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App E Funcionamento Hídrico

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO FUNCIONAMENTO HÍDRICO E DE PARÂMETROS HIDRÁULICOS VOLTADOS À VIABILIDADE TÉCNICO-AMBIENTAL DE ATERRAMENTO DOS TALVEGUES EXISTENTES NA ÁREA DO LOTEAMENTO PARQUE ELDORADO, CUIABÁ/MT.

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1 RELATÓRIO TÉCNICO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO FUNCIONAMENTO HÍDRICO E DE PARÂMETROS HIDRÁULICOS VOLTADOS À VIABILIDADE TÉCNICO-AMBIENTAL DE ATERRAMENTO DOS TALVEGUES EXISTENTES NA ÁREA DO LOTEAMENTO PARQUE ELDORADO, CUIABÁ/MT. Fernando Ximenes de Tavares Salomão – Geólogo, CREA/SP 33628/D (Visto CREA/M7553/VD), MSc. em Geologia Geral e de Aplicação (USP), Doutor em Geografia Física (USP). • Elder de Lucena Madruga – Geólogo - CREA/MT 2956/D, MSc. em Agricultura Tropical (FAMEV / UFMT), Doutorando em Engenharia Ambiental (COPPE / UFRJ); e, Bacharel em Direito. • Fernando Kenhyti Shirashi – Engº Civil, CREA/MT 1089/D, MSc. em Engenharia Ambiental (COPPE / UFRJ, 2002). • Letícia Thommen Lobo Paes de Barros - Engº Agrônomo. MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade (IB / UFMT). CREA/MT 2590/D. Cadastro Técnico Estadual de Serviços e Consultorias Ambientais da FEMA/MT n° 255. • Lélis Nogueira Gonzaga Geólogo - CREA/MT 2955/D. Especialista em Pedologia. Cadastro Técnico Estadual de Serviços e Consultorias Ambientais da FEMA/MT n°384. • Dezembro de 2005 2 SUMÁRIO Página 1. APRESENTAÇÃO ........................................................................ 1 2. INTERPRETAÇÃO DO FUNCIONAMENTO HÍDRICO E DA OCORRÊNCIA DE LENÇOL FREÁTICO NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO ....................................................................... 3 3. CONCLUSÕES ........................................................................... 35 4. BIBLIOGRAFIA .......................................................................... 38 LISTA DE FIGURAS Página Figura 1 – Localização do loteamento Parque Eldorado. 1 Figura 2 – Localização das topossequências e respectivas trincheiras nos ambientes denudacionais, agradacionais e de assoreamento do Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT ........................................ 4 Figura 3 – Detalhe do perfil da trincheira TR1. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................................. 6 Figura 4 – Detalhe do perfil da trincheira TR2. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................................. 7 Figura 5 – Detalhe do perfil da trincheira TR3. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................................. 8 Figura 6 – Detalhe do perfil da trincheira TR4. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................................. 9 Figura 7 – Detalhe do perfil da trincheira TR6. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. 10 Figura 8 – Detalhe do perfil da trincheira TR7. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. ................................................................................... 11 Figura 9 – Detalhe do perfil da trincheira TR8. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. ................................................................................... 12 Figura 10 – Detalhe do perfil da trincheira TR9. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 14 3 Página Figura 11 – Detalhe do perfil da trincheira TR10. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 15 Figura 12 – Detalhe do perfil da trincheira TR11. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 16 Figura 13 – Detalhe do perfil da trincheira TR12. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 17 Figura 14 – Detalhe do perfil da trincheira TR15. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 18 Figura 15 – Detalhe do perfil da trincheira TR16. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 19 Figura 16 – Detalhe do perfil da trincheira TR5. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 21 Figura 17 – Detalhe do perfil da trincheira TR13. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 22 Figura 18 – Detalhe do perfil da trincheira TR14. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. .................................................................... 23 Figura 19 – Formas de relevo em colinas e parte do talvegue que se situa a sudoeste da área do empreendimento. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. 24 Figura 20 – Leito de talvegue evidenciando ocorrência afloramentos rochosos encobertos por materiais de assoreamento e entulhos; notar ocorrência água servida e de esgoto. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. ................................................................................... 25 Figura 21 – Da esquerda para a direita, lixo depositado no limite do bairro Quarta-Feira, porção sudoeste da área; e, detalhe da água servida/esgoto que escoa na superfície do solo em direção ao talvegue dessa mesma porção do Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT. ................................................................................... 26 Figura 22 – Da esquerda para a direita, vegetação pouco diversa recentemente queimada e ambiente de antiga roça recobrindo um trecho do talvegue da porção centro norte do Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT ..................................................................... 26 Figura 23 – Aspecto da vegetação savânica que ocorre no ambiente de dissecação (foto à esquerda) e de agradação (foto à direita) da área do Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT ........................... 26 4 Página Figura 24 – Topossequência 1 - Loteamento Parque Eldoradio, Cuiabá/MT ............................................................................................. 29 Figura 25 – Topossequência 2 - Loteamento Parque Eldoradio, Cuiabá/MT ............................................................................................. 30 Figura 26 – Topossequência 3 - Loteamento Parque Eldoradio, Cuiabá/MT ............................................................................................. 31 Figura 27 – Topossequência 4 - Loteamento Parque Eldoradio, Cuiabá/MT ............................................................................................. 32 Figura 28 – Topossequência 5 - Loteamento Parque Eldoradio, Cuiabá/MT ............................................................................................. 33 Figura 29 – Ensaio de infiltração “in situ” sendo realizado no fundo da trincheira TR1. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT ........................ 