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Apostila Sae Para Email

Tem conteúdo sobre a Sistematização da Assistência de enfermagem/ Processo de enfermagem, prescrição de enfermagem.

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CUIABÁ/2006 Introdução Essa apostila foi elaborada com o objetivo de fornecer a Enfermeiros e Acadêmicos de Enfermagem elementos para a aplicação do Processo de Enfermagem a partir da construção de um referencial teórico embasado em teorias de enfermagem. Em 2004, a utilizamos por ocasião da oficina realizada pela Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso junto aos enfermeiros dos Hospitais Regionais, onde contei com a colaboração da Enfª Idevania Geraldini Costa. Para subsidiar as oficinas promovidas pelo COREN em 07 regiões do Estado fiz algumas adaptações em 2005. Nesta segunda revisão, dispus novos textos para o estudo das teorias de enfermagem, e atualizei os diagnósticos de enfermagem. Esse material está assim organizado: primeira parte - coletânea de textos referente a teorias de Enfermagem, a construção do marco referencial de Enfermagem e sua relação com a Sistematização da Assistência de Enfermagem(SAE). Na segunda parte apresentamos os aspectos éticos e legais relativos a SAE e na terceira parte descrevemos cada passo do processo de enfermagem e propomos alguns exercícios. Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a elaboração deste material, em especial as Enfas Geralda Lopes e Maria Yolanda e Silva. As rápidas e contínuas mudanças no ambiente de cuidado de saúde Têm grandemente aumentado as responsabilidades que a enfermeira de hoje enfrenta.Para entender as responsabilidades, o planejamento e a documentação do cuidado são essenciais para a satisfação das necessidades do paciente e atendimento das obrigações legais. Assim, conforme as enfermeiras trabalham colaborativamente com outras disciplinas, para prestar o cuidado do paciente, nós precisamos continuar a identificar e documentar as necessidades de cuidado de enfermagem pelos pacientes, por meio do uso do processo de enfermagem e do diagnóstico de enfermagem…O que está a frente da Enfermagem e do Planejamento do cuidado?definitivamente um enorme, excitante e preciso desafio (DOENGES, 2003) . Sandra Regina Altoé PARTE 1 TEORIA DE ENFERMAGEM, MODELO CONCEITUAL E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM CAPÍTULO 1. ENFERMAGEM: DE SUA ESSÊNCIA AOS MODELOS DE ASSISTÊNCIA. Teima Elisa Carraro É difícil identificar e descrever adequadamente as origens da Enfermagem, pois temos poucos registros sobre as atividades a ela relacionadas na antiguidade. Contudo, ela aparece nos descobrimentos arqueológicos e antropológicos desta época, mostrando cuidados com as crianças e a importância destas crianças para a sobrevivência da espécie humana. Logo, demonstram a importância do cuidado de Enfermagem mantendo a vida. Muitas vezes, neste processo evolutivo, torna-se difícil distinguir a Enfermagem da Medicina, até porque os primórdios das duas profissões estão intimamente entrelaçados. Em algumas épocas, como a hipocrática, por exemplo, a Medicina era exercida sem a Enfermagem; já na Idade Média, a Enfermagem era praticada sem a Medicina. Sem dúvida, a mãe-enfermeira precedeu ao mago-sacerdote ou ao curandeiro. Inclusive, é possível que estes dois serviços estivessem unidos inicialmente, tendo-se dividido, com o tempo, dando lugar a duas profissões relacionadas à arte da cura: o fornecedor da Medicina e o cuidador, ou seja, o médico e a enfermeira (Stewart & Austin citados por Donahue, 1993). A Enfermagem tem sido considerada a mais antiga das artes e a mais jovem das profissões. Atravessou várias fases, sempre participando dos movimentos sociais. A história da Enfermagem tem sido a história de um grupo profissional, cujo status sempre vem marcado pelas linhas prevalentes da humanidade. Os momentos decisivos da história também o são para a Enfermagem. Os acontecimentos que provocam consideração pelos seres humanos tendem a promover atitudes como as da Enfermagem, atitudes fundamentalmente humanísticas (Dock & Stewart citados por Donahue, 1993). Podemos facilmente nos lembrar dos acontecimentos da Guerra da Criméia e relacioná-los a Florence Nightingale. Então, fica claro outro aspecto marcante na Enfermagem: sua relação com a história da mulher; pela predominância feminina e pela atuação voltada ao cuidado, a história da Enfermagem reflete a situação da mulher através dos tempos. De acordo com Donahue (1993, p. 3), durante os períodos em que a mulher esteve rigorosamente confinada ao lar por imposições sociais e suas energias se dirigiram exclusivamente à vida familiar, a Enfermagem adotou um caráter de arte doméstica. Os deveres da mulher, seu grau de independência econômica, sua liberdade fora da família e outros fatores tiveram uma influência capital no progresso da Enfermagem. Esta forte relação entre a Enfermagem e a mulher, mais especificamente a mulher-mãe, perpetuou a idéia de que a Enfermagem só poderia ser exercida por mulheres, o que até os dias de hoje gera muitos preconceitos e influencia na escolha da profissão. A Enfermagem, no entanto, não inclui fronteiras sexuais; tanto homens como mulheres possuem uma tendência natural de agir frente ao processo saúde-doença, seja se afastando, seja ignorando, seja agindo junto ao outro. Assim, a Enfermagem é uma profissão que pode ser exercida por ambos os sexos. À medida que os cuidados de Enfermagem foram ficando mais complexos, ficou claro que para realizá-los era necessário mais que a simples motivação, até então suficiente. O amor e a dedicação não bastavam por si sós para fomentar a saúde e vencer a doença. O desenvolvimento da Enfermagem dependia de outros dois fatores: a habilidade/experiência e o conhecimento. A destreza manual para a execução de determinados procedimentos, realidade inclusive nas tribos primitivas, seguiu aperfeiçoando-se por meio da experiência. À medida que se dispunha de mais detalhes sobre o processo saúde-doença, surgia a necessidade de mais conhecimento (Dock & Stewart, referidos por Donahue, 1993). A cabeça, o coração e as mãos se uniram firmemente para assentar os alicerces da Enfermagem moderna. Estes três elementos essenciais corresponderiam à ciência, à alma e à habilidade da Enfermagem e, inclusive, em outro contexto, seriam sinônimos dos aspectos teórico, prático e ético-moral da profissão (Stewart, apud Donahue, 1993). O conhecimento dos fatos e princípios proporcionou o impulso para que a Enfermagem se convertesse tanto em uma arte quanto em uma ciência (Dock & Stewart, referidos por Donahue, 1993). Tratando-se da Enfermagem moderna, percebemos que Nightingale corrobora o acima exposto, ao salientar que à Enfermagem cabia o cuidado com o doente e que a Medicina tratava a doença. Ressaltou a importância da Enfermagem ao doente" e da "Enfermagem saudável" e em ambas incluiu medidas de prevenção e de promoção à saúde. Para ela, "Enfermagem era 1mbos, uma arte e uma ciência, e requeria uma organização científica, e educação formal, para cuidar dos sofrimentos das doenças" (Nightingale, 893/1949, apud Reed e Zurakowski, 1983, p. 13, Carraro, 1994). A princípio Nightingale julgava que "para aliviar o sofrimento do próximo bastavam a ternura, a simpatia e a paciência". Mas agora a sua curta experiência lhe mostrava que só os conhecimentos especializados poderiam trazer o alívio" (Woodham-Srnith, 1951, p. 143). Da sua Essência Japiassu e Marcondes (1991) registram que essência é o ser mesmo das coisas, aquilo que a coisa é, ou o que faz dela aquilo que ela é. Para Ferreira (1986), essência significa aquilo que constitui a natureza do ser, o principal, o cerne. De acordo com Donahue, a essência da Enfermagem "reside na imaginação criativa, no espírito sensível e na compreensão inteligente, que constituem o fundamento real dos cuidados de Enfermagem eficazes". Para Florence Nightingale, a Enfermagem "...é uma arte;...[...]... poder-se-ia dizer a mais bela das artes" (Seymer, [19--], p. 106). Ela salientava que a arte da Enfermagem deveria incluir condições que, por si mesmas, tomassem possível a assistência de Enfermagem. Referia-se à enfermagem como a arte de cuidar dos doentes (1859/1989, p. 15). Não explicou o que entendia por arte, porém em todos os momentos deixa esse conceito transparecer (Carraro, 1994). Vemos que a arte se expressa na Enfermagem principalmente através da sensibilidade, da criatividade/imaginação e da habilidade, como instrumentos para a assistência de Enfermagem. A sensibilidade nos leva a perceber e externar nossos sentimentos e, por outro lado, é ela que nos possibilita perceber, entender e respeitar os sentimentos do outro. A criatividade/imaginação se complementam e nos conduzem a pensar, inventar, figurar em espírito, com bases na sensibilidade. E é nesse lento que a habilidade se configura como aptidão ou capacidade para desenvolver algo, contemplando também a inteligência e a perspicácia, (se articulam no conjunto dos componentes já explicitados da arte) um todo (Carraro. 1994). A ciência se evidencia através da aplicação de conhecimentos sistematizados instrumentalizados pela arte. O Resgate do Modelo Nightingaleano de Assistência A história da Enfermagem nos mostra a evolução de um fazer intuitivo - como o é o cuidado da mulher-mãe com o seu recém nascido, a um fazer reflexivo. Registra que a prática pré-nightingaleana era desenvolvida sem um referencial e que as pessoas que a exerciam não eram preparadas para tal. A questão teórica na profissão nasce em Florence Nightingale, quando ela apresenta suas reflexões e diz que a Enfermagem é diferente da Medicina e que portanto, é necessário estudar e estruturar as maneiras de fortalecer nos indivíduos suas potencialidades naturais para que, por sua própria força, se opere a cura. Com esta proposição, ela afirma a importância de um trabalho dirigido por conhecimentos gerais e específicos que toda enfermeira deve possuir (Leopardi. 1999, p. 8). A própria Florence Nightingale, após buscar conhecer o que se praticava na Enfermagem, afirmou que só conhecimentos especializados poderiam trazer resultados satisfatórios e que ela iria fazer um curso de Enfermagem. Essa breve retrospectiva mostra-nos um crescente do empírico para o científico. A partir da atuação de Florence Nightingale e da consequente instituição da Enfermagem moderna determinou-se um contraste entre a prática da Enfermagem exercida por pessoas preparadas para tal e a prática anterior. Nightingale, embora de forma empírica e sem consciência desse fato, principalmente no que se refere às visões atuais, atuou embasada num Modelo de Enfermagem. Para Marriner-Tomey (1994), um modelo é uma idéia que explica por meio de visualização física ou simbólica. Os modelos simbólicos, para ela, podem ser verbais, esquemáticos ou quantitativos. Os verbais são enunciados construídos com palavras; os esquemáticos podem ser diagramas, gráficos, desenhos ou imagens; e os quantitativos se embasam em símbolos matemáticos. Os modelos servem para facilitar o raciocínio dos conceitos e das relações existentes entre eles ou, ainda, para delinear o processo de assistência de Enfermagem. Segundo Selanders (1995), o Modelo de Enfermagem de Nightingale descreve como uma enfermeira deve implementar as leis naturais, as quais permitem que os conceitos pessoa, ambiente, saúde-doença e Enfermagem interajam. Seu modelo foi adotado não apenas na Inglaterra, seu país de origem, mas difundiu-se pelo mundo afora, influenciando diretamente o desenvolvimento da Ciência da Enfermagem. Nightingale defendia que, embora o médico e a enfermeira possam lidar com a mesma população, a Enfermagem não deve ser vista como subserviente à Medicina; ao contrário, a Enfermagem objetiva descobrir as leis naturais que auxiliarão a colocar o enfermo na melhor condição possível, a fim de que a natureza possa efetuar a cura (Selanders, 1995). Antigamente, a Medicina procurava ver o homem integral, respeitando suas crenças e valores. Hipócrates (460 a 475 a.C.) dizia que "o conhecimento do corpo é impossível sem o conhecimento do homem como um todo". Naquela época, Hipócrates, pressupondo que cada doença tinha uma causa natural e que sem causas naturais nada acontecia, abandonou as explicações sobrenaturais da doença. Com o desenvolvimento da Medicina, estes princípios foram, aos poucos, sendo deixados de lado, e o seu enfoque passou a ser "nas noções do corpo como máquina, da patologia como uma avaria nesta máquina e da tarefa do Médico como o concerto desta máquina" (Engel apud Capra, 1982, p. 116). Ao mudar seu enfoque, a Medicina passa a centrar suas atenções na cura, pois se a patologia é considerada um fenômeno orgânico redutível a processos físicos/químicos, o saber médico tinha o poder de curar. As atitudes médicas frente ao "corpo máquina" portador de uma doença foram reforçadas pelos avanços tecnológicos, os quais cada vez mais separam o profissional médico dos clientes. O avanço dos estudos e a tecnologia vêm reforçando o poder de cura outorgado à Medicina (Capra, 1982). Este modelo concede ao Médico o poder de decisão, tanto da assistência prestada, seja ela médica seja de outra categoria profissional, quanto sobre o destino dos pacientes. Apesar da posição de Nightingale, os rumos na área da saúde levaram a Enfermagem a adotar o modelo biomédico (Carraro, 1999), o qual permeia sua prática até os dias atuais, determinando um distanciamento de suas metas originais, passando a existir centrado na prescrição médica. No entanto, podemos perceber que atualmente este modelo biomédico não responde mais às necessidades do ser humano na vivência do processo saúde/doença. Ele não quer mais ser visto em pedaços, mas sim como "um ser singular, integral, indivisível, insubstituível, pleno na sua concepção de interagir com o mundo; interage com o meio ambiente, onde são expressas crenças e valores que permeiam suas ações" (Carraro, 1997, p. 26). No momento em que a Enfermagem voltar-se para seus modelos de assistência e assumir sua essência será uma profissão que responderá às necessidades do ser humano e que articulará ciência e arte, tendo assim visibilidade. Do Modelo Nightingaleano à Diversidade de Modelos de Assistência. O resgate do modelo nightingaleano vem acontecendo há alguns anos. A primeira Enfermeira a publicar pós-Nightingale foi Hildegard Peplau, que, em 1952, lançou o livro Relações Interpessoais em Enfermagem. Peplau tomou- se um marco histórico para a Enfermagem dos anos 50. Naquela década iniciaram-se os cursos de Mestrado nos Estados Unidos da América, dando novo ímpeto à profissão, deflagrando a época das Teorias de Enfermagem. Segundo Leddy e Pepper (1993), a ciência da Enfermagem tem sido derivada principalmente das teorias sociais, biológicas e médicas. Todavia, depois de 1950, grande número de enfermeiras teoristas tem desenvolvido modelos de Enfermagem que oferecem suporte para o desenvolvimento das teorias de Enfermagem e do conhecimento de Enfermagem. Este novo conhecimento posto, de algum modo, aponta como principal preocupação não a patologia, mas o indivíduo, doente ou não, experenciando o processo saúde-doença, com o enfoque na promoção do bem-estar e da saúde. Destaca-se no Brasil a atuação de Wanda de Aguiar Horta no que se refere à difusão das Teorias de Enfermagem. Nascida em 1926, em Belém do Pará, graduou-se em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP em 1948 e doutorou-se em 1968, na Escola Ana Néri. Em 1979, publica seu livro baseado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Maslow, e, a partir daí, operacionaliza um Processo de Enfermagem. Existe atualmente uma discussão sobre se os escritos de Horta configuram uma teoria ou um processo de Enfermagem. Chegar a uma conclusão a respeito é tarefa muito difícil face à grande diversidade de paradigmas existentes; porém é inegável o grande avanço que seus escritos trouxeram para o desenvolvimento da Enfermagem brasileira, até porque a grande maioria dos Cursos de Graduação em Enfermagem adotou-os como base para a aprendizagem da Metodologia da Assistência de Enfermagem (Carraro, 1998). Certamente sua proposta nos mostra um Modelo de Assistência. Atualmente, a influência das Teorias e dos Modelos de Assistência de Enfermagem é evidente no contexto da Enfermagem brasileira, pois estão cada vez mais difundidos, tanto na prática da Enfermagem quanto na formação de profissionais enfermeiros. Modelos de Assistência são representações do mundo vivido expressas verbalmente, ou por meio de símbolos, esquemas, desenhos, gráficos, diagramas. Seu objetivo é direcionar a assistência de Enfermagem, oferecendo ao enfermeiro os subsídios necessários para sua atuação. Segundo Keck (1989), as teorias são modelos da realidade, em geral realidades não-observáveis diretamente. Os modelos ajudam a desenvolver as teorias e a explicitar a relação existente entre os conceitos. Até porque os modelos permitem a manipulação dos conceitos sobre o papel antes de serem submetidos à verificação no mundo real. Um modelo é uma abstração da realidade, um modo de visualizar a realidade, facilitando o raciocínio. Um modelo conceitual mostra-nos como vários conceitos são inter-relacionados e aplica teorias que predizem ou avaliam conseqüências de ações alternativas (Leddy e Pepper, 1993). Fawcett (1992) salienta a utilidade dos modelos conceituais para a organização do pensamento, da observação e da interpretação do que se vê. Eles também provêem uma estrutura sistematizada e racional para o desenvolvimento das atividades. Modelos de Enfermagem incluem