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Apostila Ufrr Tecnico Laboratorio Fisica - L#u00edngua Portuguesa (2)

APOSTILHA PARA CONCURSOS

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Compreensão, Interpretação de Textos TEXTO – é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua idéia principal. A partir daí, localizam-se as idéias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: "O HOMEM UNIDO‖ A INTEGRAÇÃO DO MUNDO A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE A UNIÃO DO HOMEM HOMEM + HOMEM = MUNDO A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA) CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR Fazem-se necessários: a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. c) Capacidade de observação e de síntese e d) Capacidade de raciocínio. INTERPRETAR x COMPREENDER 1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 4. RESUMIR – é concentrar as idéias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras. EXEMPLO TÍTULO TEXTO DO INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA - EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR. - TIPOS DE ENUNCIADOS • Através do texto, INFERE-SE que... • É possível DEDUZIR que... • O autor permite CONCLUIR que... • Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que... - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO. - TIPOS DE ENUNCIADOS: • O texto DIZ que... • É SUGERIDO pelo autor que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação... • O narrador AFIRMA... PARÁFRASES ERROS DE INTERPRETAÇÃO 1 É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais freqüentes são: CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O OBJETO POSSUÍDO. a) Extrapolação (viagem) COMO (MODO) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado idéias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. ONDE (LUGAR) b) Redução QUANTO (MONTANTE) É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de idéias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. EXEMPLO: c) Contradição • VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO, SOLECISMO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e, por força desse hábito cometem-se erros graves como: Não raro, o texto apresenta idéias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conseqüentemente, errando a questão. OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sedo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE. MAS DEPENDE DAS CONDIÇÕES DA FRASE. QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR. QUEM (PESSOA) QUANDO (TEMPO) Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ). - ― Ele correu risco de vida ―, quando a verdade o risco era de morte. - ― Senhor professor, eu lhe vi ontem ―. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O. - ‖No bar: ―ME VÊ um café‖. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso. Estruturação do Parágrafo Familiarizados com o tema a ser desenvolvido, elencadas todas as ideias a serem discorridas... finalmente estamos aptos a começarmos nossa produção. Mas ainda resta outro detalhe de extrema relevância – a eficácia do texto dependerá da forma pela qual estas ideias se apresentarão mediante o transcorrer do discurso. Partindo deste pressuposto, temos a noção de quão importante é a estruturação dos parágrafos, que permitem que o pensamento seja distribuído de forma lógica e precisa, com vistas a permitir uma efetiva interação entre os interlocutores. Obviamente que outros fatores relacionados à competência linguística do emissor participam deste processo, entre estes: pontuação adequada, utilização correta dos elementos coesivos, de modo a estabelecer uma relação harmônica entre uma ideia e outra, dentre outros. Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil recuo em relação à margem esquerda da folha, atribuído por um conjunto de períodos que representam uma ideia central em consonância 2 com outras secundárias, resultando num efetivo entrelaçamento e formando um todo coeso. Quanto à extensão, é bom que se diga que não se trata de uma receita pronta e acabada, visto que a habilidade do emissor determinará o momento de realizar a transição entre um posicionamento e outro, permitindo que o discurso seja compreendido em sua totalidade. Em se tratando de textos dissertativos, normalmente os parágrafos costumam ser assim distribuídos: * Introdução – também denominada de tópico frasal, constitui-se pela apresentação da ideia principal, feita de maneira sintética e definida pelos objetivos aos quais o emissor se propõe. * Desenvolvimento – fundamenta-se na ampliação do tópico frasal, atribuído pelas ideias secundárias, reconhecidas na exposição dos argumentos com vistas a reforçar e conferir credibilidade ora em discussão. * Conclusão – caracteriza-se pela retomada da ideia central associando-a aos pressupostos mencionados no desenvolvimento, procurando arrematá-los de forma plausível. Pode, na maioria das vezes, constar-se de uma solução por parte do emissor no que se refere ao instaurar dos fatos. Quanto aos textos narrativos, os parágrafos costumam ser caracterizados pelo predomínio dos verbos de ação, retratando o posicionamento dos personagens mediante o desenrolar do enredo, bem como pela indicação de elementos circunstanciais referentes à trama: quando, por que e com que ocorreram os fatos. Nesta modalidade, a ocorrência dos parágrafos também se atribui à transcrição do discurso direto, em especial às falas dos personagens. Referindo-se aos textos descritivos, sua utilização está relacionada pela minuciosa exposição dos detalhes acerca do objeto descrito, representado por uma pessoa, objeto, animal, lugar, uma obra de arte, dentre outros, de modo a permitir que o leitor crie o cenário em sua mente. Colaborando na concretização destes propósitos, sobretudo pela finalidade discursiva – visando à caracterização de algo –, há o predomínio de verbos de ligação, bem como do uso de adjetivos e de orações coordenadas ou justapostas. Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc. 2. Descrição Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc. 3. Dissertação Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo. 3.1 Dissertação-Exposição Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia idéias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. 3.1 Dissertação-Argumentação Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas. Tipologia Textual 4. Injunção/Instrucional 1. Narração Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maiori- 3 a, empregados no modo imperativo, porém notase também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). OBS: Os tipos listados acima são um consenso entre os gramáticos. Muitos consideram também que o tipo Predição possui características suficientes para ser definido como tipo textual, e alguns outros possuem o mesmo entendimento para o tipo Dialogal. 5. Predição Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas. 6. Dialogal / Conversacional Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. Gêneros textuais Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento. Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo. Editorial: é um gênero textual dissertativoargumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade. Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos. Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro assunto. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos: Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectosnarrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica. Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativoargumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença de aspectosnarrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum. História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. Propaganda: é um gênero textual dissertativoexpositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria. 4 Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Poesia: é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem , ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados). Um subgênero é a prosa poética, marcada pela tipologia dialogal. Gênero Narrativo: Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir: Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero. Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, ―proibida‖ para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda. Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka. Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da TV.. Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos descritivos. Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago e Ensaio sobre a tolerância, de John Locke. Gênero Dramático: Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela ―acontece‖ no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas. Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de Shakespeare. 5 Farsa: é uma pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que critica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino ridendo castigat mores (rindo, castigam-se os costumes). A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos grosseiros, como o absurdo, as incongruências, os equívocos, os enganos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas. Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares. Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança; Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical; Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. Gênero Lírico: É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare. Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento musical; Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara); Acalanto: ou canção de ninar; Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase; Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio; Haicai: expressão japonesa que significa ―versos cômicos‖ (=sátira). E o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas; Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d. Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto. Informações Implícitas Muitas pessoas se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos textos. Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas. Por exemplo, observe este enunciado: Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação explícita é ―Patrícia parou de tomar refrigerante‖. A informação implícita é ―Patrícia tomava refrigerante antes‖.Agora, veja este outro exemplo: Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação explícita é ―Patrícia parou de tomar refrigerante‖. A palavra ―felizmente‖ indica que o falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita. 6 Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos enunciados. A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser inferidas: as pressupostas e as subentendidas. Pressupostos Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer sentido. Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: ―Quando Patrícia voltará para casa?‖. Esse enunciado só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido. Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e expressões presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado ―Patrícia ainda não voltou para casa‖, a palavra ―ainda‖ indica que a volta de Patrícia para casa é dada como certa pelo falante. Sinônimos As palavras que possuem significados próximos são chamadas sinônimos. Exemplos: Casa - Lar - Moradia – Residência Longe – Distante Delicioso – Saboroso Carro - Automóvel Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas não são exatamente equivalentes. Dificilmente encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra. Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte frase: Comprei um novo lar. Obs: o uso de palavras sinônimas pode ser de grande utilidade nos processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos textos. Antônimos Subtendidos São palavras que possuem significados opostos, contrários. Exemplos: Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas como insinuações. Mal / Bem Ausência / Presença O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois não quer se comprometer com ela. Fraco / Forte Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores. Subir / Descer Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo, parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a anedota é um gênero textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos. Possível / Impossível Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias: Claro / Escuro Cheio / Vazio Polissemia Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas: 7 Cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca) Banco (instituição comercial financeira, assento) Manga (parte da roupa, fruta) Coerência e Articulação no Texto Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que é dito, ou lido. Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e retomada do que foi escrito ou dito, são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a sequência de orações dentro do texto. Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis. Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual. Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), ―o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios‖. Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual. Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto: 1. Substituição de palavras com o emprego de sinônimos, ou de palavras ou expressões do mesmo campo associativo. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste / desgastante). 3. Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como recurso estilístico de intenção articulatória, e não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, ―Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.‖ (Rocha Lima) 4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais genérico). 5. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com gato. 6. Substitutos universais, como os verbos vicários (ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro) A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, como certos pronomes, certos advérbios e expressões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). Dêiticos são elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. 8 Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Guimarães (2) nos ensina a esse respeito: a) 1 – Tanto é assim que ―Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).‖ c) 3 – Ou seja Esse conceito será de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos.Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência se relaciona intimamente a contexto. Como nosso intuito nesta página é a apresentação de conceitos, sem aprofundá-los em demasia, bastam-nos essas informações. Vejamos como o examinador tem abordado o assunto: Assinale a opção em que a estrutura sugerida para preenchimento da lacuna correspondente provoca defeito de coesão e incoerência nos sentidos do texto. A violência no País há muito ultrapassou todos os limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil como um dos países mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicídio. Em 1980, tínhamos uma média de, aproximadamente, doze homicídios por cem mil habitantes. ___2___, nas duas décadas seguintes, o grau de violência intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do índice verificado em 1980 – 121,6% –, ___3___, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicídios por cem mil habitantes. ___4___, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto é, em média, a cada queda de 1% do PIB a violência crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990. Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que os custos da violência consumiram, apenas no setor saúde, 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a vitimização letal se distribui de forma desigual: são, sobretudo, os jovens pobres e negros, do sexo masculino, entre 15 e 24 anos, que têm pago com a própria vida o preço da escalada da violência no Brasil. b) 2 – Lamentavelmente d) 4 – Simultaneamente e) 5 – Se bem que COMENTÁRIO: As lacunas no texto ocultam palavras e expressões que atuam como conectores – ligam orações estabelecendo relações semânticas entre os períodos. A banca sugere algumas opções de preenchimento. Dessas, a única que não atende ao solicitado é a de número 5, uma vez que a expressão ―Se bem que‖ deveria introduzir uma oração de valor concessivo, estabelecendo, assim, idéia contrária à que foi apresentada até então pelo texto. Verifica-se, contudo, que o que se segue ratifica as informações anteriores ao fornecer dados complementares às estatísticas sobre homicídios. Sendo aceita a sugestão da banca, a coerência textual seria prejudicada. Por isso, o gabarito é a opção E. A Referenciarão/ Os Referentes/ Coerência E Coesão (Texto publicado no site da UFSC) A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa seqüência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas forma uma cadeia que vai muito além da simples seqüencialidade: há um entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto falado ou escrito. Os mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, construindo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elementos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as orações e entre os parágrafos que determinam a referencia- 9 ção, os contatos e conexões e estabelecem sentido ao todo.) Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto coesão ecoerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâmica articuladora e garantem a progressão textual. A coesão é a manifestação lingüística da coerência e se realiza nas relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos; tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.), na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto. 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode dar-se pelareiteração, pela substituição e pela associação. É garantida com o emprego de:  Enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensagem-tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos sucessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resultado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: ―as contas do patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganálo.enganava.‖Vidas secas, p. 143);  Substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológicas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar, voar;  Hipônimos (relações de um termo específico com um termo de sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico, ex.: felino, gato);  Nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: consertar, o conserto; viajar,a viagem). É preciso distinguir-se entre nominalização estrita e.generalizações (ex.: o cão < o animal) e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);  Substitutos universais (ex.: joão trabalha muito. Também o faço. O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);  Enunciados que estabelecem a recapitulação da idéia global. Ex.: o curraldeserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono (vidas secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora conceptual. Todo um enunciado anterior e a idéia global que ele refere são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso avançar, mantendo-se sua unidade. 2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:  Certos pronomes (pessoais adjetivos ou substantivos). Destacam-se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de elementos anteriormente presentes ª no texto, diferentemente dos pronomes de 1 e ª 2 pessoa que se referem à pessoa que fala e com quem esta fala.  Certos advérbios e expressões adverbiais;  Artigos;  Conjunções;  Numerais;  Elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo.… Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraverbais, exteriores ao enunciado. Vejamse os avisos em lugares públicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e contexto (extratextual);  As concordâncias;  A correlação entre os tempos verbais. Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indi- 10 cam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os componentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato de comunicação, o momento e o lugar da enunciação. mesmo que o falante desconheça ou (re)conheça este fato, isto não fará com que sua mensagem seja menos eficiente, pois os sentidos das palavras que emprega não se acham dissociados do próprio pensamento. Marx esclarece muito bem esta relação entre fala e pensamento/consciência: Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). Maria da Graça Costa Val lembra que ―esses recursos expressam relações não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também entre frases e seqüências de frases dentro de um texto‖. Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Muitas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoiada no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo comunicativo têm da língua. A fala é velha como a consciência, a fala é uma consciência prática, real, que existe tanto para os outros como para mim mesmo. E a fala, como a consciência, nasce apenas da necessidade, da imperiosidade de contato com outras pessoas. (Marx apud Schaff, 1968, p. 317.) A necessidade inegável de que o homem sente em se comunicar com o outro resulta em escolhas: a quem falar, o que falar, como falar. O discurso produzido a partir dessas escolhas será somente seu, visto que refletirá seus fracassos e conquistas, sua história, seu ―eu‖. Fazendo parte de uma sociedade, na qual estará em contato constante com outros, o indivíduo necessitará não apenas da linguagem oral para se comunicar. Dentre outras linguagens, a escrita será mais um instrumento à disposição dele para demonstrar sua competência lingüística. Acontece que esta competência é constantemente colocada à prova, como se o usuário da língua nunca tivesse tido contato com ela. Referimo-nos especificamente ao ensino da língua. Variação da Língua Pelo estudo da seleção vocabular e da sintaxe, objetivamos descrever as mudanças que podem ocorrer na produção textual escrita, a partir do vocabulário e do uso deste pelo emissor, nos processos de comunicação dos quais faz parte. Ao produzir seu texto, seja ele falado ou escrito, o emissor estará, mesmo sem ter consciência disto, envolvendo, além da seleção vocabular e da sintaxe, outros campos de pesquisa nesta produção. Referimo-nos à semântica e à estilística. Dessa forma, tentaremos desvendar a rede de relações que existe desde o momento em que o emissor pretende construir sua mensagem, passando pela influência que a oralidade pode exercer sobre ela e pela sua escritura propriamente dita, até sua conseqüente interpretação por determinado interlocutor. Para o falante, a sua língua materna é um instrumento de suma importância tanto para a sua prática comunicativa quanto para sua afirmação enquanto sujeito que exerce determinado papel na sociedade. Ao tentar transportar os conhecimentos lingüísticos que já possui e que emprega eficientemente, da linguagem oral para a linguagem escrita, revela-se muitas vezes um fracassado. É difícil entender por que precisamos expressarmo-nos diferentemente na escrita. Por que existem tantas regras que já não traduzem a realidade do usuário da língua? Por que a cada esquina de uma página há tantas exceções, contradições? Há extrema urgência em se rever o ensino da língua nas escolas, principalmente de ensino fundamental, para que estas questões possam ser esclarecidas. E, antes de tudo, a reformulação precisa estar presente também nos cursos de formação de professores, para que esta nova visão ganhe o devido espaço. De outro modo, não vemos como o falante deixará de sentir-se perplexo diante de um ―Dê-me um cigarro‖ no lugar de um ―Me dá um cigarro‖. O estudo da seleção vocabular e da sintaxe na produção dos sentidos durante a textualização justifica-se tendo em vista que O que existe por trás do ato comunicativo, da fala em si, não está explícito para o emissor. Porém, 11 · é através da seleção vocabular que o emissor revela a sua intencionalidade ao produzir determinado texto; · o contexto situacional do ato comunicativo determinará, em parte, a escolha vocabular do sujeito escritor; · a organização das palavras selecionadas levará à interpretação desejada pelo emissor; · se faz necessário evitar as interferências negativas no processo de produção textual escrita, uma vez que, por serem negativas, prejudicam o bom entendimento da mensagem. Estudo da Seleção Vocabular Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? Todo usuário da língua possui a chave que lhe dá acesso ao mundo das palavras. A capacidade da linguagem humana é essa chave. Quando criança, o falante, de modo bastante natural, principia a utilizar o valioso instrumento da linguagem. Enquanto tímido aprendiz de palavras reproduz muito e cria pouco. Porém, seguindo um caminho irretornável, não mais necessita de que lhe digam o que falar como falar. Já se sente perfeitamente capaz de seguir sozinho. Sente-se seguro do conhecimento que possui, do acervo vocabular de que dispõe. O uso que fazemos desse acervo vocabular é determinado pelas situações que vivenciamos. Dessa forma, em um dado contexto, a seleção vocabular da qual lançaremos mão para produzir um texto deverá estar de acordo com o sentido que queremos dar à nossa mensagem. Então, não nos causa espanto que o nosso aluno/usuário da língua queira manter-se fiel ao seu texto, reproduzindo na escrita aquilo que pensou e disse. Mesmo que esse texto passe a ser ―condenado‖ por não se ajustar aos padrões impostos pelas gramáticas normativas. Parece-lhe que, ao mexerem no seu texto, estão retirando o seu direito de ser autêntico. O pessoal fizeram muita bagunça na sala, professora! A gente gostamos de aula vaga. É perfeitamente compreensível que tais construções sejam usadas pelo falante/escritor, uma vez que ele não quer deixar dúvidas de que está referindo-se a um grupo de várias pessoas. No seu entender, o verbo no singular soa de forma estranha, não condiz com a verdade que ele quer expressar. Sobre o papel do sentido nas relações entre as palavras, afirma Guiraud (1972, p. 26-27): O sentido, tal como nos é comunicado no discurso, depende das relações da palavra com as outras palavras do contexto, e tais relações são determinadas pela estrutura do sistema lingüístico. À estrutura do sistema lingüístico chamamos gramática internalizada por cada indivíduo, o mesmo que conhecimento implícito da língua, conforme Perini (2000, p. 12.). Por saber empregá-la, o falante faz as relações que deseja com as palavras escolhidas de seu léxico, de forma que molda seu texto para este atenda às suas intenções. A disposição em que coloca as palavras valoriza o significado delas. Wittgenstein (apud Rector, 1980, p. 53.) corrobora esta idéia ao ―constatar que as palavras só significam na medida em que estão num contexto interativo, isto é, como se seu valor variasse em função de sua disposição face às demais‖. A interação da palavra com o contexto revela-se no discurso, pois é nele ―que se manifestam estas relações da linguagem, visto que o discurso é o lugar de encontro do significante e do significado e o lugar das distorções da comunicação que ocorrem devido à liberdade da comunicação.‖ (Rector, 1980, p. 130.) O falante não deseja perder a liberdade de comunicar-se, de colocar no ato de comunicação do qual faz parte sua marca pessoal. Atentemos aqui para a questão do estilo próprio. Uma entonação diferente, uma determinada flexão de grau, uma intencional ausência de flexão de número são exemplos de marcas pessoais que ocorrem na fala e que naturalmente se concretizam na escrita. AMIGO 1: - Comprei um estojo ‗manero‘. Custou só dois ‗real‘! AMIGO 2: - Também, você é filhote de loja de um e noventa e nove! Há tendência, por parte do falante de língua portuguesa, a reduzir ditongos em simples vogais, conforme atesta Coutinho em sua ―Gramática Histórica (COUTINHO, p. 108.). Assim, para o usuário da língua, é perfeitamente correto falar 12 ―manero‖ em vez de ―maneiro‖. Tal tendência acaba por ser explicitada na escrita por influência da oralidade. Se ninguém praticamente fala ―manteiga‖, conseqüentemente estaremos diante da palavra ―mantega‖ nas redações de nossos alunos. língua materna) aproprie-se de conhecimentos que permitam que ele não apenas chegue perto e contemple as palavras, mas que faça bom uso da chave que possui para que não dê respostas pobres ou terríveis às perguntas que lhe forem feitas. Quanto à questão da ausência de flexão de número da palavra ―real‖, temos aqui duas colocações. Por um lado, poderíamos considerar a expressão ―dois real‖ apenas um caso de erro de concordância; por outro lado, estaríamos diante de uma seleção vocabular empregada para expressar, por exemplo, esperteza de quem compra um bom produto por um pequeno preço. Sintaxe de Concordância Em nossa literatura, há muitos exemplos em que a seleção vocabular aliada à linguagem oral, só para determo-nos em assuntos objetos de nosso estudo, produzem obras originalíssimas. Citemos, para ilustrar, Mário de Andrade com ―Macunaíma‖ (texto em prosa) e Oswald de Andrade com o texto em verso que vai transcrito a seguir: brasil O Zé Pereira chegou de caravela E preguntou pro guarani da mata virgem - Sois cristão? - Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte Teterê tetê Quizá Quizá Quecê! Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu! O negro zonzo saído da fornalha Tomou a palavra e respondeu - Sim pela graça de Deus Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum! E fizeram o Carnaval. (Andrade apud Cereja & Magalhães, 1995, p. 312.) Para o falante/usuário da língua o que conta é a praticidade. Se na linguagem oral, ele dispõe de tanta liberdade para comunicar-se, por que não fazer uso dessa liberdade também na escrita? Não queremos dizer com isso que devemos abolir, no ensino da língua, as regras que estruturam nosso sistema lingüístico, mas que precisamos adaptá-las à realidade do falante. Por que não acompanhar na escrita a dinamicidade da língua? Concluindo, o ensino da língua pode contribuir para que o nosso aluno (falante competente da A oralidade influencia constantemente a produção de um texto escrito. Muitas vezes, esta influência é considerada negativa, pois resulta nos chamados ―erros de concordância‖. As gramáticas normativas costumam listar regras muitas vezes inflexíveis para determinar o que é certo e o que é errado. Porém, estudiosos mais modernos têm percebido e registrado casos passíveis de discussão. Perini (2000, p. 19.) cita o caso da expressão ―os relógio‖, comprovadamente utilizada por falantes ―cultos e incultos‖. Não estamos diante de um mero caso de erro de concordância e sim de uma tendência lingüística da oralidade que vem sendo empregada também na escrita. Tendência esta que não pode ser ignorada pelos profissionais que lidam com o ensino da língua. Para Lapa (1991, p. 157.) o erro de concordância não existe, pois a construção de um texto reflete o estilo de cada um. Vejamos sua colocação sobre o assunto: ...esses desvios aparentes de concordância se explicam sobretudo por três motivos: um que consiste em concordar com as palavras não segundo a letra mas segundo a idéia; outro, segundo o qual a concordância varia conforme a posição dos termos do discurso; e um terceiro, que traduz o propósito de fazer a concordância com o termo que mais interessa acentuar ou valorizar. É preciso que analisemos bem os casos dos chamados ―erros de concordância‖ que surgem nos textos produzidos por nossos alunos. Muitas vezes, a produção do aluno revela textos coerentes e coesos, dentro de seus propósitos, ―diferentes‖ do que esperamos e desejamos encontrar. Observemos um trecho de uma redação de um aluno da 7ª. Série do ensino fundamental: Gosto de sair curto muitos bailes fanks todos os finais de semana vou ao baile. (sic) Ignorando em nosso comentário as questões da pontuação e da grafia equivocada da palavra ―funk‖, vamos ao caso de concordância que aí se apresenta: ―curto muitos bailes fanks‖. Nós, professores da língua, esperaríamos encontrar a seguinte construção: ―curto muito bailes funks‖, na qual a palavra muito estaria funcionando como 13 advérbio e não como pronome indefinido, tal como se encontra na redação do aluno. Para que se considere errada a construção do aluno, é preciso analisar seu texto com cuidado, tentando perceber sua intenção, seu propósito. Acreditamos que a falta de organização do pensamento influencia a produção do discurso do nosso aluno, seja tal produção oral ou escrita. A forma como o ensino da língua ainda é tratado não tem oportunizado o exercício da organização do pensamento, uma vez que os conteúdos gramaticais são priorizados em detrimento de outros (produção oral e escrita, por exemplo), tornando a aula de português um ―amontoado de coisas sem sentido‖. Não temos dado ao nosso aluno espaço suficiente para que ele exerça seu direito de fala. Normalmente, ele está na sala apenas para ouvir, para copiar, para reproduzir o que se espera dele. Ao ser solicitado a falar, muitas vezes, sua fala é truncada, inicia um assunto e não é capaz de concluí-lo. Questão de timidez? Em alguns casos, sim. Essa fala fragmentada, não desenvolvida, concretiza-se na escrita de forma bem clara: ausência de coesão e de coerência, fuga ao tema proposto, repetições excessivas, para citar apenas os problemas mais encontrados. Prycila eu quero que você fiquei torcendo porque agora porque no dia 16 de outubro vou fazer prova com padre para crisma porque no final do vou se alistar. (sic) (Trecho de um texto produzido por aluno de 6ª. Série do ensino fundamental.) Atentemos para a mistura de assuntos que o aluno realiza, utilizando basicamente um conectivo (porque). Que relação existe entre os dois fatos, o de ser crismado e o de se alistar no final do ano (palavra omitida, provavelmente sem que o aluno tenha tido esta intenção)? Acreditamos que aqui não estejamos diante de um caso de desconhecimento do significado do conectivo apenas. E sim de incapacidade de relacionar idéias, de fazer conexão de sentidos. Por tudo o que foi exposto até aqui, cremos que o exercício da leitura e da escrita, como forma de desenvolver a competência lingüística, seria uma das estratégias numa tentativa de minimizar muitos dos problemas citados. Sintaxe de Regência Na maioria das gramáticas normativas, o conceito de regência aborda a relação de dependência entre termos da oração. Fazer com que o nosso aluno, que traz influências (negativas e positivas) da oralidade, perceba e compreenda essa idéia de dependência é, por vezes, tarefa bastante árdua. Pesquisando em algumas gramáticas disponíveis aos nossos estudantes, observamos que alguns casos são tratados de forma diversa. Vejamos um caso: no ―Curso Prático de Gramática‖, de Ernani Terra (1996, p. 299.), há a seguinte afirmação referente à regência do verbo chegar: ―O verbo chegar exige a preposição a e não a preposição em.‖ Já a ―Gramática‖, de Faraco e Moura (1999, p. 514.), apresenta a seguinte colocação em relação ao mesmo verbo chegar: ―É intransitivo no sentido de atingir data ou local. (...) Já é bastante comum o uso da preposição em nesta acepção.