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Teoria da Ligação de Valência (TLV) Aula 9
1 Estrutura da matéria – 2010
Fritz London 1900-1954
Walter Heitler 1904-1981
Linus Pauling 1901-1994 John Slater 1900-1976
2 Estrutura da matéria – 2010
Teoria da Ligação de Valência (TLV) • Primeira teoria de ligação química baseada na mecânica quântica • Expressa os conceitos de Lewis em termos de funções de onda
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Natureza das Ligações Covalentes • Como justificar a união estável entre átomos com similares afinidades eletrônicas e energias de ionização, formando moléculas como H2, N2, Cl2? • 1927, Heitler e London: forneceram a primeira descrição da molécula de H2, do ponto de vista energético, por meio de cálculos de mecânica quântica
London
Heitler 4 Estrutura da matéria – 2010
Procedimento de Heitler e London Considere o orbital 1s de cada átomo de H Ψ1 = 1sA(1) 1sB(2) Ψ2 = 1sA(2) 1sB(1) Como os elétrons em H2 são indistinguíveis, estas funções são inadequadas! Heitler e London: combinação linear de ψ1 e ψ2 (sobreposição das funções de onda) Conceito de intercâmbio dos elétrons 1 e 2 entre os núcleos A e B ΨS = Ψ1+Ψ2 = 1sA(1)1sB(2) + 1sA(2) 1sB(1) ΨA = Ψ1-Ψ2= 1sA(1)1sB(2) - 1sA(2) 1sB(1)
função de onda simétrica função de onda anti-simétrica
Ligação estável ⇨ redução na repulsão entre os 2 núcleos ⇨ elétrons entre os 2 núcleos ⇨ elétrons perto um do outro. 1sA(1) ≈ 1sA(2) e 1sB(1) ≈1sB(2) ΨS=2[1sA(1)1sB(2)] e ΨA ≈ 0 A probabilidade de encontrar os elétrons (Ψ2) próximos um do outro é quase nula em ΨA e alta em ΨS
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Equivalência entre a Teoria de Heitler-London e a Teoria de Lewis “O trabalho de Heitler e London, usando Mecânica Quântica, fornece uma justificativa formal para a Teoria Fenomenológica de Lewis da ligação química” A formação da ligação covalente por compartilhamento de um par de elétrons resulta do Princípio de Exclusão de Pauli – 2 elétrons podem ser descritos pelo mesmo orbital se têm spins opostos - e do Fenômeno de Ressonância em Mecânica Quântica (equivalente ao intercâmbio dos elétrons da ligação)
Linus Pauling 6 Estrutura da matéria – 2010
Teoria da Ligação de Valência Pauling e Slater Descrição TLV para formação de ligação covalente •
Os demais átomos de uma molécula não exercem influência acentuada na formação de uma dada ligação.
•
As ligações resultam da sobreposição de orbitais atômicos (combinação de funções de onda) de mesma simetria, pertencentes aos dois átomos envolvidos
•
Os orbitais sobrepostos acomodam 2 elétrons, de spins opostos. Em geral, 1 elétron é fornecido por cada átomo.
•
É mais provável encontrar os elétrons na região da ligação, entre os 2 núcleos: Princípio da Sobreposição Máxima (Maximum Overlap)
•
Quanto maior a sobreposição entre os 2 orbitais, mais forte a ligação
•
A ligação se forma na direção de maior concentração do orbital 7
Estrutura da matéria – 2010
Teoria da Ligação de Valência Pauling e Slater
A TLV fornece
• força das ligações. • ângulos entre as ligações . • ocorrência ou não de rotação livre em torno do eixo da ligação • relação entre números quânticos dos elétrons envolvidos e número e arranjo espacial das ligações
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Ligação sigma σ Sobreposição frontal (ao longo do eixo da ligação) dos 2 orbitais atômicos envolvidos
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Ligação sigma (σ) Sobreposição frontal (ao longo do eixo da ligação) dos 2 orbitais atômicos envolvidos
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Molécula de H2
Ligação σ 11 Estrutura da matéria – 2010
Formação da ligação σ HF F(Z=9): 1s2 2s2 2p5
Ligação σ 12 Estrutura da matéria – 2010
Formação da ligação σ F2 F(Z=9): 1s2 2s2 2p5
Ligação σ 13 Estrutura da matéria – 2010
Ligação π Sobreposição lateral (perpendicular ao eixo da ligação) dos 2 orbitais atômicos envolvidos, levando à uma ligação onde os 2 elétrons estão em 2 lobos, um de cada lado do eixo internuclear
Ligação π 14 Estrutura da matéria – 2010
Ligação π Sobreposição lateral dos orbitais envolvidos na ligação π restringe a rotação das moléculas é menos efetiva que a sobreposição frontal A ligação π é mais fraca que a ligação σ requer que a molécula seja planar não ocorrem sem que os átomos estejam unidos por uma ligação sigma Átomos volumosos não formam ligações π 15 Estrutura da matéria – 2010
Molécula de N2 N (Z=7)
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Molécula de N2
E as outras 2 ligações? Sobram 2 orbitais p que não podem se sobrepor frontalmente (perpendiculares ao eixo da ligação)
Ligação σ 17 Estrutura da matéria – 2010
Ligações π na Molécula de N2 Os orbitais p do N não envolvidos na ligação sigma se sobrepõem paralelamente, formando 2 ligações π π π σ
Ligação π Estrutura da matéria – 2010
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Aplicação da TLV – O caso do CH4 • Segundo a TLV, o C pode fazer 2 ligação σ com o H. • Mas sabe-se que o C faz 4 ligações equivalentes com o H e a molécula CH4 é tetraédrica • Como explicar as 4 ligações com ângulos de 109,5° no CH4 usando o 109,5°
orbital esférico s e os orbitais p, que têm ângulos de 90° entre si?