conceitos de ser humano, Enfermagem, saúde- doença e ambiente (Fitzpatrick e Whall, 1983; Fawcett, 1992). Na Enfermagem ou mesmo em outra área do conhecimento, agimos de acordo com um método, seguimos um modelo, mesmo que dinâmica e inconscientemente. Se prestarmos atenção à nossa rotina, observaremos que na maioria das vezes agimos de maneira semelhante todos os dias, repetindo ações, desde a mais simples até a mais complexa. E temos um motivo para isso: realizamos as atividades pautadas em conhecimentos empíricas, aprendidas no dia-a-dia com rotinas preestabelecidas, ou embasados cientificamente, e as repetimos cada vez que agimos. Muitas vezes fazemos isto sem refletir a respeito, sem procurar modos mais eficientes, sem buscar a atualização do conhecimento, sem nos lembrarmos da velocidade e do dinamismo com que o conhecimento avança na atualidade. Este método de que lançamos mão visa organizar e direcionar nosso desempenho; embora num primeiro momento possa parecer complexo após estarmos familiarizados com este processo, ele passa a facilitar nosso trabalho, assegurando maior qualidade à assistência prestada. Segundo Pollit e Hungler (1995), o método científico combina aspectos do raciocínio lógico com outros, para criar um sistema de solução de problemas que, embora falível, é mais confiável do que a tradição, a autoridade, a experiência ou a tentativa e erro por si sós. Assim, um modelo de assistência embasado cientificamente conduz-nos ao fazer reflexivo, a estar sempre buscando a melhoria da assistência prestada. Leva-nos a refletir: que Enfermagem é esta que estou desenvolvendo? Quem é o ser humano que estou assistindo? O que é o processo saúde-doença a que o ser humano está exposto? E o meio ambiente, o que é? Os modelos de assistência nos auxiliam a perceber que praticar Enfermagem não é simplesmente uma ordenação de procedimentos mais ou menos constantes, dependendo da situação. Ela é um processo dinâmico, mutável e criativo, mas nem por isso deixa de ser um processo conhecível, objetivo, programável e decifrável. Desta forma, quanto mais claro estiver o referencial teórico do modelo aplicado, maior será a segurança e a realização profissional do Enfermeiro, maior será o direcionamento da equipe de Enfermagem, culminando com uma assistência de Enfermagem adequada às necessidades apresentadas pelo ser humano assistido. Por outro lado, a qualidade da Assistência de Enfermagem prestada depende da equipe, liderada e coordenada pelo Enfermeiro. Os modelos de assistência instrumentalizam o planejamento científico e sistematizado das ações a serem desenvolvidas pelos integrantes da Equipe de Enfermagem, oferecendo suporte e direcionando o desempenho das atividades. Contribuem para a credibilidade e visibilidade da Enfermagem. O desenvolvimento da profissão de Enfermagem através dos tempos ainda não alcançou sua maturidade. Continua crescendo e desenvolvendo-se, a fim de ampliar as esferas de serviços e práticas profissionais, aumentando suas responsabilidades. Sem dúvidas, a cada dia a Enfermagem se supera, criando, agregando novos conhecimentos e indo além na certeza de que é uma Ciência e uma e Arte inacabada e crescente... Refletindo Para praticar enfermagem necessitamos: Conhecer e prosseguir conhecendo os fundamentos e avanços da profissão. Ter clareza sobre a fonte de onde esta prática se origina. Reconhecer as premissas e conceitos do modelo eleito para prestar assistência. Estar atentos aos aspectos teóricos, práticos e ético-morais da profissão. Ser coerentes entre a necessidade e a finalidade da assistência. Ser coerentes entre no que pensamos, falamos e fazemos Saber avaliar e retro-alimentar nossa prática. Ter bom senso para usar a cabeça, o coração e as mãos Conciliar ciência, alma e habilidade. Ser artistas e ao mesmo tempo cientistas. Para praticara arte da enfermagem necessitamos (Buscaglia 1972): Tempo. Compreensão da arte. Sensibilidade para utilizar o material necessário. Extrema paciência... enquanto aprendemos as habilidades básicas. Praticar a arte da Enfermagem inclui o desejo de: Experimentar, fracassar, arriscar... Conhecer frustração e mesmo o desespero... Antes de poder abandonar técnicas aprendidas mecanicamente. Projetar-se, plenamente, na própria criação. 2. TEORIAS E MARCO CONCEITUAL: SUA INFLUÊNCIA NA METODOLOGIA DA ASSISTÊNCIA. Teima Elisa Carraro A história registra que a Enfermagem pré-nightingaleana era desenvolvida sem um referencial, que as pessoas que a exerciam não eram preparadas para tal e, ainda, que seu resultado deixava muito a desejar. A partir da vivência de Nightingale, a Enfermagem passa a ser denominada científica, passando a apresentar um modelo de assistência por ela desenvolvido e implementado. As crenças de Nightingale a respeito da Enfermagem, o que é e o que não é, formam o fundamento do que escreveu em suas "Notas sobre Enfermagem".Sua contribuição ao desenvolvimento das teorias está em explicar o campo de ação da Enfermagem, como a relação paciente/meio ambiente, e em iniciar as análises estatísticas para a saúde e a Enfermagem profissional (Choi, 1989). Sua educação meticulosa, vinda de seu pai, um homem culto formado em Cambridge e Edimburgo, era pouco comum para uma mulher do século XIX. Estudou latim, grego, línguas modernas, artes, matemática e estatística, filosofia, história e religião. Sua educação e os acontecimentos da época estimularam seu pensamento crítico, levando-a a interessar-se por política, economia, governo, liberdade, condições sociais e instituições. Leu e citou em seus escritos: Platão, Dante, Mill, Bacon, Locke, Newton, Kant, Hegel, Comte e São João. Por outro lado era tímida e espiritualista. Acreditava que servindo ao homem estava servindo a Deus, o que a impulsionava a fazer seu caminho, a ser independente, a buscar uma profissão para utilizar sua capacidade (Carraro, 1999). Esta educação influenciou seu pensamento e sua concepção da Enfermagem como ciência e arte, subsidiando e determinando a prática da profissão. Nightingale deixou-nos suas concepções registradas em I47 livros e panfletos. Sua correspondência pessoal também foi volumosa. Em 1859 publicou dois de seus "Best-Known": Notes on Hospitais e Notes um Nursing, livros que abriram uma nova época na reforma e no cuidado com a saúde (Schuyler, 1992). No entanto, a Enfermagem tem apresentado dificuldades em seguir seu exemplo no tocante a teorizar, escrever e publicar idéias e realizações. A fundamentação teórica e a vivência de Nightingale influenciaram seus escritos e ainda estão presentes em muitas teorias de Enfermagem mais recentes. Este é um elo importante entre a Enfermagem Ciência e Arte de Florence Nightingale e a Enfermagem atual. Em sua visão e saber, incluem-se insight e valores antigos que se relacionam com a teoria do cuidado humano atual, teoria que uma vez mais guia a educação de Enfermagem, a prática e a investigação clínica que se baseia no cuidado como um ideal moral; teoria que permeia o espiritual, o transcendente, o todo, enquanto atende o ser e fazer, totalmente integrados. A visão e saber de Nightingale incluem a visão e a imagem de totalidade, beleza e harmonia de vida, um sentido de união de todos os seres vivos (Watson, 1992). 1. Das Teorias de Enfermagem O interesse pelo desenvolvimento de Teorias de Enfermagem surgiu por duas razões. Primeiramente, as enfermeiras perceberam que o desenvolvimento de teorias era um meio de estabelecer a Enfermagem como profissão, além de ser inerente a um antigo interesse em definir um corpo de conhecimentos específicos da Enfermagem. Em segundo lugar, os teóricos estavam motivados pelo valor intrínseco das teorias para a Enfermagem e pela importância do crescimento e enriquecimento da teoria para a Enfermagem em si mesma (Choi, 1989). Com o passar dos tempos, na busca de maiores subsídios para a atuação de Enfermagem, surgiram novas teorias e novos modelos de assistência, inicialmente nos Estados Unidos, onde esta preocupação tomou força com o surgimento dos cursos de mestrado em Enfermagem, expandindo-se depois para outros países. No Brasil, em 1979, Wanda de Aguiar Horta publica sua teoria, baseada na Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Maslow, e a partir daí operacionaliza um Processo de Enfermagem. Seus escritos foram adotados por grande parte dos Cursos de Graduação em Enfermagem, como base para a aprendizagem da Metodologia da Assistência. Considerando-se teoria como "... um conjunto de princípios fundamentais duma arte ou duma ciência" (Ferreira, 1993, p. 1664), percebe- se de forma crescente a influência das teorias no contexto da Enfermagem brasileira, pois sua difusão cada vez mais transparece tanto na sua prática quanto na formação de profissionais enfermeiros. Teoria de Enfermagem é definida por Meleis (1985) como uma construção articulada e comunicada da realidade criada ou descoberta (fenômenos centrais e inter-relações) dentro da ou pertinente à Enfermagem, para os propósitos de descrição, explicação, predição ou prescrição do cuidado de Enfermagem. Ainda, segundo a autora, as teorias de Enfermagem refletem diferentes realidades, pois apontam os interesses da Enfermagem na época, o ambiente sociocultural e as experiências educacionais e vivenciais da teórica. Espelham algumas realidades da época em que foram concebidas e ajudam a dar forma às realidades da época atual. De acordo com Neves e Trentini (1987), a teoria orientada para a prática é aquela dirigida para produzir mudanças ou efeitos desejados em determinada condição ou fenômeno. Assim, as teorias se apresentam como formas de olhar/compreender os fenômenos da Enfermagem. Alguns fenômenos são abordados em praticamente todas as teorias de Enfermagem, porque representam o centro da sua prática, tais como o ser humano, o ambiente, a saúde/doença e a Enfermagem. Estes fenômenos compõem uma rede de conceitos que se inter-relacionam e formam uma maneira de ver o mundo da Enfermagem e desenvolver sua prática (Paim et al., 1998). As teorias que hoje temos representam os esforços coletivos e individuais das Enfermeiras para definir e dirigir a profissão e, como tal, proporcionar a base para um desenvolvimento teórico continuado (Choi, 1989). Ao representar estes esforços, as teorias mostram diferentes modos de pensar Enfermagem, algumas apontando apenas um aspecto da realidade, outras apontando todos os fenômenos de interesse da disciplina. Várias teorias utilizadas por Enfermeiros são cedidas por outras disciplinas, como as teorias do estresse, do enfrentamento, do risco, da educação (Fawcett, 1995). É de fundamental importância que os Enfermeiros, ao fazerem a opção por uma ou outra teoria, considerem a adequação e a aplicabilidade dela à situação de Enfermagem em que será utilizada. 2. Marco Conceitual Fawcett (1995) enfatiza que os marcos conceituais não são uma realidade nova na Enfermagem; existem desde Nightingale (1859), com suas primeiras idéias avançadas sobre Enfermagem, mesmo que não tenham sido expressas formalmente como marcos. A proliferação formal dos marcos conceituais de Enfermagem aconteceu concomitante à introdução das idéias sobre teorias de Enfermagem, ambas com interesse em conceitualizar a Enfermagem como uma disciplina distinta. Para Fawcett (1995), o desenvolvimento dos marcos conceituais de Enfermagem foi um importante avanço para a disciplina. No entanto, este é um tema que vem gerando discussão e mostrando divergências conceituais entre os estudiosos, principalmente no que se refere às terminologias de marco e modelo, teórico e conceitual, conforme podemos ver a seguir: Newman (1979) registra que Marco Teórico é uma matriz de conceitos que, juntos, descrevem o foco da investigação. De acordo com Fawcet (1984 e 1978), Modelo Teórico ou Marco Teórico refere-se a uma teoria ou grupo de teorias que fornecem fundamentos para as hipóteses, políticas e currículo de uma ciência. Para Neves e Gonçalves (1984), Marco Conceitual é uma construção mentalogicamente organizada, que serve para dirigir o processo da investigação e da ação. Segundo Fawcet (1992) e Botha (1989), Marco Conceitual é sinônimo de Modelo Conceitual e é definido como um conjunto de conceitos e proposições abstratas e gerais, intimamente relacionados. Em 1993, Silva e Arruda registram que o Marco de Referência apresenta nível de abstração de menor complexidade do que os Marcos Conceituais/ Teorias, no que se refere a sua construção teórico-conceitual. Tem a finalidade de demarcar o conhecimento em que se apóia, servindo de base para as ações de Enfermagem (Silva e Arruda, 1993). Na compreensão de Wall (2000), o Marco Conceitual é um conjunto de elaborações mentais sobre aspectos relacionados ao objeto em estudo. Um ponto que serve como força, como orientação. Uma proposta da qual queremos nos aproximar. Apesar desta divergência conceitual, é fundamental que os enfermeiros compreendam que os marcos e/ou modelos (Marco Conceitual, Modelo Conceitual, Marco Teórico, Modelo Teórico), com suas diferenças e semelhanças, formam um emaranhado de conceitos inter-relacionados que servem para direcionar as ações de Enfermagem. Podemos dizer que eles iluminam os caminhos da Enfermagem. Em resumo, todos os termos utilizados visam aprofundar formas de dirigir a ação de Enfermagem, pois buscam, por meio dos conceitos, formalizar uma construção mentalogicamente organizada, que fundamente a ciência e, consequentemente, as ações de Enfermagem. 3. Das Funções dos Marcos Conceituais. Os Marcos/Modelos proporcionam ao profissional a evidência de que ele necessita para embasar suas ações, apontando e justificando por que selecionar um determinado problema para estudo. Ajudam na sumarização do conhecimento existente, na explicação dos fatos observados e das relações entre eles. De acordo com Neves e Gonçalves (1984), o Marco Conceitual contribui na previsão de eventos até então não-observados e no estabelecimento de relações entre os eventos com base nos princípios explicativos englobados nas teorias. Fawcett (1995) salienta que os marcos direcionam a procura das questões sobre o fenômeno e sugerem soluções para problemas práticos. Enfatiza que os marcos conceituais de Enfermagem explicitam orientações filosóficas e pragmáticas para a assistência que somente os Enfermeiros podem oferecer aos pacientes, por conhecerem a dimensão total do cuidado, o qual é diferente daquele realizado por qualquer outro profissional de saúde. O marco conceitual constitui uma construção teórica que sustenta a prática de Enfermagem e as decisões no processo de assistir o ser humano. Ele reflete também a maneira de o autor conceber os indicativos assistenciais da Enfermagem (Carraro, 1997). Assim compreendido, o Marco Conceitual torna-se uma importante ferramenta para embasar, direcionar e clarificar as ações, não apenas do Enfermeiro, mas de toda a equipe de Enfermagem. Ele serve de base para a proposta e o desenvolvimento da Metodologia de Assistência de Enfermagem, a qual deverá estar estruturada de forma coerente com seus conceitos. Tem a finalidade de proporcionar o foco que ilumina os caminhos a serem percorridos pelo profissional para atingir seus objetivos assistenciais, formando um emaranhado, uma teia dentro da qual a assistência, os aspectos teóricos, técnicos e éticos são examinados, a fim de tomarem possível explicar as relações propostas e identificar vazios no conhecimento que necessitam ser revelados, para ampliar continuamente as possibilidades de cuidado. 