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Avaliação Da Degradação De Fachadas De Edifícios Em Alvenaria Estrutural - Estudo...

Avaliação da degradação de fachadas de edifícios em alvenaria estrutural estudo de caso em Salvador-ba

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL BONIFÁCIO NEVES DE SOUZA AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE FACHADAS DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL: ESTUDO DE CASO EM SALVADOR-BA Salvador 2017 BONIFÁCIO NEVES DE SOUZA AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE FACHADAS DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL: ESTUDO DE CASO EM SALVADOR-BA Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado à Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador Prof. DSc. Francisco Gabriel Santos Silva Salvador 2017 Souza, Bonifácio Neves de Avaliação da Degradação de fachadas: Estudo de caso em Salvador/BA. / Bonifácio Neves de Souza. – Salvador, 2017. 81 f. : il. color. Orientador: Prof. DSc. Francisco Gabriel Santos Silva Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica da UFBA, Curso de Engenharia Civil, 2017. 1. Alvenaria estrutural. 2. Degradação. 3. Fachadas. 3 TERMO DE APROVAÇÃO BONIFÁCIO NEVES DE SOUZA AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE FACHADAS: ESTUDO DE CASO EM SALVADOR/BA Trabalho de Conclusão de Curso de graduação aprovado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: Prof. DSc. Francisco Gabriel Santos Silva, doutorado em Energia e Ambiente pela Universidade Federal da Bahia, Brasil (2015). Prof. DSc. Jardel Pereira Gonçalves, doutorado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil (2005). Eng.ª Milena Borges dos Santos Cerqueira, bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Brasil (2014). Salvador-BA, 06 de abril de 2017. 4 RESUMO O sistema construtivo em alvenaria estrutural tem sido amplamente utilizado no Brasil, principalmente em edificações de interesse social, apresentando diversas vantagens em relação aos métodos construtivos tradicionais. Entretanto, com toda essa utilização em curso, ainda se percebe a necessidade de maiores estudos com a finalidade de explorar todo o seu potencial e evitar a deterioração precoce das edificações. O surgimento das manifestações patológicas pode estar relacionado ao término da vida-útil das construções, à falta de manutenção corretiva e preventiva, condições de exposição, erros de projeto, de execução e uso, dentre outros fatores. Quanto ao sistema de revestimento de fachada, são diversas as alternativas de acabamento no mercado, tais como, pastilhas cerâmicas, argamassas decorativas e pintura, o que contribui para a diversidade de ocorrências de danos, e por consequência, preocupação por parte dos seus usuários e dos profissionais da construção civil. Torna-se, portanto, necessário investigar os danos de maior incidência nas fachadas das edificações. Já que, ocorre o comprometimento do seu desempenho, e das suas funções básicas, como estanqueidade, vedação, regularização e acabamento final das fachadas, além da redução da valorização estética e econômica da construção. Diante do cenário exposto, este trabalho tem como objetivo mapear, quantificar e avaliar as manifestações patológicas presentes em fachadas de edificações situadas em Salvador/BA com idade de 30 e 35 anos. Para a inspeção e diagnóstico, foram utilizados instrumentos adequados, verificando-se as regiões com maior probabilidade de incidência, em seguida realizado o tratamento dos dados recolhidos em campo, e, por fim, discussões acerca do comportamento das edificações. Nesta pesquisa, as manifestações patológicas de maior ocorrência nas fachadas das edificações em alvenaria estrutural foram: manchamento na pintura, descascamento de pintura, fissuras, falha de vedação e desplacamento cerâmico. Além disso, ações ambientais, falha de projeto, erro de execução e ausência de manutenção foram as principais causas prováveis de manifestações patológicas em alvenaria estrutural nos empreendimentos estudados. Palavras-chave: Alvenaria estrutural, degradação, fachadas. 5 ABSTRACT The construction system in structural masonry has been widely used in Brazil, mainly in buildings of social interest, presenting several advantages over traditional construction methods. However, with all this ongoing use, we still see the need for further studies with the purpose of exploiting their full potential and preventing the early deterioration of buildings. The appearance of pathological manifestations may be related to the end of the useful life of the constructions, lack of corrective and preventive maintenance, exposure conditions, design errors, execution and use, among other factors. As for the facade cladding system, there are several finishing alternatives in the market, such as ceramic inserts, decorative mortars and paint, which contributes to the diversity of occurrences of damages, and consequently, the concern of its users and also of construction professionals. It is therefore necessary to investigate the most serious damage to building facades. The performance and its basic functions such as sealing, regularization and final finishing of the facades, as well as the reduction of the aesthetic and economic value of the construction, are compromised. In view of the exposed scenario, this work has the objective of mapping, quantifying and evaluating the pathological manifestations present in facades of buildings located in Salvador / BA, aged 30 and 35 years. For the inspection and diagnosis, suitable instruments were used, checking the regions with the highest probability of incidence, then the treatment of the data collected in the field, and, finally, discussions about the behavior of the buildings. In this research, the most frequent pathological manifestations in the facades of the structural masonry buildings were: Paint smearing, cracking, cracking, sealing failure, and ceramic tile. In addition, environmental actions, project failure, execution error and no maintenance were the main probable causes of pathological manifestations in structural masonry in the studied projects. Keywords: Structural masonry, degradation, facades. 6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Revestimento com camada dupla. ........................................................................... 16 Figura 2 – Condições de exposição da fachada ........................................................................ 21 Figura 3 – Zoneamento bioclimático brasileiro ........................................................................ 22 Figura 4 – Precipitação de Salvador – período 1961-1990 ...................................................... 24 Figura 5 – Temperatura média mensal de Salvador – período 1961-1990 ............................... 24 Figura 6 – Insolação mensal de Salvador – período 1961-1990............................................... 25 Figura 7 – Umidade mensal de Salvador – período 1961-1990 ............................................... 25 Figura 8 – Bolor próximo às janelas da fachada ...................................................................... 29 Figura 9 – Descascamento de pintura ....................................................................................... 29 Figura 10 – Descascamento de pintura ..................................................................................... 30 Figura 11 – Descascamento de pintura ..................................................................................... 30 Figura 12 – Fissuras mapeadas ................................................................................................. 31 Figura 13 – Tipos de blocos para alvenaria estrutural. ............................................................. 32 Figura 14 – Sistema construtivo alvenaria estrutural. .............................................................. 33 Figura 15 – Representação esquemática das regiões de análise em uma fachada .................... 36 Figura 16 – Sistema classificativo de apoio à inspeção............................................................ 36 Figura 17 – Ilustração esquemática da orientação das fachadas do edifício A ........................ 41 Figura 18 – Foto da fachada sul (lateral A). ............................................................................. 42 Figura 19 – Foto da fachada leste (vista da frente)................................................................... 42 Figura 20 – Foto da fachada norte (lateral B) ........................................................................... 42 Figura 21 – Ilustração esquemática da orientação das fachadas do edifício B......................... 43 Figura 22 – Foto da fachada sudoeste (lateral C) ..................................................................... 44 Figura 23 – Foto da fachada nordeste (lateral A) ..................................................................... 44 Figura 24 – Foto da fachada sudeste (lateral B) ....................................................................... 44 Figura 25 – Ilustração esquemática da orientação das fachadas do edifício C......................... 45 Figura 26 – Foto da fachada noroeste (lateral D) ..................................................................... 46 Figura 27 – Foto da fachada nordeste (lateral A) ..................................................................... 46 Figura 28 – Foto da fachada sudeste (lateral B) ....................................................................... 47 Figura 29 – Foto da fachada sudoeste (lateral C) ..................................................................... 47 Figura 30 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada leste do edifício A ............. 51 Figura 31 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada norte do edifício A ............ 51 7 Figura 32 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sul do edifício A ............... 51 Figura 33 – Ocorrência de manifestações patológicas global do edifício A ............................ 53 Figura 34 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sul (sem escala) .............. 54 Figura 35 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada leste (sem escala) ........... 54 Figura 36 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada norte (sem escala) .......... 55 Figura 37 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada nordeste do edifício B ....... 58 Figura 38 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sudoeste do edifício B ...... 58 Figura 39 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sudeste do edifício B ........ 59 Figura 40 – Ocorrência de manifestações patológicas global do edifício B ............................ 59 Figura 41 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sudeste (sem escala) ....... 60 Figura 42 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sudoeste (sem escala) ..... 