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Estrutura da Matéria Teoria do Campo Cristalino
Aula 11
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Como explicar ??????? Cor em complexos Espectros eletrônicos
Complexos de Cobalto Propriedades magnéticas
[Ti(H2O)6]3+
Complexos metálicos • Sabemos que os ácidos de Lewis são receptores de pares de elétrons. • Complexos de coordenação: compostos metálicos formados
através de interações ácido-base de Lewis. • Complexos: têm um íon metálico (pode ser no estado de oxidação zero) ligado a um número de ligantes. Íons complexos são carregados. Exemplo, [Ag(NH3)2]+
• Ligantes são bases de Lewis. • Os colchetes envolvem o íon metálico e os ligantes. 3
Complexos metálicos: Desenvolvimento histórico ~1798 - Tassaert CrCl3 estável
+
nNH3 - estável
Preparou-se também complexos de Co CoCl3.6NH3 - amarelo CoCl3.5NH3 - roxo CoCl3.4NH3 - verde
CrCl3.nNH3
Foram chamados de compostos complexos
A coloração chamava muita atenção
E muitos outros complexos amínicos foram preparados (variando o metal) e eram identificados pela coloração. Nenhuma explicação razoável de como se formavam e porque apresentavam coloração foi encontrada durante 100 anos......... 4
Desenvolvimento da química de coordenação: teoria de Werner (1893) • Werner descobriu que um total de seis ligantes estavam ligados ao Co central. • Todos os complexos de Co eram derivados de CoCl3.6NH3. • Ele deduziu que os ligantes NH3 estavam ligados covalentemente ao íon central de Co3+. • A cada retirada de 1 NH3, o Cl- alterava o comportamento (necessária para manter o mesmo no de vizinhos) • Postulou que deveria existir diferentes Cl- no complexo: ligado diretamente ou não ao metal. • Passou a representar estes complexos por: o [Co(NH3)6]Cl3 Cl- fora do colchete o [Co(NH3)5Cl]Cl2 reage com a Ag+ e dentro do colchete não reage. o [Co(NH3)4Cl2]Cl o [Co(NH3)3Cl3] 5
Desenvolvimento da química de coordenação: teoria de Werner • No caso do CoCl3·4NH3, existem dois isômeros para os ligantes de Cl ligados ao Co.
Faltava explicar a coloração destes complexos 6
Teoria do Campo Cristalino • A idéia original da Teoria de Campo Cristalino parece ser atribuída a Becquerel.
• Entretanto, a sua formulação inicial se deu como Teoria do Campo Cristalino (TCC) por Bethe em 1929.
Antoine Henri Becquerel
Hans Albrecht Bethe
• Mas foi desenvolvida por van Vleck em 1932 para explicar as propriedades de íons metálicos d (metais de transição) em cristais iônicos.
John Hasbrouck van Vleck 7
Desenvolvimento da Teoria do Campo Cristalino • Somente na década de 50 com Ilse, Hartman, Orgel, Moffitt,
Ballhausen, Jorgensen, dentre outros que a TCC foi utilizada com sucesso para explicar: • a cor
• propriedades magnéticas • espectro eletrônico (Uv-Vis) • e de ressonância paramagnética eletrônica (RPE) de compostos
de coordenação de metais de transição.
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Teoria do Campo Cristalino • A teoria do campo cristalino descreve a ligação em complexos metálicos d (metais de transição). • A formação de um complexo é uma reação ácido-base de Lewis.
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Teoria do Campo Cristalino Complexo Octaédrico Orbitais d do Fe3+ (d5) z Degenerados
os 5 orbitais apresentam a mesma energia
CN
NC
CN Fe3+
NC
CN
y
x CN
Os 5 orbitais d vão "sentir" da mesma forma a presença dos ligantes CN ???
Conjunto de Orbitais d: necessário conhecer Orbitais mais externos: ns (n-1)d e np
dz2
dxy
dx2-y2
dxz
dyz 11
Teoria do Campo Cristalino • Ambos os elétrons na ligação vêm do ligante e são doados para um orbital vazio hibridizado no metal. • Hipótese da teoria do campo cristalino: a interação entre o ligante e o metal é eletrostática. • Quanto mais diretamente o ligante ataca o orbital do metal,
maior é a energia do orbital d. • A ligação que resulta é fortemente polar, de certo caráter covalente.
• Mas, como é feito no modelo TCC, em geral é suficiente supor que a interação é inteiramente eletrostática.
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Teoria do Campo Cristalino • O íon metálico do complexo tem uma energia menor do que o metal e os ligantes separados.
• Entretanto, existem algumas repulsões ligante-elétron d que ocorrem, uma vez que o metal tem orbitais d parcialmente preenchidos.