4. Da sua Construção Todos nós temos uma imagem pessoal do que seja a prática da Enfermagem. Esta imagem influencia nossa interpretação dos dados, decisões e ações. Mas pode uma disciplina continuar desenvolvendo-se quando seus membros se sustentam em diferentes imagens? Os proponentes dos marcos conceituais para a prática estão procurando fazer uso consciente destas imagens, sem o que não poderemos começar a identificar semelhanças em nossas percepções sobre a natureza da prática nem evoluir para conceitos bem ordenados (Reilly's, citado por Fawcett, 1995). Segundo King (1988), conceitos são abstrações que provêem conhecimento sobre a essência das coisas. Um conceito é uma imagem mental de uma coisa, de uma pessoa ou de um objeto. Para Chinn e Jacobs (1982), os conceitos são formulações mentais complexas de um objeto, propriedade ou acontecimento, originárias das percepções e experiências individuais. Os conceitos registram ainda as crenças e valores do autor sobre aquilo que está sendo conceituado. Quando os conceitos são inter- relacionados, como no caso da Enfermagem, eles formam uma base para as ações, seja na pesquisa, seja na prática profissional. A esta estrutura pode-se chamar marco conceitual (Carrão, 19). A construção de um Marco Conceitual pode partir da prática, da conceituação das imagens privativas do Enfermeiro sobre a prática da Enfermagem vivenciada pelo autor, baseada em suas crenças e valores, com a busca de subsídios na teoria. Nesta forma de construção, primeiramente se elaboram os conceitos eleitos, registrando-se aquilo em que se acredita sobre cada um deles, com leituras releituras e reformulações, até que reflitam os pensamentos do autor. Pode-se usar a estratégia de discuti-los com a Equipe de Enfermagem e/ou com outras pessoas. Somente após esta prévia estruturação dos conceitos busca-se uma teoria que venha ao encontro das idéias ali expressas, potencializando-as. Então, incorporam-se aos conceitos as idéias contidas na teoria. Pode-se também partir da teoria. Contudo, antes de optarmos por uma teoria, primeiramente é necessário estudá-la, procurando compreendê-la, buscando as relações entre o que ela retrata, aquilo em que se acredita e a aplicação que se pretende fazer. Somente após essa identificação é que deve ser feita a opção por uma determinada teoria. Então, alguns dos seus conceitos são escolhidos para embasarem o Marco Conceitual e a prática da Enfermagem. Convém lembrar que a teoria escolhida não necessita ser especificamente de Enfermagem. Existe ainda a possibilidade de se usar mais de uma teoria, porém com muita cautela, pois as concepções teórico - filosóficas delas podem ser divergentes, comprometendo assim toda a construção do Marco Conceitual e, consequentemente, a assistência de Enfermagem a ser prestada. A construção de um Marco Conceitual, partindo da prática ou partindo da teoria, é um processo reflexivo que se configura num ir e vir aos conceitos, reformulando-os tantas vezes quantas forem necessárias para que estes reflitam o pensamento do seu autor. Busca-se, ainda, a inter-relação entre os conceitos de tal modo que, lendo-se um deles, os demais estejam implícitos, mostrando forte relação entre si. É importante ressaltar que, independentemente da forma de construção, o Marco Conceitual deverá contemplar as especificidades da prática a que será aplicado, uma vez que ele é um instrumento que subsidia a prática da Enfermagem (portanto, um meio e não um fim em si mesmo, embasando a construção e o desenvolvimento da Metodologia da Assistência de Enfermagem). Após a construção do Marco Conceitual, passa-se a sua aplicação, para que deverão ser buscados os elementos de cada conceito, as ações a que cada elemento conduz e a estratégia para desenvolver cada ação. Esta operacionalização pode configurar-se como um "mapa" da assistência a ser prestada, embasando a metodologia de assistência. Como exemplo*, vai imaginar que, ao conceituar-se ser humano, esteja registrado que ele é singular, integral, indivisível e insubstituível. As ações a que este registro conduz são ações de humanização da assistência, e as estratégias poderão ser: chamar pelo seu nome, envolver sua família na assistência, ouvir, tocar, entre outras. Se o registro diz que a Enfermagem é uma ciência e uma arte, as ações deverão ser de aplicação tanto do conhecimento científico quanto da sensibilidade. Imaginação/criatividade e habilidade ao prestar cuidados. As estratégias deverão contemplar diálogo, observação e desenvolvimento de técnicas específicas. Enfim, o resultado final da Assistência prestada deverá refletir o Marco Conceitual proposto, além de servir para confirmar / testar os conceitos formulados ou mesmo dar-lhes novos direcionamentos e / ou reconstruções. 5. Algumas Considerações A implementação da prática assistencial embasada num Marco Conceitual proporciona uma perspectiva de assistência sistematizada e singular, um embasamento teórico para o desenvolvimento da prática e, por meio desta, um enriquecimento da teoria, num movimento de ir e vir. No transcorrer da assistência evidenciam-se pontos do Marco Conceitual que a subsidiam. Quando se inicia a implementação da prática subsidiada por um Marco Conceitual, pode-se encontrar dificuldades, até por uma questão de hábito: "... O pensamento se configura, mas a ação é tão automática que, quando percebemos, já a executamos, não como a pensamos, mas como estávamos condicionados a fazer" (Carraro, 1994, p. 119). Precisamos ter o Marco Conceitual introjetado em nós para conseguirmos vencer os hábitos anteriores e avançar rumo a uma nova proposta de assistência, estando alertas para nossas ações, até para não nos desanimarmos com o processo, pois aos poucos podemos transpor as dificuldades de implementação que se apresentarem. O Marco Conceitual, quando conscientemente aplicado, pouco a pouco vai mostrando que o fazer, fazendo, aprendendo e teorizando à luz da prática concretiza-se no dia-a-dia da assistência de Enfermagem. Enfim, conduz ao fazer reflexivo, proporcionando satisfação na Prática Assistencial de Enfermagem, tanto para o profissional quanto para o ser humano que está sob seus cuidados. BILBIOGRAFIA CARRARO&WESTPHALEN. Metodologias para a assistência de enfermagem: teorizações, modelos e subsídios para a prática. Goiânia:AB, 2001. pág. 5- 14 . CARRARO&WESTPHALEN. Metodologias para p Assistência de Enfermagem: teorizações, modelos e subsídios para a prática. Sobre teorias e marco conceitual: sua influência na metodologia da assistência.Goiânia:AB, 2001. pág. 29-37. CAPÍTULO 3. TEORIAS E METAPARADGMAS DE ENFERMAGEM. 1. NOÇÕES GERAIS SOBRE TEORIA 1.1. A LINGUAGEM DO PENSAMENTO TEÓRICO "A unidade básica do pensamento teórico é o CONCEITO. Os conceitos são palavras que representam a realidade e facilitam a nossa capacidade de comunicação sobre ela. (Webester, 1991)". Os conceitos podem ser: EMPÍRICOS = sentidos percebidos, observados, OU ABSTRATOS = não são observáveis. Ex. esperança, infinito. "Todos os conceitos tornam-se abstrações na ausência do objeto". TEORIAS Conjunto de conceitos inter-relacionados, definições e proposições que apresentam uma forma sistemática de ver fatos/eventos, pela especificação das relações entre as variáveis com a finalidade de explicar ou prever o fato/evento. (Kerlinger, 1973). 1.2. NATUREZA CÍCLICA DA TEORIA PRÁTICA ( PESQUISA ( ( TEORIA E CONCEITOS 1.3. CARACTERÍSTICA DE UMA TEORIA Características de uma teoria segundo Torres, 1990: 1. as teorias podem inter-relacionar conceitos de tal forma que criem uma nova maneira de ver determinado fenômeno. 2. as teorias devem ser de natureza lógica 3. as teorias devem ser relativamente simples e ainda generalizáveis 4. as teorias podem ser as bases para as hipóteses serem testadas ou para a teoria ser expandida. 5. as teorias contribuem para o aumento do corpo de conhecimentos gerais da disciplina através da pesquisa implementada para validá-las. 6. as teorias podem ser utilizadas por profissionais para orientar e melhorar a sua prática 7. as teorias devem ser consistentes com outras teorias validadas, leia e princípios, mas devem deixar abertas as questões não-respondidas, que devem ser investigadas. 2. AS TEORIAS DE ENFERMAGEM ENFATIZAM QUATRO CONCEITOS: A PESSOA: pode representar um indivíduo, uma família, uma comunidade ou toda humanidade. É aquele que recebe o cuidado de enfermagem. A SAÚDE: representa um estado de bem-estar decidido mutuamente pelo cliente e enfermeiro. O AMBIENTE: pode representar os arredores imediatos, a comunidade ou o universo com tudo que contém. A ENFERMAGEM: é a ciência e a arte da disciplina. 3. METAPARADIGMAS DE ENFERMAGEM Com a finalidade de aprofundar as reflexões que faremos nesta oficina sobre a Enfermagem, dispus o pensamento de várias teóricas sobre os metaparadigmas de enfermagem: SER HUMANO, AMBIENTE, SAUDE/DOENÇA, ENFERMAGEM. Esclareço que para a composição desse material, transcrevi na íntegra os textos produzidos pelas autoras citadas na referência bibliográfica. Descrevemos no quadro 1, o enfoque geral das quatro categorias de teorias de enfermagem e suas autoras, e no quadro 2, o tema central de duas autoras de cada categoria de teoria de enfermagem, os princípios em que se fundamentam, a fim de contextualizá-las no estudo que faremos. Quadro 1. Características gerais das teorias de enfermagem "CATEGORIAS DE"CARACTERÍSTICA " "TEORIAS "TEÓRICAS DE ENFERMAGEM " "1.NECESSIDADE"Enfocam as necessidades e os problemas que os clientes têm, buscando" "S "preenchê-los ou corrigi-los utilizando o Processo de Enfermagem. " "PROBLEMAS "Nightingale, Abdellah, Henderson, Orem, Hall, Watson, Horta* " "2.SISTEMAS "Sugerem que o homem é composto de muitas partes ou subsistemas que, " " "quando juntos, são mais e diferentes do que sua soma. " " "Johnson, Roy, Beth Newman, Levine, Leininger. " "3.INTERAÇÃO "Enfocam o processo de comunicação no preenchimento das necessidades " " "do cliente. " " "Peplau, Orlando, Wiedenbach, King, Paterson e Zderad, Erickson, " " "Tomlin e Sawai, Boykin e Schoenhofer. " "4.CAMPO DE "Acreditam que as pessoas são campo de energia em constante interação" "ENERGIA "com o seu ambiente ou com o universo. " " "Rogers, Parse, Margareth Newman. " Fonte: GEORGE, Julia B. e colaboradores. Teorias de Enfermagem -os fundamentos à prática profissional Quadro 2. Tema central das teóricas escolhidas para o estudo. "CATEGORIAS "TEÓRICAS "NOME DA "TEMA CENTRAL "FUNDAMENTAÇÃO " "DE TEORIAS " "TEORIA " "PRINCÍPIOS " "1. "DOROTHEA E. "Autocuidado "A Enfermagem é "Teoria de " "NECESSIDADES"OREM " "necessária sempre que a "Kortabisnk, da " "PROBLEMAS " "1971 "manutenção contínua do "ação eficiente, " " " " "autocuidado requer o uso"1965. " " " " "de técnicas especiais e "Teoria da ação " " " " "a aplicação de "social de " " " " "conhecimentos "Parson, 1968. " " " " "científicos para prover " " " " " "o cuidado ou " " " " " "administrá-lo. " " " "WANDA DE "Necessidades"A Enfermagem como parte "Teoria da " " "AGUIAR HORTA*"Humanas "integrante da equipe de "motivação Humana" " " "Básicas "saúde implementa estados"de Maslow " " " " "de equilíbrio, previne "(necessidades " " " "1979 "estados de "humanas básicas)" " " " "desequilíbrio, e reverte"Lei da " " " " "desequilíbrio em "homeostase e do " " " " "equilíbrio pela "holismo. " " " " "assistência do ser " " " " " "humano em suas " " " " " "necessidades básicas: " " " " " "procura sempre " " " " " "reconduzi-lo à situação " " " " " "de equilíbrio dinâmico " " " " " "no tempo e espaço. " " Fonte: adaptado de ALMEIDA & ROCHA. O saber de enfermagem e sua dimensão prática. "CATEGORIAS "TEÓRICAS "NOME DA "TEMA CENTRAL "FUNDAMENTAÇÃO " "DE TEORIAS " "TEORIA " "PRINCÍPIOS " "2.SISTEMAS "MADELEINE M. "Teoria de "A Enfermagem é uma "Sociologia " " "LEININGER "enfermagem "profissão humanística e "Antropologia " " " "transcultura"científica que é "cultural " " " "l "apreendida e focalizada " " " " "1985 "no fenômeno do cuidado " " " " " "humano e em atividades " " " " " "que propiciem " " " " " "assistência, suporte, " " " " " "facilitação e " " " " " "capacitação a " " " " " "indivíduos, grupos, para" " " " " "manter ou reaver o seu " " " " " "bem-estar, de uma forma " " " " " "culturalmente " " " " " "significativa e " " " " " "satisfatória. " " " "MYRA ESTRIN "Holística "A ação da Enfermagem "Biologia " " "LEVINE "1969 "está baseada no cuidado "Psicologia " " " " "total da pessoa e, assim"Sociologia " " " " "sendo, na conservação " " " " " "dos princípios de " " " " " "energia, integridade " " " " " "estrutural, pessoal e " " " " " "social. Todos têm como " " " " " "postulado a integridade " " " " " "e unidade do indivíduo. " " Fonte: adaptado de ALMEIDA & ROCHA. O saber de enfermagem e sua dimensão prática. "CATEGORIAS DE"TEÓRICAS "NOME DA "TEMA CENTRAL "FUNDAMENTAÇÃO " "TEORIAS " "TEORIA " "PRINCÍPIOS " "3.INTERAÇÃO "IMOGENE M. "Alcance dos "A Enfermagem é um "Teoria de " " "KING "objetivos "processo de interação "Sistemas " " " "1971 "humana entre enfermeira "Sistemas " " " "1981 "e cliente através do "pessoais, " " " " "qual um percebe o outro "interpessoais e " " " " "e a situação: e, através"sociais " " " " "da comunicação, eles "Psicologia " " " " "fixam os objetivos, "Teorias sociais " " " " "exploram os recursos, " " " " " "concordam sobre meios " " " " " "para o alcançarem os " " " " " "objetivos. É um processo" " " " " "de ação, reação, " " " " " "interação, transação. " " " "HELEN "Teoria do "Concebem essa teoria "Teorias de " " "ERICKSON, "Papel "para compreender o modo"Erckson, Maslow," " "EVELYN "modelagem "como clientes estruturam"Selyee, Engel e " " "TOMLIN, MARY" "seu mundo. A Enfermagem "piaget " " "ANN SWAIN " "é um modelo de " " " " " "autocuidado, baseado na " " " " " "percepção e na adaptação" " " " " "aos estressores. " " Fonte: adaptado de ALMEIDA & ROCHA. O saber de enfermagem e sua dimensão prática "CATEGORIAS DE"TEÓRICAS "NOME DA "TEMA CENTRAL "FUNDAMENTAÇÃO " "TEORIAS " "TEORIA " "PRINCÍPIOS " "4.CAMPO DE "MARTHA E. "Martha "A ciência da Enfermagem "Fisiologia " "ENERGIA "ROGERS "Rogers "é dirigida para "Biologia " " " "1970 "descrever o processo "Psicologia " " " " "vital do homem e para "Antropologia " " " " "explanar e predizer a "Sociologia " " " " "natureza e direção de " " " " " "seu desenvolvimento. A " " " " " "Enfermagem é uma ciência" " " " " "humanística dedicada a " " " " " "um interesse compassivo " " " " " "para manter e promover a" " " " " "máxima potencialidade de" " " " " "saúde do homem que é um " " " " " "todo unificado. " " " " " "A Enfermagem não é "Idem " " "MARGARET "1989 "promover bem-estar ou " " " "NEWMAN " "prevenir doença, mas " " " " " "ajudar a pessoa a usar o" " " " " "próprio poder através de" " " " " "um alto nível de " " " " " "consciência para manter " " " " " "o processo vital " " Fonte: adaptado de ALMEIDA & ROCHA. O saber de enfermagem e sua dimensão prática. METAPARADGMAS DE ENFERMAGEM TEORISTAS ORIENTADAS PARA AS NECESSIDADES/PROBLEMAS SER HUMANO ( DOROTHEA E. OREM SERES HUMANOS são diferenciados das outras coisas vivas por sua capacidade de: - refletir sobre si mesmos, - simbolizar o que experimentam, - usar criações simbólicas(idéias, palavras para pensar, comunicar-se e orientar os esforços para fazer coisas que são benéficas para si e para outros"(Oren, 1991). O funcionamento humano integral inclui os aspectos físicos, psicológicos, interpessoais e sociais. O indivíduo tem potencial para aprender e desenvolver-se. A forma como o ser humanos preenche as necessidades de autocuidado não é instintiva, mas um comportamento aprendido. Os fatores que afetam o aprendizado incluem a idade, capacidade de mental, a cultura, a sociedade e o estado emocional do indivíduo. Se o indivíduo não pode aprender as medidas de autocuidado, outros devem aprender e proporciona-los. ( WANDA DE AGUIAR HORTA. SER HUMANO. . O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como ta,l sujeito a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço. . O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia. - A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. Resulta, pois: 1. O ser humano como parte integrante do universo está sujeito a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. O ser humano se distingue dos demais seres do universo por sua capacidade de reflexão, por ser dotado do poder de imaginação e simbolização e poder unir presente, passado e futuro. -Estas características do ser humano permitem sua unicidade, autenticidade e individualidade. -O ser humano, por suas características, é também agente de mudanças no universo dinâmico, no tempo e no espaço; consequentemente: 2. O ser humano, como agente de mudança, é também a causa de equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo. - Os desequilíbrios geram no ser humano, necessidades que se caracterizam por estados de tensão conscientes e inconscientes que o levam a buscar a satisfação de tais necessidades para manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço. - As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este se prolonga é causa de doença. - Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço SAÚDE ( DOROTHEA E. OREN SAUDE. Oren apóia a definição da organização mundial de saúde como estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de da doença ou da enfermidade. Ela constata que os aspectos físico, psicológico, interpessoal e social são inseparáveis no indivíduo. Oren também apresenta a saúde como base do conceito de cuidado preventivo de saúde. Esse cuidado inclui a promoção e a manutenção da saúde- prevenção primária, o tratamento da doença ou da lesão- prevenção secundária, prevenção de complicações – prevenção terciária. ( WANDA DE AGUIAR HORTA SAUDE. 