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Atividade Física E Excesso De Peso

Trabalho de Conclusão: NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO EM ADOLESCENTES

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1 DOUGLAS FLESCH CYGAINSKI NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO EM ADOLESCENTES CANOAS, 2008 2 DOUGLAS FLESCH CYGAINSKI NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO EM ADOLESCENTES Trabalho de conclusão apresentado para a banca examinadora do curso de Educação Física do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física, sob orientação do Prof.Ms. Cláudio Roberto Escovar Paiva. CANOAS, 2008 3 TERMO DE APROVAÇÃO DOUGLAS FLESCH CYGAINSKI NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO EM ADOLESCENTES Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, pelo avaliador: Prof.Ms. Cláudio Roberto Escovar Paiva Unilasalle Canoas, 01 de dezembro de 2008 4 DEDICATÓRIA DEDICO ESTE TRABALHO ÀS PESSOAS QUE SEMPRE ACREDITARAM EM MIM: ALBERTO, SÔNIA E LUCAS. 5 AGRADECIMENTOS AOS MEUS PAIS QUE SOUBERAM ME EDUCAR, MAS PRINCIPALMENTE, QUE SEMPRE ACREDITARAM NOS MEUS SONHOS. AO MEU IRMÃO LUCAS, PELO COMPANHEIRISMO AO LONGO DESTES SEIS ANOS DO CURSO. AO PROFESSOR CLÁUDIO PAIVA, QUE DURANTE UM ANO ME AJUDOU E ME ORIENTOU NESTE TRABALHO. A TODOS OS EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINAMENTOS. PROFESSORES DE UNILASALLE, PELOS A TODOS QUE ACREDITAM EM MIM. 6 RESUMO O excesso de peso corporal e a inatividade física são considerados atualmente problemas centrais em saúde pública, assim sendo, o principal objetivo do presente estudo foi verificar a associação entre atividade física e excesso de peso corporal em adolescentes. Participaram do estudo 147 escolares entre 10 e 14 anos de idade, matriculados na 5a série da Escola Municipal de Ensino Fundamentar Arthur Pereira de Vargas e do Colégio Luterano Concórdia, ambas localizadas na cidade de Canoas (RS). Foram mensuradas as variáveis referentes à massa corporal e estatura, paralelamente à aplicação de um questionário com informações sobre o nível de atividade física habitual e tempo de assistência à TV. Os resultados evidenciaram que 27,9% dos adolescentes apresentaram excesso de peso corporal e 60,5% foram considerados insuficientemente ativos. No presente estudo, não se encontrou associações significativas entre o nível de atividade física e excesso de peso corporal. Palavras-chave: atividade física, excesso de peso, adolescentes ABSTRACT Excess body weight and physical inactivity are nowadays considered central problems in public health, therefore, the main purpose of this study was to investigate the association between physical activity and excess body weight in adolescents. Study participants were 147 schoolchildren between 10 and 14 years of age, registered in the 5th series of the Municipal School of basic Education Arthur Pereira de Vargas and the Concordia Lutheran School, both located in the city of Canoas (RS). We measured the variables related to body mass and height, and compared to application of a questionnaire with information about the habitual physical activity level and time of watching TV. The results evidenced that 27.9% of adolescents showed excess body weight and 60.5% were considered insufficiently active. In this search, there are no significant associations between the level of physical activity and excess body weight. Key words: physical activity, excessive weight, adolescents 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 8 1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 9 1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 9 2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 10 2.1 Histórico da Antropometria e da Composição Corporal .............................. 10 2.2 Conceito e Importância da Composição Corporal ....................................... 12 2.3 Classificação de Sobrepeso e Obesidade ..................................................... 13 2.4 Epidemiologia da Obesidade ......................................................................... 14 2.5 Causas da Obesidade: Sedentarismo e A.V.D.S .......................................... 18 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 21 3.1 População e Amostra ...................................................................................... 21 3.2 Instrumentos e Coleta dos Dados ................................................................. 22 3.3 Tratamento Estatístico .................................................................................... 24 4 RESULTADOS ..................................................................................................... 25 5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 31 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 32 APÊNDICE A – Versão final do questionário aplicado.............................................. 36 ANEXO A – Questionário de atividade física habitual ............................................. 