34 5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO FUNCIONAMENTO HÍDRICO E DE PARÂMETROS HIDRÁULICOS VOLTADOS À VIABILIDADE TÉCNICOAMBIENTAL DE ATERRAMENTO DOS TALVEGUES EXISTENTES NA ÁREA DO LOTEAMENTO PARQUE ELDORADO, CUIABÁ/MT. Equipe técnica responsável pelo relatório técnico: _____________________________________________ Fernando Ximenes de Tavares Salomão Geólogo, CREA/SP 33628/D (Visto CREA/MT 553/VD) _____________________________________________ Elder de Lucena Madruga Geólogo - CREA/MT 2956/D _____________________________________________ Fernando Kenhyti Shirashi Engº Civil, CREA/MT 1089/D _____________________________________________ Letícia Thommen Lobo Paes de Barros Engº Agrônomo - CREA/MT 2590/D _____________________________________________ Lélis Nogueira Gonzaga Geólogo - CREA/MT 2955/D Cuiabá, 13 de dezembro de 2005 1 1. APRESENTAÇÃO Este relatório técnico apresenta os resultados dos levantamentos e estudos realizados na área do loteamento Parque Eldorado, situado na porção centrooeste da malha urbana da cidade de Cuiabá (Figura 1). (Área de estudo) Figura 1 – Localização do loteamento Parque Eldorado. (Fonte: Fundação de Pesquisas Cândido Rondon - FCR, 1985). Este trabalho, contratado pela empresa ELMO ENGENHARIA LTDA e MAJORI – Imobiliária Maria Joaquina Ltda, responsável pelo projeto e implantação do loteamento, visa complementar os estudos ambientais já realizados, objetivando esclarecer duas questões: a) caracterizar o funcionamento hídrico e possibilidades de existência de lençol freático das vertentes que se dirigem aos talvegues no interior do loteamento; e b) considerar a possibilidade do aterramento dos talvegues existentes no interior do loteamento. Essas questões foram esclarecidas por meio de criteriosos levantamentos de campo e de análise de dados hidráulicos relacionados às microbacias contribuintes ao córrego Quarta-feira. Utilizou-se tecnologias consagradas em estudos do funcionamento hídrico, envolvendo a caracterização da cobertura pedológica, determinação da permeabilidade dos terrenos, e interpretação do comportamento das águas pluviais infiltradas e escoadas, por meio da elaboração de topossequências com aplicação da abordagem de análise estrutural da cobertura pedológica. 2 2. INTERPRETAÇÃO DO FUNCIONAMENTO HÍDRICO E DA OCORRÊNCIA DE LENÇOL FREÁTICO NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO A distribuição e tipologia dos solos que se desenvolvem ao longo das vertentes constituem claro indicador das relações entre o substrato geológico, as formas de relevo, a cobertura vegetal, e os agentes da dinâmica externa, comandados pelo clima (SALOMÃO, 1994). As coberturas pedológicas refletem tanto a contribuição das litologias e estruturas geológicas subjacentes, como a forma da vertente além dos elementos climáticos, principalmente o regime pluviométrico, as temperaturas e a vegetação. Deve-se ainda considerar que a circulação das águas de chuva no interior do solo e das rochas, mecanismo fundamental da pedogênese, da morfogênese e dos processos da dinâmica superficial, a exemplo da erosão, depende do tipo e organização do material por onde ela passa (FERNANDES BARROS, 1985), refletindo, nas características pedológicas, as interações existentes na natureza entre os vários elementos que a compõe. Dessa forma, a persistência da água de chuva no interior do solo ou em sua superfície, conduz inevitavelmente ao desenvolvimento de feições pedológicas condicionadas à acumulação e/ou saturação por águas subsuperficiais, tais como, presença do óxido de ferro na forma reduzida resultante de fenômenos de gleização, que transmite ao solo coloração acinzentada e/ou esverdeadas, ou mesmo feições relacionadas à ocorrência de plintita, isto é, concreções ferruginosas não endurecidas, originadas por oscilação do nível freático ou permanência temporária da saturação do solo. Tipologias pedológicas que apresentam tais características são facilmente identificáveis em campo por meio de investigações do terreno com auxílio de tradagens e descrição de trincheiras. As unidades pedológicas da área do empreendimento foram definidas em campo, conforme a metodologia recomendada pelo Serviço Nacional de Levantamentos e Conservação de Solos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que considera as determinações contidas em seu “manual de descrição e coleta de solos no campo” (EMBRAPA/SNLCS, 1982), no que tange aos conceitos estabelecidos para os diversos atributos analisados, mostrando-se as afinidades, ou diferenças entre tipos de solos observados. E, os critérios para a distinção dos tipos de solos foram baseados em características morfológicas e em parâmetros interpretativos que definem atributos diagnósticos permitindo identificar, por exemplo, tipos de materiais (orgânico e mineral), presença de cascalho, plintita, petroplintita, laterita, dentre outros (EMBRAPA/SNLCS, 1999). A área do empreendimento insere-se regionalmente em unidade pedológica formada por solos pouco desenvolvidos cujo material de origem são representados por filitos e metarenitos do Grupo Cuiabá. 3 Em campo foram identificadas três classes de solos com estreitas relações entre as formas de relevo e as litologias sobre as quais se desenvolvem: Neossolos Litólicos (antigo Solo Litólico) e Plintossolo Petroplíntico (Solo Concrecionário), estão associados às superfícies elaboradas por dissecação, representadas por formas de relevo colinosas e sobre filitos e metarenitos recortados por veios de quartzo fraturados; enquanto que a classe de solo hidromórfico, representada por Plintossolo (antiga Laterita Hidromórfica), associa-se ao ambiente de agradação no fundo de vale do córrego Quarta-feira. Os Neossolos Litólicos são solos minerais, não hidromórficos, predominantemente rasos e com horizonte A assentado diretamente sobre as rochas, ou formado por cascalheira espessa, sendo mais comum em solos de morros e morrotes e topos de colinas mais aguçadas, preservadas pela presença de veios de quartzo. Na área do empreendimento, o horizonte A encontra-se antropizado, por vezes suprimido, com exposição do horizonte C/CR ou da própria rocha. Em alguns casos, os Neossolos Litólicos chegam a apresentar um horizonte Bi, principalmente onde o metarenito encontra-se mais alterado, mas todos estes solos apresentam um elevado teor de cascalho de quartzo angulosos, além de calhaus. Nas trincheiras analisadas, a coloração predominante é brunada, apresentando horizonte A moderado, de textura média cascalhenta a muito cascalhenta. Já os horizontes subsuperficiais, representado pelos horizontes C e CR, apresentam cores amareladas, acinzentadas e avermelhadas, com textura basicamente média. Na região da Baixada Cuiabana os Neossolos Litólicos são geralmente susceptíveis à erosão laminar e linear (sulcos e ravinas), principalmente quando em terrenos muito declivosos, o que resulta em horizontes superficiais pouco espessos por lavagem constante da serrapilheira no período sazonal chuvoso. A caracterização pedológica da área do empreendimento realizou-se a partir de levantamentos de campo com base na descrição de 16 trincheiras locadas nas diferentes vertentes, em posições que permitissem a realização de topossequências. A Figura 2 identifica a localização das trincheiras, a disposição das topossequências e a delimitação dos compartimentos morfopedológicos ou ambientes de dissecação e de agradação. Apresenta-se, a seguir, a descrição das trincheiras desses solos: 4 5 Perfil da Trincheira TR1 • • • • • • • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo colinoso (Figura 3). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.875 e 8.277.716, Fuso 21 Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: ligeiramente rochoso Relevo local: colinoso Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: laminar ligeira Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR1 Apc – 0 a 35 cm; vermelho amarelado (5YR 5/6); franco argilosa muito cascalhenta; (material de remoção das áreas de entorno); muitos poros intergrãos; transição clara e plana. Abc – 35 a 50 cm; amarelo brunado (10YR 6/6); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; poucos poros resultantes de raízes; transição clara e ondulada; C – 50 a 105 cm; amarelo (10YR 7/8) e vermelho (2,5YR 5/8); franco argilo arenosa com cascalho; blocos angulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, pequena, moderada; macia, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; poucos poros resultantes de raízes; transição difusa e ondulada. R – 105 a 135 +cm; Filito sericítico de coloração cinza muito escuro (2,5Y 3/1), apresentando lamelas de cor cinza muito clara (2,5Y 7/1) e bruno amarelado claro (2,5Y 6/3); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 30º a 50º para noroeste. Raízes: ausentes no Apc; poucas e finas no Ab e C. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 1,35m. 6 Figura 3 – Detalhe do perfil da trincheira TR1. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR2 • • • • • • • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo colinoso (Figura 4). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.849 e 8.277.750, Fuso 21 Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: ligeiramente rochoso Relevo local: colinoso Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: laminar ligeira Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR2 Apc – 0 a 40 cm; bruno claro (7,5YR 3/3); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; muitos poros intergrãos; transição gradual e plana. CR – 40 a 95 cm; vermelho amarelado (5YR 5/6) e amarelo brunado (10YR 6/6); franco argilosa; blocos angulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição gradual e plana. R – 95 a 260 +cm; Filito sericítico de coloração vermelho claro (2,5YR 6/6), apresentando lamelas de cor amarelo (10YR 7/6), amarelo avermelhado (5YR 5/6) e bruno avermelhado (5YR 4/4); foliação com direção principal de noroeste – sudeste e com mergulho variando de 30º a 60º para sudoeste. 7 Raízes: poucas e finas no Apc; raras e finas no CR. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 2,60m. Figura 4 – Detalhe do perfil da trincheira TR2. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR3 • • • • • • • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo colinoso (Figura 5). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.841 e 8.277.846, Fuso 21 Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: ligeiramente rochoso Relevo local: colinoso Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: laminar ligeira Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR3 Apc – 0 a 12 cm; bruno (10YR 5/3); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e ondulada. CR – 12 a 85 cm; amarelo (10YR 7/6), vermelho (2,5YR 5/8) e cinza muito escuro (10YR 3/1); franco argilosa; blocos subangulares, média, moderada, 8 com intercalações laminares, média, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição clara e plana. R – 85 a 200 +cm; Filito sericítico de coloração bruno avermelhado claro (5YR 3/4), amarelo avermelhado (7,5YR 6/6), bruno amarelado claro (10YR 6/4) e amarelo acinzentado (2,5Y 4/3); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 60º a 70º para noroeste. Raízes: muitas e finas no Apc e poucas e finas no CR. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 2,00m. Figura 5 – Detalhe do perfil da trincheira TR3. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR4 • • • • • • • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo aplainado (Figura 6). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.825 e 8.277.918, Fuso 21 Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: ligeiramente rochoso Relevo local: aplainado Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: laminar ligeira Drenagem: mal drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano 9 Descrição Morfológica da Trincheira TR4 Apc – 0 a 10 cm; bruno (7,5YR 4/2); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, pequena, fraca; solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e ondulada. CR – 10 a 40 cm; bruno amarelado claro (2,5YR 6/4), com intercalações laminares, vermelho amarelado (5YR 5/8); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, fraca com intercalações laminares, muito pequena, moderada; ligeiramente dura, firme, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição difusa e ondulada. R – 40 a 160 +cm; Filito sericítico de coloração cinza escuro (2,5Y 4/1), cinza (10YR 5/1) e cinza esverdeado claro (G1 8/3); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 10º a 20º para noroeste. Raízes: comuns e finas no Apc e poucas e finas no CR. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 1,60m. Figura 6 – Detalhe do perfil da trincheira TR4. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR6 • • • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média com cascalho relevo aplainado (Figura 7). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.652 e 8 277.954, Fuso 21 Material originário: Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: ligeiramente rochoso Relevo local: aplainado Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias 10 • • • • Erosão: laminar ligeira Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR6 Apc – 0 a 22 cm; bruno (10YR 4/3); franco arenosa com cascalho; granular, média, fraca; solta, muito friável, não plástica e não pegajosa; muitos poros intergrãos; transição difusa e ondulada. CR – 22 a 90 cm; cinza claro (2,5Y 7/2); franco arenosa; laminar, média, moderada; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; poucos poros; transição difusa e ondulada. R – 90 a 200 +cm; Metarenito de coloração branca (2,5Y 8/1) e amarelo oliváceo (2,5Y 6/6); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 70º a 80º para noroeste. Raízes: comuns, finas a média no Apc e poucas e finas no CR. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 2,00m. Figura 7 – Detalhe do perfil da trincheira TR6. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR7 • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média com cascalho relevo aplainado (Figura 8). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.629 e 8.277.869, Fuso 21 Material originário: Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: ligeiramente rochoso 11 • • • • • • Relevo local: aplainado Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: laminar ligeira Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR7 Apc – 0 a 18 cm; vermelho amarelado (5YR 5/6); franco arenosa com cascalho; blocos sub-angulares, média, fraca; solta, muito friável, não plástica e não pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e ondulada. C – 18 a 85 cm; amarelo avermelhado (5YR 6/8 e 7,5 YR 6/8); franco arenosa; blocos angulares, média, moderada; ligeiramente dura, friável, não plástica e não pegajosa; poucos poros; transição clara e ondulada. R – 85 a 190 +cm; Metarenito de coloração cinza clara (2,5Y 7/1) com intercalações bruno acinzentada (2,5Y 5/2); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 70º a 80º para noroeste. Raízes: raras e finas no Apc. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 1,90m. Figura 8 – Detalhe do perfil da trincheira TR7. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR8 • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo colinoso (Figura 9). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.599 e 8. 277.755, Fuso 21 12 • • • • • • • • • Material originário: Metarenitos com intercalações de Filitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: não rochoso Relevo local: colinoso Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: em sulcos ocasionais e rasos Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR8 Apc – 0 a 77 cm; amarelo avermelhado (5YR 6/8); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, pequena, fraca; solta, não plástica e não pegajosa; muitos poros intergrãos; transição abrupta e ondulada. C – 77 a 130 cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/3) e amarelo (10YR 7/6); franco arenosa; blocos angulares, média, fraca; ligeiramente dura, friável, não plástica e não pegajosa; poros ausentes; transição gradual e ondulada. R – 130 a 200 +cm; Metarenito de coloração bruno muito clara acinzentada (10YR 8/2) e vermelho claro (2,5YR 6/8), com intercalações finas de filito de coloração amarelo (10YR 7/6); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 70º a 80º para noroeste. Raízes: poucas e finas no Apc e raras e finas no C. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 2,00m. Figura 9 – Detalhe do perfil da trincheira TR8. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. 