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Avaliação Da Produtividade Com Diferentes épocas De Adubação Nitrogenada Em...

O trabalho teve como objetivo avaliar a aplicação de adubação nitrogenada em diferentes épocas em plantio direto na cultura do feijão

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FACULDADES INTEGRADAS DA TERRA DE BRASÍLIA CURSO DE AGRONOMIA OLAIANA COSTA DE OLIVEIRA GOMES AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE COM DIFERENTES ÉPOCAS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM COBERTURA NA CULTURA DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) ORIENTADOR: MSc. ROGÉRIO NOVAIS TEIXEIRA RECANTO DAS EMAS - DF 2007 FACULDADES INTEGRADAS DA TERRA DE BRASÍLIA CURSO DE AGRONOMIA OLAIANA COSTA DE OLIVEIRA GOMES AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE COM DIFERENTES ÉPOCAS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM COBERTURA NA CULTURA DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado às Faculdades Integradas da Terra de Brasília como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Agronomia. ORIENTADOR: MSc. ROGÉRIO NOVAIS TEIXEIRA RECANTO DAS EMAS - DF 2007 OLAIANA COSTA DE OLIVEIRA GOMES AVALIAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA EM DIFERENTES ÉPOCAS NA CULTURA DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) Comissão examinadora constituída por: ___________________________________________ MSc. ROGÉRIO NOVAIS TEIXEIRA EMBRAPA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA (ORIENTADOR) ___________________________________________ Dr. FÁBIO DE LIMA GURGEL FTB - FACULDADES INTEGRADAS DA TERRA DE BRASÍLIA (EXAMINADOR) RECANTO DAS EMAS, DF, DEZEMBRO 2007 Gomes, Olaiana Costa de Oliveira. AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE COM DIFERENTES ÉPOCAS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM COBERTURA NA CULTURA DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) Olaiana Costa de Oliveira Gomes, Brasília, DF, 2007. p. 46 Ilustradas Orientador: MSc. Rogério Novais Teixeira Trabalho de Conclusão de Curso. (Agronomia). Faculdades Integradas da Terra de Brasília. Dedico a Deus e a todos os familiares e amigos que me incentivaram em especial aos meus pais Olavo Gomes e Wagna Maria, que são os responsáveis pelos ensinamentos durante todos esses anos, pela luta e objetivo alcançado. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por estar guiando meu caminho em mais uma etapa da minha vida, e pelas oportunidades concedidas. Aos meus pais e irmãos, pelo apoio e dedicação, e por estarem ao meu lado em todos momentos. A todos aqueles que me apoiaram durante esse ano, na Embrapa Transferência de Tecnologia, e por trilharmos essas etapas juntas. Ao MSc. Rogério Novais Teixeira (orientador) pela atenção e disposição em me ajudar em todos os momentos possíveis. A todos os professores pela paciência, em especial ao professor Fábio de Lima Gurgel (examinador) pela oportunidade de avaliar esse trabalho. Aos meus amigos de faculdade que me apoiaram durante todos esses anos, em especial Ana Carolina, Ítalo Miranda, Nancy Santos, Pedro Paulo e Rubens Cardoso, pelos momentos de alegria e incentivo perante essa caminhada. “Com grandes poderes vem grandes responsabilidades”. (Autor desconhecido) RESUMO O feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), da família Fabaceae no qual pertence a uma vasta gamas de espécies compreendem em torno de 55 espécies. Sendo uma planta com sistema radicular bastante delicado, com sua maior parte concentrada nas camadas superficiais do solo. Em especial deve-se dar atenção na dinâmica de nutrientes, principalmente do N (nitrogênio), pois é essencial à planta e sua carência é observada em quase todos os solos, onde sua escassez interfere em sua produtividade. Tendo em vista o sucesso na produção, é necessário respeitar a dose aplicada e a época de aplicação do nitrogênio. As aplicações em parcelamento e em cobertura se tornaram viáveis e efetivos. O trabalho foi realizado em um Latossolo vermelho, em Brasília (DF) e teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes épocas de adubação nitrogenada em cobertura com sulfato de amônio. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, com cinco repetições constituídos de nove épocas de aplicação (15, 16, 20, 24, 25, 30, 32, 35, 40 dae). A aplicação de nitrogênio em cobertura, aos 20 e 30 dias após emergência, proporcionou acréscimos nos componentes de produção, acarretando aumento da produtividade do feijoeiro. Palavras-chaves: Feijão (Phaseolus vulgaris L.), época de aplicação, produtividade. ABSTRACT The bean (Phaseolus vulgaris L.), from the family Fabaceae in which belongs to vast ranges as of breeds it comprises averagely 55 breeds. Being a plant along system root pretty delicated, along your majority concentrate at the coats amateurish from the earth, ground, soil, land. Well into private must - in case that he shall give alertness at the dynamic as of nutrients, chiefly from the N (nitrogen), on this account it is essential that at the plant and your need is observed by nearly all of soils, where your dearth interferes well into your capacity. In view of the hit in the production, it is necessary abide the one dose diligent and the one time as of application from the nitrogen. The applications well into particle and on coverage in case that have become viable and stable. The labour he went paid-up well into um Latossolo red, well into Brasília (DF) and he had as a object access the effect as of different times as of fertilization nitrogen well into coverage along sulfate as of ammonio. The tracing experimental he went entirely at random, along five reduplications elements as of nine times as of application (15, 16, 20, 24, 25, 30, 32, 35,40 DAE). The application as of nitrogen well into coverage, to the 20 and 30 days after contingency, provided accretions at the components as of crop carry augmentation from the capacity from the bean. key words: Bean (Phaseolus vulgaris L.), times as of application , production. . SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................12 2 A CULTURA DO FEIJOEIRO .................................................15 2.1 HISTÓRICO.........................................................................................15 2.2 A PLANTA DO FEIJOEIRO..................................................................16 2.3 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO..........................19 2.4 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS...............................................20 2.5 IMPORTÂNCIA....................................................................................24 2.6 PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO.................................................25 3 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................34 4.1 EFEITOS SOBRE A PRODUTIVIDADE..............................................34 4.2 EFEITOS SOBRE O NÚMERO DE VAGENS......................................36 4.3 ESTRATIFICAÇÃO EM PENEIRAS.....................................................37 5 CONCLUSÃO..........................................................................42 6 REFERÊNCIAS........................................................................43 