Experimental Vale do Acaraú (FAEX), Sobral-CE, durante quatro ciclos produtivos de 28 dias, correspondendo a 112 dias experimentais. Utilizaram-se 180 aves leves da linhagem Hy-Line White, de 38 semanas de idade. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em um esquema fatorial 2 X 2 (duas fontes de minerais e duas granulometrias do calcário), com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos aplicados estão descritos a seguir: T1= minerais inorgânicos + 100% de calcário fino; T2= minerais inorgânicos + 50% de calcário fino + 50% de calcário grosso; T3= minerais orgânicos + 100% de calcário fino e T4= minerais orgânicos + 50% de calcário fino + 50% de calcário grosso. O premix com minerais inorgânicos utilizados continha sulfato de zinco, sulfato de cobre e monóxido de manganês, fornecendo 12,15g de Zn, 2500mg de Cu e 18,75g de Mn por quilograma do produto, respectivamente. O premix orgânico utilizado no experimento continha além dos minerais inorgânicos os minerais quelatados o zinco (Zn aminoácido quelato), o cobre (Cu aminoácido quelato) e o manganês (Mn aminoácido quelato), fornecendo o mínimo de 25g, 2500mg e 30g por quilograma do produto, respectivamente. No final do experimento foi sorteada uma ave por repetição, totalizando 20, estas foram identificadas, encaminhadas ao abatedouro e sacrificadas por deslocamento cervical. Após o sacrifício, foram retiradas coxas e sobrecoxas, que foram congeladas em freezer a -20°C, onde permaneceram até o momento da desossa. Para análise da qualidade óssea foram utilizadas apenas as tíbias direitas das aves, As variáveis estudadas foram o índice de Seedor, resistência óssea, deformidade óssea e matéria mineral. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%, utilizando o pacote estatístico SAS. Resultados e Discussão Não foi observada interação significativa entre os fatores estudados para nenhuma das variáveis avaliadas. Da mesma forma, não houve efeito significativo dos tipos de suplemento mineral nem das fontes de cálcio sobre as variáveis: índice de Seedor, resistência óssea, deformidade óssea e matéria mineral (Tabela 1).
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Tabela 1. Médias das características ósseas de poedeiras submetidas a dietas com minerais inorgânicos ou orgânicos e duas granulometrias do calcário. Tratamentos Índice de Resistência Deformidade óssea Matéria Seedor óssea Mineral Inorgânico 63,14 5,56 2,62 48.71 Orgânico 61,42 5,75 2,88 49.57 Fino Fino+Grosso Probabilidade Mineral Calcário Mineral*Calcário C.V. (%)
62,72 61,85
5,59 5,73
2,72 2,77
49.41 48.86
0,4438 0,6951 0,0524 7,86
0,6888 0,7635 0,8411 19,16
0,2558 0,8558 0,7845 16,89
0.4805 0.6540 0.1476 4.85
CV= coeficiente de variação
O teor de matéria mineral das tíbias não foi influenciado (P>0,05) pelos tratamentos. Resultados semelhantes a estes foram relatados por Brito et al. (2006), que avaliaram tíbias de frangas de postura com 12 semanas de idade e não observaram efeito significativo da suplementação inorgânica e orgânica sobre o teor de cinza dos ossos. Oliveira (2012) avaliando a qualidade óssea de poedeiras comerciais submetidas à cinco níveis de inclusão de calcário grosso nas dietas e dois tipos de iluminação, relataram que não houve efeito significativo desses tratamentos sobre o índice de Seedor e a matéria mineral. Entretanto, a deformidade e a resistência à quebra das tíbias foram influenciadas significativamente pela mudança da granulometria da fonte de cálcio. Esses resultados diferem parcialmente dos encontrados na presente pesquisa. Conclusões O uso de minerais inorgânicos ou orgânicos e a associação destes a duas granulometrias de calcário não afetam a qualidade óssea de poedeiras comerciais, com base nos parâmetros estudados. Agradecimentos A Deus e a Tecnavic pelo fornecimento de produtos para realização deste experimento. Literatura citada ALMEIDA PAZ, I. C. L.; MENDES, A. A.; BALOG, A.; KOMIYAMA, C. M.; TAKAHASHI, S. E.;ALMEIDA, I. C. L.;GARCIA, E. A.; VULCANO, L. C.;BALLARIN, A. W.;SILVA, M. C. e CARDOSO, K. F. G. Efeito do cálcio na qualidade óssea e de ovos de poedeiras. Arch. Zootec. 58 (222): 173-183. 2009. BAVARESCO, C.; MANZKE, N. E.; BOSCHINI, C.; SANTOS, V. L.; ZANUSSO, J. T. Minerais orgânicos na dieta de poedeiras semipesadas sobre o desempenho produtivo. In: XIX CIC/XII ENPOS – MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 2010.p 01. BRITO J.A.G, BERTECHINI A.G, FASSANI E.J, RODRIGUES P.B, FREITAS R.T.F. Uso de microminerais sob a forma de complexo orgânico em rações para frangas de reposição no período de 7 a 12 semanas de idade. Revista Brasileira de Zootecnia 2006; 35(4):1342-1348. OLIVEIRA, A. N. Granulometria do calcário e luz artificial para poedeiras comerciais no segundo ciclo de postura. 2012, p 25-26. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza – CE.
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