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Arte Na Rede

Artigo.

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A arte n a rede Nesta nova arte tecnologia é possível se aventurar-se na web, e neste espaço virtual podemos conhecer a arte de comunicação à distância, que converge os sistemas informatizados com as telecomunicações. Essa interatividade se dá pela troca de informações imediatas modificando as instâncias de produções e recepção em escalas planetárias. Estas transmissões têm a idéia de fazer com que os participantes troquem pensamentos, ações que diluam a autoria se desdobrando em novas mensagens. Nos anos 80, o artista britânico David Hockney produziu um pequeno escândalo em São Paulo, quando a obra por ele concebida para participar de uma das edições da Bienal foi enviada por fax, por causa de uma celeuma envolvendo as pesadas despesas com transporte e seguro. Estávamos então apenas iniciando a discussão da “desmaterialização da arte”, ainda sob o impacto da polêmica exposição de obras “imateriais” (Les Immatériaux) organizada por JeanFrançois Lyotard no Centro Pompidou de Paris em 1985, e a idéia de uma obra “teletransportada” soava estranha aos nossos hábitos perceptivos fortemente marcados pela presença de objetos físicos “únicos” no espaço de exposição. No limite, se as obras se desmaterializam e se multiplicam, não faz mais sentido pensar num espaço físico para expôlas, ou num lugar para onde o público deveria se dirigir em períodos preestabelecidos. Elas poderiam ser recebidas em casa pelos mais variados meios, como o telefone, o videofone, o fax, o rádio e a televisão, ou ser “acessadas” por meio de redes telemáticas como a Internet. Talvez a Bienal do futuro não aconteça mais num prédio instalado no Parque Ibirapuera, que abre as suas portas uma vez a cada dois anos para uma celebração coletiva. A Bienal do futuro poderia ser uma rede de conexões entre artistas e instituições que fazem trabalhos criativos, não localizada em lugar algum, disponibilizada para o acesso público e organizada por um corpo de curadores espalhados por todo o mundo. Organizar uma exposição poderia significar interligar várias experiências que já acontecem no campo “desmaterializado” das redes telemáticas, oferecendo ao visitante (agora chamado de usuário) conceitos ou idéias-chave que permitam compreender determinados campos de acontecimentos. Visitar a Bienal poderia significar simplesmente ligar o computador e apontar o browser para o seu endereço eletrônico. A web art ou net art é o setor mais recente dentro do sempre mutante campo das artes eletrônicas. Ela representa uma fusão da arte-comunicação com a arte digital. Historicamente, a arte-comunicação utilizou recursos predominantemente não digitais (mail art, fax, telefone, slow-scan TV, etc.) ou semidigitais (videotexto) para estabelecer contatos de comunicação, enquanto as artes digitais não lidavam ainda com o conceito de comunicação. A web art, num certo sentido, dá continuidade à idéia de comunicação, mas agora dentro de um contexto nitidamente digital e valendo-se dessa gigantesca rede mundial de computadores chamada Internet. Ela já permite hoje experimentar uma antevisão desse futuro próximo em que a Bienal - e também as galerias, os centros culturais - poderão existir em forma virtual. Em junho de 1992, destacamos o projeto Moone: La Face Cachée de la Lune, de Gilbertto Prado, construção de desenhos e imagens em tela, partilhada em direto, via Rede Numérica de Serviços Integrados, RNSI, entre os Cafés Électroniques de Paris e a 9ª Documenta, Kassel, Alemanha. O objetivo era construir, com parceiros distantes (e eventualmente desconhecidos), uma imagem híbrida e composta em tempo real. Utilizou-se o princípio de tela partilhada, que permite a construção de imagens simultaneamente em rede, com participantes em locais distantes. Quando se trabalha com esse dispositivo, pode-se ter a mesma imagem em diferentes monitores para trabalhá-la a distância, da mesma forma que o movimento dos mouses é partilhado em tempo real. De 20 a 25 de agosto de 1994, durante o 5th International Symposium on Electronic Art, a participação do *.* (asterisco-ponto-asterisco, grupo formado por Artemis Moroni, José Augusto Mannis e Paulo Gomide Cohn) apresentou o projeto The Electronic Carnival, diálogo e construção de personagens via Internet. Em 3 de setembro do mesmo ano, aconteceu o Telage 94, um intercâmbio de imagens e sons, via modem, projeto coordenado por Carlos Fadon Vicente, em São Paulo, por Eduardo Kac, em Lexington (Estados Unidos), por Irene Faiguenboim, no Recife, e por Gilbertto Prado, em Campinas. Entre os participantes, podemos também citar Renato Hildebrand e Silvia Laurentiz. O Telage 94 fez parte do megaevento Arte Cidade 2: a cidade e seus fluxos, organizado por Nelson Brissac Peixoto, em 1994. A proposta foi criar uma trama eletrônica de conexões entre diferentes cidades, que se tecia entre as diferentes imagens processadas. Uma imagem distinta era introduzida em cada ponto do circuito e retrabalhada pelos demais participantes. De 1989 até 1996, Kac desenvolveu o projeto Ornitorrinco. Em 1989, ele começou a trabalhar com Ed Bennett em Chicago e dessa parceria foi projetado, testado e construído o Ornitorrinco, um telerrobô que podia ser controlado a partir de longas distâncias. A primeira experiência desse projeto aconteceu em 1990, num link entre as cidades do Rio de Janeiro e de Chicago. Do Rio de Janeiro, Kac controlava o Ornitorrinco em Chicago, via conexão telefônica. Depois dessa primeira experiência, muitas outras aconteceram, utilizando o mesmo conceito desse trabalho. Ornitorrinco ficou então o nome dado tanto aos trabalhos de arte de telepresença em andamento quanto ao telerrobô que os realizava. Por princípio, os eventos do Ornitorrinco envolviam duas localidades distintas, porém, nada impedia que mais pólos estivessem conectados. Um ou mais membros do público navegavam por instalação ou local remoto, pressionando teclas de telefone comum ou clicando o mouse do computador. Recebiam, então, feedback visual sob a forma de imagens fixas ou em movimento, em tela de computador ou monitor de vídeo. Freqüentemente ocorriam encontros de comunicação via Internet, não com trocas verbais ou orais, mas por meio de ritmos resultantes do envolvimento dos participantes de uma experiência compartilhada no mesmo meio. Os visitantes, nas palavras do autor, experimentavam juntos, no mesmo corpo, um lugar longínquo e inventado sob perspectiva