61 Figura 43 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada nordeste (sem escala) ..... 61 Figura 44 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada nordeste do edifício C ....... 64 Figura 45 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sudoeste do edifício C ...... 64 Figura 46 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sudeste do edifício C ........ 65 Figura 47 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada noroeste do edifício C. ...... 65 Figura 48 – Ocorrência de manifestações patológicas global do edifício C ............................ 66 Figura 49 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada noroeste (sem escala) ..... 67 Figura 50 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sudeste (sem escala) ....... 67 Figura 51 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sudoeste (sem escala) ..... 68 Figura 52 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada nordeste (sem escala) ..... 68 Figura 53 – Incidência de manifestações patológicas geral dos edifícios ................................ 69 Figura 54 – Incidência de manifestações patológicas geral dos edifícios ................................ 70 Figura 55 – Incidência geral de danos em torno de paredes continuas dos edifícios estudados .................................................................................................................................................. 71 Figura 56 – Incidência geral de danos em torno de aberturas dos edifícios estudados ............ 72 Figura 57 – Incidência geral de danos em torno de cantos e extremidade dos edifícios estudados .................................................................................................................................. 72 Figura 58 – Incidência geral de danos em torno do topo dos edifícios estudados ................... 73 Figura 59 – Incidência geral de danos em torno do nível do solo (alicerce) dos edifícios estudados .................................................................................................................................. 73 Figura 60 – Manifestações patológicas encontrada nos edifícios ............................................. 74 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Elementos de fachada associados ao sistema de revestimento, composição e principais funções ..................................................................................................................... 17 Tabela 2 – Estrutura dos requisitos na NBR 15575-4 .............................................................. 18 Tabela 3 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, , da vedação externa de dormitório............................................................................................. 20 Tabela 4 – Detalhamento das estratégias de condicionamento térmico ................................... 22 Tabela 5 – Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimática 8 ................................................................................................................................................ 23 Tabela 6 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto ......... 27 Tabela 7 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal para ∆c = 10 mm....................................................................................................................... 27 Tabela 8 – Informações preliminares dos edifícios .................................................................. 40 Tabela 9 – Valores de ocorrência e fator de danos geral nas fachadas do edifício A .............. 48 Tabela 10 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada leste do edifício A ................ 49 Tabela 11 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sul do edifício A ................... 49 Tabela 12 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada norte do edifício A ............... 50 Tabela 13 – Fator de dano da fachada (%) do edifício A ......................................................... 53 Tabela 14 – Valores de ocorrência e fator de danos geral nas fachadas do edifício B ............. 56 Tabela 15 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada nordeste do edifício B .......... 56 Tabela 16 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sudeste do edifício B ............ 57 Tabela 17 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sudoeste do edifício B .......... 57 Tabela 18 – Fator de dano (%) da fachada do edifício B ......................................................... 60 Tabela 19 – Valores de ocorrência e fator de danos geral nas fachadas do edifício C ............. 62 Tabela 20 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada nordeste do edifício C .......... 62 Tabela 21 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sudeste do edifício C ............ 63 Tabela 22 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sudoeste do edifício C .......... 63 Tabela 23 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada noroeste do edifício C .......... 63 Tabela 24 – Fator de dano (%) da fachada do edifício C ......................................................... 66 Tabela 25 – Fator de dano dos edifícios estudados .................................................................. 71 Tabela 26 – Matriz de correlação causas prováveis / manifestação patológica ....................... 75 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS A Área total da amostra de fachada ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas Ad Área de manifestação patológica observada na amostra de fachada BA Bahia CA Concreto armado CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CP Concreto protendido CREA-BA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia CSTC Centre Scientifique et Technique de la Construction ENGIZC Estratégia Nacional para Gestão Integrada da Zona Costeira FD Fator de Danos IAU USP Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo INMET Instituto Nacional de Meteorologia LEM-UnB Laboratório de Ensaio de Materias da Universidade de Brasília NAPEAD Núcleo de Apoio Pedagógico à Educação a Distância NBR Normas Brasileiras SUCOM Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Munícipio SVVIE Sistemas de vedações verticais internas e externas UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul VUP Vida Útil de Projeto RMS Região Metropolitana de Salvador RT-C Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicas RTQ-R Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Residenciais 10 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................... 7 LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................... 10 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13 1.1 OBJETIVOS ..........................................................................................................................14 1.1.1 Objetivo Geral ..............................................................................................................14 1.1.2 Objetivos Específicos....................................................................................................14 1.2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................14 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................................15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 16 2.1. VEDAÇÕES VERTICIAS EXTERNAS – FACHADAS ..........................................................16 2.1.1 Sistema de revestimento de fachada ..................................................................................16 2.1.2 Norma de desempenho ........................................................................................................18 2.1.3 Degradação de fachadas .....................................................................................................20 2.1.4 Condições climáticas de Salvador-BA ...............................................................................21 2.1.5 Influência do ambiente marítimo.......................................................................................26 2.1.6 Manutenção de fachadas ....................................................................................................28 2.1.7 Principais manifestações patológicas em revestimento de fachadas ...............................28 2.2. SISTEMA DE ALVENARIA ESTRUTURAL ..........................................................................32 2.2.1 Definição...............................................................................................................................32 2.2.2 Normas de sistemas de revestimento de alvenaria ...........................................................33 2.2.3 Classificação: processo construtivo ...................................................................................34 2.3. FERRAMENTAS DE APOIO À INSPEÇÃO E AO DIAGNÓSTICO .....................................34 2.3.1 Metodologia de avaliação de fachada e diagnóstico das patologias identificadas LEMUnB ................................................................................................................................................34 2.3.2 Ferramenta de mapeamento da sensibilidade dos revestimentos de fachadas às manifestações patológicas ............................................................................................................35 2.3.3 Ferramenta de inspeção e diagnóstico de revestimentos cerâmicos aderentes ..............36 3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 38 3.1. COLETA DE DADOS ................................................................................................................38 3.2. TRATAMENTO DOS DADOS..................................................................................................38 3.3. DIAGNÓSTICO .........................................................................................................................39 11 4 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASO..................................................... 40 4.1. COLETA DE DADOS ...................................................................................................... 40 4.1.1 Edifício A..............................................................................................................................41 4.2.2 Edifício B ..............................................................................................................................43 4.2.3 Edifício C..............................................................................................................................45 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................. 