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Escala fenológica do feijoeiro com proposta por Gepts e Fernandez (1982)..... .........................................................................................................................................20 Tabela 2. Características químicas iniciais das amostras do solo nas respectivas camadas de profundidade 0-10cm, 10-20cm e 20-30cm................................................29 Tabela 3. Corresponde a época de aplicação e doses utilizadas de sulfato de amônio em cobertura...................................................................................................................30 Tabela 4. Lâminas de água nos respectivos estádios fenológicos.................................31 Tabela 5. Concentrações aproximadas de micronutrientes em folhas maduras............35 Tabela 6. Épocas de aplicação da adubação de cobertura, com seus respectivos tratamentos......................................................................................................................36 Tabela 7. Número de vagens da cultura do feijoeiro......................................................36 Tabela 8. Estratificação em peneiras de diâmetro oblongo e seus coeficientes............37 Tabela 9. Rendimento da cultura do feijoeiro.........................................................................38 Tabela 10. Teor de nitrogênio (N) nas folhas da cultura do feijoeiro..............................41 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Estabelecimento da cultura............................................................................29 Figura 2. Delimitação das parcelas...............................................................................31 Figura 3. Início da floração............................................................................................32 Figura 4. Início da maturação fisiológica.......................................................................33 Figura 5. Recolhimento das parcelas............................................................................33 Figura 6. Secagem na quadra.......................................................................................33 Figura 7. Grãos pesados e determinados sua umidade................................................33 Figura 8. Número de vagens.........................................................................................35 Figura 9. Tamanho dos grãos.......................................................................................37 Figura 10. Raízes das plantas com nódulos e sem nódulos.........................................41 12 1 INTRODUÇÃO A cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) constitui um dos alimentos básicos da população brasileira, sendo a principal fonte de proteína para a grande maioria, devido a sua importância na dieta brasileira. Cerca de 55 milhões de hectares são plantados anualmente, com uma produção anual de 3,3 milhões de tonelada (IBGE, 2000). O seu cultivo está concentrado nos trópicos e subtrópicos da América Latina, na África, região ao sul do Saara, na América do Norte, na Europa e na Ásia e África do Norte (Singh, 1988). O feijoeiro é uma planta herbácea anual, de caule ereto ou trepador, sementes pequenas ou graúdas e cores variadas. Com essas características, necessitam de cuidados especiais em sua produção devido aos solos brasileiros terem carência em sua fertilidade principalmente no nutriente essencial como o nitrogênio (N), pois limitam seu crescimento prejudicando em sua produtividade (Fancelli, 1987). Muitos trabalhos de pesquisas publicados sobre adubação do feijoeiro demonstram que depois do fósforo (P), a resposta dessa cultura à aplicação de fertilizantes nitrogenados é mais alta comparada a outros nutrientes. Segundo Delouche (1981), para se obter sementes de alta qualidade é indispensável à realização de adubação mineral adequada. Levando em consideração que são necessários sistemas de produção menos impactantes ao ambiente como o plantio direto, devido haver intensa imobilização do nitrogênio durante a decomposição dos resíduos vegetais deixados na superfície do solo pela cultura antecedente. Esse favorece para que não ocorram perdas por lixiviação, que podem representar riscos ao ambiente pela contaminação de mananciais de água. 13 A utilização da adubação nitrogenada na cultura do feijão, apesar de prática comum entre os agricultores, é variável no que diz respeito às doses empregadas na semeadura e em cobertura. Nos últimos anos diversos pesquisadores têm-se preocupado em estudar os efeitos de doses, parcelamentos, épocas e modo de aplicação de fertilizantes nitrogenados para o feijoeiro e seus reflexos na produtividade. Por ser um nutriente que apresenta grande dinâmica no sistema solo - planta, o manejo adequado do nitrogênio é tido como um dos mais difíceis, sendo essencial para a obtenção de altas produtividades e que esse nutriente seja colocado à disposição da planta em tempo e local adequado. A aplicação desse nos solos pode resultar em baixa freqüência de resposta pela cultura do feijão (Ambrosano, 1996). Para Carvalho (2000), o N pode influenciar na qualidade fisiológica das sementes, mas seus efeitos variam com as condições ambientais e o estádio de desenvolvimento da planta em que ocorre a aplicação do fertilizante. Fica evidente a necessidade da execução de mais estudos sobre a adubação/nutrição e a qualidade fisiológica das sementes de feijão. Conforme Rosolem (1987) têm sido obtidas respostas do feijoeiro ao nitrogênio aplicado de maneira generalizada no Brasil, embora a freqüência e amplitude de resposta variem de região para região, e ainda dentro da mesma região de acordo com o clima, condições fitosanitárias e manejo da cultura. Dessa forma, procura-se técnicas de manejo que possibilitem a maximização de absorção de N pelo feijoeiro. A produtividade média do feijoeiro, tanto em nível internacional como nacional, é baixa, mas existe possibilidade de aumenta substancialmente se for empregada tecnologia adequada. O uso adequado de adubação é um dos principais componentes desta tecnologia para aumentar a produtividade da cultura do feijoeiro nos solos de cerrado (Ambrosano, 1996). 14 Assim, este trabalho tem como objetivo geral analisar se existe ganho de produtividade com adubação nitrogenada em cobertura. O presente trabalho teve como objetivo específico avaliar aplicação de adubação nitrogenada em diferentes épocas no sistema de plantio direto na cultura do feijão, visando sua maior rentabilidade. 