impessoal, que suspendia temporariamente as noções de identidade, localização geográfica e presença física. Entre os vários eventos envolvendo o Ornitorrinco, podemos citar os que se seguem. Em 1992, acontece o Ornitorrinco in Copacabana: uma estação pública de telepresença estava posicionada no McCormick Place, na Conferência Siggraph de 1992, e dali se podia controlar o Ornitorrinco em ambiente especialmente criado na The School of the Art Institute of Chicago. Em 1993, o Ornitorrinco on the Moon foi apresentado entre a The School of the Art Institute of Chicago e The Kunstlerhaus (Graz, Áustria), durante a exposição austríaca Beyond Borders. Em 1994, Ornitorrinco in Eden foi experimentado num evento de telepresença na Internet. Existiam duas estações públicas de telepresença, uma em Seattle e outra em Lexington. O Ornitorrinco estava em um ambiente no Departamento de Arte e Tecnologia na The School of the Art Institute of Chicago. Esses três pólos estavam ligados via ligação telefônica por 3-vias, para controle de movimento em tempo real. As cidades estavam também conectadas pela Internet via tecnologia CU-SeeMe, que retransmitia constantemente as mudanças de pontos de vista do ambiente do robô. Usuários de várias cidades americanas e de outros países (incluindo Finlândia, Canadá, Alemanha e Irlanda) podiam acessar e assistir ao que se passava no espaço (registrado pelo movimento do robô) em Chicago, pelo ponto de vista do Ornitorrinco. Em 1996, surge o Ornitorrinco in the Sahara, um evento de telepresença dialógica criado para a Bienal de St. Petersburg, na Rússia. A topologia desse evento estava baseada no uso de duas linhas telefônicas separadas. Uma linha conectava o Museu de História de St. Petersburg ao Departamento de Arte e Tecnologia da The School of the Art Institute of Chicago. A segunda linha conectava este Departamento em Chicago à The Aldo Castillo Gallery. A primeira curadoria de web art no Brasil foi feita por Ricardo Ribenboim e Ricardo Anderáos para a 24ª Bienal Internacional de São Paulo, que ocorreu em 1998. Ela ofereceu ao público de qualquer parte do mundo a oportunidade de fazer um outro tipo de visita à Bienal, em que nem os artistas nem o público precisavam se deslocar fisicamente até São Paulo. Numa primeira acepção, a curadoria consistiu em propor uma coleção de links que permitiam dar forma, consistência e acesso a um conjunto já bastante expressivo de experiências artísticas que estavam acontecendo naquele momento na web. Não apenas trabalhos brasileiros foram indicados, mas também trabalhos de artistas internacionais já consagrados, com é o caso do grupo Jodi (abreviatura de Joan Heemskerk e Dirk Paesmans), referência inevitável em qualquer antologia de web art. Os trabalhos foram agrupados em torno de conceitos, que permitiam distinguir diferentes perspectivas estéticas e existenciais. A interface proposta dava a impressão de um organismo vivo em permanente mutação e se apresentava como um work in progress, capaz de assimilar inclusive a colaboração dos visitantes no preenchimento dos conceitos com indicações de novos sites ou modificação dos já existentes. A idéia de organizar o acesso e a navegação em torno de conceitos tem a sua razão de ser. A web é hoje uma gigantesca e caótica acumulação de sites, páginas, frames e links, com conteúdos, formas gráficas e interfaces de toda espécie, abrangendo do melhor ao pior, do confiável ao desconfiável, do déjà-vu ao absolutamente imprevisível. Mais do que em qualquer outro campo de experiências, a web necessita de bússolas e faróis, que permitam tornar produtiva a tarefa de navegação e sobretudo atracar em porto seguro. Quando o que se busca é apenas informação, um bom mecanismo de procura (search) pode ser suficiente. Mas quando se trata de descobrir propostas e atitudes inventivas, é preciso que os próprios instrumentos sejam também criativos e abertos à irrupção do improvável. Uma curadoria adequada às experiências criativas na web deve, portanto, ter expertise suficiente para descobrir a interface adequada, capaz de permitir a navegação num ambiente que não é mais apenas um banco de dados. Se a web é realmente um organismo vivo, em contínuo movimento e metamorfose, com sites surgindo, desaparecendo ou se transformando a todo momento, não é preciso muito esforço para perceber que os seus mecanismos de pesquisa e navegação devem ter a mesma mobilidade. Por outro lado, a curadoria de Ribenboim e Anderáos inovou também por incorporar trabalhos encomendados especificamente para essa seleção. É o caso de Valetes em Slow-Motion, de Kiko Goifman e Jurandir Müller, sobre o tema dos encarcerados, que pode ser considerada uma das experiências brasileiras mais ousadas feitas no terreno da web art, tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo. Contando com a colaboração de Alberto Blumenschein (webmaster) e Silvia Laurentiz (ambiente tridimensional interativo em formato VRML), o trabalho permitiu uma reflexão densa sobre a vida nas prisões e a psicologia dos detentos, abrindo a possibilidade inclusive de um contato ao vivo (através da tecnologia CU-See-Me) entre os visitantes da Bienal “virtual” e os detentos do Presídio da Papuda, em São Sebastião (DF), em dias e horários previamente marcados. Na verdade, o trabalho de Goifman e Müller explora ironicamente a idéia de controle a distância (o conceito através do qual ele pode ser acessado é “monitoramento”), alertando para a possibilidade de uma vigilância universal através da web. Na 24ª Bienal Internacional de São Paulo, foi apresentado também o projeto-instalação Colunismo, de Gilbertto Prado. A instalação consistia em um “portal”, com duas webcams conectadas à rede Internet, que eram disparadas por sensores dispostos no espaço físico da instalação pela passagem dos visitantes. Uma vez capturada em tempo real essa imagem local, ela era mesclada com outras (de um banco de imagens sobre o olhar estrangeiro, sobre a antropofagia, a pop art, cidades e outras categorias) e disponibilizada via Internet para todo o planeta. Outros participantes, fisicamente distantes, via webcam, podiam observar o espaço e a geração de novas imagens locais. Esse trabalho esteve exposto também na mostra City Canibal, no Paço das Artes, em São Paulo, de 4 de setembro a 31 de outubro de 1998. Com o florescimento da web art, o acesso remoto à Bienal ou a qualquer outro evento artístico está deixando de ser uma possibilidade marginal para se tornar a própria natureza das próximas montagens. Se no futuro os