13 Perfil da Trincheira TR9 • • • • • • • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média cascalhenta relevo colinoso (Figura 10). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.664 e 8. 278.010, Fuso 21 Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: ligeiramente rochoso Relevo local: colinoso Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: em sulcos ocasionais e rasos Drenagem: mal drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR9 Apc – 0 a 10 cm; bruno claro (7,5YR 6/4); franco argilo arenosa cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; muitos poros intergrãos; transição abrupta e ondulada. CR – 10 a 70 cm; amarelo brunado (10YR 6/8) e bruno avermelhado claro (2,5YR 6/4); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, moderada e laminar, pequena, forte; ligeiramente dura, firme, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; poucos poros; transição difusa e ondulada. R – 70 a 200 +cm; Filito sericítico de coloração bruno (7,5YR 5/3), cinza brunado claro (10YR 6/2) e cinza escuro (2,5Y 4/1); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 60º a 70º para noroeste. Raízes: poucas e finas no Apc. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 2,00m. 14 Figura 10 – Detalhe do perfil da trincheira TR9. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR10 • • • • • • • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média cascalhenta relevo colinoso (Figura 11). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.681 e 8. 278.055, Fuso 21 Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: ligeiramente rochoso Relevo local: colinoso Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: em sulcos ocasionais e rasos Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR10 Apc – 0 a 12 cm; amarelo avermelhado (5YR 6/6); franco argilosa cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e ondulada. C – 12 a 65 cm; amarelo (10YR 7/8) e vermelho claro (2,5YR 4/8); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, forte; ligeiramente dura, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição difusa e ondulada. R – 65 a 160 +cm; Filito sericítico de coloração bruno forte (7,5YR 7/6), rosa (5YR 7/4) e cinza avermelhado escuro (5YR 4/2); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 60º a 70º para noroeste. Raízes: ausente. 15 Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 1,60m. Figura 11 – Detalhe do perfil da trincheira TR10. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR11 Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média cascalhenta relevo colinoso (Figura 12). • Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.706 e 8. 278.123, Fuso 21 • Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá • Pedregosidade: não pedregoso • Rochosidade: ligeiramente rochoso • Relevo local: colinoso • Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias • Erosão: em sulcos freqüentes e rasos • Drenagem: moderadamente drenado • Vegetação primária: Cerrado • Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR11 Apc – 0 a 20 cm; bruno avermelhado (5YR 5/4); franco argilo arenosa cascalhenta; granular, média, moderada; solta, muito friável, plástica e pegajosa; muitos poros intergrãos; transição abrupta e ondulada. CR – 20 a 85 cm; amarelo (10YR 7/8) e bruno avermelhado (2,5YR 5/4); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, fraca; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição gradual e ondulada. 16 R – 85 a 160 +cm; Filito sericítico de coloração bruno avermelhado claro (2,5YR 5/4) e amarelo avermelhado (5YR 7/6); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho de 90º. Raízes: raras e finas no Apc. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 1,60m. Figura 12 – Detalhe do perfil da trincheira TR11. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR12 • • • • • • • • • • • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo colinoso (Figura 13). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.555 e 8. 278.018, Fuso 21 Material originário: Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: não rochoso Relevo local: colinoso Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: em sulcos freqüentes e rasos Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR12 Apc – 0 a 30 cm; bruno (7,5YR 5/4); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, pequena, fraca; solta, muito friável, não plástica e não pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e ondulada. 17 C – 30 a 85 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 6/8) e rosa (7,5YR 7/4); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, fraca; macia, friável, não plástica e não pegajosa; poros ausentes; transição difusa e ondulada. R – 85 a 150 +cm; Metarenito de cor branca (10YR 8/1) e bruno muito claro acinzentado (10YR 7/4); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 60º a 70º para noroeste. Raízes: comuns, finas a médias no Apc e poucas e finas no C. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 1,50m. Figura 13 – Detalhe do perfil da trincheira TR12. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR15 • Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo colinoso (Figura 14). • Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.422 e 8. 277.694, Fuso 21 • Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá • Pedregosidade: não pedregoso • Rochosidade: não rochoso • Relevo local: colinoso • Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias • Erosão: em sulcos freqüentes e rasos • Drenagem: moderadamente drenado • Vegetação primária: Cerrado • Uso atual: Lote urbano 18 Descrição Morfológica da Trincheira TR15 Apc – 0 a 80 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 6/8); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, média, fraca; macia, friável, plástica e pegajosa; muitos poros intergrãos; transição abrupta e ondulada. CR – 80 a 150 cm; vermelho claro (2,5YR 6/6) e amarelo brunado (10YR 6/8); franco argilosa; laminar, pequena, moderada; ligeiramente dura, firme, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição difusa e ondulada. R – 150 a 210 +cm; Filito sericítico de coloração vermelho (10R 5/8), amarelo oliváceo (2,5Y 6/6) e amarelo claro acinzentado (2,5Y 7/3); foliação com direção principal de noroeste – sudeste e com mergulho variando de 70º a 80º para sudoeste. Raízes: comuns e finas no Apc e raras e médias no CR. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 2,10m. Figura 14 – Detalhe do perfil da trincheira TR15. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR16 Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo colinoso (Figura 15). • Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.450 e 8. 277.696, Fuso 21 • Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá • Pedregosidade: não pedregoso • Rochosidade: não rochoso • Relevo local: colinoso • Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias • Erosão: laminar ligeira • 19 • • • Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR16 Apc – 0 a 55 cm; bruno (10YR 5/3); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, média, fraca; solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e ondulada. CR – 55 a 100 cm; bruno claro (7,5YR 6/4), bruno muito claro acinzentado (10YR 7/3) e vermelho (2,5YR 5/8); franco argilosa; blocos angulares, média, fraca e laminar, pequena, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes; transição gradual e ondulada. R – 100 a 200 +cm; Filito sericítico de coloração cinza claro (5Y 7/2), amarelo brunado (10YR 6/8) e vermelho (2,5YR 5/8), com intercalações de metarenito de cor vermelha (2,5YR 7/6) e amarelo avermelhada (7,5YR 6/8); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 70º a 80º para noroeste. Raízes: muitas e finas no Apc e raras e finas no CR. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 2,00m. Figura 15 – Detalhe do perfil da trincheira TR16. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Os Plintossolos e Plintossolos Petroplínticos, que ocorrem na área são solos minerais hidromórficos ou com sérias restrições à percolação de água, condicionando uma drenagem imperfeita, sendo que as principais características são: a presença do horizonte plíntico e/ou cores pálidas e a presença de petroplintita (Plintossolo Petroplíntico), nos primeiros 40 cm de profundidade. 20 Os Plintossolos apresentam horizonte A moderado e cores desbotadas com mosqueados nos matizes 10YR e 2,5Y, com textura variando de média a argilosa e consistência variando de não pegajosa e não plástica, à pegajosa e plástica; enquanto que no Plintossolo Petroplíntico a textura é basicamente média e muito cascalhenta. Os Plintossolos distribuem-se nos setores inferiores das vertentes colinosas voltadas para a margem esquerda do córrego Quarta-feira e em ambientes agradacionais ou de acumulação de sedimentos, configurando uma faixa de amortecimento para o ambiente de acumulação dos terrenos aplainados, apresentando baixa susceptibilidade aos processos erosivos, mas vulneráveis ao alagamento e ao assoreamento. A micro-topografia dos terrenos, onde se desenvolvem os Plintossolos, em conjunto com as características de seu perfil, notadamente em relação ao comportamento físico e profundidade de ocorrência do horizonte plíntico, são fatores condicionantes importantes no funcionamento hídrico. Quando ele se encontra subaflorante o grau de coesão e compacidade é maior porque também é maior a oxidação nas camadas superficiais, e a plintita sujeita ao secamento e umedecimento repetidos, transforma-se em petroplintita, o que certamente é condição determinante para a cobertura vegetal, favorecendo o desenvolvimento de plantas herbáceas. Já o Plintossolo Petroplíntico distribui-se na paisagem associado a uma faixa descontínua de vertente colinosa. Apresenta, em subsuperfície, petroplintita com diferentes dimensões, formando bancadas ou couraça laterítica (cascalho, calhaus, pedra-canga), acentada sobre rochas impermeáveis. Apresenta-se, a seguir, as descrições das trincheiras desses solos. Perfil da Trincheira TR5 • • • • • • • • • • • Classificação: PLINTOSSOLO PETROPLÍNTICO A moderado textura média muito cascalhenta relevo aplainado (Figura 16). Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.747 e 8.277.805, Fuso 21 Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá Pedregosidade: não pedregoso Rochosidade: não rochoso Relevo local: aplainado Relevo regional: colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: não aparente Drenagem: mal drenado Vegetação primária: Cerrado Uso atual: Lote urbano 21 Descrição Morfológica da Trincheira TR5 Apc – 0 a 17 cm; bruno amarelado (10YR 5/4); franco argilo arenosa muito cascalhenta; granular, pequena, fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; muitos poros intergrãos; transição clara e plana. F – 17 a 120 cm; cinza claro (10YR 7/2) e vermelho amarelado (5YR 5/8); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, forte; extremamente dura, extremamente firme; poros ausentes; transição abrupta e ondulada. R – 120 a 220 +cm; Filito sericítico de coloração cinza escuro (2,5Y 4/1), cinza claro (2,5Y 7/1), bruno amarelado (10YR 5/6) e preto (10YR 2/1); foliação com direção principal de nordeste – sudoeste e com mergulho variando de 50º a 60º para noroeste. Raízes: poucas e finas no Apc. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 2,20m. Figura 16 – Detalhe do perfil da trincheira TR5. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR13 Classificação: PLINTOSSOLO A moderado textura média relevo aplainado (Figura 17). • Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.494 e 8. 278.059, Fuso 21 • Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá • Pedregosidade: não pedregoso • Rochosidade: não rochoso • Relevo local: aplainado • Relevo regional: aplainado a colinoso e movimentado pela presença de colinas médias • Erosão: não aparente • 22 • • • Drenagem: muito mal drenado Vegetação primária: Cerrado em contato com Campo Úmido Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR13 Ap – 0 a 12 cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); franco arenosa; granular, pequena, fraca; solta, friável, não plástica e não pegajosa; muitos poros intergrãos e resultantes de raízes; transição clara e plana. Cf – 12 a 110 cm; cinza claro (2,5YR 7/1) com plintitas vermelhas (2,5YR 5/8); franco arenosa; blocos angulares, média, fraca; macia, muito friável, não plástica e não pegajosa; poucos poros; transição difusa e ondulada. Cg – 110 a 180 cm; cinza esverdeado claro (G1 5GY); franco arenosa; laminar, pequena, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes. Raízes: poucas e muito finas no Ap. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 1,80m. Figura 17 – Detalhe do perfil da trincheira TR13. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Perfil da Trincheira TR14 Classificação: PLINTOSSOLO A moderado textura média relevo aplainado (Figura 18). • Localização: Coordenadas uteêmicas: 598.475 e 8. 278.094, Fuso 21 • Material originário: Filitos e Metarenitos do Grupo Cuiabá • Pedregosidade: não pedregoso • Rochosidade: não rochoso • Relevo local: aplainado • 23 • • • • • Relevo regional: aplainado a colinoso e movimentado pela presença de colinas médias Erosão: não aparente Drenagem: muito mal drenado Vegetação primária: Campo Úmido passando para Mata Ciliar Uso atual: Lote urbano Descrição Morfológica da Trincheira TR14 Ap – 0 a 50 cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); franco arenosa; granular, pequena, fraca; solta, friável, não plástica e não pegajosa; muitos poros resultantes de raízes; transição clara e ondulada. Cf – 50 a 95 cm; amarelo (10YR 7/6) com mosqueados, muitos, pequenos e distintos de cor amarelo brunado (10YR 6/8), amarelo acinzentado claro (2,5Y 7/3) e plintitas vermelhas (2,5YR 5/8); franco argilo arenosa; blocos angulares, média, fraca; macia, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; poucos poros; transição gradual e ondulada. Cg – 95 a 190 cm; cinza esverdeado claro (G1 5GY); franco arenosa; laminar, pequena, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; poros ausentes. Raízes: comuns e finas no Ap. Obs.: Descrição e amostragem feitas em trincheira de 2,50m X 2,00m X 1,90m. Figura 18 – Detalhe do perfil da trincheira TR14. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. A caracterização pedológica realizada na área do empreendimento, resulta de investigações rigorosamente realizadas em campo, permitindo concluir por importantes considerações relacionadas ao funcionamento hídrico das vertentes e às possibilidades de ocorrência do lençol freático intermitente ou do lençol freático permanente, isto é, “água do subsolo, ocupando a zona saturada” 24 (DNAEE, 1976), ou “água do subsolo que se encontra em uma zona de saturação situada acima da superfície freática” (ACIESP, 1980). Dentre essas considerações destacam-se as seguintes: • Predomina na área do empreendimento solos pouco desenvolvidos caracterizados por Neossolos Litólicos, e Plintossolos Petroplínticos, ocupando a totalidade de vertentes de colinas médias em Ambiente de Dissecação (Figuras 2 e 19). Figura 19 – Formas de relevo em colinas e parte do talvegue que se situa a sudoeste da área do empreendimento. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Tais solos não apresentam vestígios (feições pedológicas) ligados à persistência das águas em qualquer um dos seus horizontes. São solos rasos, característicos de ambientes moderadamente drenados, e com ausência de lençol freático. • Em apenas uma porção da área do empreendimento situada na margem esquerda do córrego Quarta-Feira, observa-se a presença de solos com feições pedológicas ligadas à persistência da água em subsuperfície, categorizados por Plintossolos, ocupando, aproximadamente, 1,5239 hectares, perfazendo 5,46 % da área total do empreendimento. Esses solos ocorrem em Ambiente de Agradação, favorável à ocorrência de lençol freático, que oscila em função do funcionamento do córrego Quarta-feira, e cuja área encontra-se delimitada e apresentada na Figura 2. Foi registrado nesse Ambiente de Agradação, a existência de vestígios de vegetação campestre (campo úmido), que está sendo gradualmente substituído por espécies arbustivo-arbóreas de Cerrado, em função de se ter intensificado o assoreamento pelo uso e ocupação das áreas de entorno e sistemas de montante. • Nos dois talvegues naturais da área do empreendimento, nota-se a presença de afloramentos rochosos encobertos por sedimentos resultantes de assoreamentos, evidenciando entalhe por processos erosivos que se intensificaram, muito provavelmente, com a expansão urbana, gerados por desmatamentos, arruamentos, e construções, verificados no entorno da área do empreendimento. Nesses talvegues observa-se o escoamento d’água mesmo em período seco do ano, que conforme constatado em campo, constitui-se de águas servidas e de esgoto, perceptível pelo forte odor (Figura 20). A eventual existência de nascentes desse curso d’água não foi 25 detectada na área do empreendimento, dado à inexistência de evidências manifestadas nas coberturas pedológicas de suas vertentes, caracterizadas exclusivamente por Neossolos Litólicos. A trincheira TR4 escavada próximo à linha de talvegue, fez surgir água com odor de esgoto em seu interior, percolada pelas fissuras da rocha alterada, e veios de quartzo, evidenciando tratar-se de água que escoa pelo fundo do talvegue e que provem de edificações existentes a montante, no entorno da área do empreendimento. • A vegetação que hoje recobre os dois talvegues da área do empreendimento é secundária e na maior parte, em estágio inicial de sucessão. Há fortes indícios de que esse processo sucessional não se deslanche, por não serem esperadas mudanças no comportamento humano da população de entorno do loteamento, que, utilizam terrenos como áreas de depósito de lixos, colocam fogo para “controlar o mato” e queimar parte desse lixo, e ainda, pela inexistência de sistemas eficientes de esgotos e de obras de drenagem de águas pluviais, que, somado à impermeabilidade dos solos, resultam em escorrimento superficial de águas servidas e de esgotos, à céu aberto, que acabam sendo conduzidas pelos talvegues até o córrego QuartaFeira. A fisionomia dessa vegetação remanescente é eminentemente savânica, com variações na densidade, porte e riqueza em espécies, sendo condicionadas/controladas, pelas ações antrópicas (queimadas, assoreamentos, remoção de espécies, etc.) (Figuras 21, 22 e 23). Figura 20 – Leito de talvegue evidenciando ocorrência afloramentos rochosos encobertos por materiais de assoreamento e entulhos; notar ocorrência água servida e de esgoto. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. 26 Figura 21 – Da esquerda para a direita, lixo depositado no limite do bairro QuartaFeira, porção sudoeste da área; e, detalhe da água servida/esgoto que escoa na superfície do solo em direção ao talvegue dessa mesma porção do Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT. Figura 22 – Da esquerda para a direita, vegetação pouco diversa recentemente queimada e ambiente de antiga roça recobrindo um trecho do talvegue da porção centro norte do Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT. Figura 23 – Aspecto da vegetação savânica que ocorre no ambiente de dissecação (foto à esquerda) e de agradação (foto à direita) da área do Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT. 27 Essas considerações permitiram levantar hipótese bem embasada do funcionamento hídrico das vertentes existentes na área do empreendimento. Tal hipótese considera que as águas de chuva infiltram apenas nos horizontes superficiais (horizontes A e Ap) da cobertura pedológica caracterizada por Neossolo Litólico e Plintossolo Petroplíntico que dominam as vertentes, encontrando-se, a pequenas profundidades, máximo de 40 centímetros, horizonte subsuperficial (horizonte C) e/ou rocha alterada, praticamente impermeáveis, não contribuindo para o armazenamento d’água no interior do solo, de maneira a formar o lençol freático. Sobre esses horizontes subsuperficiais as águas de chuva concentram-se, permitindo a saturação do horizonte superficial e escoamento das águas de chuva excedentes, que se dirigem ao fundo dos talvegues. Nos talvegues naturais e fundo de vale do córrego Quarta-feira, duas situações são verificadas: a)acumulação das águas de escoamento na área de agradação situada na margem esquerda do córrego Quarta-feira; e b) acumulação das águas de escoamento nos dois talvegues, dirigindo-se, durante os eventos chuvosos, para o leito do córrego Quarta-feira. Na porção de fundo de vale do córrego Quarta-feira onde se encontra área de agradação, as águas acumuladas infiltram abastecendo o lençol freático que se encontra a pequena profundidade, e que se dirigem para o leito desse córrego. Com a intensificação das chuvas, deve-se verificar rápida ascensão do nível d’água do leito do córrego, refletindo na subida do lençol freático da área de agradação, resultando, mesmo que temporariamente, alagamentos da faixa de planície aluvionar, associada a vegetação de campo úmido na borda do remanescente e mata ciliar junto ao leito desse córrego. A comprovação dessa hipótese de funcionamento hídrico observada na área do empreendimento foi realizada por meio da aplicação de abordagem metodológica conhecida por “análise estrutural da cobertura pedológica” (BOQUIER, 1973; BOULET, 1978; QUEIROZ NETO et al., 1981; SALOMÃO, 1994). Segundo essa abordagem, não somente a diferenciação vertical dos horizontes do solo (perfil) é analisada, mas também a diferenciação lateral, ao longo da vertente, permitindo interpretar o caminhamento das águas infiltradas e escoadas desde o topo da vertente até o fundo de vale. Ela permite representar em seções esquemáticas a topografia da vertente e a disposição dos horizontes, que devidamente caracterizados em relação ao comportamento hídrico, permite interpretar a dinâmica do funcionamento das águas de chuva e do lençol freático. Essa representação gráfica esquemática da cobertura pedológica ao longo da vertente, conhecida por topossequência, mostra didaticamente o resultado da interpretação do funcionamento hídrico. Para tal, a topossequência é efetuada segundo a linha de maior declive da vertente, permitindo a reconstituição das organizações verticais e laterais do solo. Esta reconstituição é feita por aproximação geométrica, com tradagens e trincheiras realizadas desde o topo até a base das vertentes. O levantamento e caracterização pedológica serviu de base para a escolha de topossequências representativas dos compartimentos do meio físico, considerando-se a forma das vertentes, o substrato geológico e tipologias pedológicas. Foram, assim, definidas e realizadas cinco topossequências 28 conforme indicadas na Figura 2 e representadas nas Figuras 24, 25, 26, 27 e 28. Durante os levantamentos das topossequências foi adotado um roteiro de atividades envolvendo: • Escolha da vertente a ser investigada, caracterizando-se a transeção que se inicia no topo da vertente e termina em sua base; • Investigação de subsuperfície através de sondagens a trado ao longo da transeção escolhida. Essa investigação teve como objetivo a caracterização morfológica dos horizontes pedológicos e suas relações espaciais verticais e laterais ao longo da vertente. As