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CUIABÁ/2006
Introdução
Essa apostila foi elaborada com o objetivo de fornecer a Enfermeiros
e Acadêmicos de Enfermagem elementos para a aplicação do Processo de
Enfermagem a partir da construção de um referencial teórico embasado em
teorias de enfermagem.
Em 2004, a utilizamos por ocasião da oficina realizada pela Escola de
Saúde Pública do Estado de Mato Grosso junto aos enfermeiros dos Hospitais
Regionais, onde contei com a colaboração da Enfª Idevania Geraldini Costa.
Para subsidiar as oficinas promovidas pelo COREN em 07 regiões do Estado
fiz algumas adaptações em 2005. Nesta segunda revisão, dispus novos textos
para o estudo das teorias de enfermagem, e atualizei os diagnósticos de
enfermagem.
Esse material está assim organizado: primeira parte - coletânea de
textos referente a teorias de Enfermagem, a construção do marco referencial
de Enfermagem e sua relação com a Sistematização da Assistência de
Enfermagem(SAE). Na segunda parte apresentamos os aspectos éticos e legais
relativos a SAE e na terceira parte descrevemos cada passo do processo de
enfermagem e propomos alguns exercícios.
Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a
elaboração deste material, em especial as Enfas Geralda Lopes e Maria
Yolanda e Silva.
As rápidas e contínuas mudanças no ambiente de cuidado de
saúde Têm grandemente aumentado as responsabilidades que a
enfermeira de hoje enfrenta.Para entender as
responsabilidades, o planejamento e a documentação do
cuidado são essenciais para a satisfação das necessidades
do paciente e atendimento das obrigações legais. Assim,
conforme as enfermeiras trabalham colaborativamente com
outras disciplinas, para prestar o cuidado do paciente, nós
precisamos continuar a identificar e documentar as
necessidades de cuidado de enfermagem pelos pacientes, por
meio do uso do processo de enfermagem e do diagnóstico de
enfermagem…O que está a frente da Enfermagem e do
Planejamento do cuidado?definitivamente um enorme,
excitante e preciso desafio (DOENGES, 2003) .
Sandra Regina Altoé
PARTE 1
TEORIA DE ENFERMAGEM, MODELO CONCEITUAL E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
CAPÍTULO 1. ENFERMAGEM: DE SUA ESSÊNCIA AOS MODELOS DE ASSISTÊNCIA.
Teima Elisa Carraro
É difícil identificar e descrever adequadamente as origens da
Enfermagem, pois temos poucos registros sobre as atividades a ela
relacionadas na antiguidade. Contudo, ela aparece nos descobrimentos
arqueológicos e antropológicos desta época, mostrando cuidados com as
crianças e a importância destas crianças para a sobrevivência da espécie
humana. Logo, demonstram a importância do cuidado de Enfermagem mantendo a
vida.
Muitas vezes, neste processo evolutivo, torna-se difícil distinguir a
Enfermagem da Medicina, até porque os primórdios das duas profissões estão
intimamente entrelaçados. Em algumas épocas, como a hipocrática, por
exemplo, a Medicina era exercida sem a Enfermagem; já na Idade Média, a
Enfermagem era praticada sem a Medicina. Sem dúvida, a mãe-enfermeira
precedeu ao mago-sacerdote ou ao curandeiro. Inclusive, é possível que
estes dois serviços estivessem unidos inicialmente, tendo-se dividido, com
o tempo, dando lugar a duas profissões relacionadas à arte da cura: o
fornecedor da Medicina e o cuidador, ou seja, o médico e a enfermeira
(Stewart & Austin citados por Donahue, 1993).
A Enfermagem tem sido considerada a mais antiga das artes e a mais
jovem das profissões. Atravessou várias fases, sempre participando dos
movimentos sociais. A história da Enfermagem tem sido a história de um
grupo profissional, cujo status sempre vem marcado pelas linhas prevalentes
da humanidade. Os momentos decisivos da história também o são para a
Enfermagem. Os acontecimentos que provocam consideração pelos seres humanos
tendem a promover atitudes como as da Enfermagem, atitudes fundamentalmente
humanísticas (Dock & Stewart citados por Donahue, 1993).
Podemos facilmente nos lembrar dos acontecimentos da Guerra da Criméia
e relacioná-los a Florence Nightingale. Então, fica claro outro aspecto
marcante na Enfermagem: sua relação com a história da mulher; pela
predominância feminina e pela atuação voltada ao cuidado, a história da
Enfermagem reflete a situação da mulher através dos tempos. De acordo com
Donahue (1993, p. 3), durante os períodos em que a mulher esteve
rigorosamente confinada ao lar por imposições sociais e suas energias se
dirigiram exclusivamente à vida familiar, a Enfermagem adotou um caráter de
arte doméstica. Os deveres da mulher, seu grau de independência econômica,
sua liberdade fora da família e outros fatores tiveram uma influência
capital no progresso da Enfermagem.
Esta forte relação entre a Enfermagem e a mulher, mais especificamente
a mulher-mãe, perpetuou a idéia de que a Enfermagem só poderia ser exercida
por mulheres, o que até os dias de hoje gera muitos preconceitos e
influencia na escolha da profissão. A Enfermagem, no entanto, não inclui
fronteiras sexuais; tanto homens como mulheres possuem uma tendência
natural de agir frente ao processo saúde-doença, seja se afastando, seja
ignorando, seja agindo junto ao outro. Assim, a Enfermagem é uma profissão
que pode ser exercida por ambos os sexos.
À medida que os cuidados de Enfermagem foram ficando mais complexos,
ficou claro que para realizá-los era necessário mais que a simples
motivação, até então suficiente. O amor e a dedicação não bastavam por si
sós para fomentar a saúde e vencer a doença. O desenvolvimento da
Enfermagem dependia de outros dois fatores: a habilidade/experiência e o
conhecimento. A destreza manual para a execução de determinados
procedimentos, realidade inclusive nas tribos primitivas, seguiu
aperfeiçoando-se por meio da experiência. À medida que se dispunha de mais
detalhes sobre o processo saúde-doença, surgia a necessidade de mais
conhecimento (Dock & Stewart, referidos por Donahue, 1993).
A cabeça, o coração e as mãos se uniram firmemente para assentar os
alicerces da Enfermagem moderna. Estes três elementos essenciais
corresponderiam à ciência, à alma e à habilidade da Enfermagem e,
inclusive, em outro contexto, seriam sinônimos dos aspectos teórico,
prático e ético-moral da profissão (Stewart, apud Donahue, 1993).
O conhecimento dos fatos e princípios proporcionou o impulso para que
a Enfermagem se convertesse tanto em uma arte quanto em uma ciência (Dock &
Stewart, referidos por Donahue, 1993).
Tratando-se da Enfermagem moderna, percebemos que Nightingale
corrobora o acima exposto, ao salientar que à Enfermagem cabia o cuidado
com o doente e que a Medicina tratava a doença. Ressaltou a importância da
Enfermagem ao doente" e da "Enfermagem saudável" e em ambas incluiu medidas
de prevenção e de promoção à saúde. Para ela, "Enfermagem era 1mbos, uma
arte e uma ciência, e requeria uma organização científica, e educação
formal, para cuidar dos sofrimentos das doenças" (Nightingale, 893/1949,
apud Reed e Zurakowski, 1983, p. 13, Carraro, 1994). A princípio
Nightingale julgava que "para aliviar o sofrimento do próximo bastavam a
ternura, a simpatia e a paciência". Mas agora a sua curta experiência lhe
mostrava que só os conhecimentos especializados poderiam trazer o alívio"
(Woodham-Srnith, 1951, p. 143).
Da sua Essência
Japiassu e Marcondes (1991) registram que essência é o ser mesmo das
coisas, aquilo que a coisa é, ou o que faz dela aquilo que ela é. Para
Ferreira (1986), essência significa aquilo que constitui a natureza do ser,
o principal, o cerne.
De acordo com Donahue, a essência da Enfermagem "reside na imaginação
criativa, no espírito sensível e na compreensão inteligente, que constituem
o fundamento real dos cuidados de Enfermagem eficazes". Para Florence
Nightingale, a Enfermagem "...é uma arte;...[...]... poder-se-ia dizer a
mais bela das artes" (Seymer, [19--], p. 106). Ela salientava que a arte da
Enfermagem deveria incluir condições que, por si mesmas, tomassem possível
a assistência de Enfermagem. Referia-se à enfermagem como a arte de cuidar
dos doentes (1859/1989, p. 15). Não explicou o que entendia por arte, porém
em todos os momentos deixa esse conceito transparecer (Carraro, 1994).
Vemos que a arte se expressa na Enfermagem principalmente através da
sensibilidade, da criatividade/imaginação e da habilidade, como
instrumentos para a assistência de Enfermagem. A sensibilidade nos leva a
perceber e externar nossos sentimentos e, por outro lado, é ela que nos
possibilita perceber, entender e respeitar os sentimentos do outro. A
criatividade/imaginação se complementam e nos conduzem a pensar, inventar,
figurar em espírito, com bases na sensibilidade. E é nesse lento que a
habilidade se configura como aptidão ou capacidade para desenvolver algo,
contemplando também a inteligência e a perspicácia, (se articulam no
conjunto dos componentes já explicitados da arte) um todo (Carraro. 1994).
A ciência se evidencia através da aplicação de conhecimentos
sistematizados instrumentalizados pela arte.