‖ Essas abordagens conflitantes apresentadas pelas gramáticas citadas acabam por confundir o nosso aluno e, até mesmo, por dificultar o entendimento deste assunto. Que frase é mais comum nas redações de nossos alunos? ―Cheguei em casa muito tarde‖ ou Cheguei a minha casa muito tarde‖? Com certeza, a primeira. Portanto, não é mais cabível afirmar que o verbo chegar não exige a preposição em. Uma ou outra preposição é perfeitamente admissível. Reconhece-se que a língua falada no Brasil não é a mesma representada na escrita. É também dessa questão que temos tratado até então. O falante, com o propósito de passar adiante seu pensamento, suas idéias, seleciona as palavras que melhor representam sua intenção e arrumaas de maneira que estas atendam aos seus desejos. Altera, propositalmente ou não, a sintaxe de concordância ou de regência, construindo seu próprio estilo. Sua mensagem poderá ou não ser compreendida da forma como gostaria de que fosse. As chances de que o entendimento ocorra tal como planejou são grandes. O estudo do emprego diversificado que se faz da língua falada (situações informais) e da língua escrita (situações formais) está cada vez mais ocupando espaço nos meios acadêmicos que tratam do ensino da língua. Algumas obras vêm acrescentar novas idéias que auxiliam o presente trabalho, como Mário Perini (Sofrendo a Gramática), Celso Pedro Luft (Língua e Liberdade) e Evanildo Bechara (Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?). Porém, décadas de um ensino equivocado exigirão a adoção de um novo modo de ensinar a gramática, a partir de uma visão de linguagem que liberte, que permita a 14 construção de um discurso de sujeito, e não de quem se sujeita. Voltando a mais um caso de sintaxe de regência. Se um dos significados da palavra ―com‖ é a idéia de companhia, como considerar errada a construção ―Namoro com Carlos‖? Para o falante/usuário da língua, a frase está corretíssima. Para tentarmos convencer este falante de que a sua construção é incorreta, só temos o argumento de que o verbo namorar é transitivo direto (não admitindo preposição), pois quem namora, namora alguém. Porém não é argumento forte o suficiente para deslegitimar a sua intenção de transmitir a idéia de um estar com o outro, de namorar com o outro. Finalizando, a estrutura lingüística que cada usuário da língua internaliza, dá-lhe subsídios para que ele elabore construções que, na escrita, são consideradas como erros de concordância, de regência, entre tantos outros ―erros‖. Cabe ampliar, na sistematização das regras que estruturam a língua, o registro das possibilidades de construções de que o usuário da língua dispõe. Até porque as invariações dentro das variações é que dão vida à língua. Sintaxe de Colocação No início de nosso trabalho, comentamos a respeito de o falante sentir-se perplexo diante da construção ―Dê-me um cigarro‖, verso conhecidíssimo do poema Pronominal‖, de Oswald de Andrade, muito usado para exemplificar casos de colocação pronominal. É claro que o usuário da língua estranha uma construção como essa, quando, no seu falar revela-se a tendência de fazer uso da próclise. O nosso aluno jamais empregaria a frase ―Empreste-me uma caneta‖ ao dirigir-se ao colega a seu lado. Até mesmo nós, professores e conhecedores da língua, no dia a dia, empregamos a próclise com abundância em nossa fala. Ainda mais que a questão da colocação dos pronomes na frase está mais a serviço da estilística que da sintaxe. Observemos: A. Se atrasou hoje, professora. B. Atrasou-se hoje, professora. De acordo com as regras que norteiam o emprego da próclise, a frase A estaria fora dos padrões, porém, numa linguagem informal, falada ou escrita, seria perfeitamente justificável, na medida em que representaria um estilo despojado e simples do locutor/escritor. Já a frase B exemplifica o correto emprego do pronome, mas na prática de nossos alunos é pouco utilizada. O emprego da mesóclise é ainda mais complicado. Em primeiro lugar, há a preferência de o usuário da língua portuguesa no Brasil utilizar para o tempo futuro do presente do indicativo, por exemplo, a locução verbal: ―Vou fazer prova amanhã‖ no lugar de ―Farei prova amanhã‖; em segundo lugar, o emprego da mesóclise soa como pedantismo, próprio da linguagem rebuscada, empolada: ―Far-te-ei uma proposta amanhã‖. O uso da mesóclise está reduzido à produção escrita de usuários com bom domínio da estrutura da língua. Façamos mais um comentário: ―Está um calor! A janela está fechada, professora. Quer que abra ela?‖ É um tipo de construção amplamente empregada pelo falante. Devemos considerá-la totalmente errada? E o que podemos dizer de construções do tipo ―Professora, eu se machuquei!‖? Não seria mais relevante preocuparmo-nos com frases desse tipo? E não é só uma questão de concordância ou de colocação. É uma questão de identidade. O falante não se reconhece no próprio discurso. Não é capaz de reconhecer-se no me, pois é a partir do se que vê o mundo: ―Entre, sente-se, cale-se, saia e vire-se; a minha parte eu já fiz.‖ Organização Frasal Toda frase de uma língua consiste em uma organização, uma combinação de elementos lingüísticos agrupados segundo certos princípios, que a caracterizam como uma estrutura. Para evidenciar estas estruturas, temos uma estruturas, temos de decompor a frase/oração em unidades menores, e substituir estas unidades, por aquelas equivalentes, que desempenham a mesma função. Este procedimento denomina-se comunicação: Ex: Maria está na casa da vizinha Você fará o relatório como a professora pediu Aquela menininha de cabelo loiro gosta de doce de leite. Estes subconjuntos são blocos significativos e possuem equivalência entre si,pois a troca de um pelo outro,não destrói a integridade das orações, como demonstraram os exemplos. A estes blocos, ou unidades significativas, chamamos: Sintagmas. Constituintes Oracionais > Os Sintagmas 15 A Natureza do sintagma do sintagma depende por tanto do tipo de elemento que constitui o seu núcleo. - SN, SV, SP e SP Vantagens: Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos tratála do ponto de vista do Poder Executivo. * Ter controle sobre os mecanismos que utilizamos nos usos da linguagem; * Aumentar a versatilidade no uso que podemos fazer desses mecanismos. Base da Oração {SN (subst) = SA > Sintagma Adjetiva, SV (verbo) SP > Sintagma Preposicionado Sintagma: elementos constituintes das unidades significativas da oração – relaciona-se por dependência e ordem. Possuem um núcleo em relação aos demais constituintes, mas pode compor-se de apenas um núcleo. Além das orações com os dois sintagmas obrigatórios: SN + SV, há ainda a possibilidade de oração com três partes: SN+SV+SP. Os Sintagmas Nominais e Verbais obrigatoriamente existem como unidades significativas nas frases. Por isso, as frases sempre podem ser decompostas nesses dois subconjuntos, mesmo que elas sejam longas, ou mesmo que o sujeito esteja oculto ou não seja lexicalmente preenchido (sujeito inexistente). Ex: SN/SV A irmã de uma conhecida de meu marido/recebeu uma belíssima homenagem de seus companheiros de trabalho. A carrocinha de pão [que passava pela minha rua todos os dias]/pertencia a um antigo empregado da prefeitura municipal. Sintagma Preposicionado (SP) Os Sintagmas preposicionados, quando assumem função de advérbio, são facultativos na estrutura sintática das frases; móveis, podendo ser deslocados de sua posição normal (após o SN e o SV);apresentam-se como modificadores circunstanciais,geralmente sob a forma de locuções adverbiais. Exs: As flores/ enfeitam os jardins/ na primavera. - SN, SV e SP O padeiro/ entrega o pão / na minha casa / de madrugada O que é Redação Oficial? A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: "A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)". Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público). 16 Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais, o regulados pela Portaria n 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual. assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal. A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas. 1.1. A Impessoalidade A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade. 1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxili- 17 em a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. dêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica. 1.3. Formalidade e Padronização As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível (v. a esse respeito2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas específicas para cada tipo de expediente. Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um "padrão oficial de linguagem"; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos aca- 1.4. Concisão e Clareza A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de economia lingüística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de 18 palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Procure perceber certa hierarquia de idéias que existe em todo texto de alguma complexidade: idéias fundamentais e idéias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também idéias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem: a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; ações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. "Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados", diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. Estrutura e Formação de Palavras Observe as seguintes palavras: Escol-A Escol-Ar Escol-Arização Escol-Arizar Sub-Escol-Arização Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão; Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável-ar. c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos; Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam. É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abrevi- Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema. Classificação dos Morfemas: Radical Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal. Afixos Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e – arização à forma escol- criou subescolarização. 19 Esses morfemas recebem o nome de afixos. Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome deprefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados. Desinências Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo). Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências verbais. • Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes. • Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais): cant-á-va-mos cant-á-sse-is pretérito imperfeito indicativo) do pretérito imperfeito do subjuntivo) -mos:desinência númeropessoal (caracteriza a primeira pessoa do plural) -is: desinência númeropessoal (caracteriza a segunda pessoa do plural) Vogal Temática Observe que, entre o radical cant- e a desinência verbal surge sempre o morfema –a. Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligarse ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas. • Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática. • Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação. Primeira conju- Segunda conju- Terceira conjugação gação gação Govern-a-va Estabelec-e-sse Defin-i-ra Atac-a-va Cr-e-ra Imped-i-sse Realiz-a-sse Mex-e-rá Ag-i-mos cant: cant: radical radical -á-: vogal temática -á-: vogal temática -va-: desinência modo- -sse-:desinência modotemporal (caracteriza o temporal (caracteriza o Vogal ou Consoante de Ligação As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. 20 Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota. Os Elementos Mórficos Vejamos a análise mórfica (uh!) da palavra linda. Onde estará o morfema lexical e o morfema gramatical? Linda = lind – este é o morfema lexical indicando o conceito básico da palavra: alguma coisa, ou alguém, homem ou mulher, de grande beleza. linda = lind-a – o ‗a‘ é o morfema gramatical que indica que a palavra está no gênero feminino e no singular. Vale observar aqui uma das propriedades dos morfemas. Se mudarmos o morfema gramatical ‗a‘ para o morfema gramatical ‗o‘, a palavra flexiona apenas o gênero, mantendo intacta a ideia de grande beleza. Se mexermos no morfema lexical, iremos alterar a raiz(1) da palavra e, consequentemente, seu conceito, sua ideia, seu significado primitivo; tire o morfema lexical „lind‟, coloque „fei‟ e verá o que acontece. Além disso, podemos brincar ainda mais. Inclua o morfema gramatical ‗s‘ no final e a palavra será flexionada em número. Olá, ilustres! Como estão? Bem? I hope so! O título desta matéria é meio sinistro, não é? "Os elementos mórficos". É... "forte", mas não há motivos para medo; prometo que essas coisas não irão assustá-los nem mordê-los nem deixá-los loucos; são apenas mais daqueles termos "pesados" da normatividade. Esta matéria dá início aos nossos estudos morfológicos; inofensiva; sério! Bem-vindos à Morfologia. Bom, se já está lendo este parágrafo, está na hora de saber uma coisinha: usei o título "elementos mórficos" só pra dar um pouco de tensão na matéria. Na verdade, essas coisas são mais conhecidas como morfemas. Ah, agora sim, né? Muito bom… clareou, clareou. Em uma palavra temos os morfemas como unidades possuidoras de significado. Há morfemas lexicais e morfemas gramaticais. Morfemas lexicais (lexemas ou semantemas): indicam o significado primitivo da palavra; a ideia básica. Morfemas gramaticais (gramemas ou formantes): indicam as flexões da palavra quanto ao gênero, número, pessoa, modo e tempo. Fei – a lind – a Fei – a – s lind – a – s Fei – o lind – o Fei – o – s lind – o – s Radical, Desinência, Afixo, Vogal Temática e Tema Radical - (1) Falamos há pouco de raiz; sim, o morfema lexical é também chamado de raiz da palavra ou radical. O radical vem carregado de sentido dando significado e rumo à palavra. Combinando o radical com alguns vários morfemas gramaticais, é possível formar palavras cognatas. ―Ó pai, ó‖: -a -eiro morfema eira lexical (radical) pedrmorfemas gramaticais - -ada -ejar Desinência (morfemas flexionais) – as desinências indicam as flexões das palavras. Temos: Desinências nominais masculino – ‗o‘ indicando gênero 21 – ‗a‘ indicando gênero feminino – ‗s‘ indicando o plural (o singular é caracterizado pela ausência de uma desinência. Morfema-zero, Ø) Resposta: T = estuda(quem disse que gramática não pode ser exata?) Ufa! Acho que basta por agora, né? Fala a verdade, não são tão assustadores, são? Desinências verbais – indicam o modo, tempo, pessoa e número nas formas verbais: escrev – erão = indicativo / futuro / 3ª pessoa / plural É um prazer saber que estás lendo estas últimas frases. A próxima matéria da parte de morfologia será formação das palavras. É melhor ter fôlego; vai ser uma saga. escrev – i = indicativo / pretérito perfeito / 1ª pessoa / singular Sinonímia, Antonímia, Homonímia e Paronímia Afixos (morfemas derivacionais) – geralmente modificam o sentido da raiz à qual se agregam, formando palavras novas. Temos dois tipos de afixos, os prefixos e os sufixos. Sinonímia é um processo muito utilizado por falantes de uma língua. Sabe quando não queremos repetir o mesmo termo ou palavra a todo momento? Uma das maneiras de sanarmos esse problema é com uso de sinônimos. - Os prefixos são os afixos que se antepõem ao radical: Desleal - Os sufixos são os afixos que se pospõem ao radical: Terreiro Vogal temática – é a responsável pela ligação entre o radical e as demais desinências ou sufixos. Analisemos os elementos formativos da palavra estudamos. estud – a – mos (o morfema ‗a‘ liga o radical ‗estud‘ com a desinência verbal 'mos'; vogal temática, portanto) Tema – este é fácil; é igual a uma fórmula matemática: T = R + VT Onde: T = tema R = radical VT = vogal temática Sendo assim, localizemos o tema da palavra estudamos. T = R + VT R = estudVT = -aLogo: T = estud + a Por exemplo, se digo: ―Passe um dia na minha casa.‖ e quiser referir-me novamente ao termo sublinhado ―casa‖, posso lançar mão de um sinônimo para não o ter que repetir: ―Passe um dia na minha casa e verá como meu lar é aconchegante.‖ Para saber se o candidato domina mais esse subterfúgio da Língua Portuguesa, a banca pede a ele que substitua palavras ou termos retirados do texto e assinale em qual opção encontram-se aqueles que não alteram o sentido, ou os que alteram. Para se resolver esse tipo de questão é importante que o candidato tenha um certo domínio lexical, ou seja, que conheça muitas palavras, o que é possível conseguir por meio de muita, mas muita leitura. Pode-se ler de tudo. Jornais, revistas, livros, bulas de remédio, outdoors, placas de trânsito… o fundamental é ser um leitor crítico, aquele que busca informação, que reflete a respeito. Antonímia nada mais é do que palavras que possuem significados contrários, como largo e estreito, dentro e fora, grande e pequeno. O importante, aqui, é saber que os significados são opostos, ou seja, excluem-se. Homonímia é a identidade fonética e/ou gráfica de palavras com significados diferentes. Existem três tipos de homônimos:  Homônimos homógrafos – palavras de mesma grafia e significado diferente. Exemplo: jogo (substantivo) e jogo (verbo).  Homônimos homófonos – palavras com mesmo som e grafia diferente. Exemplo: cessão 22 (ato de ceder), sessão (atividade), seção (setor) e secção (corte). Incipiente (principiante) Insipiente (ignorante),  Homônimos homógrafos e homófonos – palavras com mesma grafia e mesmo som. Exemplo: planta (substantivo) e planta (verbo); morro (substantivo) e morro (verbo). Paronímia é a semelhança gráfica e/ou fonética entre palavras. É o caso dos pares de palavras anteriormente expostas. Outros exemplos de parônimos: Acender (atear fogo) Ascender (subir), Acento (sinal gráfico) Assento (cadeira), Acerca de (a respeito de) A cerca de (distância aproximada) Há cerca de (aproximadamente), Afim (parente) A fim (para), Ao invés de (ao contrário de) Em vez de (em lugar de), Apreçar (tomar preço) Apressar (dar pressa), Asado (alado) Azado (oportuno), Assoar (limpar o nariz) Assuar (vaiar), À-toa (ruim) À toa (sem rumo), Descriminar (inocentar) Discriminar (separar), Despensa (depósito) Dispensa (licença), Incontinente (imoderado) Incontinenti (imediatamente), Mandado (ato de mandar) Mandato (procuração), Paço (palácio) Passo (marcha), Ratificar (validar) Retificar (corrigir), Tapar (fechar) Tampar (cobrir com tampa), Vultoso (volumoso) Vultuoso (rosto vermelho e inchado). Ortografia Oficial O objetivo deste guia é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países. Este guia foi elaborado de acordo com a 5.ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), publicado pela Academia Brasileira de Letras em março de 2009. Mudanças no alfabeto O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser: Flagrante (evidente) Fragrante (perfumoso), A B C D K L M N TUVWXYZ E F O G P H Q I R J S 23 As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo: Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano. Mudanças nas Regras de Acentuação  na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);  na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano. 1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). Como era Como fica Alcalóide Alcaloide Alcatéia Alcateia Andróide Androide Trema Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. Como era Como fica Apóia (verbo apoiar)apoia Agüentar Aguentar Apóio (verbo apoiar)apoio Argüir Arguir Asteróide Asteroide Bilíngüe Bilíngue Bóia Boia Cinqüenta Cinquenta Celulóide Celuloide Delinqüente Delinquente Clarabóia Claraboia Eloqüente Eloquente Colméia Colmeia Ensangüentado Ensanguentado Coréia Coreia Eqüestre Equestre Debilóide Debiloide Freqüente Frequente Epopéia Epopeia Lingüeta Lingueta Estóico Estoico Lingüiça Linguiça Estréia Estreia Qüinqüênio Quinquênio Estréio (verbo estrear) Estreio Sagüi Sagui Geléia Geleia Seqüência Sequência Heróico Heroico Seqüestro Sequestro Idéia Ideia Tranqüilo Tranquilo Jibóia Jiboia 24 Jóia Joia Dôo (verbo doar) Doo Odisséia Odisseia Enjôo Enjoo Paranóia Paranoia Lêem (verbo ler) Leem Paranóico Paranoico Magôo (verbo magoar) Magoo Platéia Plateia Perdôo (verbo perdoar) Perdoo Tramóia Tramoia Povôo (verbo povoar) Povoo Vêem (verbo ver) Veem Vôos Voos Zôo Zoo Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis e ói(s). Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóis etc. 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo. 4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Como era Como fica Baiúca Baiuca Bocaiúva Bocaiuva* Cauíla Cauila** * Bacaiuva = certo **Cauila = avarento tipo de  Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí;  Se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece. Exemplos: guaíba, Guaíra. 3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s). Como fica Abençôo Abençoo Crêem (verbo crer) Creem Dêem (verbo dar) Deem Como fica Ele pára o carro. Ele para o carro. Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte. palmeira Atenção: Como era Como era Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo. Esse gato tem pêlos Esse gato tem pelos brancos. brancos. Comi uma pêra. Comi uma pera. Atenção:  Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.  Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.  Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). 25 Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas. É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? 5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir. girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo. 2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zumzum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, romrom, pingue-pongue, zigue-zague, escondeesconde, pega-pega, corre-corre. 3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra. Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta. 6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja: * Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, corde-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deusdará, à queima-roupa.  Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos: verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. 5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos: Belo Horizonte - belo-horizontino  Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras): verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. Uso Do Hífen Com Compostos 1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, portamalas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca. *Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como 4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: gota-d'água, pé-d'água. Porto Alegre - porto-alegrense Mato Grosso do Sul - mato-grossense-do-sul Rio Grande do Norte - rio-grandense-do-norte Õfrica do Sul - sul-africano 6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicos (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, ervadoce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, perobado-campo, cravo-da-índia. Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares: a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras). 26 b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).Uso do hífen com prefixos 1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos: As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.). Sub-região Sub-reitor Sub-regional Sob-roda Casos Gerais 1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: Anti-higiênico Anti-histórico Macro-história Mini-hotel Proto-história Sobre-humano super-homem ultra-humano 2. Usa-se o hÃfen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: Micro-ondas anti-inflacionã¡rio sub-bibliotecã¡rio inter-regional 3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos: Autoescola antiaéreo intermunicipal supersônico superinteressante agroindustrial aeroespacial semicírculo * Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: Minissaia antirracismo ultrassom semirreta Casos Particulares 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal. Exemplos: Circum-murado Circum-navegação Pan-americano 3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos: Além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra vice-rei 4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: coobrigação coedição coeducar cofundador coabitação coerdeiro corréu corresponsável cosseno 5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos: preexistente preelaborar 27 reescrever reedição 6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r. 5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Exemplos: Na cidade, conta--se que ele foi viajar. ad-digital ad-renal ob-rogar ab-rogar O diretor foi receber os ex--alunos. Outros Casos Do Uso Do Hífen 1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase. Exemplos: (acordo de) não agressão (isto é um) quase delito 2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l. Exemplos: mal-entendido mal-estar mal-humorado mal-limpo * Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação. Exemplo: malfrancês. Se houver elemento de ligação, escrevese sem o hífen. Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias. Emprego de Letras O conjunto de letras empregadas na comunicação escrita chama-se alfabeto. O alfabeto da Língua Portuguesa é composto de 23 letras sendo cinco vogais e dezoito consoantes. As letras K, W e Y não integram o nosso alfabeto, mas são aceitas em abreviaturas, símbolos e na grafia de palavras estrangeiras, habitualmente utilizadas no vocabulário cotidiano e que ainda não foram traduzidas para o nosso idioma. Divisão Silábica A divisão das sílabas em português se faz, de um modo geral, obedecendo à pronúncia das palavras. Para tal, devem ser levadas em conta as seguintes regras. 1. Não se separam os ditongos e tritongos. Ex.: pei-xe, pau-sa, te-sou-ro, en-cai-xar, i-guais, Pa-ra-guai, sa-guão 2. Separam-se os hiatos. Ex.: ru-í-do, sa-ú-de, en-jô-o, co-or-de-nar 3. Separam-se os dígrafos RR, SS, SC, SÇ e XC 3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupiguarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos: Ex.: car-ro, pas-so, nas-cer, nas-ça, ex-ce-der Obs.: Os demais dígrafos da língua (nh, lh, ch, qu etc.) não admitem separação. capim-açu amoré-guaçu anajá-mirim Ex.: fi-lho, que-ro, fi-cha 4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. a. próprios ou inseparáveis (quando a última vogal é l ou r) Exemplos: b. impróprios ou separáveis (deve ser separado, sendo a última consoante destacada para formar sílaba com a vogal seguinte) ponte Rio-Niterói eixo Rio-São Paulo 4. Quanto aos encontros consonantais, temos: Ex.: a-tle-ta, a-gra-dar, a-bra-çar (br) Ex.: rit-mo, ad-vo-ga-do, dig-no (gn), su-pers-tição (rst), felds-pa-to (ldsp) 28 5. Separam-se as letras r e s dos prefixos quando a palavra a que eles se ligam começa por vogal. Ex.: su-pe-ra-bun-dan-te, bi-sa-vô, su-per-mer-cado, bis-ne-to 6) Separa-se a letra b do prefixo sub quando a palavra a que ele se liga começa por vogal. Ex.: su-ba-é-reo, su-bo-fi-ci-al, sub-se-ção, subte-nen-te Ex.: ab-rogar, ad-rogar, ob-repção, 6. pré, pró, pós, além, aquém, recém: sempre com hífen. Ex.: pré-militar, pós-guerra, além-túmulo, aquémmar, recém-casado Se os prefixos pré, pró e pós não forem acentuados, não haverá hífen. Ex.: preexistente, prorrogar, pospor. 6. Quando a palavra termina em fonemas vocálicos, temos várias possibilidades. São exceções as palavras alentejo, alentejano, aquentejo, aquentejano. I) Um ditongo Ex.: se-cre-tá-ria 7. bem, sem: sempre com hífen. II) Um hiato Ex.: se-cre-ra-ri-a Ex.: bem-aventurança, sem-teto. Emprego do Hífen O hífen é um sinal gráfico cujo emprego requer cuidado. I) Emprega-se o hífen em formas verbais com pronome átono enclítico ou mesoclítico. São exceções as palavras benfeitor, benfeitoria, benquisto, benfazejo. 8. vice, ex (significando "o que não é mais"): sempre com hífen. Ex.: vice-presidente, ex-deputado Ex.: admiti-lo, depô-los, levá-la-ei, pedi-las-á 9. sota, soto: sempre com hífen. II) Usa-se o hífen em substantivos ou adjetivos compostos. Ex.: sota-piloto, soto-mestre Ex.: guarda-roupa, amor-perfeito, surdo-mudo Excetuam-se as palavras sotavento e sotopor III) Usa-se o hífen em palavras formadas por prefixação, conforme as regras seguintes. 10. bi, di, tri, poli, re, uni, macro, micro, mini: sempre sem hífen. 1. pseudo, semi, infra, contra, auto, neo, extra, proto, intra, ultra, supra: antes de H, R, S, ou VOGAL. Ex.: bicampeão, polissílabo, redistribuir, acroeconomia, minissaia. Ex.: proto-história, neo-romântico, pseudo-sábio, semi-árido Existem expressões em que se pode usar o hífen ou não, dependendo do sentido. Neste caso, ocorrerá o hífen se se tratar de um nome composto: A exceção é a palavra extraordinário. 2. ante, anti, arqui, sobre: antes de H, R ou S. Fizeram tudo sem vergonha (destituídos de vergonha) Ex.: sobre-humano, anti-rábico, ante-socrático Meu vizinho é um sem-vergonha São exceções: sobressair (e flexões), sobressaltar (e flexões), sobressalto. Ele é bem-educado. Ele foi bem educado pelos pais. 3. super, inter, hiper: antes de H ou R. O ar-condicionado está com defeito. Ex.: super-homem, inter-relacionamento Não me sinto bem no ar condicionado. 4. mal, pan, circum: antes de H ou VOGAL. As crianças brincavam de cabra-cega. Ex.: mal-educado, hospitalar pan-helenismo, 5. ab, ad, ob, sob, sub: antes de R. circumTenho uma cabra cega. Comprei um ótimo dois-quartos. 29 Minha casa tem dois quartos. Pronome Substantivo X Pronome Adjetivo Aqui há um sem-número de equívocos. Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto frasal. Era uma propriedade sem número. Era uma pessoa à-toa. Todos ali viviam à toa. Comi um delicioso pé-de-moleque. Pé de moleque está sempre machucado. O seu dia-a-dia foi complicado. Progrediremos dia a dia. O candidato partiu para o corpo-a-corpo. Os atletas disputaram corpo a corpo. Expressões que suscitam dúvidas: Com Hífen Pron. Substantivo: substitui um substantivo, representando-o. (ele prestou socorro) Pron. Adjetivo: acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo) Obs.: Os pronomes pessoais são sempre substantivos Pessoas Do Discurso São três: 1ª pessoa: aquele que fala emissor 2ª pessoa: aquele com quem se fala receptor 3ª pessoa: aquele de que ou de quem se fala, referente Azeite-de-dendê, erva-mate, bem-estar, jardimde-infância, bem-vindo, livre-arbítrio, boa-fé, máfé, capim-gordura, mala-direta, capim-limão, maus-tratos, cartão-postal, obra-de-arte, dona-decasa, pôr-do-sol, dor-de-cotovelo (gír.), tão-só, edifício-garagem, tão-somente, erva-cidreira, zero-quilômetro, erva-doce, Tipos De Pronomes Sem Hífen Pessoal Aperto de mão, dor de ouvido, azeite de oliva, má vontade, boa vontade, marcha a ré, bom senso, meio ambiente, cadeira de balanço, óleo de soja, cartão de crédito, óleo de milho, chefe de família, olho mágico, disco voador, pai de família, dor de dente, ponto de vista, dor de garganta, sangue frio, ser humano. Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa. Pronomes Apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase, dividindose em retos e oblíquos. Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa do discurso. Quando o pronome substituir um substantivo, será denominado pronome substantivo; quando acompanhar um substantivo, será denominado pronome adjetivo. Por exemplo, na frase Aqueles garotos estudam bastante; eles serão aprovados com louvor. Aqueles é um pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo garotos eeles é um pronome substantivo, pois substitui o mesmo substantivo. · · ivo pessoal · tivo possess · demonstra · o relativo · tivo indefinid interroga Ex.:A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe. Pronomes pessoais Número Pessoa Pronomes Pronomes retos quos 1a. 2a. Singular 3a. Eu tu ele, ela oblí- Tônicos Átonos Mim, comigo ti, contigo ele, ela, si, consigo Me te se, o, a, lhe 30 Plural 1a. 2a. 3a. Nós vós eles, elas Nós, conosco vós, convosco eles, elas, si, consigo Nos vos se, os, as, lhes Os pron. pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento. Obs.: os pron. oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco econvosco, a preposição com já é parte integrante do pronome. Os pron. de tratamento estão enquadrados nos pron. pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pess.), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pess. Abrev. Tratamento Uso V. A. Vossa Alteza Príncipes, arquiduques, duques V. Em.ª Vossa Eminência Cardeais V. Ex.ª Vossa Excelência Altas autoridades do governo e das classes armadas V. Mag.ª Vossa cia Magnificên- Reitores das universidades V. M. Vossa Majestade Reis, imperadores V. ma Rev. Vossa Reverendís- Sacerdotes sima geral V. S. Vossa Santidade Papas V. S.ª Vossa Senhoria Funcionários públicos graduados, oficiais até coronel, pessoas de cerimônia em Obs.: também são considerados pron. de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita. pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S. · quando precedidos de preposição, os pron. retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos · os pron. acompanhados das palavras só ou todos assumem a forma reta (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles ali) · as formas oblíquas o, a, os, as não vêm precedidas de preposição; enquanto lhe e lhes vêm regidos das preposições a ou para (não expressas) · eu e tu não podemos vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ? para mim fazer) · xivo me, te, se, nos, vos - podem ter valor refle- · se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco · si e consigo - têm valor exclusivamente reflexivo · conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios ou um numeral) · o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viramno(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal · os pron. pess. retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus) · pode-se omitir o pron. sujeito, pois as DNPs verbais bastam para indicar a pessoa gramatical · plural de modéstia - uso do "nós" em lugar do "eu", para evitar tom impositivo ou pessoal · você hoje é usado no lugar das 2 pessoas (tu/vós), levando o verbo para a 3ª pessoa · num sujeito composto é de bom tom colocar o pron. de 1ª pess. por último (José, Maria e eu fomos ao teatro). Porém se for algo desagradável ou que implique responsabilidade, usa-se inicialmente a 1ª pess. (Eu, José e Maria fomos os autores do erro) · as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à · não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos Emprego as 31 (Em vez de ele continuar, desistiu ? Vi as bolsas dele bem aqui) · os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro) Obs.: as regras de colocação dos pronomes pessoais do caso oblíquos átonos serão vistas em separado · indicando localização temporal este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago) · fazendo referência ao que já foi ou será dito no texto - este (ainda se vai falar) e esse (já mencionado) · o, a, os, as são demonstrativos equivalem a aquele (a/s) quando Possessivo Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída. Pronomes possessivos Vários dores possui- Pessoa Um possuidor 1ª Meu (s), minha Nosso (a/s) (s) 2ª Teu (a/s) Vosso (a/s) 3ª Seu (a/s) Seu (a/s) · tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) · mesmo e próprio são demonstrativos quando significarem "idêntico" ou "em pessoa". Concordam com o nome a que se referem · podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite) · nisso e nisto (em + pron.) