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Artigo Final Tv Esporte Interativo

Artigo sobre convergências de mídias

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FACULDADE PAULUS DE TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO Tópicos Avançados Gerais Artigo: A TV Esporte Interativo e a mudança do relacionamento do telespectador com o conteúdo esportivo Artigo científico apresentado como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Tópicos Avançados Gerais, no curso de Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, ministrada pela Professora Doutora Márcia Carvalho. São Paulo 2011 A TV ESPORTE INTERATIVO E A POSSÍVEL MUDANÇA DO RELACIONAMENTO TELESPECTADOR COM O CONTEÚDO ESPORTIVO Diego Galofero [1] Renata Lima [2] Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar a narrativa transmidiática, a interatividade na transmissão esportiva e a possível mudança da relação do telespectador com este conteúdo. Como estudo de caso será analisado o programa de debates Fim de Papo da emissora TV Esporte Interativo. Palavras-chaves: Transmídia, Interatividade, Participação, Esportes. Introdução: A escolha da análise na transmissão esportiva feita pela emissora TV Esporte Interativo, tem como base o conceito de narrativa transmidiática, interatividade e o relacionamento do telespectador com o conteúdo. Como estudo de caso, faremos o recorte de um programa que faz parte da grade da emissora, o Fim de Papo. Um programa transmitido ao vivo ao término do campeonato brasileiro. No livro Cultura da Convergência, Henry Jenkins (2008), além da convergência das mídias e da participação do público na questão da construção de conteúdo coletivo, comenta sobre a nova estética das narrativas transmidiática. Na versão ampliada, Jenkins (2009), também discorre sobre a modificação do relacionamento do telespectador com o conteúdo. A escolha deste autor se dá pelo fato de ele ir ao encontro do estudo proposto no artigo, pois a TV Esporte Interativo é uma emissora que prioriza a convergência, a produção transmidiática e a participação do público. [1] Graduando em Comunicação Social – Relações Públicas na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), São Paulo, SP - Brasil. E-mail: [email protected] [2] Graduando em Comunicação Social – Relações Públicas na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), São Paulo, SP - Brasil. E-mail: [email protected] Pode-se entender que o emissor não propõe uma mensagem acabada, ele incentiva a interatividade chegando muitas vezes a ser o criador de conteúdo e pauta, típico do programa Fim de Papo que por muitas vezes debatem assuntos levantando por telespectadores. É de bom grado realçar que outros programas utilizam a mesma narrativa, como é o caso do Globo Esporte, que integra seu conteúdo entre o programa televisivo e o portal na internet. Não se pretende entrar no mérito da tecnologia utilizada na TV Digital, mas Newton Cannito é outro autor que será utilizado, pois o mesmo traz no livro "TV na Era Digital" (2010), reflexões sobre a televisão, destacando a sua evolução e interatividade. Sobre Interatividade, Marie Marchand comenta sobre a mudança no esquema clássico da informação, uma comunicação unilateral: O esquema clássico da informação que se baseava numa ligação unilateral emissor-mensagem-receptor, se acha mal colocado em situação de interatividade. Em outros termos, quando, dissimulado atrás do sistema, o emissor dá a vez ao receptor a fim de que este intervenha no conteúdo da mensagem para deformá-lo, deslocá-lo, nós nos encontramos em uma situação de comunicação nova que os conceitos clássicos não permitem mais descrever de maneira pertinente. (MARCHAND, 1986, p.09) A interatividade das mídias digitais em sinergia com a TV e o telespectador participativo Não é segredo para ninguém que o esporte que mais mobiliza e desperta a paixão dos brasileiros é o futebol. E os programas sobre o assunto são tão admirados quanto o esporte, são eles que abastecem aos apaixonados pelo esporte, sobre assuntos que possam ser debatidos com os amigos. Futebol é pauta de ambiente de trabalho a mesas de bar. Para contextualizar, usaremos site Almanaque Brasil que diz que o jornalista Luiz Mendes teve a ideia da criação do primeiro programa de debates esportivos no Brasil, após assistir um debate político no ano de 1965. Inicialmente com nome de Grande Resenha Esportiva vinculada pela TV Rio mudou de nome ao conseguir patrocínio da empresa de máquinas de escrever Facit, logo a Grande Resenha Facit foi ao ar de 1966 a 1971 comentando apenas sobre o futebol carioca, sempre ao domingos à noite, esta mesa redonda era composta ainda por alguns ilustres jornalistas como: Nelson Rodrigues, Armando Nogueira, João Saldanha, José Maria Scassa. Como comparativo usaremos dois programas para ilustras questões transmidiática, deste artigo. A emissora de TV Gazeta nos 70 teve um programa de debate esportivo, mas a Mesa Redonda Futebol Debate adquiriu esse formato conhecido até hoje em 1985 apresentando por Roberto Avallone. O formato é básico, imagens sobre as rodadas de futebol são exibidos e os jornalistas fixos e convidados debatem sobre o assunto. Em 2003 quem assumiu o comando da mesa foi o jornalista Flávio Prado. Já são 22 anos de tradição. O segundo programa é vinculado ao canal de TV por assinatura Sportv, pertencente à Rede Globo. Transmitindo diariamente esse programa já possui aspectos interativos, inicialmente apresentados por Cléber Machado e hoje não possui um fixo. Fundada em 2007, a TV Esporte Interativo é a primeira emissora, sinal aberto no Brasil, inteiramente dedicada aos esportes. A emissora tem como foco a narrativa transmidiática, ou seja, o telespectador acompanha o mesmo conteúdo em diversas mídias. No caso da emissora eles utilizam as plataformas da internet, televisão, telefones celulares e Tablets. Aliás, primeiro canal de esportes do mundo com programação