parangolés se transformarem em wearable computers (computadores de vestir) e os objetos relacionais forem desmaterializados em ambientes de realidade virtual, a Bienal, mesmo deslocalizada, ainda terá uma razão para existir: ela continuará representando o esforço sempre necessário de concentrar a criatividade dispersa e difundir no tecido social as experiências humanas de liberdade. Ainda neste mesmo ano, Tânia Fraga organizou (e participou de) o projeto Xmantic na Web, aceito em concurso da Unesco realizado em 1998. A proposta do projeto era criar um link multicultural entre povos de culturas distintas. Assim, procuraram-se analogias entre os xamãs das culturas tribais e os equivalentes em outras culturas ocidentais contemporâneas. Xmantic na Web é o primeiro resultado do Laboratório Virtual de Pesquisa em Arte (criado em 1996) da Universidade Federal de Brasília, onde artistas, estudantes e pesquisadores entram em contato com o mundo para criar um diálogo multicultural no campo da arte telemática. Diana Domingues Etoy CORPORATION Foi fundada oficialmente em 1994. Seus investidores possuem, alimentam, controlam e protegem a estrutura incorporada para fazer a expansão dos limites da arte contemporânea e para produzir o valor em um nível mais elevado da inteligência humana. A etoy ultrapassa as fronteiras entre a arte, a identidade, as nações, a forma, a política, a tecnologia, a engenharia social, a música, o poder e o negócio criar o impacto maciço em mercados globais e na cultura digital. Etoy é um motor adiantado típico (em linha desde 1994) e se tornado ràpidamente um líder de mercado controverso no campo do entretenimento e da arte experimental da Internet. O grupo etoy ganhou diversas concessões internacionais da arte como o prix eletronic ars de 96. Seu web site permite navegar por vários lugares, numa arquitetura hipertextual de um site cheio de links, de natureza anarquista, contra toda e qualquer linearidade. www.etoy.com z Festival de arte eletrônica de 96 Etoy foi convidado para mostrar uma versão enorme da instalação de etoy internet-tanksystem na exibição oficial do festival de arte eletrônica em Linz. Após semanas de construção de um sistema insano de encanamento/tanque com o DESIGNCENTER LINZ, O grupo etoy estava atual em quase cada retrato da imprensa do festival. A planta era penetrar o espaço inteiro da exibição com os encanamentos alaranjados e o etoy tanks conectado (que representam todo um tanque/recipiente de informação do etoy.WEBSITE tal como o etoy duty-check-tank, o etoy.stripteasetank ou o etoy disco-tank). O etoy TANK o mais grande representou o hijack digital. A laranja legendária, etoy TANKS é os recipientes de carga personalizado - o ícone do comércio global e da logística moderna. Durante os últimos anos o etoy.TANKS multifuncional transformou-se num fator crucial, servindo como showrooms independentes, escritórios, estúdios, e elementos esculturais eram parte de exibições internacionais, festivais e mostras da galeria. Hospedam a ART-COLLECTION etoy, o etoy SOUND-STUDIO ou a grande sacada, usado como cápsulas dormitórios para o grupo durante a produção. Etoy.TANKS são os escudos modulares que viajam o mundo físico no mesmo curso dos pacotes de dados da Internet: cada etoy TANK é um espaço e uma estadia viajando da calha de TCP/IP-PACKAGE que concordam um protocolo global elaborado da transmissão para produzir e a arte baseada intermediária da tecnologia de comunicação. Com o TANK-SYSTEM etoy AGENTS (membros de etoy) poder explorar o espaço entre o digital e o físico a fim descobrir novos playgrounds para a arte contemporânea - dentro e fora do frame tradicional dos museus e das instituições. Mobilidade elevada de sua infra-estrutura, o fato que os TANQUES podem ser instalados em toda parte dentro de algumas horas sem esforço burocrático. ISEA/2006 ISEA/2006 SEA/2006 ISEA/2006 06 ISEA/2006 06 06 ISEA\06 ISEA/2006 Inter-Sociedade de Artes Eletrônicas (ISEA) Fundada na Holanda, em 1990, ISEA é uma organização internacional, sem fins lucrativos, dedicada à promoção e ao desenvolvimento das artes eletrônicas. A sociedade é composta por uma vasta gama de colaboradores e instituições envolvidos nos aspectos criativos, teóricos e tecnológicos das artes eletrônicas. A Inter-Sociedade de artes eletrônicas (ISEA) promovem o discurso e a troca acadêmica interdisciplinar entre diversas organizações culturais e indivíduos que trabalham com arte, ciência e tecnologias emergentes. Publicando boletins de notícias; hospeda um ambiente em linha de arquivar e da troca. O Festival de ZeroOne San Jose 06, transformará San Jose no epicentro norte-americano para a interseção da arte e da cultura digital neste caso os artistas contemporâneos os mais inovadores do mundo. São artistas que fazem a arte e que usam a tecnologia como uma ferramenta fazer assim. Não é tecnologia para a causa da tecnologia. ZeroOne San Jose é um evento multidimensional, assutador e brilhante nas audiências - com exibições, um cinema vivo, alguns desempenhos, umas oficinas, e umas atividades da juventude. www.isea-web.org ISEA 2006 Imagens de alguns trabalhos ISEA\06 SbEEAAA\\\0 066 Imagens de alguns trrabalhos lhos lh agens de alguns trabalhos s llguns ttrabalhos rabalhos b lh Imagens de alguns ns trabalhos CNN Plusplus > Heidi Kumao / Chip Jansen Light bead curtain > Ami Wolf / Jin Yo Mok DK > Digital Kakejiku Cell noise maker > Ben Hooker / Shona Kitchen Imagens de alguns trabalhos ISEA\06 SbEEAAA\\\0 066 Imagens de alguns trrabalhos lhos lh agens de alguns trabalhos s llguns ttrabalhos rabalhos b lh Imagens de alguns ns trabalhos Sillicon vallery > Peter DAgostino New west > Ludica Milk project > Esther Polak Imagens de alguns trabalhos ISEA\06 SbEEAAA\\\0 066 Imagens de alguns trrabalhos lhos lh agens de alguns trabalhos s llguns ttrabalhos rabalhos b lh Imagens de alguns ns trabalhos Fingering > Tiffany Sum / Jonathan Minard Bioteknica > Jennifer Willet / Shawn Bailey Game Machine > Douglas Edirc Acclair > Luther Thie / Eyal Fried IDÉIA/diretório internacional de ar tes eletrônicas IDÉIA/diretório internacional IDÉIA/dir al I internacional de ar tes eletrônicas IDÉIA/diretório IDÉIA/di tó i internacional i t i ld de artes t eletrônicas l t ô de artes eletrônicas IDÉIA/diretório internacional de artes eletrônicas A IDÉIA (o diretório internacional de artes eletrônicas) apareceu primeiramente em 1990, em uma edição de papel, publicada por CAOS. A edição em linha começou em 1996 com a colaboração técnica da companhia