• Elétrons nos dois orbitais d (dz2 e dx2-y2) apontam diretamente ao longo do eixo cartesiano e diretamente para os ligantes, este são normalmente de simetria eg (duplamente degenerado). • Em compostos Octaédricos, esses elétrons (eg) são repelidos mais fortemente pela carga negativa nos ligantes que os elétrons nos outros três orbitais d (dxy, dyz, dxz – simetria t2g (triplamente degenerado)). 13
Compostos octaédricos
eg
t2g
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Orientação dos orbitais d em relação aos ligantes de um composto octaédrico
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Teoria do Campo Cristalino Forma dos orbitais d
Ligantes (bolas azuis) ao redor de um íon metálico com seus orbitais d
Interação menor com os ligantes – energia menor
Interação maior com os ligantes – energia maior
Orbitais e cubo - complexos octaédricos • Em um campo octaédrico, a degenerescência dos cinco orbitais d é suspensa.
A energia dos 5 orbitais d não é mais a mesma 17
diagrama de níveis de energia: campo octaédrico • Em um campo octaédrico, os cinco orbitais d não têm a mesma energia: os orbitais eg têm mais energia do que os orbitais t2g. • A distância em energia entre eles é chamada de parâmetro de desdobramento do campo ligante, (o para campo Oh) ou 10Dq. • O campo cristalino desdobra-se em energia. eg dx2-y2
dz2
6Dq 10Dq E
dx2-y2 dz2
dxy
dxz
dyz
4Dq dxy
dxz
dyz
t2g 18
Campo octaédrico - Os três orbitais t2g têm energia 2/5 0 (– 0,4 ou – 4 Dq) abaixo da energia média dos
orbitais d. - Os dois orbitais eg têm energia 3/5 0 (0,6 ou 6Dq) acima da média dos orbitais d. E
dx2-y2
Ambiente esférico: aproximação dos ligantes: repulsão entre seus elétrons e os elétrons dos orbitais do metal (aumento de energia dos orbitais d)
2
dz
2
2
dx -y dxy
dxz
2
dz
ion livre (5 orbitais d)
o = 10 Dq
3/5 o = 6 Dq
-2/5 o = - 4Dq
dyz
desestabilização provocada pelos ligantes (campo esférico)
•
eg
ion metalico em campo octaédrico
dxy dxz dyz
t2g
A energia resultante de uma configuração t2g e eg em relação à energia média dos orbitais é a energia de estabilização do campo ligante (EECL). EECL(octaédrico) = (- 0,4x + 0,6y) octaedro (x e y são os n° de elétrons que ocupam os orbitais t2g e eg, respectivamente 19
Exemplo de um complexo octaédrico íon hexaquatitânio: [Ti(H2O)6]3+ • O Ti3+ é um íon metálico d1. • Conseqüentemente, o elétron está em um orbital de baixa energia. • Para o Ti3+, a diferença entre os níveis de energia, o é da ordem do comprimento de onda da luz visível.
EECL[Ti(H2O)6]3+ = - 0,4
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Outros Exemplos Configuração eletrônica d2 Ex: [V(H2O)6]3+
dz2 dx2-y2
eg E
dxy dxz dyz
+ 0,6 o
- 0,4 o
t2g
Calcule a EECC
Outros Exemplos Configuração eletrônica d3 Ex: [Cr(H2O)6]3+
dz2 dx2-y2
eg E
dxy dxz dyz
+ 0,6 o - 0,4 o
t2g
Calcule a EECC
Como fica uma configuração d4 ?????
Configurações acima de d3 a distribuição irá depender da magnitude de 0 e P (energia para que ocorra emparelhamento)
- Se 0 P ; o elétron vai para o orbital eg e o complexo é denominado de spin alto (campo fraco) - Se 0 P ; o elétron emparelha no orbital t2g e o complexo é denominado de spin baixo (campo forte)
eg
eg o = 10 Dq o = 10 Dq
t2g Complexo de spin alto Campo fraco
t2g
Complexo de spin baixo Campo forte
Configuração eletrônica d4 dz2 dx2-y2
E
eg
Degenerado
dxy dxz dyz
Complexo de spin alto
+ 0,6 o - 0,4 o
EECC = (- 0,4. 3 + 0,6.1 )o = -0,6 o
t2g
Complexo de spin baixo dz2 dx2-y2
eg E
Degenerado
dxy dxz dyz
+ 0,6 o - 0,4 o
t2g EECC = (- 0,4x + 0,6y)o - (Pemp em t2g e eg - Pemp em d degenerado) EECC = (- 0,4.4 + 0,6.0)o + (1P - 0P) = -1,6 o - P
Série Espectroquímica • Os diferentes ligantes afetam os orbitais d de um determinado átomo ou íon de metal em graus diferentes, portanto, produzem diferentes desdobramentos do campo ligante.
Ligantes
Ligantes de campo fraco: provoca desdobramento pequeno do campo ligante. Ligantes de campo forte: provoca um desdobramento maior do campo ligante.
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Espectro de absorção [Ti(H2O)6]3+ • O único elétron d do complexo [Ti(H2O)6]3+ pode ser excitado do orbital t2g para um dos orbitais eg se absorver um fóton de energia h.
