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O ENSINO DA BIOQUÍMICA EM UMA NOVA ROUPAGEM
(Biochemistry of teaching in a new form)
Juliana SALES(01); 1
[email protected]
Priscila VIDAL(02); 2
[email protected]
Danielle HOLANDA(03); 3
[email protected]
Samara ALMEIDA(04)4;
[email protected]
Josicley FERREIRA(05)5
01) (01) Bacharrelado em Nutrição, Instituto Federal do
Ceará;
[email protected]
[email protected]
(02) Bacharrelado em Nutrição, Instituto Federal do Ceará;
[email protected]
(03) Bacharrelado em Nutrição, Instituto Federal do Ceará;
[email protected]
(04) Bacharrelado em Nutrição, Instituto Federal do Ceará;
[email protected]
(05) Bacharrelado em Nutrição, Instituto Federal do Ceará;j
[email protected]
RESUMO
Este artigo é parte da apresentação de uma metodologia voltada para o
ensino da bioquímica. Onde estão contidos relatos históricos para
realização de saberes e construção de espaços educacionais na bioquímica.
Essa análise também é feita equiparando, os métodos tradicionais de ensino
aos atuais e mais dinâmicos. Trás também o principal intuito para qual o
foi escrito, apresentar e abordar uma metodologia para o ensino
diferenciado da bioquímica, desenvolvida por esta equipe, a qual é composta
por acadêmicas de Nutrição, como também a finalidade da criação de tal
método.
Com muita freqüência, conceitos científicos sofrem alterações por
intermédio de novas descobertas, mas pouco deste novo conhecimento é
repassado aos alunos, principalmente porque da maneira convencional como é
ensinado é de difícil compreensão para os mesmos. Então porque não dar uma
ênfase mais técnica a respeito destes tópicos em sala de aula, demonstrando
ao aluno uma forma diferenciada de compreender conceitos, essencialmente
por intermédio de atividades lúdicas.
Palavras-chave: educação em bioquímica, educação.
Abstract
This item is part of a presentation of a methodology focused on the
teaching of biochemistry. Where is contained historical accounts to carry
knowledge and construction of educational spaces in biochemistry. This
analysis is also made matching, traditional methods of teaching the current
methods more dynamic. Well behind the main aim for which was written
statement, and address a methodology to differentiate instruction of
biochemistry, developed by this team, which consists of academic nutrition,
but also the purpose of creating such a method.
Too often, scientific concepts are altered by new discoveries, but
little of this new knowledge is imparted to students, mainly because the
conventional manner as taught is difficult to understand for them. So why
not give a more technical emphasis on these topics in the classroom,
showing the students a different way to understand concepts, primarily
through playful activities.
Keywords: education in biochemistry, education.
1, 2, 3, 4, 5 Acadêmicas do Curso de Nutrição, Instituto Federal de
Educação Ciência e Tecnologia do Ceará
INTRODUÇÃO
Nas décadas de 50 e 60, configurou-se uma nova forma de pensar o ensino
de ciências no cenário nacional e internacional, que se estendeu por
diferentes campos científicos. Na estreita desses movimentos surgiu (em
1979) o primeiro resumo que problematizava a organização curricular e,
portanto a primeira discussão que enfocava uma questão educacional na,
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica – SBBq (hoje Reunião
Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Experimental).
Porém, enquanto no cenário científico nacional e internacional as
questões educacionais ocupavam cada vez mais espaços, fez-se após 1979, um
longo período de silêncio quanto a essas questões das Reuniões Anuais da
SBBq. No entanto, na década de 90, onze anos mais tarde a educação
reapareceu com um novo vigor, consolidando um espaço denominado Seção de
"Educação em Bioquímica". Feita a identificação e datada a aparição da
ponta do iceberg das discussões educacionais entre bioquímicos, cabe agora
mostrar que com metodologias diferentes e específicas, pode-se estimular e
intensificar o compreendimento desses conhecimentos de bioquímica. Para
tanto, primeiro identificaremos as metodologias usadas em salas de aula,
por professores dessa disciplina e equiparáa-las a uma metodologia
desenvolvida por nós, acadêmicas de Nutrição, que no momento de seu
desenvolvimento estivemos assistindo a disciplina de Bioquímica Geral II.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. Equiparando as metodologias
Segundo Lyotard, a questão didática está associada à legitimação do
conhecimento. Analisando dessa forma, onde está explicita a aceitação de
alguns conceitos, e os admitindo em um número de saberes verdadeiros para
essa transmissão, isso implica em uma série de questões pragmáticas sobre o
mesmo; quem transmite? O que é transmitido? A quem? Com base em que? E de
que forma? (Lyotard, 2000, p.88)
Dessas questões levantadas por Lyotard, a que nos vai interessar é, de
que forma é feita essa transmissão de conhecimento. Metodologias
tradicionais são aplicadas constantemente, e dia após dia o professor se
tornou o detentor de todo conhecimento e o aluno, apenas um receptor. Já é
sabido que ainda hoje estudantes, tanto de ensino fundamental e médio,
quanto acadêmicos, têm dificuldades de aceitação e compreensão dos
conteúdos, quando o mesmo é apresentado a ele de forma antipática e não
criativa. Já de forma contrária, quando o conteúdo é apresentado de forma
dinamizada, criando um "triangulo interativo" entre professor, conteúdo e
aluno este o recebe de forma mais aberta. Há uma melhor compreensão do
saber se o mesmo é envolvido com o lúdico. Podendo ser ele o mais diverso
possível.