francesa Altern B. A IDÉIA é uma ferramenta original do recurso world-wide. Francês-inglês bilíngüe, tem um espaço internacional e alista a informação em mais de 50 países na Europa, América, Ásia, Oceania e África sul. A IDÉIA inclui todos os amantes no campo da arte, da ciência e da tecnologia: organizações, artistas, povos, periódicos, TV e Radio. A IDÉIA cobre a escala inteira de atividades artísticas neste domínio da arte eletrônica. Cada entrada na IDÉIA inclui as informações do contato, uma descrição curta das atividades e, nesta versão em linha, as ligações ao URL quando existem. www.nunc.com Links dos principais locais de recurso na arte eletrônica http://apps5.oingo.com/apps/domainpark/domainpark.cgi?client=netw8744&s=235MEDIA.ORG Catálogo de vídeo arte. www.vdb.org Catálogo de vídeo arte. www.aec.at Arquivo do Festival de Ars Electronica & do centro de Ars Electronica. www.emf.org Tudo (histórico e atualidades) na música eletrônica. www.olats.org Observatório de Leonardo para as artes e as Techno-Ciências. www.emaf.de European Media Art Festival. www.fineartforum.org O primeiro e-boletim de notícias sobre a arte eletrônica. www.ntticc.or.jp Centro de intercomunicação – Tokyo. www.edmn.net Rede européia dos meios de Digital - rede de festivais e de instituições da arte digital. , Interatividade, robótica e rede Interatividade, robótica e rede e Interatividade, robótica Interat enterat rede , robótica bó i e rede d Interatividade, robótica e rede Muitas são as produções que somam as tecnologias interativas, a robótica e as redes de comunicação. Por vezes, ambientes são visitados por robots comandados à distância e executando tarefas que o homem estaria realizando com seu corpo. “Eletric Skin” é um evento robótico interativo organizado por Graham Smith que reuniu vários artistas canadenses que montaram pequenas instalações através de maquetes. Um robot visitava a exposição e com uma câmera acoplada enviava as imagens para visitantes à distância. “The Telegarden” http:// www.telegarden.org/tg de Ken Goldberg, Joseph Santaromana, dos Estados Unidos oferece uma instalação robótica que permite aos usuários da www verem e interagirem com um jardim remoto com plantas vivas. Ele está conectado através da web e no outro lado do ciberespaço em não importa qual parte do planeta, há um ambiente físico que se conecta a um jardim instalado no Ars Electronica Center, Linz. Por rede, pode-se molhar as plantas, plantar mudas entre outras ações de um jardim. Stelarc com “On The Future Of The Net Phantom Bodies”, “Fractal Flesh And Collective Strategies” faz uma de suas performances que exploram as possibilidades alternativas da Internet, através da extensão, interatividade, lincando e recuperando informações e imagens, interfaceando e acessando o próprio corpo através da rede. Propõe que a Internet não acentua o desaparecimento do corpo e a dissolução do eu, mas possibilita o corpo remapeado e reconfigurado pelos circuitos eletrônicos. O corpo fica conectado a diferentes pontos do planeta e atinge limites extrasensoriais por interfaces e agentes à distância. Com muitos sensores presos ao corpo, vive locomoções híbridas numa simbiose entre seu organismo e os inputs e outputs das conexões feitas através da rede. O que ele pensa é que um corpo funciona através da multiplicidade de agentes que se conectam e desconectam transmitindo informações, mas também traduzindo energias entre corpos. Diana Domingues e o grupo Artecno com http://artecno.ucs.br/insnakes oferecem um sistema interativo que utiliza robótica, sensoriamento e redes de comunicação. Propõe a partilha do corpo de uma cobra/robô, colocada em um serpentário com outras cobras. O robô tem acoplado uma web câmera que transmite em tempo real as cenas do serpentário. Seu nome é “Ângela”. A cobra comandada à distância, executa várias trajetórias no serpentário e colabora para a vida das cobras dando-lhes água e alimento. Participantes remotos, conectados via rede, enviam ordens de movimentação que são interpretadas resultando em trajetórias no serpentário. A vida do ambiente não está restrita a um único participante. Sensores de presença capturam a ação do robô e liberam quantidades de líquido para suas necessidades básicas. A vida do ambiente resulta da mescla de sinais biológicos e sinais artificiais. O mundo natural se revitaliza pelas tecnologias interativas que geram novas formas de vida Telegarden > Ken Goldberg Liquid City Liquid Cityy Liquid City Liquid City Liquid City Liquid City Por Michel Refolfi, realiza uma série de instalações sonoras em que uma piscina é transformada como um espaço fluido e interativo. O visitante explora uma cidade transparente que existe somente por sons que ele faz. O visitante nada na água e recebe sons embaixo d’água através de seu corpo. O controle do ambiente acústico é feito movendo-se na piscina, com câmeras interativas que seguem o movimento à distância e sintetizadores digitais. www.redolfi-music.com Nucleus PTYX Incorpus Gravitazero Incorpus Incorpus Pier Luigi Ca ap p Pier Luigi Capucci Pier Luigi Capucci Pier Luigi Ca Capucci Pier Luigi Capucci Pier Luigi Capucci Pier Luigi Capucci é concernido com os sistemas e as linguagens de uma comunicação e com as novas formas de arte, e desde o início dos anos 80 começou a se envolver em novos meios e em aplicações da nova tecnologia nas comunicações e na arte. Foi professor nas universidades de Roma “La Sapienza”, Bolonha e Florença. Atualmente é professor da teoria e das técnicas de comunicações maciças e da teoria e técnicas de multimídia. Publicou os livros “Realta del virtuale. Tecnologiche de Rappresentazioni, comunicazione, arte”, 1993, em tecnologias virtuais e nos relacionamentos entre a cultura e as representações sensoriais. Organizou exibições, projetos controlados e participou às conferências na Itália e no exterior. Tem trabalhado em projetos europeus em comunicações tecnológicas, e desde 2004 esteve na placa consultiva internacional de Ars Electronica da categoria líquida das comunidades. Fundou (em 1994) e dirigiu o primeiro compartimento em linha italiano, “NetMagazine”, mais tarde “ímã”. Um projeto de pesquisa nos relacionamentos entre a cultura e tecnologias, conjuntamente com as universidades da Bolonha e da Roma “La Sapienza”, que duraram até dezembro 1997. É o fundador e diretor de “Noema”, um Web site voltado às inter-relações e às influências da cultura-nova das tecnologias (desde 2000). A “cultura” significa também “hábitos”, “modo de