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Aula 1 Ambientação 2011

Apresentação 1ª aula

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AMBIENTAÇÃO AULA 1 Prof. Marcelo Oliveira Anastácio 2011 Introdução “O início da Revolução Industrial em 1780, a invenção da máquina a vapor por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade em 1785, marcaram profundas alterações tecnológicas em todo o mundo. Permitindo a organização das primeiras fábricas modernas e Indústrias, o que significava uma revolução econômica e social também acarretou os primeiros acidentes de trabalho e as doenças profissionais, que se alastravam e tomavam proporções alarmantes” Alberton 1996 Desenvolvimento do Prevencionismo Com o surgimento das primeiras indústrias os acidentes eram, em grande parte, subumanas em que as atividades fabris se desenvolviam, e grande era o número de doentes e mutilados. Esta situação continuou até a I Guerra Mundial, apesar de apresentar algumas melhoras com o surgimento dos trabalhadores especializados e melhor treinados para o manuseio dos novos e complexos equipamentos. Desenvolvimento do Prevencionismo Em 1926, Heinrich e Blake foram os primeiros a apontar que apenas a reparação de danos não era suficiente e sim preveni-los. Toma forma, a partir da II Guerra Mundial, o movimento prevensionista. Neste momento a capacidade industrial dos países em luta seria determinante para se conhecer o vencedor. capacidade esta, mais facilmente adquirida com um maior número de trabalhadores em produção ativa. A partir daí, a Higiene e Segurança do Trabalho transformou-se, definitivamente, numa função importante nos processos produtivos. Desenvolvimento do Prevencionismo Enquanto nos países desenvolvidos este conceito já é popularizado, movido pelas cifras envolvidas entre acidentes pessoais e materiais, os países em desenvolvimento lutam para implantá-lo. Uma importante informação é que em 1965 o Conselho Nacional de Segurança dos EUA concluiu: Em dois anos o país perdera em acidentes materiais uma parcela igual ao montante de perdas em acidentes pessoais, US$ 7,2 e US$7,1Bilhões respectivamente Desenvolvimento do Prevencionismo “Um dos primeiros e significativos avanços no controle e prevenção de acidentes foi a teoria de Controle de Danos concretizada nos estudos de Bird e complementada pela teoria de Controle Total de Perdas de Fletcher.” ALBERTON (1996). Com a Engenharia de Segurança de Sistemas introduzida por Hammer, surgem as técnicas de análise de riscos com o que hoje se tem de melhor em prevenção. Desenvolvimento do Prevencionismo A visão do acidente sobe a um patamar onde o homem é o ponto central, rodeado de todos os outros componentes que compõe um sistema: equipamentos, materiais, instalações e hoje, numa visão mais moderna de qualidade de vida, o meio ambiente e a preservação à natureza. Prevencionismo Brasileiro Na vertente acadêmica, destaca-se a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, que dentro do Departamento de Saúde Ambiental, cria uma "área de Saúde Ocupacional“. Nas instituições, a marca mais característica expressa-se na criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO). Criada oficialmente durante o congresso de Nacional de Prevenção de Acidentes em SP no ano de 1966, como uma instituição voltada para o estudo e pesquisa das condições de trabalho. . Prevencionismo Brasileiro Na legislação, expressou-se na regulamentação do Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), reformada na década de 70, principalmente nas normas relativas à obrigatoriedade de equipes técnicas multidisciplinares nos locais de trabalho (atual Norma Regulamentadora 4 da Portaria 3214/ 78); na avaliação quantitativa de riscos ambientais e adoção de "limites de tolerância" (Normas Regulamentadoras 7 e 15), entre outras. Prevencionismo Brasileiro • 1932 – Primeiras normas específicas. • 1938 – Adicional de Insalubridade. • 1943 – Normas gerais e amplas sobre medicina e segurança. • 1944 – Lei de Acidentes no Trabalho; Criação da Fundacentro. Lei de Adicionais de periculosidade: • em 1955 – Inflamáveis; • em 1977 - Explosivos; • em 1985 – Eletricidade • Em 1976 o CFE institui a obrigatoriedade dos Cursos de Fundamentos em Segurança no Trabalho em todos os cursos superiores da área Tecnológica (na época Engenharia). • Em 1985 a criação da Especialização em Engenharia e Segurança no Trabalho. Aspectos Econômicos, Políticos e Sociais • Face aos danos e custos originados pelos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, as indústrias devem compreender a necessidade de prevenção. • O governo estabelece a obrigatoriedade dos serviços especializados com o propósito de evitar acidentes. • Os acidentes reduzem a capacidade de produção da população economicamente ativa. O alto custo de acidentes impede as empresas brasileiras de competir no mercado aberto. Todas as medidas de prevenção atuam como mecanismos de controle do sistema.A lei de acidentes e as medidas de segurança e prevenção estão intimamente ligadas, atuando também como mecanismo de controle social. • Para o Brasil, na década de 70 restou a triste marca de Campeão Mundial de Acidentes no Trabalho. Brasil Início da década de 70 • Movimento Sanitário, que, inspirado nos princípios da Conferência de