38 8 1 INTRODUÇÃO O excesso de peso corporal e a inatividade física são considerados problemas centrais em saúde pública atualmente, tanto que inúmeros estudos nacionais e internacionais tem enfatizado e discutidos estes problemas. Da mesma maneira que se tem observado o aumento da prevalência de excesso de peso, concomitantemente observa-se também um aumento da inatividade física em todas as populações, sendo que as crianças e os adolescentes são os mais atingidos. A Organização Mundial da Saúde e a American Heart Association enfatizam a importância da atividade física regular para a manutenção e melhoria dos níveis de saúde, tanto individualmente como coletivamente. A inatividade física é um dos principais agentes causadores do excesso de peso corporal, visto que o comportamento sedentário é uma característica dos adolescentes com excesso de peso. A falta de atividade física pode acarretar uma série de efeitos negativos sobre a vida do indivíduo, que além do excesso de peso corporal, provoca o surgimento de problemas cardiovasculares, o aumento da taxa de diabetes, hipertensão arterial, fraturas ósseas, alguns tipos de cânceres, entre outros problemas de saúde comprovados por estudos relacionados a esta linha de abordagem. Matsudo (2007) ressalta os benefícios que a pratica regular de atividade física proporciona para a saúde dos adolescentes: controle do peso corporal, melhora da capacidade cardiorrespiratória, melhora da saúde óssea, melhora da força e da resistência muscular, melhora da auto-estima e da auto-imagem, melhor interação social, melhora a capacidade de atenção e a performance escolar, entre outros. Considerando que o controle do peso corporal e dos níveis de atividade física na adolescência representam um importante aliado na prevenção e manutenção da saúde individual e coletiva, desenvolveu-se este estudo. 9 1.1 Objetivo Geral Verificar a associação entre atividade física e excesso de peso corporal em escolares adolescentes. 1.2 Objetivos Específicos - Determinar o nível de atividade física em escolares entre 10 a 14 anos, alunos de duas escolas da cidade de Canoas (RS); - Verificar a prevalência de excesso de peso corporal em adolescentes. 10 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Histórico da Antropometria e da Composição Corporal A origem das medidas corporais (Antropometria), segundo Maia e Janeira (1991), não se deu na Medicina ou na Biologia, mas nas artes, onde seus preceitos eram baseados na filosofia pitagórica da assimetria e da harmonia corporal. Ela teve inicio nas civilizações da Índia, Egito e Grécia. Conforme Hitchcock (1886) apud Petroski (1995), artistas e matemáticos do Egito e da Índia entendiam que se deveria adotar partes do corpo como referência ou padrão para todas as outras partes. Numa proposta de Pereira Neto (1992), o povo grego possivelmente tenha sido a primeira civilização a cultuar a forma corporal como sinônimo de estética, beleza e saúde; seus deuses eram figuras compostas por formas e estruturas consideradas perfeitas, por demonstrarem modelos corporais regidos pelas lições e histórias que por eles – ou neles – eram implícitas. Protágoras, um filósofo grego do século V a.C. afirmava que ‘’o homem é a medida padrão para todas as coisas’’, nele estaria centralizado o formato das leis naturais e do mundo, uma vez que quem exercia os fenômenos eram os deuses e estes estariam relacionados à figura humana, ocorria uma troca com a natureza e a importância que se tinha do corpo humano era de completa percepção do que se entendia sobre este aspecto: o homem distingue as formas naturais através do que ele é. Durante o período da Renascença, no século XV, onde buscava-se reproduzir os modelos vivenciados pela civilização grega, Petroski (1995) descreve a busca por moldes clássicos de beleza, o que fez ressurgir o interesse pelo conhecimento do corpo humano. Leonardo da Vinci (1452-1519) retrata esta preocupação ao elaborar um desenho do corpo humano, O Homem Vitruviano, que ficou conhecido pela sua beleza, proporção e forma, sendo utilizado posteriormente por estudiosos da proporcionalidade humana. 11 De acordo com Maia e Janeira (1991), o termo Antropometria foi utilizado pela primeira vez no seu sentido contemporâneo, em 1659, na tese de graduação do médico alemão Johann Sigismund Elsholtz. Seu estudo, ‘’Antropometria – da mútua proporção dos membros do corpo humano: questões atuais de harmonia, era inspirado nas leituras de Pitágoras e Platão, e da filosofia médica da sua época. Como aparece em Petroski (1995), o trabalho realizado pelo Dr Edward Hitchcock, que desenvolveu tabelas que demostravam os resultados médios das variáveis estatura, peso, circunferências e força de braços de estudantes. O estudo antropométrico desenvolvido por ele, em 1861, foi considerado o primeiro realizado no continente americano. Para efeitos de comparação de dados que Hitchcock exprimiu o estudo em escolares para então se ter resultados concretos de como seria o desenvolvimento e hábitos dos alunos através de suas medidas antropométricas. A primeira tentativa de fracionamento do peso corporal foi desenvolvida por Jindrich Matiegrka, em 1921. Guedes e Guedes (1998) descrevem os estudos de Matiegrka, que propôs um método antropométrico de fracionamento da massa corporal em quatro componentes (método tetra compartimental): massa muscular, massa adiposa, massa óssea e massa residual, sendo que o componente residual seria formado pelos órgãos, pele, sangue, tecido epitelial, sistema nervoso e demais sistemas. O interesse de Matiegrka, considerado o pai da composição corporal, era estudar a eficiência física, mais especificamente, encontrar uma relação entre força e a quantidade de massa muscular de um indivíduo. Acrescentando ao trabalho histórico de Matiegrka da metodologia para o fracionamento da Massa do Corpo (a prova da Eficiência Física), publicado no Diário Americano de Antropologia Física, é considerado um clássico, Ross, Carr e Carter (1999) complementam que apesar de sua importância em termos de estratégia, o estudo não teve muita repercussão entre os antropometristas na época. Queiroga (2005) ressalta que embora a técnica antropométrica tenha evoluído constantemente e seja utilizada nos dias atuais, outros métodos também surgiram na tentativa de melhorar a predição dos componentes corporais ou facilitar a coleta dos dados. Na década de 1980, a bioimpedância elétrica se destacou com um grande número de investigações, enquanto em 1990, métodos indiretos como o DEXA (Absortometria Radiológica de Dupla Energia) surgiram com a promessa de revolucionar a estimativa de gordura corporal. 