O Resgate do Modelo Nightingaleano de Assistência
A história da Enfermagem nos mostra a evolução de um fazer intuitivo
- como o é o cuidado da mulher-mãe com o seu recém nascido, a um fazer
reflexivo. Registra que a prática pré-nightingaleana era desenvolvida sem
um referencial e que as pessoas que a exerciam não eram preparadas para
tal.
A questão teórica na profissão nasce em Florence Nightingale, quando
ela apresenta suas reflexões e diz que a Enfermagem é diferente da Medicina
e que portanto, é necessário estudar e estruturar as maneiras de fortalecer
nos indivíduos suas potencialidades naturais para que, por sua própria
força, se opere a cura. Com esta proposição, ela afirma a importância de um
trabalho dirigido por conhecimentos gerais e específicos que toda
enfermeira deve possuir (Leopardi. 1999, p. 8).
A própria Florence Nightingale, após buscar conhecer o que se
praticava na Enfermagem, afirmou que só conhecimentos especializados
poderiam trazer resultados satisfatórios e que ela iria fazer um curso de
Enfermagem. Essa breve retrospectiva mostra-nos um crescente do empírico
para o científico. A partir da atuação de Florence Nightingale e da
consequente instituição da Enfermagem moderna determinou-se um contraste
entre a prática da Enfermagem exercida por pessoas preparadas para tal e a
prática anterior. Nightingale, embora de forma empírica e sem consciência
desse fato, principalmente no que se refere às visões atuais, atuou
embasada num Modelo de Enfermagem. Para Marriner-Tomey (1994), um modelo é
uma idéia que explica por meio de visualização física ou simbólica. Os
modelos simbólicos, para ela, podem ser verbais, esquemáticos ou
quantitativos. Os verbais são enunciados construídos com palavras; os
esquemáticos podem ser diagramas, gráficos, desenhos ou imagens; e os
quantitativos se embasam em símbolos matemáticos. Os modelos servem para
facilitar o raciocínio dos conceitos e das relações existentes entre eles
ou, ainda, para delinear o processo de assistência de Enfermagem.
Segundo Selanders (1995), o Modelo de Enfermagem de Nightingale
descreve como uma enfermeira deve implementar as leis naturais, as quais
permitem que os conceitos pessoa, ambiente, saúde-doença e Enfermagem
interajam. Seu modelo foi adotado não apenas na Inglaterra, seu país de
origem, mas difundiu-se pelo mundo afora, influenciando diretamente o
desenvolvimento da Ciência da Enfermagem.
Nightingale defendia que, embora o médico e a enfermeira possam lidar
com a mesma população, a Enfermagem não deve ser vista como subserviente à
Medicina; ao contrário, a Enfermagem objetiva descobrir as leis naturais
que auxiliarão a colocar o enfermo na melhor condição possível, a fim de
que a natureza possa efetuar a cura (Selanders, 1995).
Antigamente, a Medicina procurava ver o homem integral, respeitando
suas crenças e valores. Hipócrates (460 a 475 a.C.) dizia que "o
conhecimento do corpo é impossível sem o conhecimento do homem como um
todo". Naquela época, Hipócrates, pressupondo que cada doença tinha uma
causa natural e que sem causas naturais nada acontecia, abandonou as
explicações sobrenaturais da doença.
Com o desenvolvimento da Medicina, estes princípios foram, aos poucos,
sendo deixados de lado, e o seu enfoque passou a ser "nas noções do corpo
como máquina, da patologia como uma avaria nesta máquina e da tarefa do
Médico como o concerto desta máquina" (Engel apud Capra, 1982, p. 116). Ao
mudar seu enfoque, a Medicina passa a centrar suas atenções na cura, pois
se a patologia é considerada um fenômeno orgânico redutível a processos
físicos/químicos, o saber médico tinha o poder de curar.
As atitudes médicas frente ao "corpo máquina" portador de uma doença
foram reforçadas pelos avanços tecnológicos, os quais cada vez mais separam
o profissional médico dos clientes. O avanço dos estudos e a tecnologia vêm
reforçando o poder de cura outorgado à Medicina (Capra, 1982). Este modelo
concede ao Médico o poder de decisão, tanto da assistência prestada, seja
ela médica seja de outra categoria profissional, quanto sobre o destino dos
pacientes.
Apesar da posição de Nightingale, os rumos na área da saúde levaram a
Enfermagem a adotar o modelo biomédico (Carraro, 1999), o qual permeia sua
prática até os dias atuais, determinando um distanciamento de suas metas
originais, passando a existir centrado na prescrição médica. No entanto,
podemos perceber que atualmente este modelo biomédico não responde mais às
necessidades do ser humano na vivência do processo saúde/doença. Ele não
quer mais ser visto em pedaços, mas sim como "um ser singular, integral,
indivisível, insubstituível, pleno na sua concepção de interagir com o
mundo; interage com o meio ambiente, onde são expressas crenças e valores
que permeiam suas ações" (Carraro, 1997, p. 26).
No momento em que a Enfermagem voltar-se para seus modelos de
assistência e assumir sua essência será uma profissão que responderá às
necessidades do ser humano e que articulará ciência e arte, tendo assim
visibilidade.
Do Modelo Nightingaleano à Diversidade de Modelos de Assistência.
O resgate do modelo nightingaleano vem acontecendo há alguns anos. A
primeira Enfermeira a publicar pós-Nightingale foi Hildegard Peplau, que,
em 1952, lançou o livro Relações Interpessoais em Enfermagem. Peplau tomou-
se um marco histórico para a Enfermagem dos anos 50. Naquela década
iniciaram-se os cursos de Mestrado nos Estados Unidos da América, dando
novo ímpeto à profissão, deflagrando a época das Teorias de Enfermagem.
Segundo Leddy e Pepper (1993), a ciência da Enfermagem tem sido
derivada principalmente das teorias sociais, biológicas e médicas. Todavia,
depois de 1950, grande número de enfermeiras teoristas tem desenvolvido
modelos de Enfermagem que oferecem suporte para o desenvolvimento das
teorias de Enfermagem e do conhecimento de Enfermagem.
Este novo conhecimento posto, de algum modo, aponta como principal
preocupação não a patologia, mas o indivíduo, doente ou não, experenciando
o processo saúde-doença, com o enfoque na promoção do bem-estar e da saúde.
Destaca-se no Brasil a atuação de Wanda de Aguiar Horta no que se
refere à difusão das Teorias de Enfermagem. Nascida em 1926, em Belém do
Pará, graduou-se em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP em 1948 e
doutorou-se em 1968, na Escola Ana Néri. Em 1979, publica seu livro baseado
na Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Maslow, e, a partir daí,
operacionaliza um Processo de Enfermagem. Existe atualmente uma discussão
sobre se os escritos de Horta configuram uma teoria ou um processo de
Enfermagem. Chegar a uma conclusão a respeito é tarefa muito difícil face à
grande diversidade de paradigmas existentes; porém é inegável o grande
avanço que seus escritos trouxeram para o desenvolvimento da Enfermagem
brasileira, até porque a grande maioria dos Cursos de Graduação em
Enfermagem adotou-os como base para a aprendizagem da Metodologia da
Assistência de Enfermagem (Carraro, 1998). Certamente sua proposta nos
mostra um Modelo de Assistência.
Atualmente, a influência das Teorias e dos Modelos de Assistência de
Enfermagem é evidente no contexto da Enfermagem brasileira, pois estão cada
vez mais difundidos, tanto na prática da Enfermagem quanto na formação de
profissionais enfermeiros.
Modelos de Assistência são representações do mundo vivido expressas
verbalmente, ou por meio de símbolos, esquemas, desenhos, gráficos,
diagramas. Seu objetivo é direcionar a assistência de Enfermagem,
oferecendo ao enfermeiro os subsídios necessários para sua atuação.
Segundo Keck (1989), as teorias são modelos da realidade, em geral
realidades não-observáveis diretamente. Os modelos ajudam a desenvolver as
teorias e a explicitar a relação existente entre os conceitos. Até porque
os modelos permitem a manipulação dos conceitos sobre o papel antes de
serem submetidos à verificação no mundo real.
Um modelo é uma abstração da realidade, um modo de visualizar a
realidade, facilitando o raciocínio. Um modelo conceitual mostra-nos como
vários conceitos são inter-relacionados e aplica teorias que predizem ou
avaliam conseqüências de ações alternativas (Leddy e Pepper, 1993).
Fawcett (1992) salienta a utilidade dos modelos conceituais para a
organização do pensamento, da observação e da interpretação do que se vê.
Eles também provêem uma estrutura sistematizada e racional para o
desenvolvimento das atividades.
Modelos de Enfermagem incluem conceitos de ser humano, Enfermagem, saúde-
doença e ambiente (Fitzpatrick e Whall, 1983; Fawcett, 1992).
Na Enfermagem ou mesmo em outra área do conhecimento, agimos de acordo
com um método, seguimos um modelo, mesmo que dinâmica e inconscientemente.
Se prestarmos atenção à nossa rotina, observaremos que na maioria das vezes
agimos de maneira semelhante todos os dias, repetindo ações, desde a mais
simples até a mais complexa. E temos um motivo para isso: realizamos as
atividades pautadas em conhecimentos empíricas, aprendidas no dia-a-dia com
rotinas preestabelecidas, ou embasados cientificamente, e as repetimos cada
vez que agimos. Muitas vezes fazemos isto sem refletir a respeito, sem
procurar modos mais eficientes, sem buscar a atualização do conhecimento,
sem nos lembrarmos da velocidade e do dinamismo com que o conhecimento
avança na atualidade.