vida”, “comunicações”, “arte”, “sociedade”, “economia”, “meios”, “filosofia”…, quando “as novas tecnologias” deverem ser pretendidas em um significado mais largo do que o reino digital. Tem trabalhado como um consultor no campo de novos meios (imagem do computador, hipermídia, holografia, telemáticas, e suas aplicações) com instituições e as empresa públicas e confidenciais. www.noemalab.org www.baskerville.it/NetMag Algumas Imagens extraidas do web site NOEMA: Brucker Cohen Carrizo Parkfiel Stanza Gerosa Gibertto Prado Gilbertto Prado Gilbertto Prado Gilbertto Prado Gilbertto Prado Gilbertto Prado Artista multimídia. Estudou Engenharia e Artes Plásticas na Unicamp. Em 1994 obteve seu doutorado em Artes na Universidade de Paris 1 – Panthéon - Sorbonne. Tem realizado e participado de inúmeras exposições no Brasil e no exterior. Publicou em 2003 pelo Itaú Cultural, SP, o livro “Arte telemática: dos intercâmbios pontuais aos ambientes virtuais multiusuário”. Atualmente é professor do Departamento de Artes Plásticas da ECA – USP. É um dos nossos maiores entusiastas da arte-comunicação, tanto do ponto de vista do estudo teórico, da produção criativa, como também da organização de eventos relacionados à área. Sua tese de doutorado, defendida em fevereiro de 1994, na Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne, teve por tema as experimentações artísticas nas redes telemáticas, sendo uma das primeiras da área. É um dos talentos mais autênticos que surgiram recentemente no campo das artes eletrônicas, e esse reconhecimento já foi feito inclusive pelo célebre crítico Frank Popper, em seu livro Art of the Electronic Age. Acima de tudo, Prado consegue extrair o máximo de poesia do trabalho com as máquinas, evitando aquela frieza que muitas vezes subjaz nas instalações mediadas com tecnologia. Tem participado de várias exposições e fóruns de arte e tecnologia no Brasil e no exterior, recebendo recentemente Menção Especial no 9º Prix Möbius International des Multimédias, em Pequim. Atualmente, vem orientando o seu trabalho para a rede WWW. Depois do turismo vem o colunismo A instalação consiste em um “portal” com duas WebCam conectadas à rede Internet que são disparadas por sensores dispostos no espaço físico da instalação pela passagem dos visitantes. Uma vez essa imagem local capturada em tempo real ela será mesclada (com as de um banco de imagens sobre o olhar estrangeiro sobre a antropofagia, pop art, cidade e outras) e disponibilizada via rede pelo planeta. Outros participantes, fisicamente distantes, via WebCam, podem observar o espaço e a geração de novas imagens locais. Esse trabalho esteve exposto na Mostra “City Canibal” no Paço das Artes - São Paulo de 4 de Setembro a 31 de Outubro de 1998. Atualmente a câmera está instalada na entrada da sala do Projeto wAwRwT, no Laboratório de Informática Paulo de Laurentiz do Instituto de Artes da Unicamp. Projeto e Coordenação Gilbertto Prado Assistentes Luisa Paraguai Donati, Hélia Vannucchi. Colaboração Projeto wAwRwT, Hélio Carvalho, André Ianni, André Favilla, Fernando Kuhn, Ana Regina Alonso, Gabriela de Paula, Priscila Farias, Carlos Fadon Vicente. SCIArts - Equipe Interdisciplinar Fernando Fogliano, Milton Sogabe, Rejane Caetano Augusto, Renato Hildebrand, Rosângela Leote, Luiz Galhardo (Engenheiro Eletrônico). Departamento de Mecânica Computacional - FEM - Unicamp Eurípedes Nóbrega, Marco Barreira, Peter Kazinczi. Estação Aleph Cláudio Roberto Stegun, Hugo Souza, Renato Santos, Renato Stegun. Matrix Internet - Rede Mundial de Provedores Agradecimentos especiais à Daniela Bosso e Equipe do Paço das Artes. Gibertto Prado Gilbertto Prado Gilbertto Prado Gilbertto Prado Gilbertto Prado Interação realizada. 1 2 3 4 5 6 Eduardo Kac Eduardo Kac Eduardo Kac Eduardo Kac Eduardo Kac Eduardo Kac http://www.ekac.org/ornitorrincoM.html É bacharel em artes plásticas pela PUC/RJ, com mestrado em fine arts na The School of the Art Institute of Chicago, onde é atualmente professor associado e chefe do departamento de Arte e Tecnologia. É escritor e artista, trabalha com holografia, telepresença, vídeo, computador e Internet. Seus trabalhos vêm sendo expostos na América do Norte e do Sul, Europa Ocidental e Oriental, Oriente Médio e Austrália. No período de 1983 a 1993, Kac já havia produzido cerca de 23 poemas holográficos, que denominou de Holopoetry. Kac publicou em 1995, em tiragem limitada, o livro Holopoetry; Essays, Manifestoes, Critical and Theoretical Writings (Lexington, KY: New Media Editions, 1995). O livro foi lançado na Yale University, na ocasião de um simpósio sobre poesia experimental. Suas obras já foram expostas ou apresentadas no Museum of Holography (Nova York), MAM/RJ, Künstlerhaus (Áustria), entre outros. Seus trabalhos fazem parte, entre outras, das coleções públicas do Museum of Holography (Chicago), MAM/RJ e MIT Museum (Cambridge). Publicou artigos e ensaios sobre arte eletrônica em livros e jornais em diversas línguas. É membro do conselho editorial da revista Leonardo. Atualmente vem desenvolvendo um trabalho sistemático de análise das artes eletrônicas no Brasil, já parcialmente publicado na revista Leonardo. Kac tem sido pioneiro em vários campos de interseção de arte/ciência/tecnologia, e não apenas no Brasil. No conjunto de sua obra, pode-se encontrar um pouco de tudo o que caracteriza essa interseção: fotografia, instalações e performances na cena pública, grafites, painéis eletrônicos, holografia, telepresença, robótica, multimídia, arte & biologia, etc. Seus trabalhos mostram ainda um desejo de explorar formas de arte que possam ser reproduzidas e inseridas em um contexto de mídia de massa. O trabalho de Kac com holografia é considerado um dos mais avançados do mundo e lhe rendeu o Prêmio Anual da Shearwater Foundation Holography, o mais prestigioso dentro da área. Um exemplo particularmente inventivo de sua produção holográfica é Quando?, em que Kac (e o co-autor Ormeo Botelho) tiveram a idéia de associar o movimento do espectador/leitor com o movimento do próprio holograma ao girar em torno de seu eixo, fazendo as palavras A LUZ, ILUDE, A LENTE, LENTA e MENTE comporem múltiplas possibilidades de combinação ao longo de um giro de 720 graus. Outro terreno em que Kac se notabilizou foi o da poesia com novos meios. O artista concebeu poemas para quase todos os novos meios, do videotexto ao CD-ROM, passando pela holografia, computação gráfica e redes telemáticas (WWW). Os seus poemas procuram sempre explorar as qualidades próprias do meio em que transitam, em vez