12 2.2 Conceito e Importância da Composição Corporal Composição Corporal é a divisão do corpo em componentes, ou seja, na definição das partes que o compõem. Normalmente o corpo humano é dividido em dois ou quatro componentes, como nos demonstra Heyward e Stolarczyk (2000): gordura e massa livre de gordura (modelo de dois componentes) ou ainda, em massa muscular, massa óssea, massa residual e massa gorda (modelo de quatro componentes). Petroski e Pires Neto, num de seus textos (1995), descrevem que sempre que uma pessoa pensa sobre sua saúde, sua aparência, atividade física e longevidade, ela está pensando também na sua composição corporal, especificamente no componente gordura corporal, visto que, este componente tem sido largamente usado como indicador de saúde e aptidão física na sociedade moderna. Os estudos envolvendo composição corporal vão além dos aspectos morfológicos, com preocupações abrangendo diferenças entre grupos e influências entre etnias, regiões e culturas. Guedes e Guedes (2003) aperfeiçoam as informações associadas à composição corporal tomando-as de fundamental importância na orientação dos programas de controle do peso corporal, uma vez que, para um acompanhamento mais criterioso quanto ao aconselhamento nutricional e à prescrição de exercícios físicos, existe a necessidade de se fracionar o peso corporal em seus diferentes componentes na tentativa de analisar, em detalhes, as adaptações ocorridas nas constituições de cada um desses componentes. Os autores Heyward e Stolarczyk (2000), além de avaliarem a quantidade total e regional de gordura corporal para identificar os riscos à saúde, definem as medidas de composição corporal como sendo importantes para: • Estimar o peso corporal saudável e formular recomendações nutricionais e prescrição dos exercícios; • Identificar riscos à saúde associados ao acúmulo excessivo de gordura intraabdominal; • Proporcionar entendimento sobre os riscos à saúde, associados à falta ou ao excesso de gordura corporal; • Monitorar o crescimento de crianças e adolescentes e identificar aqueles em risco devido à gordura abaixo ou acima do recomendado; 13 • Monitorar mudanças na composição corporal, associadas a certas doenças; • Estimar o peso corporal ideal para não-atletas e para atletas de esportes cujas classificações do peso corporal servem para competições; • Monitorar mudanças na composição corporal, associadas ao crescimento, desenvolvimento, maturação e idade. 2.3 Classificação de Sobrepeso e Obesidade A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), através de Soares (2003) como uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido gorduroso, localizado e distribuído por todo o corpo, que freqüentemente vem acompanhada de múltiplas complicações à saúde. Uma ordem de idéias sobre o excedente de gordura e massa corpórea é elaborada por Guedes e Guedes, quando formulam existir um desencontro quanto à terminologia e à definição dos conceitos utilizados para descrever o excesso de gordura e de peso corporal, uma vez que, os problemas envolvidos com a caracterização mais clara deste e daquela não se limitam apenas ao emprego do termo obesidade em substituição a sobrepeso, e vice-versa, mas também ao desacordo verificado em relação aos pontos de corte em sua identificação: Sobrepeso e obesidade são termos distintos, embora relacionados. Sobrepeso é tido como aumento excessivo do peso corporal total, o que pode ocorrer em conseqüência das modificações em apenas um dos seus constituintes (gordura, osso, músculo e água) ou em seu conjunto. A obesidade, porém, refere-se especialmente ao aumento na quantidade generalizada ou localizada de gordura em relação ao peso corporal. (2003) Sugerem Robergs e Roberts (2002) que sobrepeso e obesidade podem ser definidos através do Índice de Massa Corporal (IMC), conforme tabela 1, que é a relação entre a massa corporal, em quilogramas, dividida pelo quadrado da estatura, em metros, ou através do percentual de gordura corporal (%GC), de acordo com a tabela 2. Tabela 1: Determinação do excesso de peso e/ou sobrepeso por meio do Índice de Massa Corporal (IMC) através da Organização Mundial da Saúde (1997): 14 Baixo Peso <18,5 Normal 18,5 a 24,9 Sobrepeso 25 a 29,9 Obesidade I 30 a 34,9 Obesidade II 35 a 39,9 Obesidade mórbida III >40 Fonte: OMS (1997) Tabela 2: Determinação da obesidade e/ou excesso de gordura corporal por meio do percentual de gordura para mulheres e homens adultos, por determinação de Lohman (1992): Classificação Homens Mulheres Magreza (mínimo/em risco) < 5% < 8% Abaixo do desejado (abaixo da média) 6-14% 9-22% Desejado (na média) 15% 23% Excesso de gordura (acima da média) 16-24% 24-31% Obesidade (em risco) > 25% > 32% Fonte: Lohman (1992) apud Queiroga (2005) 2.4 Epidemiologia da Obesidade Segundo Guedes e Guedes (2003), o controle do peso corporal constitui importante preocupação para a sociedade atual. Estudos epidemiológicos realizados recentemente apontam que cerca de 30-35% dos indivíduos acima de vinte anos e 25% das crianças e dos adolescentes que vivem em sociedades industrializadas apresentam sobrepeso ou são considerados obesos. O rápido crescimento da prevalência de obesidade tem sido observada em inúmeros países, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção da Obesidade – CDC (2008), nos Estados Unidos, cerca de 28,4% das mulheres e 41% dos homens adultos apresentam sobrepeso (IMC>25 a <30), e, 33,2% e 29,5% das mulheres e homens, respectivamente, apresentam obesidade (IMC>30). 