2. Apresentando a nova metodologia
Como já relatado, além da comparação entre metodologias de ensino, este
artigo tem como intuito apresentar uma metodologia para o ensino em
bioquímica, voltado para estudantes de nutrição, desenvolvida por esta
equipe.
A aplicação do jogo está baseada num outro mais convencional, que ficou
bastante conhecido após ser apresentado em uma emissora de TV, o Show do
Milhão, onde varias perguntas são feitas aos participantes, até que o mesmo
acerte todas e ganhe o prêmio de um milhão de reais. Sem fugir do princípio
real do jogo, que é responder corretamente as perguntas, o jogo SHOW DE
ENERGIA, tem por igual intuito; responder as mais diversas perguntas sobre
bioquímica. As perguntas são elaboradas concomitantes ao assunto que esta
sendo estudado pela turma.
3. Objetivo da metodologiaDescrição da Proposta
Desenvolver nos discentes a capacidade de instigar pensamentos não
óbvios, para assim desenvolver um tanto a mais os conhecimentos aprendidos.
A aplicação do jogo, cria nos alunos a expectativa em acertar as respostas,
o que os faz buscar sobre o conteúdo que será dinamizado.
Metodologia, resultados, análise e interpretação de dados4. Como funciona?
O jogo acontece sobre um tabuleiro tapete, com quatro etapas e níveis
diferentes de perguntas, onde os mesmos são correspondentes, e dezesseis
casas de parada. Os discentes podem jogar em equipes ou individualmente.
Eles deverão escolher quem fará as perguntas, os restantes farão a sua
própria movimentação sobre o tabuleiro, o que chamamos de "pinos humanos".
Há uma marcação sobre as casas de parada, feita em ATP (adenosina
trifosfato) que é uma molécula armazenadora de energia, à medida que o
jogador for caminhando sobre o tabuleiro e respondendo corretamente as
perguntas, vai ganhando os ATP's indicados na casa e, consequentemente
armazenando energia. Ao fim do tabuleiro temos a última etapa que
corresponde ao nível ARRISCA TUDO, o mesmo vale o prêmio máximo de um
milhão de ATP's. O jogador que primeiro chegar a tal etapa, e responder
corretamente a pergunta que lhe corresponde, é o ganhador do premio máximo
do jogo e assim então um "energizado".
5. FundamentaçãoBases Teóricas
Tivemos como embasamento dois outros artigos; nos quais vimos uma
relação entre os assuntos e os tomamos como base em busca de entendimento
para explanarmos o próprio roteiro, os mesmos trouxeram uma abordagem clara
e simples para aquilo que ansiávamos; a educação em bioquímica.
Um dos artigos, por título; O UNIVERSO DISCENTE E O ENSINO DA
BIOQUÍMICA, escrito por Patrícia Beckhauser6Beckhauser1; Elzira Maria de
Almeida e Ana Lúcia Bertarello Zeni7Zeni2, trouxe clareza ao primeiro
tópico ao qual tínhamos incertezas, que é como os alunos se portam diante
de disciplinas quando não detêm os conhecimentos tão facilmente, e
percebemos que os cursos da área de saúde recebem a cada semestre um grande
número de alunos, originários de diferentes escolas de ensino médio e,
cursos pré-vestibulares. Entendemos então que a capacidade cognitiva e de
abstração de cada aluno, bem como o grau de conhecimento prévio relativo à
área, são fatores que geram diferenças individuais dentro de um mesmo
grupo.
A Bioquímica é um exemplo de disciplina do ciclo básico que é oferecida
em praticamente todos os cursos da área da Saúde e que requer
principalmente noções de Química e Biologia celular. Entretanto, o
conhecimento de um determinado grupo de alunos é bastante heterogêneo, o
que exige do professor de Bioquímica, a criação de um ambiente que estimule
a aplicação prática do que está sendo abordado no âmbito da disciplina.