ao vivo pelo sistema Android da Google e as plataformas da Apple, iPad e iPhone, os aplicativos seu gratuitos. Participação é a marca da Esporte Interativo, toda sua estética, como já citado, é modelada para adequar suas narrativas a outras mídias, sobre o assunto, Henry Jenkins em Cultura da convergência cita: A narrativa transmidiática refere-se a uma nova estética que surgiu em resposta à convergência das mídias – uma estética que faz novas exigências aos consumidores e depende da participação ativa de comunidades de conhecimento. (JENKINS, 2008, p. 47) O programa Fim de Papo que acontece sempre depois das rodadas dos Campeonatos de Futebol, é apresentado ora por Leonardo Baran, ora por Jorge Iggor, tem como atrativo a participação ativa dos telespectadores no decorrer do mesmo. Por muitas vezes é possível ver os apresentadores debatendo um assunto colocado em pauta pelos usuários do microblog Twitter. Além desta ferramenta, é possível fazer parte do programa através da Fan Page no Facebook realçando a questão da narrativa transmidiática e do telespectador como um agente ativo nas transmissões, abandonando o aspecto de apenas um consumidor de produtos mediáticos, essa cultura participativa é entendida como: A expressão cultura participativa contrasta com noções mais antigas sobre passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, podemos agora considerá-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum de nós entende por completo. (JENKINS, 2009, p. 30) Durante os últimos anos a comunicação obteve grandes mudanças com o surgimento das mídias digitais, que trouxe consigo uma nova maneira de produzir informação, o que modificou também à forma como este conteúdo é recebido consumidores. As informações que eram produzidas somente no formato linear, oferecido pelas mídias analógicas, hoje são adaptadas e reformuladas pela não-linearidade das mídias digitais. Com este novo cenário surgiu uma mudança significativa no relacionamento do telespectador com o conteúdo, ele se tornou um consumidor participativo, não ocupa somente o papel de receptor mais também o de emissor da mensagem, assim como afirma Marchand: O emissor não emite mais no sentido que se entende habitualmente. Ele não propõe mais uma mensagem fechada, ao contrário, oferece um leque de possibilidades, que coloca no mesmo nível, conferindo a elas um mesmo valor e um mesmo estatuto. O receptor não está mais em posição de recepção clássica. A mensagem só toma todo o seu significado sob a sua intervenção. Ele se torna, de certa maneira, criador. (MARCHAND, 1986, p.09) Nas transmissões das partidas de futebol é comum os narradores utilizarem o Twitter como "termômetro" de audiência, convocando os telespectadores a comentarem com uma determinada hashtag, palavras com o símbolo jogo da velha #, utilizado para direcionar um assunto. Quanto mais um determinado assunto é comentado na rede social, melhor posicionado ele fica nos Trends Tropics, (ranking de assuntos mais comentados). Em Janeiro de 2011, durante o Pré-Olímpico de futebol Masculino, a hashtag #RumoaoOuronoEI alcançou a primeira posição na lista dos mais comentados no Brasil. Esse tipo de interatividade traz o público para mais perto da emissora podendo acontecer realmente esse fluxo de mensagens em mão dupla, o telespectador comenta nas redes sociais o que é apresentado nos programas e os apresentadores comentam na televisão o que os seguidores do perfil do Twitter ou do Facebook debatem. O Mesa Redonda há menos de um ano começou utilizar as mídias sociais, Michelle Giannella que antigamente apenas lia e-mails enviados pelos telespectadores agora, ainda é pouco comparado aos programas da TV Esporte Interativo. O mesmo pode-se dizer do programa do Canal Fechado da Sportv. Mas a questão participativa do público com o programa não é algo novo, por muito tempo eram enviadas cartas, com a popularização da Internet os e-mails, e as redes sociais tornou essa interação muito mais dinâmico. Com esta proposta a TV Esporte Interativo coloca o telespectador na posição de também criador, oferecendo oportunidades de influenciarem diretamente na produção de conteúdos. Conclusão: A partir dessas informações pode-se concluir que a narrativa transmidiática e a mudança do papel do telespectador causou uma desconstrução da proposta da produção linear de programas de televisão, sobretudo, os de debate esportivo. Porém, a internet e a facilidade da convergência oferecem um espaço que proporciona aos programas esportivos a conciliação do relacionamento de seus consumidores com os conteúdos. Desta forma, nota-se que a TV Esporte Interativo percebendo a participação efetiva de seu público nas mídias digitais e o quanto isso influenciou na mudança do papel do receptor, buscou uma alternativa que possa validar essa participação cada vez mais presente nos programas de televisão no Brasil. Quanto mais os telespectadores se vêem participativos dentro do ambiente proposto pelas mídias digitais, mais exigentes ficam com o conteúdo proposto pelas mídias analógicas. Revisão Bibliográfica: JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008. JENKINS. Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2009. CANNITO, Newton. A televisão na era digital: interatividade, convergência e novos modelos de negócio. São Paulo: Summus, 2010. MARCHAND, Marie. Les paradis informationnels – du Minitel aux services de commmunication du futur. Paris: Masson, 1987. Site TV Esporte Interativo Disponível em: http://www.esporteinterativo.com.br/>Acesso 07 de outubro de 2011 Site Planeta Twitter Disponível em: Acesso 15 de novembro de 2011 Site TV Gazeta Disponível em: Acesso 24 de novembro de 2011 Site Universia Disponível em: Acesso 27 de novembro de 2011 Site Memorial Globo Disponível em: Acesso 25 de novembro de 2011 Site Almanaque Brasil Disponível em:Acesso 17 de novembro de 2011 Site Audiência TV Disponível em:Acesso 05 de novembro de 2011