15 No estudo de Fernandes (2007), a obesidade na Europa também atingiu proporções epidêmicas e sua prevalência triplicou nas últimas duas décadas. Através da Organização Mundial da Saúde (2008), atualmente entre 30% e 80% dos adultos estão com excesso de peso na maioria dos países. Na Alemanha, em 2003, havia 61% de indivíduos com sobrepeso, e 15% obesos, entre os homens, e 40% e 12% respectivamente, entre as mulheres. Na França, numa avaliação feita em 2003, havia 34% de homens com sobrepeso e 6% obesos, enquanto as mulheres eram 21% e 8% respectivamente. Na Itália, em 2003, aqueles números eram respectivamente 42% e 9% para homens, e 26% e 9% para as mulheres. Na Espanha, em 1997, as prevalências de sobrepeso e obesidade eram de 36% e 13%, respectivamente. Na Grã-Bretanha, em 2003, havia 49% de indivíduos com sobrepeso, e 23% obesos, entre os homens, e 36% e 26% respectivamente, entre as mulheres. A prevalência de sobrepeso e obesidade também é alta no norte da África e no Oriente Médio. Na Arábia Saudita em 2005, havia 42% de indivíduos com sobrepeso, e 26% obesos, entre os homens, e 32% e 44% respectivamente, entre as mulheres. No Kuwait, em 2000, as prevalências de sobrepeso e obesidade eram de 35% e 29%, respectivamente. No Marrocos, em 2000, havia 17% de indivíduos com sobrepeso, e 8% obesos, entre os homens, e 26% e 11% respectivamente, entre as mulheres. Os níveis de sobrepeso e obesidade também subiram nos países da América do Sul: na Colômbia, em 2005, 32% dos indivíduos adultos apresentaram sobrepeso e 14% eram obesos. No Chile, entre 2003 e 2004, as prevalências de sobrepeso e obesidade eram de 38% e 22%, respectivamente. No Peru, em 2000, havia 40% de indivíduos com sobrepeso, e 11% obesos, entre os homens, e 34% e 13% respectivamente, entre as mulheres (Organização Mundial da Saúde, 2008). Em sua visão sobre as incidências de obesidade no Brasil, Anjos (2006) demonstra que o Brasil tem conseguido realizar inquéritos antropométricos nacionais com intervalos de tempo relativamente curtos, o que permite o acompanhamento da situação nutricional da população. Os estudos disponíveis sobre obesidade no país, normalmente, são aqueles obtidos no Estudo Nacional da Despesa da Família (ENDEF) realizado em 1974/1975, na Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) de 1989, no estudo realizado pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) em 1991. Existem dados, ainda, da Pesquisa sobre Padrões de 16 Vida (PPV), desenvolvido em 1996/1997 somente nas regiões Sudeste e Nordeste do país, na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2002/2003), no levantamento realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) em 2002/2003, e mais recentemente o levantamento sobre saúde realizado pelo Ministério da Saúde em 2008. Mais recentemente, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2002/2003) apontou uma prevalência de sobrepeso e obesidade de 41,1% entre os homens e 40% entre as mulheres acima dos 20 anos de idade, também neste estudo, o excesso de peso em adolescentes de 12 e 14 anos foi de 12,1% para o sexo masculino e de 21,6% no sexo feminino. As estimativas de sobrepeso e obesidade para adolescentes em função da faixa etária são apresentadas na tabela 3 (BRASIL, 2002/2003). Tabela 3: Prevalência de Sobrepeso e Obesidade em adolescentes brasileiros Sobrepeso Idade Total Homens Mulheres 10-11 17,7 16,9 18,5 Obesidade Total Homens Mulheres 3,7 2,4 5,0 Idade 10-11 12-14 14,4 10,4 18,4 12-14 2,4 1,7 3,2 15-17 9,5 7,1 11,9 15-17 1,8 1,5 2,2 18-19 8,3 9,2 7,4 18-19 1,6 1,8 1,4 Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares (2002-2003) Em outro estudo, realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) em 2002/2003, com 23.457 indivíduos, maiores de 15 anos de idade, em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, demostrou que a prevalência de excesso de peso variou de 33% em Natal a 46% no Rio de Janeiro, enquanto a prevalência de obesidade variou de um mínimo de 8% em Aracaju e Vitória, até 12,9% no Rio de Janeiro (INCA, 2003) Já no último levantamento nacional sobre saúde, realizado em 2008 pelo Ministério da Saúde, com a participação de 54.000 indivíduos das capitais dos 26 estados do país e Distrito Federal revelou que 43,4% da população adulta está com excesso de peso corporal (BRASIL, 2008). Embora tenha se observado o crescente número de estudos sobre a obesidade no Brasil, os dados nacionais em relação a obesidade na infância e na 17 adolescência são escassos. A grande maioria dos estudos realizados no país sobre obesidade limita-se, normalmente, a um município, a uma escola ou a um pequeno grupo de escolares. No Brasil destacam-se vários estudos isolados realizados em diferentes cidades, como Santos, Recife, Capão da Canoa, Pelotas, entre outros. Na cidade do Recife (PE), Balaban (2001) realizou um estudo no qual participaram crianças de uma escola privada e crianças de uma comunidade de baixa renda, na faixa etária escolar de 6 a 10 anos, e encontrou uma prevalência de sobrepeso e obesidade de 25,2% e 11,7%, respectivamente, sendo que o excesso de peso corporal mostrou-se mais elevado entre as crianças do grupo da escola privada. Durante os anos de 2001 e 2002, Terres (2006), realizou um estudo de base populacional na cidade de Pelotas (RS) com a participação de 960 adolescentes da zona urbana da cidade, entre 15 e 18 anos de idade. Do total da amostra, 20,9% dos adolescentes apresentaram sobrepeso e 5% obesidade. Outro estudo, realizado