de simplesmente migrar do papel para a tela. Insect.Desperto, por exemplo, é um poema em que a legibilidade é propositalmente dificultada pela velocidade com que o texto é apresentado na tela. No infopoema Accident, os “versos” estão sendo continuamente “sugados” por uma espécie de atrator estranho ou buraco negro, que desintegra sua coerência verbal. Porém, no caos gerado pelo desmembramento do texto, novas palavras surgem a partir do aglutinamento aleatório das partes despregadas de outras palavras, e novos sentidos emergem da turbulência verbal. Já os hiperpoemas Secret e Storms são basicamente poemas interativos e só evoluem à medida que o leitor interage com eles, efetuando suas escolhas de letras, de palavras ou de direção para a qual o texto deve desdobrar-se. Entre os trabalhos que lhe renderam maior respeitabilidade no plano internacional, pode-se citar aqueles que operam com robôs, bem como com a discussão sobre a relação entre o homem e a máquina. Por ocasião do Isea 97, por exemplo, Kac, com a colaboração de Ed Bennett, um projetista de hardware especializado em robótica, concebeu um evento polêmico, que se chamou A-Positive. O evento compreendia um intercâmbio intravenoso entre um homem (o próprio Kac o testou pela primeira vez, mas qualquer outra pessoa podia fazê-lo) e um robô. O corpo humano doava sangue ao robô e este, por sua vez, extraía oxigênio do sangue, com o qual mantinha acesa uma pequena chama em seu próprio mecanismo. Em troca, o robô doava dextrose ao corpo humano. Tanto o corpo quanto o robô (na verdade, um biobô) estavam atados por via intravenosa e tubo esterilizado, pelos quais se alimentavam mutuamente: o corpo mantinha “viva” a chama no robô, enquanto este último alimentava o corpo para mantê-lo vivo. Com esse evento, Kac nos coloca no coração de uma nova ecologia, em que pessoas e máquinas convivem juntos num relacionamento delicado, ocasionalmente criando intercâmbios simbióticos. Nesse sentido, a obra de Kac parece sugerir que formas emergentes de interface homem-máquina estão mudando profundamente as bases de nossa cultura antropocêntrica e deverão reconciliar o corpo humano não apenas com a biosfera inteira, mas também com a tecnosfera. Essas idéias têm sido caras a Kac nos últimos anos. Ele esteve trabalhando com robôs desde meados dos anos 80 e freqüentemente lhes dava nomes animais. Mas sua visão da interface homem/animal/máquina talvez lhe tenha sido sugerida pela primeira vez quando criou Rara Avis, uma instalação interativa de telepresença em que um pássaro telerrobótico simulando uma arara brasileira coabitava uma grande gaiola junto com pássaros reais e plantas artificiais. Fora do aviário, espectadores usando capacetes de realidade virtual podiam ver a cena toda do ponto de vista da arara, como se eles fossem o pássaro do outro lado da grade de arame. O pássaro telerrobótico tinha câmeras estereoscópicas coloridas no lugar dos olhos e podia mover sua cabeça de acordo com os movimentos dos espectadores. A peça, instalada pela primeira vez no Nexus Contemporary Art Center, em Atlanta (1996), podia também ser acessada por qualquer pessoa do planeta via Internet. Kac concebeu originalmente Rara Avis como um comentário sobre a relatividade de noções tais como identidade e outridade. Esta foi a primeira vez em sua obra que humanos podiam compartilhar o corpo de um pássaro que era ao mesmo tempo uma máquina, e viver, pelo menos num sentido psicológico ou metafórico, a experiência de “ser” um pássaro e uma máquina. Foi todavia numa modesta instalação feita para a Siggraph 96 que Kac conseguiu criar sua melhor metáfora da nova ecologia da biosfera. Significativamente, o título da instalação - Teleporting an Unknown State - era um fragmento poético extraído do título do primeiro artigo científico sobre teletransporte. Mas o que a instalação realmente logra, partindo da idéia de transmissão remota da luz, é colocar diante de nossos olhos e mentes a nova condição da vida num ambiente tecnológico. A peça conectava o espaço físico do New Orleans Contemporary Arts Center ao espaço não-localizável da Internet. Na galeria, nós apenas víamos um videoprojetor apontado para um pedestal em que uma simples semente jazia num vaso cheio de terra. Pessoas anônimas de diferentes lugares do planeta e que estavam surfando a Internet eram encorajadas a apontar câmeras digitais para o céu e transmitir luz do sol para o site da galeria, usando facilidades de videoconferência. O conteúdo das imagens não importava. O que contava era o envio de luz com o único propósito de possibilitar a germinação de vida real no espaço da instalação. Conforme as imagens da luz do sol chegavam à galeria, elas eram projetadas no pedestal, iluminando a semente. Esta última se pôs então a germinar e uma bela plantinha começou a crescer diante de nossos olhos. O processo inteiro de crescimento foi transmitido de volta ao mundo todo, novamente pela Internet, permitindo que os participantes acompanhassem os resultados de sua ajuda. Depois dessas experiências todas, era natural que Kac fosse gradativamente se aproximando da engenharia genética. De fato, nos últimos anos do século XX, o trabalho de Kac radicalizou na direção dos aspectos mais propriamente biológicos de sua indagação. O artista chegou mesmo a propor dois novos termos, à falta de outros mais adequados, para identificar a natureza do terreno em que ele estava se movendo: de um lado, a arte biotelemática, uma forma de arte em que processos biológicos estão intrinsecamente associados a sistemas de telecomunicação baseados em computador e, de outro, a arte transgênica, forma de criação artística baseada na utilização de técnicas de engenharia genética para transferência de genes (naturais ou sintéticos) a um organismo vivo, de modo a criar novas formas de vida. Esta última vertente representa o foco privilegiado de suas mais recentes experiências. Até o final do século, Kac estava conduzindo duas importantes experiências de arte transgênica. A primeira foi a coelha Alba. A idéia de Kac consistiu em aplicar ao pêlo da coelha uma proteína verde fluorescente isolada de uma medusa (Aequorea victoria) da região noroeste do Pacífico, proteína essa que permite ao animal que a contém emitir uma luz verde brilhante quando exposto à radiação ultravioleta. A coelha, originalmente pertencente a uma família albina (sem nenhum pigmento de cor na pele), foi geneticamente modificada, por meio da aplicação de uma versão incrementada do gene fluorescente. Completada em