48 5.1 EDIFÍCIO A .................................................................................................................................48 5.2 EDIFÍCIO B .................................................................................................................................55 5.3 EDIFÍCIO C .................................................................................................................................62 5.4 ANÁLISES GLOBAIS DOS EDIFÍCIOS INSPECIONADAS ..................................................69 5.4.1 Incidência de manifestações patológicas geral sobre as regiões tipificadas da fachada69 5.4.2 Incidência de manifestações patológicas da orientação cardeal das fachadas e proximidade com o ambiente marítimo .....................................................................................70 5.4.3 Manifestações patológicas associadas a cada região tipificada da fachada ...................71 5.7.5 Principais falhas nas fachadas dos edifícios analisados ...................................................73 5.7.6 Matriz de correlação anomalias / causas prováveis .........................................................74 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 76 6.1 CONCLUSÕES............................................................................................................................76 6.2 RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS .............................................................77 REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 78 12 1 INTRODUÇÃO A fachada de uma construção tem a função de proporcionar valorização estética e econômica do empreendimento, melhoria de estanqueidade da vedação, regularização e acabamento, mas tais elementos fundamentais para uma edificação acabam sendo negligenciados pela indústria da construção civil durante as obras, pois diversas manifestações patológicas surgem constantemente durante e após finalizada a obra (ANTUNES, 2010). Com o desenvolvimento tecnológico objetivando maior produtividade, qualidade, segurança e economia, o sistema de alvenaria estrutural ganhou escala internacional com o surgimento de normas técnicas de cálculo estrutural e controle de qualidade da fabricação dos blocos e execução na obra, mas tal sistema já existia desde o início das primeiras civilizações quando se usavam pedras e tijolos secos ao sol. No Brasil, o sistema construtivo iniciou durante o fim da década de 60, com a construção de edifícios no conjunto habitacional Central Parque da Lapa, em São Paulo (SAMPAIO, 2010). Todavia, diversas manifestações patológicas são detectadas em tal sistema construtivo como: blocos que não atendem as normas, baixa resistência à compressão da argamassa, infiltração, eflorescências, movimentações higroscópicas, movimentações térmicas e fissuras que ocupa o primeiro lugar das anomalias (BAUER, 2007). A preocupação por reduzir anomalias nas fachadas ganhou notoriedade com a publicação da Norma de Desempenho para Edificações Habitacionais NBR 15575 (ABNT, 2013), que é dividida em 6 (seis) partes, abordando temas como sistemas estruturais e de vedações verticais. São abordados itens como o estabelecimento de requisitos mínimos de desempenho e métodos de avaliação dos limites de deslocamentos, fissurações e descolamentos. Avaliar as principais causas das manifestações patológicas é imprescindível para uma adequada construção civil, pois fatores externos estão diretamente ligados com o desempenho da fachada como umidade e as variações climáticas como choque térmico, ação do vento e chuva (ANTUNES, 2010). Com isso, as obras com maior proximidade aos trechos litorâneos, como ocorre de forma acentuada em Salvador sofrem ainda mais com a redução da durabilidade das estruturas, pois a sua construção e reabilitação em ambiente marítimo requer maior investimento econômico, comprometendo as necessidades dos usuários (SERRA, 2012). 13 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral O objetivo deste trabalho é avaliar a degradação das fachadas e suas principais causas em edifícios de alvenaria estrutural, por meio de visitas de campo, para realizar um levantamento quantitativo e mapeamento, visando apresentar técnicas de reparo, prevenção e trabalhos de manutenção. 1.1.2 Objetivos Específicos 1. Determinar as principais manifestações patológicas que causam a degradação das fachadas em edifícios com o sistema construtivo em alvenaria estrutural com uso da Metodologia de avaliação de fachada e diagnóstico das patologias identificadas LEMUnB. 2. Determinar a região da fachada que tem maior incidência de danos (GASPAR & BRITO, 2005). 3. Analise da influência do ambiente marítimo e da orientação cardeal da fachada em relação ao fator de danos (FD). 4. Elaborar uma matriz de correlação anomalias / causas prováveis (SILVESTRE & BRITO, 2008). 5. Apresentar técnicas de reparo, prevenção e trabalhos de manutenção para os danos encontrados; 1.2 JUSTIFICATIVA A NBR 15575 (ABNT, 2013) estabelece uma vida útil de projeto (VUP) mínima de 40 anos para vedações verticais externas em que o sistema construtivo deve ser projetado para atender aos requisitos de desempenho estabelecidos. Para isso o projetista e a construtora devem ter pleno conhecimento dos sistemas construtivos, dos mecanismos e das causas das manifestações patológicas, das prováveis soluções de reparo e prevenção, visando garantir o desempenho da fachada por meio da elaboração de um projeto de produção, emprego rigoroso dos materiais especificados no projeto e mão de obra qualificada, treinada e devidamente 14 fiscalizada em todas as fases da execução do revestimento externo” (TOMAZELI & GONÇALVES, 2016). Desejando minimizar o surgimento de danos na fachada, diversos trabalhos científicos estão sendo realizados com uso de metodologias apropriadas para catalogar e diagnosticar as ocorrências de anomalias (ANDRADE, 1997). Entretanto, tais estudos são carentes na região nordeste do Brasil, até mesmo em Salvador, quarta maior cidade do país em número populacional, e com construções em alvenaria estrutural afetadas pela influência do ambiente marítimo. Com isso, o presente trabalho pretende contribuir com os estudos na área da degradação das fachadas em alvenaria estrutural, apresentando resultados para que a construção civil os tenha como base para futuras obras. 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho foi divido em 6 capítulos da seguinte forma: Este primeiro capítulo tem como intensão apresentar o tema do trabalho, justificativas da importância. Além disso, apresenta o objetivo geral e específicos. O capítulo 2 aborda as vedações verticais externas desde o sistema construtiva, normas, manifestações patológicas e a manutenção. O sistema de alvenaria estrutural é abordado mostrando as normas especificas de cada tipo de bloco estrutural e a classificação do sistema. O capítulo 3 apresenta as ferramentas utilizadas na metodologia visando alcançar os objetivos do trabalho. No capítulo 5 visa apresentar os resultados e discursões com edifícios analisados. No capítulo 6 são apresentadas as considerações finais e recomendações para trabalhos futuros. Por fim, é apresentado as referências bibliográficas. 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. VEDAÇÕES VERTICIAS EXTERNAS – FACHADAS 2.1.1 Sistema de revestimento de fachada Revestimento externo é o conjunto de camadas superpostas e intimamente ligadas, constituído pela estrutura-suporte, alvenarias, camadas sucessivas de argamassas e revestimento final, cuja função é proteger a edificação da ação da chuva, umidade, agentes atmosféricos, desgaste mecânico oriundo da ação conjunta do vento e partículas sólidas, bem como dar acabamento estético NBR 13755 (ABNT, 1996). O revestimento em argamassa pode ser formado em camada dupla (Figura 1) ou em massa única. Figura 1 – Revestimento com camada dupla. Fonte: ANTUNES (2010). A Tabela 1 apresenta resumidamente os elementos da fachada, suas composições e funções de acordo com Antunes (2010, apud NBR 13755, 1996; Medeiros e Sabbatini, 1999). 16 Tabela 1 – Elementos de fachada associados ao sistema de revestimento, composição e principais funções Elemento Composição Função Constituído por superfície plana de parede. Depende de sua função na estrutura, vedação Base ou Podem ser concreto armado ou alvenaria ou estrutural substrato de blocos cerâmicos, de blocos de É a camada responsável por receber o concreto, blocos de concreto celular ou revestimento de argamassa blocos sílico-calcários Uniformizar a superfície da base quanto à Chapisco Argamassa de cimento, areia e água absorção e melhorar a aderência do revestimento Mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânicos e Emboço água, contendo ou não aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento Mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânicos e Reboco água, contendo ou não aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento Cobrir e regularizar a superfície da base ou chapisco, corrigindo defeitos irregularidades da mesma, propiciando uma superfície que permita receber outra camada, de reboco, ou de revestimento decorativo, ou que se constitua no acabamento final Cobrir o emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo ou que se constitua no acabamento final Mistura constituída de aglomerante(s) hidráulico(s), agregado minerais e Argamassa aditivo(s), que possibilita, quando Confere aderência às placas cerâmicas junto colante preparada em obra com a adição à camada que lhe serve de base exclusiva de água, a formação de uma massa viscosa, plástica e aderente Tinta ou placa cerâmica e argamassa de Acabamento decorativo rejunte à base de cimento, areia e/ou outros agregados finos, inertes não reativos, com adição de um ou mais aditivos químicos Argamassa de rejunte Pode ser argamassa, nata de cimento, resina epóxi ou qualquer outro especificado para o devido fim Contribui para a definição estética do edifício e confere propriedades para a fachada como resistência à penetração de água, isolamento, limpabilidade, etc. Composto destinado a preencher as juntas de assentamento de placas cerâmicas. Fonte: Antunes (2010, apud ABNT NBR 13755, 1996; Medeiros e Sabbatini, 1999). 