por Costa (2006), aplicado em escolas públicas e particulares da cidade de Santos (SP) com a participação 10.822 crianças na faixa etária entre 7 e 10 anos de idade, onde as prevalências totais de sobrepeso e obesidade foram de 15,7% e 18%, respectivamente, sendo que nas escolas privadas os alunos apresentaram uma prevalência de sobrepeso e obesidade maior que os alunos das escolas públicas. O estudo realizado no município de Capão da Canoa (RS) por Suñé (2007) abrangeu escolares matriculados em escolas públicas e privadas da cidade, na faixa etária entre 11 e 13 anos. A prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 21,3% e 3,5%, respectivamente. No estudo de Cunha (1998) com a participação de 3000 escolares da rede municipal de ensino, na faixa etária entre 7 e 14 anos, da cidade de São Carlos (SP), 20% dos alunos apresentaram sobrepeso e 12% índices de obesidade. Em estudo realizado na cidade de Feira de Santana (BA) com crianças na faixa etária de cinco a nove anos de idade, Oliveira (2003) investigou a prevalência de sobrepeso e obesidade em uma amostra de crianças da rede de ensino público e privado da cidade. Os índices de sobrepeso foram de 9,3% e de obesidade de 4,4%. Entre os anos de 2000 e 2001, Giugliano (2004) avaliou a prevalência de sobrepeso e obesidade em um grupo de pré-adolescentes, estudantes de uma instituição de ensino privado de Brasília (DF), de seis a dez anos de idade, a prevalência de excesso de peso foi de 21,2% nas meninas e 18,8% nos meninos. 18 Em outro estudo realizado por Giugliano (2004), com escolares na faixa etária de 6 a 10 anos, matriculadas em uma escola particular da cidade de Taguatinga (DF), a ocorrência de obesidade e sobrepeso foi de 21,1% nos meninos e 22,9% nas meninas. Em Londrina (PR), Ronque (2005) investigou a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 7 a 10 anos de idade, de alto nível socioeconômico. Dos escolares avaliados, 19% apresentaram sobrepeso e 14% obesidade. No município de Presidente Prudente (SP), Fernandes (2007) investigou a prevalência de sobrepeso e obesidade de escolares da rede privada de ensino. O estudo foi composto por 1215 jovens de ambos os sexos e idade entre 10 e 17 anos, o autor encontrou uma prevalência de sobrepeso e obesidade de 35,7% para o sexo masculino, 20% para o feminino e 28,6% para a amostra total da pesquisa. 2.5 Causas da Obesidade: Sedentarismo e A.V.D.S O argumento central de Guedes e Guedes (2003) é que a obesidade pode ser desencadeada por uma série de fatores associados aos aspectos ambientais e/ou endócrino-metabólicos. A obesidade exógena, também denominada simples ou nutricional, reflete excesso de gordura corporal decorrente do equilíbrio energético positivo entre ingestão e demanda energética, este tipo de obesidade é responsável por aproximadamente 98% dos casos. Os outros 2% é a chamada obesidade endógena, com causas hormonais provenientes de alterações do metabolismo tireoidiano, gonadal, hipotálamo-hipofisiário, de tumores como o craniofaringeoma, ou de síndromes genéticas. A sociedade atual tem oferecido ambientes apropriados para o aumento da prevalência de obesidade, segundo Anjos (2006), essas características incluem a grande disponibilidade de alimentos com alta densidade energética, dispostos em todos os lugares e com baixo custo econômico; redução do gasto energético durante as atividades cotidianas (automóvel, escadas rolantes, elevadores, controle remoto, serviços de telentrega, mudanças nos processos de trabalho); e o aumento das atividades de lazer de menor gasto energético (televisão, computador e jogos de vídeo). 19 Pelegrini (2008) também propõe que da mesma forma que tem se observado o aumento da prevalência da obesidade, concomitantemente observa-se um aumento da inatividade física em todas as populações, atingindo principalmente as crianças e os adolescentes. Um dos fatores responsáveis pela maior prevalência de excesso de peso e obesidade, demonstra Matsudo (2007), é sem dúvida o sedentarismo ou a insuficiência prática de atividade física regular, assim como Bar-Or (1995) que sugere que a hipocinesia seja o principal fator do ganho de peso excessivo. Demonstra-nos Pimenta (2001) que, no caso das crianças e adolescentes, o modelo atual da sociedade tem oferecido uma série de opções que facilitam o crescimento da ocorrência de obesidade nesta população jovem: alimentos industrializados, ‘’fast-foods’’, televisões, vídeo-games, computadores, entre outros. Também encontramos essa idéia nos escritos de Guedes e Guedes (2003), que expõem várias hipóteses levantadas para a relação entre o tempo de assistir à televisão e ao vídeo e à maior incidência de obesidade, uma vez que, inúmeros estudos populacionais sugerem estreita relação entre a prevalência de sobrepeso e obesidade e o tempo dedicado a assistir à televisão e ao vídeo. A relação entre o tempo dedicado à televisão e a obesidade aparece também em Dinubile (1993), que aponta um crescimento no risco de obesidade em aproximadamente 2% por hora de televisão assistida. O hábito de assistir a várias horas de televisão, não seria uma causa isolada da obesidade, mas relaciona-se principalmente com um conjunto de práticas, tendo como o maior exemplo, o consumo de alimentos enquanto se assiste à própria televisão. Em um estudo realizado nos Estados Unidos, Crespo (1998), concluiu que à medida em que o tempo das crianças na frente da televisão aumentava, também aumentava sua gordura corporal. Através da análise de dados nacionais sobre saúde e nutrição de mais de 4000 crianças e adolescentes, constatou que a obesidade era menor entre crianças e adolescentes que assistiam à televisão por uma hora ou menos por dia, e que à medida em que as horas aumentavam, também aumentava o número de crianças e adolescentes com excesso de peso, assim como Matsudo (1998), que também encontrou uma relação positiva entre o nível de adiposidade e o número de horas diárias de televisão assistidas na população jovem brasileira. 