amostras coletadas pelo trado foram descritas com o máximo rigor possível, principalmente quanto à cor, textura, feições pedológicas visíveis, e provável estrutura. A profundidade das sondagens limitaram-se à ocorrência de materiais rochosos impenetráveis, e o espaçamento entre elas foi determinada em função do entendimento necessário das relações verticais e laterais entre os horizontes que constituem a cobertura pedológica. Complementando-se as investigações por tradagens, foram locadas trincheiras com vistas à descrição morfológica mais detalhada dos horizontes pedológicos, e suas transições verticais e laterais. • Levantamento expedito do perfil topográfico da transeção, com utilização de clinômetro, régua topográfica e trena, buscando também registrar irregularidades topográficas diversas, mesmo aquelas provenientes do uso do solo, e a locação dos furos de sondagens e das trincheiras; • Representação em papel milimetrado, identificando em escala previamente escolhida, a seção topográfica da transeção estudada e a posição das tradagens e das trincheiras. Com base na descrição das tradagens e, principalmente, das trincheiras, os diferentes horizontes foram representados em profundidade. 29 TOPOSSEQUÊNCIA 1 TR1 S1 TR2 S3 Talvegue S2 TR3 S4 Horizonte Apc, textura franco argilo arenosa muito cascalhento, granular, fraca, solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa, muitos poros intergrãos Transição clara Horizonte C e/ou CR, textura franco argilosa, blocos subangulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada, freável, plástica e pegajosa, poros poucos a ausentes. Horizonte R, filito sericítico Trincheiras - TR Transição difusa e/ou gradual TR4 Escala: EH: EV: S1 10 0 0 20 10 1 30 m 20 m 2 3 m Sondagem a trado Fluxo das águas 29 Figura 24 – Topossequência 1. Loteamento Parque Eldoradio, Cuiabá/MT. ES: 0 30 TOPOSSEQUÊNCIA 2 TR8 S2 Talvegue S1 TR7 S3 Horizonte Apc, textura franco argilo arenosa muito cascalhento, granular, fraca, solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa Transição clara Transição difusa e/ou gradual EH: Horizonte C e/ou CR, textura franco argilosa, blocos subangulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada, freável, plástica e pegajosa Trincheiras - TR EV: S1 Horizonte R, filito sericítico Escala: ES: 0 10 0 0 20 10 1 30 m 20 m 2 3 m Fluxo das águas 30 Figura 25 – Topossequência 2. Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT. Sondagem a trado TR6 31 TOPOSSEQUÊNCIA 3 Talvegue TR10 TR9 S1 TR11 S2 Escala: EH: Horizonte Apc, textura franco argilo arenosa muito cascalhento, granular, fraca, solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa, muitos poros intergrãos EV: ES: 0 10 0 0 10 1 Horizonte C e/ou CR, textura franco argilosa, blocos subangulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada, freável, plástica e pegajosa, poros poucos a ausentes Horizonte R, filito sericítico Transição clara Transição difusa e/ou gradual Trincheiras - TR S1 20 Sondagem a trado Fluxo das águas Figura 26 – Topossequência 3. Loteamento Parque Eldoradio, Cuiabá/MT 30 m 20 m 2 3 m 32 Córr. Quarta-feira TOPOSSEQUÊNCIA 4 TR12 S1 TR13 TR14 S2 Escala: EH: Horizonte Apc, textura franco argilo arenosa muito cascalhento, granular, fraca, solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa EV: ES: 0 10 0 0 20 10 1 30 m 20 m 2 3 m Horizonte Ap, textura franco arenosa; granular, pequena, fraca; solta, friável, não plástica e não pegajosa Transição clara Horizonte Cf – amarelo com mosqueados, muitos, pequeno e distintos, e plintitas; textura franco argilo arenosa; blocos angulares, média, fraca; macia, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa Horizonte Cg – cinza esverdeado claro; franco arenosa; laminar, pequena, moderada; macia, friável, plástica e pegajosa Horizonte C e/ou CR, textura franco argilosa, blocos subangulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada, freável, plástica e pegajosa Transição difusa e/ou gradual Transição inferida Trincheiras - TR S1 Sondagem a trado Fluxo das águas Nível freático oscilante Horizonte R, metarenito Figura 27 – Topossequência 4. Loteamento Parque Eldoradio, Cuiabá/MT 33 TOPOSSEQUÊNCIA 5 TR7 TR7 S1 Escala: Horizonte Apc, textura franco argilo arenosa muito cascalhento, granular, fraca, solta, muito friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa Horizonte C e/ou CR, textura franco argilosa, blocos subangulares, pequena, fraca, com intercalações laminares, média, moderada, freável, plástica e pegajosa EH: EV: ES: 0 0 0 Horizonte R, filito sericítico Transição clara Transição difusa e/ou gradual Trincheiras - TR S1 10 Sondagem a trado Fluxo das águas Figura 28 – Topossequência 5. Loteamento Parque Eldorado, Cuiabá/MT 20 10 1 30 m 20 m 2 3 m 34 Concluída as topossequências, foram identificadas as características morfológicas relacionadas ao comportamento hídrico dos solos e deduzidas as direções dos fluxos da água infiltrada e escoada. Essa dedução foi amparada por comprovações da permeabilidade dos horizontes superficiais e subsuperficiais, determinada por ensaios de infiltração “in situ” (Figura 29). Figura 29 – Ensaio de infiltração “in situ” sendo realizado no fundo da trincheira TR1. Loteamento Eldorado, Cuiabá/MT. Os ensaios de infiltração foram realizados em duas trincheiras (TR1 e TR3) para caracterizar a capacidade de infiltração da água no terreno (em litros/m2 x dia), critério este normatizado pela ABNT (PNB 41 ABNT). No fundo de cada trincheira foi aberta uma cavidade de seção quadrada de 300mm por 300mm de profundidade, e raspado a parede com um objeto cortante, para provocar asperezas. Posteriormente, no fundo dessa cavidade, foi colocada uma camada de 50mm com brita número 1. A água para enchimento de cada cavidade foi alimentada por um caminhão pipa durante quatro horas ininterruptos, com vazão controlada para que não houvesse extravasamento. Este procedimento simula as condições de uma precipitação na estação chuvosa. No dia seguinte, para se fazer a leitura da régua que mede a infiltração no interior da cavidade, deve-se proceder novamente seu enchimento e com anotação do tempo gasto para a sua infiltração. Após a infiltração completa a cavidade é novamente preenchida até o nível de 150mm, cronometrândo-se o tempo de abaixamento de 10mm a partir deste nível. Com o tempo faz-se a leitura na curva de um gráfico normatizado pela ABNT, obtendo-se em litros/ m2 x dia o valor da infiltração no terreno. Como as cavidades permaneceram com água após as 24 horas recomendada pela norma da ABNT, o teste deu-se por encerrado, evidenciando, portanto, a impermeabilidade dos terrenos. As topossequências estudadas encontram-se representadas nas Figuras 24, 25, 26, 27 e 28 que identificam a disposição espacial dos horizontes, permitindo a compreensão do comportamento das águas pluviais ao longo das coberturas pedológicas. 35 Nota-se nas Figuras 24, 25, 26, e 28 pela representação do funcionamento hídrico ao longo das vertentes, tendência ao escoamento superficial das águas pluviais, tendo em vista a baixa capacidade de infiltração condicionada à presença, a pequena profundidade, de camada pedológica e/ou rocha alterada pouco porosas e impermeáveis. Apenas a topossequência da Figura 27 apresenta funcionamento hídrico diferenciado tendo em vista a existência na base da vertente de solo hidromórfico caracterizado por Plintossolo, que recebe as águas de escoamento superficial, armazenando-as em subsuperfície onde se manifesta a presença de lençol freático cujas águas se dirigem ao leito do córrego Quarta-feira. 