Tetraédrica 20 Estrutura da matéria – 2010
Aplicação da TLV – O caso do BF3 • Segundo a TLV, o B pode fazer 1 ligação σ com o F. • Mas sabe-se que o B faz 3 ligações com o F e que a molécula BF3 é trigonal plana • Como explicar as 3 ligações com ângulos de 120° no BF3 usando o orbital esférico s e os orbitais p, Trigonal plana
que têm ângulos de 90° entre si? 21
Estrutura da matéria – 2010
Teoria da Hibridização de Orbitais Linus Pauling Um novo conjunto de orbitais híbridos pode resultar da mistura de orbitais atômicos s, p e d de um átomo. A mistura é possível se s, p e d tiverem energias similares.
• Os orbitais híbridos do átomo são mais direcionados, resultando na geometria correta e numa melhora na sobreposição orbital dos orbitais envolvidos (ligação mais forte entre os átomos) • O número de orbitais híbridos requeridos por um átomo em uma molécula ou íon é determinado pela geometria dos pares de elétrons do átomo central • Um orbital híbrido é necessário para cada par de elétrons (de ligação ou isolado) no átomo central 22 Estrutura da matéria – 2010
Ligações no CH4 4 orbitais do átomo de carbono sofrem hibridização dando origem a 4 orbitais híbridos sp3 equivalentes
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Ligações no CH4
Ψsp 3 (1) =
1 1 1 1 Ψ2 s + Ψ2 px + Ψ2 py + Ψ2 pz 2 2 2 2 1 1 1 1 Ψsp 3 (2 ) = Ψ2 s + Ψ2 px − Ψ2 py − Ψ2 pz 2 2 2 2 1 1 1 1 Ψsp 3 (3) = Ψ2 s − Ψ2 px + Ψ2 py − Ψ2 pz 2 2 2 2 1 1 1 1 Ψsp 3 (4 ) = Ψ2 s − Ψ2 px − Ψ2 py + Ψ2 pz 2 2 2 2 Estrutura da matéria – 2010
As superposições formam 4 ligações covalentes 24
Ligações no CH4 H 1s
C 2sp3
Ligação σ
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Ligações no BF3
Estrutura da matéria – 2010
Ψ sp 2 (1 ) =
1 Ψ 2s + 3
2 Ψ 2 px 6
Ψ sp 2 ( 2 ) =
1 Ψ 2s + 3
1 Ψ 2 px + 6
1 Ψ 2 py 2
Ψ sp 2 ( 3 ) =
1 Ψ 2s + 3
1 Ψ 2 px − 6
1 Ψ 2 py 2
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Ligações no BF3 Os 3 orbitais híbridos provêm do orbital 2s e de 2 orbitais p ⇨ 3 orbitais híbridos sp2
Estes 3 orbitais sp2 semi-preenchidos podem ser usados para formar as ligações B―F O orbital p não hibridizado pode receber par de elétrons π ácido de Lewis 27 Estrutura da matéria – 2010
Ligações no BF3
Um orbital de cada átomo de flúor se sobrepõe a um dos orbitais híbridos sp2 para formar uma ligação σ B-F. FF ↑↑↑↑
↑↑↑↑
FF
BB FF
Estrutura da matéria – 2010
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Ligações no BeCl2
Ψ
Ψsp (1) =
1 1 Ψ2 s + Ψ2 px 2 2
Ψsp (2) =
1 1 Ψ2 s − Ψ2 px 2 2 29
Estrutura da matéria – 2010
Ligações no BeCl2
Ψsp (1) =
1 1 Ψ2 s + Ψ2 px 2 2
Ψsp (2) =
1 1 Ψ2 s − Ψ2 px 2 2 30
Estrutura da matéria – 2010
Teoria da Hibridização de Orbitais Linus Pauling O conceito de hibridação permite considerar que os átomos podem rearranjar seus elétrons de valência dos orbitais s, p e d, de modo que tenham energias semelhantes, mas guardando seus estados quânticos – Processo de Promoção. O processo de promoção de um elétron de um orbital ns para um orbital np (ou np para nd), anterior à hibridação, não é real. Trata-se de uma contribuição a ser considerada para a variação da energia total que ocorre na formação das ligações. Embora a promoção exija investimento de energia, ela é vantajosa se a energia gasta puder ser recuperada através da formação de ligações mais fortes ou de um número maior de ligações. O conceito de hibridação faz com que a TLV forneça resultados compatíveis com os observados experimentalmente. Então, não é a hibridação que vai ditar a geometria de uma molécula. A geometria da molécula é que irá ditar a hibridação. 31 Estrutura da matéria – 2010
Ligações no PCl5 P (Z=15)