Alma-Ata (1978) e na própria luta interna pelos direitos de cidadania do brasileiro, entre os quais o de acesso à saúde, gestaram a proposta de Reforma sanitária brasileira, buscando a integralidade da assistência e superação do modelo dicotômico Medicina preventiva, medicina curativa. • Movimento Sindical, processo que iniciou-se no ABC paulista, a partir das grandes greves de 1978 nas indústrias automobilísticas, e que se espalharam por boa parte do território nacional a partir daí. Brasil Contruindo a Saúde do Trabalhador • Com a reorganização do movimento sindical, introduziu-se a questão saúde nas pautas de discussão e reivindicação, seguindo pelo menos aí, o modelo operário italiano das décadas de 60 e 70. • 1978: criada a Comissão Intersindical de Saúde e Trabalho que posteriormente se transformaria no Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes do Trabalho – DIESAT • Vários sindicatos estruturaram diretorias específicas, para o tratamento das questões de saúde dos trabalhadores com agregação de técnicos que também militavam no processo da reforma sanitária brasileira, outros da academia, principalmente departamentos de medicina preventiva das universidades • A Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao criar o INST, teve um papel importante no assim chamado controle social da questão saúde no trabalho. Tabela-Quantidade de acidentes de Trabalho-Anos 70 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego Acidentes Total Ano* Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Acidentes % 1970 7.284.022 1.199.672 14.502 5.937 1.220.111 16,75 1971 7.553.472 1.308.335 18.138 4.050 1.330.523 17,61 1972 8.148.987 1.479.318 23.389 2.016 1.504.723 18,47 1973 10.956.956 1.602.517 28.395 1.784 1.632.696 14,9 1974 11.537.024 1.756.649 38.273 1.839 1.796.761 15,57 1975 12.996.796 1.869.689 44.307 2.191 1.916.187 14,74 1976 14.945.489 1.692.833 48.394 2.598 1.743.825 11,67 1977 16.589.605 1.562.957 48.780 3.013 1.614.750 9,73 1978 16.638.799 1.497.934 48.511 5.016 1.551.461 9,32 1979 17.637.127 1.388.525 52.279 3.823 1.444.627 8,19 Gráfico – Nº Trabalhadores/Nº Acidentes Anos 70 Trabalhadores/Total de acidentes 20.000.000 15.000.000 10.000.000 5.000.000 0 Trabalhadores Acidentes Totais 1979 1978 1977 1976 1975 1974 1973 1972 1971 1970 Ano Tabela-Quantidade de acidentes de Trabalho-Anos 80 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego Acidentes Ano* Total Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Acidentes % 1980 18.686.355 1.404.531 55.967 3.713 1.464.211 7,84 1981 19.188.536 1.215.539 51.722 3.204 1.270.465 6,62 1982 19.476.362 1.117.832 57.874 2.766 1.178.472 6,05 1983 19.671.128 943.110 56.989 3.016 1.003.115 5,10 1984 19.673.915 901.238 57.054 3.233 961.575 4,89 1985 21.151.994 1.010.340 63.515 4.006 1.077.861 5,10 1986 22.163.827 1.129.152 72.693 6.014 1.207.859 5,45 1987 22.617.787 1.065.912 64.830 6.382 1.137.124 5,03 1988 23.661.579 926.354 60.202 5.025 991.581 4,19 1989 24.486.553 825.081 58.524 4.838 888.443 3,63 Gráfico – Nº Trabalhadores/Nº Acidentes Anos 80 Trabalhadores/Acidentes 30.000.000 25.000.000 20.000.000 15.000.000 10.000.000 5.000.000 0 Acidentes 1989 Trabalhadores 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 Ano Tabela-Quantidade de acidentes de Trabalho-Anos 90 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego Acidentes Ano* Total Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Acidentes % 1990 23.198.656 632.012 56.343 5.217 693.572 2,99 1991 23.004.264 579.362 46.679 6.281 632.322 2,75 1992 22.272.843 490.916 33.299 8.299 535.514 2,40 1993 23.165.027 374.167 22.709 15.417 412.293 1,78 1994 * 23.667.241 350.210 22.824 15.270 388.304 1,64 1995** 23.755.736 374.700 28.791 20.646 424.137 1,79 1996 23.830.312 325.870 34.696 34.889 395.455 1,66 1997 24.104.428 347.482 37.213 36.648 421.343 1,75 1998 24.491.635 347.738 36.114 30.489 414.341 1,69 24.993.265 326.404 37.513 23.903 387.820 1,55 1999**** Gráfico – Nº Trabalhadores/Nº Acidentes Anos 90 Comparação Trabalhador/Acidente 30.000.000 25.000.000 20.000.000 15.000.000 10.000.000 5.000.000 0 Nº Trabalhadores Nº Acidentes 1999**** 1998 1997 1996 1995** 1994 * 1993 1992 1991 1990 Ano Tabela-Quantidade média de acidentes de Trabalho Décadas 70, 80 e 90 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego Acidentes Década Total Trabalhador es Típico Trajeto Doenças Acidentes % 12.428.828 1.535.843 36.497 3.227 1.575.566 12,68 21.077.804 1.053.909 59.937 4.220 1.118.071 5,30 23.648.341 414.886 35.618 19.706 470.210 1,99 Média Anos 70 Média Anos 80 Média Anos 90 Gráfico – Nº Trabalhadores/Nº Acidentes Anos 70, 80 e 90 Relação Trab/Acid. 25000000 20000000 15000000 10000000 5000000 0 Anos 70 Anos 80 Trabalhadores Anos 90 Acidentes Gráfico – Relação Percentual Trabalhadores/Acidentes – Anos 70, 80 e 90 Relação Porcentual Trab/Acid. 15 10 % 5 0 Anos 70 Anos 80 Relação Trab/Acid. Anos 90 Linear (Relação Trab/Acid.) Conclusão: A tendência decrescente do gráfico indica claramente a atuação, ao longo do tempo, de um fator facilitador para a diminuição dos acidentes de trabalho. Fontes bibliográficas • www.mte.gov.br; • www.fundacentro.gov.br; • Da Medicina do Trabalho à Saúde do Trabalhador – René Mendes e Elizabeth Costa Dias – Revista de Saúde Pública, São Paulo, 1991.