6 1 Acadêmica do curso de Ciências Biológicas
7Professoras de Bioquímica do Departamento de Ciências Naturais, Centro de
Ciências Exatas e Naturais, Fundação Universidade regional de Blumenau
(FURB), Blumenau, SC.
Os autores de EDUCAÇÃO EM BIOQUÍMICA: UM PROGRAMA DISCIPLINAR, Rochele
Loguercio8Loguercio3, Diogo Souza9 Souza4 e Jose Cláudio Del Pino10Pino5,
citam o seguinte "não é suficiente que se conheça os códigos da ciência com
uma certa segurança, é necessário que se 'capturem' estudantes capazes de
responder ao que o professor (aqui tomado como detentor do conhecimento) já
sabe e, mais, aquilo que ele quer descobrir. Desta forma, a produção de
conhecimentos estaria garantida, bem como a manutenção de um domínio de
saber, que, como enfatiza, de outro modo Foucault (1998), necessita de
proposições novas para se manter como discurso."
Segundo os mesmos o conhecimento é mantido, quando ele é genuinamente
compreendido de forma que leva os alunos, estudantes a pensarem de maneira
que suas repostas instiguem outra série de questionamentos, causando uma
busca pelo aprofundamento daqueles saberes. Não é outra a função da
educação senão uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação
dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo
(Foucault, 1998).
Entendido que o aprendizado está concomitantemente ligado a uma forma
prática de estudo, nos empenhamos em compreender o que os autores dos dois
artigos, tinham a passar. Verificamos então, que justamente na sala da
turma de Nutrição a qual cursamos a disciplina, há uma variedade de níveis
de compreensão do conteúdo de Bioquímica, o que ocasiona certo caos no
entendimento do mesmo. A aplicação de uma metodologia, em que o aluno cria
a expectativa de obter conhecimento, gera nele uma maior funcionalidade do
saber o qual ele vai aplicar de forma lúdica, respondendo a questões sobre
o assunto em assistido.
Discussão e Considerações Finais
O intuito deste trabalho foi de apresentar uma nova perspectiva para o
ensino da bioquímica, com o desenvolvimento de jogos que envolvam o
conteúdo trabalhado em sala de aula. Sabendo-se dos vários níveis entre os
alunos, observa-se assim, que o universo discente é muito heterogêneo.
Independente do curso escolhido, os alunos possuem alguma noção de assuntos
que, do ponto de vista docente, a maioria deveria estar segura.
Ao entender a Ciência como discurso, e o discurso como um bem - finito,
limitado, desejável, útil - que tem suas regras de aparecimento e também
suas condições de apropriação e de
utilização; um bem que coloca, por conseguinte, desde sua existência (e não
simplesmente em suas "aplicações práticas" a questão do poder; um bem que é
por natureza o objeto de uma luta, e de uma luta política (Foucault, 1997,
p. 139), podemos pensar o desenvolvimento desta metodologia para o ensino
da Bioquímica como efeito de determinadas configurações de poderes,
visibilidades que orientam e facilitam os discursos, formando um recorte no
saber, que se desdobra dessas relações como um "triangulo interativo",
envolvendo discentes, docentes e o próprio conhecimento.
38 Mestre em Bioquímica – ênfase em Educação em Ciências
49 Doutor em Bioquímica, coordenador do Grupo de Estudos em Educação em
Ciências
10 5 Doutor em Engenharia, coordenador da Área de Educação Química
Referências Bibliográficas
1. Vargas, L.H.M. (2001). A bioquímica e a aprendizagem baseada em
problemas. Revista Brasileira de Ensino de Bioquímica e Biologia Molecular.
2. Vieira, L. Q., Nicoli, J. R., Prado, V . F., Santoro, M. M., Teixeira,
S. M. R., Bemquerer, M. & Beirão S. L. (2001). Abordagem prática para o
ensino de bioquímica. Revista Brasileira de Ensino de Bioquímica e Biologia
Molecular.
3. Regis, W.C.B.; Gonçalves, M.L.G.S.; Santoro, M. M. (2001). Avaliação das
potencialidades de um curso prático de bioquímica na implementação do
ensino teórico em cursos profissionalizantes. Revista Brasileira de Ensino
de Bioquímica e Biologia Molecular, Especial 1, 2001.
4. Deleuze, G. Foucault, 4a. ed., Editora Brasiliense, São Paulo, 1998.
5. Foucault, M. Resumos dos Cursos do Collège de France (1970-1982). Jorge
Zahar Editora, Rio de Janeiro, 1997.
6. Lyotard, J.-F. A Condição Pós-Moderna, José Olympo, São Paulo, 2000.
7. SBBq – Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular,
http://www.sbbq.br
(DATA E HORA DO ACESSO)