Este método de que lançamos mão visa organizar e direcionar nosso
desempenho; embora num primeiro momento possa parecer complexo após
estarmos familiarizados com este processo, ele passa a facilitar nosso
trabalho, assegurando maior qualidade à assistência prestada.
Segundo Pollit e Hungler (1995), o método científico combina aspectos
do raciocínio lógico com outros, para criar um sistema de solução de
problemas que, embora falível, é mais confiável do que a tradição, a
autoridade, a experiência ou a tentativa e erro por si sós.
Assim, um modelo de assistência embasado cientificamente conduz-nos ao
fazer reflexivo, a estar sempre buscando a melhoria da assistência
prestada. Leva-nos a refletir: que Enfermagem é esta que estou
desenvolvendo? Quem é o ser humano que estou assistindo? O que é o processo
saúde-doença a que o ser humano está exposto? E o meio ambiente, o que é?
Os modelos de assistência nos auxiliam a perceber que praticar
Enfermagem não é simplesmente uma ordenação de procedimentos mais ou menos
constantes, dependendo da situação. Ela é um processo dinâmico, mutável e
criativo, mas nem por isso deixa de ser um processo conhecível, objetivo,
programável e decifrável. Desta forma, quanto mais claro estiver o
referencial teórico do modelo aplicado, maior será a segurança e a
realização profissional do Enfermeiro, maior será o direcionamento da
equipe de Enfermagem, culminando com uma assistência de Enfermagem adequada
às necessidades apresentadas pelo ser humano assistido.
Por outro lado, a qualidade da Assistência de Enfermagem prestada
depende da equipe, liderada e coordenada pelo Enfermeiro. Os modelos de
assistência instrumentalizam o planejamento científico e sistematizado das
ações a serem desenvolvidas pelos integrantes da Equipe de Enfermagem,
oferecendo suporte e direcionando o desempenho das atividades. Contribuem
para a credibilidade e visibilidade da Enfermagem.
O desenvolvimento da profissão de Enfermagem através dos tempos ainda
não alcançou sua maturidade. Continua crescendo e desenvolvendo-se, a fim
de ampliar as esferas de serviços e práticas profissionais, aumentando suas
responsabilidades. Sem dúvidas, a cada dia a Enfermagem se supera, criando,
agregando novos conhecimentos e indo além na certeza de que é uma Ciência e
uma e Arte inacabada e crescente...
Refletindo
Para praticar enfermagem necessitamos:
Conhecer e prosseguir conhecendo os fundamentos e avanços da
profissão.
Ter clareza sobre a fonte de onde esta prática se origina.
Reconhecer as premissas e conceitos do modelo eleito para prestar
assistência.
Estar atentos aos aspectos teóricos, práticos e ético-morais da
profissão.
Ser coerentes entre a necessidade e a finalidade da assistência.
Ser coerentes entre no que pensamos, falamos e fazemos Saber avaliar e
retro-alimentar nossa prática.
Ter bom senso para usar a cabeça, o coração e as mãos Conciliar
ciência, alma e habilidade.
Ser artistas e ao mesmo tempo cientistas.
Para praticara arte da enfermagem necessitamos (Buscaglia 1972):
Tempo.
Compreensão da arte.
Sensibilidade para utilizar o material necessário.
Extrema paciência... enquanto aprendemos as habilidades básicas.
Praticar a arte da Enfermagem inclui o desejo de:
Experimentar, fracassar, arriscar... Conhecer frustração e mesmo
o desespero... Antes de poder abandonar técnicas aprendidas
mecanicamente. Projetar-se, plenamente, na própria criação.
2. TEORIAS E MARCO CONCEITUAL: SUA INFLUÊNCIA NA METODOLOGIA DA
ASSISTÊNCIA.
Teima Elisa Carraro
A história registra que a Enfermagem pré-nightingaleana era
desenvolvida sem um referencial, que as pessoas que a exerciam não eram
preparadas para tal e, ainda, que seu resultado deixava muito a desejar.
A partir da vivência de Nightingale, a Enfermagem passa a ser
denominada científica, passando a apresentar um modelo de assistência por
ela desenvolvido e implementado.
As crenças de Nightingale a respeito da Enfermagem, o que é e o que
não é, formam o fundamento do que escreveu em suas "Notas sobre
Enfermagem".Sua contribuição ao desenvolvimento das teorias está em
explicar o campo de ação da Enfermagem, como a relação paciente/meio
ambiente, e em iniciar as análises estatísticas para a saúde e a Enfermagem
profissional (Choi, 1989).
Sua educação meticulosa, vinda de seu pai, um homem culto formado em
Cambridge e Edimburgo, era pouco comum para uma mulher do século XIX.
Estudou latim, grego, línguas modernas, artes, matemática e estatística,
filosofia, história e religião. Sua educação e os acontecimentos da época
estimularam seu pensamento crítico, levando-a a interessar-se por política,
economia, governo, liberdade, condições sociais e instituições. Leu e citou
em seus escritos: Platão, Dante, Mill, Bacon, Locke, Newton, Kant, Hegel,
Comte e São João. Por outro lado era tímida e espiritualista. Acreditava
que servindo ao homem estava servindo a Deus, o que a impulsionava a fazer
seu caminho, a ser independente, a buscar uma profissão para utilizar sua
capacidade (Carraro, 1999). Esta educação influenciou seu pensamento e sua
concepção da Enfermagem como ciência e arte, subsidiando e determinando a
prática da profissão.
Nightingale deixou-nos suas concepções registradas em I47
livros e panfletos. Sua correspondência pessoal também foi
volumosa. Em 1859 publicou dois de seus "Best-Known": Notes
on Hospitais e Notes um Nursing, livros que abriram uma
nova época na reforma e no cuidado com a saúde (Schuyler,
1992). No entanto, a Enfermagem tem apresentado
dificuldades em seguir seu exemplo no tocante a teorizar,
escrever e publicar idéias e realizações.
A fundamentação teórica e a vivência de Nightingale influenciaram seus
escritos e ainda estão presentes em muitas teorias de Enfermagem mais
recentes. Este é um elo importante entre a Enfermagem Ciência e Arte de
Florence Nightingale e a Enfermagem atual. Em sua visão e saber, incluem-se
insight e valores antigos que se relacionam com a teoria do cuidado humano
atual, teoria que uma vez mais guia a educação de Enfermagem, a prática e a
investigação clínica que se baseia no cuidado como um ideal moral; teoria
que permeia o espiritual, o transcendente, o todo, enquanto atende o ser e
fazer, totalmente integrados. A visão e saber de Nightingale incluem a
visão e a imagem de totalidade, beleza e harmonia de vida, um sentido de
união de todos os seres vivos (Watson, 1992).
1. Das Teorias de Enfermagem
O interesse pelo desenvolvimento de Teorias de Enfermagem surgiu por
duas razões. Primeiramente, as enfermeiras perceberam que o desenvolvimento
de teorias era um meio de estabelecer a Enfermagem como profissão, além de
ser inerente a um antigo interesse em definir um corpo de conhecimentos
específicos da Enfermagem. Em segundo lugar, os teóricos estavam motivados
pelo valor intrínseco das teorias para a Enfermagem e pela importância do
crescimento e enriquecimento da teoria para a Enfermagem em si mesma (Choi,
1989).
Com o passar dos tempos, na busca de maiores subsídios para a atuação
de Enfermagem, surgiram novas teorias e novos modelos de assistência,
inicialmente nos Estados Unidos, onde esta preocupação tomou força com o
surgimento dos cursos de mestrado em Enfermagem, expandindo-se depois para
outros países.
No Brasil, em 1979, Wanda de Aguiar Horta publica sua teoria, baseada
na Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Maslow, e a partir daí
operacionaliza um Processo de Enfermagem. Seus escritos foram adotados por
grande parte dos Cursos de Graduação em Enfermagem, como base para a
aprendizagem da Metodologia da Assistência.
Considerando-se teoria como "... um conjunto de princípios
fundamentais duma arte ou duma ciência" (Ferreira, 1993, p. 1664), percebe-
se de forma crescente a influência das teorias no contexto da Enfermagem
brasileira, pois sua difusão cada vez mais transparece tanto na sua prática
quanto na formação de profissionais enfermeiros.
Teoria de Enfermagem é definida por Meleis (1985) como uma construção
articulada e comunicada da realidade criada ou descoberta (fenômenos
centrais e inter-relações) dentro da ou pertinente à Enfermagem, para os
propósitos de descrição, explicação, predição ou prescrição do cuidado de
Enfermagem. Ainda, segundo a autora, as teorias de Enfermagem refletem
diferentes realidades, pois apontam os interesses da Enfermagem na época, o
ambiente sociocultural e as experiências educacionais e vivenciais da
teórica. Espelham algumas realidades da época em que foram concebidas e
ajudam a dar forma às realidades da época atual.
De acordo com Neves e Trentini (1987), a teoria orientada para a
prática é aquela dirigida para produzir mudanças ou efeitos desejados em
determinada condição ou fenômeno. Assim, as teorias se apresentam como
formas de olhar/compreender os fenômenos da Enfermagem. Alguns fenômenos
são abordados em praticamente todas as teorias de Enfermagem, porque
representam o centro da sua prática, tais como o ser humano, o ambiente, a
saúde/doença e a Enfermagem. Estes fenômenos compõem uma rede de conceitos
que se inter-relacionam e formam uma maneira de ver o mundo da Enfermagem e
desenvolver sua prática (Paim et al., 1998).