15 2 A CULTURA DO FEIJOEIRO 2.1 HISTÓRICO O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L), a exemplo de outras importantes plantas alimentícias teve origem no Novo Mundo, tendo sido levado ao Velho Mundo após o descobrimento da América (Singh, 1988). Existem diversas hipóteses para explicar a origem e domesticação do feijoeiro, tipos selvagens e similares a variedades crioulas simpátricas encontrados no México e a existência de tipos domesticados, datados de cerca de 7.000 a.C., na Mesoamérica. Suportam a hipótese de que o feijoeiro teria sido domesticado na Mesoamérica e disseminado posteriormente na América do Sul. Por outro lado, achados arqueológicos mais antigos com cerca de 10.000 a.C., de feijões domesticados na América do Sul (sítio de Guitarrero, no Peru) são indícios de que o feijoeiro teria sido domesticado na América do Sul e transportado para a América do Norte (Singh, 1988). O gênero Phaseolus compreende aproximadamente 55 espécies, das quais apenas cincos são cultivados: o feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris); o feijão de lima (P. lunatus); o feijão Ayocote (P. coccineus); o feijão tepari (P. acutifolius); e o P. polyanthus. Os feijões estão entre os alimentos mais antigos remontando aos primeiros registros da história da humanidade. Eram cultivados no antigo Egito e na Grécia sendo também cultivados como símbolo da vida. Os antigos romanos usavam extensivamente feijões nas suas festas gastronômicas, utilizando-os até mesmo como pagamento de apostas. Foram encontradas referências aos feijões na Idade do Bronze, na Suíça, e entre os hebraicos, cerca de 1.000 a.C. As ruínas da antiga Tróia revelam evidências de que os feijões eram os pratos favoritos dos robustos guerreiros troianos. A maioria dos historiadores atribui à disseminação dos feijões no mundo em decorrência das guerras, uma vez que esse alimento fazia parte essencial da dieta dos guerreiros (Singh, 1996). 16 O feijão destaca-se como importante fonte de proteína na dieta alimentar do povo brasileiro, sendo um prato quase obrigatório da população rural e urbana. Devido a sua boa adaptação às mais variadas condições edafoclimáticas do Brasil, o feijoeiro faz parte da maioria dos sistemas produtivos dos pequenos e médios produtores, cuja produção é direcionada ao consumo familiar e à comercialização do excedente. Mais recentemente, o feijoeiro passou a ser cultivado na época de inverno (período seco), sob irrigação, atraindo médios e grandes produtores, geralmente usuários de tecnologias (Embrapa, 1996). No Brasil, o feijoeiro é cultivado nos mais variados tipos de solo, clima e principalmente sistemas de produção tais como cultivo solteiro, consorciado ou ainda intercalado com uma espécie ou mais espécies. Os gêneros Phaseolus e Vigna são os mais cultivados, com a produção de grãos de tamanho e cores variadas (Fancelli, 1987). Cultivado em todo território nacional em três safras anuais, o feijoeiro é uma das culturas cujo mercado é auto-regulável, havendo excesso ou escassez de feijão em determinada safra. Os produtores promovem o ajuste da área plantada na safra seguinte, compatibilizando, em curto prazo, a oferta com as necessidades de consumo (Embrapa, 1996). 2.2 A PLANTA DO FEIJOEIRO A descrição dos caracteres morfológicos do feijoeiro visa a identificação de cultivares para utilização em estudos genéticos e evolutivos, que se realizam, principalmente em bancos de germoplasma. Tem sua classificação como: Ordem: Rosales, Família: Fabaceae (Leguminosae), Gênero: Phaseolus, Espécie: Phaseolus vulgaris L (Vieira, 2006). O embrião inicia sua formação a partir do momento da fertilização do óvulo e desenvolve-se durante a maturação da semente, até que seu crescimento cesse e o 17 teor de umidade diminua a um nível tão baixo que permita apenas a ocorrência de uma reduzida atividade metabólica, encontrando-se no estado de dormência. A germinação é o reinício do crescimento do embrião. Os processos fisiológicos de crescimento exigem atividades metabólicas aceleradas. A fase final da germinação consiste na ativação desses processos pelo aumento do teor de umidade e da atividade respiratória da semente (Popiginis, 1977). O caule é herbáceo, classificado morfologicamente como haste e apresenta na planta adulta secção transversal cilíndrica e levemente angulosa (aristado). Ele é constituído de nós e internódios intercalados de número variável e dependente do hábito de crescimento da planta. Apresenta também pilosidade e colorações que variam de intensidade de acordo com a posição, o estádio de desenvolvimento da planta, o cultivar e as condições ambientais (Vieira, 1983). O caule possui crescimento determinado ou indeterminado. O determinado caracteriza-se pelo caule e os ramos laterais cessarem o crescimento e terminarem em flores. O indeterminado por apresentar o crescimento contínuo e as flores serem somente laterais, junto às folhas. O crescimento do caule determina os principais tipos de planta do feijoeiro: arbustivo, prostado e trepador (Vieira, 1983). Possui um sistema radicular ramificado, no qual a raiz principal salienta-se por seu diâmetro e posição oposta ao caule. Após a emergência, desenvolvem-se as raízes secundárias no colo da raiz principal. A seguir, outras raízes secundárias aparecem localizadas mais abaixo sobre a raiz principal e, lateralmente formam-se raízes terciárias sobre as secundárias e novas ramificações surgem sucessivamente (Ospina, 1981). A amplitude do sistema radicular varia segundo as condições físicas do solo, tais como estrutura, porosidade, aeração, capacidade de retenção de umidade, temperatura, entre outras. Em condições muito favoráveis, as raízes podem alcançar mais de um metro de comprimento (Ospina, 1981). 18 A disposição das folhas no caule é chamada de filotaxia. Cada folha originase de um nó e é geralmente alterna nas axilas das folhas que nascem as gemas. Podem ser vegetativas, florais ou mistas, que originam respectivamente ramos, inflorescência e ambas (Vilhordo, 1978). A planta do feijão apresenta dois tipos de folhas: simples e compostas. As únicas folhas simples são as primárias, já presentes no embrião. As demais folhas são compostas e são características desta espécie, inserindo-se nos nós do caule e das ramificações. São trifoliolada, longo-pecioladas. A tonalidade das folhas é dependente das características da cultivar (Vilhordo, 1978). Conforme Vilhordo (1980), o hábito de crescimento em feijoeiro, propôs a seguinte classificação baseada principalmente no tipo de orientação de suas ramificações: Tipo I - determinado arbustivo, com ramificação ereta e fechada Tipo II – indeterminado, com ramificação ereta e fechada Tipo III – indeterminado, com ramificação aberta Tipo IV – indeterminado, prostrado ou trepador Basicamente, são esses os hábitos de crescimento em feijoeiro, podendo haver variações dentro dos tipos indeterminados III e IV. A morfologia floral de Phaseolus vulgaris L favorece o mecanismo de autopolinização. As anteras estão situadas no mesmo nível de estigma e envolvidas completamente pela quilha. Quando ocorre a deiscência das anteras (antese), os grãos de pólen caem diretamente sobre o estigma (Vieira, 1967). As flores do feijoeiro não são isoladas, isto é, estão sempre agrupadas em duas, três ou mais, e são compostas por um pedúnculo (pequena haste) que sustenta os botões florais, formando a inflorescência floral. Cada flor é constituída por um cálice 19 formado de sépalas unidas e uma corola de cinco pétalas coloridas, com formatos diferentes: uma pétala mais externa e maior (denominado estandarte); duas laterais menores, estreitas (denominadas asas), e duas inferiores, unidas e enroladas em forma de espiral (denominada quilha) (Vieira, 1967). O fruto é uma vagem formada por duas partes (denominadas valvas), uma superfície superior e outra inferior. Pode ter uma forma reta, arqueada ou recurvada, e a ponta ou extremidade (denominada ápice) ser arqueada ou reta. A cor pode ser uniforme ou não, isto é, pode apresentar estrias de outra cor e variar de acordo com o grau de maturação (vagem imatura, madura e completamente seca) podendo ser verde, verde com estrias vermelhas ou roxas, vermelha, roxa, amarela, amarela com estrias vermelhas ou roxas (Carvalho, 2000). A semente não possui albume, as reservas estão concentradas nos cotilédones e apresenta formas variadas desde esférica a quase cilíndrica. A coloração externa é muito variada, do branco ao negro, passando por quase todas as cores, e pode ser uniforme, pintada, listrada ou manchada (Carvalho, 2000). A grande variabilidade apresentada pelas características externas da semente tem sido usada para diferenciar e classificar cultivares de feijão em alguns grupos ou tipos distintos, com base na cor e no tamanho das sementes (Carvalho 2000). 