17 2.1.2 Norma de desempenho Além das normas já citadas para alvenaria estrutural, no ano de 2008 foi lançada pela Comissão de Estudo de Desempenho de Edificações (CE-02.136.01) a Norma de Desempenho NBR 15575 (ABNT, 2013) que sofreu algumas correções desde o ano de sua publicação e atualmente a última versão é a de 2013 no qual aborda, na parte 4, os requisitos, os critérios e os métodos para a avaliação do desempenho de sistemas de vedações verticais internas e externas (SVVIE) de edificações habitacionais ou de seus elementos. Na Tabela 2 são apresentados os requisitos para sistemas de vedação vertical. Tabela 2 – Estrutura dos requisitos na NBR 15575-4 Requisito Requisitos para sistemas de vedação vertical Segurança Estrutural Sim Segurança contra Incêndio Sim Segurança uso e Operação Sim Estanqueidade Sim Desempenho Térmico Sim Desempenho Acústico Sim Desempenho Lumínico Estabelecidos na NBR 15575-1 Durabilidade e VUP Sim Saúde, Higiene e Qualidade Ar Estabelecidos na NBR 15575-1 Funcionalidade e Acessibilidade Estabelecidos na NBR 15575-1 Conforto Tátil e Antropodinâmico Estabelecidos na NBR 15575-1 Adequação Ambiental Estabelecidos na NBR 15575-1 Fonte: SHIN (2016). Com isso, as construtoras, sindicatos, universidades e fabricantes viram a necessidade de se mobilizar para atender as necessidades dos usuários por meio de estudos, visando soluções para as principais causas (BARBOSA; LOTURCO; SANTIN, 2016), atendendo o desempenho especificado na norma e vida útil mínima. A norma atribui responsabilidade a todo o ciclo. CBIC (2013, apud SHIN, 2016): 18 a) Incorporador – definição dos níveis de desempenho; b) Projetistas – soluções e especificações; c) Fornecedores de materiais e produtos – qualidade e desempenho; d) Construtora – execução da obra. Pela confirmação do atendimento: a) Laboratórios – ensaios comprobatórios; b) Gerenciadora – coordenação de projetos e interfaces, fiscalização da execução, verificação e compilação da documentação. Além destes atores, a norma também contempla o usuário, que também apresenta uma responsabilidade na obtenção do desempenho esperado no produto final. Segundo a NBR 15575-4 (ABNT, 2013) o desempenho das vedações verticais referese basicamente aos seguintes requisitos: 1) Estanqueidade: os sistemas de vedações verticais externos do edifício habitacional, incluindo a junção entre a janela e a parede, e seus componentes devem permanecer estanques e não apresentar infiltrações que proporcionem borrifamentos ou escorrimentos ou formação de gotas de água aderentes na face interna, podendo ocorrer pequenas manchas de umidade, com áreas limitadas pela norma. 2) Segurança estrutural: Limitar deslocamentos, fissurações e descolamentos nos sistemas de vedações verticais externas e internas. 3) Conforto acústico e térmico: Outro grande desafio é atender as exigências da norma em relação ao desempenho acústico e térmico segundo Lucente (2013 apud CORSINI, 2013). Pois, para garantir o conforto acústico aos empreendimentos, devese usar materiais mais nobres e mãos de obra mais qualificadas, principalmente em vias de grande fluxo de automóveis. A classe de ruído pela localidade como pode ser visto na Tabela 3 é um requisito importante e que deve ser analisado com cautela, pois pode gerar subjetividade e por consequência o não atendimento do requisito da norma que impacta diretamente ao usuário (SHIN, 2016). 19 Tabela 3 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, , da vedação externa de dormitório Classe de ruído I II Localização da habitação Habitação localizada distante de fontes de ruído intenso de quaisquer naturezas. Habitação localizada em áreas sujeitas a situações de ruído não enquadráveis nas classes I e III. ≥20 ≥25 Habitação sujeita a ruído intenso de meios de III transporte e de outras naturezas, desde que ≥30 conforme a legislação. Fonte: NBR 15575-4 (ABNT, 2013). Em relação ao conforto térmico o desafio é em relação aos requisitos para as unidades voltadas para o sol poente, já que ficam expostas ao sol no período de tarde. Na versão atual da norma, houve mudança dos critérios de desempenho térmico, adequando os requisitos para avaliação detalhada por meio de simulação por computador Lucente (2013 apud CORSINI, 2013). 2.1.3 Degradação de fachadas O surgimento de manifestações patológicas nas fachadas, geralmente é causado por uma combinação de fatores que segundo Silva (2014) são:  Inexistência de projeto;  Desconhecimento das características dos materiais empregados e utilização de materiais inadequados;  Erros de execução (tanto no preparo da base, como por deficiência de mão de obra);  Desconhecimento ou não observância das Normas Técnicas e ainda por falhas de manutenção. Algumas manifestações patológicas não são tão fáceis de serem identificadas com uma análise superficial, levando à necessidade de estudos mais aprofundados (BARBOSA; LOTURCO; SANTIN, 2016). 20 As condições de exposição variam de acordo com cada região, podendo também causar danos colossais de forma muito precoce, não atendendo as exigências do usuário segundo a NBR 15575-1 (ABNT, 2013) que são segurança, habitabilidade e sustentabilidade. As principais condições de exposição são (Figura 2): “variações térmicas, ações de vento, ações de umidade, carregamentos estáticos e dinâmicos, ações de chuvas, deformações diferenciais, ações de peso próprio, abrasão e impactos e umidade do solo. ” (SILVA, 2006). Figura 2 – Condições de exposição da fachada Fonte: ABCP (2002). 2.1.4 Condições climáticas de Salvador-BA Segundo a NBR 15220-3 (ABNT, 2005) Salvador é classificado na zona 8 (FIJ) em seu Zoneamento Bioclimático Brasileiro, que abrange 53,7% do país como pode ser visto na Figura 3. 21 Figura 3 – Zoneamento bioclimático brasileiro Fonte: NBR 15220-3 (ABNT, 2005). O zoneamento tem o objetivo de abranger um conjunto de recomendações e estratégias construtivas destinadas às habitações unifamiliares de interesse social apresentados nas Tabela 4 e Tabela 5. Tabela 4 – Detalhamento das estratégias de condicionamento térmico Estratégia Detalhamento As sensações térmicas são melhoradas através da desumidificação dos F ambientes. Esta estratégia pode ser obtida através da renovação do ar interno por ar externo através da ventilação dos ambientes. A ventilação cruzada é obtida através da circulação de ar pelos ambientes da edificação. Isto significa que se o ambiente tem janelas em apenas uma IeJ fachada, a porta deveria ser mantida aberta para permitir a ventilação cruzada. Também deve-se atentar para os ventos predominantes da região e para o entorno, pois o entorno pode alterar significativamente a direção dos ventos. Fonte: NBR 15220-3 (ABNT, 2005). 22 Tabela 5 – Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimática 8 Aberturas para ventilação Sombreamento das aberturas Grandes Sombrear aberturas Fonte: NBR 15220-3 (ABNT, 2005). Apesar das limitações apresentadas por estudos (RORIZ, 2012) posteriores ao zoneamento proposto inicialmente por ser direcionado apenas a Habitações Unifamiliares de Interesse Social, mas, por ser o único disponível nas normas técnicas brasileiras, tem sido aplicado indistintamente para qualquer tipo de edificação, provocando análises equivocadas sobre a adequação climática destas edificações. Apesar desse fato, aquele zoneamento é adotado mesmo por algumas normas posteriores à NBR 15520 (ABNT, 2005) e referentes a outras tipologias construtivas, como, por exemplo, a NBR 15575 – Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos (ABNT, 2013) e os Regulamentos Técnicos sobre Eficiência Energética, RTQ-C e RTQ-R (INMETRO, 2010, 2010a). O clima de Salvador é do tipo tropical chuvoso, sem estação seca, apresentando chuvas concentradas nos meses de março a agosto devido à atuação de sistemas atmosféricos litorâneos, especialmente o Tropical Atlântico e o Polar Atlântico, que desloca as frentes frias do Sul, determinando torrenciais chuvas frontais. Estes sistemas atuam ao longo de todo o ano, estando mais fortes no litoral brasileiro no período do inverno (BRANDÃO, 2009). Com base nos dados de 1961 a 1990 fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para Salvador, a média pluviométrica anual é de 2144,1mm (Figura 4), a temperatura média anual é de 25,3ºC (Figura 5), a insolação média anual é de aproximadamente 2500 h de sol por ano (Figura 6) e a umidade relativa do ar tem média de 80,9% (Figura 7). Dados mais recentes (agosto/2010 a janeiro/2012) mostram que a média pluviométrica anual, temperatura e unidade relativa apresentam valores próximos dos apresentados nas Figura 4, Figura 5 e Figura 7 VILASBOAS (2013, apud INMET, 2012). 23 Figura 4 – Precipitação de Salvador – período 1961-1990 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Precipitação (mm) Dias com precipitação (≥ 1 mm) Fonte: INMET. Temperatura média °C Figura 5 – Temperatura média mensal de Salvador – período 1961-1990 27 26 25 24 23 22 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano Período Fonte: INMET. 24 Figura 6 – Insolação mensal de Salvador – período 1961-1990 Insolação Total (horas) 300 250 200 150 100 50 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Período Fonte: INMET. Umidade relativa (%) Figura 7 – Umidade mensal de Salvador – período 1961-1990 84 83 82 81 80 79 78 77 76 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano Período Fonte: INMET. De acordo com as Figura 5 e Figura 7, respectivamente, a temperatura e a umidade relativa do ar em Salvador são propicias para o desenvolvimento do bolor (machas na pintura), pois apresentam variações de 15 a 35ºC e umidade relativa do ar maior que 75% ANTUNES (2010, ALUCCI et al., 1988). 25 2.1.5 Influência do ambiente marítimo O Brasil conta com aproximadamente 8.500 km e Salvador com 40 km de zona costeira (VILASBOAS, 2013), uma das maiores do mundo. Mas estudos recentes no Brasil (GARCIA, 2008) e em Portugal (ENGIZC, 2009, apud PROCIV 15, 2010, p. 28) mostram que a influência do ambiente marítimo sobre as edificações tem limite de 1,4 km e 2,0 km, respectivamente, sendo o limite entre as classes de agressividade II e III definidas na Tabela 6.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014). Com isso, quando se inicia um projeto deve se determinar a classe de agressividade ambiental do local que a obra está instalada, neste caso classificada III tem forte agressividade e com grande risco de deterioração da estrutura. Além disso, empreendimentos muito próximos ao mar, que recebem respingos de maré são considerados classe IV com agressividade muito forte e elevado risco de deterioração da estrutura. Em estudo dissolvido em diversos bairros de Salvador mostra que empreendimentos com distância superior a 500 metros do mar já são enquadrados na classe de agressividade ambiental II, que corresponde a uma agressividade moderada e risco de deterioração da estrutura pequeno, em virtude da deposição de cloretos ser superior a 60 mg/(m².d) e não ultrapassar a 300 mg/(m².d). Todavia, deve se levar ainda em consideração que a taxa de deposição de cloretos numa edificação depende principalmente das condições de exposição (microclimas) de cada parte da estrutura, o que poderá resultar em ambientes diversos com diferentes classes de agressividade (VILASBOAS, 2013). Segundo Ferreira (2004 apud BOTO, 2014), os revestimentos de fachadas inseridos em uma zona costeira sofrem muito com a agressividade ambiental, podendo causar corrosão das armaduras em fachadas de concreto aparente. Além disso, segundo Teixeira (2011 apud BOTO, 2014), o fator umidade é a maior causa das anomalias das fachadas em Portugal e está diretamente associado à forte brisa marítima. Para garantir a vida útil mínima de projeto, a NBR 6118 (ABNT, 2014) se tornou ainda mais exigente em relação a recomendar menor relação água/cimento, maior resistência à compressão e maior cobrimento para o concreto (Tabela 6 e Tabela 7). 