As teorias que hoje temos representam os esforços coletivos e
individuais das Enfermeiras para definir e dirigir a profissão e, como tal,
proporcionar a base para um desenvolvimento teórico continuado (Choi,
1989).
Ao representar estes esforços, as teorias mostram diferentes modos de
pensar Enfermagem, algumas apontando apenas um aspecto da realidade, outras
apontando todos os fenômenos de interesse da disciplina. Várias teorias
utilizadas por Enfermeiros são cedidas por outras disciplinas, como as
teorias do estresse, do enfrentamento, do risco, da educação (Fawcett,
1995).
É de fundamental importância que os Enfermeiros, ao fazerem a opção
por uma ou outra teoria, considerem a adequação e a aplicabilidade dela à
situação de Enfermagem em que será utilizada.
2. Marco Conceitual
Fawcett (1995) enfatiza que os marcos conceituais não são uma
realidade nova na Enfermagem; existem desde Nightingale (1859), com suas
primeiras idéias avançadas sobre Enfermagem, mesmo que não tenham sido
expressas formalmente como marcos.
A proliferação formal dos marcos conceituais de Enfermagem aconteceu
concomitante à introdução das idéias sobre teorias de Enfermagem, ambas com
interesse em conceitualizar a Enfermagem como uma disciplina distinta.
Para Fawcett (1995), o desenvolvimento dos marcos conceituais de Enfermagem
foi um importante avanço para a disciplina.
No entanto, este é um tema que vem gerando discussão e mostrando
divergências conceituais entre os estudiosos, principalmente no que se
refere às terminologias de marco e modelo, teórico e conceitual, conforme
podemos ver a seguir:
Newman (1979) registra que Marco Teórico é uma matriz de conceitos
que, juntos, descrevem o foco da investigação.
De acordo com Fawcet (1984 e 1978), Modelo Teórico ou Marco Teórico
refere-se a uma teoria ou grupo de teorias que fornecem fundamentos para as
hipóteses, políticas e currículo de uma ciência.
Para Neves e Gonçalves (1984), Marco Conceitual é uma construção
mentalogicamente organizada, que serve para dirigir o processo da
investigação e da ação.
Segundo Fawcet (1992) e Botha (1989), Marco Conceitual é sinônimo de Modelo
Conceitual e é definido como um conjunto de conceitos e proposições
abstratas e gerais, intimamente relacionados.
Em 1993, Silva e Arruda registram que o Marco de Referência apresenta
nível de abstração de menor complexidade do que os Marcos Conceituais/
Teorias, no que se refere a sua construção teórico-conceitual. Tem a
finalidade de demarcar o conhecimento em que se apóia, servindo de base
para as ações de Enfermagem (Silva e Arruda, 1993).
Na compreensão de Wall (2000), o Marco Conceitual é um conjunto de
elaborações mentais sobre aspectos relacionados ao objeto em estudo. Um
ponto que serve como força, como orientação. Uma proposta da qual queremos
nos aproximar.
Apesar desta divergência conceitual, é fundamental que os enfermeiros
compreendam que os marcos e/ou modelos (Marco Conceitual, Modelo
Conceitual, Marco Teórico, Modelo Teórico), com suas diferenças e
semelhanças, formam um emaranhado de conceitos inter-relacionados que
servem para direcionar as ações de Enfermagem. Podemos dizer que eles
iluminam os caminhos da Enfermagem.
Em resumo, todos os termos utilizados visam aprofundar formas de
dirigir a ação de Enfermagem, pois buscam, por meio dos conceitos,
formalizar uma construção mentalogicamente organizada, que fundamente a
ciência e, consequentemente, as ações de Enfermagem.
3. Das Funções dos Marcos Conceituais.
Os Marcos/Modelos proporcionam ao profissional a evidência de que ele
necessita para embasar suas ações, apontando e justificando por que
selecionar um determinado problema para estudo. Ajudam na sumarização do
conhecimento existente, na explicação dos fatos observados e das relações
entre eles.
De acordo com Neves e Gonçalves (1984), o Marco Conceitual contribui
na previsão de eventos até então não-observados e no estabelecimento de
relações entre os eventos com base nos princípios explicativos englobados
nas teorias.
Fawcett (1995) salienta que os marcos direcionam a procura das
questões sobre o fenômeno e sugerem soluções para problemas práticos.
Enfatiza que os marcos conceituais de Enfermagem explicitam orientações
filosóficas e pragmáticas para a assistência que somente os Enfermeiros
podem oferecer aos pacientes, por conhecerem a dimensão total do cuidado, o
qual é diferente daquele realizado por qualquer outro profissional de
saúde.
O marco conceitual constitui uma construção teórica que sustenta a
prática de Enfermagem e as decisões no processo de assistir o ser humano.
Ele reflete também a maneira de o autor conceber os indicativos
assistenciais da Enfermagem (Carraro, 1997).
Assim compreendido, o Marco Conceitual torna-se uma importante
ferramenta para embasar, direcionar e clarificar as ações, não apenas do
Enfermeiro, mas de toda a equipe de Enfermagem. Ele serve de base para a
proposta e o desenvolvimento da Metodologia de Assistência de Enfermagem, a
qual deverá estar estruturada de forma coerente com seus conceitos.
Tem a finalidade de proporcionar o foco que ilumina os caminhos a
serem percorridos pelo profissional para atingir seus objetivos
assistenciais, formando um emaranhado, uma teia dentro da qual a
assistência, os aspectos teóricos, técnicos e éticos são examinados, a fim
de tomarem possível explicar as relações propostas e identificar vazios no
conhecimento que necessitam ser revelados, para ampliar continuamente as
possibilidades de cuidado.
4. Da sua Construção
Todos nós temos uma imagem pessoal do que seja a prática da
Enfermagem. Esta imagem influencia nossa interpretação dos dados, decisões
e ações. Mas pode uma disciplina continuar desenvolvendo-se quando seus
membros se sustentam em diferentes imagens? Os proponentes dos marcos
conceituais para a prática estão procurando fazer uso consciente destas
imagens, sem o que não poderemos começar a identificar semelhanças em
nossas percepções sobre a natureza da prática nem evoluir para conceitos
bem ordenados (Reilly's, citado por Fawcett, 1995).
Segundo King (1988), conceitos são abstrações que provêem conhecimento
sobre a essência das coisas. Um conceito é uma imagem mental de uma coisa,
de uma pessoa ou de um objeto. Para Chinn e Jacobs (1982), os conceitos são
formulações mentais complexas de um objeto, propriedade ou acontecimento,
originárias das percepções e experiências individuais.
Os conceitos registram ainda as crenças e valores do autor sobre
aquilo que está sendo conceituado. Quando os conceitos são inter-
relacionados, como no caso da Enfermagem, eles formam uma base para as
ações, seja na pesquisa, seja na prática profissional. A esta estrutura
pode-se chamar marco conceitual (Carrão, 19).
A construção de um Marco Conceitual pode partir da prática, da
conceituação das imagens privativas do Enfermeiro sobre a prática da
Enfermagem vivenciada pelo autor, baseada em suas crenças e valores, com a
busca de subsídios na teoria. Nesta forma de construção, primeiramente se
elaboram os conceitos eleitos, registrando-se aquilo em que se acredita
sobre cada um deles, com leituras releituras e reformulações, até que
reflitam os pensamentos do autor. Pode-se usar a estratégia de discuti-los
com a Equipe de Enfermagem e/ou com outras pessoas. Somente após esta
prévia estruturação dos conceitos busca-se uma teoria que venha ao encontro
das idéias ali expressas, potencializando-as. Então, incorporam-se aos
conceitos as idéias contidas na teoria.
Pode-se também partir da teoria. Contudo, antes de optarmos por uma
teoria, primeiramente é necessário estudá-la, procurando compreendê-la,
buscando as relações entre o que ela retrata, aquilo em que se acredita e a
aplicação que se pretende fazer. Somente após essa identificação é que deve
ser feita a opção por uma determinada teoria. Então, alguns dos seus
conceitos são escolhidos para embasarem o Marco Conceitual e a prática da
Enfermagem.
Convém lembrar que a teoria escolhida não necessita ser
especificamente de Enfermagem. Existe ainda a possibilidade de se usar mais
de uma teoria, porém com muita cautela, pois as concepções teórico -
filosóficas delas podem ser divergentes, comprometendo assim toda a
construção do Marco Conceitual e, consequentemente, a assistência de
Enfermagem a ser prestada.
A construção de um Marco Conceitual, partindo da prática ou partindo
da teoria, é um processo reflexivo que se configura num ir e vir aos
conceitos, reformulando-os tantas vezes quantas forem necessárias para que
estes reflitam o pensamento do seu autor. Busca-se, ainda, a inter-relação
entre os conceitos de tal modo que, lendo-se um deles, os demais estejam
implícitos, mostrando forte relação entre si.
É importante ressaltar que, independentemente da forma de construção,
o Marco Conceitual deverá contemplar as especificidades da prática a que
será aplicado, uma vez que ele é um instrumento que subsidia a prática da
Enfermagem (portanto, um meio e não um fim em si mesmo, embasando a
construção e o desenvolvimento da Metodologia da Assistência de
Enfermagem).