2.3 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO As fases de desenvolvimento na cultura do feijão não apresentam nítida separação, principalmente quando consideradas plantas de habito de crescimento indeterminado, constatando-se sobreposições representadas pela possibilidade de emissões simultâneas de folhas, flores e vagens (Gepts, 1982). 20 A descrição e a caracterização dos estádios fenológicos podem ser evidenciados na Tabela 1. Ainda cumpre salientar que o pleno conhecimento e a facilidade na identificação dos estádios fenológicos mencionados, favorecem o estabelecimento de estratégias efetivas de manejo (Gepts, 1982). Tabela 1. Escala fenolôgica do feijoeiro com proposta por Gepts e Fernandez (1982). Estádio Descrição Fase vegetativa V Germinação/emergência V Cotilédones ao nível do solo V Folhas primárias expandidas V Primeira folha trifoliolada V Terceira folha trifoliolada Fase reprodutiva R Botões florais R Abertura das flores R Primeiras vagens R Ponto de maturidade fisiológica 2.4 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS Para se conseguir a melhor performance da planta em termos de produção, uma nutrição mineral balanceada é fundamental. Contudo, todo um conjunto de práticas deve ser utilizado, pois apenas as aplicações de fertilizantes em excesso para culturas rentáveis como a do feijoeiro não têm surtido os efeitos desejados. A combinação entre preparo do solo, cultivar, hábito de crescimento, potencial de produção da planta, fertilidade do solo, práticas culturais, época de plantio e condições climáticas representa um conjunto que responde pelas altas produtividades da cultura (Fancelli, 1987). 21 Como o feijoeiro é uma planta com sistema radicular bastante delicado, com sua maior parte concentrada nas camadas superficiais do solo, deve-se dar atenção especial às propriedades físicas e químicas na escolha dos locais para o seu cultivo (Miyasaka 1990). Solos friáveis com boa aeração não sujeitos ao encharcamento são os recomendados para o cultivo do feijoeiro. Conforme Miyasaka (1990), devido ao delicado sistema radicular, o feijoeiro prefere solos soltos e leves, de textura arenoargilosa, relativamente profundos e ricos em matéria orgânica e elementos nutritivos. Em condições naturais, os solos do Cerrado apresentam alta acidez, baixo pH e presença de elementos químicos como o alumínio, cuja toxidez prejudica o desenvolvimento das raízes das plantas. Esses solos apresentam também baixo conteúdo dos nutrientes necessários para a nutrição das plantas. Isto faz com que é necessária a correção do solo tais como calagem, o uso do gesso agrícola, adubações corretivas, para que haja condições favoráveis para o cultivo (Martinhão, 2004). Nos solos do cerrado está sendo utilizando o sistema de plantio direto, devido ser um sistema menos impactantes ao ambiente, também por haver intensa mobilização de nitrogênio durante a decomposição dos resíduos vegetais deixados na superfície do solo pela cultura antecedente, no qual o favorece (Sousa, 2004). Considerando-se a baixa fertilidade da maioria dos solos do cerrado, é natural que as plantas cultivadas sem adubação complementar não tenham condições de sobrevivência e morram precocemente. As adubações tradicionais, constituídas de nitrogênio, fósforo e potássio, nos últimos vinte anos, têm permitido à cultura do feijão expressar apenas 50% do seu potencial produtivo. Esta mesma adubação, quando aplicada em solo com acidez corrigida, pode elevar a quase 80%. A combinação entre a correção de acidez e a realização de adubações tradicionais, complementadas com 22 misturas de micronutrientes, tem permitido a elevação da capacidade produtiva da cultura (Bragantini, 1996). Cada um dos nutrientes é importante para o ciclo da cultura por participar de processos metabólicos da planta que culminam com a produção de grãos (Delouche, 1981). No sistema irrigado, as adubações de manutenção das culturas devem ser mais elevadas do que no sistema de sequeiro, uma vez com maiores produtividades, a absorção de nutrientes pelas plantas e sua exportação pelos grãos são maiores (Bragantini, 1996). A cultura do feijoeiro tem a exigência da quantidade de fertilizante de acordo com a época de plantio, quantidade e tipo de resíduo deixado na superfície do solo pela cultura anterior e com expectativa de rendimento (Sousa, 2004). A nutrição nitrogenada das culturas que dependem do nitrogênio fixado está diretamente relacionada à eficiência das bactérias que ocupam os nódulos. Nem sempre os rizóbios naturalizados são os mais eficientes na fixação do nitrogênio contribuindo muito pouco ou nada para nutrição nitrogenada dos hospedeiros. A alternativa então e a inoculação das sementes com estirpes mais eficientes (Baldwin et al, 1929). Existem algumas espécies de feijoeiro com a capacidade de nodulação desconhecida. Neste caso, um método que pode ser empregado para verificar se uma espécie sem referência na literatura, com relação a esta característica, é capaz ou não de nodular, é cultivá-la em substratos naturalmente férteis ou adubados procedentes de diferentes plantios ou de ecossistemas naturais onde predominem leguminosas nodulíferas, evitando adubação nitrogenada ou excesso de matéria orgânica que podem inibir a nodulação (Magalhães, 1983). 23 O conhecimento da evapotranspiração do feijoeiro é um antecedente básico na determinação das taxas de irrigação. Na literatura existem algumas informações sobre o consumo de água pela cultura geralmente obtida através do balanço hídrico de campo ou do uso de lisímetros. Pela análise destas informações conclui-se que ele é variável com o local, estádio de desenvolvimento, cultivar, manejo da cultura e do solo e época de plantio (Guimarães, 1992). Tanto as temperaturas muito altas como as baixas afetam o desenvolvimento do feijoeiro. São consideradas ótimas as temperaturas situadas entre os extremos de 18º C e 30º C. Temperaturas maiores que 30º C e menores que 18º C, na fase de floração causam perdas no rendimento dos grãos. É importante, portanto, saber definir a época correta da semeadura do feijão e tomar as devidas precauções para evitar que a fase de floração coincida com índices de temperaturas fora dos extremos citados (Guimarães, 1992). A utilização de cultivares produtivos, tolerantes e/ou resistentes ao ataque de pragas e de doenças é, ao lado dos outros componentes dos sistemas de produção de feijão, uma forma de aumentar a produtividade e a produção dessa cultura e conseqüentemente a sua oferta no mercado (Vieira, 1967). Segundo Ferreira (1993), as sementes de boa qualidade