26 Tabela 6 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto Classe de agressividade Concreto Tipo Relação I II III IV CA ≤0,65 ≤0,60 ≤0,55 ≤0,45 em massa CP ≤0,60 ≤0,55 ≤0,50 ≤0,45 Classe de CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40 CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40 água/cimento concreto (ABNT NBR 8953 Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014). Tabela 7 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal para ∆c = 10 mm Classe de agressividade ambiental Tipo de Componente ou estrutura elemento I II III IV Cobrimento nominal mm Concreto armado Laje 20 25 35 45 Viga/pilar 25 30 40 50 40 50 Elementos estruturais em contato com o 30 solo Concreto Laje 25 30 40 50 protendido Viga/pilar 30 35 45 55 Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014). Estudo (CIRNE, 2006) junto às construtoras que realizam obras em Salvador mostrou que apenas 20% tinham projeto de revestimento de fachada, sendo que destes apenas 50% seguiu integralmente. Além disso, a pesquisa mostrou que as principais manifestações patológicas são fissuras/trincas, manchas causadas por umidade, descolamento, destacamento e infiltrações. 27 2.1.6 Manutenção de fachadas Segundo Chew (2003 apud BOTO, 2014), o projeto de fachada em muitos casos não leva em consideração os fatores de influência ambiental, que podem variar de acordo com a localização. Com isso, a necessidade de manutenção corretiva é maior, por causa da degradação prematura, com maior vulnerabilidade aos ataques atmosféricos, que provocam as anomalias superficiais e que transformam, na maior parte das vezes em anomalias mais complexas, dependendo da intensidade de exposição ao meio ambiente na zona envolvente. A elaboração de planos de manutenção de fachadas na zona costeira é uma forma eficaz de combater previamente as anomalias provenientes do ambiente marítimo (BOTO, 2014). Tendo em vista a importância da manutenção, foi criada a NBR 5674 (ABNT, 2012), que estabelece os requisitos para a gestão do sistema de manutenção de edificações, que incluem: a) preservar as características originais da edificação; b) prevenir a perda de desempenho decorrente da degradação dos seus sistemas, elementos ou componentes. Além disso, a NBR 14037 (ABNT, 2014) traz diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações em que deve especificar, de forma clara e sucinta, os requisitos básicos para a utilização e a manutenção preventiva, necessários para garantir a vida útil prevista para a estrutura. Em 2001, entrou em vigor a lei Nº 5.907 no município de Salvador que dispõe sobre a manutenção preventiva e periódica das edificações e equipamentos públicos ou privados, em que no Art. 3º exige a vistoria técnica, registradas em relatórios ou laudos técnicos, de responsabilidade de seus proprietários ou gestores conforme o caso, e serão realizadas por profissionais habilitados no CREA-BA e na SUCOM. Para cada empreendimento ou equipamento a lei no artigo 8º estabelece prazos em seu anexo para que seja realizada vistoria técnica a partir da data de expedição do Alvará de Habite-se ou da conclusão da obra ou ainda da instalação do equipamento. Em edifícios multiresidencial como é o caso deste estudo, o responsável é o condomínio e o prazo máximo de vistoria é de 5 anos. 2.1.7 Principais manifestações patológicas em revestimento de fachadas 1) Manchamento na pintura - Bolor ou mofo: 28 As machas que surgem na pintura (Figura 8) são causadas por microrganismos (fungos) e se desenvolvem e proliferam em condições de clima favoráveis, como em ambientes bastante úmidos, mal ventilados e/ou mal iluminados. Figura 8 – Bolor próximo às janelas da fachada Fonte: ANTUNES (2010). 2) Descascamento de pintura O aparecimento de descascamento de pintura (Figura 9) está associado à perda de aderência da película, pulverulências ou descolamentos, com posterior perda de aderência, escamação da película, preparo inadequado do substrato, aplicação em substrato instável e tinta com baixa resistência a álcalis ANTUNES (2010, CINCOTTO, 1998). Figura 9 – Descascamento de pintura Fonte: ANTUNES (2010). 29 3) Desplacamento cerâmico O desplacamento cerâmico (Figura 10) acontece posteriormente ao descolamento gerando a queda de placas cerâmicas, levando ou não consigo argamassa de assentamento ou mesmo parte do emboço. Tal patologia está tendo grande notoriedade na construção civil atualmente para analisar as suas causas, tendo em vista o levantamento realizado pela empresa Neoway/Creactive com 87 construtoras (76% atuantes em São Paulo) indicou que cerca de 20% das empresas entrevistadas tiveram obras com ocorrência da patologia (PINI, 2016). Figura 10 – Descascamento de pintura Fonte: ANTUNES (2010). 4) Falha de vedação Segundo (ANTUNES, 2010) a falha de vedação esta associada à queda de rejunte, pela sua má aplicação ou falta de manutenção e ainda pode ser decorrente do processo de corrosão de esquadrias metálicas. A ausência de rejunte na interface esquadria/alvenaria permite que a água percole pela abertura levando ao surgimento de infiltrações (Figura 11). Figura 11 – Descascamento de pintura Fonte: ANTUNES (2010). 30 5) Fissuras mapeadas Manifesta-se com aberturas lineares mapeadas, forma variada e distribuídas por toda a superfície conforme Figura 12. Tais fissuras são devido a diversas causas como Segat (2005, apud THOMAS, 1989; LEAL, 2003; MASUERO, 2001; JOHN, 1995):  Retração da argamassa devido ao consumo elevado de cimento, o teor de finos elevado e o consumo elevado de água de amassamento;  Desempenho excessivo causa retração do emboço;  Falta de aderência com a base;  Número e espessura de camadas;  Argamassa com baixa retenção de água;  Cura deficiente de uma camada ou falta de cura;  Perda de água de amassamento por sucção da base ou pela ação de agentes atmosféricos;  Influência das condições climáticas na execução das fachadas devido em dias muito quentes ou secos pode provocar uma precoce desidratação da argamassa;  O emprego de aditivo normalmente faz com que a retirada da cal seja compensada com um aumento no teor de cimento, intensificando a retração de secagem.  Movimentações higroscópicas; Figura 12 – Fissuras mapeadas Fonte: ANTUNES (2010). 31 2.2. SISTEMA DE ALVENARIA ESTRUTURAL 2.2.1 Definição O bloco da alvenaria estrutural (Figura 13) pode ser fabricado por uma variedade de materiais como: o cerâmico, concreto, sílico-calcáreo e celular autoclavado, todos normatizados para garantir a qualidade do produto no momento da execução, já que danos podem causar manifestações patológicas e comprometer a estrutura, pois os blocos são os elementos estruturais que transferem toda a carga da construção para as fundações em prédios que podem chegar a 20 pavimentos no Brasil (CAMACHO, 2006). A escolha do tipo de bloco estrutural, no Brasil, varia de acordo com a região, sendo o bloco de concreto o que vem sendo mais aplicado, inclusive na cidade de Salvador, que é objeto de estudo desse trabalho. Figura 13 – Tipos de blocos para alvenaria estrutural. Fonte: Repositório NAPEAD-UFRGS (2017). 32 Os elementos base constituintes deste sistema estrutural são (Figura 14): Parede, parede resistente, parede não resistente, parede de contraventamento, pilar, cinta, verga, viga, contraverga, coxim, enrijecedor e diafragma (laje). Figura 14 – Sistema construtivo alvenaria estrutural. Fonte: PINI (2013). 2.2.2 Normas de sistemas de revestimento de alvenaria As normas brasileiras para blocos de alvenaria estrutural de concreto, cerâmico, celular autoclavado e sílico-calcário são:  ABNT NBR 15873:2010 – Coordenação modular para edificações  ABNT NBR 6136:2016 – Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos  ABNT NBR 15961-1:2011 - Alvenaria estrutural – Blocos de concreto – Parte 1: Projeto  ABNT NBR 15961-2:2011 - Alvenaria estrutural — Blocos de concreto — Parte 2: Execução e controle de obras  ABNT NBR 12118:2014 – Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Métodos de ensaio  ABNT NBR 16522:2016 – Alvenaria de blocos de concreto - Métodos de ensaio  ABNT NBR 15270:2005 – Componentes cerâmicos – Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação. 33  ABNT NBR 14974:2003 – Bloco sílico-calcário para alvenaria – Procedimentos para execução de alvenaria.  ABNT NBR 13438:2013 – Blocos de concreto celular autoclavado – Requisitos  ABNT NBR 13440:2013 – Blocos de concreto celular autoclavado — Métodos de ensaio.  ABNT NBR 14956:2013 – Blocos de concreto celular autoclavado — Execução de alvenaria sem função estrutural. 2.2.3 Classificação: processo construtivo Segundo a NBR 15961-1 (ABNT, 2011) a alvenaria estrutural pode ser classificada segundo o seu processo construtivo:  Elemento de alvenaria não-armado: Elemento de alvenaria no qual não há armadura dimensionada para resistir aos esforços solicitante.  Elemento de alvenaria armado: Elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras passivas que são consideradas para resistir aos esforços solicitantes.  Elemento de alvenaria protendido: Elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras ativas. 2.3. FERRAMENTAS DE APOIO À INSPEÇÃO E AO DIAGNÓSTICO Serão apresentadas as principais ferramentas utilizadas atualmente para sistematizar o estudo adequado deste trabalho. 2.3.1 Metodologia de avaliação de fachada e diagnóstico das patologias identificadas LEM- UnB Metodologia consolidada que vem sendo aplicada e atualizada desde 1998 e que consiste em duas etapas, que são (ANTUNES, 2010): 1) Visita e coleta de informações preliminares. São realizadas visitas ao empreendimento para coletar informações preliminares, como: levantamento da documentação técnica, como projetos, histórico de construção, idade, 34 número de pavimentos, tipo de uso, orientação cardeal das fachadas, sistema construtivo, tipo de acabamento de fachada; a existência de projeto de revestimento, intervenções anteriores, e ainda existência de manutenção e sua frequência. 2) Inspeção e diagnóstico. O diagnóstico deve ser realizado por meio de uma inspeção detalhada do edifício com uma equipe de profissionais capacitados e com equipamentos para auxiliar o registro e visualização, como: binóculos e/ou lunetas de alta resolução, câmera fotográfica de resolução conveniente, e, atualmente, há empresas especializadas em usar drones para realizar tal serviço. Outros pontos importantes da metodologia são:  A inspeção deve analisar a gravidade dos riscos e medidas a serem tomadas;  Mapeamento das manifestações patológicas de uma prumada;  Inspeções localizadas em altura devem ser realizadas com o auxílio de técnicas de rapel, em cadeirinha, por profissional capacitado;  Caso necessário devem ser realizados ensaios em laboratório, onde existe uma variedade de métodos de avaliação;  Devem-se realizar também vistorias internas complementarmente, pois as manifestações patológicas na fachada podem impactar internamente. 