Após a construção do Marco Conceitual, passa-se a sua aplicação, para
que deverão ser buscados os elementos de cada conceito, as ações a que cada
elemento conduz e a estratégia para desenvolver cada ação. Esta
operacionalização pode configurar-se como um "mapa" da assistência a ser
prestada, embasando a metodologia de assistência.
Como exemplo*, vai imaginar que, ao conceituar-se ser humano, esteja
registrado que ele é singular, integral, indivisível e insubstituível. As
ações a que este registro conduz são ações de humanização da assistência, e
as estratégias poderão ser: chamar pelo seu nome, envolver sua família na
assistência, ouvir, tocar, entre outras.
Se o registro diz que a Enfermagem é uma ciência e uma arte, as ações
deverão ser de aplicação tanto do conhecimento científico quanto da
sensibilidade. Imaginação/criatividade e habilidade ao prestar cuidados. As
estratégias deverão contemplar diálogo, observação e desenvolvimento de
técnicas específicas.
Enfim, o resultado final da Assistência prestada deverá refletir o
Marco Conceitual proposto, além de servir para confirmar / testar os
conceitos formulados ou mesmo dar-lhes novos direcionamentos e / ou
reconstruções.
5. Algumas Considerações
A implementação da prática assistencial embasada num Marco Conceitual
proporciona uma perspectiva de assistência sistematizada e singular, um
embasamento teórico para o desenvolvimento da prática e, por meio desta, um
enriquecimento da teoria, num movimento de ir e vir.
No transcorrer da assistência evidenciam-se pontos do Marco Conceitual
que a subsidiam. Quando se inicia a implementação da prática subsidiada por
um Marco Conceitual, pode-se encontrar dificuldades, até por uma questão de
hábito: "... O pensamento se configura, mas a ação é tão automática que,
quando percebemos, já a executamos, não como a pensamos, mas como estávamos
condicionados a fazer" (Carraro, 1994, p. 119).
Precisamos ter o Marco Conceitual introjetado em nós para conseguirmos
vencer os hábitos anteriores e avançar rumo a uma nova proposta de
assistência, estando alertas para nossas ações, até para não nos
desanimarmos com o processo, pois aos poucos podemos transpor as
dificuldades de implementação que se apresentarem.
O Marco Conceitual, quando conscientemente aplicado, pouco a pouco vai
mostrando que o fazer, fazendo, aprendendo e teorizando à luz da prática
concretiza-se no dia-a-dia da assistência de Enfermagem. Enfim, conduz ao
fazer reflexivo, proporcionando satisfação na Prática Assistencial de
Enfermagem, tanto para o profissional quanto para o ser humano que está sob
seus cuidados.
BILBIOGRAFIA
CARRARO&WESTPHALEN. Metodologias para a assistência de enfermagem:
teorizações, modelos e subsídios para a prática. Goiânia:AB, 2001. pág. 5-
14 .
CARRARO&WESTPHALEN. Metodologias para p Assistência de Enfermagem:
teorizações, modelos e subsídios para a prática. Sobre teorias e marco
conceitual: sua influência na metodologia da assistência.Goiânia:AB, 2001.
pág. 29-37.
CAPÍTULO 3. TEORIAS E METAPARADGMAS DE ENFERMAGEM.
1. NOÇÕES GERAIS SOBRE TEORIA
1.1. A LINGUAGEM DO PENSAMENTO TEÓRICO
"A unidade básica do pensamento teórico é o CONCEITO. Os conceitos são
palavras que representam a realidade e facilitam a nossa capacidade de
comunicação sobre ela. (Webester, 1991)".
Os conceitos podem ser:
EMPÍRICOS = sentidos percebidos, observados, OU
ABSTRATOS = não são observáveis. Ex. esperança, infinito.
"Todos os conceitos tornam-se abstrações na ausência do objeto".
TEORIAS
Conjunto de conceitos inter-relacionados, definições e proposições que
apresentam uma forma sistemática de ver fatos/eventos, pela especificação
das relações entre as variáveis com a finalidade de explicar ou prever o
fato/evento. (Kerlinger, 1973).
1.2. NATUREZA CÍCLICA DA TEORIA
PRÁTICA ( PESQUISA
( (
TEORIA E CONCEITOS
1.3. CARACTERÍSTICA DE UMA TEORIA
Características de uma teoria segundo Torres, 1990:
1. as teorias podem inter-relacionar conceitos de tal forma que criem uma
nova maneira de ver determinado fenômeno.
2. as teorias devem ser de natureza lógica
3. as teorias devem ser relativamente simples e ainda generalizáveis
4. as teorias podem ser as bases para as hipóteses serem testadas ou
para a teoria ser expandida.
5. as teorias contribuem para o aumento do corpo de conhecimentos gerais
da disciplina através da pesquisa implementada para validá-las.
6. as teorias podem ser utilizadas por profissionais para orientar e
melhorar a sua prática
7. as teorias devem ser consistentes com outras teorias validadas, leia e
princípios, mas devem deixar abertas as questões não-respondidas, que
devem ser investigadas.
2. AS TEORIAS DE ENFERMAGEM ENFATIZAM QUATRO CONCEITOS:
A PESSOA: pode representar um indivíduo, uma família, uma comunidade
ou toda humanidade. É aquele que recebe o cuidado de enfermagem.
A SAÚDE: representa um estado de bem-estar decidido mutuamente pelo
cliente e enfermeiro.
O AMBIENTE: pode representar os arredores imediatos, a comunidade ou o
universo com tudo que contém.
A ENFERMAGEM: é a ciência e a arte da disciplina.
3. METAPARADIGMAS DE ENFERMAGEM
Com a finalidade de aprofundar as reflexões que faremos nesta oficina
sobre a Enfermagem, dispus o pensamento de várias teóricas sobre os
metaparadigmas de enfermagem: SER HUMANO, AMBIENTE, SAUDE/DOENÇA,
ENFERMAGEM.
Esclareço que para a composição desse material, transcrevi na íntegra
os textos produzidos pelas autoras citadas na referência bibliográfica.
Descrevemos no quadro 1, o enfoque geral das quatro categorias de
teorias de enfermagem e suas autoras, e no quadro 2, o tema central de
duas autoras de cada categoria de teoria de enfermagem, os princípios em
que se fundamentam, a fim de contextualizá-las no estudo que faremos.
Quadro 1. Características gerais das teorias de enfermagem
"CATEGORIAS DE"CARACTERÍSTICA "
"TEORIAS "TEÓRICAS DE ENFERMAGEM "
"1.NECESSIDADE"Enfocam as necessidades e os problemas que os clientes têm, buscando"
"S "preenchê-los ou corrigi-los utilizando o Processo de Enfermagem. "
"PROBLEMAS "Nightingale, Abdellah, Henderson, Orem, Hall, Watson, Horta* "
"2.SISTEMAS "Sugerem que o homem é composto de muitas partes ou subsistemas que, "
" "quando juntos, são mais e diferentes do que sua soma. "
" "Johnson, Roy, Beth Newman, Levine, Leininger. "
"3.INTERAÇÃO "Enfocam o processo de comunicação no preenchimento das necessidades "
" "do cliente. "
" "Peplau, Orlando, Wiedenbach, King, Paterson e Zderad, Erickson, "
" "Tomlin e Sawai, Boykin e Schoenhofer. "
"4.CAMPO DE "Acreditam que as pessoas são campo de energia em constante interação"
"ENERGIA "com o seu ambiente ou com o universo. "
" "Rogers, Parse, Margareth Newman. "
Fonte: GEORGE, Julia B. e colaboradores. Teorias de Enfermagem -os
fundamentos à prática profissional
Quadro 2. Tema central das teóricas escolhidas para o estudo.
"CATEGORIAS "TEÓRICAS "NOME DA "TEMA CENTRAL "FUNDAMENTAÇÃO "
"DE TEORIAS " "TEORIA " "PRINCÍPIOS "
"1. "DOROTHEA E. "Autocuidado "A Enfermagem é "Teoria de "
"NECESSIDADES"OREM " "necessária sempre que a "Kortabisnk, da "
"PROBLEMAS " "1971 "manutenção contínua do "ação eficiente, "
" " " "autocuidado requer o uso"1965. "
" " " "de técnicas especiais e "Teoria da ação "
" " " "a aplicação de "social de "
" " " "conhecimentos "Parson, 1968. "
" " " "científicos para prover " "
" " " "o cuidado ou " "
" " " "administrá-lo. " "
" "WANDA DE "Necessidades"A Enfermagem como parte "Teoria da "
" "AGUIAR HORTA*"Humanas "integrante da equipe de "motivação Humana"
" " "Básicas "saúde implementa estados"de Maslow "
" " " "de equilíbrio, previne "(necessidades "
" " "1979 "estados de "humanas básicas)"
" " " "desequilíbrio, e reverte"Lei da "
" " " "desequilíbrio em "homeostase e do "
" " " "equilíbrio pela "holismo. "
" " " "assistência do ser " "
" " " "humano em suas " "
" " " "necessidades básicas: " "
" " " "procura sempre " "
" " " "reconduzi-lo à situação " "
" " " "de equilíbrio dinâmico " "
" " " "no tempo e espaço. " "
Fonte: adaptado de ALMEIDA & ROCHA. O saber de enfermagem e sua dimensão
prática.