20 Além do uso prolongado do computador, da televisão e de jogos de videogame, Lazzoli (1998) destaca outros fatores que também contribuem para um estilo de vida mais sedentária, como o aumento da violência urbana e a diminuição dos espaços livres para a prática de atividade física, que acabam por levar as crianças e os adolescentes a procurarem outras formas de lazer, tornando-se cada vez mais sedentários. No Brasil, conforme o último levantamento nacional sobre atividade física, realizado em 2002/2003 pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, revelou que as cidades com maior porcentagem de indivíduos ativos é Belém (72%), seguida por Porto Alegre (70%), enquanto João Pessoa, Florianópolis e Rio de Janeiro destacam-se negativamente, estando entre as capitais que apresentam os maiores índices de indivíduos insuficientemente ativos, 55%, 44%, 44%, respectivamente. Em estudos sobre atividade física em crianças e adolescentes brasileiros também foram encontrados elevados índices de inatividade física, Hallal (2006) em um estudo com adolescentes na faixa etária entre 10 e 12 anos da cidade de Pelotas, RS, relatou que 58,2% dos adolescentes avaliados eram classificados como sedentários. Em outro estudo também na cidade de Pelotas, RS, Oehischaeger (2004), com adolescentes entre 15 e 18 anos de idade, identificou que 39% dos adolescentes avaliados eram considerados inativos fisicamente. Outros estudos também encontraram elevados índices de inatividade física em adolescentes. Em Florianópolis, SC, Farias Júnior (2006), em seu estudo com adolescentes na faixa etária entre 15 e 18 anos, encontrou uma prevalência de inatividade física de 51,4% nos meninos e 73,5% nas meninas. O estudo de Ceschini (2007), realizado em uma escola estadual da cidade de São Paulo com a participação de adolescentes entre 14 e 19 anos, apontou para uma prevalência de inatividade física em torno de 64%. No município de Niterói, RJ, contando com a participação de adolescentes provenientes de escolas públicas de ensino da cidade, na faixa etária de 14 e 15 anos, Silva (2000) encontrou índices elevados de inatividade física, do total da amostra, 85% dos meninos e 94% das meninas foram classificadas como sedentários. 21 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 População e Amostra O presente estudo foi composto por adolescentes selecionados de forma aleatória, na faixa etária entre 10 e 14 anos dos gêneros masculino e feminino, matriculados na 5a série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Arthur Pereira de Vargas e do Colégio Luterano Concórdia, de ensino privado, ambas localizadas na cidade de Canoas (RS). A amostra constitui-se de 86 escolares (42 meninos e 44 meninas) do C.L. Concórdia e 61 alunos (30 meninos e 31 meninas) da E.M.E.F Arthur Pereira de Vargas, totalizando 147 adolescentes. Tabela 4: Tamanho da amostra por faixa etária e gênero: Gênero Masculino Feminino Idade n % n % 10 12 16,6 12 16 10,5 17 23,6 23 30,7 11 13 18,1 11 14,7 11,5 13 18,1 16 21,3 12 6 8,3 9 12 12,5 5 6,9 4 5,3 13 3 4,2 - - 13,5 2 2,8 - - 14 1 1,4 - - 22 Total 72 100 75 100 Fonte: Autoria própria, 2008 3.2 Instrumentos e Coleta dos Dados Foram realizadas medidas antropométricas, massa corporal e estatura, paralelamente à aplicação de um questionário a fim de verificar o nível de atividade física habitual dos escolares e o tempo diário de permanência frente à televisão. Os dados foram coletados durante as aulas de Educação Física com a auxilio do professor de Educação Física da escola, durante os meses de abril e maio de 2008. Para a avaliação das medidas antropométricas os escolares apresentaram-se com roupas leves e descalços. Para a verificação da massa corporal, foi utilizada uma balança tipo plataforma da marca Plenna, com precisão de 0,1Kg e carga máxima de 150kg. O avaliado foi colocado na posição ortostática, ou seja, em pé, posição ereta, pés afastados à largura do quadril, com o peso dividido em ambos os pés, ombros descontraídos e braços descontraídos lateralmente. As medidas de estatura foram obtidas por meio da utilização de uma fita métrica metálica, da marca Sanny, fixa à parede com precisão de 2m:0,1cm, os escolares foram colocados em posição ereta, encostados numa superfície plana vertical, braços pendentes com as mãos espalmadas sobre as coxas, os calcanhares unidos e as pontas dos pés afastados, realizando-se a leitura da medida no final de sua inspiração. A obesidade foi definida a partir do Índice de Massa Corporal, obtido através da divisão da massa corporal em quilogramas pela estatura em metros ao quadrado (IMC = Peso corporal (kg)/Estatura (m2). Após a coleta dos dados, os escolares foram classificados em eutróficos e com excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) de acordo com IMC/idade, seguindo os limites propostos por Cole (2000), recomendado e aprovado pela International Obesity Task Force (IOTF), conforme tabela 5. Tabela 5: Valores limites do Índice de Massa Corporal por Idade para diagnóstico de Sobrepeso e Obesidade em adolescentes de 10 a 14 anos. 23 Idade Sobrepeso Obesidade (anos) Masculino Feminino Masculino Feminino 10 19,84 19,86 24,00 24,11 10,5 20,20 20,29 24,57 24,77 11 20,55 20,74 25,10 25,42 11,5 20,89 21,20 25,58 26,05 12 21,22 21,68 26,02 26,67 12,5 21,56 22,14 26,43 27,24 13 21,91 22,58 26,84 27,76 13,5 22,27 22,98 