2. O ser humano, como agente de mudança, é também a causa de equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo. - Os desequilíbrios geram no ser humano, necessidades que se caracterizam por estados de tensão conscientes e inconscientes que o levam a buscar a satisfação de tais necessidades para manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço. - As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este se prolonga é causa de doença. - Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço. AMBIENTE ( DOROTHEA E. OREM São requisitos de autocuidado universais, demandas que a espécie humana possui, seja por sua condição biológica, seja por sua condição sócio- psicológica, não significando, porém, que para todos os seres humanos será igual em qualidade e em quantidade. São eles: - manutenção suficiente de suporte de ar, água, alimentos. - Provisão de cuidados associados aos processos de eliminação e excreção, - Manutenção do balanço entre estar só e a interação social, - Prevenção de risco à vida, ao funcionamento e bem-estar como ser humano ( WANDA DE AGUIAR HORTA AMBIENTE . O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como tal, sujeito a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço. . O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia. - A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. ENFERMAGEM ( DOROTHEA E. OREN ENFERMAGEM. O sistema de enfermagem, delineado pela enfermeira, é baseado nas necessidades de autocuidado e nas capacidades do paciente para desempenhar as atividades de autocuidado. Se houver um déficit de autocuidado, isto é, se houver um déficit entre o que o indivíduo pode fazer (ação de autocuidado) e o que precisa ser feito para manter o funcionamento ideal (exigência de autocuidado) a enfermagem é exigida. ( WANDA DE AGUIAR HORTA ENFERMAGEM. A enfermagem é um serviço prestado ao INDIVÍDUO, FAMÍLIA E COMUNIDADE. A enfermagem é parte integrante da equipe de saúde, do que resulta: . Como parte integrante da equipe de saúde, a enfermagem mantém o equilíbrio dinâmico, previne desequilíbrios e reverte desequilíbrios em equilíbrio do ser humano, no tempo e no espaço. - O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas para seu completo bem estar. - O conhecimento do ser humano a respeito do atendimento de suas necessidades é limitado por seu próprio saber, exigindo, por isto, o auxílio de profissional habilitado. - Em estados de desequilíbrio esta assistência se faz mais necessária. - Todos os conhecimentos e técnicas acumuladas sobre a enfermagem dizem respeito ao cuidado do ser humano, isto é, como atendê-lo em suas necessidades básicas. - A enfermagem assiste o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, valendo-se para isto dos conhecimentos e princípios científicos das ciências físico-químicas, biológicas e psicossociais. A conclusão será: A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde implementa estados de equilíbrio, previne estados de desequilíbrio e reverte desequilíbrios em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas necessidades básicas; procura sempre reconduzi-lo à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço. Desta teoria decorrem conceitos, proposições e princípios que fundamentam a ciência de enfermagem. Enfermagem é a arte e a ciência de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência quando possível, pelo ensino do auto-cuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais. Assistir em enfermagem é fazer pelo ser humano aquilo que ele não pode fazer por si mesmo, ajudar ou auxiliar quando parcialmente impossibilitado de se autocuidar; orientar ou ensinar, supervisionar e encaminhar a outros profissionais. As funções da(o) enfermeira(o) podem ser consideradas em três áreas ou campos de ação distintos. a ) Área específica: assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do auto- cuidado. b ) Área de interdependência ou de colaboração: a sua atividade na equipe de saúde nos aspectos de manutenção, promoção e recuperação da saúde. c ) Área Social: dentro de sua atuação como um profissional a serviço da sociedade, função de pesquisa, ensino, administração, responsabilidade legal e de participação na associação de classe (figura 2) . A ciência da enfermagem compreende o estudo das necessidades humanas básicas, dos fatores que alteram sua manifestação e atendimento, e na assistência a ser prestada. Alguns princípios podem também ser deduzidos : Enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do ser humano. A enfermagem é prestada ao ser humano e não à sua doença ou desequilíbrio. Todo o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação. A enfermagem reconhece o ser humano como membro de urna família e de uma comunidade. A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo de seu autocuidado. Para que a enfermagem atue eficientemente, necessita desenvolver sua metodologia de trabalho que está fundamentada no método científico. Este método de atuação da enfermagem é denominado processo de enfermagem. TEÓRICAS ORIENTADAS PARA OS SISTEMAS SER HUMANO ( MADELEINE M. LEININGER SERES HUMANOS são melhor representados em seus pressupostos. Os homens são considerados capazes de cuidar e preocupar-se com as necessidades de bem- estar, e a sobrevivência dos outros. O cuidado humano é universal, ou seja, é visto em todas as culturas. Os homens tem sobrevivido nas culturas ao longo do lugar e tempo porque são capazes de cuidas dos bebês, das crianças, e dos idosos de maneiras variadas e em muitos ambientes diferentes. Assim, os homens são universalmente seres cuidadores que sobrevivem numa diversidade de culturas pela sua capacidade de proporcionar a universalidade do cuidado de várias maneiras e de acordo com as diferentes culturas, necessidades e situações. A enfermagem, como ciência do cuidado deve enfocar além da interação tradicional enfermeira-paciente, incluir famílias, grupos, comunidade, culturas completas e instituições, assim como as instituições mundiais de saúde, e a forma de desenvolvimento e políticas e práticas de enfermagem internacionais, pois em muitas culturas as instituições e as famílias dominam. Há culturas em que as pessoas não são um conceito importante, podendo até não haver o termo pessoa no idioma. ( MYRA ESTRIN LEVINE SERES HUMANOS – quando a pessoa está sendo estudada o foco deve ser a integridade. Sustenta que uma pessoa não pode ser compreendida fora do contexto do tempo, lugar no qual ela interage ou está isolada da influência de tudo que acontece ao seu redor. Os seres humanos não só apenas são influenciados por suas circunstâncias imediatas, mas também suportam carga de uma vida inteira de experiências que ficaram registradas nos tecidos do corpo bem como na mente e no espírito. Os seres humanos estão em contínua adaptação em sua interação com o ambiente. O processo de adaptação resulta em conservação. Os seres humanos necessitam da enfermagem quando estão sofrendo e podem pôr a independência de lado e aceitar os serviços do outro. SAÚDE ( MADELEINE M. LEININGER SAUDE. Ela fala de sistemas de saúde, práticas de atendimento de saúde, mudança de padrões de saúde, promoção de saúde e manutenção de saúde. A saúde é um conceito importante na enfermagem transcultural. Devido à ênfase sobre a necessidade de as enfermeiras conhecerem a cultura específica na qual a enfermagem está sendo praticada, presume-se que a saúde seja vista como universal nas culturas, porém definida em cada uma delas de uma maneira que reflete as crenças, os valores e as práticas daquela determinada cultura. Assim a saúde é tanto universal como diversificada. ( MYRA ESTRIN LEVINE SAUDE. Sugere que saúde e doença são padrões de mudança adaptativa. Algumas adaptações têm mais êxito do que outras, Todas as adaptações estão em busca do melhor ajuste com o ambiente. As adaptações mais bem sucedidas são aquelas que conseguem o melhor ajuste de maneira mais conservadora. A saúde é o objetivo da conservação. Ela também discute as palavras SAUDE, INTEGRIDADE, TODO como derivadas da mesma palavra raiz e que, mesmo com a multiplicidade de definições de saúde, cada indivíduo ainda define saúde por si mesmo. AMBIENTE ( MADELEINE M. LEININGER AMBIENTE. NESTA TEORIA O contexto ambiental é definido como sendo a totalidade de um evento, situação ou experiência. A definição de cultura de Leininger, enfoca um determinado grupo-sociedade e a padronização de ações, pensamentos e decisões que ocorre como resultado de valores, crenças e normas aprendidos, compartilhados e transmitidos. Esse aprendizado, compartilhamento, transmissão e padronização ocorrem dentro de um grupo de pessoas que funciona como um cenário ou ambiente identificável. ( MYRA ESTRIN LEVINE AMBIENTE. Utiliza a classificação de Bates. Existem três tipos de ambiente: 1º ambiente operacional – consiste de forças naturais não detectadas que atingem o indivíduo. 2º ambiente perceptivo - consiste de informações que são registradas pelos órgãos sensoriais. 3º ambiente conceitual - influenciado pela cultura, idéias, e cognição. Os esforços para compreender o ambiente e o papel que ele desempenha sobre os indivíduos é vital. "É o sistema social que em todas as gerações e em todos os lugares, determina os valores que dirigem e define as regras pelas quais seus integrantes são julgados. A integridade social do indivíduo espelha a comunidade à qual ele pertence. ENFERMAGEM ( MADELEINE M. LEININGER ENFERMAGEM. Define enfermagem como uma profissão e uma disciplina científica aprendida e humanista, enfocada em fenômeno e nas atividades do cuidado humano para assistir, apoiar, facilitar ou capacitar indivíduos ou grupos a manterem ou readiquirirem seu bem-estar (saúde) em formas culturalmente significativas e benéficas ou para ajudar a pessoa a enfrentar a deficiência ou morte (Leininger, 1991). ( MYRA ESTRIN LEVINE ENFERMAGEM. Para Levine o propósito da enfermagem é cuidar dos outros quando eles necessitam de cuidados. A pessoa que fornece serviços de enfermagem tem cargas especiais de preocupação uma vez que a permissão para entrar nas metas de vida de outro ser humano carrega dívidas onerosas de responsabilidade e escolha. O relacionamento enfermeiro-paciente se baseia na participação intencional de ambas as partes, e nesses relacionamentos não pode haver um substituto para a honestidade, imparcialidade e respeito mútuo. A teoria da enfermagem é finalmente posta a prova nas trocas diárias pragmáticas e simples entre enfermeira-paciente... seu sucesso é demonstrado em sua capacidade de equipar os indivíduos com força renovada para continuarem suas vidas com independência, realização, esperança e promessa." TEÓRICAS ORIENTADAS PARA A INTERAÇÃO SER HUMANO ( IMOGENE M. KING SERES HUMANOS – São seres sociais, reativos, perceptivos, controladores, intencionais e orientados no para a ação e o tempo. A partir dessas crenças desenvolveu os seguintes pressupostos que são específicos para a interação enfermeira-cliente: - as percepções influenciam o processo de interação. - as metas, as necessidades e os valores da enfermeira e do cliente influenciam o processo de interação. - Os indivíduos têm direito de conhecimento sobre eles mesmos. - Os indivíduos têm direito de participar das decisões que influenciam a sua vida, a sua saúde e os serviços comunitários. - Os profissionais de saúde têm a responsabilidade de compartilhar a informação que ajudará o indivíduo a tomar decisões sobre o seu atendimento de saúde. - Os indivíduos têm o direito de aceitar ou de recusar o atendimento de saúde. - As metas dos profissionais de saúde as metas do receptor do atendimento de saúde podem ser incongruentes. Afirma que as enfermeiras estão preocupadas com o ser humano interagindo com o seu ambiente de maneiras que levam ao auto preenchimento e à manutenção da saúde. Os seres humanos tem três necessidades fundamentais de saúde: 1ª necessidade de informação de saúde que seja no momento necessária e que possa ser utilizada. 2ª necessidade de atendimento que procura prevenir a doença. 3ª necessidade de atendimento quando os seres humanos são incapazes de cuidar de si mesmos. Ela afirma que "as enfermeiras estão em uma posição para investigarem o que as pessoas sabem sobre a sua saúde, o que elas pensam sobre a sua saúde e como elas agem para mantê-la." ( HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN SERES HUMANOS são pessoas holísticas, com sistemas interagentes – biofísicos, psicológicos, sociais, cognitivos, e bases genéticas e impulso espiritual inerentes. O holismo implica o todo ser maior que a soma das partes e é diferente da definição da pessoa como um agregado de das partes e do todo sendo igual à soma das partes. As teorias de Erik Erikson, Abraham Maslow, Jean Piaget, e George Engel são básicas na descrição de como as pessoas são semelhantes, considerando serem seres holísticos que querem desenvolver seu potencial.Todos os seres humanos tem necessidades básicas que motivam o comportamento, incluindo o impulso denominado individuação-afiliada. Apesar de os seres humanos compartilharem esses pontos comuns, cada indivíduo é único. As pessoas diferem umas das outras como resultado de sua bagagem individual herdada, sua capacidade situacional para mobilizar recursos para reagir aos estressores da vida e seus modelos de mundo. SAÚDE ( IMOGENE M. KING SAUDE. É definida como experiência dinâmica de vida do ser humano, que implicam o ajustamento constante aos estressores no ambiente interno e externo através do uso ideal dos próprios recursos para atingir o potencial máximo para a vida diária. E como um estado dinâmico no indivíduo no qual a mudança é constante e permanente e pode ser vista como a capacidade do indivíduo para funcionar em seus papéis habituais. King afirma que a saúde não é uma continuidade mais um estado holístico. As características de saúde são genéticas, subjetivas, relativas, dinâmicas, ambientais, funcionais, culturais e perceptivas. Ela discute a saúde como um estado funcional e a doença como uma interferência nesse estado. Define a doença como um desvio do normal, isto é, um desequilíbrio na estrutura biológica da pessoa, ou em seu esquema psicológico, ou um conflito nos relacionamentos saciais da pessoa. ( HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN SAUDE. A definição de saúde é consistente com a da OMS - saúde é um estado de bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou da enfermidade. Escrevem que a saúde tem conotação com o equilíbrio dinâmico entre os vários subsistemas. Esse equilíbrio dinâmico implica um equilíbrio adaptativo pelo qual o indivíduo aprende a enfrentar construtivamente os estressores da vida, mobilizando os recursos de enfrentamento internos e externos e não deixando nenhum sistema em risco quando a adaptação ocorrer. AMBIENTE ( IMOGENE M. KING AMBIENTE. A sociedade pode ser vista como a porção dos sistemas sociais da estrutura de sistemas abertos. Em sua teoria os três sistemas forma os ambientes que influenciam os indivíduos: 1º sistemas pessoais – cada indivíduo é um sistema pessoal. Para o sistema pessoal os conceitos relevantes são: percepção, o ser, o crescimento, o desenvolvimento, a imagem corporal, o espaço, o aprendizado e o tempo. 2º sistemas interpessoais - são formados pelos seres humanos interagindo. 3º sistemas sociais - é definido como sistema de limites organizados de regras sociais, comportamentos e práticas desenvolvidas para manter os valores e os mecanismos que regulam as práticas e as regras. ( HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN AMBIENTE. O ambiente é visto como interno e externo, e inclui tanto os estressores quanto os recursos para adaptação a eles. Os estressores existem sempre e são necessários para o crescimento geral e o favorecimento da vida todos os indivíduos tem recursos tanto internos como externos para lidar com os estressores. Os recursos potenciais existem e os indivíduos talvez necessitem de auxílio para se conscientizarem sobre eles e assim mobilizá-los construtivamente. ENFERMAGEM ( IMOGENE M. KING ENFERMAGEM. Um processo de ação, reação e interação pelo qual a enfermeira e o cliente compartilham informações sobre as suas percepções na situação de enfermagem e como um processo de interação humanas entre a enfermeira e o cliente através do qual cada um percebe o outro e a situação, e através da comunicação estabelecem metas, exploram meios e concordam com os meios para atingir as metas. A meta da enfermeira é ajudar o indivíduo a manter a sua saúde de forma que possam funcionar em seus papéis. O âmbito da enfermagem inclui a promoção, manutenção e restauração da saúde e o atendimento aos doentes, aos feridos ou aos que estão morrendo. ( HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN ENFERMAGEM. A enfermagem é um processo entre a enfermeira e o cliente e exige um relacionamento interpessoal e interativo. Ela descreve três características da enfermeira nessa teoria: 1ª Facilitação – implica que a enfermeira ajude o indivíduo a identificar, a mobilizar e a desenvolver seus próprios pontos fortes. 2ª Nutrimento – é a fusão e a fusão dos processos cognitivos, psicológico e afetivo, visando auxiliar o cliente a atingir uma saúde holística. 3ª Aceitação incondicional – é a aceitação de cada indivíduo como único valioso e importante, mesmo sem vínculos. TEORISTA ORIENTADAS PARA O CAMPO DE ENERGIA SER HUMANO ( MARTHA E. ROGERS SERES HUMANOS. Ela apresenta cinco pressupostos sobre os seres humanos: 1º cada homem é presumidamente um ser unificado com individualidade. 2º o ser humano está em troca contínuas de energia com o ambiente. 3º os processos de vida de um ser humano evoluem irreversível e imprevisivelmente na pandimensionalidade. 