permitem a formação de uma lavoura uniforme, maximizam o aproveitamento dos demais insumos aplicados na terra, evitam a propagação e diminuem as fontes da contaminação de doenças na lavoura, reduzem a disseminação de plantas nocivas e a agressividade daquelas já presentes no solo. O feijoeiro é uma espécie suscetível a numerosas doenças, as quais constituem uma das causas dos baixos rendimentos da cultura (Vieira, 1967). O controle pode ser realizado pelo uso de sementes livres do patógeno, tratamento químico das sementes, aplicação foliar de fungicidas, aumento da distância 24 entre plantas, eliminação dos restos culturais contaminados e mediante controle da irrigação aumentando-se o turno de rega (Stone, 1994). Como ocorre com outras culturas, o feijoeiro comum pode sofrer o ataque de insetos e outras pragas durante o ciclo da cultura e após a colheita, no armazenamento. Basicamente, o controle de pragas é a necessidade de conter o aumento populacional e manter esta população abaixo dos níveis de danos econômicos (Stone, 1994). A colheita é uma das fases mais importantes do processo de produção do feijão e, quando bem processada, reduz as perdas de grãos e contribui de maneira decisiva para obtenção de um produto de boa qualidade, com alto valor comercial (Rena, 1971). Pode ser realizada pelos sistemas manual, semi-mecanizado e mecanizado. No sistema manual, as operações de arranquio, recolhimento e trilha das plantas são feitas manualmente. No semi-mecanizado normalmente o arranquio e o enleiramento das plantas são manuais e a trilha é mecanizada. Já no sistema mecanizado todas as operações são feitas à máquina (Rena, 1971). Para o armazenamento em curto prazo a umidade do feijão deve ficar em 1415%; para armazenamento em longo prazo a umidade deve ficar em torno de 11%. Na comercialização o grão é acondicionado em sacos com 60 kg de peso (Sartori, 1985). 2.5 IMPORTÂNCIA O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é um dos mais importantes constituintes da dieta do brasileiro, por ser reconhecidamente uma excelente fonte protéica, além de possuir bom conteúdo de carboidratos e de ser rico em ferro (Vieira, 2000). 25 Cultivado por pequenos e grandes produtores, em diversificados sistemas de produção e em todas as regiões brasileiras, o feijoeiro reveste-se de grande importância econômica e social (Fancelli, 2007). É de grande importância econômico-social, devido principalmente à mão-deobra empregada durante o ciclo da cultura. Estima-se que são utilizados, somente em Minas Gerais, na cultura do feijão, cerca de sete milhões de homens por dia-ciclo de produção, envolvendo cerca de 295 mil produtores. O Brasil é o maior produtor mundial de feijão, e Minas Gerais, o primeiro maior Estado produtor, respondendo por, aproximadamente, 15% da produção nacional. O cultivo do feijão não irrigado na região sul do Estado ocorre nas safras "das águas", com semeadura em outubro e novembro, e da "seca", com semeadura em fevereiro e março (Vieira, 2000). Considerando todas as espécies e gêneros cultivados no mundo, o Brasil é o segundo maior produtor de feijão, perdendo apenas para a Índia. Considerando apenas o gênero Phaseolus, o Brasil é o maior produtor mundial, seguido pelo México (Fancelli, 2007). 2.6 PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO O mercado do feijão é muito instável, sofrendo grande interferência de atuações informais de atravessadores na sua comercialização. O consumo por sua vez, está inter-relacionado com o volume colhido no ano, pois o produto deve ser comercializado no mercado interno logo após a sua colheita e, preferencialmente, dentro da safra, pois é muito suscetível ao envelhecimento rápido do tegumento, o que deprecia o valor comercial. Quando armazenado por mais de dois meses, sobretudo as cultivares carioca, sofre mudanças na coloração (Stone, 1994). De acordo com o panorama mundial o feijoeiro comum é a espécie mais cultivada entre as demais do gênero, contribuindo com cerca de 95% da produção mundial de Phaseolus. Os grãos de feijão constituem uma importante fonte de proteína 26 e calorias na dieta humana dos países em desenvolvimento, das regiões tropicais e subtropicais, particularmente nas Américas e no leste e no sul da África, que contribui com 10% da produção mundial (Yokoyama, 1996). Em comparação ao panorama nacional o feijão é uma leguminosa bastante difundida em todo o território. É plantando, preferencialmente, como cultura de subsistência, em pequenas propriedades, muito embora tenha havido, nos últimos anos, crescente interesse de produtores de outras classes, em cujo sistema de produção são adotadas tecnologias avançadas. O sistema de comercialização é o mais variado possível, predominando um pequeno grupo de atacadistas que concentra a distribuição da produção (Banno, 1995). Dependendo da região, o plantio de feijão é feito ao longo do ano em três épocas. A primeira, também conhecida como safra das águas, é plantada entre agosto e dezembro e concentra-se mais nos Estados da Região Sul. A segunda safra, ou da seca, abrange todos os Estados brasileiros e seu plantio ocorre entre janeiro e abril. A terceira safra ou de inverno, concentra-se na região tropical e é plantada de maio até julho ou agosto, dependendo do Estado. Portanto, em alguma região do país, durante todo o ano sempre haverá produção de feijão, o que contribui para a melhoria do abastecimento interno (Yokoyama, 1995). A crescente incorporação de áreas irrigadas ao processo produtivo tem permitido a expansão da safra de inverno (terceira safra). Essas alterações eliminaram as entressafras, com isso os problemas de abastecimento diminuíram, pois houve maior estabilidade na quantidade ofertada e nos preços (Banno, 1995). De acordo com Instituto FNP (2006), espera-se um aumento na área de plantio de feijão na próxima safra das águas. A razão disso é o bom desempenho financeiro alcançado na safra anterior, em relação ao obtido pelas demais commodities. A área poderia crescer em até 15%, se não fossem a falta de recursos e a pequena oferta de sementes no mercado. No total das três safras, as previsões apontam para 27 uma produção de 3.044,4 mil toneladas, ficando 2,2% acima do ano safra 2003/04, quando foram colhidas 2.978,3 mil toneladas. O setor de feijão tem de estar atento às exigências do mercado. A qualidade do produto é tão importante para o mercado interno quanto para a exportação. Um dos pontos que está causando preocupação é a substituição do feijão por alimentos de rápido preparo. Acredita-se que a causa da queda do consumo também esteja relacionada á substituição por proteínas de origem animal, como a carne de frango (Instituto FNP, 2006). Exportar o excedente não é muito fácil, pois o Brasil não tem tradição no mercado internacional e não produz as variedades preferidas dos compradores internacionais. O fornecimento ao mercado externo exige algumas praticas a que o setor de feijão não está muito acostumado. Além de plantar exatamente o que o consumidor quer, é preciso ter presença constante no mercado, ano após ano. Exportar no excedente de uma safra e não oferecer o produto no ano seguinte é um péssimo negócio. Quando se quiser participar novamente do mercado internacional, os compradores estarão ressabiados, darão preferência a fornecedores assíduos (Instituto FNP, 2007). É preciso investir em variedades com boa aceitação no mercado internacional, como os feijões vermelhos, rajados e brancos, com maior gramatura (peso do grão) (Instituto FNP, 2007). Conforme Instituto FNP (2007), para ocorrer às mudanças no mercado estão criando o Instituto Brasileiro de Feijão Legumes Secos (Ibrafe). Uma das principais funções do instituto será estimular o plantio de variedades para exportação. O Ibrafe terá apoio do Ministério da Agricultura para orientar o setor de empacotamento quanto ás normas adotar para elevar a qualidade do feijão e demais grãos secos. 