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse momento"(Nisso, ela entrou triunfante) Relativo Emprego · normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase · seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s)(Ele disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?) · pode indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos) · nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor Demonstrativo Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente). São eles que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s). Emprego · quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados · quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição · cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. · quanto (a/s) normalmente tem por antecedente os pronomes indefinidos tudo, tanto (a/s) Mesmo, próprio, semelhante, tal e o (a/s) podem desempenhar papel de pron. demonstrativo. Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico. Podem fazer referência a pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Emprego · indicando localização no este (aqui), esse (aí) e aquele (lá) espaço Indefinido Pronomes indefinidos 32 Pessoas Quem, alguém, ninguém, outrem Lugares Onde, algures, alhures, nenhures Coisas Que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada Emprego As classes de palavras que apresentam flexão de gênero são: substantivo, adjetivo, artigo, pronome e numeral. - palavras do gênero masculino. Seres animais: moço, menino, leão, gato, cantor. Coisas: pente, lápis, disco, amor, mar. · algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema) · cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma) · certo é indefinido se vier antes do nome a que estiver se referindo. Caso contrário é adjetivo (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos) · bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo · o pessoa" masculinas e femininas. Temos os gêneros masculinos e femininos. pronome outrem equivale a "qualquer · o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje) · o pronome outro (a/s) ganha valor adjetivo se equivaler a diferente" (Ela voltou outra das férias) · existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que seja, seja quem for, cada um etc. - palavras do gênero feminino. Seres animais: moça, menina, leoa, gata, cantora. Coisas: colher, revista, fumaça, raiva, chuva. As demais palavras que admitem esse tipo de flexão (artigo, adjetivo, pronome e numeral) acompanham o gênero do substantivo a que se referem. Exemplos: As crianças órfãs. Pequenos índios. Esses meninos. Duas crianças. * Flexão de Número As palavras variáveis podem mudar sua terminação para indicar singular ou plural. Apresentam flexão de número: o substantivo, o artigo, o adjetivo, o numeral e o verbo. Exemplo: Sua irmã sofreu um arranhão. (singular) Suas irmãs sofreram uns arranhões. (plural) Interrogativo OBS: Usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. Na verdade, são os pronomes indefinidos que, quem, qual (a/s) e quanto (a/s) em frases interrogativas. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou) 1) A flexão de gênero e de número do substantivo implica flexão correspondente do adjetivo. Alunos espertos Subst. Adj. Flexão Masc. Pl. Masc. Pl. É a variação de forma e, conseqüentemente, de significado de uma palavra. 2) Há casos de erro de concordância em que a concordância de número pode não acontecer de fato e um dos termos pode ficar sem flexão numérica. * Flexão de Gênero Gênero é o termo que a gramática utiliza para enquadrar as palavras variáveis da língua em Tinha mãos grande. Achei coisas meio esquisita por aqui... 33 * Flexão de Grau Usos dos Pronomes Pessoais São as mudanças efetuadas na terminação para indicar tamanho (nos substantivos) e intensidade (nos adjetivos). 01) Eu, tu / Mim, ti O menininho estava nervoso. Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição. O menino estava nervosíssimo. Ex. O grau pode expressar estado emotivo e não somente intensidade ou tamanho: Trouxeram aquela encomenda para mim. Que doutorzinho, hein ! (ironia) Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições. O menino estava nervoso. Filhinho, venha cá. (carinho) O advérbio, embora seja uma palavra invariável, admite flexão de grau: O fato aconteceu cedo. (advérbio não flexionado) O fato aconteceu cedinho. (advérbio flexionado) Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem se fala. Pronomes Pessoais Do Caso Reto Pronomes pessoais do caso reto são os que desempenham a função sintática de sujeito da oração. São os pronomes: eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas. Pronomes Pessoais Do Caso Oblíquo São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (sujeito de oração reduzida). Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição. Pronomes oblíquos átonos: Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Pronomes oblíquos tônicos: Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. Agora, observe a oração Sei que não será fácil para mim conseguir o empréstimo. O pronome mim NÃO é sujeito do verbo conseguir, como à primeira vista possa parecer. Analisando mais detalhadamente, teremos o seguinte: O sujeito do verbo ser é a oração conseguir o empréstimo, pois que não será fácil? Resposta: conseguir o empréstimo, portanto há uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, que é a oração que funciona como sujeito, tendo o verbo no infinitivo. O verbo ser é verbo de ligação, portanto fácil é predicativo do sujeito. O adjetivo fácil exige um complemento, pois conseguir o empréstimo não será fácil para quem? Resposta: para mim, que funciona como complemento nominal. Ademais a ordem direta da oração é esta: Conseguir o empréstimo não será fácil para mim. 02) Se, si, consigo Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca. Ex. Quem não se cuida, acaba ficando doente. Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho. Gilberto trouxe consigo os três irmãos. 03) Com nós, com vós / Conosco, convosco Usa-se com nós ou com vós, quando, à frente, surgir qualquer palavra que indique quem "somos nós" ou quem "sois vós". Ex. 34 Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas. As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade. Ele disse que sairia com nós dois. 03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em mos, seguido de nos ou devos, retira-se a terminação -s. 04) Dele, do + subst. / De ele, de o + subst. Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados com a preposição de. Ex. Ex. Recolhemo-nos cedo todos os dias. É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade. 04) Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação s. No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra. Ex. 05) Pronomes Oblíquos Átonos Obedecemos-lhe cegamente. Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os as, lhes. Eles podem exercer diversas funções sintáticas nas orações. São elas: Tu obedeces-lhe? A) Objeto Direto Os pronomes que funcionam como objeto direto são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as. Ex. Quando encontrar seu material, traga-o até mim. Respeite-me, garoto. Levar-te-ei a São Paulo amanhã. Notas: Encontramo-nos ontem à noite. B) Objeto Indireto Os pronomes que funcionam como objeto indireto são me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Ex. Traga-me as apostilas, quando as encontrar. Obedecemos-lhe cegamente. C) Adjunto adnominal Os pronomes que funcionam como adjunto adnominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando indicarem posse (algo de alguém). Ex. 01) Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes o, a, os, as se transformarão emno, na, nos, nas. Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança dele) Ex. Roubaram-me os documentos. (os documentos de alguém - meus) Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. D) Complemento nominal 02) Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo, la, los, las. Os pronomes que funcionam como complemento nominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando complementarem o sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo a alguém, não provindo a preposição a de um verbo). Ex. Ex. Quando encontrarem as apostilas, deverão trazêlas até mim. Tenha-me respeito. (respeito a alguém) Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor. As apostilas, tu perde-las toda semana. (Pronuncia-se pérde-las) É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém) E) Sujeito acusativo 35 Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando estiverem em um período composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir, e um verbo no infinitivo ou no gerúndio. Ex. Deixei-a entrar atrasada. Junção de tudo = Encontrei o garoto que você estava procurando. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto que ... Restante da outra oração = ... Encontrei Mandaram-me conversar com o diretor. Junção de tudo = Você estava procurando o garoto que encontrei. Pronomes Relativos 02) Eu vi o rapaz. O rapaz era seu amigo. O Pronome Relativo Que Substantivo repetido = rapaz Este pronome deve ser utilizado com o intuito de substituir um substantivo (pessoa ou "coisa"), evitando sua repetição. Na montagem do período, deve-se colocá-lo imediatamente após o substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente. Colocação do pronome após o substantivo = Eu vi o rapaz que ... Por exemplo, nas orações Roubaram a peça. A peça era rara no Brasil há o substantivo peçarepetido. Pode-se usar o pronome relativo que e, assim, evitar a repetição de peça. O pronome será colocado após o substantivo. Então teremos Roubaram a peça que... Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração: ...era rara no Brasil, ficando Roubaram a peça que era rara no Brasil. Pode-se, também, iniciar o período pela outra oração, colocando o pronome após o substantivo. Então, tem-se A peça que... Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração: ...roubaram, ficando A peça que roubaram... . Finalmente, conclui-se a oração que se havia iniciado: ...era rara no Brasil, ficando Restante da outra oração = ... Era seu amigo. Junção de tudo = Eu vi o rapaz que era seu amigo. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = O rapaz que ... Restante da outra oração = ... Eu vi ... Finalização da oração que se havia iniciado = ... Era seu amigo Junção de tudo = O rapaz que eu vi era seu amigo. 03) Nós assistimos ao filme. Vocês perderam o filme. Substantivo repetido = filme Colocação do pronome após o substantivo = Nós assistimos ao filme que ... Restante da outra oração = ... Vocês perderam. A peça que roubaram era rara no Brasil. Outros exemplos: 01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto. Substantivo repetido = garoto Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto que ... Restante da outra oração = ... Você estava procurando. Junção de tudo = Nós assistimos ao filme que vocês perderam. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = Vocês perderam o filme que ... Restante da outra oração = ... Nós assistimos Junção de tudo = Vocês perderam o filme que nós assistimos. Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a primeira oração énós assistimos ao filme, porém, na junção, a 36 prep. A desapareceu. Portanto o período está inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo do restante da outra oração exigir preposição, devese colocá-la antes do pronome relativo. Então teremos: Vocês perderam o filme a que nós assistimos. 04) O gerente precisa dos documentos. O assessor encontrou os documentos Substantivo repetido = documentos Colocação do pronome após o substantivo = O gerente precisa dos documentos que ... Restante da outra oração = ... O assessor encontrou Junção de tudo = O gerente precisa dos documentos que o assessor encontrou. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = O assessor encontrou os documentos que ... Restante da outra oração = ... O gerente precisa. O verbo precisar está usado com a prep. De, portanto ela será colocada antes do pronome relativo. Junção de tudo = O assessor encontrou os documentos de que o gerente precisa. Obs: O pronome que pode ser substituído por o qual, a qual, os quais e as quais sempre. O gênero e o número são de acordo com o substantivo substituído. Os exemplos apresentados ficarão, então, assim, com o que substituído por qual: Encontrei o livro o qual você estava procurando. Você estava procurando o livro o qual encontrei. O Pronome Relativo Cujo Este pronome indica posse (algo de alguém). Na montagem do período, deve-se colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo) Por exemplo, nas orações Antipatizei com o rapaz. Você conhece a namorada do rapaz. O substantivo repetido rapaz possui namorada. Deveremos, então usar o pronome relativo cujo, que será colocado entre o possuidor e o possuído: Algo de alguém = Alguém cujo algo. Então, tem-se a namorada do rapaz = o rapaz cujo a namorada. Não se pode, porém, usar artigo (o, a, os, as) depois de cujo. Ele deverá contrair-se com o pronome, ficando: cujo + o = cujo; cujo + a = cuja; cujo + os = cujos; cujo + as = cujas. Então a frase ficará o rapaz cuja namorada. Somando as duas orações, tem-se: Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece. Outros exemplos: 01) A árvore foi derrubada. Os frutos da árvore são venenosos. Substantivo repetido = árvore - o substantivo repetido possui algo. Algo de alguém = Alguém cujo algo: os frutos da árvore = a árvore cujos frutos. Somando as duas orações, tem-se: A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada. Começando pela outra oração: Colocação do pronome que após o substantivo = Os frutos da árvore que... Restante da outra oração = ...foi derrubada ... Eu vi o rapaz o qual é seu amigo. O rapaz o qual vi é seu amigo. Nós assistimos ao filme o qual vocês perderam. Vocês perderam o filme ao qual nós assistimos. O gerente precisa dos documentos os quais o assessor encontrou. O assessor encontrou os documentos dos quais o gerente precisa. Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva. Finalização da oração que se havia iniciado = ...são venenosos Junção de tudo = Os frutos da árvore que foi derrubada são venenosos. 02) O artista morreu ontem. Eu falara da obra do artista. Substantivo repetido = artista - o substantivo repetido possui algo. 37 Algo de alguém = Alguém cujo algo: a obra do artista = o artista cuja obra. Somando as duas orações, tem-se: xemplo na oração A garota que conheci está em minha sala, o pronome que funciona como objeto direto. Substituindo pelo pronome quem, tem-se O artista cuja obra eu falara morreu ontem. Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a segunda oração é: Eu falara da obra do artista, porém, na junção, a prep. De desapareceu. Portanto o período está inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo da oração subordinada adjetiva exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então, tem-se: O artista de cuja obra eu falara morreu ontem. 03) As pessoas estão presas. Eu acreditei nas palavras das pessoas. Substantivo repetido = pessoas - o substantivo repetido possui algo. Algo de alguém = Alguém cujo algo: as palavras das pessoas = as pessoas cujas palavras. Somando as duas orações, tem-se As pessoas cujas palavras acreditei estão presas. O verbo acreditar está usado com a prep. Em, portanto ela será colocada antes do pronome relativo. As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas. Começando pela outra oração: Colocação do pronome que após o substantivo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que ... Restante da outra oração = ... Estão presas A garota a quem conheci ontem está em minha sala. Há apenas uma possibilidade de o pronome quem não ser precedido de preposição: quando funcionar como sujeito. Isso só ocorrerá, quando possuir o mesmo valor de o que, a que, os que, as que, aquele que, aquela que, aqueles que, aquelas que, ou seja, quando puder ser substituído por pronome demonstrativo (o, a, os, as, aquele, aquela, aqueles, aquelas) mais o pronome relativo que. Por exemplo: Foi ele quem me disse a verdade = Foi ele o que me disse a verdade. Nesses casos o pronome quem será denominado de Pronome Relativo Indefinido. Na montagem do período, deve-se colocar o pronome relativo quem imediatamente após o substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente. Por exemplo: nas orações Este é o artista. Eu me referi ao artista ontem, há o substantivoartista repetido. Pode-se usar o pronome relativo quem e, assim, evitar a repetição de artista. O pronome será colocado após o substantivo. Então, tem-se Este é o artista quem... Este quem está no lugar da palavra artista da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração: ...eu me referi ontem, ficando Este é o artista quem me referi ontem. Como o verbo referir-seexige a preposição a, ela será colocada antes do pronome relativo. Então tem-se: Junção de tudo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que estão presas. Este é o artista a quem me referi ontem. Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva. Não se pode iniciar o período pela outra oração, pois o pronome relativo quem só funciona como sujeito, quando puder ser substituído por o que, a que, os que, as que, aquele que, aqueles que, aquela que, aquelas que. O Pronome Relativo Quem Este pronome substitui um substantivo que representa uma pessoa, evitando sua repetição. Somente deve ser utilizado antecedido de preposição, inclusive quando funcionar como objeto direto, Nesse caso, haverá a anteposição obrigatória da prep. A, e o pronome passará a exercer a função sintática de objeto direto preposicionado. Por e- Outros exemplos: 01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto. Substantivo repetido = garoto Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto quem... 38 Restante da outra oração = ...você estava procurando. Junção de tudo = Encontrei o garoto quem você estava procurando. Como procurar é verbo transitivo direto, o pronome quem funciona como objeto direto. Então, deve-se antepor a prep.a ao pronome relativo, funcionando como objeto direto preposicionado. Encontrei o garoto a quem você estava procurando. É sempre antecedido de artigo, que concorda com o elemento antecedente, ficando o qual, a qual, os quais, as quais. Se a preposição que anteceder o pronome relativo possuir duas ou mais sílabas, só poderemos usar o pronome qual, e não que ou quem. Então só se pode dizer O juiz perante o qual testemunhei. Os assuntos sobre os quais conversamos, e não O juiz perante quem testemunhei nem Os assuntos sobre que conversamos. Começando pela outra oração: Outro exemplo: Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto quem ... Meu irmão comprou o restaurante. Eu falei a você sobre o restaurante. Restante da outra oração = ... Encontrei Substantivo repetido = restaurante Junção de tudo = Você estava procurando o garoto quem encontrei. Novamente objeto direto preposicionado: Você estava procurando o garoto a quem encontrei. 02) Aquele é o homem. Eu lhe falei do homem. Substantivo repetido = homem Colocação do pronome após o substantivo = Aquele é o homem quem... Restante da outra oração = ...lhe falei. Junção de tudo = Aquele é o homem quem lhe falei. Como falar está usado com a prep. De, deve-se antepô-la ao pronome relativo, ficando Colocação do pronome após o substantivo = Meu irmão comprou o restaurante que ... Restante da outra oração = ... Eu falei a você. Junção de tudo = Meu irmão comprou o restaurante que eu falei a você. Observe que o verbofalar, na oração apresentada, foi usado com a preposição sobre, que deverá ser anteposta ao pronome relativo: Meu irmão comprou o restaurante sobre que eu falei a você. Como a preposição sobre possui duas sílabas, não se pode usar o pronome que, e sim o qual, ficando, então: Meu irmão comprou o restaurante sobre o qual eu falei a você. Aquele é o homem de quem lhe falei. O Pronome Relativo Onde Não se esqueça disto: Este pronome tem o mesmo valor de em que. O pronome relativo quem somente deve ser utilizado antecedido de preposição; Sempre indica lugar, por isso funciona sintaticamente como Adjunto Adverbial de Lugar. Quando for objeto direto, será antecedido da prep. A, transformando-se em objeto direto preposicionado; Se a preposição em for substituída pela prep. Somente funciona como sujeito, quando puder ser substituído por o que, os que, a que, as que, aquele que, aqueles que, aquela que, aquelas que. O Pronome Relativo Qual Este pronome tem o mesmo valor de que e de quem. A ou pela prep. De, substituiremos onde por aondee donde, respectivamente. Por exemplo: O sítio aonde fui é aprazível. A cidade donde vim fica longe. Será Pronome Relativo Indefinido, quando puder ser substituído por O lugar em que. Por exemplo, na frase: Eu nasci onde você nasceu. = Eu nasci no lugar em que você nasceu. Outro exemplo: 39 Eu conheço a cidade. Sua sobrinha mora na cidade. Substantivo repetido = cidade Colocação do pronome após o substantivo = Eu conheço a cidade que... a 1 - Vossa Excelência - V. Ex. - Presidente da República, Senadores da República, Ministro de Estado, Governadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos, Embaixadores, Vereadores, Cônsules, Chefes das Casas Civis e Casas Militares. Restante da outra oração = ... Sua sobrinha mora. 2 - Vossa Magnificência - V. M. - Reitores de Universidade Junção de tudo = Eu conheço a cidade que sua sobrinha mora. O verbo morar exige a prep.em, pois quem mora, mora em algum lugar. Então: 3 - Vossa Senhoria - V. S. - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais. Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora. Eu conheço a cidade na qual sua sobrinha mora. Eu conheço a cidade onde sua sobrinha mora. O Pronome Relativo Quanto a Judiciárias Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para a 1 - Vossa Excelência - V. Ex. - Desembargador da Justiça, curador, promotor 2 - Meritíssimo Juiz - M. - Juiz, Juízes de Direito a Este pronome é sempre antecedido de tudo, todos ou todas, concordando com esses elementos (quanto, quantos, quantas). Ex: Fale tudo quanto quiser falar. 3 - Vossa Senhoria - V. S. - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais Militares Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para a Traga todos quantos quiser trazer. Beba todas quantas quiser beber. Pronomes de Tratamento 1 - Vossa Excelência - V. Ex. - Oficiais generais (até coronéis) a 2 - Vossa Senhoria - V. S. - Outras patentes militares a São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. Embora opronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a concordância deve ser feita com aterceira pessoa. Usa-se Vossa, quando conversamos com a pessoa, e Sua, quando falamos da pessoa. 3 - Vossa Senhoria - V. S. - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais Autoridades Eclesiásticas Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para 1 - Vossa Santidade - V. S. - Papa Ex. Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não com as dele. 2 - Vossa Eminência Reverendíssima - V. a a Em. Revm. - Cardeais, arcebispos e bispos a Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente. 3 - Vossa Reverendíssima - V. Revm - Abades, superiores de conventos, outras autoridades eclesiásticas e sacerdotes em geral Eis uma pequena lista de pronomes de tratamento: Autoridades Monárquicas Autoridades De Estado Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para Civis 1 - Vossa Majestade - V. M. - Reis e Imperadores Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para 2 - Vossa Alteza - V. A. - Príncipe, Arquiduques e Duques 40 a 3 - Vossa Reverendíssima - V. Revm - Abades, superiores de conventos, outras autoridades eclesiásticas e sacerdotes em geral Outras Autoridades Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para a Menino! Cuidado para não machucar os pés! 04) Não se devem usar pronomes possessivos diante da palavra casa, quando for a residência da pessoa que estiver falando. Ex. Acabei de chegar de casa. 1 - Vossa Senhoria - V. S. - Dom Estou em casa, tranqüilo. 2 - Doutor - Dr. - Doutor Pronomes Demonstrativos 3 – Comendador - Com. - Comendador 4 – Professor - Prof. – Professor Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres no tempo e no espaço, em relação às pessoas do discurso. São os seguintes: Pronomes Possessivos 01) Este, esta, isto: São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s). São usados para o que está próximo da pessoa que fala e para o tempo presente. Ex. Empregos dos pronomes possessivos: Este chapéu que estou usando é de couro. 01) O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar duplo sentido à frase (ambigüidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela, deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses elementos. Ex. Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos. De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está ambígua. Para tirar a ambigüidade, coloca-se, após o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos: se for Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Este ano está sendo cheio de surpresas. 02) Esse, essa, isso: São usados para o que está próximo da pessoa com quem se fala, para o tempo passado recente e para o futuro. Ex. Esse chapéu que você está usando é de couro? 2003. Esse ano será envolto em mistérios. Em novembro de 2001, inauguramos a loja. Até esse mês, nada sabíamos sobre comércio. 03) Aquele, aquela, aquilo: Pode-se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela). São usados para o que está distante da pessoa que fala, e da pessoa com quem se fala e para o tempo passado remoto. 02) É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos. Ex. Ex. Trate bem seus amigos. Ou Trate bem os seus amigos. Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época, Londrina era uma cidade pequena. 03) Não se devem usar pronomes possessivos diante de partes do próprio corpo. Ex. Outros usos dos demonstrativos: Amanhã, irei cortar os cabelos. Vou lavar as mãos. Aquele chapéu que ele está usando é de couro? 01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este, esta, isto para o que ainda vai ser dito ou escrito, e esse, essa, isso para o que já foi dito ou escrito. 41 Ex. Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade a permitiu. Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A verdade é essa. 02) Usa-se este, esta, isto em referência a um termo imediatamente anterior. um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais... Usos de alguns pronomes indefinidos: 01) Todo: O pronome indefinido todo deve ser usado com artigo, se significar inteiro e o substantivo à sua frente o exigir; caso signifique cada ou todos não terá artigo, mesmo que o substantivo exija. Ex. Ex. O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada. Quando interpelei Roberval, este assustou-se inexplicavelmente. 03) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se este, esta, isto em relação ao que foi mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar. Ex. Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele. Todo dia telefono a ela. (Todos os dias) Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro) Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não admite artigo) 02) Todos, todas: Os pronomes indefinidos todos e todas devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir. Ex. Todos os colegas o desprezam. Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas. Todas as meninas foram à festa. 04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s). 03) Algum: Ex. Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou) Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu) Pronomes Indefinidos Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais, algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, (além das locuções pronominais indefinidas): cada Todos vocês merecem respeito. O pronome indefinido algum tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando estiver depois do substantivo. Ex. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo) Algum amigo o ajudará. (Alguém) 04) Certo: A palavra certo será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo. Ex Certas pessoas não se preocupam com os demais. As pessoas certas sempre nos ajudam. 05) Qualquer: O pronome indefinido qualquer não deve ser usado em sentido negativo. Em seu lugar, deve-se 42 usar algum, posteriormente ao substantivo, ou nenhum. Advérbio Palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, expressando uma circunstância. Exemplos: Ali:lá,naquele lugar. Não: expressa negação. Logo: prontamente, imediatamente. Preposição Termo que subordina uma palavra a outra. Exemplos: Livro de João, peso sobre o papel, espaço entre as árvores, morava em Belo Horizonte. Conjunção Termo que liga duas palavras, dois membros de uma oração ou duas orações. Exemplos: E: exprime ideia de adição (aditiva). Mas: relaciona pensamentos em contraste ou oposição. Quando: conjunção temporal. Se: conjunção que exprime condição. Ex. Ele entrou na festa sem qualquer problema. Essa frase está inadequada gramaticalmente. O adequado seria: Ele entrou na festa sem problema algum. Ele entrou na festa sem nenhum problema. Pronomes Interrogativos São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. Ex. Que farei agora? - Interrogativa direta. Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta. Qual é o seu nome? - Interrogativa direta. Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. Interrogativa indireta. Notas: 01) Na expressão interrogativa Que é de? Subentende-se a palavra feito: Que é do sorriso? (= Que é feito do sorriso? ), Que é dele? (= Que é feito dele?). Nunca se deve usar quédê, quedê ou cadê, pois essas palavras oficialmente não existem, apesar de, no Brasil, o uso de cadê ser cada dia mais constante. 02) Não se deve usar a forma o que como pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser que o pronome seja colocado depois do verbo. Flexão Verbal Dentre todas as classe gramaticais, a que mais se apresenta passível de flexões é a representada pelos verbos. Flexões estas relacionadas a: Pessoa– Indica as três pessoas relacionadas ao discurso, representadas tanto no modo singular, quanto no plural. Número – Representa a forma pela qual o verbo se refere a essas pessoas gramaticais. Ex. Que você fará hoje à noite? E não: O que você fará hoje à noite? Que queres de mim? E não: O que queres de mim? Você fará o quê? Classes gramaticais Função ou sentido Por meio dos exemplos em evidência, podemos constatar que o processo verbal se encontra devidamente flexionado, tendo em vista as pessoas do discurso (eu, tu, ele, nós, vós, eles). Tempo – Relaciona-se ao momento expresso pela ação verbal, denotando a ideia de um processo ora concluído, em fase de conclusão ou que ainda está para concluir, representado pelo tempo presente, pretérito e futuro. 43 Modo – Revela a circunstância em que o fato verbal ocorre. Assim expresso: Modo indicativo – exprime um fato certo, concreto. Modo subjuntivo – exprime um fato hipotético, duvidoso. Modo imperativo – exprime uma ordem, expressa um pedido. Para que possamos constatar acerca de todos esses pressupostos, basear-nos-emos no caso do verbo cantar, tendo em vista o modo indicativo. Modo Indicativo Quando falamos em semântica, falamos em significação. Ora, quando digo que vamos estudar a semântica dos modos e tempos verbais, quero dizer que estudaremos o que eles significam, quais os significados que carregam. Estudaremos as semânticas dos modos e tempos verbais, isto quer dizer que estudaremos o que cada modo e cada tempo significam. Semântica dos MODOS e TEMPOS Verbais O modo verbal é aquilo que vai mostrar minha posição de dúvida, de certeza, de desejo, de ordem a respeito da ação expressa pelo verbo. Vamos ver como funciona na prática? Modo Imperativo O que é imperar? Segundo o dicionário é dominar, governar, reinar, estabelecer. Pensando assim, entendemos a semântica (agora que já sabemos que semântica é o mesmo que significação) deste modo. O imperativo é o modo que dá uma ordem, um conselho, uma dica, uma súplica, uma sugestão ou faz um pedido. Voz Ex.: Faça o dever. A voz verbal caracteriza a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, classificada em: Leia com atenção. Voz ativa – o sujeito é o agente da ação verbal. Os professores aplicaram as provas. Voz passiva – o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo. Pare. Não faça isso. Não confiemos tanto nas pessoas. Não desistamos de nossos ideais. As provas foram aplicadas pelos professores. Voz reflexiva – o sujeito, de forma simultânea, pratica e recebe a ação verbal. O garoto feriu-se com o instrumento. Voz reflexiva recíproca – representa uma ação mútua entre os elementos expressos pelo sujeito. Os formandos cumprimentaram-se respeitosamente. Compartilhe com outro link que explora sobre as vozes verbais de modo mais aprofundado. Passaremos a estudar agora o verbo, sob o ponto de vista da semântica. ~> Estudamos o tipo textual injuntivo e vemos que ele é o tipo textual usado por quem dá umaordem. Dissemos que ele utiliza o modo verbal imperativo. Agora tudo ficou mais claro, não? ~> Outra observação a respeito do imperativo é a confusão que podemos fazer ao usá-lo no ―nós‖, por não estarmos acostumados a conjuga-lo desta maneira. Uma dica é transpor para a segunda ou terceira pessoa do singular, para que vejamos com mais clareza que é uma forma imperativa e não confundamos com o subjuntivo. Além disso, veremos mais à frente que o subjuntivo depende sempre de uma subordinação, o que não ocorre com o subjuntivo. Mas o que é semântica? 44 Não desistamos de nossos ideais. ~> Não desista de seus ideais. Não confiemos tanto nas pessoas. ~> Não confie tanto nas pessoas. O modo imperativo é formado a partir do presente do indicativo e ele não se subdivide em tempos. Modo Subjuntivo O modo subjuntivo está ligado à subjetividade. Subjetividade diz respeito aos nossos julgamentos de valor, às nossas opiniões, à nossa singularidade de pensamento. O modo subjuntivo sempre vai exprimir uma avaliação subjetiva das ações expressas pelo verbo; portanto, ele é o modo da incerteza, do desejo, da possibilidade. A semântica do subjuntivo nunca será de certeza, mas sempre de possibilidade, dúvida, irrealidade. Ex.: Futuro do Subjuntivo Marca formal que o identifica: R Ex.: Quando eu chegar, abra a porta. Se eu for, te avisarei antes. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Marcas formais que o identificam: SSE Ex.: Se você deixasse, eu iria. Se eu pudesse, eu faria. Modo Indicativo Quero que ele venha. O modo indicativo é o mais versátil. Ele é o único que afirma, que fala com certeza. Porém, isso não impede que ele possa trabalhar também com a dúvida e com a possibilidade. Se ele viesse seria muito bom. Ex.: Se você fizesse o dever regularmente, tudo seria mais fácil. Eu sei que ele vem. Espero que ele venha. ~> Como já dissemos antes, o verbo no subjuntivo tem uma particularidade. Ele ocorre somente em estruturas subordinadas. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que ele vai aparecer em uma estrutura dependente de um outro verbo – quero (verbo do qual o subjuntivo depende) que elevenha (subjuntivo), ou dependente de um nome – talvez (nome do qual o subjuntivo depende) elevenha (subjuntivo). ~> O modo subjuntivo se subdivide em três tempos: presente, futuro e pretérito imperfeito. Não daremos tanta importância à semântica desses tempos pois não é o foco do vestibular; falaremos apenas das marcas formais que os identificam. Presente do Subjuntivo Marcas formais que o identificam: E/A Ex.: Eu acho que tudo dará certo. Eu fiz todo o dever. Eu não saí ontem. Além disso, vimos que o modo subjuntivo somente ocorre em uma estrutura subordinada, dependente de um nome ou de um outro verbo. O indicativo, por sua vez, pode ou não ocorrer em uma estrutura subordinada. Ex.: Eu não sei nada da matéria! (estrutura sem subordinação, não depende de nenhuma outra) Eu quero que tudo dê certo. O dê está subordinado ao verbo quero, não poderia existir sem ele. Não existe a frase tudo dê certo, parece que falta algo, não é? Essa sensação de que falta algo é por causa da subordinação. Quero que você trabalhe. Tomara que ele venha. 45 O modo indicativo se divide em presente, pretérito e futuro e os tempos pretérito e futuro se subdividem também. Vamos ver. Em 1808, a família real chega ao Brasil. Após falar isso, Isabela sai, sem ao menos olhar pra trás. Presente do Indicativo d) Futuro Tempo verbal é a categoria que indica quando aconteceu a ação expressa pelo verbo, em relação a outro marco temporal. Em geral, os fatos são considerados no tempo em relação à enunciação, ou seja, ao momento em que se fala. Porém, há dois tempos no modo indicativo um pouco diferentes e que veremos mais à frente. Por enquanto, vamos nos deter ao presente do indicativo. Vimos que o modo indicativo é o mais versátil, devido às variadas semânticas que ele possui em relação aos outros modos. O presente do indicativo pode indicar um fato que ainda vai ocorrer, este uso é muito comum na linguagem coloquial, no nosso falar cotidiano. Ex.: Na próxima semana eu vou à sua casa. Amanhã eu te ligo sem falta. e) Verdade absoluta O presente do indicativo pode indicar uma verdade absoluta, um fato constante e que todos concordam uma verdade universal. Ex.: Agora vamos ver que o presente do indicativo é o tempo mais versátil em relação aos outros tempos, é o que possui a maior quantidade de possibilidades semânticas, é o que pode adquirir maior quantidade de significados. a) Rotina O presente do indicativo pode indicar um fato rotineiro, que costuma acontecer com frequência. A terra gira em torno do sol. A água ferve a 100ºC. Pretérito Perfeito do Indicativo O pretérito perfeito do indicativo, assim como o presente do indicativo, não possui marca formalde modo ou tempo que o identifique. Passemos, então, à análise de seus possíveis significados. Ex.: Sempre acordo às 6 da manhã. Eu estudo todos os dias. b) Fato simultâneo ao momento da fala O presente do indicativo pode indicar um fato que está acontecendo no momento em que se fala. Ex.: Vagner Love chuta a bola para o gol. Estou na casa de uma amiga. c) Passado O presente do indicativo pode indicar um fato que já ocorreu. Em geral, o tipo textual narrativo usa muito o presente com a intenção de aproximar a história do leitor, fazer com que o leitor sinta que está assistindo à história, participando dela. O pretérito perfeito do indicativo é o tempo que indica um passado pontual, um fato que aconteceu e já está acabado. Porém, ele pode também indicar um fato com aspecto durativo, com uma semântica de continuidade. Vejamos. a) Fato pontual no passado Fato pontual no passado é um fato que aconteceu em um momento e terminou, não teve uma duração estendida, sendo, por isto, pontual. Ex.: Ele pulou alto. Joguei futebol ontem. b) Fato durativo no passado Fato durativo é aquele que teve uma duração, ou seja, ocorreu durante algum tempo, mesmo que pequeno. Ex.: 46 Ex.: Ex.: O pai chegou ao local em que o acidente acontecera. Falei no telefone por horas. A ação expressa pelo verbo no pretérito mais que perfeito acontecera, ocorreu antes da ação expressa pelo verbo no pretérito perfeito chegou. Ela leu durante três horas. Pretérito Imperfeito do Indicativo Enquanto o pretérito perfeito pode indicar uma ação que foi concluída no passado, com aspecto durativo ou não, o pretérito imperfeito só pode indicar uma ação com aspecto durativo, uma ação que ocorreu por certo tempo, por isso se chama imperfeito, pois a ação que ele indica não foi finalizada imediatamente, mas demorou algum tempo para ser finalizada ou a ação costumava acontecer. Ex.: Eu jogava bola todos os dias. Eu lia muito na biblioteca. Marcas formais que o identificam: VA/VE/IA/IE Ex.: Eu cantava muito no karaokê antigamente. Vós faláveis demais. Ela lia sem parar Harry Potter. Vós vendíeis bem antigamente. Pretérito Mais Que Perfeito do Indicativo Quando começamos nossa conversa sobre tempo verbal, dissemos que a maioria dos tempos se refere ao momento em que se fala, porém temos exceções. São duas as exceções, uma é o futuro do pretérito, que veremos mais à frente e a outra exceção é o pretérito mais que perfeito. Esses dois tempos não se referem ao momento da enunciação, ou seja, ao momento em que se fala, mas se referem a um momento indicado por um outro verbo. O pretérito mais que perfeito do indicativo não está em relação ao momento da fala, mas a um outro verbo também no pretérito. A ação que o pretérito mais que perfeito indica, ocorreu antesde uma outra, também no passado, por isso ele é chamado de pretérito mais que perfeito, pois ele é passado em relação a um outro fato também ocorrido no passado. Ex.: Ela já fizera o que lhe pedi quando lhe telefonei. Nós já partíramos quando você chegou, desculpe-nos! ~> Atualmente, o pretérito mais que perfeito não é utilizado na fala e tem sido pouco utilizado, inclusive, na escrita, se restringindo à linguagem poética (Pudera não ser tão voluptuosa!); na fala, tende a ser substituído por uma locução de particípio com verbo auxiliar ter ou haver no pretérito imperfeito: Ex.: Ela já fora quando eu cheguei. (pretérito mais que perfeito) Ela já tinha ido quando eu cheguei. (locução verbal: auxiliar ter no pretérito imperfeito + particípio) Ele já fizera o trabalho quando lhe telefonei. (pretérito mais que perfeito) Ele já havia feito o trabalho quando lhe telefonei. (locução verbal: auxiliar haver no pretérito imperfeito + particípio) ~> O pretérito mais que perfeito tem outra particularidade. Além de ele ocorrer em relação a um outro passado, ele pode também ocorrer em expressões exclamativas, algumas cristalizadas, como,por exemplo, Quem me dera! Algumas dessas expressões exclamativas ainda permanecem em uso. Marcas formais que o identificam: RA/RE (átonos) Ex.: Eu já fizera todo o trabalho sozinha quando você me ofereceu ajuda. Vós vendêreis todo o estoque antes de o novo chegar. 2.3.5 Futuro do Presente do Indicativo 47 O futuro do presente do indicativo representa uma ação posterior ao momento em que se fala. Ele pode ter três semânticas. Vejamos a) Futuro em relação ao momento em que se fala O futuro do presente pode indicar um fato que ocorrerá após o momento da enunciação O verbo no futuro do pretérito iria refere-se a um fato que aconteceu depois do fato expresso pelo verbo no pretérito imperfeito sabia. Ir, portanto, é futuro em relação a saber. Ex.: Eu tinha certeza de que ela faria isso. Ele contaria tudo se eu não chegasse a tempo. Ex.: Amanhã vencerei o jogo, não há dúvida. ~> Atualmente, o futuro do pretérito não é utilizado na fala, sendo substituído pelo pretérito imperfeito do indicativo: Amanhã irei à sua casa pela manhã. Ex.: b) Dúvida O futuro do presente pode indicar dúvida de quem fala em relação a um fato. Ocorre em frases interrogativas. Eu sabia que ela iria à casa de minha amiga. (futuro do pretérito) Eu sabia que ela ia à casa de minha amiga. (pretérito imperfeito) Ex.: Será ela a pessoa certa? Tudo dará certo amanhã? c) Ordem O futuro do presente pode indicar uma ordem, equivalendo semanticamente ao imperativo. Ex.: Não matarás. Não roubarás. Marcas formais que identificam o futuro do presente do indicativo: RA/RE (tônicos) Ex.: Amanhã estudarei o dia inteiro. Tem certeza de que fará isso? Futuro do Pretérito do Indicativo O futuro do pretérito não indica um fato futuro em relação ao momento da enunciação, mas um fato futuro em relação a um fato expresso por um outro verbo. Por isso se chama futuro do pretérito, pois ocorreu depois de uma ação do passado; é futuro em relação a esta ação. Se ele soubesse os detalhes, contaria-me tudo. (futuro do pretérito) Se ele soubesse de detalhes, contava-me tudo. (pretérito imperfeito) O futuro do pretérito pode ter, ainda, outras significações a) Polidez O futuro do pretérito pode ser utilizado para pedir um favor, fazer uma solicitação de forma educada. Ex.: Você me emprestaria sua caneta? Você me faria esse favor? b) Dúvida O futuro do pretérito poder indicar dúvida, incerteza. Ex.: Seria ela a pessoa ideal para o cargo? Seríamos nós os vencedores? c) Afastamento do que está sendo dito Ex.: Eu sabia que ela iria à casa de minha amiga. 48 O futuro do pretérito pode ser utilizado com a finalidade de afastamento do que se diz, o enunciador (quem fala) produz uma sentença de dúvida, mas como se aquela opinião não fosse dele, como se aquela opinião fosse de outras pessoas e ele apenas a estaria transmitindo.  · Pretérito perfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo: Ex.: Segundo alguns disseram, João seria o culpado. Espero que ele tenha feito o dever. Ana disse que Mariana viria aqui, eu não sei. Marcas formais que identificam o futuro do presente do indicativo: RIA/RIE Ex.: Exigi que ele fizesse o dever.  · Presente do indicativo + Pretérito perfeito composto do subjuntivo:  · Pretérito imperfeito do indicativo + Maisque-perfeito composto do subjuntivo: Queria que ele tivesse feito o dever.  · Futuro do subjuntivo + Futuro do presente do indicativo: Se você fizer o dever, eu ficarei feliz. Ele acreditou que chegaria a tempo. Comeríeis melhor se não fosseis a um restaurante fast food. Correlação Verbal Damos o nome de correlação verbal à coerência que, em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lógica. Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si. Vejamos este exemplo:  · Pretérito imperfeito do subjuntivo + Futuro do pretérito do indicativo: Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.  · Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + Futuro do pretérito composto do indicativo: Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas.  · Futuro do subjuntivo + Futuro do presente do indicativo: Quando você fizer o dever, dormirei.  · Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição. Parece complicado – mas não é.  · Futuro do subjuntivo + Futuro do presente composto do indicativo: Quando você fizer o dever, já terei dormido. Para tornar mais clara a questão, vejamos o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal: Correlação dos Tempos Verbais  · Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição. Eis as combinações mais frequentes com o Modo Subjuntivo: Presente; Pretérito Imperfeito; o Futuro do Presente e o Mais-que-Perfeito Composto. Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou prováveis. Emprega-se o Presente do Subjuntivo na oração subordinada em correlação com um Indicativo Presente e o Futuro do Presente do Modo Indicativo na oração principal. Correlações Verbais Corretas: Exemplos: Solicito que viaje logo. Solicitarei que viaje logo. A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são concordantes:  · Presente do subjuntivo: do indicativo Exijo que você faça o dever. + Presente Emprega-se o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo na oração subordinada em correlação com umtempo passado do Modo Indicativo na oração principal. Solicitei que viajasse logo. Solicitava que viajasse logo. 49 Solicitara que viajasse logo. Solicitaria queviajasse logo. Usa-se o Futuro do Presente do Subjuntivo na oração subordinada em correlação com o Futuro de Presente do Indicativo na oração principal. Se você viajar, solicitarei imediatamente sua dispensa. Desejava que houvessem feito uma boa prova. Teria feito uma grande festa, se tivessem passadono concurso. Concordância Verbal Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito. a) Sujeito Simples O Mais-que-Perfeito Composto do Subjuntivo é formado com o auxiliar (ter ou haver) tirado derivado do Imperfeito do Subjuntivo mais o verbo principal, que se está conjugando. Usa-se quando se quer indicar uma ação passada anterior a outra ação também passada. Aponta-se uma ação que ocorreu antes de outra ação passada. Emprega-se o Mais-que-Perfeito Composto do Subjuntivo na oração subordinada que tem na oração principal um Pretérito Imperfeito do Indicativo ou um Futuro do Pretérito Composto do Modo Indicativo. Esperava que já tivesse viajado ontem. Teria pedido permissão, se houvesse viajado ontem. Outros exemplos de combinações com o Modo Subjuntivo no Presente, no Pretérito Imperfeito, no Futuro do Presente e no Mais-que-Perfeito Composto na oração subordinada: a) Com o Presente do Subjuntivo (oração subordinada) – Presente do Indicativo (na oração principal): Peço que não minta novamente para mim. b) Com o Presente do Subjuntivo (oração subordinada) – Futuro do Presente do Indicativo (na oração principal): Pedirei que conte honestamente toda a verdade c) Com o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (oração subordinada) – Tempo passado do Modo Indicativo (na oração principal): Apelei que escrevesse. Pedia que falasse. Solicitara que permanecesse conosco. Gostaria que nãoreclamasse tanto! d) Com o Futuro do Presente do Subjuntivo na oração subordinada em correlação com o Futuro de Presente do Indicativo na oração principal. Estarei disponível, quando você quiser. e) Com o Mais-que-Perfeito Composto do Subjuntivo na oração subordinada e o Pretérito Imperfeito do Indicativo ou um Futuro do Pretérito Composto do Modo Indicativo na oração principal. Regra Geral O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos: A orquestra 3ª p. Singular tocou uma valsa longa. 3ª p. Singular Os pares que rodeavam a nós dançavam bem. 3ª p. Plural 3ª p. Plural Observe: As crianças estão animadas Crianças animadas. No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animado está concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se correspondem. Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal. Casos Particulares Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de forma que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir. 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Por Exemplo: 50 A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados: Por Exemplo: Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento. - O homem e o menino estavam perdidos. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos 1 - Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo. Comi delicioso almoço e sobremesa. Provei deliciosa fruta e suco. Flexão de Número Concordância Nominal Concordância nominal nada mais é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em gênero e número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira, merecendo um estudo separado de concordância verbal. REGRA GERAL: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo. - A pequena criança é uma gracinha. - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. CASOS ESPECIAIS: Veremos alguns casos que fogem à regra geral, mostrada acima. a) Um adjetivo após vários substantivos 1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo. - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. 2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Estavam feridos o pai e os filhos. Estava ferido o pai e os filhos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo 1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 2- coloca o substantivo no plural. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. d) Pronomes de tratamento 1 - sempre concordam com a 3ª pessoa. Vossa santidade esteve no Brasil. e) Anexo, incluso, próprio, obrigado 1 - Concordam com o substantivo a que se referem. As cartas estão anexas. A bebida está inclusa. Precisamos de nomes próprios. 2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. Obrigado, disse o rapaz. - Ela tem pai e mãe louros. 1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural. - Ela tem pai e mãe loura. 3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente para o plural. f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) Renato advogou um e outro caso fáceis. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. g) É bom, é necessário, é proibido 51 1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante. Canja é bom. / A canja é boa. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade. m) Meio 1- Como advérbio: invariável. h) Muito, pouco, caro Estou meio insegura. 1- Como adjetivos: seguem a regra geral. 2- Como numeral: segue a regra geral. Comi muitas frutas durante Pouco arroz é suficiente Os sapatos estavam caros. Comi meia laranja pela manhã. a viagem. para mim. n) Só 2- Como advérbios: são invariáveis. 1- apenas, somente (advérbio): invariável. Comi muito durante a viagem. Só consegui comprar uma passagem. Pouco lutei, por isso perdi a batalha. 2- sozinho (adjetivo): variável. Comprei caro os sapatos. Estiveram sós durante horas. i) Mesmo, bastante Regência Nominal e Verbal 1- Como advérbios: invariáveis Regência Nominal Preciso mesmo da sua ajuda. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. É o campo da gramática que estuda a relação sintática que se dá entre os nomes e os respectivos termos regidos por esse nome. 2- Como pronomes: seguem a regra geral. Em português, alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem um complemento precedido por preposição. Seus argumentos foram bastantes para me convencer. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. j) Menos, alerta 1- Em todas as ocasiões são invariáveis. Preciso de menos comida para perder peso. Estamos alerta para com suas chamadas. k) Tal Qual 1- ―Tal‖ concorda com o antecedente, ―qual‖ concorda com o conseqüente. As garotas são vaidosas tais qual a tia. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. l) Possível 1- Quando vem acompanhado de ―mais‖, ―menos‖, ―melhor‖ ou ―pior‖, acompanha o artigo que precede as expressões. A mais possível das alternativas é a que você expôs. Tal complemento exerce a função de integrar o sentido da palavra completada, enriquecendo 2 assim a semântica da oração em questão. O conjunto de complemento regido pela preposição é denominado ―complemento nominal‖, no qual a preposição é definida pela ―regência nominal‖. Regência Nominal é o nome da relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, deve-se levar em conta que muitos nomes seguem exatamente o mesmo regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. - alheio a, de - liberal com - ambicioso de - apto a, para - análogo a - grato a 52 - bacharel em - indeciso em - capacidade de, para - natural de - contemporâneo a, de - nocivo a - contíguo a - paralelo a - curioso a, de - propício a - falto de - sensível a - incompatível com - próximo a, de - inepto para - satisfeito com, de, em, por Na regência verbal, o termo regido pode ser ou não preposicionado. Na regência nominal, ele é obrigatoriamente preposicionado. Regência vem do significado gramatical de reger, ou seja, de determinar a flexão de algum termo. Na regência verbal, o verbo é o regente da oração, enquanto o seu complemento é o termo regido, logo é o que irá ser flexionado. Então, podemos entender por regência verbal a relação que o verbo estabelece com seu complemento (objeto direto ou indireto). Vejamos: 1. O menino levou o livro à biblioteca. 2. A garota comeu o bolo. misericordioso com, - suspeito de para com - preferível a - longe de - propenso a, para - perto de - hábil em Exemplos: Está alheio a tudo. Está apto ao trabalho. Gente ávida por dominar. Contemporâneo da Revolução Francesa. É coisa curiosa de ver. Homem inepto para a matemática. Era propenso ao magistério. Regência Verbal É a relação sintática de dependência que se estabelece entre o verbo — termo regente — e o seu complemento — termo regido. A regência determina se uma preposição é necessária para ligar o verbo a seu complemento. Os termos, quando exigem a presença de outro chamam-se regentes ou subordinantes; os que completam a significação dos anteriores chamamseregidos ou subordinados. Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a regência nominal. Quando o termo regente é um verbo, ocorre a regência verbal. Na segunda oração, o verbo ―comeu‖ é transitivo e exige complemento, veja: comeu o quê? O bolo. Logo, ―comeu‖ é transitivo direto e ―o bolo‖ é objeto direto. Na primeira oração, o verbo ―levou‖ é transitivo direto e exige o complemento (objeto direto) ―o livro‖. O termo que o sucede se refere a um adjunto adverbial de lugar - à bilblioteca. Na análise sintática das orações acima podemos constatar que há uma relação de dependência entre o termo regente (que no caso é um verbo) com o termo regido (complemento). O primeiro precisa do segundo para que tenha sentido. Vejamos mais um exemplo: 1. O menino levou – o. (o= o livro) 2. Ele abdicou do trono. Na primeira oração temos o pronome oblíquo ―o‖ como complemento do verbo ―levou‖ e responde a pergunta: Levou o que? O = o livro. ―O‖, portanto, é um objeto direto. Já na segunda oração o verbo ―abdicou‖ transitivo indireto, pois exige um complemento, porém , precedido de preposição: Abdicou de que? Do trono. A expressão ―do trono‖ é objeto indireto, pois é iniciado com a preposição ―do‖ (preposição de + artigo o). Crase Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A contração se dá na junção de uma preposição com outra palavra. 53 Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a união. Observe: • Aonde (preposição a + advérbio onde) • Ao (preposição a + artigo o) Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja: • da (preposição de + artigo a) • na (preposição em + artigo a) Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso nas orações: a crase. Crase é a junção da preposição ―a‖ com o artigo definido ―a(s)‖, ou ainda da preposição ―a‖ com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais ―a‖ é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à. Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por ―ao‖ e o substantivo feminino por um masculino, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase. Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o ―à‖ por ―ao‖ ficaria Fui ao supermercado. Logo, o uso da crase está correto. Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o ―à‖ por ―ao‖ ficaria Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira. É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente: nas expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na expressão ―à moda‖. Veja: Exemplos: Sairei às duas horas da tarde. À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil. Quero uma pizza à moda italiana. Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia). preposição ―a‖ com o artigo feminino a (s), com o ―a‖ inicial referente aos pronomes demonstrativos – aquela (s), aquele (s), aquilo e com o ―a‖ pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos estes em que tal fusão se encontra demarcada pelo acento grave (`): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais. Trata-se de uma particularidade gramatical de relevante importância, dado o seu uso de modo frequente. Diante disso, compreendermos os aspectos que lhe são peculiares, bem como sua correta utilização é, sobretudo, sinal de competência linguística, em se tratando dos preceitos conferidos pelo padrão formal que norteia a linguagem escrita. Há que se mencionar que esta competência linguística, a qual se restringe a crase, está condicionada aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e nomimal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo ou nome que exige complemento regido pela preposição ―a‖, e o temo regido é aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Como explicitamente nos revela os exemplos a seguir: Refiro-me a(a) funcionária antiga, e não a(a)quela contratada recentemente. Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada recentemente. Notamos que o verbo referir, analisado de acordo com sua transitividade, classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos a alguém. Constatamos que o fenômeno se aplicou mediante os casos anteriormente mencionados, ou seja, fusão da preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela). A fim de ampliarmos nossos conhecimentos sobre as circunstâncias em que se requer ou não o uso da crase, analisaremos: # O termo regente deve prescindir-se de complemento regido da preposição “a”, e o temo regido deve admitir o artigo feminino “a” (s): A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da 54 Exemplos: As informações foram solicitadas à diretora. (preposição + artigo) Nestas férias, faremos uma visita à Bahia. (preposição + artigo) Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) (preposição + pronome demonstrativo) # A letra “a” que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave: Observação Importante: Exemplos: Alguns recursos nos servem de subsídios para que possamos confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns deles: a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação a+o(s), a crase está confirmada. * locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade... * locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de... * Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que. Exemplos: As informações foram solicitadas à diretora. As informações foram solicitadas ao diretor. b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expressão ―voltar da‖, há a confirmação da crase. Exemplos: Faremos uma visita à Bahia. Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) Não me esqueço da viagem a Roma. Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos. Casos passíveis de nota: * Em virtude da heterogênea posição entre autores, o uso da crase torna-se optativo quando se referir a locuções adverbiais que representem meio ou instrumento. Exemplos: O marginal foi morto a bala pelos policiais. (Poderíamos dizer que ele foi morto a tiro) Marcela redige todos os seus trabalhos a máquina. (Poderia ser a lápis) * Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos. Exemplos: Atenção: Nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto adnominal, a crase está confirmada. Exemplos: Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias. Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV) * Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial ―a distância‖. Na praia de Copacabana, observamos a queima de fogos a distância. # A letra ―a‖ dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o temo regente exigir complemento regido da preposição ―a‖. Entretanto, se o referido termo se constituir de forma determinada, teremos uma locução prepositiva. Mediante tal ocorrência, a crase está confirmada. Exemplos: Exemplo: Entregamos a encomenda àquela (preposição + pronome demonstrativo) Iremos (preposição + àquela pronome menina. O pedestre foi arremessado à distância de cem metros. reunião. demonstrativo) - De modo a evitar o duplo sentido, faz-se necessário o emprego da crase. 55 Ensino à distância. Entretanto, se a palavra casa vier acompanhada de um adjunto adnominal, a crase estará confirmada. Ensino a distância. Chegamos todos exaustos à casa de Marcela. # Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da crase. # Antes da palavra “terra”, quando essa indicar chão firme. Exemplo: Exemplo: Ela ficou frente a frente com o agressor. Quando os navegantes regressaram a terra, já era noite. Exemplo: Casos em que não se admite o emprego da crase: # Antes de vocábulos masculinos. Contudo, se o referido termo estiver precedido por um determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá a crase. Exemplos: Paulo As produções escritas a lápis não serão corrigidas. Esta caneta pertence a Pedro. # Quando os pronomes indefinidos “alguma, certa e qualquer” estiverem subentendidos entre a preposição “a” e o substantivo, não ocorrerá a crase. # Antes de verbos no infinitivo. Exemplo: Exemplos: Ele estava a cantar quando seu pai apareceu repentinamente. viajou rumo à sua terra natal. Caso esteja certo, não se submeta a humilhação. (a qualquer humilhação) No momento em que preparávamos para sair, começou a chover. # Antes de pronomes que requerem o uso do artigo. Exemplos: # Antes de numeral. Os livros Exemplo Dei a Cegou a cento e vinte o número de feridos daquele acidente. Observação: Observação: - Nos casos em que o numeral indicar horas, configurar-se-á como uma locução adverbial feminina, ocorrendo, portanto, a crase. ela foram a entregues merecida a mim. recompensa. Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso da crase está confirmado no ―a‖ que os antecede, no caso de o termo regente exigir a preposição. Equivalência e Transformação Os passageiros partirão às dezenove horas. - Diante de numerais ordinais femininos a crase está confirmada, visto que estes não podem ser empregados sem o artigo. As saudações foram direcionadas à primeira aluna da classe. # Antes da palavra casa, quando essa não se apresentar determinada. Notadamente, a construção textual é concebida como um procedimento dotado de grande complexidade, haja vista que o fato de as ideias emergirem com uma certa facilidade não significa transpô-las para o papel sem a devida ordenação. Tal complexidade nos remete à noção das competências inerentes ao emissor diante da elaboração do discurso, dada a necessidade de este se perfazer pela clareza e precisão. Exemplo: Chegamos todos exaustos a casa. Infere-se, portanto, que as competências estão relacionadas aos conhecimentos que o usuário 56 tem dos fatos linguísticos, aplicando-os de acordo com o objetivo pretendido pela enunciação. De modo mais claro, ressaltamos a importância da estrutura discursiva se pautar pela pontuação, concordância, coerência, coesão e demais requisitos necessários à objetividade retratada pela mensagem. Atendo-nos de forma específica aos inúmeros aspectos que norteiam os já citados fatos linguísticos, ressaltamos determinados recursos cuja função se atribui por conferirem estilo à construção textual – o paralelismo sintático e semântico. Caracterizam-se pelas relações de semelhança existente entre palavras e expressões que se efetivam tanto de ordem morfológica (quando pertencem à mesma classe gramatical), sintática (quando há semelhança entre frases ou orações) e semântica (quando há correspondência de sentido entre os termos). Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita indicando que houve a quebra destes recursos, tornando-se imperceptíveis aos olhos de quem a produz, interferindo de forma negativa na textualidade como um todo. Como podemos conferir por meio dos seguintes casos: Ampliando a noção sobre a correta utilização destes recursos, analisemos alguns casos em que eles se aplicam: não só... mas (como) também: A violência não só aumentou nos grandes centros urbanos, mas também no interior. Percebemos que tal construção confere-nos a ideia de adição em comparar ambas as situações em que a violência se manifesta. Quanto mais... (tanto) mais: Atualmente, quanto mais se aperfeiçoa o profissionalismo, mais chances tem de se progredir. Ao nos atermos à noção de progressão, podemos identificar a construção paralelística. Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora: A cordialidade é uma virtude aplicável em quaisquer circunstâncias, seja no ambiente familiar, seja no trabalho. Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a Holanda. Confere-se a aplicabilidade do recurso mediante a ideia de alternância. Constatamos a falta de paralelismo semântico, ao analisarmos que o time brasileiro não enfrentará o país, e sim a seleção que o representa. Reestruturando a oração, obteríamos: Tanto... Durante as quartas-de-final, o time do Brasil vai enfrentar a seleção da Holanda. Se eles comparecessem à reunião, ficaremos muito agradecidos. Quanto: As exigências burocráticas são as mesmas, tanto para os veteranos, quanto para os calouros. Mediante a ideia de adição, acrescida àquela de equivalência, constata-se a estrutura paralelística. Não... Eis que estamos diante de um corriqueiro procedimento linguístico, embora considerado incorreto, sobretudo, pela incoerência conferida pelos tempos verbais (comparecessem/ficaremos). O contrário acontece se disséssemos: Se eles comparecessem à reunião, ficaríamos muito agradecidos. Ambos relacionados à mesma ideia, denotando uma incerteza quanto à ação. E não/nem: Não poderemos contar com o auxílio de ninguém, nem dos alunos, nem dos funcionários da secretaria. Recurso este empregado quando se quer atribuir uma sequência negativa. Por um lado... Por outro: Se por um lado, a desistência da viagem im- 57 plicou economia, por outro, desagradou aos filhos que estavam no período de férias. O paralelismo efetivou-se em virtude da referência a aspectos negativos e positivos relacionados a um determinado fato. Tempos verbais: Se a maioria colaborasse, haveria mais organização. Como dito anteriormente, houve a concordância de sentido proferida pelos verbos e seus respectivos tempos. Reescrita de Frases Antes de discorrermos acerca de um assunto tão importante, convidamos você, caro (a) estudante, a se enlevar mediante as palavras do grandioso mestre de nossas letras, João Cabral de Melo Neto, que, por meio de uma metalinguagem, cumpre bem seu trabalho de lidar com as palavras e deixar claro para nós, leitores, quão grandioso e magnífico é o exercício da escrita. Voltemo-nos a elas, portanto: Catar Feijão 1. Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 2. Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a como o risco. Poema intitulado ―Catar feijão‖, parte constituinte do livro ―Educação pela pedra‖, publicado em 1965. A comparação ora estabelecida parece casar perfeitamente diante daquele momento em que as ideias são elencadas. No entanto, é preciso ser hábil para escolher palavra por palavra, de modo a fazer com que o discurso (as orações, os períodos, os parágrafos) torne-se claro e preciso, atendendo às expectativas de nosso interlocutor. Dessa forma, como aqueles grãos que boiam fora, desnecessários por sinal, algumas palavras também parecem não se encaixar, pois por um motivo ou outro acabam escapando aos nossos olhos. O porquê de escaparem? É simples, haja vista que nesse momento essa habilidade antes mencionada entra em ação e, em meio a esse ínterim, conhecimentos de toda ordem parecem se relacionar, sejam eles de ordem ortográfica, semântica, sintática e, sobretudo, aqueles indispensáveis a todo bom redator: o conhecimento de mundo. Dada essa manifestação, é impossível não abordar um procedimento, tão útil quanto necessário: a reescrita textual. Acredite que, por meio dele, você, enquanto emissor, encontrará os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Vale dizer, contudo, que essa reescrita não deve se dar somente no âmbito de corrigir aqueles possíveis erros... digamos assim... gramaticais. Importantes eles? Sim, sem dúvida alguma, mas não são tudo. Cumpre afirmar que a reescrita deve ir além, haja vista que nos permite reconhecer aquelas ―falhas‖ que certamente seriam reconhecidas por outra pessoa, sobretudo em se tratando do ―teor‖, da ―essência‖ discursiva. Tendo em vista que a coesão representa um dos principais aspectos na produção textual, muitas vezes, mediante a leitura daquilo que escrevemos, constatamos que os parágrafos não se encontram assim tão harmoniosamente ligados como deveriam. Às vezes, uma conjunção ali, um advérbio acolá e um pronome adiante não se encontram bem distribuídos. Outras vezes, percebemos uma quebra de simetria (revelada pela falta de paralelismo), em que uma ideia poderia ter sido expressa de outra forma. Assim, de modo a constatar como esse aspecto assimétrico se manifesta na prática, analise o seguinte enunciado: A leitura é importante, necessária, útil e traz benefícios a todo emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência discursiva. Inferimos que com o uso de ―traz benefícios‖ houve uma quebra de simetria dos adjetivos explicitados (importante, necessária, útil...). Não que isso seja considerado uma falha de grande extensão, mas a ideia ficaria mais clara se outro adjetivo tivesse sido utilizado, justamente para acompanhar o raciocínio antes firmado, ou seja: 58 A leitura é importante, necessária, útil e benéfica a todo emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência discursiva. a) iniciar a Ex.: Então – Parta agora. Outro aspecto, não menos importante, materializa-se pela ―abundância‖ de orações intercaladas, as quais corroboram para a extensão da ideia, fazendo com que o interlocutor perca o ―fio da meada‖ e passe a não entender mais o que se afirma no início da oração. Dessa forma, para que fique um pouco mais claro, analisemos o parágrafo que segue, revelando ser um bom exemplo da ocorrência em questão: b) antes de aposto ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores. Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto. A leitura, esse importante instrumento – o qual o torna mais culto, mais apto a expressar seus pensamentos –, pois amplia significativamente seu vocabulário, contribui para o aperfeiçoamento da escrita. Tudo aquilo que se afirma acerca da eficácia da leitura, ainda que relevante, tornou extensa e cansativa a ideia abordada. Dessa forma, retificando a oração, poderíamos obter como essencial somente estes dizeres, os quais seguem expressos: A leitura contribui para o aperfeiçoamento da escrita. Mediante os pressupostos aqui elencados, acreditamos ter contribuído de forma significativa para que você aprimore ainda mais suas habilidades no que tange à construção textual. E que, por meio da reescrita de suas ideias, possa ser hábil em jogar fora o leve o oco, assim mesmo como ressalta nosso grande mestre, e reelabore seu discurso pautando-se na concretude das palavras, tornando-as claras, precisas, objetivas. Empregos dos Sinais de Pontuação Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc… Veja abaixo a divisão e emprego dos sinais de pontuação: PONTO ( . ) a) indicar o final de uma frase declarativa. Ex.: Lembro-me muito bem dele. b) separar períodos Ex.: Fica comigo. Não vá embora. entre c) nas Ex.: Av.; V. Ex.ª abreviaturas. DOIS-PONTOS ( : ) si. fala o dos padre personagens: respondeu: c) antes de citação. Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: ―Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.‖ RETICÊNCIAS ( … ) a) indicar dúvidas ou hesitação do falante. Ex.: Sabe…eu queria te dizer que…esquece. b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta. Ex.: – Alô! João está? – Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde… c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia. Ex.: ―Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-derosa…‖ (Cecília- José de Alencar) d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita. Ex.: ―Quando penso em você (…) menos a felicidade.‖ (Canteiros – Raimundo Fagner) PARÊNTESES ( () ) a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas. Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas. ―Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. ― (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha) Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão. PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) a) Após vocativo. Ex.: ―Parte, Heliel! ― ( As violetas de Nossa Sra.Humberto de Campos). b) Ex.: Cale-se! Após imperativo. 59 c) Ex.: Ufa! Ai! Após interjeição. Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você. As pessoas, muitas vezes, são falsas. d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional. Ex.: Que pena! d) separar elementos de uma enumeração. Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestrede-obras. PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? ) e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo. Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem. a) Em perguntas Ex.: Como você se chama? diretas. b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação. Ex.: – Quem ganhou na loteria? – Você. – Eu?! f) separar conjunções intercaladas. Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva. g) separar o complemento pleonástico antecipado. Ex.: A mim, nada me importa. VÍRGULA ( , ) É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena. Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Não se separam por vírgula:  predicado de sujeito;  objeto de verbo;  adjunto adnominal de nome;  complemento nominal de nome;  predicativo do objeto do objeto; h) isolar o nome de lugar na indicação de datas. Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001. i) separar termos coordenados assindéticos. Ex.: ―Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua…‖ (Caetano Veloso) j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo). Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir) Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política. Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará. Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório. Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.  oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). A vírgula entre orações A vírgula no interior da oração a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro. É utilizada nas seguintes situações: a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café. A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país. b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem. c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. É utilizada nas seguintes situações: b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame. Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção: 60 1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. 2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal. Ex.: ―No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho.‖( O selvagem – José de Alencar) d) separar as orações intercaladas. Ex.: ―- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando…‖ fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (…) ‖ (O visconde de Inhomerim – Visconde de Taunay) TRAVESSÃO ( – ) a) dar início à fala de um personagem. Ex.: O filho perguntou: – Pai, quando começarão as aulas? b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos. – Doutor, o que tenho é grave? – Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom. c) unir grupos de palavras que indicam itinerário. Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado. Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas. Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe. ASPAS ( “ ” ) Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: ―Senhor – disse o velho – tenho grandes contentamentos em a estar plantando…‖ a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares. e) separar as orações substantivas antepostas à principal. Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei. Ex.: Maria ganhou um apaixonado ―ósculo‖ do seu admirador. A festa na casa de Lúcio estava ―chocante‖. Conversando com meu superior, dei a ele um ―feedback‖ do serviço a mim requerido. PONTO-E-VÍRGULA ( ; ) a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc. Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares: I- advertência; b) indicar uma citação textual. Ex.: ―Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala‖. ( O prazer de viajar – Eça de Queirós) II- suspensão; III- demissão; IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade; Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ‗ ‗ ) Recursos alternativos para pontuação: V- destituição de cargo em comissão; Parágrafo ( § ) VI- destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo) Chave ( { } ) Colchete ( [ ] ) b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula. Barra ( / ) Denotação e Conotação Ex.: ―O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no 61 Você sabe o que é denotação? E conotação? Para entender melhor esses importantes elementos da linguagem, observe as tirinhas: Hagar, o Horrível. Criação de Chris Browne. É comum encontrarmos nas tirinhas recursos expressivos da linguagem, como a conotação Calvin e Haroldo, criação de Bill Watterson. O uso da conotação confere o efeito de humor da tirinha No terceiro quadrinho da primeira tirinha, é possível notar um diálogo interessante entre os amigos Hagar e Eddie Sortudo. A pergunta metafórica feita por Hagar ganhou uma resposta inesperada, visto que seu amigo não compreendeu o sentido conotativo empregado em sua linguagem. A resposta ―Você está aqui porque o dono do bar deixa você pendurar a conta até o fim do mês‖ também utiliza uma linguagem figurativa, pois ―pendurar a conta‖ quer dizer, na verdade, consumir e protelar o pagamento, certo? Na tirinha de Calvin e Haroldo, também encontramos uma expressão empregada em seu sentido metafórico: Quando o valentão Moe diz para Calvin que ele ―vai comer asfalto‖, não esperamos que a ameaça seja cumprida ao pé da letra, mas sabemos que o sentido dado à expressão é negativo. Moe usou o sentido figurado para dizer que Calvin vai passar por ―maus pedaços‖ no quinto ano. Pois bem, temos aí bons exemplos de denotação e conotação. Pois bem, a denotação e a conotação dizem respeito às variações de significado que ocorrem no signo linguístico — elemento que representa o significado e o significante. Em outras palavras, podemos dizer que nem sempre os vocábulos apresentam apenas um significado, podendo apresentar uma variedade deles de acordo com o contexto em que são empregados. Observe o exemplo: Os donos soltaram os cachorros para que eles pudessem passear na fazenda. Eles soltaram os cachorros quando perceberam que foram enganados! Você diria que a expressão ―soltaram os cachorros‖ foi empregada com a mesma intenção nas duas orações? Na primeira, a expressão ―soltaram os cachorros‖ foi utilizada em seu sentido literal, isto é, no sentido denotativo, pois de fato os animais foram liberados para passear. E na segunda oração? Qual sentido você atribuiu à expressão ―soltaram os cachorros‖? Provavelmente você percebeu que ela foi empregada em seu sentido conotativo, pois naquele contexto representou que alguém ficou bravo e acabou se exaltando, perdendo a paciência. Geralmente, a conotação é empregada em uma linguagem específica, que não tenha compromisso em ser objetiva ou literal. Ela é muito encontrada na literatura, que utiliza diversos recursos expressivos para realçar um elaborado trabalho com a linguagem. Nos textos informativos, por exemplo, a conotação dá lugar à denotação, pois a informação deve ser transmitida da maneira mais clara possível, para assim evitar interpretações equivocadas e o efeito de ambiguidade. Sintetizando: Conotação: Sentido mais geral que se pode atribuir a um termo abstrato, além da significação própria. Sentido figurado, metafórico. Denotação: Significado de uma palavra ou expressão mais próximo do seu sentido literal. Sentido real, denotativo. Uso e Sentido das Figuras de Palavras O que são Figuras de Linguagem: As figuras de linguagem são recursos usados na fala ou na escrita para tornar mais expressiva a mensagem transmitida. É muito importante saber identificar as diversas figuras de linguagem, porque desta forma é possível compreender melhor diferentes textos. Compreender e saber usar figuras de estilo nos capacita a usar de forma mais eficaz a linguagem como fenômeno social e nos ajuda a vislumbrar o simbolismo de algumas conversas e obras escritas. As figuras de linguagem podem ser subdivididas em figuras de palavras, figuras de pensamento e figuras de construção. Figuras de Palavras 62 Catacrese: emprego de uma palavra no sentido figurado por não haver um termo próprio. Ex.: a perna dos óculos. Elipse: omissão de um termo que pode ser identificado facilmente. Ex.: no trânsito, carros e mais carros. (há) Metáfora: estabelece uma relação de semelhança ao usar um termo com significado diferente do habitual. Ex.: A menina é uma flor. Pleonasmo: repetição de um termo, redundância. Ex.: subir para cima Comparação: parecida com a metáfora, a comparação é uma figura de linguagem usada para qualificar 1 característica parecida entre dois ou mais elementos. No entanto, no caso da comparação, existe uma palavra de conexão (como, parecia, tal, qual, assim, etc). Ex: "O olhar dela é como a lua, brilha maravilhosamente.". Metonímia: substituição lógica de uma palavra por outra semelhante. Ex.: Beber um copo de vinho. Onomatopeia: imitação Ex.: trrrimmmmm (telefone) de um som. Perífrase: uso de uma palavra ou expressão para designar algo ou alguém. Ex.:Cidade Luz (Paris) Sinestesia: mistura de diferentes impressões sensoriais. Ex.: o doce som da flauta Figuras de Pensamento Antítese: palavras de sentidos opostos. Ex.: bom/mau Paradoxo: referente a duas idéias contraditórias em uma só frase ou pensamento. Ex: "Ainda me lembro daquele silêncio ensurdecedor." Eufemismo: intenção de suavizar um fato ou atitude. Ex.: Foi para o céu (morreu) Hipérbole: exagero intencional. Ex.: morto de sono Ironia: afirmação contrária daquilo que se pensa. Ex.: É um santo! (para alguém com mau comportamento) Prosopopeia ou Personificação: atribuição de predicativos próprios de seres animados a seres inanimados. Ex.: O sol está tímido. Figuras de Construção Aliteração: repetição de um determinado som nos versos ou frases. Ex: o rato roeu a roupa... Anacoluto: alteração da construção normal da frase. Ex.: O homem, não sei o que pretendia. Anáfora: repetição intencional de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido. Ex.: ―Noitemontanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite.Noite à procura, mesmo sem alvo.‖ (Carlos Drummond de Andrade) Polissíndeto: repetição da conjunção entre os termos da oração. Ex.: ―nem o céu, nem o mar, nem o brilho das estrelas‖ Zeugma: omissão de um termo já expresso anteriormente. Ex: Ele gosta de Inglês; eu, (gosto) de Alemão. Gêneros Textuais Históricas. Como Práticas Sócio- Segundo Marcuschi os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social, portanto, são entidades sócio-discurssivas e formas de ação social em qualquer situação comunicativa. Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis e dinâmicos. Passemos para uma simples observação histórica do surgimento dos gêneros que revela um conjunto limitado dos mesmos. Após a invenção da escrita alfabética por volta do século VII a.C., multiplicam-se os gêneros, surgindo os tipos da escrita; os gêneros expandem-se com o surgimento da cultura impressa e atualmente a fase denominada cultura eletrônica, particularmente computador (internet) aparece como uma explosão de novo gênero e forma de comunicação, tanto na oralidade como na escrita. Os gêneros textuais caracterizam-se muito mais por suas funções comunicativas; cognitivas e institucionais, do que por suas peculiaridades lingüísticas e estruturais. Este artigo trás estudos sobre três gêneros textuais relacionados ao meio de comunicação e analisa-os em sua funcionalidade, apontando aspectos de interesse do educador e do educando. Definição E Funcionalidade. Muito se tem falado sobre a diferença entre ―tipos textuais‖ e ―gêneros textuais‖. Alguns teóricos denominam narração; descrição e dissertação como ―modos de organização textual‖, diferenciando-os das terminologias que são considerados ―gêneros textuais‖. Partindo desse pressuposto e pautando-se no estudo de Marcuschi definimos a seguir: 63  Tipos textuais: seqüência definida pela natureza lingüística de sua composição (narração, descrição e dissertação);  Gêneros textuais: são os textos encontrados no nosso cotidiano e apresentam características sócio-comunicativas (carta pessoal ou comercial, diários, agendas, e-mail, orkut, lista de compras, cardápio entre outros). Com referência a Bakhtin (1997), concluímos que é impossível se comunicar verbalmente a não ser por um texto e obriga-nos a compreender tanto as características estruturais (como ele é feito) como as condições sociais (como ele funciona na sociedade).  TIPOS TEXTUAIS VOLTADOS PARA AS FUNÇÕES SOCIAIS DOS TEXTOS.  Informativos;  Expositivos;  Numerados;  Prescritivos;  Literário;  Argumentativo. Segundo Bakhtin (1997), os gêneros são tipos relativamente estáveis de enunciados elaborados pelas mais diversas esferas da atividade humana. Por essa relatividade a que se refere o autor, pode-se entender que o gênero permite certa flexibilidade quanto à sua composição, favorecendo uma categorização no próprio gênero, isto é, a criação de um subgênero. Tipos Textuais Como Ferramenta. Para Bakhtin (1997), quando um indivíduo utiliza a língua, sempre o faz por meio de um tipo de texto ainda que possa não ter consciência dessa, ou seja, a escolha de um tipo é um dos passosse não o primeiro- a ser seguido no processo de comunicação. Por isso, os tipos textuais podem ser uma ferramenta que está a disposição do falante, sendo por ele escolhidos da maneira que melhor lhe convém para, no processo de comunicação, auxiliá-lo na sua expressão lingüística. Tomar um tipo textual como uma estrutura básica normalmente usada em uma determinada situação o torna uma valiosa ―ferramenta‖ que o falante procura, guia e controla para poder expressar a função maior da linguagem que é atingir uma comunicação, em maior ou menor grau argumen- tativo, ou seja, uma comunicação cujo objetivo é efetivamente alcançado e concretizado; daí dizer que a argumentação está inscrita no uso da língua. 5 Observações Sobre Gêneros Textuais: O presente trabalho fundamenta-se teoricamente em reflexões feitas por Bakhtin (2000), Marcuschi (2002), Bronckart (1999) entre outros. De acordo com diversas pesquisas voltadas para a questão dos gêneros textuais e segundo os autores citados acima, já se tornou evidente que os gêneros são fenômenos históricos ligados à vida cultural e social, os quais contribui para a ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. Bronckart (1999) diz ―Conhecer um gênero de texto também é conhecer suas condições de uso, sua pertinência, sua eficácia, ou de forma mais geral, sua adequação em relação às características desse contexto social.‖ (BRONCKART, 1999, p. 48). Como afirmou Bronckart (1999) ―a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, ―o que permite dizer que os gêneros textuais operam como formas de legitimação discursiva. QUADRO 1 – Tipos de composição textual: Descrição É um texto narrativo com predomínio de verbos de ligação que retratam detalhadamente personagens, ambientes e objetos. Narração Texto narrativo em 1ª ou 3ª pessoa que contém enredo, conflito, cenário, tempo e espaço com predomínio de verbos de ação, portanto o diálogo direto é freqüente. Dissertação É um texto de defesa de um argumento ―tese‖ que possui introdução, desenvolvimento e conclusão; a linguagem é objetiva prevalecendo à denotação; ele pode ser expositivo ou argumentativo de caráter científico.  Retrato de pessoas, ambientes, objetos;  Predomínio de atributos;  Uso de verbos de ligação; 64  Frequente emprego de metáforas, comparações e outras figuram de linguagem; CATALISADOR-CATALIZANTE, PORTUGUÊSPORTUGUESINHO, CASA-CASEBRE..  Tem como resultado a imagem física e psicológica. Palavras que se escrevem com “IZAR” (formador de verbos) “IZAÇÃO” (formador de substantivos). Domínio da Ortografia Oficial É a parte da gramática que trata do emprego correto das letras e dos sinais gráficos na língua escrita. É a maneira correta de escrever as palavras. Amenizar, avalizar, catequizar, desmobilizar, despersonalizar, esterilizar, estigmatizar, finalizar, generalizar, harmonizar, poetizar, profetizar, racionalizar, sensacionalizar, civilizar, civilização; humanizar, humanização; colonizar, colonização; realizar, realização. Emprego das letras. Palavras que se escrevem com “ESA” Burguesa, chinesa, despesa, escocesa, francesa, inglesa, japonesa, holandesa, mesa, pequinesa, portuguesa etc. Se conseguirmos completar a frase ―ELA É‖, a palavra será sempre com ―S‖. Ex. Ela é chinesa. Ela é pequinesa. Palavras que se escrevem com “EZA”. Alteza, avareza, beleza, crueza, fineza, firmeza, lerdeza, proeza, pureza, singeleza, tristeza, rijeza etc. Palavras que se escrevem com “ÊS” Obs. Não confunda com os casos em que se acrescenta o sufixo -ar a palavras que já apresentam S: analisar, pequisar, avisar. Apesar de CATEQUIZAR se derivar de CATEQUESE, aquele termo se escreve com Z e este, com S. As palavras POETIZAR e PROFETIZAR não se derivam de POETISA e PROFETISA, mas sim de POETA e PROFETA. Por isso as primeiras se escrevem com Z e as últimas, com S. Palavras que se escrevem com “S” A letra S representa o fonema /z/ quando é intervolálica: asa, mesa, riso. Usa-se a letra S: Burguês, chinês, cortês, escocês, francês, inglês, irlandês, montanhês, pedrês, português etc. Se conseguirmos completar a frase ―ELE É‖, a palavra será com ―S‖. Ex: Ele é cortês. Ele é burguês. Ele é francês. Palavras que se escrevem com “EZ” a) nas palavras que derivam de outra em que já existe S. (bizu 1.7) b) nos sufixos: -ês, -esa (para indicação de nacionalidade, título, origem) -ense, -oso, -osa (formadores de adjetivos) Altivez, embriaguez, estupidez, intrepidez, palidez, morbidez, pequenez, talvez, vez, viuvez, sisudez, rigidez, surdez, maciez. Palavras que se escrevem com “OSO”, “OSA” Audacioso, brioso, cauteloso, delicioso, formoso, gostoso, perigoso, pomposo, teimoso, valioso etc Palavras que se escrevem com “ISAR” Alisar, analisar, bisar, paralisar, pesquisar, pisar etc. Para que estes vocábulos se escrevam com ―S‖, é necessário que no próprio radical já haja a letra ―S‖. Ex.: AVISAR-AVISO, ANALISAR-ANÁLISE, BISAR-BIS, PARALISAR-PARALISIA, CATÁLISE- -isa (indicador de ocupação feminina): poetisa, profetisa, papisa c) após ditongos: lousa, coisa, Neusa, ausência, náusea. d) nas formas dos verbos pôr (e derivados) e querer: pus, pusera, pusesse; repus, repusera, repusesse; quis, quisera, quisesse. Algumas palavras anis, atrás, brasa, compreensão, conversível, coser(costurar), esôfago, esotérico, esoterismo, espectador, esplêndido, esterco, estéril, estorvo, extravasar, fusível, gás, gasolina, guisado, heresia, hesitar, hipnose, hipocrisia, imersão, misto, revés, sesta, asilo, isolar, isquemia, oscular, querosene, quis, quiser, puser, siso, poetisa, profeti- 65 sa, sacerdotisa, submerso, usina, usufruir, usura, usurpar, versátivel, inserto (inserido), consertar(reparar), servo (servente), serração (ato de serrar), intensão (intensidade), colisão, impulso, imersão, inversão, maisena, pretensão, expansão, pretensioso, obsessão (mas obcecado), lilás, revisão, vaso, através, Isabel, ourivesaria. Palavras que se escrevem com “Z” azar, azenha, azeitona, azeite, azinhavre, balizar, bizantino, bizarro, buzina, cozer (cozinhar), dezena, dizimar, fuzil, aprazível, deslize, falaz, fezes, fugaz, gazeta, giz, gozar, hipnotizar, tez, algazarra, foz, prazerosamente, ojeriza, perspicaz, proeza, desprezar, vazar, revezar, xadrez, azia, aziago, talvez, cuscuz, coalizão, assaz, bissetriz. Palavras que se escrevem com “X” bexiga, coxo, engraxar, sintaxe, caxumba, faxina, maxixe, muxoxo, paxá, praxe, xale, xícara, excitante, xavante, xereta, baixo, trouxe, enxada, enxaguar, enxame, enxaqueca, enxerto, enxortar, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, seixo, faixa, exacerbar, exotérmico, exorcismo, expletivo, expirar, expelir, expectativa, expor, explicar, extasiar, exterminar, extensão, extenso, extorsivo, exuberante, exalar, exaltar, exame, exarar, exaustão, exéquias, exílio, exímio, êxito, êxodo, exonerar, exótico, exumação, broxa(pincel), buxo (arbusto ornamental), xá (título de soberano do Oriente), xeque (incidente no xadrez), xampu, xangai, expiar, baixeza, graxa, exsurgir, extirpar, extorsão, roxo, xavante. Palavras que se escrevem com “CH” enchova, encharcar, encher, enchiqueirar, enchoçar, enchente, enchouriçar, chave, chuchu, chicote, chifre, chispar, chimpanzé, choupana, chorumela, chulo, chumaço, chusma, chavão, charuto, champanha, chacina, chantagem, chaminé, chicana, chibata, chiar, bricha (prego), bucho (estômago de animais), chá (arbusto), cheque (ordem de pagamento), cocha (gamela), tacha (prego), debochar, fachada, fantoche, linchar, arrocho, brecha, pechincha, pichar, salsicha, chicória, cachimbo, broche, bochecha, flecha, mochila, chute, chope, apetrecho, comichão. Palavras que se escrevem com “Ç” ou “C” à beça, almoço, terçol, ressurreição, exceção, cessação, açucena, joça, camurça, mormaço, presunção, torção, trança, soçobrar, troço, joça, pança, maçarico, maciço, ruço (grisalho), aguçar, caçula, seção(departamento), retenção, abstenção, disfarçar, cerração (nevoeiro), cervo (veado), decertar (lutar), empoçar (formar poça), intenção (propósito), oaço (palácio), sucinto, silêncio. Palavras que se escrevem com “SS” admissão, demissionário, transmissão, emissor, expressão, expresso, impressionismo, compressor, assado, passar, ingressar, progresso, sucesso, discussão, repercussão, promessa, remessa, agressivo, transgressão, antiqüíssimo, tenacíssimo, excesso, dissensão, sossego, pêssego, massagem, secessão, necessário, escasso, escassez, sessão (reunião), cessão (ceder), sessar (peneirar), russo (natural da Rússia), passo (passada), empossar (dar posse), cassar (anular) dissertar (discorrer). Palavras que se escrevem com “SC” abscissa, abscesso, adolescente, ascensão, acrescentar, acréscimo, ascese, ascetismo, ascensorista, consciência, cônscio, descendente, descensão, descentralizar, descente (vazante), discente, disciplina, discípulo, fascículo, fascínio, fascinante, isósceles, nascer, obsceno, oscilação, piscina, piscicultura, imprescindível, intumescer, irascível, miscigenação, seiscentos, transcender, rescindir, rescisão, ressuscitar, suscitar. Palavras que se escrevem com “G” a) nos substantivos terminados em agem, igem, ugem: aragem, barragem, contagem, coragem, malandragem, miragem, fuligem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem, rabugem. Cuidado com as exceções pajem e lambujem. b) nas palavras terminadas em ágio, égio, ígio, ógio, úgio: adágio, contágio, estágio, pedágio; colégio, egrégio; litígio, prestígio; necrológico, relógio; refúgio, subterfúgio. Outras angelical, aborígine, agilidade, algema, agir, agiota, apogeu, argila, bege, cogitar, drágea, faringe, fugir, geada, gengibre, gíria, tigela, rigidez, monge, ogiva, herege, genuíno, algemas, gergelim, gesso, egípcio, gironda, infrigir, bugiganga, viagem (substantivo), vagem, estiagem, folhagem, geringonça, ginete, gengiva, sargento, coragem, ferrugem, tragédia, gesto. Palavras que se escrevem com “J” a) nas formas dos verbos terminados em -jar: arranjar (arranjo, arrajem, por exemplo); enferrujar (enferruje, enferrujem), viajar (verbo -> viajo, viaje, viajem); b) nas palavras oriundas do Tupi, africana e árabe ou de origem exótica: Jibóia, pajé, jirau, alfanje, alforje, canjica, jerico, manjericão, Moji. 66 OUTRAS igrejinha, laje, lajeado, varejista, sarjeta, gorjeta, anjinho, canjica, viajem (verbo), encorajem (verbo), enferrujem (verbo), cafajeste, cerejeira, injeção, enrijecer, berinjela, jejuar, jérsei, interjeição, jesuíta, jibóia, lambujem, majestade, jirau, ultraje, traje, ojeriza, jenipano, pajé, pajem, jeito, granja, projétil (ou projetil), rejeição, sarjeta, traje, jerimum. A letra “H” hálito, hangar, harmonia, harpa, haste, hediondo, hélice, hemisfério, hemorragia, herbívoro (mas ervas), hérnia, herói, hesitar, hífen, hipismo, hipocondria, hilaridade, hipocrisia, hipótese, histeria, homenagem, horror, horta, hostil, humor, húmus. Em ―Bahia‖, o H sobrevive por tradição histórica. Observe que nos derivados ele não é usado: baiano, baianismo. Domínio dos Mecanismos de Coesão Textual A Coesão Referencial como já foi dito se manifesta por meio de itens lingüísticos que não podem ser interpretados semanticamente por si mesmos, como pronomes pessoais, demonstrativos e relativos. A Coesão por Substituição ocorre quando um dado elemento lingüístico é retomado ou precedido por um outro elemento. No caso da retomada, tem-se a anáfora. Ex.: ―Carla tem um automóvel. Ele é verde‖. No caso da antecipação, tem-se a catáfora. Ex.: ―Quero dizer-te uma coisa: gosto de você‖. A Coesão por Reiteração é a repetição de expressões que têm a mesma referência no texto. A Repetição do mesmo item lexical ocorre quando a retomada da informação se dá pela repetição das mesmas expressões lexicais. Um processo importante na produção textual é a Sinonímia, que ocorre quando a repetição se dá pelo emprego de sinônimos. Ex.: ―O barulho é um dos problemas mais graves que afligem nossa civilização nesse século. Os milhões de ruídos que rodeiam o homem diariamente, em quase todos os cantos, em sua maior parte, são produzidos por ele mesmo‖. Na aula também foram apresentado o conceito e alguns exemplos de Hiperonímia/hiponímia, no qual o primeiro elemento de uma seqüência lingüística mantém com um segundo uma relação todo/parte, classe/elemento, tem-se um hiperônimo. Quando o primeiro elemento mantém com o segundo uma relação parte/todo, elemento/classe, tem-se o hipônimo. As Expressões nominais definidas ocorrem quando há retomadas de um mesmo referente por meio de expressões de natureza diversa, relacionadas com o nosso conhecimento de mundo. Os Nomes genéricos ocorrem quando há reintegração do item lexical pela utilização de nomes genéricos, como: pessoa, coisa, fato, gente, negócio, lugar, idéia, funcionando como itens de referência anafórica. O conceito de Coesão Recorrencial é quando as retomadas de estruturas lingüísticas visam à progressão do discurso. Constitui um meio de articular a informação nova àquela já conhecida no contexto. Também tem as Retomada de termos que é quando a repetição de um mesmo termo exerce uma função determinada, de ênfase, intensificação etc. No Paralelismo ocorre quando os elementos lingüísticos são reutilizados em enunciados com sentidos diferentes. Coesão textual: associação e conexão A Coesão Seqüencial tem a mesma função da coesão recorrencial fazendo progredir o texto, impulsionando o fluxo informacional. Difere da recorrencial por não apresentar retomadas de itens, sentenças ou estruturas. A Conexão das orações é estabelecida por Condição que estabelece uma relação de dependência entre proposições. Por Causa no qual ocorre quando há entre duas proposições uma relação de causa- conseqüência. Pela Finalidade que estabelece a conexão entre as duas orações estabelece uma relação meio-fim. Outro fator é a Conformidade que exprime a conexão das duas orações mostra a conformidade de conteúdo de uma oração em relação à outra. A Explicação exerce a conexão das duas orações mostra que a segunda explica a primeira e a Adição é responsável pela conexão das duas orações mostra um conjunto de ideias entre as proposições. Na aula ficou bem clara a Conexão de enunciados em textos: por meio de encadeamentos sucessivos e diferentes entre dois ou mais períodos e entre parágrafos de um texto. Os elementos formais responsáveis por esse tipo de conexão são chamados operadores argumentativos. São operadores argumentativos: com o propósito de, com a intenção de, pelo contrário, em vez disso, em contrapartida, em suma, em síntese, em conclusão, para resumir, para concluir etc. Seleção do vocabulário A aula inicia com pergunta: O QUE É FAMIGERADO? Do conto de Guimarães Rosa. Ao fazer a escolha de vocábulos, temos de ter em mente a adequação do uso de tal vocábulo, e isso certamente vai contribuir para a melhor compreensão da nossa mensagem. O vocábulo deve ser 67 adequado à pessoa que fala e, nessa situação, podemos ter os regionalismos, o jargão profissional, os vocábulos cultos e populares; em outros casos, devem ser adequados ao ponto de vista do autor do texto e, nesta situação, aparecem os vocábulos positivos, neutros ou negativos; em alguns textos podem ser empregados vocábulos que representam uma época determinada e assim por diante.  Boca de siri – manter segredo sobre algo.  Cara de pau – descarado, sem-vergonha. Construções convencionais  Você quer vim a ser casar comigo?  Você quer casar-se comigo? O conceito de Vocabulário: Codificação da totalidade ou seleção de palavra de uma língua e seus significados. (dicionário Houaiss)  Você quer casar comigo? Tipos de Vocabulários: Grupos de palavras; Fórmulas fixas; Expressões idiomáticas; Construções convencionais A denotação é a relação existente entre o plano de expressão e o plano de conteúdo, ou seja, o significado denotativo é o conceito ao qual nos remete certo significante. Nos textos literários nem sempre a linguagem apresenta um único sentido, aquele apresentado pelo dicionário. Empregadas em alguns contextos, elas ganham novos sentidos, figurados, carregados de valores afetivos ou sociais. Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente. Grupos de palavras:  Água sanitária  Meio ambiente  Ar condicionado  Corpo docente Denotação Fórmulas fixas: Conotativa      Exemplos de expressões idiomáticas: Esses novos valores constituem aquilo que denominamos sentido conotativo, ou seja, o acréscimo de um novo valor constitui a conotação, que consiste num novo plano de conteúdo para o signo que já tinha um significado denotativo.Provocando reação Quando é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, dizemos que foi empregada conotativamente. Este recurso é muito explorado na Literatura, é empregada em letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia a dia, etc. Observe um trecho da canção “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis.  Abandonar o barco: desistir de uma situação difícil que se repete cotidianamente. Note a caracterização do sol: ele foi empregado conotativamente.  Abotoar o paletó: Morrer Exemplos:  dor. Amigo da onça – amigo interesseiro, trai-  A Garota Não Fez Um Bom Papel (conotativo)  Pegue Papel E Caneta (denotativo)  ído. Andar nas nuvens – estar desatento, distra- Familias: Ideologica E Campos Associativos Bom dia! Boa noite! Com licença! Por favor! Muito obrigada! Expressões idiomáticas: Deviso as mudanças e variações linguisticas as expressões idiomáticas variam de país para país, região para região, cultura para cultura, entre outras variações de tempo e espaço.  