4º existe um padrão para a vida. 5º o ser humano é capaz de abstração, visualização, linguagem, pensamento, sensibilidade e emoções. Os homens são campos de energia irredutíveis, indivisíveis, pandimensionais, identificados por padrões e manifestam características e comportamentos diferentes dos das suas partes e que não podem ser previstos pelo conhecimento dessas partes. ( MARGARET NEWMAN SERES HUMANOS. Os seres humanos são unitários com o ambiente. Não existem limites. Os seres humanos são identificados por seus padrões. Os padrões do indivíduo são integrantes dos de sua família e, por outro lado, estes são integrantes dos padrões da comunidade e da sociedade. Os homens dirigem-se para uma organização sempre crescente e são capazes de tomar decisões. O progresso para um nível superior de organização ocorre, com freqüência, após um período de desorganização ou ponto de escolha, quando as formas antigas não mais funcionam. O movimento é um ponto de escolha crucial na evolução da consciência e é a expressão da consciência. A restrição do movimento, força a pessoa além do espaço-tempo. SAÚDE ( MARTHA E. ROGERS SAÚDE : A SAÚDE NÃO É ABORDADA ESPECIFICAMENTE e em realidade, ser vista como um estado não é apropriado à teoria de Rogers. Ela considera a saúde um termo de valor. Para ela a doença, patologia e a saúde são termos de valor. Os termos de valor modificam-se e, quando discutimos em nível da dinâmica de comportamentos manifestados pelo campo humano, necessitam ser definidos individualmente. ( MARGARET NEWMAN SAUDE é a expansão da consciência: o padrão do todo em evolução, a explicação do descobrimento da ordem implicada. Newman propõe que as flutuações no padrão, identificadas como doenças, podem proporcionar o distúrbio necessário para reorganizar os relacionamentos de um padrão mais harmoniosamente. A doença pode atingir aquilo que a pessoa queria mas não tinha sido capaz de reconhecer; pode proporcionar ou representar o desequilíbrio necessário para manter o intercâmbio vital ativo com o ambiente. Crescemos ou evoluímos através da experiência do desequilíbrio e aprendendo como atingir um novo sentido de equilíbrio. Portanto a doença pode ser vista como padrão emergente quanto como expansão da consciência. É importante lembrar que apesar de o indivíduo apresentar o padrão emergente denominado doença, esse padrão relaciona-se e afeta os padrões de outros -família, amigos, comunidade. Como sistemas de energia abertos em interação constante, os homens influenciam os padrões uns dos outros e evoluem juntos. AMBIENTE ( MARTHA E. ROGERS AMBIENTE. Consiste da totalidade de padrões externos existentes no indivíduo. Tanto o indivíduo como o ambiente são considerados sistemas abertos. O ambiente é um campo de energia irredutível, indivisível, pandimensional identificado por padrões e integrado ao campo humano. ( MARGARET NEWMAN AMBIENTE. – os seres humanos são unitários com o ambiente. ENFERMAGEM ( MARTHA E. ROGERS ENFERMAGEM. É uma arte e uma ciência humanística e humanitária. É dirigida ao homem unitário e preocupa-se com a natureza e a direção do desenvolvimento humano. A meta das enfermeiras é participar do processo de mudança de forma que as pessoas possam se beneficiar. ( MARGARET NEWMAN ENFERMAGEM. Define a enfermagem como o "cuidado na experiência de saúde humana". Acredita que cuidar é imperativo moral para a enfermagem. Com base na declaração de Moss,(1981) para o amor ela diz que cuidar é algo que transforma a nós todos e tudo o que fazemos mais do que ser algo que fazemos. Cuidar reflete o todo da pessoa. Cuidar exige que sejamos abertos, e ser aberto é ser vulnerável. Ser vulnerável pode levar ao sofrimento, o que tendemos a evitar. Evitar o sofrimento pode prejudicar os nossos esforços em direção a níveis superiores de consciência. "A necessidade é de deixar correr , abraçar a nossa experiência e permitir a descoberta da expansão da consciência."(Newman, 1994). Sem o cuidado a enfermagem não ocorre. Bibliografia ALMEIDA, Maria Lúcia Puntel e ROCHA, Juan Stuardo Yaszlle. O saber de enfermagem e sua dimensão prática. 2ª ed. São Paulo:Cortez, 1999. CARRARO&WESPHALEN. Metodologias para a assistência de Enfermagem:teorizações, modelos e subsídios para a prática. Goiânia:AB,2001. GEORGE, Julia B. e colaboradores. Teorias de Enfermagem -os fundamentos à prática profissional. 4ª edição. Porto Alegre: Artes Medicas Sul, 2000. HORTA, Wanda de Aguiar. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU, 1979. LEOPARDI, Maria Tereza. Teorias em Enfermagem: instrumentos para a prática.Florianópolis:Papa Livros, 1999. PARTE 2 ASPECTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS LIGADOS A SAE CAPÍTULO 1. ASPECTOS LEGAIS Para o estudo da legislação sobre a SAE, exporemos alguns textos na íntegra, outros, somente as partes que consideramos importante enfatizar. a) Lei n 7.498/86: Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. O presidente da República faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta Lei. Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício. Parágrafo único - A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação. Art. 3º - O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem planejamento e programação de Enfermagem. Art. 6º - São enfermeiros: I - o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei; II - o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei; III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea "d" do Art. 3º. do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo- lhe: I - privativamente: a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem; h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; i) consulta de Enfermagem; j) prescrição da assistência de Enfermagem; l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; II - como integrante da equipe de saúde: c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente: Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente: Brasília, em 25 de junho de 1986, 165º da Independência e 98º da República. José Sarney Almir Pazzianotto Pinto Lei nº 7.498, de 25.06.86 publicada no DOU de 26.06.86 Seção I - fls. 9.273 a 9.275 b) Decreto n 94.406/87 : 'Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 81, item III, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, Decreta: Art. 1º - O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região. Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no seu planejamento e programação. Art. 3º - A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do programa de Enfermagem. Art. 4º - São Enfermeiros: I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei; II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferidos nos termos da lei; III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as respectivas leis, registradas em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de Enfermeira conforme o disposto na letra "d" do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe: I - privativamente: b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem; d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; e) consulta de Enfermagem; f) prescrição da assistência de Enfermagem; q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde; Art. 10 - O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe: I - assistir ao Enfermeiro: Art. 11 - O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe: III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades de Enfermagem... Brasília, 08 de junho de 1987; José Sarney Eros Antonio de Almeida Dec. nº 94.406, de 08.06.87 publicado no DOU de 09.06.87 seção I - fls. 8.853 a 8.85 c) CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM CAPÍTULO I Dos Princípios Fundamentais Art. 1º - A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais. Art. 2º - O profissional de Enfermagem participa, como integrante da sociedade, das ações que visem satisfazer às necessidades de saúde da população. Art. 3º - O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana, em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer natureza. Art. 4º - O profissional de Enfermagem exerce suas atividades com justiça, competência, responsabilidade e honestidade. Art. 5º - O profissional de Enfermagem presta assistência à saúde visando à promoção do ser humano como um todo. Art. 6º - O profissional de Enfermagem exerce a profissão com autonomia, respeitando os preceitos legais da Enfermagem. CAPÍTULO II Dos Direitos Art. 9º - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o presente Código e a Lei do Exercício Profissional. CAPÍTULO III Das Responsabilidades Art. 16 - Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 18 - Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão. Art. 20 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe. CAPÍTULO IV Dos Deveres Art. 24 - Prestar à clientela uma assistência de Enfermagem livre dos riscos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência. Art. 25 - Garantir a continuidade da assistência de Enfermagem. Art. 33 - Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde. d) Resolução COFEN-272/2002 : SAE O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no uso de suas atribuições legais e regimentais; CONSIDERANDO a Constituição Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1998 nos artigos 5º, XII e 197; CONSIDERANDO a Lei nº 7.498/86 c.c. o Decreto nº 94.406/86, respectivamente no artigo 11, alíneas "c", "i" e "j" e artigo 8º, alíneas "c", "e" e "f"; CONSIDERANDO o contido no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, aprovado pela Resolução COFEN 240/2000; CONSIDERANDO o disposto nas Resoluções-COFEN nºs 195/1997, 267/2001 e 271/2002; CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade; CONSIDERANDO a institucionalização da SAE como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro; CONSIDERANDO que a implementação da SAE constitui, efetivamente, melhora na qualidade da Assistência de Enfermagem; CONSIDERANDO os estudos elaborados pela CTA/COFEN, nos autos do PAD-COFEN Nº 48/97; RESOLVE: Art. 1º - Ao Enfermeiro incumbe: I - Privativamente: A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de enfermagem, que compreende as seguintes etapas: Consulta de Enfermagem Compreende o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem. Para a implementação da assistência de enfermagem, devem ser considerados os aspectos essenciais em cada uma das etapas, conforme descriminados a seguir: Histórico: Conhecer hábitos individuais e biopsicossociais visando a adaptação do paciente à unidade de tratamento, assim como a identificação de problemas. Exame Físico: O Enfermeiro deverá realizar as seguintes técnicas: inspeção, ausculta, palpação e percussão, de forma criteriosa, efetuando o levantamento de dados sobre o estado de saúde do paciente e anotação das anormalidades encontradas para validar as informações obtidas no histórico. Diagnóstico de Enfermagem: O Enfermeiro após ter analisado os dados colhidos no histórico e exame físico, identificará os problemas de enfermagem, as necessidades básicas afetadas e grau de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as respostas do individuo, da família e comunidade, aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais. Prescrição de Enfermagem: É o conjunto de medidas decididas pelo Enfermeiro, que direciona e coordena a assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. Evolução de Enfermagem: É o registro feito pelo Enfermeiro após a avaliação do estado geral do paciente. Desse registro constam os problemas novos identificados, um resumo sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subseqüentes. Artigo 2º - A implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE - deve ocorrer em toda instituição da saúde, pública e privada. Artigo 3º - A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: -Histórico de enfermagem -Exame Físico -Diagnóstico de Enfermagem -Prescrição da Assistência de Enfermagem -Evolução da Assistência de Enfermagem -Relatório de Enfermagem Parágrafo único: Nos casos de Assistência Domiciliar - HOME CARE - este prontuário deverá permanecer junto ao paciente/cliente/usuário assistido, objetivando otimizar o andamento do processo, bem como atender o disposto no Código de Defesa do Consumidor. Artigo 4º - Os CORENS, em suas respectivas jurisdições, deverão promover encontros, seminários, eventos, para subsidiar técnica e cientificamente os profissionais de Enfermagem, na implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE; Artigo 5º - É de responsabilidade dos CORENS, em suas respectivas jurisdições, zelar pelo cumprimento desta norma. Artigo 6º - Os casos omissos, serão resolvidos pelo COFEN. Artigo 7º - A presente resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando disposições em contrário. Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2002. Gilberto Linhares Teixeira -Coren-RJ Nº 2.380 - Presidente Carmem de Almeida da Silva- Coren-SP Nº 2.254- Primeira Secretária d) Decisão COREN-MT 025/2004: SAE " "Dispõe sobre a implantação e / ou implementação da " " "Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE nas " " "instituições de saúde, no âmbito do Estado de Mato " " "Grosso". " O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, asseguradas no inciso II, III, VIII e XIV artigo 15 da lei nº 5.905/73, e a deliberação do Plenário do COREN-MT na 2ª Sessão da 340ª Reunião Ordinária de Plenário. CONSIDERANDO art.5º, inciso XII e art.197 da Constituição Federativa do Brasil; CONSIDERANDO as alíneas "c", "i" e "j", art.11 da Lei 7.498/86 e as alíneas "c", "e" e "f", art.8º do Decreto 94.406/87; CONSIDERANDO o contido no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. CONSIDERANDO o disposto nas Resoluções COFEN nº 195/1997, 267/2001, 271/2002 e 272/2003; CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE sendo uma atividade privativa do Enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando a prescrição e implementação de ações de Assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde do indivíduo, família e comunidade; CONSIDERANDO a institucionalização da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE como a prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo Enfermeiro; CONSIDERANDO que a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE constitui, efetivamente, na melhoria da qualidade da Assistência de Enfermagem; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem é o primeiro contato com o cliente para a identificação de problemas de saúde que conduz ao Diagnóstico de Enfermagem, características definidoras em relação aos fatores de risco e níveis de prevenção; CONSIDERANDO que o exercício da Consulta de Enfermagem implica em conhecimento, competência, capacidade de delegar, criatividade e afetividade, prerrogativas estas que só serão reforçadas por estudos em profundidade e extensão de modo contínuo, ou seja, educação continuada; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem beneficiará o Enfermeiro na sua prática profissional, disponibilizando ao cliente melhor qualificação e resolutividade dos problemas face à adequada aplicação da metodologia científica no processo assistencial elevando a qualidade dos serviços da Enfermagem; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem deve ser realizada em nível hospitalar, ambulatorial, a domicílio, em consultório particular ou em outro local; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem é uma das atividades – fim autônoma que independe da supervisão de outro profissional; CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem caracteriza o Enfermeiro como profissional liberal, pois permite ao cliente expressar seus sentimentos, facilitando a ambos identificar os problemas de saúde, priorizando sua resolutividade, dentro de um processo participativo, estabelecendo o vínculo enfermeiro / cliente; CONSIDERANDO ainda que a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE é um plano: sistemático, ordenado, metódico das ações do Enfermeiro e da Enfermagem; CONSIDERANDO Decisão COFEN N.º 015/2004 que homologa os atos do COREN-MT dispostos na presente Decisão. DECIDE: Artigo 1º - Incumbe ao Enfermeiro: I – Privativamente: A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de Enfermagem, que compreende as seguintes etapas: Consulta de Enfermagem Compreendem o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de Enfermagem. Para implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, devem ser considerados os aspectos essenciais em cada etapa conforme a seguir: Histórico Consiste em escutar atentamente, o cliente encorajando-o a se expressar plenamente para que se conheçam seus hábitos individuais e biopsicossociais (percepções e expectativas do cliente e de sua família, condições sócio-econômicas, condições ambientais, composição familiar, nutrição, hidratação, eliminações, oxigenação, sono e repouso, lazer e recreação, atividade física, reprodução e vida sexual) a fim de identificar seus problemas. Exame físico Visa verificar criteriosamente peso e altura, pressão arterial, exame da cabeça, face, olhos, ouvidos, nariz, pele e mucosas, extremidades, estado de higiene pessoal e vestimenta, bem como as características físicas próprias e os sinais e sintomas físicos de seus problemas de saúde. Diagnóstico de Enfermagem O Enfermeiro identificará problemas a serem atendidos após colher informações do cliente e constatação dos achados clínicos ou laboratoriais. Este diagnóstico deve ser modificado conforme for indicando mudanças das respostas do cliente ao seu estado de saúde. Prescrição de Enfermagem Determinação e execução de ações voltadas para o atendimento e solução dos problemas identificados incluindo-se: processo educativo que estimule o autocuidado; indicação de medicamentos e tratamentos, vacinas, exames laboratoriais, orientação alimentar, etc estabelecidos pelo serviço de saúde e encaminhamentos a outros profissionais. Evolução de Enfermagem É o acompanhamento e análise da evolução da situação de saúde do cliente em termos de resolução ou não dos problemas identificados, enfim, é um resumo dos cuidados prescritos e realizados e as atividades a serem desenvolvidas nas vinte (24) horas subseqüentes. Relatório de Enfermagem Consiste no registro das ações de Enfermagem, objetivando dar continuidade à assistência, para fins éticos e realização de pesquisas, devendo ser redigido dentro de normas com facilidade de interpretação, com qualidade de informação e legibilidade. Artigo 2º - A implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, torna-se obrigatória em toda instituição de saúde, pública e privada (incluindo-se a Assistência Domiciliar Home Care). Artigo 3º - A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, deverá ser registrada formalmente no prontuário do cliente. Parágrafo Único – Nos casos de Assistência Domiciliar – Home Care este prontuário deverá permanecer junto ao cliente assistido, para que se acompanhe o andamento da assistência, bem como atender ao disposto no Código de Defesa do Consumidor. Artigo 4º - É responsabilidade da instituição de saúde pública e privada subsidiar técnica e cientificamente os profissionais de Enfermagem, na implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, obedecendo-se os seguintes prazos a seguir: a) até nove meses à partir da publicação: a todos os pacientes considerados graves / críticos e de Unidade de Terapia Intensiva (adulto, infantil e neo – natal) e um mínimo percentual de 10% e 20% a ser determinado pelo Enfermeiro, nos casos de Assistência Domiciliar – Home Care e Ambulatórios, considerando – se a incidência epidemiológica e / ou cadastro epidemiológico associado aos níveis de riscos envolvidos; b) até doze meses à partir da publicação: a todos os pacientes internados ou assistidos (casos de Ambulatórios, Assistência Domiciliar – Home Care); c) até nove meses à partir da publicação: a todo paciente portador de Doença Crônico – degenerativo, Doença Sexualmente Transmissível ou não, Gestantes de alto, médio e baixo risco e aos enquadrados dentro do programa de imunização em todas as Unidades da Rede Básica de Saúde. Artigo 5º - Os casos omissos no presente ato decisório serão resolvidos pelo COREN – MT. Artigo 6º - A presente decisão entrará em vigor após homologação pelo COFEN e devida publicação no órgão de Imprensa Oficial do Conselho. Cuiabá-MT, 26 de março de 2004. Drª. Geralda Lopes da Silva Dr. Vicente Pereira Guimarães COREN-MT-1633 COREN-MT-23641 Secretária Presidente Bibliografia www.portalcofen.gov.br www.coren-mt.gov.br PARTE 3 O PROCESSO DE ENFERMAGEM CAPITULO 1. NOÇÕES GERAIS SOBRE 0 PROCESSO DE ENFERMAGEM Apresentamos definições e Modelos Esquemáticos do Processo de Enfermagem na visão de diversas autoras. Segundo Wanda de Aguiar Horta - 1979, o Processo de Enfermagem (PE), é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento de dinamismo de suas fases ou passos. 