27,25 28,20 14 22,62 23,24 27,63 28,57 Fonte: Cole (2000) Para determinar o nível de atividade física habitual dos escolares, foi utilizado um questionário proposto por Florindo (2006). O questionário é composto por 17 questões divididas em dois blocos (ANEXO A): 1) Esportes ou exercícios físicos (15 questões); 2) Atividades físicas de locomoção para a escola (duas questões). A utilização do questionário proposto por Florindo (2006), possibilitou a avaliação do nível de atividade física semanal (bloco 1 e 2) e anual (bloco 1). Para cada parte do questionário, o adolescente foi avaliado a partir das modalidades esportivas e exercícios físicos praticados, a freqüência semanal (dias por semana), duração por sessão (horas por dia) e a quantidade de meses por ano em que praticam as atividades físicas, exercícios físicos ou esportes fora do período de aula escolar. O questionário proposto por Florindo (2006) foi respondido pelo aluno na íntegra no mesmo turno e dia da avaliação antropométrica. A Educação Física escolar não foi avaliada, pois, segundo Guedes (1997) apud Florindo (2006), contribui pouco para discriminar o nível de atividade física dos adolescentes, além disso as aulas de Educação Física escolar para os adolescentes 24 são de baixa intensidade e não produzem efeitos significativos para a melhoria da aptidão física. Para calcular o nível de atividade física, foi utilizado o resultado do escore final semanal, a partir do ponto de corte de 300 minutos por semana de atividades físicas moderadas ou vigorosas, somando-se os blocos 1 e 2. Após a aplicação dos pontos de corte, recomendados por Pate (2002), os alunos foram classificados em: • Fisicamente Ativo: aquele adolescente que relatou praticar atividade física por um tempo maior que 300 minutos por semana; e • Inatividade Física: aquele adolescente que relatou praticar menos de 300 minutos de atividades por semana. O tempo de assistência à televisão foi obtido através de uma pergunta aberta, no final do questionário, sobre o número de horas por dia que o aluno habitualmente fica em frente a este aparelho eletrônico. A pergunta aberta sobre o tempo dedicado à televisão, abrangeu somente este aparelho, as atividades de video-game não foram incluídas, pois segundo Pimenta (2001), poderiam resultar num aumento do consumo energético. 3.3 Tratamento Estatístico Um desenho correlacional foi usado para verificar a relação entre as medidas de composição corporal obtidas através do método de IMC e do nível de atividade física e teste t pareado para avaliar as diferenças entre as médias das medidas e nível de significância p <0,005. 25 4 RESULTADOS Foram avaliados 147 escolares adolescentes na faixa etária entre 10 e 14 anos de idade, de ambos os gêneros, sendo 72 meninos (49%) e 75 meninas (51%). Do total de escolares avaliados, 27,9% apresentaram excesso de peso corporal (sobrepeso ou obesidade). No gráfico 1, encontram-se as porcentagens dos escolares eutróficos e com excesso de peso corporal. 80% 70% 60% 7 2 ,1 % 50% 40% 30% 2 7 ,9 % 20% 10% 0% Eu t r ó f ic o s Ex c e s s o d e Pe s o Gráfico 1: % de escolares eutróficos e com excesso de peso Fonte: Autoria própria, 2008 Analisando os dados separadamente de cada escola, encontrou-se uma prevalência de excesso de peso de 32,6% entre os escolares do C.L. Concórdia, maior que na da E.M.E.F. Arthur Pereira de Vargas, que foi de 21,3%, conforme gráfico 2. 26 35% 30% 32,6% 25% 20% E.M.E.F.Arthur P. de Vargas 21,3% C.L. Concórdia 15% 10% 5% 0% Excesso de peso Gráfico 2: % de alunos com excesso de peso por escola Fonte: Autoria própria, 2008 Quanto ao gênero, a prevalência de excesso de peso corporal foi de 26,7% nos meninos e 16,1% nas meninas da E.M.E.F. Arthur Pereira de Vargas, enquanto no C.L. Concórdia, estes números foram de 33,3% e 31,8%, respectivamente, de acordo com gráfico 3. 35% 30% 33,3% 31,8% 26,7% 25% 20% 16,1% 15% E.M.E.F.Arthur P. de Vargas C.L. Concórdia 10% 5% 0% Meninos Meninas Gráfico 3: % de escolares com excesso de peso corporal de acordo com o gênero e a escola. Fonte: Autoria própria, 2008 27 Os dados referentes ao gênero, nas duas escolas, demostraram que 30,5% dos meninos e 25,3% das meninas, apresentaram excesso de peso, conforme gráfico 4. 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 30,5% 25,3% Meninos Meninas Gráfico 4: prevalência de excesso de peso por gênero Fonte: Autoria própria, 2008 Quanto ao nível de atividade física habitual, verificou-se que apenas 39,5% dos alunos são fisicamente ativos, enquanto 60,5% dos alunos foram considerados inativos, conforme demostrado no gráfico 5. 70% 60% 50% 60,5% 40% 30% 39,5% 20% 10% 0% Fisicamente Ativo Inatividade Física Gráfico 5: Quanto ao nível de atividade física dos adolescentes avaliados Fonte: Autoria própria, 2008 28 Avaliando o nível de atividade física habitual dos alunos por escola, observouse que 44,2% dos alunos do C.L. Concórdia e 32,8% da E.M.E.F. Arthur Pereira de Vargas são considerados fisicamente ativos, conforme apresentado no gráfico 6. 50% 45% 40% 44,2% 35% 30% E.M.E.F. Arthur P. de Vargas 32,8% 25% C.L. Concórdia 20% 15% 10% 5% 0% Fisicamente Ativo Gráfico 6: % de alunos fisicamente ativos por escola. Fonte: Autoria própria, 2008 Quanto ao gênero, a proporção de escolares fisicamente ativos foi de 33,3% nos meninos e 32,3% nas meninas da E.M.E.F. Arthur Pereira de Vargas, enquanto no C.L. Concórdia, estes números foram de 50% e 38,6%, respectivamente. Estes dados são apresentados no gráfico 7. 