• Transição d-d é a origem de grande parte das cores dos complexos.
Espectro de absorção do [Ti(H2O)6]3+
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Cor dos complexos • A cor de um complexo depende da ordem de grandeza de que, por sua vez, depende do metal e dos tipos de ligantes.
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Cores complementares
Cor observada
Cor absorvida
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Relação entre cores absorvidas e transmitidas
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Complexos octaédricos de campo fraco e forte • Os ligantes de campo fraco tendem a favorecer a adição de elétrons a orbitais de energia mais alta (complexos de spin alto) porque < energia de emparelhamento (P). • Os ligantes de campo forte tendem a favorecer a adição de elétrons a orbitais de energia mais baixa (complexos de spin baixo) porque > P. Δ0
Complexo de spin baixo (Δ > P) P = energia de emparelhamento
Complexo de spin alto (Δ < P) P = energia de emparelhamento 30
Complexos octaédricos de Cromo Exemplo: Quando o Cr3+ deixa de ser atacado por um ligante de campo fraco e é atacado por um ligante de campo forte, (ou 10Dq) aumenta.
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Complexos octaédricos de campo forte 10Dq > P Energia entre t2g e eg é grande: é mais fácil emparelhar os elétrons
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Configuração eletrônica para situação de campo forte
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Complexos octaédricos de campo fraco
10Dq < P Energia entre t2g e eg é pequena: é mais fácil adicionar o elétron no eg
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Configuração eletrônica para situação de campo fraco
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Complexos tetraédricos • No complexo tetraédrico os três orbitais t2 apontam mais diretamente para os
ligantes do que orbitais e. • Conseqüência: os orbitais t2 têm energia maior do que orbitais e.
Em geral: 36
Campo tetraédrico em ambiente tetraédrico é menor do que em octaédrico, por 2 razões: • 4 ligantes ao invés de 6 (menos ligantes repelindo os orbitais d); • Direção dos ligantes não coincide exatamente com a direção de nenhum dos orbitais. • Os complexos tetraédricos são quase sempre de spin alto devido os • Desdobramento
desdobramentos de um campo ligante serem menores
Em geral:
EECLtetraedro= (+0,4x-0,6y) tetraedro 37
Configuração eletrônica dos complexos d Número de elétrons d
Configuração Complexos octaédricos
Spin baixo
Complexos tetraédricos
Spin alto
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Energias de estabilização do campo ligante (valores absolutos)*
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Fatores que afetam a magnitude de 10Dq
• Carga do metal • número de ligantes e geometria • natureza do metal • natureza do ligante
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Efeito da carga do metal Maior a carga do metal
Maior a atração com os ligantes
Maior é a perturbação nos orbitais d do metal
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Efeito da natureza do metal
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Efeito do número de ligantes e geometria
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Complexos Quadrado Planares • Complexos quadrado planares podem ser pensados como a seguir: comece com um complexo octaédrico e remova dois ligantes ao longo do eixo z. • Como conseqüência, os quatro ligantes no plano são puxados para dentro do metal.
• Em relação ao campo octaédrico, o orbital é enormemente reduzido em energia, os orbitais dyz, e dxz reduzem-se em energia, os orbitais dxy, elevam-se em energia. z
z
z x M
M
oo M
y
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Geometria quadrada planar
• Os complexos quadrado plano são característicos de íons metálicos d8. • a maioria dos complexos é de spin baixo (ex: diamagnético).
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Quando a distorção tetragonal é muito grande o orbital dz2 tem menor energia que o dxy. b1g dx2-y2
b1g dx2-y2
2
dz2
10 Dq = o
2
dx -y
eg
a1g 10 Dq = o
dz2 dxy
b2g
a1g
2
t2g dxz
[PdCl4]2-
4d8
[PtCl4]2-
5d8
b2g
dxy
dz dxy
Ex: [Ni(CN)4]2- 3d8
[Cu(dmg)2] 3d9 [Co(tpp)]
dyz
3d7
eg dxz
campo octaédrico
dyz dxz
alongamento tetragonal
dyz
eg
Exemplos mais importantes são encontrados em catálise
quadrado planar z
z
z x M
M
oo M
Para o [PdCl4]2-, o orbital dz2 tem menor energia que o orbital dxz e todos os complexos de Pt2+ e Au3+ são quadrado-planares.
y
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COMPLEXOS Tetraédricos e quadrados planares
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Propriedades Magnéticas dos complexos • Complexos diamagnéticos não têm elétrons desemparelhados e são repelidos por um campo magnético. • Complexos paramagnéticos têm elétrons desemparelhados e são atraídos por um campo magnético.
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Propriedades magnéticas • Complexos de spin alto têm mais elétrons desemparelhados do que de spin baixo. • Portanto, complexos de spin alto são mais paramagnéticos e são atraídos mais fortemente pelo campo magnético.
= momento magnético B = magneton Bohr (9,274 x 10-24 JT-1) N = número de elétrons desemparelhados
Momento magnético calculado
49 49