"CATEGORIAS "TEÓRICAS "NOME DA "TEMA CENTRAL "FUNDAMENTAÇÃO "
"DE TEORIAS " "TEORIA " "PRINCÍPIOS "
"2.SISTEMAS "MADELEINE M. "Teoria de "A Enfermagem é uma "Sociologia "
" "LEININGER "enfermagem "profissão humanística e "Antropologia "
" " "transcultura"científica que é "cultural "
" " "l "apreendida e focalizada " "
" " "1985 "no fenômeno do cuidado " "
" " " "humano e em atividades " "
" " " "que propiciem " "
" " " "assistência, suporte, " "
" " " "facilitação e " "
" " " "capacitação a " "
" " " "indivíduos, grupos, para" "
" " " "manter ou reaver o seu " "
" " " "bem-estar, de uma forma " "
" " " "culturalmente " "
" " " "significativa e " "
" " " "satisfatória. " "
" "MYRA ESTRIN "Holística "A ação da Enfermagem "Biologia "
" "LEVINE "1969 "está baseada no cuidado "Psicologia "
" " " "total da pessoa e, assim"Sociologia "
" " " "sendo, na conservação " "
" " " "dos princípios de " "
" " " "energia, integridade " "
" " " "estrutural, pessoal e " "
" " " "social. Todos têm como " "
" " " "postulado a integridade " "
" " " "e unidade do indivíduo. " "
Fonte: adaptado de ALMEIDA & ROCHA. O saber de enfermagem e sua dimensão
prática.
"CATEGORIAS DE"TEÓRICAS "NOME DA "TEMA CENTRAL "FUNDAMENTAÇÃO "
"TEORIAS " "TEORIA " "PRINCÍPIOS "
"3.INTERAÇÃO "IMOGENE M. "Alcance dos "A Enfermagem é um "Teoria de "
" "KING "objetivos "processo de interação "Sistemas "
" " "1971 "humana entre enfermeira "Sistemas "
" " "1981 "e cliente através do "pessoais, "
" " " "qual um percebe o outro "interpessoais e "
" " " "e a situação: e, através"sociais "
" " " "da comunicação, eles "Psicologia "
" " " "fixam os objetivos, "Teorias sociais "
" " " "exploram os recursos, " "
" " " "concordam sobre meios " "
" " " "para o alcançarem os " "
" " " "objetivos. É um processo" "
" " " "de ação, reação, " "
" " " "interação, transação. " "
" "HELEN "Teoria do "Concebem essa teoria "Teorias de "
" "ERICKSON, "Papel "para compreender o modo"Erckson, Maslow,"
" "EVELYN "modelagem "como clientes estruturam"Selyee, Engel e "
" "TOMLIN, MARY" "seu mundo. A Enfermagem "piaget "
" "ANN SWAIN " "é um modelo de " "
" " " "autocuidado, baseado na " "
" " " "percepção e na adaptação" "
" " " "aos estressores. " "
Fonte: adaptado de ALMEIDA & ROCHA. O saber de enfermagem e sua dimensão
prática
"CATEGORIAS DE"TEÓRICAS "NOME DA "TEMA CENTRAL "FUNDAMENTAÇÃO "
"TEORIAS " "TEORIA " "PRINCÍPIOS "
"4.CAMPO DE "MARTHA E. "Martha "A ciência da Enfermagem "Fisiologia "
"ENERGIA "ROGERS "Rogers "é dirigida para "Biologia "
" " "1970 "descrever o processo "Psicologia "
" " " "vital do homem e para "Antropologia "
" " " "explanar e predizer a "Sociologia "
" " " "natureza e direção de " "
" " " "seu desenvolvimento. A " "
" " " "Enfermagem é uma ciência" "
" " " "humanística dedicada a " "
" " " "um interesse compassivo " "
" " " "para manter e promover a" "
" " " "máxima potencialidade de" "
" " " "saúde do homem que é um " "
" " " "todo unificado. " "
" " " "A Enfermagem não é "Idem "
" "MARGARET "1989 "promover bem-estar ou " "
" "NEWMAN " "prevenir doença, mas " "
" " " "ajudar a pessoa a usar o" "
" " " "próprio poder através de" "
" " " "um alto nível de " "
" " " "consciência para manter " "
" " " "o processo vital " "
Fonte: adaptado de ALMEIDA & ROCHA. O saber de enfermagem e sua dimensão
prática.
METAPARADGMAS DE ENFERMAGEM
TEORISTAS ORIENTADAS PARA AS NECESSIDADES/PROBLEMAS
SER HUMANO
( DOROTHEA E. OREM
SERES HUMANOS são diferenciados das outras coisas vivas por sua
capacidade de:
- refletir sobre si mesmos,
- simbolizar o que experimentam,
- usar criações simbólicas(idéias, palavras para pensar, comunicar-se e
orientar os esforços para fazer coisas que são benéficas para si e para
outros"(Oren, 1991).
O funcionamento humano integral inclui os aspectos físicos, psicológicos,
interpessoais e sociais.
O indivíduo tem potencial para aprender e desenvolver-se.
A forma como o ser humanos preenche as necessidades de autocuidado não é
instintiva, mas um comportamento aprendido. Os fatores que afetam o
aprendizado incluem a idade, capacidade de mental, a cultura, a sociedade e
o estado emocional do indivíduo. Se o indivíduo não pode aprender as
medidas de autocuidado, outros devem aprender e proporciona-los.
( WANDA DE AGUIAR HORTA.
SER HUMANO.
. O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como ta,l sujeito
a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço.
. O ser humano está em constante interação com o universo, dando e
recebendo energia.
- A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de
equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço.
Resulta, pois:
1. O ser humano como parte integrante do universo está sujeito a estados
de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço.
O ser humano se distingue dos demais seres do universo por sua capacidade
de reflexão, por ser dotado do poder de imaginação e simbolização e poder
unir presente, passado e futuro.
-Estas características do ser humano permitem sua unicidade,
autenticidade e individualidade.
-O ser humano, por suas características, é também agente de mudanças
no universo dinâmico, no tempo e no espaço;
consequentemente:
2. O ser humano, como agente de mudança, é também a causa de equilíbrio e
desequilíbrio em seu próprio dinamismo.
- Os desequilíbrios geram no ser humano, necessidades que se
caracterizam por estados de tensão conscientes e inconscientes que o
levam a buscar a satisfação de tais necessidades para manter seu
equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço.
- As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem
desconforto, e se este se prolonga é causa de doença.
- Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço
SAÚDE
( DOROTHEA E. OREN
SAUDE. Oren apóia a definição da organização mundial de saúde como estado
de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de da doença
ou da enfermidade. Ela constata que os aspectos físico, psicológico,
interpessoal e social são inseparáveis no indivíduo. Oren também apresenta
a saúde como base do conceito de cuidado preventivo de saúde. Esse cuidado
inclui a promoção e a manutenção da saúde- prevenção primária, o tratamento
da doença ou da lesão- prevenção secundária, prevenção de complicações –
prevenção terciária.
( WANDA DE AGUIAR HORTA
SAUDE. 2. O ser humano, como agente de mudança, é também a causa de
equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo.
- Os desequilíbrios geram no ser humano, necessidades que se caracterizam
por estados de tensão conscientes e inconscientes que o levam a buscar a
satisfação de tais necessidades para manter seu equilíbrio dinâmico no
tempo e no espaço.
- As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem
desconforto, e se este se prolonga é causa de doença.
- Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço.
AMBIENTE
( DOROTHEA E. OREM
São requisitos de autocuidado universais, demandas que a espécie humana
possui, seja por sua condição biológica, seja por sua condição sócio-
psicológica, não significando, porém, que para todos os seres humanos será
igual em qualidade e em quantidade. São eles:
- manutenção suficiente de suporte de ar, água, alimentos.
- Provisão de cuidados associados aos processos de eliminação e
excreção,
- Manutenção do balanço entre estar só e a interação social,
- Prevenção de risco à vida, ao funcionamento e bem-estar como ser
humano
( WANDA DE AGUIAR HORTA
AMBIENTE
. O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como tal, sujeito
a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço.
. O ser humano está em constante interação com o universo, dando e
recebendo energia.
- A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de
equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço.
ENFERMAGEM
( DOROTHEA E. OREN
ENFERMAGEM. O sistema de enfermagem, delineado pela enfermeira, é baseado
nas necessidades de autocuidado e nas capacidades do paciente para
desempenhar as atividades de autocuidado. Se houver um déficit de
autocuidado, isto é, se houver um déficit entre o que o indivíduo pode
fazer (ação de autocuidado) e o que precisa ser feito para manter o
funcionamento ideal (exigência de autocuidado) a enfermagem é exigida.
( WANDA DE AGUIAR HORTA
ENFERMAGEM. A enfermagem é um serviço prestado ao INDIVÍDUO, FAMÍLIA E
COMUNIDADE. A enfermagem é parte integrante da equipe de saúde, do que
resulta:
. Como parte integrante da equipe de saúde, a enfermagem mantém o
equilíbrio dinâmico, previne desequilíbrios e reverte desequilíbrios em
equilíbrio do ser humano, no tempo e no espaço.
- O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas para seu
completo bem estar.
- O conhecimento do ser humano a respeito do atendimento de suas
necessidades é limitado por seu próprio saber, exigindo, por isto, o
auxílio de profissional habilitado.
- Em estados de desequilíbrio esta assistência se faz mais necessária.
- Todos os conhecimentos e técnicas acumuladas sobre a enfermagem dizem
respeito ao cuidado do ser humano, isto é, como atendê-lo em suas
necessidades básicas.