1. Histórico de Enfermagem 2. Diagnóstico de Enfermagem Indivíduo 6. Prognóstico Família 3. Plano Assistencial Comunidade 5. Evolução 4. Prescrição Para Atkinson e Murray-1989, a prática de enfermagem requer habilidades de observação, comunicação, reflexão, aplicação do conhecimento das ciências físicas e do comportamento, além de se fazer apreciações e tomar decisões. O PE é uma tentativa de melhorar a qualidade da assistência ao paciente, na medida em que é planejada para alcançar as necessidades específicas do paciente, sendo então redigida de forma a que todas as pessoas envolvidas no tratamento possam ter acesso ao plano de assistência. O PE também contribui para o crescimento profissional de cada enfermeiro. Conforme Bárbara Krass Timby-2001, PE é uma seqüência organizada de etapas identificadas como levantamento de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação, utilizada pelos enfermeiros para solucionar problemas dos pacientes. Quando os enfermeiros colocam em prática os modelos do processo de enfermagem, os pacientes recebem cuidados altamente qualificados. Para as autoras o PE possui sete características distintas: 1ª. encontra-se no âmbito legal de enfermagem. 2ª baseia-se no conhecimento. 3ªé planejado. 4ª é centrado no paciente. 5ª é voltado a metas. 6ª tem prioridades. 7ª é dinâmico. Para Rosalinda Alfaro-Lefevre-2000, o PE é um método sistemático de prestação de cuidados humanizados, que enfoca a obtenção de resultados desejados. 1. O QUE É PROCESSO DE ENFERMAGEM? "Um método sistemático de prestação de cuidados humanizados, que enfoca a obtenção de resultados desejados..." (Levefre, 2000). SISTEMÁTICO - por se constituir de 05 fases: Investigação, Diagnóstico, Planejamento, Implementação, Avaliação. HUMANIZADO - porque o planejamento e cuidados consideram exclusivamente interesses, ideais e desejos da pessoa, família ou comunidade. PASSOS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM 1. INVESTIGAÇÃO: coleta e exame da informação sobre a situação de saúde procurando evidências de fatores anormais ou fatores de risco que possam contribuir para os problemas de saúde. 2. DIAGNÓSTICO = IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: análise dos dados e identificação dos problemas reais e potenciais que são a base para o plano de cuidados. 3. PLANEJAMENTO: 04 ETAPAS CHAVE: 3.1. DETERMINAÇÃO DAS PRIORIDADES IMEDIATAS: quais necessitam atenção imediata? Quais serão encaminhados para outra pessoa? Quais exigem abordagem multidisciplinar? 3.2. ESTABELECIMENTO DOS RESULTADOS ESPERADOS = metas . O que é esperado que o paciente ou cliente atinja e em quanto tempo. 3.3. DETERMINAÇÃO DAS INTERVENÇÕES: que intervenções serão prescritas para obtenção dos resultados? 3.4. REGISTRO OU INDIVIDUALIZAÇÃO DO PLANO DE CUIDADOS: redigir o plano ou adaptar um plano padronizado. 4. IMPLEMENTAÇÃO: coloca o plano em ação Investiga a situação atual da pessoa antes de agir Realiza as intervenções Comunica e registra 5. AVALIAÇÃO: determina se os resultados esperados foram atingidos se as intervenções foram efetivas se necessárias modificações existem novas prioridades de cuidados? CAPÍTULO 2. 1º PASSO DO PROCESSO ENFERMAGEM - INVESTIGAÇÃO. Características: Determinação da situação de saúde através da coleta de dados. A Investigação é um processo permanente Recursos utilizados para coleta de dados: cliente, família, comunidade (((( (( pessoas significativas registros de enfermagem e médicos ( ( consultas verbais ou escritas estudos diagnósticos e literatura relevante ( A entrevista e o Exame Físico proporcionam as informações mais significativas, determinarão os demais passos do Processo de Enfermagem. "As pessoas que procuram o atendimento de saúde, estejam bem ou gravemente enfermas, se encontram em uma posição extremamente vulnerável, necessitam saber que estão em boas mãos e que sua principal preocupação será abordada".Lefevre, 2000. ANTES DE IR PARA A ENTREVISTA: organize-se, não confie na memória, planeje tempo suficiente, garanta privacidade, concentre-se, visualize-se como sendo confiante, útil, calorosa. AO INICIAR A ENTREVISTA: - informar seu nome e posição - saber nome da pessoa e como quer ser chamada DURANTE A ENTREVISTA: total atenção, sem pressa. COMO OUVIR: com empatia, encorajar a falar, ouvir sentimentos assim como palavras. COMO SER ACERTIVO AO FAZER PERGUNTAS 1º perguntar sobre o problema principal 2º obtenha informações específicas sobre sinais e sintomas 3º não use perguntas indutoras 4º use declarações exploratórias 5º use técnicas de comunicação que favoreçam sua capacidade de pensar criticamente * EXAME FÍSICO COMO SER ACERTIVO: 1º ser tecnicamente profundo 2º ser sistemático 3º habilidoso INSPEÇÃO: observar cuidadosamente com dedos, olhos, ouvidos, olfato. AUSCULTAÇÃO: ouvir com estetoscópio PALPAÇÃO: tocar e pressionar para testar dor, sentir estruturas internas. PERCUSSÃO: golpeara superfície para verificar reflexos ou líquidos (dedos, martelo de percussão). AGRUPAMENTO DOS DADOS OBTIDOS Dados objetivos Dados subjetivos Os dados que o enfermeiro coletar serão dispostos conforme modelo conceitual do serviço de enfermagem, expresso no instrumento elaborado para realização da Investigação. Apresento a seguir exemplos de taxonomias que poderão orientar a elaboração de impressos para coleta de dados, lembrando que devem refletir o modelo conceitual elaborado pelo serviço de enfermagem da instituição. Organização dos dados pela Teoria das NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS de Maslow. 1. NECESSIDADES FISIOLÓGICAS: alimentação, líquidos, oxigênio, eliminação, calor, conforto físico. 2. NECESSIDADES DE SEGURANÇA:Coisas necessária para segurança física como bengala, e para a segurança psicológica como brinquedo favorito da criança 3. NECESSIDADE DE AMAR E PERTENCER:Família e pessoas significativas 4. NECESSIDADE DE AUTO-ATUALIZAÇÃO:Necessidade de crescer, modificar-se, atingir uma meta Organização dos dados coletados na investigação, conforme TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS segundo Wanda de Aguiar Horta. 1. PSICOBIOLÓGICAS: oxigenação, hidratação nutrição, eliminação, sono e repouso, exercício e atividade física, sexualidade, abrigo, mecânica corporal, integridade cutâneo-mucosa, integridade física, Regulação: térmica, hormonal, neurológica, hidrosalina, eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular; percepção: olfativa, gustativa, tátil, visual, dolorosa; locomoção, ambiente, terapêutica. 2.PSICOSOCIAIS: segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade, aprendizagem, gregária, recreação, lazer, espaço, orientação no tempo e espaço, aceitação, auto-realização, auto-estima, auto-imagem, participação, atenção. 3.PSICOESPIRITUAIS: religiosas ou teológica, ética ou de filosofia de vida. Organização dos dados coletados na investigação, conforme PADRÕES FUNCIONAIS DE SAÚDE de Gordon. 1. PERCEPÇÃO DE SAÚDE/CONTROLE DE SAÚDE: Percepção do estado geral de saúde, do bem-estar. Adesão às práticas preventivas de saúde 2. NUTRICIONAL – METABÓLICO: padrões de ingesta de alimentos e de líquidos, Equilíbrio hídrico e eletrolítico, capacidade geral de cicatrização. 3. ELIMINAÇÃO: padrões da função excretória: intestinal, urinária e da pele, e Percepção do cliente. 4. ATIVIDADE/EXERCÍCIO: padrão de exercício-atividades, lazer, recreação e atividades da vida diária; fatores que interferem no padrão individual desejado ou esperado. 5. COGNITIVO-PERCEPTIVO: adequação dos modos sensoriais como audição, visão, paladar, toque, olfato, percepção da dor, as capacidades cognitivas funcionais 6. SONO/REPOUSO: padrões de sono e períodos de repouso/relaxamento durante as 24 h do dia, assim como a qualidade e a quantidade. 7. AUTOPERCEPÇÃO/AUTOCONCEITO: atitudes sobre sí mesmo, percepção das capacidades, imagem corporal, sentido geral de valor e padrões emocionais. 8. PAPEL/RELACIONAMENTO: percepção dos principais papéis e responsabilidades na Situação de vida atual. 9. SEXUALIDADE/REPRODUÇÃO: satisfação ou insatisfação percebidas com a sexualidade.Padrão e estágio reprodutivo. 10.ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE: padrões gerais de enfrentamento, tolerância ao estresse, sistemas de apoio e capacidade percebida para controlar as situações 11.VALOR/CRENÇAS: valores, metas ou crenças que orientam as escolhas ou decisões. Organização dos dados coletados na investigação conforme PADRÕES DA RESPOSTA HUMANA-PESSOA UNITÁRIA, NANDA. (taxonomia I) 1. TROCAS: situação nutricional, temperatura, eliminação, oxigenação, circulação, equilíbrio hídrico, pele e mucosas, risco de traumatismo. 2. COMUNICAÇÃO: capacidade de expressar os pensamentos verbalmente, orientação, deficiência da fala, barreiras idiomáticas. 3. RELAÇÃO: estabelecimento de vínculos, interação social, sistemas de apoio, desempenho de papel, paternidade, o papel sexual. 4. VALORIZAÇÃO: preferências e práticas religiosas e culturais, relacionamento com a divindade, percepção do sofrimento, aceitação da doença. 5. ESCOLHA: capacidade para aceitar ajuda e tomar decisões, adaptações à situação de saúde, desejo de independência/dependência, negação do problema, adesão às terapias. 6. MOVIMENTO: tolerância à atividade, capacidade de autocuidado, padrões de sono, atividades de diversão, história de incapacidade, necessidade de segurança, amamentação. 7. PERCEPÇÃO: imagem corporal, auto-estima, capacidade de usar os cinco sentidos, significado de esperança, percepção da capacidade de controlar a situação atual. 8. CONHECIMENTO: conhecimento sobre a doença atual ou terapias, doenças prévias, fatores de risco, expectativas sobre a terapia, capacidade cognitiva, prontidão para aprender, orientação, memória. 9. SENTIMENTO: dor, luto, risco de violência, nível de ansiedade, integridade emocional. Organização dos dados coletados na investigação conforme NANDA (taxonomia II). 1. PROMOÇÃO DA SAÚDE: consciência da saúde, controle da saúde. 2. NUTRIÇÃO: ingestão, digestão, absorção, metabolismo, hidratação. 3. ELIMINAÇÃO: sistema urinário, sistema gastrintestinal, sistema tegumentar, sistema pulmonar. 4. ATIVIDADE/REPOUSO: sono e repouso, atividade/exercício, equilíbrio de energia, respostas cardiovasculares e pulmonar. 5.PERCEPÇÃO/COGNIÇÃO:atenção,orientação,sensação/percepção,cognição,comunica ção6. AUTO-PERCEPÇÃO: auto-conceito, auto-estima, imagem corporal. 7. RELACIONAMENTOS DE PAPEL: papéis do cuidador, relações familiares, desempenho de papel. 8. SEXUALIDADE: identidade sexual, função sexual, reprodução. 9. ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE: resposta pós-trauma, resposta de enfrentamento, estresse neuro-comportamental. 10. PRINCÍPIOS DE VIDA: valores, crenças, congruência entre valores/crença/ação. 11. SEGURANÇA/PROTEÇÃO: infecção, lesão física, violência, riscos ambientais, processos defensivos, termorregulação. 12. CONFORTO: conforto físico, conforto ambiental, conforto social. 13. CRECIMENTO/DESENVOLVIMENTO: crescimento, desenvolvimento. ATIVIDADE 1) Agrupar os dados abaixo descritos, conforme teoria que embasa o serviço de enfermagem. "1.Homem de 21 anos "10.História de convulsões " "2.Casado, sem filhos*. "11.Foley drenando urina clara " "3.Ocupação: Bombeiro* "12.Esposa relata que está sempre constipado" "4.Altura: 1,82 m; peso: " " "80 kg. "13.Alimentação por sonda nasogástrica a " "5.Temperatura: 36,6°C; "cada 4 horas " "Pulso: 60; Respiração: "14.Extremidades rígidas " "16. "15.Áreas avermelhadas nos dois cotovelos " "6.Pressão sanguínea: "16.Alérgico à penicilina " "110/60 "17.Esposa relata que antes do acidente ele " "7.Inconsciente devido a "se orgulhava de estar com bom " "traumatismo cefálico "condicionamento " "8.Respiração espontânea "18Esposa relata que estavam considerando a " "9.Pulmões limpos "conversão para o catolicismo antes do " " "acidente " a) Organização dos dados pelas Necessidades Humanas Básicas (Maslow) 1. Fisiológicas: 1,4... 2. Segurança: 3. Amar e pertencer: 4. Auto-estima: 5. Auto-atua1ização: b) Organização dos dados pelos padrões funcionais de saúde de Gordon 1. Padrão de percepção/manutenção da saúde: 2. Padrão nutricional/metabólico: 3. Padrão de eliminação: 4. Padrão de atividade-exercício: 5. Padrão cognitivo-perceptivo: 6. Padrão de sono-repouso: 7. Padrão de autopercepção-autoconceito: 8. Padrão de participação-relacionamento: 9. Padrão de sexualidade-reprodução: 10. Padrão de enfrentamento-tolerância ao estresse: 11. Padrão de valor-crença: c) Organização dos dados pelos sistemas orgânicos para determinar o que deve ser encaminhado ao médico 1. Sinais vitais (perfil do cliente): 2. Sistema respiratório: 3. Sistema cardiovascular: 4. Sistema nervoso: 5. Sistema músculo-esquelético: 6. Sistema gastrintestinal: 7. Sistema geniturinário: 8. Sistema tegumentar: 2. Transformar em perguntas abertas. 1. você está se sentindo melhor? 2. Você gostou do jantar? 3. Você está com dor? 4. Você não vai andar? 3. Transformar em perguntas investigativas. 1. tenho estado meio doente este mês. 2. Nada dá certo para mim. 3. Parece haver uma dor em meu lado direito que vem e vai 4. Estou tendo uma sensação estranha há uma semana. 4)Análise de agrupamentos de dados em impressos de diversas instituições de saúde. 5) Elaboração de um impresso dentro de um referencial teórico. CAPÍTULO 3. 2º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM. 1. O QUE É DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM? "O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é uma atividade intelectual do enfermeiro na qual ele usa suas habilidades críticas para identificar e julgar problemas de saúde, além de determinar a natureza deles, possibilitando o planejamento das ações de enfermagem" ( Wilkerson, 1992; Carpenito, 1994; Iyer; Taptich; Bernocchi-Losey, 1993). "O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas de saúde/processos vitais reais ou potenciais, que embasa a seleção das intervenções de enfermagem, visando ao alcance dos resultados pelos quais a enfermeira é responsável" (definição aprovada pela NANDA, 1990). IMPORTÂNCIA DE SUA UTILIZAÇÃO PELA ENFERMEIRA clarifica a função da enfermeira, distingue seu campo de atuação. Favorece a autonomia profissional. Requer responsabilidade de avaliar o cliente, determinar e intervir adequadamente. Cria linguagem comum que auxilia o desenvolvimento da Metodologia da Assistência de Enfermagem. Aprofundamento permanente do conhecimento do enfermeiro. IMPORTÂNCIA DE SUA UTILIZAÇÃO PARA A ENFERMAGEM Instrumento adequado para expressar a prática da enfermagem. Fortalecimento político da enfermagem. Respaldo legal para o profissional. Indica qualidade da assistência. 2. BREVE HISTORICO 1953 – Fry identificou 05 áreas de necessidades dos clientes de domínio da enfermagem. 1950 – McManus, primeira a usar o termo na literatura de enfermagem para escrever as funções do profissional enfermeiro. 1960 – Abdellah desenvolveu lista de 21 problemas de enfermagem, considerado um dos primeiros sistemas de classificação para prática enfermagem. 1973 – ANA – Américan Nurses Association, utilizou o termo ao desenvolver os padrões gerais para a prática de enfermagem (oito padrões), baseados no processo de enfermagem. 1982 – criação da NANDA – Associação Norte Americana de Diagnóstico de Enfermagem AMERICAN NURSES ASSOCIATION – ANA/1986 ( SOLICITA A INSERÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NAS "OUTRAS CLASSIFICAÇÕES RELACIONADAS À SAÚDE" DO CID-10 ( A OMS ACEITOU e "recomendou a formulação de um sistema de classificação internacional para a enfermagem, que deveria ser conduzido por uma entidade internacional de enfermagem, para que, dessa forma, fosse representativa da enfermagem mundial. (Lang e Gebbie, 1989)". ( EM -1989, no CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM DE SEUL, Desencadeou-se o processo de FORMULAÇÃO DE UM SISTEMA para descrever a prática de enfermagem a partir de uma nomenclatura compartilhada por enfermeiros de todo mundo. ( O CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM-CIE verificou que já havia, sistemas de classificação desenvolvidos na Áustria, Suécia, Bélgica, Dinamarca e Estados Unidos. ( AS CLASSIFICAÇÕES foram analisados pela comissão da CID-10, e, as aceitas publicadas em 1993 Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem – CIPE "·". ( O CIE identificou direcionamento hospitalar na publicação 1993 ( 1994 EM TEXCALA/MÉXICO foi criado o SISTEMA INTERNACIONAL PARA ÁREA DE SAÚDE COLETIVA – CIPESC BRASIL MATO GROSSO Os diagnósticos de Enfermagem no Brasil: 1970 – Wanda Aguiar Horta inclui no processo de enfermagem a etapa Diagnóstico de Enfermagem 1980- os DE aparecem em dissertações de mestrado e são incluídos nos currículos faculdades. 