fevereiro de 2000 em Jouy-en-Josas, na França, com a ajuda dos cientistas Louis Bec, Louis-Marie Houdebine e Patrick Prunnet, Alba deveria ser mostrada publicamente no programa Artransgénique do festival Avignon Numérique, em junho de 2000, mas a sua exibição foi proibida pela direção do instituto de pesquisa onde a coelha foi geneticamente modificada. A interdição, obviamente autoritária, só fez reacender o debate e trazer à tona todas as questões implicadas na intervenção de Kac: as conseqüências culturais e éticas da engenharia genética, a complexidade das questões relacionadas com evolução, biodiversidade, normalidade ou pureza racial, heterogeneidade, hibridismo, alteridade, bem como ainda a comunicação entre as espécies e a integração gregária ou social das espécies modificadas. No momento atual, Kac continua travando uma batalha legal e intelectual no sentido de libertar Alba de sua prisão laboratorial, integrá-la socialmente e devolvê-la à vida. A segunda experiência de Kac com arte transgênica - Genesis - foi apresentada em 1999, numa primeira versão, no Ars Electronica, evento que ocorre anualmente em Linz (Áustria) e numa segunda versão, no Itaú Cultural, em São Paulo. Para a materialização dessa proposta, Kac concebeu inicialmente aquilo que ele próprio chamou de “gene de artista”, ou seja, um gene sintético, inventado por ele mesmo e não existente na natureza. O gene foi criado por meio de uma transferência de um trecho em inglês do Velho Testamento para código Morse e depois de código Morse para DNA, de acordo com um princípio de conversão desenvolvido especialmente para esse trabalho (os traços do código Morse representam a timina, os pontos a citosina, o espaço entre as palavras a adenina e o espaço entre as letras a guanina; assim, tem-se os quatro constituintes fundamentais do ácido desoxirribonucléico ou DNA, cujas combinações formam o “alfabeto” ou código genético). A sentença bíblica diz: “Deixe que o homem domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os seres vivos que se movem na terra” (Gênesis 1, 28). As escolhas, evidentemente, já estão carregadas de significado e ironia: a sentença bíblica parece autorizar a supremacia humana sobre as outras espécies, inclusive as intervenções da engenharia genética sobre a criação divina; o código Morse, empregado nos primórdios da radiotelegrafia, representa a aurora da idade da informação e da comunicação global. O gene sintético contendo o texto bíblico é, em seguida, transformado em plasmídeo (anel de DNA extracromossômico, capaz de auto-replicação e presente em grande parte das bactérias) e então introjetado em bactérias Escherichia coli, que o reproduzirão às próximas gerações. As bactérias contendo o gene Genesis apresentam a propriedade de fluorescência ciã (azul esverdeado) quando expostas à radiação ultravioleta e coabitam uma placa de Petri (prato de vidro utilizado para culturas bacteriológicas) com outra colônia de bactérias, não transformadas pelo gene Genesis e dotadas da propriedade de fluorescência amarela quando submetidas à mesma radiação ultravioleta. À medida que as bactérias vão entrando em contato umas com as outras, um processo de transferência conjugal de plasmídeos pode acontecer, produzindo diferentes alterações cromáticas. A combinação das duas espécies de bactérias pode determinar três tipos de resultados: 1) se as bactérias ciãs doarem seu plasmídeo às amarelas (ou vice-versa), teremos o surgimento de bactérias verdes; 2) se nenhuma doação acontecer, as cores individuais serão preservadas; e 3) se as bactérias perderem seus respectivos plasmídeos, elas se tornam ocres. O processo de mutação cromática das bactérias pode se dar naturalmente, por meio da interação dos seres unicelulares, ou pode ser também ativado e incrementado por decisão humana, através da radiação ultravioleta, que acelera a taxa de mutação. No espaço da galeria onde ocorre a experiência, tanto os visitantes locais como os visitantes remotos (que participam do evento através da Web) podem ativar a radiação ultravioleta, interferindo portanto no processo de mutação e ao mesmo tempo possibilitando visualizar o estágio atual das combinações de ciã, amarelo, verde e ocre. Uma microcâmera apontada para a placa de Petri permite projetar numa grande tela à frente, em tempo real, uma imagem ampliada das combinações cromáticas, imagem esta que, dependendo da interação dos diversos fatores e das intervenções do acaso, pode resultar particularmente bela enquanto resultado visual. O mais importante, porém, é observar como essa instalação singela transforma o ato mais banal do mundo tecnológico - apertar um botão, seja ele o botão do mouse ou de qualquer outro dispositivo - num gesto carregado de sentido, pois não se trata mais de fazer aparecer ou desaparecer imagens, textos ou sons, mas de interferir sobre o próprio processo da vida. Em Genesis, Kac nos coloca numa situação de responsabilidade, convidando-nos a refletir sobre as implicações de cada um de nossos gestos. Mais surpreendente que tudo, no final da exibição pública em Linz, o artista inverteu o processo e transformou novamente o texto bíblico alterado pelas mutações genéticas das bactérias em código Morse e finalmente em inglês. O resultado é um texto corrompido, ligeiramente desarticulado, mas pleno de possibilidades interpretativas, podendo ser entendido como uma espécie de resposta rebelde da natureza à pretensão divina de designar o homem como o senhor de todas as formas vivas do universo. Eis a mensagem da natureza: “Let aan have dominion over the fish of the sea and over the fowl of the air and over every living thing that ioves ua eon the earth.” Projeto Ornitorrinco, 1989 / 1996 Telecomunicação e robótica Informações adicionais: De 1989 até 1996, Kac desenvolveu o projeto Ornitorrinco. Em 1989, Kac começou a trabalhar com Ed Bennett em Chicago e dessa parceria foi projetado, testado e construído o Ornitorrinco, um telerrobô, que poderia ser controlado a partir de longas distâncias. A primeira experiência deste projeto só aconteceu em 1990, num link entre as cidades do Rio de Janeiro e de Chicago. Do Rio de Janeiro, Kac controlava o Ornitorrinco em Chicago, via conexão telefônica. Depois desta primeira experiência, muitas outras aconteceram, utilizando o mesmo conceito deste trabalho. Ornitorrinco ficou então o nome dado tanto aos trabalhos de arte de telepresença em andamento quanto ao telerrobô que os realizava. O PROJETO DE ORNITORRINCO EDUARDO KAC E ED BENNETT Ornitorrinco abriu caminho para o campo telerobótico e da telepresença na arte desde 1989 -- antes da correia fotorreceptora. -- como o primeiro sistema que permitiu que os usuários em espaços públicos e confidenciais alcançassem remotamente um robô inteiramente móvel e wireless e alterassem a posição remota (teleoperação) através da rede de telefone. Já em 1994, o mesmo ano da explosão da correia fotorreceptora, Ornitorrinco foi experimentado também no Internet. Antes de Ornitorrinco 1984 Em Kac 1984 criado em Rio de Janeiro um projeto do telepresença intitulado “Cyborg”. O projeto envolveu três galerias diferentes (Galeria Cândido Mendes, Funarte, e Escola de Artes Visuais faz Parque Lage) e o controle remoto dos objetos. O projeto não era realizado devido aos obstáculos técnicos incontáveis. 