3. CONCLUSÕES I. A área do empreendimento é dominada por solos pouco desenvolvidos (Neossolos Litólicos e Plintossolos Petroplínticos) distribuídos ao longo de vertentes de colinas médias em Ambiente de Dissecação. Nesse Ambiente, as águas de chuva praticamente não infiltram, dado a presença a pequena profundidade (máximo de 40cm) de horizonte pedológico e/ou rocha alterada (filito e metarenito com veios de quartzo) impermeáveis, tendendo, assim, ao escoamento superficial em direção a dois talvegues naturais, impossibilitando, nesse ambiente de dissecação, a acumulação d’água no interior do solo e formação do lençol freático. Essa condição de funcionamento hídrico das áreas em ambiente de dissecação foi comprovada por meio da elaboração de cinco topossequências que permitiram interpretar o comportamento, ao longo das vertentes, das águas pluviais infiltradas e escoadas, bem como pela execução de ensaios de infiltração “in situ” constatando a impermeabilidade de camadas subsuperficias que impedem a infiltração das águas de chuva e a ocorrência de lençol freático; II. São pouco significativos os setores de vertente com alta declividade (superior a 30%), mesmo assim, deve-se, para esses locais, ter o devido cuidado durante implantação do loteamento, reafeiçoando-os topograficamente, por meio de serviços de terraplenagem e implementando técnicas de controle dos processos erosivos, concebidas por meio de obras de drenagem e imediata revegetação por gramíneas; III. Dois talvegues naturais, afluentes do córrego Quarta-feira, atravessam a área do empreendimento, apresentando, em seus leitos, afloramentos rochosos encobertos por sedimentos resultantes de assoreamentos, sobre o qual escoam águas servidas e de esgoto, perceptíveis pelo forte odor, tendo sido comprovado por análises laboratoriais, conforme laudo técnico da “avaliação preliminar da qualidade das águas no loteamento Parque Residencial Eldorado”, em anexo (página 7), do Diagnóstico Ambiental do 36 empreendimento. No talvegue da porção sudoeste da área do loteamento, ocorre uma faixa descontínua e relativamente mais larga, onde a deposição dos sedimentos, por assoreamento, se mostra muito ativa face à ocorrência de depósitos de lixo nos setores mais elevados das vertentes do bairro Quarta-feira; IV. A vegetação que hoje recobre os dois talvegues da área do empreendimento é secundária, e na maior parte, em estágio inicial de sucessão. Há fortes indícios de que esse processo sucessional não se deslanche, por não serem esperadas mudanças no comportamento humano da população de entorno do loteamento, que, utilizam terrenos como áreas de depósito de lixos, colocam fogo para “controlar o mato” e queimar parte desse lixo, e ainda, pela inexistência de sistemas eficientes de esgotos e de obras de drenagem de águas pluviais, que, somado à impermeabilidade dos solos, resultam em escorrimento superficial de águas servidas e de esgotos, à céu aberto, que acabam sendo conduzidas pelos talvegues até o córrego Quarta-Feira. A fisionomia dessa vegetação remanescente é eminentemente savânica, com variações na densidade, porte e riqueza em espécies, sendo condicionadas/controladas, pelas ações antrópicas (queimadas, assoreamentos, remoção de espécies, etc.); V. A presença de lençol freático foi constatada tão somente em área de agradação em um local específico com 1,5239 ha, situada na margem esquerda do córrego Quarta-feira, onde ocorrem sedimentos produzidos por assoreamento e por transbordamento do córrego, e solos hidromórficos (Plintossolos). A ocorrência desse lençol freático limita-se à essa área de agradação, conforme apresentada na Figura 2. Foi registrado nesse Ambiente de Agradação, a existência de vestígios de vegetação campestre (campo úmido), que está sendo gradualmente substituído por espécies arbustivo-arbóreas de Cerrado, em função de se ter intensificado o assoreamento pelo uso e ocupação das áreas de entorno e sistemas de montante; VI. Mesmo considerando a existência de alterações ambientais na área de agradação, em conseqüência principalmente da ocupação atualmente existente no entorno da área do empreendimento, recomenda-se preservá-la, mantendo-a sem ocupação por lotes/obras de infraestrutura, e implementando ações voltadas à sua recuperação vegetal. Essa ação contribuirá não só para a manutenção do funcionamento hidrológico atualmente verificado no córrego Quarta-feira, como também para a sustentabilidade da Área de Preservação Permanente que o margeia. Sugere-se a adequação do projeto original em relação à Área Verde, transferindo-a, mesmo que parcialmente, para a Quadra X-C do empreendimento, de maneira a ocupar a totalidade da área de agradação, e, se possível, uma faixa marginal à ela, e à Área de Preservação Permanente disposta ao longo do Córrego Quarta-feira; 37 VII. A impermeabilidade dos terrenos e inexistência de lençol freático, permite concluir pela viabilidade técnico-ambiental de aterramento dos dois talvegues, excetuando-se trecho de travessia da área de agradação, junto à margem esquerda do córrego Quarta-feira. Para tal, torna-se imperioso desviar dos dois talvegues a totalidade das águas servidas e de esgoto provenientes das áreas urbanizadas do entorno da área do empreendimento, conduzindo-as à estação de tratamento, melhorando, assim, a qualidade das águas do córrego Quarta-feira. Recomenda-se também a implantação de dreno profundo ao longo dos talvegues, de maneira a “enxugar” a eventual existência de águas poluídas, provenientes de esgoto, aprisionadas em fraturas abertas de rochas dispostas no leito desses talvegues. VIII. Necessário, portanto, a elaboração de projeto e criteriosa execução das obras de drenagem associadas aos serviços de terraplanagem e aterramento dos talvegues, condizentes com as exigências apresentadas, concebendo-as, amparado a determinação de parâmetros hidráulicos compatíveis com a totalidade das águas pluviais que se dirigem para o interior da área do empreendimento, que deverão ser captadas e conduzidas para o córrego Quarta-feira por meio de estruturas de drenagem com energia de escoamento controlada. Necessário também, cuidado especial com a descarga das águas no leito do córrego Quartafeira, recomendando-se a concepção de estruturas de dissipação de energia e de retenção de sedimentos dispostos nas proximidades da sua margem esquerda, acima da Área de Preservação Permanente e fora da área de agradação. IX. Implantadas essas medidas de caráter hidráulico-ambiental, tem-se a consciência de garantir substancial melhoria da qualidade das águas do córrego Quarta-feira que passará a receber a totalidade das águas pluviais que escoam pela área do empreendimento, livres de impurezas e contaminantes provenientes de águas servidas e de esgoto e de sedimentos produzidos por erosão. 38 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ACIESP, 1980. Glossário de termos usuais em ecologia. São Paulo, Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia. 150 p. (Publicação ACIESP nº 24). BOQUIER, G. 1973. Gênese et évolution de deux toposequéncies de sols tropicaux du Tchad, Men. ORSTOM, n.62. BOULET, R. 1978. Étude pédologique dês parcelles d’erosíon. INRA-CTFT. Centre ORSTOM de Cayenne, relatório p. 180, 9p. EMBRAPA/SNLCS, 1982. Manual de métodos de análise de solos. Rio de Janeiro: SNLCS, 1v.il. EMBRAPA/SNLCS, 1999 . Sistema brasileiro de classificação de solos. Embrapa Solos, 412p. FERNANDES BARROS, O. N. 1985. Análise estrutural e cartografia detalhada de solos em Marília, estado de São Paulo: ensaio metodológico. São Paulo. 146p. il. (Dissertação de Mestrado FFLCH-USP – Depto. De Geografia). QUEIROZ NETO, J. P. de et al., 1981. Um estudo de dinâmica do solo: formação de perfis com horizonte B textural. In: Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. Salvador. SALOMÃO, F. X. de T. 1994. Processos erosivos lineares em Bauru (SP): regionalização cartográfica aplicada ao controle preventivo urbano e rural. São Paulo. 200p. il. (Tese de doutorado FFLCH-USP – Depto. De Geografia).