60% 50,0% 50% 40% 38,6% 33,3% 32,3% 30% E.M.E.F. Arthur P. de Vargas C.L. Concórdia 20% 10% 0% Meninos Meninas Gráfico 7: % de escolares fisicamente ativos por escola e gênero. Fonte: Autoria própria, 2008 29 Avaliando o nível de atividade física habitual dos alunos por gênero, nas duas escolas, 43% dos meninos e 36% das meninas, são considerados fisicamente ativos, como é apresentado no gráfico 8. 44% 42% 43,0% 40% 38% 36% 36,0% 34% 32% Meninos Meninas Gráfico 8: % de adolescentes fisicamente ativos por gênero Fonte: Autoria própria, 2008 Analisando o tempo gasto em frente à televisão pelos adolescentes, foi verificado que os meninos e meninas da E.M.E.F. Arthur Pereira de Vargas gastam mais horas/dia nestas atividades do que os alunos do C.L. Concórdia, estes dados são demostrados no gráfico 9. 5 4,5 4,5 4 3,5 3,7 3,4 3 2,5 2 E.M.E.F. Arthur P. de Vargas C.L. Concórdia 2,5 1,5 1 0,5 0 Meninos Meninas Gráfico 9: Tempo dedicado a assistir televisão por gênero e escola Fonte: Autoria própria, 2008 30 Com base na amostra do estudo, verificou-se que não houve associação entre atividade física e a prevalência de excesso de peso entre os escolares avaliados, tanto no sexo masculino como no feminino. Ocorreu-se também no presente estudo uma pequena tendência, demonstrada no gráfico 10, de que quanto maior o Índice de Massa Corporal (IMC), presencia-se uma maior tendência de inatividade física nos meninos. Sexo F M 21 95% CI IMC 20 19 18 17 ativo inativo atividade física Gráfico 10: Demonstração gráfica da associação entre atividade física e excesso de peso corporal. Fonte: Autoria própria, 2008 31 5 CONCLUSÃO Os resultados encontrados pelo presente estudo indicaram uma prevalência de excesso de peso corporal de 27,9% no total da amostra, e um elevado índice de adolescentes fisicamente inativos (60,5%), porém, os resultados demostraram que não houve associação entre atividade física com a prevalência de excesso de peso entre os escolares avaliados. Comparando os dados dos adolescentes das duas instituições de ensino, os escolares que estudam no C.L. Concórdia apresentaram um percentual de excesso de peso (32,6%) superior aos alunos da E.M.E.F. Arthur Pereira de Vargas (21,3%). Em relação ao nível habitual de atividade física, a maioria dos alunos foram considerados insuficientemente ativos. Na análise por rede de ensino, verificou-se que 44,2% dos adolescentes do C.L. Concórdia são fisicamente ativos, enquanto que na E.M.E.F. Arthur Pereira de Vargas, apenas 32,8% dos alunos foram considerados ativos. O elevado número de adolescentes com excesso de peso corporal e insuficientemente ativos encontrados neste estudo, reforçam a importância da escola, do professor e da disciplina de Educação Física sobre a necessidade da implementação de programas de atividade física dentro e fora do contexto escolar, sugere-se ainda, que o professor de Educação Física aumente o tempo de engajamento de atividades físicas e/ou esportivas durante o período de Educação Física escolar, e incentive um estilo de vida mais saudável e ativo. 32 REFERÊNCIAS ANJOS, Luiz Antonio dos. Obesidade e saúde pública. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006. BALABAN. Geni. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de diferentes classes socioeconômicas em Recife, PE. Pediatria. v.23, n.4, p.285-289, 2001. BAR-OR, O. Sports and exercise for children with chronic health conditions. Champaing: human kinetics publishers, 1995. BRASIL. Excesso de peso atinge 38,8 milhões de brasileiros adultos. 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CONCÓRDIA [ TURMA: __________ ] E.M.E.F. ARTHUR PEREIRA DE VARGAS PRATICOU ESPORTE OU EXERCÍCIO FÍSICO EM CLUBES, ACADEMIAS, ESCOLAS DE ESPORTES, PARQUES, RUAS OU EM CASA NOS ÚLTIMOS 12 MESES? [ ] SIM [ ] NÃO 2. QUAL ESPORTE OU EXERCÍCIO FÍSICO VOCÊ PRATICOU MAIS FREQÜENTEMENTE? 3. QUANTAS HORAS POR DIA VOCÊ PRATICOU? 4. QUANTAS VEZES POR SEMANA VOCÊ PRATICOU? 5. QUANTOS MESES POR ANO VOCÊ PRATICOU? 6. VOCÊ PRATICOU UM SEGUNDO ESPORTE OU EXERCÍCIO FÍSICO? [ ] SIM [ ] NÃO 7. QUAL ESPORTE OU EXERCÍCIO FÍSICO VOCÊ PRATICOU? 8. QUANTAS HORAS POR DIA VOCÊ PRATICOU? 9. QUANTAS VEZES POR SEMANA VOCÊ PRATICOU? 10. QUANTOS MESES POR ANO VOCÊ PRATICOU? 11. VOCÊ PRATICOU UM TERCEIRO ESPORTE OU EXERCÍCIO FÍSICO? [ ] Sim [ ] Não 37 12. QUAL ESPORTE OU EXERCÍCIO FÍSICO VOCÊ PRATICOU? 13. QUANTAS HORAS POR DIA VOCÊ PRATICOU? 14. QUANTAS VEZES POR SEMANA VOCÊ PRATICOU? 15. QUANTOS MESES POR ANO VOCÊ PRATICOU? 16. VOCÊ COSTUMA IR DE BICICLETA OU A PÉ PARA A ESCOLA? [ ] SIM [ ] NÃO 17. QUANTAS HORAS POR DIA VOCÊ GASTA NESSAS ATIVIDADES? 18. QUANTAS HORAS POR DIA VOCÊ COSTUMA ASSISTIR TV? [ ] NÃO ASSISTO TV [ ] 1 HORA OU MENOS [ ] 2 HORAS [ ] 3 HORAS [ ] 4 HORAS [ ] 5 HORAS [ ] 6 HORAS OU MAIS 38 ANEXO A – Questionário de atividade física habitual Versão final do questionário de atividade física habitual. 1.Você praticou esporte ou exercício físico em clubes, academias, escolas de 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não esportes, parques, ruas ou em casa nos últimos 12 meses? 2. Qual esporte ou exercício físico você praticou mais freqüentemente? 3. Quantas horas por dia você praticou? 4. Quantas vezes por semana você praticou? 5. Quantos meses por ano você praticou? 6. Você praticou um segundo esporte ou exercício físico? 7. Qual esporte ou exercício físico você praticou? 8. Quantas horas por dia você praticou? 9. Quantas vezes por semana você praticou? 10. Quantos meses por ano você praticou? 11. Você praticou um terceiro esporte ou exercício físico? 12. Qual esporte ou exercício físico você praticou? 13. Quantas horas por dia você praticou? 14. Quantas vezes por semana você praticou? 15. Quantos meses por ano você praticou? 16 .Você costuma ir de bicicleta ou a pé para a escola? 17. Quantas horas por dia você gasta nessas atividades?