2.3.2 Ferramenta de mapeamento da sensibilidade dos revestimentos de fachadas às manifestações patológicas A ferramenta desenvolvida por Gaspar e Brito (2008) foi aplicada em 150 prédios nas cidades de Lisboa, Alcochete e Tavira, em Portugal. Foi dividida em diferentes áreas a fachada (Figura 15): (1) próximo ao nível do solo (caso haja contato com o mesmo); (2) sobre paredes contínuas; (3) próximo às aberturas (janelas, portas, etc.); (4) em parapeitos, abaixo de cornijas, rufos e beirais; (5) abaixo de sacadas ou varandas; e (6) nos cantos e extremidades. 35 Figura 15 – Representação esquemática das regiões de análise em uma fachada Fonte: Silva (2014, apud GASPAR e BRITO, 2005). 2.3.3 Ferramenta de inspeção e diagnóstico de revestimentos cerâmicos aderentes Sistema de classificação proposto no trabalho realizado por Silvestre e Brito (2008) foi para a inspeção e diagnóstico de revestimentos cerâmicos aderentes e validados por meio da realização de 155 inspeções normatizadas. A metodologia de classificação é dividida em 4 partes, que são de acordo com a Figura 16: Figura 16 – Sistema classificativo de apoio à inspeção Anomalias Fichas de Anomalia Causas Prováveis Sistema Classificativo Métodos de Diagnóstico Fichas dos Metódos Técnicas de Reparação Fichas dos Reparos Fonte: SILVESTRE & BRITO (2008). 36 Os autores elaboraram a ferramenta para que facilitasse a abordagem dos fenômenos patológicos, já que é um conjunto de múltiplas e complexas camadas que o constituem. Necessidades que já foram apontadas na metodologia desenvolvida no trabalho de (CAMPANTE, 2001), segundo (SILVESTRE & BRITO, 2008). As causas prováveis na matriz de correlação estão divididas em falhas de projeto, erros de execução, ações acidentais, falhas de manutenção e alteração das condições inicialmente previstas. 37 3. METODOLOGIA Este trabalho irá apresentar o estudo sistematizado das manifestações patológicas de 3 edifícios em alvenaria estrutural na cidade de Salvador. Ambos os edifícios têm revestimento cerâmico e argamassa com acabamentos em pintura. Para isso, este estudo de caso foi dividido em 3 partes distintas: 3.1. COLETA DE DADOS Inicialmente, coletaram-se as informações preliminares sobre os empreendimentos escolhidos; a avaliação das fachadas foi realizada com auxílio do Guia Técnico de Manifestações Patológicas, elaborado por Antunes (2010); elaboração de croquis das fachadas com a identificação das manifestações patológicas por região, conforme metodologia LEM – UnB. As visitas no edifício A aconteceram no dia 10/12/2016 com acompanhamento de um profissional habilitado e no dia 25/12/2016 foi realizada uma nova visita pelo autor visando coletar mais informações. O edifício B e C foi realiza a visita apenas pelo autor nos dias 01/02/2017 e 17/02/2017, respectivamente. Foi dividida em diferentes áreas a fachada: (1) sobre paredes contínuas; (2) próximo às aberturas (janelas, portas, etc.); (3) em parapeitos, abaixo de cornijas, rufos e beirais; (4) abaixo de sacadas ou varandas; (5) nível do solo (alicerce) e (6) nos cantos e extremidades. 3.2. TRATAMENTO DOS DADOS Nesta etapa foi calculada a ocorrência e fator de danos de cada manifestação patológica por fachada e região para se poder apresentar gráficos e tabelas visando chegar em provável diagnóstico. Para mensurar o primeiro estágio de degradação das fachadas, são apresentadas tabelas, que apresentam o Fator de Danos (FD), que relaciona a área de manifestações patológicas em função da área total de fachada pela Equação 3.1, abaixo (SILVA, 2014). 38 FD – Fator de Dano da fachada (%); Ad – Área de manifestação patológica observada na amostra de fachada (m²); A – Área total da amostra de fachada (m²). 3.3. DIAGNÓSTICO Foi elaborada uma matriz de correlação anomalias/causas prováveis (SILVESTRE & BRITO, 2008), visando apresentar as prováveis causas que incidem na fachada de edifícios em alvenaria estrutural. 39 4 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASO Os 3 edifícios selecionados foram de alvenaria estrutural. A localização será próxima à orla marítima e extremo de Salvador, visando avaliar a incidência de manifestações patológicas com relação à proximidade do meio marítimo. Os empreendimentos analisados provavelmente são classificados NBR 6118 (ABNT, 2014) na classe de agressividade ambiental II, agressividade moderada e risco de deterioração da estrutura pequeno, tendo em vista estudos apresentados por VILASBOAS (2013). 4.1. COLETA DE DADOS Os dados preliminares de identificação dos empreendimentos analisados são apresentados na Tabela 8. Tabela 8 – Informações preliminares dos edifícios Idade (anos) Distância do mar / bairro Número de andares Acabamento de fachada Edifício A Edifício B Edifício C 35 30 30 5 km (São Marcos) 1,9 km (Patamares) 4 4 Pastilha (6x6cm), Pintura e pastilha até a cerâmica (35x35cm) altura 70 cm na fachada e pintura sudoeste (lateral B) 1,7 km (Engenho Velho da Federação) 3 Pintura Fachada nordeste e Intervenções anteriores Sim, pastilha em 2012 Não informado sudoeste foram pintadas há 5 anos (2012) Área da fachada (m²) 448,99 815,0 1.151,93 Fonte: O autor (2017). 40 4.1.1 Edifício A 4.1.1.1 Orientação das fachadas Para facilitar a coleta e tratamento de dados, foi feita a identificação das orientações das fachadas, para melhor entendimento, como segue nas Figura 17 a Figura 20: Figura 17 – Ilustração esquemática da orientação das fachadas do edifício A Fonte: O autor (2017). 41 Figura 18 – Foto da fachada sul (lateral A). Figura 19 – Foto da fachada leste (vista da frente) Fonte: O autor (2017). Fonte: O autor (2017). Figura 20 – Foto da fachada norte (lateral B) Fonte: O autor (2017). 42 4.2.2 Edifício B 4.2.2.1 Orientação das fachadas Para facilitar a coleta e tratamento de dados, foi feita a identificação das orientações das fachadas, para melhor entendimento, como segue nas Figura 21 a Figura 24. Figura 21 – Ilustração esquemática da orientação das fachadas do edifício B Fonte: O autor (2017). 43 Figura 22 – Foto da fachada sudoeste (lateral C) Figura 23 – Foto da fachada nordeste (lateral A) Fonte: O autor (2017). Fonte: O autor (2017). Figura 24 – Foto da fachada sudeste (lateral B) Fonte: O autor (2017). 44 4.2.3 Edifício C Para facilitar a coleta e tratamento de dados, foi feita a identificação das orientações das fachadas, para melhor entendimento, como segue nas Figura 25 a Figura 29. 4.2.3.1 Orientação das fachadas Figura 25 – Ilustração esquemática da orientação das fachadas do edifício C Fonte: O autor (2017). As Figura 26 e Figura 29 representam as fachadas que não passaram por manutenção e que estão totalmente deterioradas. 45 Figura 26 – Foto da fachada noroeste (lateral D) Fonte: o autor (2017). Figura 27 – Foto da fachada nordeste (lateral A) Fonte: O autor (2017). 46 Figura 28 – Foto da fachada sudeste (lateral B) Fonte: O autor (2017). Figura 29 – Foto da fachada sudoeste (lateral C) Fonte: O autor (2017). 47 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Serão apresentados inicialmente os resultados separadamente para cada edifício devido à peculiaridade de cada um. Será apresentado por meio de tabelas o fator de dano por região da fachada, por orientação cardeal e do edifício. Além disso, serão apresentadas percentualmente as manifestações patológicas por orientação cardeal da fachada. 5.1 EDIFÍCIO A A Tabela 9 apresenta os valores de ocorrência e fator de danos geral nas fachadas do edifício A, em que o topo apresentou maior fator de danos (88,06%), mas foi na região aberturas que apresentou maior ocorrência de danos (58,13%). Nas Tabela 10 a Tabela 12 são apresentados o fator de danos e ocorrência de danos para cada orientação cardeal. Tabela 9 – Valores de ocorrência e fator de danos geral nas fachadas do edifício A Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas 9,84 85,33 Aberturas 58,13 43,46 Cantos e extremidades 11,73 81,85 Topo 15,70 88,06 Nível do solo (alicerce) 4,75 42,93 Região da fachada Fonte: O autor (2017). 48 Tabela 10 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada leste do edifício A Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas 29,52 85,33 Aberturas 37,58 100,00 Cantos e extremidades 20,57 85,97 Topo 5,30 100,00 Nível do solo (alicerce) 7,47 81,11 Região da fachada Fonte: O autor (2017). Devido ao elevado número de aberturas as fachadas sul (Tabela 11) e norte ( Tabela 12) não apresentaram a região da fachada parede contínuas. Tabela 11 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sul do edifício A Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas - - Aberturas 99,96 29,13 Cantos e extremidades 0,00 0,00 Topo 0,00 0,00 Nível do solo (alicerce) 0,04 0,06 Região da fachada Fonte: O autor (2017). 49 Tabela 12 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada norte do edifício A Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) - - Aberturas 36,86 16,70 Cantos e extremidades 14,62 53,39 Topo 41,78 100,00 Nível do solo (alicerce) 6,73 49,66 Região da fachada Paredes contínuas Fonte: O autor (2017). Nas Figura 30 a Figura 32 serão apresentados à porcentagem de ocorrência de cada manifestação patológica em relação à orientação cardeal. Na Figura 32 em que apresenta na fachada sul falha de vedação devido à ausência de reaplicação do rejunte ocasionou internamente nos apartamentos o empolamento da pintura gerada pela infiltração de umidade pela chuva. Com isso, recomenda se realizar manutenções periódicas com a limpeza da fachada a cada dois ou três anos e reaplicação do reajunte. A pastilha está sendo atualmente bastante usada no revestimento de fachadas devido apresentarem grande valorização econômica e estética, mas os proprietários do empreendimento devem analisar o custo de manutenção, pois como foi apresentado deve-se realizar limpeza e reaplicação periódico de acordo com a análise do grau de deterioração, mas como se pode perceber a manutenção não tem a sua devida atenção nos empreendimentos analisados neste trabalho e em outros estudos como (CIRNE, 2006) realizado em Salvador. A fachada leste (Figura 30) apresentou machas de umidade na cerâmica que provavelmente foi devido ao surgimento da umidade acidental, que é proveniente de vazamentos do sistema de distribuição no banheiro do apartamento Antunes (2010, apud PEREZ, 1988). 50 Figura 30 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada leste do edifício A Descascamento de pintura 1% Manchas de umidade na cerâmica 5% Manchamento na pintura Bolor ou mofo 94% Fonte: O autor (2017). Figura 31 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada norte do edifício A Manchamento na pintura - Bolor ou mofo 19% Fissuras mapeadas 81% Fonte: O autor (2017). Figura 32 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sul do edifício A 51 Desplacament o cerâmico 0,04% Falha de vedação 99,96% Fonte: O autor (2017). Todas as falhas observadas nas fachadas do edifício são apresentadas na Figura 33 em que machadas na pintura e fissuras mapeadas foram as que tiveram maior incidência. Apesar do desplacamento cerâmico ter apresentado uma baixa ocorrência, mas como foi colocado há apenas 5 anos (2012) a pastilha na fachada sul, então pode ser que o deslocamento esteja em estágio inicial, com isso se deve realizar ensaios específicos de laboratório e campo no revestimento cerâmico, rejunte, argamassa de assentamento e emboço para saber as causas. 