1995 - ABEN NACIONAL REALIZOU "I Encontro Internacional para países de língua estrangeira" onde se elaborou um protocolo de organização para pesquisa nacional de Diagnósticos de Enfermagem. 1996 - "I oficina de trabalho onde foi elaborado o Projeto de Classificação Nacional da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva". 1998 – ABEN e Grupo de Estudos sobre Metodologia da Assistência (GEMA - Paraná) realizou primeiro Simpósio Nacional sobre diagnóstico de enfermagem. "Processo de construção de linguagem compartilhada que expresse o que as enfermeiras fazem, relacionado a quais necessidades e para alcançar quais objetivos" (CIE, 1996). 2000- Os diagnósticos de enfermagem publicados pela NANDA começam a ser utilizados nos serviços e no ensino. 2003- Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso realiza oficinas para instrumentalizar enfermeiros dos Hospitais regionais do Estado quanto ao PE, especialmente diagnóstico de enfermagem. 2004- O COREN-MT realiza oficinas com Responsáveis Técnicos dos Serviços de Enfermagem de MT sobre SAE enfatizando utilização dos DE. 2005- O COREN-MT mantém oficinas em pólos regionais do estado para estudo da SAE e revisão/aprendizagem de elaboração dos DE. 3. COMPONENTES DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TÍTULO: estabelece um nome para um diagnóstico. DEFINIÇÃO: descrição clara e precisa do título, seu significado. CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: sinais e sintomas. É descrita como: CRÍTICA – se precisa estar presente para se estabelecer o diagnóstico MENOR – se proporciona evidência de sustentação ao diagnóstico mas não está presente MAIOR – se está usualmente presente se o diagnóstico existe. FATORES RELACIONADOS: São condições ou circunstâncias que causam ou contribuem para o desenvolvimento do diagnóstico. FATORES DE RISCO: fatores ambientais, elementos fisiológicos, psicológicos, genéticos, químicos, que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, de uma família ou de uma comunidade a um evento insalubre. * 4. REGRAS PARA REDIGIR DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 1. DIAGNÓSTICO REAL TÍTULO + FATORES RELACIONADOS + CARACTERÍSTICA DEFINIDORA (o que causa ou contribui) (sinais e sintomas) 2. DIAGNÓSTICO DE RISCO TÍTULO + FATORES DE RISCO (aquilo que aumenta a vulnerabilidade) 3. DIAGNÓSTICO DE BEM ESTAR TÍTULO + CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS 4. DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME TÍTULO Para ligar o TÍTULO ao FATOR RELACIONADO (CAUSA) usar as palavras: ANTECEDENTES A ASSOCIADOS COM RELACIONADOS A CONTRIBUINTES PARA ESTIMULADORES Para ligar FATOR RELACIONADO à CARACTERÍSTICA DEFINIDORA (SINAIS E SINTOMAS) usar as palavras: MANIFESTADO POR, CARACTERIZADO POR, EVIDENCIADO POR EXEMPLOS: 1. DIAGNÓSTICO REAL OU VIGENTE Eliminação urinária alterada RELACIONADA A infecção do trato urinário MANIFESTADA POR disúria. 2. DIAGNÓSTICO DE RISCO Risco para auto mutilação RELACIONADO A sentimento de rejeição, aversão por si mesmo. 3. DIAGNÓSTICO DE BEM ESTAR Potencial para enfrentamento comunitário EVIDENCIADO POR comunicação positiva entre membros da comunidade. 4. DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME Síndrome do estupro, Síndrome do desuso. ATIVIDADE: EXERCÍCIO DE FORMULAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS EXERCÍCIO 1 -RELATIVOS A IDENTIFICAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM. Utilize a lista de diagnóstico ABAIXO para identificar o Diagnóstico de Enfermagem adequada às situações descritas. Título de Diagnósticos: "1.Fadiga. "6.Risco para integridade da pele " "2.Ansiedade. "prejudicada. " "3.Integridade da pele prejudicada."7.Nutrição alterada: ingestão menor " "4.Déficit de conhecimento. "que a necessidade. " "5.Desobstrução ineficaz das vias "8.Mobilidade no leito prejudicada. " "aéreas. "9.Comunicação prejudicada. " 1. Sr. José: obeso, apresenta sudorese excessiva, encontra-se confinado ao leito. 2. Jaci: apresenta incapacidade de falar ou compreender o português. 3. Cássia: incontinência urinária, área perineal vermelha e escoriação. 4. Fábio: declara sentir-se um tanto nervoso, mas não consegue detectar a causa. Encontra-se inquieto, olha em torno, não faz bom contato visual. 5. Carla: refere estar se alimentando muito pouco devido a desconforto na garganta. 6. João: refere não saber como aplicar a injeção de insulina. 7. Adriana: relata estar sem apetite há duas semanas. Está 10 quilos abaixo do peso recomendado. 8. Daniel: Declara estar resfriado há duas semanas; devido a dor na parte inferior das costas, evita tossir apesar de ter vontade. Escarra muco branco e espesso. 9. Joana: refere dificuldade para virar-se de um lado para outro e de mover- se da posição supina para a posição sentada. 10. Jafie: refere incapacidade de restaurar energias mesmo após o sono, falta de energia. Seu hematócrito evidencia anemia severa. EXERCÍCIO 2 - RELATIVOS A DECLARAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS. Escolha o diagnóstico apropriado e redija uma declaração de diagnóstico Diagnóstico real ou vigente (RELACIONADOS A) (MANIFESTADO POR) TITULO + FATORES RELACIONADOS + característica DEFINIDORA Diagnóstico + que causa ou contribui + sinais e sintomas Diagnóstico de risco ou potencial (RELACIONADOS A) Título + FATOR DE RISCO Diagnóstico + aumentam a vulnerabilidade Os dados apresentados abaixo combinam com um dos seguintes diagnósticos: Impotência, Nutrição alterada: ingestão menor que as necessidades corporais Mucosa oral alterada Desobstrução ineficaz das vias aéreas. Alto risco para integridade da pele Manutenção da saúde alterada Angústia espiritual 1. O Sr. Antônio apresentou as seguintes indicações. Dados subjetivos: solicita ajuda para expelir as secreções, declara que consegue desobstruir as vias aéreas com ajuda da aspiração. Dados Objetivos: secreção copiosa do tubo de traqueotomia. Diagnóstico de Enfermagem: 2. Aline apresenta os seguintes sinais e sintomas: Dados subjetivos: relata estar sem apetite há duas semanas devido à depressão. Dados Objetivos: perdeu 3 quilos desde a última consulta, está 5 quilos abaixo do peso esperado. Diagnóstico de Enfermagem: 3. Josias apresenta os seguintes sinais e sintomas: Dados subjetivos: relata estar deprimido e não ter controle sobre as atividades de sua vida diária. Dados Objetivos: ela é quadriplégica e tem horário rigoroso de fisioterapia diária. Diagnóstico de Enfermagem: 4. Abel apresenta os seguintes sinais e sintomas: Dados subjetivos: solicita ajuda para higienizar a boca. Dados Objetivos: respiração pela boca, língua saburrosa, halitose. Diagnóstico de Enfermagem: 5. Jaime apresenta os seguintes sinais e sintomas Dados subjetivos: relata incapacidade de abandonar os vícios de fumar e beber. Dados Objetivos: fez uma aposta e parou de fumar e beber por 5 dias. Diagnóstico de Enfermagem: 6. Fabrício apresenta os seguintes sinais e sintomas. Dados subjetivos: refere que tem dificuldade para mover-se. Dados Objetivos: turgor e elasticidade da pele diminuídos, mantem-se imóvel. Diagnóstico de Enfermagem: 7. Angela apresenta os seguintes sinais e sintomas. Dados subjetivos: refere que está sendo castigada por Deus porque há tempos não vai a igreja. Dados Objetivos: solicitou a presença do padre e encontra- se chorosa. Diagnóstico de Enfermagem: CAPÍTULO 4. 3º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – PLANEJAMENTO. 1. CONSISTE EM: Estabelecer prioridades e resultados Determinar prescrições de enfermagem Registrar plano de cuidados OBJETIVOS: Promover a comunicação entre cuidadores Direcionar o cuidado e a documentação Criar registro para avaliações, pesquisa, uso legal Documentação das necessidades de atendimento/plano saúde 2. PLANO DE CUIDADOS Componentes do plano de cuidados: DIAGNÓSTICOS OU PROBLEMAS/ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADE Qual problema exige plano de cuidados? RESULTADOS ESPERADOS Quais resultados esperados e a partir de quando espera vê-los? DESCRIÇÃO DAS INTERVENÇÕES/PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM O que será feito para alcançar resultados esperados? 1º ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES Escolher método para designar prioridades Priorizar problemas que são fatores contribuintes para outros problemas Determinar os que necessitam atenção imediata Identificar problemas de solução simples Determinar como cada problema será controlado Responsabilidade do enfermeiro quanto a PROBLEMAS COLABORATIVOS E MULTIDISCIPLINARES - DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: responsável exclusivo para detectar e controlar o problema - PROBLEMAS COLABORATIVOS: responsável por plano que monitore, detecte sinais e sintomas de complicações potenciais e implementação de prescrições médicas com segurança. - PROBLEMAS MULTIDISCIPLINARES: deve refletir o resultado desejado para a alta. 2º ESTABELECEIMENTO DE RESULTADOS Mede o sucesso do plano Dirigem as intervenções: "Você deve saber o que alcançar antes de decidir como(Lefevre,2000). COMO REGISTRAR OS RESULTADOS ESPERADOS, OU SEJA, COMO FORMULAR AS METAS. SUJEITO: a pessoa VERBO: ações que a pessoa deve realizar CONDIÇÃO: sob quais circunstâncias a pessoa realiza a ação CRITÉRIO DE DESEMPENHO: como deve ser o desempenho da pessoa TEMPO ESPERADO: quando é esperado que a pessoa desenvolva a ação EXEMPLO: João andara sem auxilio até o final do corredor ao final de uma semana 3º PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM São intervenções de enfermagem realizadas para: Monitorar o estado de saúde Minimizar riscos Resolver ou controlar problemas Auxiliar nas atividades diárias Promover a saúde e a independência O que deve conter? DATA VERBO - no infinitivo SUJEITO - quem deve fazer FRASE DESCRITIVA - como, quando, onde, com que freqüência, por quanto tempo, quanto. ASSINATURA - ser consistente sobre o que assina ESCOLHA DE VERBOS. Ao escrever seu plano, ou seja, estabelecer resultados esperados, utilize VERBOS: "MENSURÁVEIS " "Escolher "Segurar "Exercitar " "Descrever "Demonstrar "Comunicar " "Desempenhar "Compartilhar "Tossir " "Relatar "Expressar "Caminhar " "Afirmar "Perder "Ficar de pé " "Listar "Ganhar "Sentar " "Verbalizar "Ter ausência de "Discutir " "COGNITIVO "AFETIVO "PSICOMOTOR " "Ensinar "Expressar "Demonstrar " "Discutir "Compartilhar "Praticar " "Identificar "Ouvir "Desempenhar " "Descrever "Comunicar "Caminhar " "Listar "Relacionar "Administrar " "Explorar " "Dar " CAPITULO cinco. 4º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - IMPLEMENTAÇÃO Consiste na colocação do plano em ação. 1. DICAS PARA IMPLEMENTAÇÃO Saber sobre problemas dos pacientes e tratamento Levar material para anotação na passagem de plantão Após passagem plantão priorizar ações Elaborar lista pessoal de tarefas Delegar ações: As tarefas devem ser delegadas conforme o previsto na Lei do Exercício Profissional e regulamentado pelo COFEN, protocolos e procedimentos. Há quatro facetas certas da "delegação de tarefas" segundo Hansten e Washburn,1992 1. a tarefa certa, 2. para a pessoa certa, 3. usar comunicação correta, 4. realização da avaliação da resposta do paciente certa. 2. DICAS PARA REGISTRO Registrar: Se possível logo após cuidar. As variações do normal, o diferente. Os fatos, evitar julgamentos. 3. DICAS PARA PASSAGEM PLANTÃO Usar guia escrito( Iniciar: nome, idade, diagnóstico médico, de enfermagem, Procedimentos realizados Achados anormais com evidências CAPÍTULO 6. 5º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - AVALIAÇÃO "Consiste na avaliação deliberada, detalhada de vários aspectos do cuidado ao paciente – é a chave para a excelência no fornecimento do cuidado à saúde".Levefre, 2000. 1. A AVALIAÇÃO INCLUI: Determinação da obtenção dos resultados Identificação de fatores que afetam a obtenção de resultados Decisão de continuar, modificar ou terminar o plano. 2. RESUMO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE UM PLANO DE CUIDADOS INVESTIGAÇÃO: Realizar um a investigação para determinar qualquer mudança na situação de saúde e assegurar que todos os dados estejam corretos e completos DIAGNÓSTICO: assegurar que a lista de diagnósticos esteja correta e completa, e que os pontos fortes e os recursos estejam identificados. PLANEJAMENTO: verificar a propriedade dos resultados e das intervenções e se os resultados estão sendo alcançados. IMPLEMENTAÇÃO: determinar a implementação do plano prescrito e identificar os fatores que auxiliam ou prejudicam o progresso. BIBLIOGRAFIA WESTPHALEN &CARRARO. Metodologias para a assistência de enfermagem.Goiânia.Editora AB, 2001. LEFEVRE, Rosalinda Alfaro. Aplicação do Processo de Enfermagem: um guia passo a passo. 4ª ed. Porto Alegre; Artmed, 2000. GEORGE, B.J. e colaboradores. Teorias de Enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4ª ed.Porto Alegre: Artemed, 2000. ATKISON, Leslie D.; MURRAY Mary Hellen. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan,1989. ATIVIDADE: EXERCÍCIOS SOBRE DIAGNÓSTICO e PLANEJAMENTO A partir do caso descrito, desenvolva as etapas de diagnóstico e planejamento do P E. LEMBRE-SE A FORMA DE REDIGIR OS DIAGNÓSTICOS: REAL – Título+Fator relacionado+Característica definidora RISCO – Título+ fator de Risco BEM ESTAR – Título+Características definidoras SÍNDROME – Título "Dados " " " "Fernanda, 4 anos, encontra-se na enfermaria G, no momento folheando uma " "revista e solicitando a presença da mãe. A avó lhe faz companhia e diz " "que a mãe está doente, logo que sarar virá ficar com ela. Ao realizar a " "Avaliação de Enfermagem, a enfermeira constatou roncos e estertores " "disseminados, T 38ºC, curativo do dreno toráxico adequado, frasco coletor" "de drenagem toráxica com secreção espumante esverdeada, região perianal " "hiperimeada com fissuras. Acompanhante e equipe referem 05 episódios de " "fezes líquidas amareladas em 6 horas. Enfermeira percebe que a avó, idosa" "está exausta. " "Diagnóstico "Planejamento " " "Plano "Prescrição " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " ANEXOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM AGRUPADOS POR NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS CONFORME WANDA DE AGUIAR HORTA (agrupamento elaborado por Sandra Regina Altoé utilizando Diagnósticos da NANDA publicação 2003-2004) NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS Regulação neurológica CAPACIDADE ADAPTATIVA intracraniana reduzida CONFUSÃO aguda CONFUSÃO crônica DISREFLEXIA autonômica MEMÓRIA prejudicada NEGLIGÊNCIA unilateral Risco para DISREFLEXIA Percepção dos órgãos do sentido DOR Aguda DOR crônica NÁUSEA PERCEPÇÃO SENSOCRIAL perturbada Regulação vascular DEBITO CARDÍACO diminuído PERFUSÃO TISSULAR ineficaz Risco de DISFUNÇÃO NEUROVASCULAR periférica Regulação Térmica HIPERTERMIA HIPOTERMIA Risco de desequilíbrio na TEMPERATURA CORPORAL TERMORREGULAÇÃO ineficaz Oxigenação DESOBSTRUÇÃO INEFICAZ DAS VIAS AÉREAS PADRÃO RESPIRATÓRIO ineficaz RESPOSTA disfuncional do DESMAME VENTILARÓRIO TROCA DE GASES prejudicada VENTILAÇÃO ESPONTÃNEA prejudicada Hidratação Disposição para EQUILÍBRIO de líquidos aumentado Risco de desequilíbrio no VOLUME DE LÍQUIDOS Risco de VOLUME DE LÍQUIDOS deficiente VOLUME DE LÍQUIDOS deficiente VOLUME DE LÍQUIDOS excessivo Alimentação AMAMENTAÇÃO EFICAZ AMAMENTAÇÃO interrompida Déficit no AUTOCUIDADO para alimentação DEGLUTIÇÃO PREJUDICADA DENTIÇÃO PREJUDICADA Disposição para NUTRIÇÃO melhorada NÁUSEA NUTRIÇÃO desequilibrada: mais do que as necessidades corporais NUTRIÇÃO desequilibrada: menos do que as necessidades corporais PADRÃO ineficaz de alimentação infantil Risco de ASPIRAÇÃO Risco de NUTRIÇÃO desequilibrada: mais do que as necessidades corporais Eliminação CONSTIPAÇÃO CONSTIPAÇÃO PERCEBIDA DIARRÉIA ELIMINAÇÃO URINÁRIA MELHORADA ELIMINAÇÃO URINÁRIA PREJUDICADA ELIMINAÇÃO URINÁRIA, DISPOSIÇÃO PARA INCONTINÊNCIA INTESTINAL INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FUNCIONAL INCONTINÊNCIA URINÁRIA REFLEXA INCONTINÊNCIA URINÁRIA TOTAL RETENÇÃO URINÁRIA Risco de CONSTIPAÇÃO Risco para INCONTINÊNCIA URINÁRIA de urgência Integridade Física INTEGRIDADE DA PELE prejudicada INTEGRIDADE TISSULAR prejudicada MUCOSA ORAL prejudicada Risco para INTEGRIDADE DA PELE prejudicada Sono e repouso Disposição para SONO melhorado Fadiga PADRÃO DE SONO perturbado Privação de SONO Atividade Física CAPACIDADE de transferência prejudicada DEAMBULAÇÃO prejudicado INTOLERÂNCIA À ATIVIDADE MOBILIDADE com cadeira de rodas prejudicada MOBILIDADE no leito prejudicada MOBILIDADE física prejudicada PERAMBULAÇÃO RECUPERAÇÃO CIRÚRGICA retardada* Risco de INTOLERÂNCIA À ATIVIDADE Risco de síndrome do DESUSO Cuidado corporal Déficit no AUTOCUIDADO para banho e/ou higiene Déficit no AUTOCUIDADO para higiene intima Déficit no AUTOCUIDADO para vestir-se/ arrumar-se Segurança física / meio ambiente COMPORTAMENTO INFANTIL desorganizado Disposição para COMPORTAMENTO INFANTIL organizado aumentado MANUTENÇÃO DO LAR prejudicada PROTEÇÃO ineficaz RESPOSTA ALÉRGICA ao látex Risco da SINDROME DE MORTE SÚBITA da criança Risco de COMPORTAMENTO INFANTIL desorganizado Risco de ENVENENAMENTO Risco de INFECÇÃO