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Ligações no SF6 P (Z=16)
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Hibridação e Geometria Molecular Arranjo dos elétrons
Número de orbitais Hibridação do Número de orbitais atômicos átomo central híbridos
linear trigonal plana
2
sp
2 (2p)
3
sp2
3 (1p)
4
sp3
4
5
sp3d
5
6
sp3d2
6
tetraédrica Bipirâmide trigonal octaédrico
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Propriedades de Ligações C―H Comprimento da Energia da ligação ligação (nm) (kJ)
Hibridação
Exemplo
sp
acetileno
0,106
506
sp2
etileno
0,1069
443
sp3
metano
0,1090
431
p
radical CH
0,1120
330
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Ligações na Glicina
36 Estrutura da matéria – 2010
Ligações na Glicina
37 Estrutura da matéria – 2010
Ligações na Glicina
38 Estrutura da matéria – 2010
Ligações na Glicina
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Ligações Múltiplas - C2H4
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Hibridização sp2 no C2H4
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Ligações σ no C2H4
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Ligações π no C2H4 O orbital p não utilizado de cada carbono ontém 1 elétron e se sobrepõe ao orbital p do carbono vizinho para formar a ligação π 3 orbitais sp2 orbital 2pz
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Ligações π no C2H4 Os orbitais p não utilizados em cada átomo de C contêm 1 elétron. Estes orbitais se sobrepõem para formar uma ligação π
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Ligações Múltiplas - C2H4
45 Estrutura da matéria – 2010
Ligações σ e π no C2H4
46 Estrutura da matéria – 2010
Ligações σ e π no CH2O
47 Estrutura da matéria – 2010
Ligações σ e π no C2H2
48 Estrutura da matéria – 2010
Ligações σ e π no C2H2
49 Estrutura da matéria – 2010
Ligações σ e π no C2H2
50 Estrutura da matéria – 2010
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Ligações no Benzeno C6H6
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Conseqüências de Ligações Múltiplas A rotação da ligação C=C não é possível
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Ligações Múltiplas • Ligação π requer existência de uma ligação σ • Ligação dupla é sempre formada por 1 ligação σ e 1 π • Ligação tripla é sempre formada por 1 ligação σ e 2 π • Ligação π só se forma se sobrarem orbitais p não hibridizados nos átomos ligados • Se uma estrutura de Lewis mostra ligações múltiplas, os átomos envolvidos devem apresentar hibridação sp2 ou sp , para que sobrem orbitais p não hibridizados
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A química da Visão A visão depende da rigidez das ligações duplas no retinal. Na forma normal, o retinal é mantido rígido por suas ligações duplas (43) . A luz entrando no olho é absorvida pela rodopsina, e a energia é usada para quebrar a porção da ligação π da ligação dupla indicada. A molécula gira, mudando sua geometria (44). O retinal se separa da opsina, iniciando as reações que produzem um impulso nervoso, que o cérebro interpreta como a sensação da visão. Apenas 5 moléculas pouco espaçadas são necessárias para produzir a sensação da visão!! Ou seja, apenas 5 fótons de luz são necessários para estimular o olho !!!
luz
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O retinal reverte-se lentamente a sua forma original e religase à opsina. A lentidão desse processo ajudar a explicar por que a luz intensa causa cegueira temporária. A luz faz com que todo o retinal se separe da opsina, não deixando nenhuma outra molécula para absorver a luz
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