52 Figura 33 – Ocorrência de manifestações patológicas global do edifício A Fissuras mapeadas 27,604% Desplacamento cerâmico 0,003% Falha de vedação 7,527% Manchas de umidade na cerâmica 2,917% Manchamento na pintura - Bolor ou mofo 61,134% Descascamento de pintura 0,815% Fonte: O autor (2017). A Tabela 13 apresenta os lados da fachada Norte e Leste que estão bastante deteriorados, devido provavelmente à presença de microrganismos pertencentes ao grupo dos fungos, causando manchas escuras e prejudicando a estética do edifício. Tabela 13 – Fator de dano da fachada (%) do edifício A Fachada do Área de manifestação Área total da Fator de Dano Edifício patológica (m²) fachada (m²) da fachada (%) Norte 101,61 125,46 85,4 Sul 24,01 120,33 20,0 Leste 173,65 203,2 89,5 Edifício A 299,27 448,99 69,7 Fonte: O autor (2017). 53 Nas Figura 34 a Figura 36 são apresentados o mapeamento das manifestações patológicas usadas para calcular o fator de danos e ocorrência de danos. Figura 34 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sul (sem escala) Fonte: O autor (2017). Figura 35 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada leste (sem escala) Fonte: O autor (2017). 54 Figura 36 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada norte (sem escala) Fonte: O autor (2017). 5.2 EDIFÍCIO B O edifício B também apresenta grande deterioração na região topo como pode ser vista na Tabela 14, devido à ausência de detalhes construtivos como rufo pingadeira. Nas Tabela 15 a Tabela 17 são apresentados o fator de danos e ocorrência de danos para cada orientação cardeal e relação a cada região da fachada. 55 Tabela 14 – Valores de ocorrência e fator de danos geral nas fachadas do edifício B Região da fachada Ocorrência de danos (%) Fator de Dano (%) Paredes contínuas 48,43 15,52 Aberturas 23,54 5,01 Sacadas - - Cantos e extremidades 5,72 11,28 Topo 22,31 52,88 Nível do solo (alicerce) 1,75 7,55 Fonte: O autor (2017). Tabela 15 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada nordeste do edifício B Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas 30,59 4,92 Aberturas 8,55 0,17 Sacadas - - Cantos e extremidades 18,09 3,20 Topo 0,00 0,00 Nível do solo (alicerce) 42,76 19,40 Região da fachada Fonte: O autor (2017). 56 Tabela 16 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sudeste do edifício B Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas 64,51 15,41 Aberturas 21,79 11,35 Sacadas - - Cantos e extremidades 3,69 20,29 Topo 10,01 48,05 Nível do solo (alicerce) 0,00 0,00 Região da fachada Fonte: O autor (2017). Tabela 17 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sudoeste do edifício B Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas 17,48 27,51 Aberturas 27,37 5,32 - - Cantos e extremidades 8,07 13,95 Topo 47,07 100,0 Nível do solo (alicerce) 0,81 3,58 Região da fachada Sacadas Fonte: O autor (2017). Nas Figura 37 a Figura 39 serão apresentados à porcentagem de ocorrência de cada manifestação patológica em relação à orientação cardeal. 57 Figura 37 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada nordeste do edifício B Manchamento na pinturaBolor ou mofo 100% Fonte: O autor (2017). Figura 38 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sudoeste do edifício B Descascamento de pintura 53% Manchamento na pintura Bolor ou mofo [PORCENTA GEM] Fonte: O autor (2017). 58 Figura 39 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sudeste do edifício B Fissuras 1% Descascamento de pintura 24% [NOME DA CATEGORIA] [PORCENTAG EM] Fonte: O autor (2017). Os principais danos encontrados no edifício B foram manchas na pintura e descascamento de pintura como é apresentado na Figura 40 devido a maior área da fachada ser em pintura Figura 40 – Ocorrência de manifestações patológicas global do edifício B Manchamento na pintura bolor ou mofo 1% Descascament o de pintura 33% Fissuras 66% Fonte: O autor (2017). 59 Tabela 18 – Fator de dano (%) da fachada do edifício B Fachada do Área de manifestação Área total da Fator de Dano Edifício patológica (m²) fachada (m²) da fachada (%) Nordeste 3,06 207,9 1,47 Sudoeste 30,0 207,9 14,43 Sudeste 54,8 399,7 13,71 Edifício B 87,9 815,5 10,77 Fonte: O autor (2017). Nas Figura 41 a Figura 43 são apresentados o mapeamento das manifestações patológicas usadas para calcular o fator de dano. Figura 41 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sudeste (sem escala) Fonte: O autor (2017). 60 Figura 42 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sudoeste (sem escala) Fonte: O autor (2017). Figura 43 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada nordeste (sem escala) Fonte: O autor (2017). 61 5.3 EDIFÍCIO C A ausência de detalhe construtivo rufo pingadeira na platibanda da edificação C contribuiu para o surgimento de manchas (bolor ou mofo) e de sujeira no topo da fachada (Tabela 19), pois elas interceptam a lâmina d´água, resultando num fluxo que se projeta afastado da fachada (ANTUNES, 2010). Tabela 19 – Valores de ocorrência e fator de danos geral nas fachadas do edifício C Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas 29,62 100,00 Aberturas 58,91 48,11 Cantos e extremidades 3,25 57,50 Topo 8,22 100,00 Nível do solo (alicerce) 6,16 68,47 Região da fachada Fonte: O autor (2017). Nas Tabela 20 a Tabela 23 são apresentados o fator de danos e ocorrência de danos para cada orientação cardeal e relação a cada região da fachada. As fachadas sudeste (Tabela 21) e sudoeste (Tabela 22) estão totalmente deteriorados devido à ausência de manutenção. Tabela 20 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada nordeste do edifício C Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas - - Aberturas 84,00 36,46 Cantos e extremidades 3,13 11,67 Topo 12,86 100,0 Nível do solo (alicerce) 5,43 100,00 Região da fachada Fonte: O autor (2017). 62 Tabela 21 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sudeste do edifício C Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) Paredes contínuas 28,56 100,00 Aberturas 63,02 100,00 Cantos e extremidades 2,75 100,00 Topo 5,67 100,00 Nível do solo (alicerce) 7,55 100,00 Região da fachada Fonte: O autor (2017). Tabela 22 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada sudoeste do edifício C Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) 85,30 100,00 - - Cantos e extremidades 9,94 100,00 Topo 4,76 100,00 Nível do solo (alicerce) 2,01 100,00 Região da fachada Paredes contínuas Aberturas Fonte: O autor (2017). Tabela 23 – Valores de ocorrência e fator de danos na fachada noroeste do edifício C Ocorrência de danos Fator de (%) Dano (%) - - Aberturas 50,21 5,68 Cantos e extremidades 0,00 0,00 Topo 49,79 100,00 Nível do solo (alicerce) 12,87 23,37 Região da fachada Paredes contínuas Fonte: O autor (2017). 63 Nas Figura 44 a Figura 46 serão apresentados à porcentagem de ocorrência de cada manifestação patológica em relação a orientação cardeal. Figura 44 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada nordeste do edifício C Manchamento na pintura bolor ou mofo [PORCENTA GEM] Fissuras mapeadas 8% Descascamento de pintura 58% Fonte: O autor (2017). Figura 45 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sudoeste do edifício C Manchamento na pintura Bolor ou mofo 100% Fonte: O autor (2017). 64 Figura 46 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada sudeste do edifício C Descascamen to de pintura 100% Fonte: O autor (2017). O surgimento de manchas e descascamento da pintura na parte inferior das janelas (Figura 47) provavelmente foi devido à ausência de pingadeira na face inferior do peitoril, detalhe construtivo recomendável para que impeça que a água da chuva escoe abaixo das janelas. Figura 47 – Ocorrência de manifestações patológicas na fachada noroeste do edifício C. Descascamento de pintura 56% Manchamento na pintura Bolor ou mofo 44% Fonte: O autor (2017). 65 Figura 48 – Ocorrência de manifestações patológicas global do edifício C Fissuras mapeadas 1% Manchamento na pintura Bolor ou mofo 20% Descascamento de pintura 79% Fonte: O autor (2017). A Tabela 24 mostra que as fachadas sudoeste e sudeste apresentam fator de dano máximo, pois não tiveram manutenção há muito tempo, por fatores econômicos e são praticamente inacessíveis aos moradores, reduzindo o seu grau de importância na valorização estética para os moradores. Tabela 24 – Fator de dano (%) da fachada do edifício C Fachada do Área de manifestação Área total da Fator de Dano Edifício patológica (m²) fachada (m²) da fachada (%) Nordeste 45,1 98,07 46,0 Sudoeste 98,07 98,07 100,0 Sudeste 477,9 477,9 100,0 Noroeste 53,37 477,9 11,2 Edifício C 674,4 1151,93 58,5 Fonte: O autor (2017). 66 Nas Figura 49 a Figura 52são apresentados o mapeamento das manifestações patológicas usadas para calcular o fator de dano. Figura 49 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada noroeste (sem escala) Fonte: O autor (2017). Figura 50 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sudeste (sem escala) Fonte: O autor (2017). 67 Figura 51 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada sudoeste (sem escala) Fonte: O autor (2017). Figura 52 – Mapeamento das manifestações patológicas da facada nordeste (sem escala) Fonte: O autor (2017). 68 5.4 ANÁLISES GLOBAIS DOS EDIFÍCIOS INSPECIONADAS A análise global das 3 (três) edificações visa expor um estudo representativo das edificações na cidade de Salvador, para que possamos entender melhor o seu desempenho frente os danos que surgem durante a sua vida útil. 5.4.1 Incidência de manifestações patológicas geral sobre as regiões tipificadas da fachada Pode-se perceber que, entre as regiões de estudo dos edifícios apresentado na Figura 53, houve uma variabilidade no surgimento dos danos, isso pode ter se dado devido ao diferente grau de manutenção que cada um teve durante a sua vida útil e uso de materiais diferentes nas fachadas. A região da fachada topo (70,17%) teve a maior incidência de manifestações patológicas, devido à falta ou deficiência do detalhe construtivo na platibanda da edificação. Figura 53 – Incidência de manifestações patológicas geral dos edifícios 120,00% 100,00% 100,00% Fator de dano (%) 100,00% 85,33% 88,06% 81,85% 80,00% 68,47% 66,95% 70,13% 57,50% 48,11% 60,00% 43,46% 42,93% 40,00% 50,21% 32,19% 37,71% 22,31% 15,52% 11,28% 5,01% 1,75% 20,00% 0,00% Edifício A Edifício B Edifício C Paredes contínuas Aberturas Topo Nível do solo (alicerce) Média Cantos e extremidades Fonte: O autor (2017). 