Risco de LESÃO Risco de LESÃO PERIOPERATÓRIA por posicionamento Risco de QUEDAS Risco de RESPOSTA ALÉRGICA ao látex Risco de SINDROME DO ESTRESSE por mudança Risco de Síndrome PÓS TRAUMA Risco de SUFOCAÇÃO Risco de TRAUMA Síndrome da INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL prejudicada Síndrome de ESTRESSE POR MUDANÇA Síndrome PÓS TRAUMA Regulação: crescimento celular Atraso no CRESCIMENTO E DO DESENVOLVIMENTO Risco de ATRASO NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO Risco de CRESCIMENTO DESPROPORCIONAL Sexualidade DISFUNÇÃO SEXUAL PADRÕES DE SEXUALIDADE ineficazes Terapêutica CONTROLE AUMENTADO do regime terapêutico CONTROLE COMUNITÁRIO eficaz do regime terapêutico CONTROLE EFICAZ do regime terapêutico CONTROLE FAMILIAR ineficaz do regime terapêutico CONTROLE INEFICAZ do regime terapêutico Disposição para CONTROLE aumentado do regime terapêutico NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS Comunicação COMUNICAÇÃO aumentada COMUNICAÇÃO VERBAL prejudicada Disposição para COMUNICAÇÃO aumentada Gregária INTERAÇÃO SOCIAL prejudicada ISOLAMENTO SOCIAL Risco de SOLIDÃO Recreação e lazer Atividade de RECREAÇÃO deficiente Segurança emocional ANSIEDADE ANSIEDADE relacionada à morte DESEMPENHO DE PAPEL ineficaz Risco de TENSÃO DO PAPEL de cuidador TENSÃO DO PAPEL de cuidador Medo DESESPERANÇA IMPOTÊNCIA NEGAÇÃO ineficaz Risco de IMPOTÊNCIA Sentimento de IMPOTÊNCIA Síndrome do TRAUMA DO ESTUPRO Síndrome do TRAUMA DO ESTUPRO reação composta Síndrome do TRAUMA DO ESTUPRO reação silenciosa Amor, aceitação CONFLITO de decisão CONFLITO NO DESEMPENHO DE PAPEL de pai ou mãe Disposição para PATERNIDADE ou MATERNIDADE melhorada Disposição para PROCESSOS FAMILIARES disfuncionais PATERNIDADE ou MATERNIDADE melhorada PROCESSOS FAMILIARES disfuncionais:alcoolismo PROCESSOS FAMILIARES interrompidos PROCESSOS FAMILIARES melhorados Risco de PATERNIDADE ou MATERNIDADE prejudicada Risco de VÍNCULO PAIS/FILHOS prejudicado SENTIMENTO DE PESAR antecipado SENTIMENTO DE PESAR disfuncional TRISTEZA crônica Auto-estima, autoconfiança, auto-respeito ADAPTAÇÃO prejudicada AUTOCONCEITO melhorado AUTO-ESTIMA baixa Automutilação Baixa AUTO-ESTIMA crônica Baixa AUTO-ESTIMA situacional Disposição para AUTOCONCEITO melhorado Distúrbio da IDENTIDADE PESSOAL Distúrbio da IMAGEM CORPORAL Risco de AUTOMUTILAÇÃO Risco de baixa AUTO-ESTIMA situacional Risco de SUICÍDIO Liberdade e participação CONFLITO de decisão Disposição para ENFRENTAMENTO AUMENTADO Disposição para ENFRENTAMENTO COMUNITÁRIO aumentado Disposição para ENFRENTAMENTO FAMILIAR aumentado ENFRENTAMENTO ineficaz ENFRENTAMENTO COMUNITÁRIO ineficaz ENFRENTAMENTO DEFENSIVO ENFRENTAMENTO FAMILIAR comprometido ENFRENTAMENTO FAMILIAR incapacitado Educação para saúde/aprendizagem COMPORTAMENTO DE busca de saúde CONHECIMENTO deficiente Disposição para CONHECIMENTO aumentado INSUFICIÊNCIA do adulto para MELHORAR o seu estado de saúde Auto-realização CONFLITO NO DESEMPENHO do papel do pai e de mãe Espaço Criatividade NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS Religiosidade/espiritualidade ANGÚSTIA ESPIRITUAL CAMPO DE ENERGIA perturbado Disposição para BEM-ESTAR ESPIRITUAL aumentado Risco de ANGÚSTIA ESPIRITUAL DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NANDA-TAXONOMIA Ii 1.PROMOÇÃO DA SAÚDE Controle eficaz do regime terapêutico Controle ineficaz do regime terapêutico Controle familiar ineficaz do regime terapêutico Controle comunitário ineficaz do regime terapêutico Comportamento de busca de saúde(especificar) Manutenção ineficaz da saúde Manutenção do lar prejudicada Disposição para o controle aumentado do regime terapêutico Disposição para nutrição melhorada 2. NUTRIÇÃO Padrão ineficaz da alimentação infantil Deglutição prejudicada Nutrição desequilibrada:mais do que as necessidades corporais Nutrição desequilibrada:menos do que as necessidades corporais Risco para Nutrição desequilibrada:mais que as necessidades corporais Volume de líquidos deficiente Risco de volume de líquidos deficiente Volume excessivo de líquidos Risco de desequilíbrio de volume de líquidos Disposição para equilíbrio de líquidos aumentado 4.ELIMINAÇÃO Eliminação urinária alterada Retenção urinária Incontinência urinária total Incontinência urinária funcional Incontinência urinária de esforço Incontinência urinária de urgência Incontinência urinária reflexa Risco de incontinência urinária de urgência Disposição para eliminação urinária melhorada Incontinência intestinal Diarréia Constipação Risco de constipação Constipação percebida Troca de gases prejudicada 5.ATIVIDADE/REPOUSO Padrão de sono perturbado Privação de sono Disposição para sono melhorado Risco de síndrome do desuso Mobilidade física prejudicada Mobilidade no leito prejudicada Mobilidade com cadeira de rodas prejudicada Capacidade de transferência prejudicada Deambulação prejudicada Atividades de recreação deficientes Perambulação Déficit no auto-cuidado para vestir-se/arrumar-se Déficit no auto-cuidado para banho/higiene Déficit no auto-cuidado para alimentação Déficit no auto-cuidado parahigiene íntima Recuperação cirúrgica retardada Campo de energia perturbado Fadiga Débito cardíaco diminuído Ventilação expontãnea prejudicada Padrão respiratório ineficaz Intolerância à atividade Resposta disfuncional ao desmame ventilatório Perfusão tissular ineficaz(especificar tipo:renal, cerebral, cardiopulmonar, gastrintestinal, periférica) 5. PERCEPÇÃO/COGNIÇÃO Negligência unilateral Síndrome da interpretação ambiental prejudicada Perambulação Percepção sensorial perturbada(especificar:visual, auditiva,olfativa,tátil, cinestésica, gustativa) Conhecimento deficiente(especificar) Disposição para conhecimento aumentado(especificar) Confusão aguda Confusão crônica Memória prejudicada Processo do pensamento perturbado. Comunicação verbal prejudicada Disposição para comunicação aumentada 6.AUTOPERCEPÇÃO Distúrbio da identidade pessoal Sentimento de impotência Risco de sentimento de impotência Desesperança Risco de solidão Disposição para autoconceito melhorado Baixa auto-estima crônica Baixa auto-estima situacional Risco de baixa auto-estima situacional Distúrbio da imagem corporal 7RELACIONAMENTO DE PAPEL Tensão do papel do cuidador Risco de tensão do papel do cuidador Paternidade ou maternidade prejudicada Risco Paternidade ou maternidade prejudicada Disposição para Paternidade ou maternidade prejudicada Processos familiares interrompidos Disposição para processos familiares melhorados Processos familiares disfuncionais:alcoolismo Risco de vínculo pais-filho prejudicado Amamentação eficaz Amamentação ineficaz Amamentação interrompida Desempenho de papel ineficaz Conflito no desempenho de papel pai/mãe Interação social prejudicada 8.SEXUALIDADE Disfunção sexual Padrões de sexualidade ineficazes 9.ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE Síndrome do estresse por mudança Risco de síndrome do estresse por mudança Síndrome do trauma por estupro Síndrome do trauma por estupro:reação silenciosa Síndrome do trauma por estupro:reação composta Síndrome pós-trauma Risco de síndrome pós-trauma Medo Ansiedade Ansiedade relacionada a morte Tristeza crônica Negação ineficaz Sentimento de pesar antecipado Sentimento de pesar disfuncional Adaptação prejudicada Enfrentamento ineficaz Enfrentamento familiar incapacitado Enfrentamento familiar comprometido Enfrentamento defensivo Enfrentamento comunitário ineficaz Disposição para enfrentamento aumentado Disposição para enfrentamento familiar aumentado Disposição para enfrentamento comunitário aumentado Disreflexia autonômica Risco de disreflexia autonômica Comportamento infantil desorganizado Risco de comportamento infantil desorganizado Disposição para comportamento infantil organizado aumentado Capacidade adaptativa intracraniana diminuída 10. PRINCÍPIOS DE VIDA Disposição para bem estar espiritual aumentado Angústia espiritual Risco de angústia espiritual Conflito de decisão(especificar) Desobediência(especificar) 11.SEGURANÇA/PROTEÇÃO Risco de infecção Mucosa oral prejudicada Risco de lesão Risco de lesão perioperatória por posicionamento Risco de quedas Risco de trauma Integridade da pele prejudicada Risco de integridade da pele prejudicada Integridade tissular prejudicada Dentição prejudicada Risco de sufocação Risco de aspiração Desobstrução ineficaz de vias aéreas Risco de disfunção neurovascular periférica Proteção ineficaz Risco de síndrome de morte súbita Risco de automutilação Automutilação Risco de violência direcionada a outros Risco de violência direcionada a si mesmo Risco de suicídio Risco de envenenamento Resposta alérgica ao látex Risco de resposta alérgica ao látex Risco de desequilíbrio na temperatura corporal Termorregulação ineficaz Hipotermia Hipertermia 12.CONFORTO Dor aguda Dor crônica Náusea Isolamento social 13.CRESCIMENTO/DESENVOLVIMENTO Risco de crescimento desproporcional Insuficiência do adulto para melhorar seu estado de saúde Atraso no crescimento e desenvolvimento Risco de atraso no crescimento e desenvolvimento TAXONOMIA NNN DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM. Vem sendo desenvolvida uma estrutura comum para a prática de enfermagem incluindo dados da NANDA(Diagnósticos de Enfermagem), NIC(Classificação das Intervenções de Enfermagem) e NOC(Classificação dos Resultados de Enfermagem). TEORIAS DE ENFERMAGEM DE 1859 a 1990 Data Autores 1859 Florence Nightingale Teoria ambientalista, assume a Enfermagem como diferente da medicina e propõe a sua organização e o processo administrativo para as tarefas e pessoal assistente. 1952 Hildegard Peplau Teoria interpessoal, reflete o modelo psicoanalítico vigente; tensões e frustrações se opõem a objetivos, dando margem a conflitos, agressão e ansiedade. Baseou.se em Sullivan. 1955 Virginia Henderson A função da Enfermagem é assistir ao individuo doente ou sadio no desenho de atividades que contribuem para a saúde ou para uma morte tranqüila: ajudando para a independência. Baseou-se em Thomdike e se propôs a desenhar o quadro de funções autônomas da Enfermagem. 1958 Ernestine Wiedenbach Concentrou-se na arte (prática), tendo como foco a necessidade do paciente, sendo a Enfermagem um processo nutridor. Diz que a Enfermagem tem quatro elementos de assistência: filosofia, propósito e arte. 3aseou-se em Orlando. 1959 Doroty Johnson Sustentada na etnologia e teoria sistêmica, ela diz que há uma regularidade de forças externas que atuam para preservar a organização e integração do comportamento do paciente, sendo este um sistema de comportamento. com subsistemas que requerem proteção, estimulação e Enfermagem. 1960 Faye Abdellah Aproximação para uma Enfermagem centrada no paciente. Usa o método de resolução de problemas para lidar com 21 problemas de Enfermagem relacionados com necessidades dos pacientes, para sustentação, restauração, prevenção, auto-ajuda, déficit ou excesso de necessidades. Baseou-se em Maslow. I 1960 Josephine Patterson e Loretta Zderad Enfermagem humanista, a situação dos indivíduos é experienciada existencialmente pelos enfermeiros; a pessoa é uma unidade holística intelectual; desenvolve o termo "nursologia", sendo Enfermagem um ato inter.humano e um ato do ser humano vivo. A metodologia é baseada na "nursologia" fenomenológica (experimentando, refletindo e escrevendo). 1985 Joan Rihel Sisca Síntese de Mead, Rose e Erickson, usando a interação simbólica como forma de relação enfermeiro- cliente. Aponta para uma filosofia do significado e a comunicação é o principal ingrediente da interação. 1989 Margaret Newman Derivada da teoria de Martha Rogers. diz que a Enfermagem é promover bem- estar ou prevenir doença, mas ajudar a pessoa a usar o poder próprio através de um alto nível de consciência para manter o processo vital. 1961 Ida Jean Orlando Propõe a relação dinâmica enfermeiro-paciente, sendo o propósito da Enfermagem suprir a ajuda requerida pelo individuo, de acordo com suas necessidades, considerando percepção, pensamento e sentimento através de ações deliberadas. 1964 D. Howland e E. McDowel1 Propõem inicialmente uma aproximação a um sistema de problemas, sendo o hospital um sistema. A medida do cuidado ao paciente se apresenta como um marco conceptual. 1964 Imogene King A Enfermagem é um processo de interação em que cada um percebe o outro e a situação através da comunicação e ambos, cliente e enfermeiro propõem objetivos para a saúde. A Enfermagem é um processo de interação, reação e transação. Baseou-se na teoria dos sistemas, apoiando a idéia de que há sistema social, interpessoal e pessoal. 1966 Joyce Travelbee O foco é a natureza interpessoal das relações e a unicidade da prática profissional. O homem é provido de unicidade, capaz de enfrentamentos, de dar significado ao cuidado e ter empatia e simpatia. A Enfermagem ajuda o individuo a encontrar significado na experiência do sofrimento e doença. Baseou-se em Peplau e Orlando. 1966 Myra Levine Introdução à Enfermagem clínica, propondo teoria da conservação e da Enfermagem holística. O ser humano é uma unidade corpo-mente que responde à mudança interagindo com o meio e adaptando- se. A intervenção de Enfermagem tem como finalidade a conservação da energia, da integridade estrutural, pessoal e social. 1966 Lydia Hall Fala em Enfermagem autônoma, com três categorias: uso terapêutico do self, equipe de saúde para a cura e componente nutridor para o cuidado. Baseou-se em Carl Rogers. 1970 Wanda de A. Horta Em seu livro "Contribuição a uma teoria de Enfermagem", a autora desenvolve uma proposta baseada na teoria das necessidades humanas de Maslow, propondo uma metodologia para o processo de Enfermagem, sustentado na busca da satisfação de necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais. 1970 Martha E. Rogers Enfermagem é ciência e arte de promover a interação sinfônica entre o homem e a natureza, para manter sua integridade e direcionar sua padronização. A Enfermagem é meio de diagnosticar, intervir e avaliar o processo vital, através dos princípios da homeodinâmica que são: complementaridade, helicidade e ressonância. 1970 Sister Callista Roy A Enfermagem é uma disciplina cientifica, com uma prática orientada para a compreensão dos processos adaptativos e mal-adaptativos no ser humano. Baseou-se em Helson. Diz que os estimulos podem ser focais, residuais e contextuais e a habilidade para lidar com eles pode ser aprendida. 1971 Dorothea Orem Enfermagem é um sistema de ajuda para o autocuidado, quando o indivíduo não tem condições de suprir seus próprios requerimentos. Há necessidade de autocuidado universal, de desenvolvimento e de desvios da saúde. 1974 Rosalda Paim Teoria Sistêmica de Enfermagem, o homem é um sistema biológico aberto que troca matéria e energia com o ecossistema, com princípios de três ordens: básicos (do universo sístêmico, necessidades globais, etc.), comuns (relativos à assistência à saúde) e específicos (que objetivam a facilitação de trocas). 1974 Betty Neuman A Enfermagem é uma profissão que ajuda indivíduos a buscarem a melhor resposta aos estressores, que podem ser internos e externos. Cada individuo tem formas de resistência diversas: linha de resistência (fisiológica), linha normal de defesa (para enfrentar as doenças) e linha flexível de defesa (uso de recursos mais severos internos e externos). 1978 Madeleine leininger O cuidado é a essência da prática e do conhecimento. Inclui assistir, dar suporte e facilitar atos para atender necessidades. O cuidado é cultural, pois cada povo tem seu próprio jeito de cuidar-se. 1979 Jean Watson Deriva de Leininger, seguindo a fenomenologia existencial. A Enfermagem assume a promoção e restauração da saúde através do cuidado humano holístico para uma vida de qualidade, praticado de forma interpessoal. 1981 Rosemarie Rizzo Parse Deriva sua teoria dos principias de Mcvtha Rogers, sintetizando com o existencialismo e fenomenologia de Heidegger, Merlau-Pontye Sartre. Traz o humanismo como oposto ao positivismo. 1983 Joyce Fitzpatrick Teoria rítmica baseada em Martha Rogers; diz que o desenvolvimento humano ocorre no contexto da interação homem-meio, em padrões de tempo, movimento e consciência. A compreensão da existência humana é central para a Enfermagem. 1983 Helen Erickson, Evelyn Tomlin e Mary Ann Swain Baseiam-se em Erickson, Maslow, Selyee, Engel e Piaget para conceber a teoria do PaPel-modelagem, com o objetivo de compreender o modo como os clientes estruturam seu mundo. A Enfermagem é um modelo de autocuidado, baseado na percepção e na adaptação aos estressores. ----------------------- Paradigma: modelo ou conjunto básico de crenças que orientam a ação, a investigação da disciplinada. Identificação do Problema -coleta de dados -organização dos dados e análise -elaboração do diagnóstico de enfermagem Planejamento -estabelecer prioridades -realizar objetivos -planejar as ações de enfermagem Avaliação -avaliação das metas alcançadas -reformulação do plano assistencial Implementação -validar plano de assistência -documentar plano de assistência Prestar assistência de Enfermagem Continuar coleta de dados Diagnóstico -análise dos dados -identificação dos diagnósticos e dos problemas colaborativos Levantamento de dados -coleta de dados -organização dos dados Avaliação -monitoramento do resultado no paciente -solução, manutenção e revisão do plano de enfermagem. Planejamento -priorização de problemas -identificação de resultados Implementação -realização das ordens da enfermagem -documentação dos cuidados -seleção de intervenções de enfermagem -documentação do plano de cuidados Avaliação Implementação Planejamento Diagnóstico Investigação