- A enfermagem assiste o ser humano no atendimento de suas necessidades
básicas, valendo-se para isto dos conhecimentos e princípios científicos
das ciências físico-químicas, biológicas e psicossociais. A conclusão será:
A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde implementa estados
de equilíbrio, previne estados de desequilíbrio e reverte desequilíbrios
em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas
necessidades básicas; procura sempre reconduzi-lo à situação de equilíbrio
dinâmico no tempo e espaço.
Desta teoria decorrem conceitos, proposições e princípios que fundamentam a
ciência de enfermagem.
Enfermagem é a arte e a ciência de assistir o ser humano no atendimento de
suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência
quando possível, pelo ensino do auto-cuidado; de recuperar, manter e
promover a saúde em colaboração com outros profissionais.
Assistir em enfermagem é fazer pelo ser humano aquilo que ele não pode
fazer por si mesmo, ajudar ou auxiliar quando parcialmente impossibilitado
de se autocuidar; orientar ou ensinar, supervisionar e encaminhar a outros
profissionais.
As funções da(o) enfermeira(o) podem ser consideradas em três áreas ou
campos de ação distintos.
a ) Área específica: assistir o ser humano no atendimento de suas
necessidades básicas e torná-lo independente desta assistência, quando
possível, pelo ensino do auto- cuidado.
b ) Área de interdependência ou de colaboração: a sua atividade na equipe
de saúde nos aspectos de manutenção, promoção e recuperação da saúde.
c ) Área Social: dentro de sua atuação como um profissional a serviço da
sociedade, função de pesquisa, ensino, administração, responsabilidade
legal e de participação na associação de classe (figura 2) .
A ciência da enfermagem compreende o estudo das necessidades humanas
básicas, dos fatores que alteram sua manifestação e atendimento, e na
assistência a ser prestada.
Alguns princípios podem também ser deduzidos :
Enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e
individualidade do ser humano.
A enfermagem é prestada ao ser humano e não à sua doença ou
desequilíbrio.
Todo o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação.
A enfermagem reconhece o ser humano como membro de urna família e de
uma comunidade.
A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo de seu
autocuidado.
Para que a enfermagem atue eficientemente, necessita desenvolver sua
metodologia de trabalho que está fundamentada no método científico. Este
método de atuação da enfermagem é denominado processo de enfermagem.
TEÓRICAS ORIENTADAS PARA OS SISTEMAS
SER HUMANO
( MADELEINE M. LEININGER
SERES HUMANOS são melhor representados em seus pressupostos. Os homens são
considerados capazes de cuidar e preocupar-se com as necessidades de bem-
estar, e a sobrevivência dos outros. O cuidado humano é universal, ou seja,
é visto em todas as culturas. Os homens tem sobrevivido nas culturas ao
longo do lugar e tempo porque são capazes de cuidas dos bebês, das
crianças, e dos idosos de maneiras variadas e em muitos ambientes
diferentes. Assim, os homens são universalmente seres cuidadores que
sobrevivem numa diversidade de culturas pela sua capacidade de proporcionar
a universalidade do cuidado de várias maneiras e de acordo com as
diferentes culturas, necessidades e situações.
A enfermagem, como ciência do cuidado deve enfocar além da interação
tradicional enfermeira-paciente, incluir famílias, grupos, comunidade,
culturas completas e instituições, assim como as instituições mundiais de
saúde, e a forma de desenvolvimento e políticas e práticas de enfermagem
internacionais, pois em muitas culturas as instituições e as famílias
dominam. Há culturas em que as pessoas não são um conceito importante,
podendo até não haver o termo pessoa no idioma.
( MYRA ESTRIN LEVINE
SERES HUMANOS – quando a pessoa está sendo estudada o foco deve ser a
integridade. Sustenta que uma pessoa não pode ser compreendida fora do
contexto do tempo, lugar no qual ela interage ou está isolada da influência
de tudo que acontece ao seu redor. Os seres humanos não só apenas são
influenciados por suas circunstâncias imediatas, mas também suportam carga
de uma vida inteira de experiências que ficaram registradas nos tecidos do
corpo bem como na mente e no espírito. Os seres humanos estão em contínua
adaptação em sua interação com o ambiente. O processo de adaptação resulta
em conservação. Os seres humanos necessitam da enfermagem quando estão
sofrendo e podem pôr a independência de lado e aceitar os serviços do
outro.
SAÚDE
( MADELEINE M. LEININGER
SAUDE. Ela fala de sistemas de saúde, práticas de atendimento de saúde,
mudança de padrões de saúde, promoção de saúde e manutenção de saúde. A
saúde é um conceito importante na enfermagem transcultural. Devido à ênfase
sobre a necessidade de as enfermeiras conhecerem a cultura específica na
qual a enfermagem está sendo praticada, presume-se que a saúde seja vista
como universal nas culturas, porém definida em cada uma delas de uma
maneira que reflete as crenças, os valores e as práticas daquela
determinada cultura. Assim a saúde é tanto universal como diversificada.
( MYRA ESTRIN LEVINE
SAUDE. Sugere que saúde e doença são padrões de mudança adaptativa. Algumas
adaptações têm mais êxito do que outras, Todas as adaptações estão em busca
do melhor ajuste com o ambiente. As adaptações mais bem sucedidas são
aquelas que conseguem o melhor ajuste de maneira mais conservadora. A saúde
é o objetivo da conservação. Ela também discute as palavras SAUDE,
INTEGRIDADE, TODO como derivadas da mesma palavra raiz e que, mesmo com a
multiplicidade de definições de saúde, cada indivíduo ainda define saúde
por si mesmo.
AMBIENTE
( MADELEINE M. LEININGER
AMBIENTE. NESTA TEORIA O contexto ambiental é definido como sendo a
totalidade de um evento, situação ou experiência. A definição de cultura de
Leininger, enfoca um determinado grupo-sociedade e a padronização de ações,
pensamentos e decisões que ocorre como resultado de valores, crenças e
normas aprendidos, compartilhados e transmitidos. Esse aprendizado,
compartilhamento, transmissão e padronização ocorrem dentro de um grupo de
pessoas que funciona como um cenário ou ambiente identificável.
( MYRA ESTRIN LEVINE
AMBIENTE. Utiliza a classificação de Bates. Existem três tipos de ambiente:
1º ambiente operacional – consiste de forças naturais não detectadas que
atingem o indivíduo.
2º ambiente perceptivo - consiste de informações que são registradas pelos
órgãos sensoriais.
3º ambiente conceitual - influenciado pela cultura, idéias, e cognição.
Os esforços para compreender o ambiente e o papel que ele desempenha sobre
os indivíduos é vital. "É o sistema social que em todas as gerações e em
todos os lugares, determina os valores que dirigem e define as regras pelas
quais seus integrantes são julgados. A integridade social do indivíduo
espelha a comunidade à qual ele pertence.
ENFERMAGEM
( MADELEINE M. LEININGER
ENFERMAGEM. Define enfermagem como uma profissão e uma disciplina
científica aprendida e humanista, enfocada em fenômeno e nas atividades do
cuidado humano para assistir, apoiar, facilitar ou capacitar indivíduos ou
grupos a manterem ou readiquirirem seu bem-estar (saúde) em formas
culturalmente significativas e benéficas ou para ajudar a pessoa a
enfrentar a deficiência ou morte (Leininger, 1991).
( MYRA ESTRIN LEVINE
ENFERMAGEM. Para Levine o propósito da enfermagem é cuidar dos outros
quando eles necessitam de cuidados. A pessoa que fornece serviços de
enfermagem tem cargas especiais de preocupação uma vez que a permissão para
entrar nas metas de
vida de outro ser humano carrega dívidas onerosas de responsabilidade e
escolha. O relacionamento enfermeiro-paciente se baseia na participação
intencional de ambas as partes, e nesses relacionamentos não pode haver um
substituto para a honestidade, imparcialidade e respeito mútuo. A teoria da
enfermagem é finalmente posta a prova nas trocas diárias pragmáticas e
simples entre enfermeira-paciente... seu sucesso é demonstrado em sua
capacidade de equipar os indivíduos com força renovada para continuarem
suas vidas com independência, realização, esperança e promessa."
TEÓRICAS ORIENTADAS PARA A INTERAÇÃO
SER HUMANO
( IMOGENE M. KING
SERES HUMANOS – São seres sociais, reativos, perceptivos, controladores,
intencionais e orientados no para a ação e o tempo. A partir dessas crenças
desenvolveu os seguintes pressupostos que são específicos para a interação
enfermeira-cliente:
- as percepções influenciam o processo de interação.
- as metas, as necessidades e os valores da enfermeira e do cliente
influenciam o processo de interação.
- Os indivíduos têm direito de conhecimento sobre eles mesmos.
- Os indivíduos têm direito de participar das decisões que influenciam a
sua vida, a sua saúde e os serviços comunitários.
- Os profissionais de saúde têm a responsabilidade de compartilhar a
informação que ajudará o indivíduo a tomar decisões sobre o seu
atendimento de saúde.
- Os indivíduos têm o direito de aceitar ou de recusar o atendimento de
saúde.
- As metas dos profissionais de saúde as metas do receptor do atendimento
de saúde podem ser incongruentes.
Afirma que as enfermeiras estão preocupadas com o ser humano interagindo
com o seu ambiente de maneiras que levam ao auto preenchimento e à
manutenção da saúde. Os seres humanos tem três necessidades fundamentais de
saúde:
1ª necessidade de informação de saúde que seja no momento necessária e que
possa ser utilizada.
2ª necessidade de atendimento que procura prevenir a doença.