28 Nos últimos meses a cotação excepcional do feijão carioca teve como principal motivo a diminuição da oferta do produto, em razão de fatores climáticos além de redução do plantio. De acordo com a notícia retirada através do site do Centro de Inteligência do Feijão (2007), os especialistas consideram o cenário do feijão muito parecido em todo o país. “Em Minas Gerais e no Brasil inteiro, os níveis de produção e consumo têm pouca alteração de uma safra para outra e a regra da oferta e procura também prevalece”, assinala. Com base em dados do CIF, ele acrescenta que, no período de 1994 a 2007, houve crescimento médio de 1,1% ao ano na produção da leguminosa em todo o país. Na safra 2007/2008, de acordo com a Conab, a produção brasileira deverá alcançar um volume de 3,2 milhões de toneladas, com uma queda provável de 2% em relação à safra anterior. De acordo com o centro de inteligência, a evolução da produção de feijão no Brasil é muito menor que o crescimento vegetativo da população brasileira. Conforme a notícia retirada do site Página Rural (2007), em Brasília sendo um dos mais tradicionais alimentos consumidos no país, o feijão está surpreendendo aos brasileiros. Desde o início do mês passado, os preços do produto não param de subir, afetando, principalmente, a população de baixa renda que o tem como base de sua refeição diária. O quilo do feijão carioquinha já está sendo vendido por até R$ 4,59, o que representa alta de aproximadamente 170% no ano. Sendo assim o mercado de feijão se caracteriza por notável volatilidade de preços. Mesmo com as mudanças ocorridas na sua estrutura de produção (com impacto direto na produtividade da cultura), a oferta é extremamente sujeita as variações, determinadas principalmente pelas condições climáticas. 3 MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi conduzido na safra de inverno (2007/2007), em Latossolo vermelho, de textura argilosa na Fazenda Sucupira (Embrapa Transferência de Tecnologia), no Riacho Fundo II, Brasília/DF. O experimento esteve localizado nas 29 seguintes coordenadas: 48° 02’ 04“ de longitude Oeste de Greewinch e 15° 54’ 42” de latitude Sul e altitude de 1.216 m. O experimento foi plantado no sistema de plantio direto, sob irrigação por aspersão em pivô central (Figura 1). A área anteriormente foi cultivada com soja e ocorreu um plantio de feijão no ano de 2003. A análise química do solo realizada antes da instalação do experimento apresentou para as camadas de 0-10 cm, 10-20 cm e 20-30 cm de profundidade, os respectivos resultados que constam na Tabela 2. Tabela 2: Características químicas iniciais das amostras do solo nas respectivas camadas de profundidade: PH Camadas (cm) 0-10 10-20 20-30 CaCl2 5,3 5,4 5,5 Al 0,2 0,2 0,1 H+Al 5,8 5,4 5 Ca+Mg K cmolc.dm-3 2,8 0,09 1,9 0,15 1,2 0,08 Na 0,02 0,03 0,02 T P V 8,7 7,5 6,4 mg.dm-3 13,2 7,1 3,7 % 33 28 22 ¹Ánalise realizada no Laboratório Soloquímica- ánalises de solo Ltda. Figura 1. Estabelecimento da cultura O plantio do feijão (Phaseolus vulgaris L.) cultivar Pérola foi realizado em 21/03/07, com espaçamento entre linhas de 0,45m e stand final de 8 plantas por metro linear, sendo realizada sua contagem em 30/03/07. As sementes foram previamente tratadas com fungicida Benzimidazol- Carbendazin 50% p/v (Derosal 500 SC), na dose de 500 ml do produto comercial por 200 kg de semente. A adubação no plantio utilizada foi de 500kg/ha de NPK 02-20-20 com uma concentração de micronutrientes de 8,39% 30 de Ca, 5,07% de S, 0,05% de B, 0,54% de Fe, 0,08% de Mn e 0,30% de Zn. A completa emergência do experimento ocorreu no período de 7 dias (28/03/07). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos consistiram na aplicação de diferentes épocas de sulfato de amônio (NPK 20-00-00– 20,8% de S – 0,05% de B) em uma dosagem de 200kg/ha em cobertura sem incorporação. As épocas e doses se encontram na Tabela 3, e um tratamento com as sementes inoculadas pela bactéria Rhizobium Tropici em uma dose de 200g para 50kg de semente, na qual não houve nenhuma adubação em cobertura. No tratamento testemunha não ocorreu nenhuma adubação em cobertura, apenas em plantio. As parcelas foram delimitadas em 03/04/07 com 7 DAE (dias após emergência), constituídas por 7 linhas de 6 m de comprimento e a parcela útil de 5 linhas de 5 m, com área de 18,9m² desprezando-se 0,50 m em ambas extremidades (Figura 2). Tabela 3: Época de aplicação e doses utilizadas de sulfato de amônio em cobertura: Tratamentos/ Tratamento Tratamento Tratamento Tratamento Tratamento Tratamento DAE¹ 1² 2 3 4 5 6³ 15 16 20 24 25 30 32 35 40 Quantidade de sulfato de amônio aplicado em cobertura (grama) 126 94,5 189 378 94,5 126 189 94,5 126 94,5 ¹ Corresponde aos dias após emergência ² O tratamento 1 não houve adubação em cobertura devida ser a testemunha dos tratamentos, tendo somente á adubação de plantio. ³ O tratamento 6 não houve adubação em cobertura, tendo apenas a inoculação das sementes no plantio. 31 Figura 2. Delimitação das parcelas A área experimental foi irrigada por pivô central. As irrigações foram realizadas no período da manhã ou á tarde atingindo 297 mm de lâmina aplicada e 54 mm de chuvas ocorrentes formando uma lâmina total de 351 mm durante todo o ciclo da cultura. A distribuição das lâminas nos estádios fenolôgicos encontra-se na Tabela 4. Tabela 4: Lâminas de água nos respectivos estádios fenológicos: Estádios fenológicos Lâminas aplicadas (mm) V - V 55,3 V - V 63,5 V - V 66,1 V - V 52,4 R - R 45,6 R - R 41,5 R - R 26,6 O início das adubações em cobertura com sulfato de amônio (20-00-00), iniciou-se com 15 DAE (11/04/07) quando as plantas encontravam-se no início do estádio fenológicos V, caracterizado pela presença da terceira folha trifoliolada, completamente aberta em 50% das plantas. Nos estádios vegetativos da cultura, houve infestação do fungo Colletotrichum lidemuthianum responsável pela transmissão da antracnose, mas em 32 níveis considerados baixos. Para seu controle foram realizadas duas aplicações de Tiofonato metilico (Cercobin 700PM) em doses de 0,6 kg/ha do produto comercial. Em razão da ocorrência de plantas daninhas e insetos prejudiciais à lavoura houve também aplicações de Fluazifop-b-butil + Fomesafen (Flusiflex) na concentração de 125g/l em uma dose de 1,8 l/ha e Fosfato de cis (2- metilcarbamoil – 1- metilvinil)- dimetila (Azodrin 400) em uma concentração de 400g/l , sendo utilzada uma dose de 1,8 l/ha. O início do florescimento deu-se aos 41 DAE (07/05/07) com plantas caracterizadas por flores brancas e pubescência marrom e seu porte semi-prostado (Figura 3). Ocorreu sua floração plena no estádio fenológico R, com 45 DAE (11/05/07). De acordo com Fancelli (1996), as plantas, neste estádio, devem-se encontrar com aproximadamente 16 a 20 folhas trifolioladas devidamente expandidas. Figura 3. Ìnicio da floração Devido seu hábito indeterminado algumas plantas encontravam-se em estádio R caracterizado pelo aparecimento das primeiras vagens, após a murcha da corola, apesar da planta continuar emitindo novas flores. O processo de maturação fisiológica R ocorreu aos 79 DAE (14/06/07), sendo caracterizado pela mudança da cor das vagens, sendo que a cultura não estava em maturação plena devido à ocorrência das últimas irrigações (Figura 4). 