Arregaçar as mangas – dar início a um trabalho ou a uma atividade. Associados a um vocábulo, por exemplo: Lazer: esporte, diversão, viagem, alegria... Tipos De Vocabulo  Bater na mesma tecla – insistir demais no mesmo assunto. Imagem de futebol: língua falada ou coloquial Imagem digitada: linguagem escrita- formal 68 Imagem de uma noticia: vocabulário leitura- não precisa pesquisar Imagem de leitura de livro: tem que realizar consulta ao dicionário. Domínio e Rendimentos: A dificuldade apresentada é pelos entulhamentos de itens desconhecidas( jurídica, médica) que dificultam a leitura, sendo assim não é vantajosa. Alguns vocábulos comprometem toda leitura. Exemplo: bula de remédio. Linguagem hermética Exemplo o conto PREBICITO de Arthur Azevedo. Eles não sabiam o significado da palavra, isso causou uma grande confusão. Evitar o uso de chavões, guichês, termos genéricos e vagos exemplo a Vaguidão Específica de Millôr Fernandes: Falando de qualquer coisa, o que causou humor no texto. Como Ampliar Vocabulário:  Recuso Do Dicionário  Inferencia Lexical  Resolver Cruzadas  Brincadeira Em Grupo  Leitura De Diversos Textos A dificuldade em realizar a leitura é tida como um dos maiores obstáculos enfrentados pelos alunos. Preocupados com essa questão, vários educadores estão em busca de o melhor caminho a seguir, contribuindo para um melhor desenvolvimento da leitura. Parágrafos: Nessa aula aprendemos como formar um paragráfo coerente, utilizando a criatividade que é muito importante para desenvolver qualquer atividade. No que diz respeito à escrita, para criar um parágrafo é necessário que os estudantes saibam o conceito de parágrafo, para depois começar a construir um texto. O primeiro parágrafo de um texto deve ser escrito da maneira mais simples possível. É ele quem vai atrair a atenção do leitor e despertar sua curiosidade para a leitura do texto. O parágrafo é o conjunto de frases que formam uma sequência com sentido, com lógica. Pode ser assinalado graficamente, como exposto acima, ou ainda oralmente, quando se faz uma pausa maior dos fatos ou quando iniciamos um novo assunto. Tipos de Parágrafos: Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os parágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há parágrafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a unidade temática, já que cada idéia exposta no texto deve corresponder a um parágrafo. É muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com idéias e exigem maior rigor e objetividade na composição, que o parágrafo-padrão apresente a seguinte estrutura: Introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a idéia principal do parágrafo, definindo seu objetivo; Desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, com apresentação de idéias secundárias que o fundamentam ou esclarecem; conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos mais curtos e simples, a conclusão retoma a idéia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento. Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma idéia que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão.As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão). É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema proposto e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em parágrafos (cada um correspondendo a uma determinada idéia que nele se desenvolve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do texto em sua totalidade. Parágrafo Narrativo: Nas narrações, a idéia central do parágrafo é um incidente, isto é, um episódio curto.Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se referem as personagens, além de indicações de circunstâncias relativas ao fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu. O que falamos se aplica ao parágrafo narrativo propriamente dito, ou seja, aquele que relata um fato. Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de um per- 69 sonagem deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com a do narrador ou com a de outro personagem. Parágrafo Descritivo: A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um fragmento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo. O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas ou coordenadas. A Estruturação do Parágrafo: O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as idéias principais de sua composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios. Os parágrafos são moldáveis conforme o tipo de redação, o leitor e o veículo de comunicação onde o texto vai ser divulgado. Em princípio, o parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no livro, e a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso. Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para leitores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes, geralmente, apresentam parágrafos curtos. Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágrafos menores, seguindo critério claro e definido. O parágrafo curto também é empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou para enfatizar uma ideia. Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio construído com três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro cabem cerca de três parágrafos médios. Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas possuem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e consomem muitas páginas; as explicações são comple- xas e exigem várias idéias e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los. Estrutura Das Frases Estruturas das frases foi uma aula muito importante, no qual aprendemos o que era uma frase é um enunciado que por si mesmo estabelecer sentido, por meio das orações ou período. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado. Nessa aula ficou bem claro que as transposições da oralidade prejudicam a leitura, e que as características sintáticas das frases devem ser: curtas ou longas. Emprego Funcional Das Classes Das Palavras Classe de palavras variáveis  Substantivos: Classe de palavras variáveis com que se designam e nomeiam os seres em geral.  Verbos: Classe de palavras de forma variável que exprimem o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo. Indicam ação, fato, estado ou fenômeno. Toda palavra que se pode conjugar.  Adjetivos: Classe de palavras que indicam as qualidades, origem e estado do ser. O adjetivo é essencialmente um modificador do substantivo.  Numerais: Classe de palavras quantitativas. Indica-nos uma quantidade exata de pessoas ou coisas, ou o lugar que elas ocupam numa série. Também pode determinar a quantia de objectos em geral.  Pronomes: Classe de palavras com função de substituir o nome ou ser; como também de substituir a sua referência. Servem para representar um substantivo e para o acompanhar determinando-lhe a extensão do significado.  Artigos: Palavra que se coloca antes do substantivo, determinando-o e indicando seu género musical e número.  Nomes: São palavras que nomeiam ações, desejos, sentimentos, e seres, visiveis ou não, animados ou não. Invariáveis  Advérbios: Classe de palavras invariáveis indicadoras de circunstâncias diversas; é fundamentalmente um modificador do verbo, podendo 70 também modificar um adjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira. aqueles formados na união de dois ou mais radicais: boca-de-leão, couve-flor, passatempo.  Preposições: Classe de palavras invariáveis que ligam outras duas subordinando a segunda à primeira palavra. Flexão do Substantivo  Conjunções: Classe de palavras invariáveis que ligam outras duas palavras ou duas orações.  Interjeições: Classe de palavras invariáveis não usadas para substituir frases de significado emotivo ou sentimental. Substantivo Classificação do Substantivo Os substantivos podem ser classificados como próprios e comuns,concretos e abstratos, coletivo, primitivos e derivados,simples e composto veja mais: Comuns e próprios Comuns são aqueles que dão nome a espécie: pessoa, rio, planeta; próprios são aqueles que designam um indivíduo da espécie: João, Amazonas, Marte. Concretos e abstratos Concretos são aqueles que designam os seres propriamente ditos, isto é, os nomes de pessoas, de animais, vegetais, lugares e coisas: homem, cão, árvore, Brasil, caneta; abstratos são aqueles que designam ações, estados e qualidades: beleza, colheita, doença, bondade, juventude. Coletivos São substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie. No substantivo coletivo, trata-se de um único ser uma pluralidade de indivíduos: elenco (conjunto de atores); matilha (conjunto de cães de caça) ,. etc. Primitivos e Derivados Primitivos são aqueles de que derivam outros vocábulos: ferro é um substantivo primitivo porque dele derivam outras palavras (ferreiro, ferraria, ferradura); derivados são aqueles que procedem de outras palavras (guerreiro é derivado por vir de guerra, guerra + eiro). Simples e Composto Simples são aqueles substantivos constituídos de um só radical: casa, casarão; compostos são Os substantivos podem ser flexionados de três maneiras distintas: quanto ao gênero, quanto ao número e quanto ao grau. Flexão Genérica Gênero gramatical é a indicação do sexo real ou suposto dos seres. O gênero gramatical é um critério puramente linguístico, convencional, que divide os substantivos em duas classes: masculino e feminino.  Masculino: são do gênero masculino todos os substantivos a que se pode antepor o artigo o: o aluno, o amor, o galho, o poema. Geralmente são masculinos os nomes de homens ou funções exercidas por eles; os nomes de animais do sexo masculino; os nomes de lagos, montes, rios e ventos; os nomes de meses e pontos cardeais;  Feminino: são do gênero feminino todos os substantivos a que se pode antepor o artigo a: a casa, a vida, a árvore, a canção. Geralmente são femininos os nomes de mulheres ou de funções exercidas por elas; os nomes de animais do sexo feminino; os nomes de cidades e ilhas; as partes do mundo; as ciências e as artes 3 4 liberais. Substantivos Uniformes Substantivos epicenos: denominam-se epicenos os nomes de animais que possuem um só gênero gramatical para designar um e outro sexo: a águia, a baleia, a mosca, a pulga, o besouro, o polvo, o tatu, etc.  Substantivos sobrecomuns: denominamse sobrecomuns os substantivos que têm um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos: o apóstolo, o cônjuge, a criança, a testemunha, etc.  Substantivos comuns de dois gêneros: alguns substantivos possuem uma só forma para os dois gêneros, mas distinguem-se o masculino do feminino pelo gênero do artigo: o agente, a agente; ocolega, a colega; o gerente, a gerente; o presidente. a presidente; o mártir, a mártir; etc.  Substantivos de gênero vacilante: em alguns substantivos notam-se vacilação de 3 gênero: diabete, suéter, omoplata, etc. 71 Flexão Numérica Quanto à flexão de número, os substantivos podem estar no singular ou plural:  Singular: é a forma não flexionada do substantivo, que indica apenas um ser: casa, homem, doce;  Plural: é a forma flexionada, que indica mais de um ser: casas, homens, doces. Flexão Gradual O que substancialmente existe pode ter tamanhos diversos; pode ter tamanho normal, comum, como pode ser grande ou pequeno. Três são os graus dos substantivos: normal, aumentativo e diminutivo. verbo, ou transitivo indireto, quando exigir preposição depois do verbo. Ou ainda transitivo direto e indireto. Verbos Intransitivos Designam ações que não afetam outros indivíduos (ex.: andar, existir, nadar, voar etc.). Verbos Impessoais São verbos que designam ações involuntárias. Geralmente (mas nem sempre) designam fenômenos da natureza e, portanto, não têm sujeito nem objeto na ação (ex.: chover, anoitecer, nevar, haver(no sentido de existência) etc.). Verbos de Ligação  Normal: designa o ser no seu tamanho natural: casa, livro; São os verbos que não designam ações; apenas servem para ligar o sujeito ao predicativo (ex.: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, a ndar, tornar-se, ficar, viver, virar etc.).  Aumentativo: designa o ser aumentado do seu tamanho normal: casarão, livrão; Conjugações  Diminutivo: designa o ser diminuído do seu tamanho normal: casebre, livrinho. Função Sintática O substantivo pode figurar na oração como núcleo do sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, aposto, vocativo e 3 excepcionalmente como adjunto adnominal. Os adjetivos referentes a cores podem ser modificados por um substantivo que melhor precise uma de suas tonalidades, um de seus matizes: amarelo-canário; verde canário, etc. Neste emprego, o substantivo equivale a um advérbio de modo. As frases nominais têm o substantivo como núcleo da frase: "Ó minha amada/Que olhos os teus" (Vinícius de Moraes) Primeira Conjugação Pertencem a esta conjugação os verbos cuja vogal temática é a (cantar, falar, pensar, brincar, conversar, etc.) Segunda Conjugação Pertencem a esta conjugação os verbos cuja vogal temática é e (vender, ler, correr, etc.). Terceira Conjugação Pertencem a esta conjugação os verbos cuja vogal temática é i (partir, dormir, pedir, conseguir, etc.). Flexiona sempre de acordo com os paradigmas da conjugação a que pertencem (ex.: amar, vender, partir, etc.) Verbo Verbos irregulares Verbo são palavras que exprimem ações, estado, mudança de estado e fenômenos meteorológicos, 1 sempre em determinado tempo. A palavra verbo vem do latim verbum, que significa palavra. Sofrem modificações em relação aos paradigmas da conjugação a que pertencem, tendo modificações no radical e nas terminações (ex.: resfolegar, caber, medir, etc.). Quanto à Semântica Verbos anômalos Verbos Transitivos Designam ações voluntárias, causadas por um ou mais indivíduos, e que afetam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa, exigindo um ou mais objetos na ação. Podendo ser transitivo direto, quando não exigir preposição depois do São verbos irregulares, sendo que muitas vezes o radical é diferente em cada conjugação (ex.: ir, ser, ter, pôr). Verbos defectivos 72 Verbos que não têm uma ou mais formas conjugadas (ex.: precaver).  A borboleta é branca. Verbos que apresentam mais de uma forma de conjugação (ex.: encher, fixar). Da mesma forma que os substantivos, os adjetivos contribuem para a organização e descrição do mundo em que vivemos. Assim, distinguimos uma fruta azeda de umdoce, por exemplo. Flexão Pronome Os verbos têm as seguintes categorias de flexão: Em linguística, os pronomes são um conjunto fechado de palavras de uma língua que podem substituir substantivos variados, ou frases 1 derivadas deles, na formação de sentenças , tratando-se de um tipo particular de proforma. Em geral, os empregos de cada pronome podem depender da natureza gramatical ou semântica do substantivo representado, de sua função gramatical na sentença, e das palavras próximas. A associação (dêixis) entre o pronome e a entidade que ele representa é geralmente definida pelo contexto e pode mudar ao longo do discurso. Verbos abundantes  Número: plural e imperativo  Pessoa: primeira (transmissor), segunda (receptor), terceira (mensagem).  Modo: indicativo,subjuntivo e imperativo, além das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio).  Tempo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.  Voz: ativa, passiva (analítica ou sintética), reflexiva.  Ativa: o sujeito da oração é que faz a ação (ex.: Os alunos resolveram todas questões).  Passiva: o sujeito recebe a ação (ex.: Todas questões foram resolvidas pelos alunos).  Reflexiva: o sujeito faz e também recebe a ação (ex.: Ana se cortou e se machucou). Formas Nominais  Infinitivos são terminados em r (ex.: amar, comer, latir).  Particípios são terminados em ado, ada, ido ou ida (ex.: amado, amada, comido, comida, latido, latida).  Gerúndios são terminados em ndo (ex.: amando, comendo, latindo). Adjetivo Adjetivo é toda palavra que se refere a um substantivo indicando-lhe um atributo. Flexionam-se em gênero, número e grau. Sua função gramatical pode ser comparada com a do advérbio em relação aos verbos, aos adjetivos e a outros advérbios. Exemplos: Na língua portuguesa, em particular, há algumas dezenas de pronomes, como "eu", "lhe", "que", "cujo" e "isto", que podem substituir substantivos ou frases preposicionais derivadas deles. Pronomes podem portanto ter as funções típicas de substantivos (sujeito, objeto e complemento), de adjetivos (modificadores de substantivos) e de advérbios (modificadores de verbos e adjetivos). A escolha do pronome depende do número (singular ou plural) do substantivo representado e às vezes do seu gênero (masculino ou feminino); bem como de sua pessoa verbal (primeira, segunda, terceira) e sua função gramatical. A classe dos pronomes é presente na maior parte das gramáticas das línguas indo-européias desde pelo menos o século II AEC, quando apareceu no tratado grego A Arte da Gramática. No entanto, devido à grande heterogeneidade na classes, alguns autores preferem desmembrá-la em classes menores Artigo (Gramática) Dá-se o nome de artigo às palavras que se antepõem aos substantivos para indicar se esses têm um sentido individual, já determinado pelo discurso ou pelas circunstâncias, chamados definidos, ou se os substantivos não são determinados, chamados indefinidos. Por exemplo, quando se diz o príncipe, o artigo o indica que o substantivo príncipe deve ser tomado em um sentido individual, que a circunstância do Reino e da Nação, em que vive o autor da frase, o determina. 73 Por outro lado, quando se diz um príncipe é digno de casar com uma princesa, ou um crime tão horrendo merece a morte, etc, o artigo um indica que se fala, no primeiro caso, de um indivíduo e, no segundo caso, de um crime individual, porém o sentido é vago, e não se deseja nomear este príncipe ou este crime. Existem também as formas analíticas de representar o grau, que não são flexionadas, mas sim, representadas por advérbios de intensidade como mais, muito, etc. Nesse caso, existe o grau comparativo (de igualdade, de superioridade, de inferioridade) e o grau superlativo (absoluto e relativo). Os artigos devem concordar com em gênero e grau. Preposição substantivo Os artigos são: Artigo definido São: o, a, os, as. Artigo indefinido São: um, uma, uns, umas. O artigo indefinido não deve ser confundido com o numeral um, que é usado para expressar quantidade. Nos exemplos um homem da corte / uma mulher da corte tem mais espírito e viveza que um aldeão, um vassalo deve obedecer ao rei, um rei deve ser o pai de seu povo, um homem de juízo deve ser senhor de suas paixões,António é um Cícero, Cícero é um bom orador, o artigo um pode, em alguns casos, ser substituído pelo artigo o, porém nunca pela expressão exatamente um. Advérbio É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Raramente modifica um substantivo. É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal. Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é a de grau, a saber: É uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido. Isso significa que a preposição é o termo que relaciona substantivo a substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a substantivo, etc. Junto com as posposições e as raríssimas circumposições, as preposições formam o grupo das adposições. Exemplos: Os alunos do colégio assistiram ao filme de Walter Salles e ficaram inspirados. Obs.: Teremos como elementos da oração os alunos, o colégio, o verbo assistir, o filme, Walter Salles e a qualidade dos alunos comovidos. O restante é preposição. Observe: "do" liga "alunos" a "colégio", "ao" liga "assistiram" a "filme", "de" liga "filme" a "Walter Salles". Portanto são preposições. O termo que antecede a preposição é denominado regente e o termo que a sucede, regido. Conjunção É uma das classes de palavras definidas pela gramática geral. As conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação. Exemplos: Relativo: Superlativo Relativo de Superioridade Aumenta a intensidade (ex.: longe → longíssimo, pouco → pouquíssimo, inconstitucionalmente → inconstitucionalissimamente, etc.). Superlativo Relativo de Inferioridade Diminui a intensidade (ex.: perto → pertinho, pouco → pouquinho, devagar → devagarinho, etc.). Os advérbios bem e mal admitem ainda o grau comparativo, respectivamente, melhor e pior. Portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entr etanto, nem, quando, ora, que, porém, todavia, quer, c ontudo, seja, conforme. Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou seja, uma oração é um membro sintático da outra, são chamadas de conjunções subordinativas. Saiba que: 74 As conjunções "e"," antes", "agora"," quando" são adversativas quando equivalem a "mas". Carlos fala, e não faz. O bom educador não proíbe, antes orienta. Sou muito bom; agora, bobo não sou. Foram mal na prova, quando poderiam ter ido muito bem. "Senão" é conjunção adversativa quando equivale a "mas sim". Conseguimos vencer não por protecionismo, senão por capacidade. Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração: as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio. Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta. Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta. A palavra "pois", quando é conjunção conclusiva, vem geralmente após um ou mais termos da oração a que pertence. Você o provocou com essas palavras; não se queixe, pois, de seus ataques. CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de Língua Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada pelo acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno (junção a +a) representado através do acento grave. A crase pode ser a fusão da preposição a com: 1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas. 2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro. 3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato. 4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é possível enviar correspondência. Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático. Regras Práticas 1 - Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a combinação ao, é certo que OCORRERÁ crase antes do termo feminino: Quando é conjunção explicativa," pois" vem, geralmente, após um verbo no imperativo e sempre no início da oração a que pertence. Amanhã iremos ao colégio / à escola. Não tenha receio, pois eu a protegerei... Resolvi o problema / a questão. Interjeição Vou ao campo / à praia. As interjeições são palavras invariáveis que ex1 primem estados emocionais , ou mais abrangente: sensações e estados de espírito; ou até mesmo servem como auxiliadoras expressivas para o interlocutor, já que, lhe permitem a adoção de um comportamento que pode dispensar estruturas linguísticas mais elaboradas. Eles foram ao parque / à praça. Ora bolas! Cruz credo! Poxa vida! Valha-me Deus! Se Deus quiser! Macacos me mordam! Refiro-me a você. (sem crase) - Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você. A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma estrutura à parte. Não desempenha função sintática. Refiro-me à menina. (com crase) - Gosto da menina / Penso na menina / Apaixonei-me pela menina. Note que toda interjeição deve vir acompanhada de um ponto de exclamação. Começou a gritar. (sem crase) - Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar. Prefiro o futebol ao voleibol / à natação. 2 - Substitua o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente (de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase: Emprego do Sinal Indicativo de Crase 75 3 - Substitua verbos que transmitem a idéia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar. Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ crase: À duas horas. Vou a Roma. / Voltei de Roma. O verbo pode se flexionar de quatro maneiras: PESSOA, NÚMERO, TEMPO e MODO. É a classe mais rica em variações de forma ou acidentes gramaticais. Através de um morfema chamado DESINÊNCIA MODO TEMPORAL, são marcados o tempo e o modo de um verbo. Vejamos mais detalhadamente... Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares. Voltarei a Paris e da Suiça. e à Suiça. / Voltarei de Paris Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ crase: Vou a Roma. / Voltei de Roma. Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares. Voltarei a Paris e da Suiça. e à Suiça. / Voltarei de Paris 4 - A crase deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma só idéia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então haverá crase: Gente à toa. Vire à direita. Tudo às claras. Hoje à noite. Navio à deriva. Tudo às avessas. No caso da locução "à moda de", a expressão "moda de" pode vir subentendida, deixando apenas o "à" expresso, como nos exemplos que seguem: Sapatos à Luiz XV. Relógios à Santos Dummont. Filé à milanesa. Churrasco à gaúcha. No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas ocorrerá a crase: À meia-noite. À uma hora. Às três e quarenta. Emprego de Tempos e Modos Verbais O MODO VERBAL caracteriza as várias maneiras como podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele. Rigorosamente, são três os modos verbais: INDICATIVO, SUBJUNTIVO e IMPERATIVO. Porém, alguns gramáticos incluem, também como modos verbais, o PARTICÍPIO, o GERÚNDIO e o INFINITIVO. Alguns autores, no entanto, as denominam FORMAS NOMINAIS DO VERBO. Segundo o gramático Rocha Lima, existem algumas particularidades em cada uma destas formas que podem impedir-nos de considerá-las modos verbais:  INFINITIVO: tem características de um substantivo, podendo assumir a função de sujeito ou de complemento de um outro verbo, e até mesmo ser precedido por um artigo.  GERÚNDIO: assemelha-se mais a um advérbio, já que exprime condições de tempo, modo, condição e lugar.  PARTICÍPIO: possui valor e forma de adjetivo, pois além de modificar o substantivo, apresenta ainda concordância em gênero e número. Mas voltemos aos modos verbais, propriamente ditos:  MODO INDICATIVO: O verbo expressa uma ação que provavelmente acontecerá, uma certeza, trabalhando com reais possibilidades de concretização da ação verbal ou com a certeza comprovada da realização daquela ação.  MODO SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a incerteza, trabalhando com remotas possibilidades de concretização da ação verbal.  MODO IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com ele nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta(s) pessoa(s) faça(m). Pode indicar uma ordem, um 76 pedido, um conselho etc., dependendo da entonação e do contexto em que é aplicado. Já o TEMPO VERBAL informa, de uma maneira geral, se o verbo expressa algo que já aconteceu, que acontece no momento da fala ou que ainda irá acontecer. São essencialmente três tempos: PRESENTE, PASSADO ou PRETÉRITO e FUTURO. Os tempos verbais são:  PRESENTE SIMPLES (amo) – expressa algo que acontece no momento da fala.  PRETÉRITO PERFEITO (amei) - expressa uma ação pontual, ocorrida em um momento anterior à fala.  PRETÉRITO IMPERFEITO (amava) expressa uma ação contínua, ocorrida em um intervalo de tempo anterior à fala.  PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO (amara) – contrasta um acontecimento no passado ocorrido anteriormente a outro fato também anterior ao momento da fala. Ex.: Ninguém relatou o seu delírio. • Pretérito imperfeito: indica um processo passado não totalmente concluído, revela o fato em sua duração. Ex.: Ele conversava muito durante a palestra. • Pretérito mais-que-perfeito: indica um processo passado anterior a outro também passado. Ex.: ―... sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida...‖ (Mário de Andrade) O futuro subdivide-se em: • Futuro do presente: indica um fato posterior ao momento em que se fala. Ex.: Não tenho a intenção de esconder nada, assim que seus pais chegarem contarei o fato ocorrido. • Futuro do pretérito: indica um processo futuro tomado em relação a um fato passado. Ex.: Ontem você ligou dizendo que viria ao hospital.  FUTURO DO PRESENTE (amarei) - expressa algo que possivelmente acontecerá em um momento posterior ao da fala. Empregos especiais:  FUTURO DO PRETÉRITO (amaria) expressa uma ação que era esperada no passado, porém que não aconteceu. - pode ocorrer com valor de perfeito, indicando um processo já ocorrido no passado (presente histórico). Exemplo 2 Ex.: Em 15 de agosto de 1769 nasce Napoleão Bonaparte. (nasce = nasceu) O verbo indica um processo localizado no tempo. Podemos distinguir: presente, pretérito e futuro. - pode indicar futuro próximo. Tempo presente: exprime um fato que ocorre no momento da fala. Ex.: Estou fazendo exercícios diariamente. Tempo passado: exprime um fato que ocorreu antes do momento da fala. Ex.: Ontem eu fiz uma série de exercícios. • Presente: Ex.: Amanhã eu compro o doce pra você. (compro = comprarei) - pode indicar um processo habitual, ininterrupto. Ex.: Os animais nascem, crescem, se reproduzem e morrem. • Imperfeito: Tempo futuro: exprime um fato que irá ocorrer depois do ato da fala. - pode ocorrer com valor de futuro do pretérito. Ex.: Se eu não tivesse motivo, calava. (calava = calaria) Ex.: Daqui a quinze minutos irei para a academia fazer exercícios. • Mais-que-perfeito: O pretérito (ou passado) subdivide-se em: - pode ser usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do subjuntivo. • Pretérito perfeito: indica um fato passado totalmente concluído Ex.: Mais fizera se não fora pouco o dinheiro que dispunha. (fizera = faria, fora = fosse) 77 - pode ser usado em orações optativas. Ex.: Esses exercícios não são fáceis de resolver. Quem me dera ter um novo amor! c) Quando faz parte de uma locução verbal. Ex.: Ele deve ir ao dentista. • Futuro do presente: - pode exprimir ideia de dúvida, incerteza. Ex.: O rapaz que processou o patrão por racismo, receberá uns trinta mil de indenização. - pode ser usado com valor de imperativo. Ex.: Não levantarás falso testemunho. d) Quando, dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar, ver, tiver por sujeito um pronome oblíquo. Sujeito Deixei-as passear. = eles • Futuro do pretérito: e) Quando tiver valor Ex.: Não fumar neste recinto. - pode ocorrer com valor de presente, exprimindo polidez ou cerimônia. • Infinitivo pessoal: além da desinência r vem marcado com desinência de pessoa e número. Ex.: Você me faria uma gentileza? Ex.: cantar – ø Modos verbais Cantar – es • Modo indicativo: exprime certeza, precisão do falante perante o fato. Cantar – ø Ex.: Eu gosto de chocolate. • Modo subjuntivo: exprime atitude de incerteza, dúvida, imprecisão do falante perante o fato. Ex.: Espero que você esteja bem. • Modo imperativo: exprime atitude de ordem, solicitação, convite ou conselho. de imperativo. Cantar – mos Cantar – des Cantar – em Ex.: Com esse calor convém tomarmos um sorvete. Exs.: Não cante agora! - Usa-se o infinitivo pessoal quando o seu sujeito é diferente do sujeito do verbo da oração principal. Empreste-me 10 reais, por favor. Ex.: A única solução era ficarmos em casa. Venha ao hospital agora, seu amigo vai ser operado. Concordância Verbal e Nominal Não ponha tanto sal, isso pode lhe fazer mal. Infinitivo pessoal ou impessoal • Infinitivo impessoal: terminado em r para qualquer pessoa. Ex.: comprar, comer, partir. Emprega-se o infinitivo impessoal: a) Quando ele não estiver se referindo a sujeito algum. Ex.: É preciso amar. b) Na função de complemento nominal (regido de preposição). Observe: As crianças estão animadas Crianças animadas. No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animado está concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se correspondem. Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal. Concordância Verbal 78 Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito. a) Sujeito Simples Regra Geral O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos: A orquestra 3ª p. Singular tocou uma valsa longa. 3ª p. Singular Os pares que rodeavam a nós dançavam bem. 3ª p. Plural 3ª p. Plural Casos Particulares Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de forma que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir. 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Tal complemento exerce a função de integrar o sentido da palavra completada, enriquecendo 2 assim a semântica da oração em questão. O conjunto de complemento regido pela preposição é denominado ―complemento nominal‖, no qual a preposição é definida pela ―regência nominal‖. Regência Nominal é o nome da relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, deve-se levar em conta que muitos nomes seguem exatamente o mesmo regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. - alheio a, de - liberal com - ambicioso de - apto a, para - análogo a - grato a - bacharel em - indeciso em - capacidade de, para - natural de - contemporâneo a, de - nocivo a - contíguo a - paralelo a - curioso a, de - propício a - falto de - sensível a - incompatível com - próximo a, de - inepto para - satisfeito com, de, em, por Por Exemplo: A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados: misericordioso com, - suspeito de para com Por Exemplo: - preferível a - longe de Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento. - propenso a, para - perto de Regência Nominal e Verbal - hábil em Regência Nominal É o campo da gramática que estuda a relação sintática que se dá entre os nomes e os respectivos termos regidos por esse nome. Em português, alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem um complemento precedido por preposição. Exemplos: Está alheio a tudo. Está apto ao trabalho. Gente ávida por dominar. Contemporâneo da Revolução Francesa. 79 É coisa curiosa de ver. Vejamos mais um exemplo: Homem inepto para a matemática. 1. O menino levou – o. (o= o livro) Era propenso ao magistério. 2. Ele abdicou do trono. Regência Verbal Na primeira oração temos o pronome oblíquo ―o‖ como complemento do verbo ―levou‖ e responde a pergunta: Levou o que? O = o livro. ―O‖, portanto, é um objeto direto. É a relação sintática de dependência que se estabelece entre o verbo — termo regente — e o seu complemento — termo regido. A regência determina se uma preposição é necessária para ligar o verbo a seu complemento. Os termos, quando exigem a presença de outro chamam-se regentes ou subordinantes; os que completam a significação dos anteriores chamamseregidos ou subordinados. Já na segunda oração o verbo ―abdicou‖ transitivo indireto, pois exige um complemento, porém , precedido de preposição: Abdicou de que? Do trono. A expressão ―do trono‖ é objeto indireto, pois é iniciado com a preposição ―do‖ (preposição de + artigo o). Crase Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a regência nominal. Quando o termo regente é um verbo, ocorre a regência verbal. Na regência verbal, o termo regido pode ser ou não preposicionado. Na regência nominal, ele é obrigatoriamente preposicionado. Regência vem do significado gramatical de reger, ou seja, de determinar a flexão de algum termo. Na regência verbal, o verbo é o regente da oração, enquanto o seu complemento é o termo regido, logo é o que irá ser flexionado. Então, podemos entender por regência verbal a relação que o verbo estabelece com seu complemento (objeto direto ou indireto). Vejamos: 1. O menino levou o livro à biblioteca. 2. A garota comeu o bolo. Na segunda oração, o verbo ―comeu‖ é transitivo e exige complemento, veja: comeu o quê? O bolo. Logo, ―comeu‖ é transitivo direto e ―o bolo‖ é objeto direto. Na primeira oração, o verbo ―levou‖ é transitivo direto e exige o complemento (objeto direto) ―o livro‖. O termo que o sucede se refere a um adjunto adverbial de lugar - à biblioteca. Na análise sintática das orações acima podemos constatar que há uma relação de dependência entre o termo regente (que no caso é um verbo) com o termo regido (complemento). O primeiro precisa do segundo para que tenha sentido. Temos vários tipos de contração ou combinação na Língua Portuguesa. A contração se dá na junção de uma preposição com outra palavra. Na combinação, as palavras não perdem nenhuma letra quando feita a união. Observe: • Aonde (preposição a + advérbio onde) • Ao (preposição a + artigo o) Na contração, as palavras perdem alguma letra no momento da junção. Veja: • da (preposição de + artigo a) • na (preposição em + artigo a) Agora, há um caso de contração que gera muitas dúvidas quanto ao uso nas orações: a crase. Crase é a junção da preposição ―a‖ com o artigo definido ―a(s)‖, ou ainda da preposição ―a‖ com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais ―a‖ é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à. Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por ―ao‖ e o substantivo feminino por um masculino, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo de sentido, então com certeza há crase. Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o ―à‖ por ―ao‖ ficaria Fui ao supermercado. Logo, o uso da crase está correto. 80 Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o ―à‖ por ―ao‖ ficaria Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira. É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente: nas expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na expressão ―à moda‖. Veja: Exemplos: Sairei às duas horas da tarde. À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil. Quero uma pizza à moda italiana. Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia). A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da preposição ―a‖ com o artigo feminino a (s), com o ―a‖ inicial referente aos pronomes demonstrativos – aquela (s), aquele (s), aquilo e com o ―a‖ pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada recentemente. Notamos que o verbo referir, analisado de acordo com sua transitividade, classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos a alguém. Constatamos que o fenômeno se aplicou mediante os casos anteriormente mencionados, ou seja, fusão da preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela). A fim de ampliarmos nossos conhecimentos sobre as circunstâncias em que se requer ou não o uso da crase, analisaremos: # O termo regente deve prescindir-se de complemento regido da preposição ―a‖, e o temo regido deve admitir o artigo feminino ―a‖ (s): Exemplos: As informações foram solicitadas à diretora. (preposição + artigo) Nestas férias, faremos uma visita à Bahia. (preposição + artigo) Observação importante: Casos estes em que tal fusão se encontra demarcada pelo acento grave (`): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais. Alguns recursos nos servem de subsídios para que possamos confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns deles: Trata-se de uma particularidade gramatical de relevante importância, dado o seu uso de modo frequente. a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação a+o(s), a crase está confirmada. Diante disso, compreendermos os aspectos que lhe são peculiares, bem como sua correta utilização é, sobretudo, sinal de competência linguística, em se tratando dos preceitos conferidos pelo padrão formal que norteia a linguagem escrita. Exemplos: Há que se mencionar que esta competência linguística, a qual se restringe a crase, está condicionada aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e nomimal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo ou nome que exige complemento regido pela preposição ―a‖, e o temo regido é aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Como explicitamente nos revela os exemplos a seguir: Refiro-me a(a) funcionária antiga, e não a (a)quela contratada recentemente. As informações foram solicitadas à diretora. As informações foram solicitadas ao diretor. b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expressão ―voltar da‖, há a confirmação da crase. Exemplos: Faremos uma visita à Bahia. Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) Não me esqueço da viagem a Roma. Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos. Atenção: 81 Nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto adnominal, a crase está confirmada. Exemplos: Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV) Exemplos: Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias. # A letra ―a‖ dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o temo regente exigir complemento regido da preposição ―a‖. Exemplos: * Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial ―a distância‖. Na praia de Copacabana, observamos a queima de fogos a distância. Entretanto, se o referido termo se constituir de forma determinada, teremos uma locução prepositiva. Mediante tal ocorrência, a crase está confirmada. Entregamos a encomenda àquela (preposição + pronome demonstrativo) menina. Exemplo: Iremos àquela (preposição + pronome demonstrativo) reunião. O pedestre foi arremessado à distância de cem metros. Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) (preposição + pronome demonstrativo) # A letra ―a‖ que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave: - De modo a evitar o duplo sentido, faz-se necessário o emprego da crase. Exemplo: # Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da crase. Exemplo: Exemplos: Ela ficou frente a frente com o agressor. * locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade... Casos em que não se admite o emprego da crase: * locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de... # Antes de vocábulos masculinos. Exemplos: * Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que. As produções escritas a lápis não serão corrigidas. Casos passíveis de nota: Esta caneta pertence a Pedro. * Em virtude da heterogênea posição entre autores, o uso da crase torna-se optativo quando se referir a locuções adverbiais que representem meio ou instrumento. Exemplos: # Antes de verbos no infinitivo. Exemplos: Ele estava a cantar quando seu pai apareceu repentinamente. O marginal foi morto a bala pelos policiais. (Poderíamos dizer que ele foi morto a tiro) Marcela redige todos os seus trabalhos a máquina. (Poderia ser a lápis) * Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de apresentaremse implícitas, mesmo diante de nomes masculinos. No momento em que preparávamos para sair, começou a chover. # Antes de numeral. Exemplo Cegou a cento e vinte o número de feridos daquele acidente. 82 Observação: - Nos casos em que o numeral indicar horas, configurar-se-á como uma locução adverbial feminina, ocorrendo, portanto, a crase. à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso da crase está confirmado no ―a‖ que os antecede, no caso de o termo regente exigir a preposição. Significação das Palavras Os passageiros partirão às dezenove horas. - Diante de numerais ordinais femininos a crase está confirmada, visto que estes não podem ser empregados sem o artigo. Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias: Sinônimos As saudações foram direcionadas à primeira aluna da classe. As palavras que possuem significados próximos são chamadas sinônimas. # Antes da palavra casa, quando essa não se apresentar determinada. Exemplos: Exemplo: Chegamos todos exaustos a casa. Entretanto, se a palavra casa vier acompanhada de um adjunto adnominal, a crase estará confirmada. Chegamos todos exaustos à casa de Marcela. # Antes da palavra ―terra‖, quando essa indicar chão firme. Exemplo: Quando os navegantes regressaram a terra, já era noite. Contudo, se o referido termo estiver precedido por um determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá a crase. Paulo viajou rumo à sua terra natal. # Quando os pronomes indefinidos ―alguma, certa e qualquer‖ estiverem subentendidos entre a preposição ―a‖ e o substantivo, não ocorrerá a crase. Exemplo: Caso esteja certo, não se submeta a humilhação. (a qualquer humilhação) # Antes de pronomes que requerem o uso do artigo. Exemplos: Os livros foram entregues a mim. Dei a ela a merecida recompensa. Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos Casa - lar - moradia – residência Longe – distante Delicioso – saboroso Carro – automóvel Observe que o sentido dessas palavras é próximo, mas não são exatamente equivalentes. Dificilmente encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra. Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte frase: Comprei um novo lar. Obs.: o uso de palavras sinônimas pode ser de grande utilidade nos processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos textos. Antônimos São palavras que possuem significados opostos, contrários. Exemplos: Mal / bem Ausência / presença Fraco / forte Claro / escuro Subir / descer Cheio / vazio Possível / impossível 83 Polissemia Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas: Cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca) Nanco (instituição comercial financeira, assento) Manga (parte da roupa, fruta). Elementos de Sequenciação Textual Palavras como preposições, conjunções e pronomes possuem a função de criar um sistema de relações, referências e retomadas no interior de um texto; garantindo unidade entre as diversas partes que o compõe. Essa relação, esse entrelaçamento de elementos no texto recebe o nome de Coesão Textual. Há, portanto, coesão, quando seus vários elementos estão articulados entre si, estabelecento unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os parágrafos. Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos ou elementos coesivos, cuja função é evidenciar as várias relações de sentido entre os enunciados. Veja um exemplo de um texto coeso: ―O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que o Brasil não vai atender ao governo interino de Honduras, que deu prazo de dez dias para uma definição sobre a situação do presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na embaixada brasileira desde que retornou a Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o governo de Micheletti ameaça retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira no país, segundo informou comunicado da chancelaria hondurenha divulgado na noite de sábado, em Tegucigalpa‖. É óbvio que existem duas ideias que se opõem, são elas: possuir um time de futebol x não vencer o campeonato. Logo, só podemos empregar um conector que expresse ideia adversativa, são eles: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. O período reescrito de forma adequada, fica assim: A escola possui um excelente time de futebol, mas até hoje não conseguiu vencer o campeonato….,porém até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …,contudo até hoje não conseguiu vencer ocampeonato. …todavia até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …entretanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …no entanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …não obstante até hoje não conseguiu vencer o campeonato. A palavra texto provém do latim‖textum‖, que significa tecido, entrelaçamento. Expondo de forma prática, podemos dizer que texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor. Há de se convir que um texto também deve ser claro, estando essa qualidade relacionada diretamente aos elementos coesivos (ligação entre as partes). (Jornal O Globo – 27/09/2009) Falar em coesão é necessariamente falar em endófora e exófora. Aquela se impõe no emprego de pronomes e expressões que se referem a elementos nominais presentes na superfície textual; esta faz remissão a um elemento fora dos limites do texto. Vejamos as principais características de cada uma delas: Quando um conectivo não é usado corretamente, há prejuízo na coesão. Observe:  ra. A escola possui um excelente time de futebol, portanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. O conectivo ―portanto‖ confere ao período valor de conclusão, porém não há verdadeira relação de sentido entre as duas frases: a conclusão de não vencer não é possuir um excelente time de futebol. Analisaremos, a seguir, o problema na coesão: a) Anáfora: expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa. Endófora é dividida em: anáfora e catáfo- ―Secretária de Educação escreve pichação com ―x‖. Ela justifica a gafe pela pressa‖. Observe que o pronome ―Ela‖ retoma uma expressão já citada anteriormente – Secretária de Educação –, portanto trata-se de uma retomada 84 por anáfora. Dica: vale lembrar que a expressão retomada (no exemplo acima representado pela porção Secretária de Educação) é, também, chamada, em provas de Concurso, de referente ideológico. gar, faz-se presente a porção especificativa ―verde‖. Logo, trata-se de uma redefinição do referente.2) Coesão por elipse: ocorre quando elemento do texto é omitido em algum dos contextos em que deveria ocorrer. b) Catáfora: pronome ou expressão nominal que antecipa uma expressão presente em porção posterior do texto. Observe: -Pedro vai comprar o carro? Só queremos isto: a aprovação! Houve a omissão dos termos Paulo (sujeito) e comprar o carro (predicado verbal), todavia essa não prejudicou nem a correção gramatical nem a clareza do texto. Exemplo clássico de coesão por elipse. No exemplo, o pronome ―isto‖ só pode ser recuperado se identificarmos o termo aprovação, que aparece na porção posterior à estrutura. É, portanto, um exemplo clássico de catáfora. Vejamos outros: -Vai! Eu quero ajuda de alguém: pode ser de você. (catáfora ou remissão catafórica)Não viu seu amigo na festa. 3) Coesão por Conjunção: estabelece relações significativas entre os elementos ou orações do texto, através do uso de marcadores formais – as conjunções. Essas podem exprimir valor semântico de adição, adversidade, causa, tempo… (catáfora ou remissão catafórica) Perdeu as forças e caiu. (adição) ―A manicure Vanessa foi baleada na Tijuca. Ela levou um tiro no abdome‖. (anáfora ou remissão anafórica) Perdeu as forças, mas permaneceu firme. (adversidade) Três homens e uma mulher tentaram roubar um Xsara Picasso na Tijuca: deram 10 tiros nocarro, mas não conseguiram levá-lo. (anáfora ou remissão anafórica)  Exófora: a remissão é feita a algum elemento da situação comunicativa, ou seja, o referente está fora da superfície textual. Mecanismos de coesão: é meio pelo qual ocorre a coesão em um texto. Os principais são: 1) Coesão por substituição: consiste na colocação de um item em lugar de outro(s) elemento(s) do texto, ou até mesmo de uma oração inteira. Ele comprou um carro. Eu também quero comprar um. Perdeu as forças, porque não se alimentou. (causa) Perdeu as forças, quando soube a verdade. (tempo) Observe que todas as relações de sentido estabelecidas entre as duas porções textuais são feitas por meio dos conectores: e, mas, porque, quando. 4) Coesão Lexical: é obtida pela seleção vocabular. Tal mecanismo é garantido por dois tipos de procedimentos: a)Reiteração: ocorre por repetição do mesmo item lexical ou através de hiperônimos, sinônimos ou nomes genéricos. Ele comprou um carro novo e eu também. O aluno estava nervoso. O aluno havia sido assaltado. (repetição do mesmo item lexical)Uma menina desapareceu. Observe que ocorre uma redifinição, ou seja, não há identidade entre o item de referência e o item pressuposto. O que existe, na verdade, é uma nova definição nos termos: um, também. Comparemos com outro exemplo: A garota estava envolvida com drogas. (coesão resultante do uso de sinônimo) Havia muitas ferramentas espalhadas, mas só precisava achar o martelo. (coesão por hiperônimo: ferramentas é o gênero de que martelo é a espécie) Comprei um carro vermelho, mas Pedro preferiu um verde. Todos ouviram um barulho atrás da porta. Abriram-na e viram uma coisa em cima da mesa. (coesão resultante de um nome genérico) O termo ―vermelho‖ é o adjunto adnominal de carro. Ele é, então, o modificador dosubstantivo. Todavia, esse termo é silenciado e, em seu lu- Observação: nos exemplos acima, observamos que retomar um referente por meio de uma ex- 85 pressão genérica ou por hiperônimo é um recurso natural de um texto. subjetiva:verbo de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva. Muitos estudantes de concursos ou vestibulares perguntam se é errado repetir palavras em suas redações. A resposta é simples: se houver, na repetição, finalidade enfática você não será penalizado. Ex. É necessário que façamos nossos deveres. Todavia, a escolha dos recursos coesivos mais adequados deve ser feita, levando-se em consideração a articulação geral do texto e, eventualmente, os efeitos estilísticos que se deseja obter. b) Coesão por colocação ou contiguidade: consiste no uso de termos pertencentes a um mesmo campo semântico. Domínio Da Estrutura Morfossintática Do Período Coordenação e Subordinação. verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva.Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer, importar, interessar, suceder, acontecer. Ex. Convém que façamos nossos deveres. verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva. Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda. B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal.(sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta. Período Composto Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante. Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Há dois tipos de períodos compostos: C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal.(sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta. 1) Período composto por coordenação: quando as orações não mantêm relação sintática entre si, ou seja, quando o período é formado por orações sintaticamente independentes entre si. Ex. Lembro-me de que tu me amavas. Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei. 2) Período composto por subordinação: quando uma oração, chamada subordinada, mantém relação sintática com outra, chamada principal. Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração que funciona como objeto direto) Relações De Subordinação Entre Orações E Entre Termos Da Oração. D) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal.(sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinadasubstantiva completiva nominal. Ex. Tenho necessidade de que me elogiem. E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva. Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade. Período Composto Por Subordinação A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais. I. Orações Subordinadas Substantivas:São seis as orações subordinadas substantivas, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, se) A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal.Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinadasubstantiva F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação daoração principal.(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa. Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses. Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras: Pronomes interrogativos (quem, que, qual…) Advérbios interrogativos (onde, como, quando…) 86 Perguntou-se quando ele chegaria.Não sei onde coloquei minha carteira. Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova. II. Orações Subordinadas Adjetivas D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição. As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relativo. Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que. São duas as orações subordinadas adjetivas: A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou pronome a que se refere. A restritiva funciona como adjunto adnominal de um termo da oração principal e não pode ser isolada por vírgulas. Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce. E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. Conjunções: como, conforme, segundo. Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura. Os alunos cujas redações foram escolhidas receberão um prêmio. B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo, explicando mais detalhadamente uma característica geral e própria desse nome. A explicativa funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por vírgulas. Ex. Londrina, que é a terceira cidade do região Sul do país, está muito bem cuidada. III. Orações Subordinadas Adverbiais São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que. Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal. B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido Conjunções: (mais) … que, (menos)… que, (tão)… quanto, como. Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão(era). C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão. Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, sebem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese. Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura. F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de conseqüência. Conjunções: (tão)… que, (tanto)… que, (tamanho)… que.Ex. Ele fala tão alto, que não precisa do microfone. G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que,mal. Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo. H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. Conjunções: a fim de que, para que, porque. Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam. I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais.À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos. IV. Orações Reduzidas Quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome relativo e com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio,dizemos que ela é uma oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de particípio ou de gerúndio. Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem. Emprego dos Sinais de Pontuação 87 Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc… b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta. Veja abaixo a divisão e emprego dos sinais de pontuação: – Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde… PONTO ( . ) c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia. a) indicar o final de uma frase declarativa. Ex.: Lembro-me muito bem dele. b) separar períodos entre si. Ex.: Fica comigo. Não vá embora. c) nas abreviaturas. Ex.: – Alô! João está? Ex.: ―Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-derosa…‖ (Cecília- José de Alencar) d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita. Ex.: Av.; V. Ex.ª Ex.: ―Quando penso em você (…) menos a felicidade.‖ (Canteiros – Raimundo Fagner) DOIS-PONTOS ( : ) PARÊNTESES ( () ) a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas. Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas. ―Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. ― (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha) Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão. a) iniciar a fala dos personagens: Ex.: Então o padre respondeu: – Parta agora. b) antes de aposto ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores. Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto. PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) a) Após vocativo. Ex.: ―Parte, Heliel! ― ( As violetas de Nossa Sra.Humberto de Campos). b) Após imperativo. Ex.: Cale-se! c) Após interjeição. c) antes de citação. Ex.: Ufa! Ai! Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: ―Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.‖ d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional. RETICÊNCIAS ( … ) a) indicar dúvidas ou hesitação do falante. Ex.: Sabe…eu queria te dizer que…esquece. Ex.: Que pena! PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? ) a) Em perguntas diretas. Ex.: Como você se chama? 88 b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação. Ex.: – Quem ganhou na loteria? – Você. – Eu?! VÍRGULA ( , ) É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena. d) separar elementos de uma enumeração. Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestrede-obras. e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo. Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem. f) separar conjunções intercaladas. Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva. g) separar o complemento pleonástico antecipado. Ex.: A mim, nada me importa. Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. h) isolar o nome de lugar na indicação de datas. Não se separam por vírgula: i) separar termos coordenados assindéticos.  Predicado de sujeito;  Objeto de verbo;  Adjunto adnominal de nome;  complemento nominal de nome;  Predicativo do objeto do objeto;  Oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). A Vírgula no Interior da Oração É utilizada nas seguintes situações: Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001. Ex.: ―Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua…‖ (Caetano Veloso) j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo). Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir) Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política. Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café. Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório. A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país. Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia. b) separar alguns apostos. A vírgula entre orações Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem. É utilizada nas seguintes situações: a) separar o vocativo. c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você. a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro. As pessoas, muitas vezes, são falsas. 89 b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame. Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção: 1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. 2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo) III- demissão; IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V- destituição de cargo em comissão; VI- destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo) b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula. Ex.: ―O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (…) ‖ (O visconde de Inhomerim – Visconde de Taunay) TRAVESSÃO ( – ) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. a) dar início à fala Ex.: O filho perguntou: c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal. – Pai, quando começarão as aulas? Ex.: ―No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho.‖ (O selvagem – José de Alencar) – Doutor, o que tenho é grave? d) separar as orações intercaladas. c) unir grupos de palavras que indicam itinerário. Ex.: ―- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando…‖ Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado. Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas. Ex.: ―Senhor – disse o velho – tenho grandes contentamentos em a estar plantando…‖ Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe. e) separar as orações substantivas antepostas à principal. Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei. PONTO-E-VÍRGULA ( ; ) a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc. Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares: de um personagem. b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos. – Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom. ASPAS ( “ ” ) a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares. Ex.: Maria ganhou um apaixonado ―ósculo‖ do seu admirador. A festa na casa de Lúcio estava ―chocante‖. Conversando com meu superior, dei a ele um ―feedback‖ do serviço a mim requerido. I- advertência; b) indicar uma citação textual. II- suspensão; 90 Ex.: ―Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala‖. ( O prazer de viajar – Eça de Queirós) Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ‗ ‗ ) Recursos alternativos para pontuação: Quando houver pausa (vírgula) entre o advérbio e o verbo usa-se a ênclise. • Em orações com palavras exclamativas, ou em orações que exprimem desejos (optativas): Exemplo: Como nos divertiu este palhaço! Que seu novo amor lhe faça feliz! Parágrafo ( § ) Chave ( { } ) • Em orações iniciadas por palavras que tenham sentido de perguntas interrogativas. Colchete ( [ ] ) Exemplo: Barra ( / ) Quem lhe deu este anel? Colocação dos Pronomes Átonos • Quando o gerúndio estiver antecedido de uma preposição, geralmente ―em‖. Os pronomes oblíquos átonos são: me, nos, te, vos, o, a, os, as, lhe, lhes, se. Estes pronomes podem se encontrar em três posições diferentes, em relação ao verbo: Próclise: pronomes oblíquos átonos antes do verbo Ex.: Não se imaginava o tamanho daquele ônibus. Ênclise: pronomes oblíquos átonos depois do verbo Exemplo: Em se tratando de casamento, quero o mais rápido possível. Alguns casos em que ocorre mesóclise • Somente usamos a mesóclise em verbos no futuro do pretérito do indicativo ou no futuro do presente, e quando não ocorrer na frase próclise. Ex.: Os advogados entregar-nos-ão os documentos amanhã. Ex.: Vou buscá-la na escola hoje. Mesóclise: pronomes oblíquos átonos entre o verbo Ex.: Dar-lhe-ei tudo o que você quiser. • Casa houver a necessidade de ter uma próclise na frase, a mesóclise será desconsiderada, mesmo o verbo estando no futuro. Alguns casos em que ocorre próclise • Quando o verbo estiver antecedido de palavras com sentido negativo (nem, não, ninguém, nada, jamais e etc.). Exemplo: Ninguém lhe mostraria, pois você não foi sincera. Exemplo: • No inicio de uma frase, ou depois de uma vírgula (pausa) Jamais se pode falar mal dos outros. Exemplo: Nunca me preocupei com isso. • Quando o um advérbio: verbo estiver antecedido Alguns casos em que ocorre ênclise de Ex.: Vi-me apaixonado por aquela linda moça. Quase chorei quando a vi, emocionei-me com sua presença. Exemplo: • Em verbos sem preposição (em) e no gerúndio. Realmente, preocupei-me com isso. Exemplo: Exemplo: Ex.: Já estava esquecendo-me do seu aniversário. Pouco me importa o que você pensa. • Em orações coordenadas. 91 Exemplo: Ex.: Eles dirigiram-se até a festa de um amigo. • Quando um substantivo ou pronome precedido do verbo estiver representando o sujeito: Exemplo: O cliente queixou-se do pouco caso do atendente. Reescrituração de textos Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem são nomes dados a alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto mais rico e expressivo ou buscar um novo significado, possibilitando uma reescritura correta de textos. Podem ser: Figuras De Palavras As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação. São figuras de palavras: Comparação: Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer, assemelhar-se e outros. Exemplos: ―Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se fosse lógico.‖ (Chico Buarque); ―As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas…‖ (Jorge Amado). Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido. Exemplo: ―Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.‖ (Machado de Assis). Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos: – o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um cálice (o conteúdo de um cálice) de licor. – a causa pelo efeito e vice-versa: ―E assim o operário ia / Com suor e com cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamento.‖ (Vinicius de Moraes). – o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto). – o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado). – o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração (sentimento, sensibilidade). – o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos revolucionários. – a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa. – o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo. – a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura). – o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, glutão). Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos: – o todo pela parte e vice-versa: ―A cidade inteira (o povo) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das patas) de seu cavalo.‖ (J. Cândido de Carvalho) – o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido. Metonímia: 92 – o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artistas ele foi um mecenas (protetor). Catacrese: A catacrese é um tipo de especial de metáfora, ―é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico.‖ (Othon M. Garcia). São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco. Exemplo: ―A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…‖ (Machado de Assis). Figuras de sintaxe ou de construção: As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões. Elas podem ser construídas por: a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma; Sinestesia: b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto; A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas). Exemplo: ―A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal.‖ (Augusto Meyer) Antonomásia: Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue. Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio. Exemplos: ―E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (= Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão) Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico. c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; d) ruptura: anacoluto; e) concordância ideológica: silepse. Portanto, são figuras de construção ou sintaxe: Assíndeto: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas. Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas). Exemplo: ―Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se.‖ (Machado de Assis). Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo. Exemplo: ―Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.‖ (elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…). Zeugma: Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição. 93 Exemplo: ―Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes.‖ (Zeugma do verbo: ―e foram assassinados…‖) (Camilo Castelo Branco). mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.‖ (Manuel Bandeira). Anástrofe: Anáfora: Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso. Exemplo: ―Depois o areal extenso… / Depois o oceano de pó… / Depois no horizonte imenso / Desertos… desertos só…‖ (Castro Alves). Pleonasmo: Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado. a) Pleonasmo literário: Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado). Exemplo: ―Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho.‖ (Mário Quintana). Hipérbato: Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase. Exemplo: ―Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ‖ (As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade). É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem. Sínquise: Exemplo: ―Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via.‖ (Alberto de Oliveira). Exemplo: ―A grita se alevanta ao Céu, da gente. ‖ (A grita da gente se alevanta ao Céu ) (Camões). ―Morrerás morte vil na mão de um forte.‖ (Gonçalves Dias) Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase. ―Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal‖ (Fernando Pessoa). b) Pleonasmo Vicioso: É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras. Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / principal protagonista. Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado. Hipálage: Exemplo: ―… as lojas loquazes dos barbeiros.‖ (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de Queiros). Anacoluto: Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos – que não apresentam função sintática definida – desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível. Exemplo: ―Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.‖ (Alcântara Machado). Polissíndeto: Silepse: Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos. Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada. Exemplo: ―Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas / e as Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino). a) Silepse de gênero: 94 Exemplo: ―Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.‖ (Guimarães Rosa). Eufemismo: b) Silepse de número: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante. Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural). Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.‖ (Mário Barreto). Exemplo: ―E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague‖. (Chico Buarque). Gradação: c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado. Exemplo: ―Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas.‖ (Machado de Assis). Figuras de pensamento: As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico. Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia. Exemplo: ―Aqui… além… mais longe por onde eu movo o passo.‖ (Castro Alves). Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto. Exemplo: ―Rios te correrão dos olhos, se chorares!‖ (Olavo Bilac). São figuras de pensamento: Ironia: Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Exemplo: ―Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazemnos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.‖ (Rui Barbosa). Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. Exemplo: ―Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: / um amor.‖ (Mário de Andrade). Apóstrofe: Prosopopéia: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão. Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários. Exemplo: ―Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?‖ (Castro Alves). Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo. Exemplo: ―Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;‖ (Camões) Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: ―O peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…‖ Exemplos: ―… os rios vão carregando as queixas do caminho.‖ (Raul Bopp) Um frio inteligente (…) percorria o jardim…‖ (Clarice Lispector) Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear. 95 Exemplo: ―Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil.‖ (André Filho). Até este ponto retirei informações do site PCI cursos Vícios de Linguagem Ambiguidade Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto. Ex: ―Onde está a vaca da sua avó?‖ (Que vaca? A avó ou a vaca criada pela avó?) ―Onde está a cachorra da sua mãe?‖ (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?) ―Este líder dirigiu bem sua nação‖(―Sua‖? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?). Obs 1: O pronome possessivo ―seu(ua)(s)‖ gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem. Obs 2: A preposição ―como‖ também gera confusão com o verbo ―comer‖ na 1ª pessoa do singular. A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem. Barbarismo Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula. De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes nomes:  Galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de Gália, antigo nome da França);  Anglicismo, quando do inglês;  Castelhanismo, quando vindos do espanhol; Ex: Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria ―quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente‖); Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria ―comeu um rosbife―); Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria ―Havia ligações(ou vínculos) para sua página‖. Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria ―Eles têm serviço de entrega‖). Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o mais adequado seria Primeiro-ministro) Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja) Convocamos para a Reunião do Conselho de DA‘s (plural da sigla de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se usa apóstrofo ‗s‘ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.) Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, grafia, morfologia, etc., tais como ―adevogado‖ ou ―eu sabo―, pois seriam atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência no dialeto padrão da língua. Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barbarismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem. Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo (ex: ―abdômen‖) quando presente em uma mensagem a um receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia compreender melhor os sinônimos ―barriga‖, ―pança‖ ou ―bucho‖). Cacofonia 96 A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exemplos desse fato: Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer. Pleonasmo Vicioso ―Ele beijou a boca dela.‖ ―Bata com um mamão para mim, por favor.‖ ―Deixe ir-me já, pois estou atrasado.‖ ―Não tem nada de errado a cerca dela― ―Vou-me já que está pingando. Vai chover!‖ ―Instrumento para socar alho.‖ ―Daqui vai, se for dai.‖ Não são cacofonia: ―Eu amo ela demais !!!‖ ―Eu vi ela.‖ ―você veja‖ Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e ―pegadinhas‖. Plebeísmo O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais. Exemplos: ―Ele era um tremendo mané!‖ ―Tô ferrado!‖ ―Tá ligado nas quebradas, meu chapa?‖ ―Esse bagulho é ‗radicaaaal‘!!! Tá ligado mano?‖ ‗Vô piálá‘mais tarde ‗ !!! Se ligou maluko ? Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo. Prolixidade O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso. Ex: ―Ele vai ser o protagonista principal da peça‖. (Um protagonista é, necessariamente, a personagem principal) ―Meninos, entrem já para dentro!‖ (O verbo ―entrar‖ já exprime ideia de ir para dentro) ―Estou subindo para cima.‖ (O verbo ―subir‖ já exprime ideia de ir para cima) ―Não deixe de comparecer pessoalmente.‖ (É impossível comparecer a algum lugar de outra forma que não pessoalmente) ―Meio-ambiente‖ – o meio em que vivemos = o ambiente em que vivemos. Não é pleonasmo: ―As palavras são de baixo calão―. Palavras podem ser de baixo ou de alto calão. O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem. Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso. É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas idéias. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor. Solecismo A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. De concordância: Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo: 97 ―Fazem três anos que não vou ao médico.‖ (Faz três anos que não vou ao médico.) Adequação do formato do texto ao gênero. Redação Oficial ―Aluga-se salas nesse edifício.‖ (Alugam-se salas nesse edifício.) De regência: ―Ontem eu assisti um filme de época.‖ (Ontem eu assisti a um filme de época.) De colocação: ―Me empresta um lápis, por favor.‖ (Empresta-me um lápis, por favor.) ―Me parece que ela ficou contente.‖ (Parece-me que ela ficou contente.) ―Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.‖ (Eu não lhe respondi nada do que perguntou.) Eco O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância. ―Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação.‖ ―O aluno repetente mente alegremente.‖ O presidente tinha dor de dente constantemente. Colisão O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denominado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão. Exemplos: A redação oficial é caracterizada pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Esses mesmos princípios aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. 1. A Impessoalidade: O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica; b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade. 2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais: A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que: ―Eram comunidades camponesas com cultivos coleti vos.‖ a) se observam as regras da gramática formal e ―O papa Paulo VI pediu a paz.‖ 3. Formalidade e Padronização: Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por outras similares ou sinônimas. A formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. Correspondência Oficial A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização. Adequação da linguagem ao tipo de documento. b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. 98 4. Concisão e Clareza: Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Para ela concorrem: nhor Senador, / Senhor Juiz, / Senhor Ministro, / Senhor Governador. No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: A Sua Excelência o Senhor a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; Fulano de Tal b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão; 00000-000 – Natal. RN c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos; d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam. 5. Pronomes de Tratamento: O emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: a) do Poder Executivo: Presidente da República / Vice-Presidente da República / Ministros de Estado / Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal / Oficiais-Generais das Forças Armadas / Embaixadores / Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial / Secretários de Estado dos Governos Estaduais / Prefeitos Municipais. b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores / Ministros do Tribunal de Contas da União / Deputados Estaduais e Distritais / Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais / Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. Secretário de Estado da Saúde A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 10ª Vara Cível Rua ABC, nº 123 01010-000 – Natal. RN A Sua Excelência o Senhor Deputado Fulano de Tal Assembléia Legislativa 00000-000 – Natal. RN Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação. Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal, (…) No envelope, deve constar do endereçamento: c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores / Membros de Tribunais / Juízes / Auditores da Justiça Militar. Ao Senhor Fulano de Tal O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, / Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, / Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Se- Rua ABC, nº 123 12345-000 – Natal. RN Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. 99 Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações. b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo: 7. Identificação do Signatário: Atenciosamente, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores. (…) Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte: Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são: (espaço para assinatura) (espaço para assinatura) Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: NOME NOME Santíssimo Padre, Chefe de Gabinete do Tribunal de Contas Secretário de Estado da Tributação Magnífico Reitor, (…) Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou NORMAS GERAIS DE ELABORAÇÃO: Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, Ao se elaborar uma correspondência deverão ser observadas as seguintes regras: (…) − utilizar as espécies documentais, de acordo com as finalidades expostas nas estruturas dos modelos adiante expostos; Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos. 6. Fechos para Comunicações: O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. A legislação federal estabeleceu o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, − utilizar os pronomes de tratamento, os vocativos, os destinatários e os endereçamentos corretamente; − utilizar a fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; − para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; − é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página. No caso de Comunicação Interna, o destinatário deverá ser identificado pelo cargo, não necessitando do nome de seu ocupante. Exceção para casos em que existir um mesmo cargo para vários ocupantes, sendo necessário, então, um vo- 100 cativo composto pelo cargo e pelo nome do destinatário em questão. Exemplo: Ao Senhor Assessor José Amaral Quando um documento estiver respondendo à solicitação de um outro documento, fazer referência à espécie, ao número e à data ao qual este se refere. O assunto que motivou a comunicação deve ser introduzido no primeiro parágrafo, seguido do detalhamento e conclusão. Se contiver mais de uma idéia deve-se tratar dos diferentes assuntos em parágrafos distintos. A referência ao ano do documento deverá ser feita após a espécie e número do expediente, seguido de sigla do órgão que o expede. CERTO: Ofício nº 23/2005-DAI/TCE ERRADO: Ofício nº 23/TCE/DAI-2005 Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige à comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. Exemplos:  Vossa Senhoria nomeará o substituto.  Vossa Excelência conhece o assunto. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: ―Vossa Senhoria nomeará seu substituto‖ (e não ―Vossa… vosso…‖). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se o interlocutor for homem, o correto é ―Vossa Excelência está atarefado‖; se for mulher,‖Vossa Excelência está atarefada‖.  Em geral não se coloca ponto nas siglas;  Grafam-se em caixa alta as compostas apenas de consoante: fgts;  Grafam-se em caixa alta as siglas que, apesar de compostas de consoante e de vogal, são pronunciadas mediante a acentuação das letras: iptu, ipva, dou;  Grafam-se em caixa alta e em caixa baixa os compostos de mais de três letras (vogais e consoantes) que formam palavra: bandern, cohab, ibama, ipea, embrapa. Siglas e acrônimos devem vir precedidos de respectivo significado e de travessão em sua primeira ocorrência no texto (Exemplos: Diário Oficial do Estado – DOE). Destaques: Recurso tipográfico que estabelece contrastes, com o objetivo de propiciar saliências no texto. Os mais comuns são os a seguir comentados. Itálico – Convencionalmente, grafa-se em itálico títulos de livros, de periódicos, de peças, de óperas, de música, de pintura e de escultura; Assim como nomes de eventos e estrangeirismos citados no corpo do texto. Lembrar, no entanto, que na grafia de nome de instituição estrangeira não se deve usar o itálico. Contudo, no caso de o texto já estar todo ele grafado em itálico, o destaque de palavras e de locuções de outros idiomas, ainda não adaptadas ao português, pode ser obtido com o efeito contrário, ou seja, com a grafia delas sem o itálico; recursos esse conhecido como ―redondo‖. Usa-se ainda o itálico na grafia de nomes científicos, de animais e vegetais (Exemplos: Canis familiaris; Apis mellifera). Pode-se adotar também, desde que sem exageros, o destaque do itálico na grafia de palavras e/ou de expressões às quais se queira da ênfase. Aspas – Usa-se grafar entre as aspas simples: a citação dentro de uma citação. Siglas e Acrônimos: Já as aspas duplas, essas são adotadas para: Sigla é a representação de um nome por meio de suas iniciais – Exemplos: INSS. Apesar de obedecer às mesmas regras dispostas para as siglas, os acrônimos são distintos delas, ou seja, são palavras formadas das primeiras letras ou de sílabas de outras palavras – Exemplos: Bradesco;  Delimitar a indicação de citações diretas de até três linhas;  Destacar neologismos – sentido inusitado de uma palavra ou de uma expressão, ou termos formados a partir de palavras de outra língua – 101 ―ajanelar o coração‖; ―deletar‖; ―zebra‖, como expressão de azar; (edifício Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja do São José);  Indicar um sentido não habitual – exemplos: havia um ―porém‖ no olhar do diretor;  Nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);  Destacar o valor – irônico ou afetivo de um termo – exemplos: ela era a ―queridinha‖ do papai.  Nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (―A Terra gira em torno do Sol‖); Negrito – O destaque do negrito é mais comumente usado na transcrição de entrevistas, para separar perguntas de respostas; assim como, conforme antes mencionado, na indicação de títulos e de subtítulos. Contudo, o negrito pode ser utilizado também, comedidamente, na grafia de termos e/ou de expressões a que se queira dar ênfase. Maiúsculas – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúsculas (caixa alta – CA) é convencionalmente usada na grafia de:  Nomes próprios e de sobrenomes (José Ferreira) de cognomes (Ivan, o Terrível); de alcunhas (Sete Dedos); de pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes dinásticos (os Médici);  Topônimos (Brasília, Paris);  Regiões (Nordeste, Sul);  Nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas Americanas);  Nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia Militar);  Nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);  Nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de Novembro);  Designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);  Nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea, Lei Afonso Arinos). Minúsculas – Além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do ano, os dias da semana e os meses do ano, a letra minúscula (comumente chamada de caixa baixa – Cb), é também usada na grafia de:  Cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador, cavaleiro); axiônimos correntes (você, senhor); culturais (reitor, bacharel); profissionais (ministro, médico, general, presidente, diretor); eclesiásticos (papa, pastor, freira);  Gentílicos e de nomes étnicos (franceses, paulistas, iorubas);  Nome de doutrina e de religiões (espiritismo, protestantismo);  Nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas, umbandistas);  Na palavra governo (governo fernando henrique, governo de são paulo);  Nos termos designativos de instituições, quando esses não estão integrados no nome delas – exemplos: a agência nacional de águas tem por missão (…), no entanto, a referida agência não exclui de suas metas os compromissos relacionados a…;  Nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome próprio: rio amazonas, serra do mar, cabo norte (mas, cabo frio, rio de janeiro, serra do salitre);  Nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);  Prefixo exemplos: ex-ministro do meio ambiente, ex-presidente da república; nome de derivado: weberiano, nietzschiano, keynesiano, apolíneo;  Nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou políticoadministrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);  Pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de minas gerais, o sul do pará – observe: ―é bom morar na região norte do brasil, mas muitos preferem o sul de são paulo‖.  Nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário Alvim); nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público Enumerações: 102 O trecho que anuncia uma enumeração geralmente vem sucedido por dois-pontos; situação em que a relação de itens que se segue deve ser introduzida por letras minúsculas – Exemplos: a), b), c) – ou por um outro tipo de marcador (,□, , …etc.), ser grafada com inicial minúscula e concluída com ponto-e-vírgula até o penúltimo item, pois que o último deverá vir seguido de ponto final. Caso o trecho anunciativo da enumeração termine com um ponto final, os itens que o sucedem devem vir grafados com inicial maiúscula, assim como ser finalizados, todos eles, com um ponto final. Grafia De Numerais: Os numerais são geralmente grafados com algarismos arábicos. Todavia, em algumas situações especiais é regra grafá-los, no texto, por extenso. Confira a seguir algumas dessas situações:  De zero a nove: três livros, quatro milhões;  Dezenas bilhões; redondas: trinta cadernos, setenta  Centenas redondas: trezentos mil, novecentos trilhões, seiscentas pessoas. Em todos os casos, porém, só se usam palavras quando não há nada nas ordens ou nas classes inferiores (Exemplos: 14 mil, mas 14.200 e não 14 mil e duzentos; 247.320 e não 247 mil e trezentos e vinte). Acima do milhar, no entanto, dois recursos são possíveis:  Aproximação de número fracionário, como em 23,7 milhões;  Desdobramento dos dois primeiros termos, como em 47 milhões e 642 mil. As classes são separadas por pontos (Exemplos: 1.750 páginas), exceto no caso de ano (Exemplos: em 1750), de código postal (Exemplos: CEP 70342-070) e de especificação de caixa postal (Exemplos: 1011). As frações são sempre indicadas por algarismos, exceto no caso de os dois elementos dela se situarem entre um e dez (Exemplos: dois terços, um quarto, mas 2/12, 5/11 etc.). Já as porcentagens, essas são indicadas (exceto no início de frase) por algarismos, os quais são, por sua vez, sucedidos do símbolo próprio sem espaço: 86%, 135% etc.). Os ordinais são grafados por extenso de primeiro a décimo, os demais devem ser representados de forma numérica: terceiro, quinto, mas 13º, 47º etc. As quantias são grafadas por extenso de um a dez (seis centavos, nove milhões de francos) e com algarismos daí em diante (11 centavos, 51 milhões de francos). Porém, quando ocorrem frações, registra-se a quantia exclusivamente de forma numérica (US$ 325,60). Os algarismos romanos são usados nos seguintes casos:  Na designação de séculos: século XXI, século II a.C;  Na designação de reis, de imperadores, de papas etc.: Felipe IV, Napoleão II, João XXIII;  Na designação de grandes divisões das Forças Armadas: IV Distrito Naval, I Exército;  No nome de eventos repetidos periodicamente: IX Bienal de São Paulo, XII Copa do Mundo;  Na especificação de dinastias: II dinastia, IV dinastia. Em se tratando de horas (hora legal), recomendase o uso de algarismos arábico, seguido de abreviatura, sem espaço (Exemplos: 12h; das 13 às 18h30). As datas devem ser grafadas por extenso, sem o numeral zero à esquerda. Exemplo: ―4 de março de 1998, 1º de maio de 1998.‖ Na ementa, no preâmbulo, na primeira remissão e na cláusula de revogação a data do ato normativo deve ser grafada por extenso. Exemplo: Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Nas demais remissões, a citação deve ser feita de forma reduzida. Exemplo: Lei nº 8112, de 1990. A identificação do ano não deve conter ponto entre a classe do milhar e a da centena. Exemplo: CERTO: 2005 ERRADO: 2.005 Convém que as décadas sejam grafadas em algarismos arábicos, e com a especificação do século, para que não haja ambigüidades: década de 1920; década de 1870. O Padrão Ofício: 103 Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Para uniformizá-los, adotou-se uma diagramação única, que segue o padrão ofício. Partes do documento no Padrão Ofício: O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes: a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede: Exemplos: Mem. 123/2002-TCE Aviso 123/2002-TCE Of. 123/2002-SG/TCE b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita: Exemplo: Brasília, 15 de março de 1991. c) assunto: resumo do teor do documento Exemplos: Assunto: Produtividade do órgão em 2002. Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte: – introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: ―Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.‖ ou ―Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1º de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.‖ – desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço. f) fecho; e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: h) identificação do signatário. – introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: ―Tenho a honra de‖, ―Tenho o prazer de‖, ―Cumpre-me informar que‖, empregue a forma direta; – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; – conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto. Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. g) assinatura do autor da comunicação; e Forma de diagramação: Os documentos do Padrão Ofícial devem obedecer à seguinte forma de apresentação: a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página; d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (―margem espelho‖); 104 e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda; f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura; g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: Excelentíssimo Senhor Presidente da República Senhora Ministra h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco; i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento; j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações; l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto; n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo Exemplos: ―Of. 123 – relatório produtividade ano 2002″ Aviso e Ofício: Definição e Finalidade Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares. Forma e Estrutura Senhor Chefe de Gabinete Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente: – nome do órgão ou setor; – endereço postal; – telefone e endereço de correio eletrônico. Memorando: Definição e Finalidade O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando. Forma e Estrutura Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos: Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos 105 Redação: A elaboração de correspondências e atos oficiais deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre a Administração Pública; o que e comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão ou entidade que comunica; o destinatário dessa comunicação é o público, o conjunto de cidadãos, ou outro órgão ou entidade pública. A redação oficial deve ser isenta de interferência da individualidade de quem a elabora. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecerem a certas regras de forma. A clareza do texto, possibilitando imediata compreensão pelo leitor, o uso de papéis uniformes e a correta diagramação são indispensáveis para a padronização das comunicações oficiais. O texto deve ser conciso, transmitindo um máximo de informações com um mínimo de palavras. Identidade Visual: Todos os papéis de expediente, bem como os convites e as publicações oficiais deverão possuir a logomarca da TCE conforme disposto na Resolução nº 19, de 18 de maio de 2001, ou com norma que a suceder. Logomarca, é a marca que reúne graficamente letras do nome de uma instituição e elementos formais puros, abstratos. Pode-se ainda defini-la como qualquer representação gráfica padronizada e distintiva utilizada como marca. Artigos: Na numeração de artigos em leis, decretos, portarias e outros textos legais, proceder-se-á da forma como se segue: Do artigo primeiro até o artigo nono, usa-se o numeral ordinal, ou seja 1º, 2º, 3º até o 9°, precedido da forma abreviada de artigo – ―Art.‖. Exemplo: ―Art. 1º, Art. 2º, Art. 3º…. Art. 9º ―. Do artigo dez (inclusive) em diante, usa-se numeral cardinal, ou seja 10, 11, 12, 13 etc, precedido da forma abreviada de Artigo – ―Art.‖, e o numeral cardinal acompanhado de ponto – ―.‖ Exemplo: ―Art. 10.‖, ―Art. 11.‖, ―Art. 99.‖, ―Art. 150.‖ etc. A indicação de artigo será separada do texto por dois espaços em branco, sem traços ou outros sinais. Exemplo: Art. 1º Ao (nome do órgão) compete… O texto de um artigo inicia-se sempre por letra maiúscula e termina com ponto, salvo nos casos em que contiver incisos, quando deverá terminar por dois-pontos. Em remissões a outros artigos do texto normativo, deve-se empregar a forma abreviada ―art.‖ seguida do número correspondente. Exemplo: ―… o art. 8º, no art. 15…‖. Quando o número for substituído por um adjetivo (anterior, seguinte etc), a palavra artigo deverá ser grafada por extenso. Exemplo: ―… no artigo anterior…‖ O agrupamento de artigos poderá constituir Subseções; o de Subseções, a Seção; o de Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o Título; o de Títulos, o Livro; o de Livros a Parte. Podem também ser subdivididos em ―Disposições Preliminares‖, ―Disposições Gerais‖, ―Disposições Finais‖ e ―Disposições Transitórias‖. As Subseções e Seções serão identificadas em algarismos romanos, grafadas em letras minúsculas e em negrito. Os Capítulos, os Títulos, os Livros e as Partes serão gravados em letras maiúsculas e identificados por algarismos romanos. As Partes poderão desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial, ou em parte expressas em numeral ordinal, por extenso. O artigo desdobra-se em parágrafos ou em incisos. Parágrafos: O parágrafo constitui a imediata divisão de um artigo, em que se explica ou modifica a disposição principal. Quando um artigo contiver mais de um parágrafo, estes serão designados pelo símbolo §, seguido de numeração ordinal até o nono parágrafo, inclusive. 106 Exemplo: ―§ 1º , § 2º, …..§ 9º… A partir do parágrafo de número 10 (inclusive), usa-se o símbolo §, seguido de numeração cardinal e de ponto. Exemplo: ―§ 10., § 11.‖ etc. Se houver apenas um parágrafo deve-se grafá-lo como ―Parágrafo único‖ e não ―§ único‖, seguido de ponto e separado do texto normativo por 2 espaços em branco. Nas referências ―Parágrafo único‖, ―Parágrafo anterior‖, ―Parágrafo seguinte‖ e semelhantes, a grafia é por extenso. O texto dos parágrafos inicia-se com maiúscula e encerra-se com ponto, salvo se for desdobrado em incisos, caso em que deverá findar por dois-pontos. Os parágrafos desdobram-se em incisos. O texto dos itens inicia-se por letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e termina em ponto-e-vírgula, dois pontos, quando se desdobrar em itens, salvo o último, que se encerra por ponto. Exemplo: a) Representação do Ministério do……. tem a seguinte estrutura: 1. serviço de Planejamento e Desenvolvimento de Programas Educacionais; 2. serviço de Análise, Registro e Apoio Técnico; 3. serviço de Administração. b) etc. As alíneas se desdobram em itens. O texto do item inicia-se com letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio, e termina com ponto-e-vírgula ou ponto, caso seja o último e anteceda artigo ou parágrafo. Incisos: O inciso é utilizado como elemento discriminativo de artigo, se o assunto nele tratado não puder ser condensado no próprio artigo ou se mostrar adequado a constituir parágrafo. O inciso serve para divisão imediata do artigo ou do parágrafo. Os incisos dos artigos devem ser designados por algarismos romanos, seguidos de hífen, o qual é separado do algarismo e do texto por um espaço em branco, e iniciados por letra minúscula, salvo quando se tratar de nome próprio. Ao final os incisos são pontuados com ponto-evírgula exceto o último, que se encerra em ponto, e aquele que contiver desdobramento em alíneas, encerra-se por dois-pontos. Os incisos desdobram-se em alíneas. As alíneas (ou letras) são os desdobramentos dos incisos e deverão ser grafadas com a letra minúscula seguindo o alfabeto e acompanhada de parêntese, separado do texto por um espaço em branco. Exemplo: ―a), b)‖ etc. Quando houver necessidade de desdobramento de alíneas em itens, estes deverão ser grafados em algarismos arábicos, seguidos de ponto e separados do texto por um espaço em branco. Nas seqüências de incisos, alíneas ou itens, o penúltimo elemento será pontuado com ponto e vírgula, seguido da conjunção ―e‖, quando de caráter cumulativo, ou da conjunção ―ou‖, se a seqüência for disjuntiva. Utiliza-se um espaço simples entre capítulos, seções, artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens. Quaisquer referências a números e percentuais feitas no texto, devem ser grafadas por extenso (trinta, quinze, zero, vírgula zero, vinte e dois por cento), exceto data, número de ato normativo e em casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto. Encaminhamento: Os atos que forem encaminhados para publicação no Diário Oficial da União – DOU deverão obedecer aos critérios estabelecidos pela Imprensa Nacional – IN, por meio da Portaria nº 310, de 16 de dezembro de 2002, ou pela legislação que a suceder. Os projetos de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo Federal devem obedecer aos critérios estabelecidos pelo Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002 ou pela legislação que o suceder. Aspectos gerais da Redação Oficial 107 Veja a seguir as principais características da Redação Oficial:  A clareza é uma qualidade básica: possibilitar a compreensão imediata Características: 1 – Impessoalidade  Depende da impessoalidade, do padrão culto, da formalidade, da padronização e da concisão. 2 – Linguagem culta padrão Adequação do Formato de Texto ao Gênero 3 – Clareza 1.1 A adequação é a propriedade da textualidade que dá conta da relação do texto e do seu contexto e de como o texto, como unidade comunicativa, se interpreta em relação a uma série de elementos extralinguísticos como sejam os interlocutores, a relação entre ambos, o espaço e o tempo da enunciação, a intenção comunicativa, o mundo compartilhado, o papel e o lugar social. 4 – Concisão 5 – Formalidade 6 – Uniformidade Linguagem  Os atos e comunicações têm um caráter público: estabelecem normas: informação clara e objetiva  Evitar uso de linguagem restrita/técnica (gírias e jargões): a comunicação pública deve ser entendida por todos os cidadãos >> Se muito necessário, a linguagem técnica pode até ser usada, mas com cuidado e com os devidos esclarecimentos dos termos específicos.  Usar o padrão culto: de acordo com as regras gramaticais e com vocabulário comum a todos. >> Não há um padrão oficial de linguagem, há padrão culto da língua Formalidade  Ser formal significa obedecer a certas regras de forma: impessoalidade, padrão culto, formalidade de tratamento  Estas variáveis são relevantes porque a sua correta consideração implica decisões linguísticas no campo da coesão. De especial importância é o que diz respeito aos saberes compartilhados entre emissor e receptor. 1.2 A coerência exige que se abordem os enunciados como discursos. Cada enunciado é produzido com a intenção de comunicar alguma coisa a alguém. Este acordo tácito é consubstancial à atividade verbal e pressupõe um saber mutuamente partilhado. Cada um — (receptor e produtor da mensagem) postula e se conforma a estas regras que não são obrigatórias e inconscientes (como as da sintaxe e as da morfologia) mas convenções tácitas. Estas ―leis do discurso‖, que regem a comunicação verbal e que se lhe aplicam, devem adaptarse às especificidades de cada gênero discursivo (por exemplo, falar em tom professoral pode ameaçar a face positiva do interlocutor) e de cada protótipo textual (um texto argumentativo opinativo mobiliza mais inferências que um texto narrativo). Formalidade requer: ......................- Polidez e civilidade: enfoque dado ao assunto ......................- Uniformidade, padronização (clareza datilográfica, papeis uniformes e diagramação correta) O fato de todo o enunciado ser modalizado pelo enunciador mostra que o discurso só pode representar o mundo se o enunciador, diretamente ou não, marcar a sua presença através do que ele diz. Concisão Tendo em conta todos estes fatores enunciados, a coerência sustenta-se nas seguintes propriedades:  - tema do texto (de que é que o texto fala) A concisão é uma qualidade do texto  Envolve o conceito de economia lingüística: menos palavras para mais informações - informação (qual a informação selecionada) Clareza - organização da informação (qual o protótipo textual e qual o gênero discursivo) 108 - progressão temática (relação entre a informação conhecida e a informação nova) - modalização implementada (que marcas modais indicadoras de atitudes, de sentimentos, de pontos de vista). 1.3. A coesão é a propriedade da textualidade que dá conta dos mecanismos linguísticos e gramaticais que se articulam, que se retomam e se relacionam entre si estrategicamente dentro do texto. Sendo a coesão uma espécie de sintaxe textual, há que conectá-la com as propriedades da coerência (o sentido global que se transmite) e da adequação (condicionamento das peculiaridades linguísticas de acordo com o contexto). Convém, no entanto, recordar que cada protótipo textual tem as suas próprias exigências quanto aos modos de manutenção do referente, de explicitação da conexão, de atualização e relação das formas verbais dentro do texto. Sendo que cada uma destas características se atualizam e realizam de modo diferencial, de acordo com o tipo de texto (o protótipo narrativo diferencia-se do argumentativo pelos elementos linguísticos e gramaticais à superfície dos textos), o gênero discursivo (dentro do tipo argumentativo os gêneros discursivos ―artigo de opinião‖ e ―publicidade‖ realizam-se de modo diferenciado), a forma do texto (oral ou escrito). A coesão textual rege-se pelos seguintes mecanismos: a dêixis: a anáfora (lexical e gramatical): a elipse; a conexão; a modalização (incluindo o relato de discurso): a relação dos tempos verbais. ANOTAÇÕES ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 109