69 5.4.2 Incidência de manifestações patológicas da orientação cardeal das fachadas e proximidade com o ambiente marítimo Devido ao uso de materiais diversos e o ciclo de manutenção que cada empreendimento passa durante a sua vida útil, não se pode demonstrar estatisticamente (Figura 54) uma correlação entre a orientação cardeal da fachada e a degradação da mesma. Mas, é de se esperar que a fachada sudeste tenha maior incidência de manifestações patológicas, devido à maior incidência da chuva por conta do vento; com isso, no projeto de fachada, deve se ter uma maior atenção na impermeabilização e nos detalhes construtivos da fachada sudeste, visando aumentar sua vida útil. Figura 54 – Incidência de manifestações patológicas geral dos edifícios Edifício C Noroeste Sudeste Sudoeste Nordeste Edifício B Sudeste Sudoeste Nordeste 58,50% 11,2% 100,0% 100,0% 46,0% 10,77% 13,71% 14,43% 1,47% Edifício A Leste Sul Norte 0,0% 69,7% 89,5% 20,0% 85,4% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% Fator de Dano (%) Fonte: O autor (2017). Além disso, não foi possível correlacionar a proximidade com o ambiente marítimo com a maior incidência de danos, tendo em vista que os edifícios B e C têm praticamente a mesma distância do mar e apresentam incidência de manifestações patológicas distintas conforme Tabela 25 e Figura 21. Já o edifício A, que é o mais distante, é o que tem maior fator de danos. É de se esperar que empreendimentos mais próximos do mar tenham maior 70 incidência de danos (SERRA, 2012), mas isto pode ser explicado pelo fato da manutenção e dos materiais usados nos prédios não ser iguais. Tabela 25 – Fator de dano dos edifícios estudados Edifício A Edifício B Edifício C ambiente marítimo (km) 5,0 1,9 1,7 Fator de danos (%) 69,7 10,77 58,5 Proximidade com Fonte: O autor (2017). 5.4.3 Manifestações patológicas associadas a cada região tipificada da fachada São apresentados gráficos, mostrando a incidência de danos em relação às manifestações patológicas em torno de cada região estudada nos prédios. Pode-se perceber nas Figura 55 a Figura 59 que o descascamento de pintura e manchamento da pintura (bolor ou mofo) foram as manifestações patológicas com maior incidência. O manchamento da pintura (bolor ou mofo) provavelmente foi causado pela ausência de detalhes construtivos apropriados na platibanda das edificações (rufo pingadeira). Figura 55 – Incidência geral de danos em torno de paredes continuas dos edifícios estudados Incidência de danos (%) 60,00% 50,00% 49,80% 50,06% Manchamento na pintura - Bolor ou mofo Descascamento de pintura 40,00% 30,00% 20,00% Fissuras mapeadas 10,00% 0,14% 0,00% Fonte: O autor (2017). 71 Figura 56 – Incidência geral de danos em torno de aberturas dos edifícios estudados 80,00% 75,76% Falha de vedação Incidência de danos (%) 70,00% 60,00% Fissuras mapeadas 50,00% 40,00% Descascamento de pintura 30,00% 20,00% 17,83% 10,00% 0,84% 5,57% Manchamento na pintura - Bolor ou mofo 0,00% Fonte: O autor (2017). Figura 57 – Incidência geral de danos em torno de cantos e extremidade dos edifícios estudados 80,00% Incidência de danos (%) 70,00% 71,39% 60,00% Fissuras mapeadas 50,00% Descascamento de pintura 40,00% 30,00% 28,55% Manchamento na pintura Bolor ou mofo 20,00% 10,00% 0,05% 0,00% Fonte: O autor (2017). 72 Figura 58 – Incidência geral de danos em torno do topo dos edifícios estudados Incidência de danos (%) 60,00% 54,72% 50,00% Manchamento na pintura - Bolor ou mofo 38,08% 40,00% Descascamento de pintura 30,00% Fissuras mapeadas 20,00% 7,20% 10,00% 0,00% Fonte: O autor (2017). Figura 59 – Incidência geral de danos em torno do nível do solo (alicerce) dos edifícios estudados Incidência de danos (%) 80 67,24 70 Manchamento na pintura - Bolor ou mofo 60 Descascamento de pintura 50 40 Manchas de umidade na cerâmica 30 20 10 16,84 15,91 Desplacamento cerâmico 0,02 0 Fonte: O autor (2017). 5.7.5 Principais falhas nas fachadas dos edifícios analisados A Figura 60 mostra que manchamento e descascamento na pintura foram as manifestações patológicas que mais incidiram nos edifícios analisados, tendo em vista um dos motivos é devido o revestimento em pintura ter uma maior área na fachada do que pastilha e cerâmica. Então a depender do seu grau de dano se deve lavar periodicamente a fachada e 73 realizar a pintura da mesma, pois como já exposto nas Figura 5 e Figura 7, Salvador apresenta umidade relativa do ar e temperatura propicia para o desenvolvimento de microrganismos (fungos). Figura 60 – Manifestações patológicas encontrada nos edifícios Falha de vedação 2,555% Desplacamento cerâmico 0,001% Fissuras mapeadas 10,038% Manchas de umidade na cerâmica 0,990% Manchamento na pintura - Bolor ou mofo 48,805% Descascamento de pintura 37,610% Fonte: O autor (2017). As fissuras mapeadas podem ser tratadas pelo uso de tintas e selantes flexíveis, capazes de absorver abertura causada pelas tensões na parede (NOAL, 2016). As construtoras devem elaborar o traço da argamassa para o ambiente especifico que a obra se insere, visando evitar fissuras mapeadas causadas pela retração da argamassa devido a ter teores inadequados de cimento, finos, água e aditivo. 5.7.6 Matriz de correlação anomalias / causas prováveis Visando apresentar as causas prováveis das principais anomalias analisadas nos edifícios estudado foi usada para isso a ferramenta de apoio à classificação de anomalias elaborada pelo pesquisador José Silvestre juntamente com professor Jorge de Brito, em 2008. 74 Tabela 26 – Matriz de correlação causas prováveis / manifestação patológica Manifestações Patológicas (M) Causas Prováveis (C) A1 – Esc Fissuras Falha Descascamento Manchamento mapeadas vedação de pintura na pintura X X X A2 – Pin C1 – Chu X X X X X Manchas de umidade na cerâmica X C2 – Sol cerâmico X X C3 – Tér X C4 – Um X X C5 – En B – Man D – Exec Desplacamento X X X X X X X X X X X X X X A – Falhas de projeto C - Ações ambientais A1 – Escolha de materiais incompatível, omissa, ou não C1 – Chuva dirigida adequada à utilização C2 – Radiação solar A2 – Ausência de pingadeiras C3 – Choque térmico B – Ausência de manutenção C4 – Focos de umidade C5 – Envelhecimento natural D – Erro de execução Fonte: O autor (2017). Normalmente o surgimento de uma manifestação patológica está associado a mais de uma causa, como pode ser percebido na Tabela 26. Como se pode perceber, as causas prováveis que tem maior correlação com as manifestações patológicas são focos de umidade (C4) e chuva dirigida (C1) e a manifestação patológica que tem maior influência das prováveis causas é descascamento de pintura. Com isso, recomenda se realizar projeto de revestimento de fachadas visando escolher materiais adequados e projetar detalhes construtivos nos peitoris e nas platibandas essenciais para apresentar maior durabilidade da fachada. Além disso, deve se ter maior atenção no projeto de revestimento de fachadas nas 75 ações ambientais, pois de acordo com a Tabela 26 foi a que apresentou maior influência no surgimento dos danos encontrados no empreendimento. Os proprietários dos edifícios analisados devem contratar profissionais capacitados para elaborar o manual de uso, operação e manutenção dos edifícios de acordo com a norma NBR 14037 (ABNT, 2014) e experiência do profissional com base nas boas práticas da construção civil, pois com isso os moradores terão um manual para a tomada de decisões na manuteção da edificação. Tendo em vista que à ausência de manutenção proporcionou o grau de deterioração que as fachadas de apresentaram. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 6.1 CONCLUSÕES As manifestações patológicas com maior incidência foram: manchamento na pintura (48,805%), descascamento de pintura (37,61%), fissuras mapeadas (10,038%), falha de vedação (2,555%), manchas de umidade na cerâmica (0,99%) e desplacamento cerâmico (0,001%). Mas é de se observar que na fachada dos prédios em sua maioria o revestimento era em pintura. As regiões analisadas nas edificações estudadas com maior incidência de dano foram: 1º topo (70,13%), 2º paredes contínuas (66,95%), 3º cantos e extremidades (50,21%), 4º Nível do solo (37,71%) e 5º aberturas (32,19%). A região topo que teve a maior incidência de manifestações patológicas provavelmente foi devido à falta ou deficiência do detalhe construtivo na platibanda da edificação. Na análise da degradação das fachadas em relação à proximidade com o ambiente marítimo e a orientação cardeal, pode se perceber que o uso de materiais diversos e a periodicidade de manutenção que cada edifício passa durante a sua vida útil influência na apresentação de correlações, mas é de se esperar que empreendimentos mais próximos do mar tenham maior incidência de danos e deve ser levado em consideração durante a realização do projeto de revestimento de fachadas. Além disso, é de se esperar que a fachada sudeste tenha maior incidência de manifestações patológicas devido à maior incidência da chuva por conta do vento, com isso no projeto de fachada deve se ter uma maior atenção na impermeabilização e nos detalhes construtivos da fachada sudeste, visando aumentar sua vida útil. 76 Ações ambientais, falhas de projeto, erro de execução e ausência de manutenção são as principais causas prováveis de manifestações patológicas em alvenaria estrutural nos empreendimentos estudados com base na matriz de correlação adaptada em 2008 por José Silvestre e Jorge de Brito, que leva em consideração também os erros de execução, ações acidentais, falhas de manutenção e alteração das condições inicialmente previstas. Os empreendimentos analisados ainda carecem de um planejamento para realizarem manutenções estabelecidas pela NBR 5674 (ABNT, 2012) o que causa uma elevação dos gastos futuros com a manutenção corretiva. 6.2 RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS Recomenda-se realizarem-se estudos da incidência de manifestações patológicas na cidade de Salvador e RMS com a análise de outros sistemas construtivos que também são predominantes. Analisar-se um maior número de empreendimentos do mesmo sistema construtivo para se ter um maior espaço amostral e poder apresentar com maior confiabilidade os resultados. Estudar empreendimentos em alvenaria estrutural mais recente para poder analisar a incidência de manifestações patológicas em idades diferentes. Investigar a incidência de manifestações patológicas em edifícios altos, pois tem grande predominância em Salvador. 77 REFERÊNCIAS ABNT NBR 13755:1996. Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento. [s.d.]. ABNT NBR 14037:2014. Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações - Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos. [s.d.]. ABNT NBR 15220-03:2005. Desempenho térmico de edificações - Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. [s.d.]. ABNT NBR 15575:2013. Edificações habitacionais - Desempenho. Sistemas de vedações verticais internas e externas - SVVIE. [s.d.]. ABNT NBR 15575-1:2013. Edificações Habitacionais - Desempenho: Requisitos gerais. [s.d.]. ABNT NBR 5674:2012. Manutenção de edificações - Requisitos para o sistema de gestão de manutenção. [s.d.]. ABNT NBR 6118:2014. Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. [s.d.]. ANDRADE, J. J. O. 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