1986 Em 1986 Kac trabalhou com o telerobo rádio-controlado no contexto da exibição de “tech Brasil altamente -”, realizado no Centro Empresarial Rio, em Rio de Janeiro. Kac usou um robô antropomórfico alto de 7 pés (esquerdo) como um anfitrião que conversasse com os visitantes da exposição em tempo real. A voz do robô era aquela do ser humano transmitido através do rádio. Os visitantes da Exibição não viram o operador do telerobo, que era telepresente no corpo do robô de RC. O robô foi construído pelo Silva do da de Cristovão Batista. 1987-88 Entre 1987 e 1988, ainda em Rio de Janeiro, Kac extraiu esboços para que dois telerobos pequenos sejam controlados por participantes em duas cidades distantes. A idéia era permitir um participante na cidade A de controlar um telerobo na cidade B e vice-versa. Kac consultou com o coordenador Wellington Pinheiro na preparação para este trabalho. As idéias exploradas nestes esboços colocariam a terra para o desenvolvimento do projeto de Ornitorrinco. Ornitorrinco 1989 Kac começou um trabalho junto com o Ed Bennett em Chicago. Em conseqüência, Ornitorrinco foi projetado, testado, e construído. Tem dois pés de quadrado e 18 polegadas de altura (mais antenas de extensão). Os fundamentos da topologia da rede dos telerobos foram estabelecidos (uso incluindo do telefone ubiquitous e emprego de sinais de DTMF para o controle real-time do movimento). As experiências de Telepresença dos telefones confidenciais e públicos foram realizadas por Kac e por Bennett durante todo o ano. 1993 “Ornitorrinco na lua” foi apresentado maio em 28, 1993, entre a escola do instituto da arte de Chicago e o Kunstlerhaus (Graz, Áustria), no contexto da exibição Austríaca “além das beiras”. Uma estação pública do telepresença foi ficada situada no Kunstlerhaus. Ornitorrinco estava em um ambiente na área da eletrônica e do Kinetics na escola do instituto da arte de Chicago. Os participantes no Kunstlerhaus usaram uma única linha de telefone e um videofone para o controle do movimento e gabarito visual e oral 1994 Após experiências bem sucedidas numerosas durante todo o ano, “Ornitorrinco em Éden” foi apresentado publicamente na Internet em 23 de outubro de 1994, em um evento rede da telepresença. Havia duas estações públicas de telepresença: um em Seattle e um em Lexington (KY). Ornitorrinco estava em um ambiente no departamento da arte e tecnologia na escola do instituto da arte de Chicago. Todos os três ambientes (Seattle, Lexington, Chicago) foram ligados através de uma chamada de conferência three-way (para real – cronometragem do controle e do movimento). Os participantes anônimos em Lexington e em Seattle compartilharam do corpo de Ornitorrinco. Todos os três ambientes foram conectados também à Internet através do cU-SeeMe. Uma instalação do refletor do cU-SeeMe em Lexington retransmitindo Ornitorrinco que muda constantemente o ponto da vista mundial. Os visores de diversas cidades americanas e de muitos países (Finlandia incluindo, Canadá, Alemanha, e Irlanda) vieram em linha e puderam experimentar o espaço em Chicago do ponto da vista de Ornitorrinco. 1996 “Ornitorrinco no Sahara”, um evento de telepresença criado para a Petersburg Biennale do St., em Rússia. A topologia deste evento foi baseada no uso de duas linhas de telefone separadas. Uma linha de telefone conectou o museu da história do Petersburg do St., no petersburg do St., ao departamento da arte e da tecnologia na escola do instituto da arte de Chicago (SAIC). Uma segunda linha conectou SAIC à galeria de Aldo Castillo, em Chicago (outubro 5, 1996). Os Participantes do Petersburg do St. encontraram-se no corpo do Ornitorrinco em SAIC. Os Participantes da galeria de Aldo Castillo encontraram-se em um corpo humano contido pela peça de Telepresença em SAIC. Os participantes remotos negociaram sua presença mútua em um terceiro espaço através (da galeria de Aldo Castillo) dos corpos telerroboticos (do petersburg do St.) e telehumano. 1996 Ornitorrinco, o Webot, cursos em torno do mundo em 80 nanossegundos que vão da Turquia a Peru e parte traseira, uma instalação de telepresença da correia fotorreceptora criada para a exibição “Metamachines: Onde está o corpo?”, por Päivi Talasmaa, por Erkki Huhtamo, e por Perttu Rastas, na galeria de Otso, em Espoo, Finlandia (19 de outubro / 10 de Novembro, 1996). A lógica hard-wired de Ornitorrinco foi substituída com um controlador programável para permiti-lo hospedar comportamentos múltiplos (por exemplo: os comportamentos projetaram-se para Uirapuru -- um trabalho em andamento). Uma estação do telepresença foi ficada situada no primeiro assoalho da galeria de Otso. Os visores encontraram-se no corpo de Ornitorrinco com um web browser com gabarito encaixado do vídeo de cor 30fps. O browser foi usado também para o controle do movimento. No porão da galeria, o telerobo compartilhou de um ninho com os dois perus. Apelidado de “a metáfora do caminho da informação”, o ninho foi decorado com sinais contraditórios. Em uma topologia de complexo projetada para revelar mais a s contradições inerentes no trabalho em rede, cada movimento feito no primeiro assoalho (que era fora de linha) resultou nas imagens que estavam no fato uploaded imediatamente à correia fotorreceptora. Percebendo-se enquanto os assuntos no controle da empresa no primeiro assoalho, participantes se transformaram em objetos de contemplação quando desceram ao porão e tentaram interagir com os perus e o telerobo atrás de uma parede de vidro. No porão, os participantes foram prestados atenção por quem era no corpo do telerobo neste momento, pelos perus, e por aqueles que visitavam o Web site da parte. Diagrama Ponto de vista do Ornintorrinco Código de controle Ornintorrinco