33 Figura 4. Ìnicio da maturação fisiológica. Antes da colheita foram avaliadas 10 plantas coletadas ao acaso, na área útil de cada parcela, para avaliação do número de vagens por planta que seguiram um padrão de tamanho superior a 10 cm. A produtividade de grãos foi obtida pela colheita das demais plantas da área útil das parcelas (Figura 5), que após serem secas na quadra, foram trilhadas manualmente (Figura 6). Os grãos foram abanados, pesados e, foi determinada sua umidade, que em seguida foi corrigida para 13% em base úmida (Figura 7). Figura 5. Recolhimento das parcelas. Figura 6. Secagem na quadra. Figura 7. Grãos pesados e determinados sua umidade. 34 Os dados obtidos foram submetidos a Ánalise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, através do programa SAS. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 EFEITOS SOBRE A PRODUTIVIDADE A produtividade pode ser influenciada pelo regime hídrico, o qual pode afetar o crescimento do sistema radicular e, conseqüentemente a absorção e translocação de nutrientes (Gomes, 2000). Durante o experimento, a quantidade de água aplicada para o desenvolvimento da cultura durante os meses de março à junho foi de 351mm ou seja, similar à lâmina de água que a cultura do feijoeiro necessita para completar todo o seu ciclo e se desenvolver de forma satisfatória. Em alguns períodos que foi realizada a adubação de cobertura, pode ter havido um comprometimento da sua eficiência, em função das condições climáticas que favorecem a lixiviação do nutriente no solo. Os nutrientes quando adicionados afetam o crescimento vegetal e a produção. Nessa relação entre produção e nutriente aplicado, existe uma curva de resposta que são fundamentais para descrever os efeitos de nutrientes aplicados sobre as produções, e também para comparar diferentes fontes de um mesmo nutriente. É de grande importância tentar avaliar a fertilidade do solo, a fim de se obter o máximo retorno dos nutrientes aplicados e também evitar aplicações elevadas onde elas são desnecessárias ou onde podem ter efeito depressivo, nesse caso prejuízo, o do gasto inútil com o nutriente e o da perda de produção. Ressaltando que mesmo exigido em pequenas quantidades pelas plantas, os micronutrientes tem sua importância (Malavolta, 1980). As suas concentrações aproximadas podem ser observadas na Tabela 5. De uma forma geral, as deficiências mais importantes são as de boro e zinco, onde o fertilizante usado no experimento supriu a necessidade de boro e enxofre pela cultura, observando assim que não houve deficiência de micronutrientes na condução do experimento. 35 Tabela 5: Concentrações aproximadas de micronutrientes em folhas maduras. Limites de teores¹ Micronutrientes Deficientes Normais Excessivos mg/kg Boro 5-30 10-200 50-200 Cobre 2-5i 5-30 20-100 Ferro Manganês 15-25 20-300 300-500 Molibdênio 0,1-0,3 0,2-1 10-50 Zinco 10-20 27-150 100-400 Fontes: ¹ Kabata Pendias (1986) ; ²Bataglia (1986). Limites de teores críticos² 10-100 3-20 50-150 15-200 10-50 Mediante os resultados obtidos e com base na época de aplicação do N (nitrogênio) em cobertura com uma dosagem fixa sobre a produtividade, (Tabela 6) enquanto nas demais variáveis não houve efeito significativo tais como número de vagens (Figura 8) e classificação em peneiras (exceto na peneira de diâmetro oblongo 14). Figura 8. Número de vagens 36 Tabela 6: Épocas de aplicação da adubação de cobertura, com seus respectivos tratamentos. Aplicação de sulfato de amônio Tratamentos (DAE) 1 Testemunha 2 25 3 20 e 30 4 15,25 e 35 5 16, 24, 32 e 40 6 Inoculação 4.2 EFEITOS SOBRE O NÚMERO DE VAGENS De acordo com as recomendações, a adubação nitrogenada em cobertura deve ser feita antes do florescimento, com vistas a aumentar o número de vagens por planta, já que esse é o componente da produção mais influenciado pela adubação (Rosolem, 1996). Como não foi observado nenhum efeito perante essa variável (Tabela 7), pode ser levado em consideração como justificativa que essa característica é de alta herdabilidade genética e estar intrinsecamente ligado às características do cultivar. Tabela 7: Número de vagens da cultura do feijoeiro. Tratamentos 1 2 3 4 5 6 Número de vagens 9,46 a 9,78 a 8,60 a 9,50 a 9,06 a 11,20 a CV 1,52% - Médias seguidas pela mesma letra não diferem estaticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. - CV = coeficiente de variação 37 4.3 EFEITOS SOBRE ESTRATIFICAÇÃO EM PENEIRAS Quanto ao tamanho dos grãos, houve efeito significativo apenas na peneira 14 de todos tratamentos. A aplicação proporcionou a obtenção de maiores grãos devido obter sua maior retenção na peneira de diâmetro oblongo 14 (Figura 9), onde pode ser observado o valor na Tabela 8. Nas demais peneiras não teve efeito significativo devido a época onde ocorreram suas adubações em cobertura, a cultura não estava apta para recepção dos nutrientes devido seu estádio fenológicos encontrar-se precoce ou avançado. Conforme Miyasaka et al (1963), a maior demanda do feijoeiro por nitrogênio ocorre entre 45 e 55 dias da emergência, ou seja, numa época em que a cultura encontra-se em final de florescimento, já com um bom número de vagens em desenvolvimento. Figura 9. Tamanho dos grãos Tabela 8: Estratificação em peneiras de diâmetro oblongo e seus coeficientes. Peneira Tratamentos 14 (g) 1 25,7 abc 2 26,7 abc 3 29,8 a 4 27,7 ab 5 17,2 c 6 18,9 bc CV 19,7% Peneira 13 (g) 292,2 a 363,8 a 341,6 a 298,5 a 334,7 a 300,7 a Peneira 12 (g) 493,0 a 456,2 a 474,0 a 514,4 a 488,3 a 51,7 a Peneira Peneira 11 (g) 10 (g) 143,2 a 31,7 a 125,3 a 21,3 a 122,1 a 25,3 a 120,2 a 25,3 a 123,6 a 25,0 a 126,4 a 29,5 a Peneira cega (g) 14,2 a 6,7 a 7,2 a 11,9 a 11,2 a 13,8 a 16,29% 10,34% 13,72% 24,52% 39,27% - Médias seguidas pela mesma letra não diferem estaticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. - CV = coeficiente de variação 38 Desta maneira seria esperadas aplicações do nutriente de 15 à 40 dias desses bons resultados. Entretanto os resultados do experimento não confirmaram esta hipótese (Tabela 9). Onde é nítida a percepção que os tratamentos 2, 4 e 5 onde suas épocas de adubações ocorreram em 15, 25 e 35 não surte efeito sobre a variável almejada pelos produtores. Segundo Meirelles et al (1980), demonstraram que quando aplicaram o fertilizante na época da semeadura, logo após a emergência até os 20 dias, 70% do nitrogênio contido na planta provinha do fertilizante, mas á partir dos 60 dias essa taxa caiu para menos de 40%, de maneira que a planta ao final do ciclo continha bem mais nitrogênio proveniente do solo do que do fertilizante. Os autores relatam ainda que em tratamentos em que se retardam as aplicações do nitrogênio, a nodulação é um pouco melhor embora ainda baixa. Tabela 9: Rendimento da cultura do feijoeiro. Tratamentos Rendimento (kg/ha) 1 2523.78 2 2730.86 ab 3 2830.14 a 4 2681.02 ab 5 2719.74 ab 6 2459.12 CV b b 5,4% - Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. - CV = coeficiente de variação Uma das explicações pela ocorrência dessas reações nos tratamentos é que as plantas absorvem apenas em torno de 40% do N-mineralizado, indicando constantes perdas de N para o sub-solo ou para atmosfera, verifica-se também que a fixação de N2 é a principal via de adição do N no sistema solo-planta, contribuindo com mais do dobro 39 do que é aplicada via fertilização mineral. Ressaltando que a disponibilidade de N no solo, como o nível de NH4+ trocável é muito afetado pela temperatura e precipitação que são determinados pela estação do ano, as quantidades encontradas nas camadas superficiais do solo são geralmente mais baixas no inverno por causa da baixa mineralização e elevam-se na primavera com a mineralização da matéria orgânica. Diminuem no verão devido a maior absorção pelas plantas, e aumentam novamente no outono, quando o crescimento da planta cessa e os resíduos da cultura começam a se decompor no solo. Formas inorgânicas de N são muito pouco estáveis, dificilmente persistem no solo de uma estação para a próxima, exceto N-NH4+ (nitrato e amônio) em solos inundados. O N de fertilizantes adicionado em excesso será perdido através da lixiviação e/ou desnitrificação. Deve ser levado em consideração o sistema radicular ser superficial, no qual sua forma de exploração é pequena, sendo assim os nutrientes devem ser colocados à disposição da planta em tempo e locais adequados. Portanto, sempre é recomendado o parcelamento da adubação nitrogenada. Salientando que é necessário respeitar o estádio fenológicos da planta para obter maior resultado em produtividade. Considerando uma das causas dessa absorção pelo solo e a simbiose com os rizóbios que se caracteriza pela formação de estruturas hipertróficas nas raízes e excepcionalmente no caule denominado de nódulos. Para o estabelecimento de uma simbiose com uma leguminosa são necessários passos fundamentais tais como: préinfecção (reconhecimento dos simbiontes e interações entre a superfície da bactéria e da planta), infecção da planta pela bactéria e formação do nódulo e também funcionamento dos nódulos. No experimento, mais especificamente no tratamento 6 foi feita á inoculação das sementes antes do plantio com a estirpe Rhizobium que apresenta como características colônias circulares com 2 a 4mm de diâmetro, quando isoladas. Com o tempo aumentam de tamanho até coalescerem devido à produção intensa de polissacarídeos extracelulares. São convexas, semitranslúcidas e mucilaginosas. Tendo sua base em 40 turfa no qual é considerado o melhor substrato para a fabricação de inoculantes, devido à proteção que confere às células do rizóbio. Pelo que foi relatado, verifica-se que o sucesso das tecnologias microbianas aplicadas ao ambiente rizosférico depende do conhecimento dos diversos fatores físicos, químicos e biológicos, e da interação entre eles. Nos demais tratamentos houve apenas o parcelamento das adubações nitrogenadas em cobertura, com sulfato de amônio sendo considerado um dos adubos mais populares no Brasil, pois apresenta baixa higroscopicidade e excelentes propriedades físicas e possui um alto teor de enxofre. Contudo foi observados alguns rizóbios nas raízes mesmo sem inoculação. Para explicação dessas reações é necessário relatar sobre o histórico da área. No mesmo solo que foi feito o plantio da safra de inverno 07/07, houve plantio da mesma cultura no ano de 2003, fazendo com que após a retirada da cultura, os nódulos existentes na área encontravam-se em um estágio conhecido como cristalização, fazendo com que as estirpes ficassem aguardando plantas que eram compatíveis para haver suas reativações (Figura 10). Pode ser levado em consideração também que a área é cultivada sob plantio direto, que quando comparado ao convencional favorece diversos microrganismos benéficos à agricultura, incluindo as bactérias que fixam N (Hungria et al, 1997). Isto ocorre porque, nesse sistema, os menores estresses hídricos e térmicos favorecem a sobrevivência dos microrganismos e o processo de FBN (fixação biológica de nitrogênio). Contudo, para maximizar o processo biológico, a reinoculação anual também é recomendada para culturas em plantio direto. Ressaltando também que no plantio direto, ocorre grande imobilização do N pela palhada, o que justificaria uma aplicação inicial de fertilizante nitrogenado. Os rizóbios encontrados nestas plantas não possuíam a mesma eficiência que a inoculada na safra, mas ajudaram na disponibilidade do nitrogênio para cultura. 41 Figura 10. Raízes das plantas com nódulos e sem nódulos. A época de aplicação não teve efeito significativo no teor de N nas folhas. Contudo houve diferenciação nos teores em alguns tratamentos e outros manteram-se constantes como pode ser observado na tabela 10. Verificou-se, ainda que apenas as plantas do tratamento 2 que recebeu N em cobertura apresentaram teores de N abaixo do limite considerado adequado por Ambrosano (1997) e Malavolta (1997), que é de 30-50 g/kg. Todavia, em todos os tratamentos, os teores de N nas folhas encontravamse dentro da faixa considerada adequada para a cultura. Tabela 10: Teor de nitrogênio (N) nas folhas da cultura do feijoeiro. Tratamentos 1 2 3 4 5 6 Teores (g/kg) 34 27 38 34 34 34 - Ánalise realizada no Laboratório de ánalise de solo – Soloquimica, Brasília – DF. - Segundo Paulo César 2007 (Comunicação pessoal), teores de N nas folhas ideal variam de 30-50 g/kg. 42 5 CONCLUSÃO Perante o que foi relatado no presente trabalho, pôde se observado que a disponibilidade de nitrogênio em adubação de cobertura proporciona um aumento no tamanho das sementes colhidas, como por exemplo, foi observado que após o processo de estratificação, houve maior retenção de sementes em peneiras de diâmetro oblongo 14. Uma observação importante é que a época da aplicação entre 20 e 30 dias após emergência, exerce influência direta no tamanho da semente, pois em outros períodos não houve efeitos consideráveis. Outro ponto a ser considerado, no que diz respeito à influência na produtividade é a lâmina de água que é essencial para o plantio, por ser responsável pela absorção do nitrogênio. Para fins de comercialização, as sementes devem se encontrar a 13% de umidade (base úmida), pois nessa porcentagem seu processo metabólico está baixo, não estando suscetível aos microrganismos. 43 6 REFERÊNCIAS a) Livros: AMBROSANO, E. J.; WUTKE, E. B.; AMBROSANO, G. M. B.; BULISANI, E. A. Efeito do nitrogênio no cultivo de feijão irrigado no inverno. Scientia Agrícola, Piracicaba, v. 53, n. 2, p.338-342, 1996. BATAGLIA, O. C.; PENDIAS, K. Critérios alternativos para diagnose foliar. In: Simpósio Avançado de Química e Fertilidade do Solo. Piracicaba, 1986, p. 233. BRAGANTINI, C. Estabelecimento da cultura. In: ARAÚJO, R. S.; RAVA, S. A. (Coord.) Cultura do feijoeiro no Brasil. Piracicaba: Potafos, 1996. p. 417-427. BALDWIN, I. L.; FRED, E. B. Strain variation in the root nodule bacteria of clover, Rhizobium trifolli. Journal of Bacteriology, v. 17, p.17, 1929. BANNO, K. Aspectos socioeconômicos da cultura. In: ARAÚJO, R. S.; RAVA, S. A. (Coord.) Cultura do feijoeiro no Brasil. 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