3ª necessidade de atendimento quando os seres humanos são incapazes de
cuidar de si mesmos.
Ela afirma que "as enfermeiras estão em uma posição para investigarem o
que as pessoas sabem sobre a sua saúde, o que elas pensam sobre a sua saúde
e como elas agem para mantê-la."
( HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN
SERES HUMANOS são pessoas holísticas, com sistemas interagentes –
biofísicos, psicológicos, sociais, cognitivos, e bases genéticas e impulso
espiritual inerentes.
O holismo implica o todo ser maior que a soma das partes e é diferente da
definição da pessoa como um agregado de das partes e do todo sendo igual à
soma das partes. As teorias de Erik Erikson, Abraham Maslow, Jean Piaget, e
George Engel são básicas na descrição de como as pessoas são semelhantes,
considerando serem seres holísticos que querem desenvolver seu
potencial.Todos os seres humanos tem necessidades básicas que motivam o
comportamento, incluindo o impulso denominado individuação-afiliada. Apesar
de os seres humanos compartilharem esses pontos comuns, cada indivíduo é
único. As pessoas diferem umas das outras como resultado de sua bagagem
individual herdada, sua capacidade situacional para mobilizar recursos para
reagir aos estressores da vida e seus modelos de mundo.
SAÚDE
( IMOGENE M. KING
SAUDE. É definida como experiência dinâmica de vida do ser humano, que
implicam o ajustamento constante aos estressores no ambiente interno e
externo através do uso ideal dos próprios recursos para atingir o potencial
máximo para a vida diária. E como um estado dinâmico no indivíduo no qual
a mudança é constante e permanente e pode ser vista como a capacidade do
indivíduo para funcionar em seus papéis habituais. King afirma que a saúde
não é uma continuidade mais um estado holístico. As características de
saúde são genéticas, subjetivas, relativas, dinâmicas, ambientais,
funcionais, culturais e perceptivas. Ela discute a saúde como um estado
funcional e a doença como uma interferência nesse estado. Define a doença
como um desvio do normal, isto é, um desequilíbrio na estrutura biológica
da pessoa, ou em seu esquema psicológico, ou um conflito nos
relacionamentos saciais da pessoa.
( HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN
SAUDE. A definição de saúde é consistente com a da OMS - saúde é um estado
de bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou
da enfermidade. Escrevem que a saúde tem conotação com o equilíbrio
dinâmico entre os vários subsistemas. Esse equilíbrio dinâmico implica um
equilíbrio adaptativo pelo qual o indivíduo aprende a enfrentar
construtivamente os estressores da vida, mobilizando os recursos de
enfrentamento internos e externos e não deixando nenhum sistema em risco
quando a adaptação ocorrer.
AMBIENTE
( IMOGENE M. KING
AMBIENTE. A sociedade pode ser vista como a porção dos sistemas sociais da
estrutura de sistemas abertos. Em sua teoria os três sistemas forma os
ambientes que influenciam os indivíduos:
1º sistemas pessoais – cada indivíduo é um sistema pessoal. Para o sistema
pessoal os conceitos relevantes são: percepção, o ser, o crescimento, o
desenvolvimento, a imagem corporal, o espaço, o aprendizado e o tempo.
2º sistemas interpessoais - são formados pelos seres humanos interagindo.
3º sistemas sociais - é definido como sistema de limites organizados de
regras sociais, comportamentos e práticas desenvolvidas para manter os
valores e os mecanismos que regulam as práticas e as regras.
( HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN
AMBIENTE. O ambiente é visto como interno e externo, e inclui tanto os
estressores quanto os recursos para adaptação a eles. Os estressores
existem sempre e são necessários para o crescimento geral e o favorecimento
da vida todos os indivíduos tem recursos tanto internos como externos para
lidar com os estressores. Os recursos potenciais existem e os indivíduos
talvez necessitem de auxílio para se conscientizarem sobre eles e assim
mobilizá-los construtivamente.
ENFERMAGEM
( IMOGENE M. KING
ENFERMAGEM. Um processo de ação, reação e interação pelo qual a enfermeira
e o cliente compartilham informações sobre as suas percepções na situação
de enfermagem e como um processo de interação humanas entre a enfermeira e
o cliente através do qual cada um percebe o outro e a situação, e através
da comunicação estabelecem metas, exploram meios e concordam com os meios
para atingir as metas. A meta da enfermeira é ajudar o indivíduo a manter
a sua saúde de
forma que possam funcionar em seus papéis. O âmbito da enfermagem inclui a
promoção, manutenção e restauração da saúde e o atendimento aos doentes,
aos feridos ou aos que estão morrendo.
( HELEN ERICKSON, EVELYN TOMLIN, MARY ANN SWAIN
ENFERMAGEM. A enfermagem é um processo entre a enfermeira e o cliente e
exige um relacionamento interpessoal e interativo. Ela descreve três
características da enfermeira nessa teoria:
1ª Facilitação – implica que a enfermeira ajude o indivíduo a identificar,
a mobilizar e a desenvolver seus próprios pontos fortes.
2ª Nutrimento – é a fusão e a fusão dos processos cognitivos, psicológico e
afetivo, visando auxiliar o cliente a atingir uma saúde holística.
3ª Aceitação incondicional – é a aceitação de cada indivíduo como único
valioso e importante, mesmo sem vínculos.
TEORISTA ORIENTADAS PARA O CAMPO DE ENERGIA
SER HUMANO
( MARTHA E. ROGERS
SERES HUMANOS. Ela apresenta cinco pressupostos sobre os seres humanos:
1º cada homem é presumidamente um ser unificado com individualidade.
2º o ser humano está em troca contínuas de energia com o ambiente.
3º os processos de vida de um ser humano evoluem irreversível e
imprevisivelmente na pandimensionalidade.
4º existe um padrão para a vida.
5º o ser humano é capaz de abstração, visualização, linguagem, pensamento,
sensibilidade e emoções.
Os homens são campos de energia irredutíveis, indivisíveis,
pandimensionais, identificados por padrões e manifestam características e
comportamentos diferentes dos das suas partes e que não podem ser previstos
pelo conhecimento dessas partes.
( MARGARET NEWMAN
SERES HUMANOS. Os seres humanos são unitários com o ambiente. Não existem
limites. Os seres humanos são identificados por seus padrões. Os padrões do
indivíduo são integrantes dos de sua família e, por outro lado, estes são
integrantes dos padrões da comunidade e da sociedade. Os homens dirigem-se
para uma organização sempre crescente e são capazes de tomar decisões. O
progresso para um nível superior de organização ocorre, com freqüência,
após um período de desorganização ou ponto de escolha, quando as formas
antigas não mais funcionam. O movimento é um ponto de escolha crucial na
evolução da consciência e é a expressão da consciência. A restrição do
movimento, força a pessoa além do espaço-tempo.
SAÚDE
( MARTHA E. ROGERS
SAÚDE : A SAÚDE NÃO É ABORDADA ESPECIFICAMENTE e em realidade, ser vista
como um estado não é apropriado à teoria de Rogers. Ela considera a saúde
um termo de valor. Para ela a doença, patologia e a saúde são termos de
valor. Os termos de valor modificam-se e, quando discutimos em nível da
dinâmica de comportamentos manifestados pelo campo humano, necessitam ser
definidos individualmente.
( MARGARET NEWMAN
SAUDE é a expansão da consciência: o padrão do todo em evolução, a
explicação do descobrimento da ordem implicada. Newman propõe que as
flutuações no padrão, identificadas como doenças, podem proporcionar o
distúrbio necessário para reorganizar os relacionamentos de um padrão mais
harmoniosamente. A doença pode atingir aquilo que a pessoa queria mas não
tinha sido capaz de reconhecer; pode proporcionar ou representar o
desequilíbrio necessário para manter o intercâmbio vital ativo com o
ambiente. Crescemos ou evoluímos através da experiência do desequilíbrio e
aprendendo como atingir um novo sentido de equilíbrio. Portanto a doença
pode ser vista como padrão emergente quanto como expansão da consciência. É
importante lembrar que apesar de o indivíduo apresentar o padrão emergente
denominado doença, esse padrão relaciona-se e afeta os padrões de outros
-família, amigos, comunidade. Como sistemas de energia abertos em interação
constante, os homens influenciam os padrões uns dos outros e evoluem
juntos.
AMBIENTE
( MARTHA E. ROGERS
AMBIENTE. Consiste da totalidade de padrões externos existentes no
indivíduo. Tanto o indivíduo como o ambiente são considerados sistemas
abertos. O ambiente é um campo de energia irredutível, indivisível,
pandimensional identificado por padrões e integrado ao campo humano.
( MARGARET NEWMAN
AMBIENTE. – os seres humanos são unitários com o ambiente.
ENFERMAGEM
( MARTHA E. ROGERS
ENFERMAGEM. É uma arte e uma ciência humanística e humanitária. É dirigida
ao homem unitário e preocupa-se com a natureza e a direção do
desenvolvimento humano. A meta das enfermeiras é participar do processo de
mudança de forma que as pessoas possam se beneficiar.
( MARGARET NEWMAN
ENFERMAGEM. Define a enfermagem como o "cuidado na experiência de saúde
humana". Acredita que cuidar é imperativo moral para a enfermagem. Com base
na declaração de Moss,(1981) para o amor ela diz que cuidar é algo que
transforma a nós todos e tudo o que fazemos mais do que ser algo que
fazemos. Cuidar reflete o todo da pessoa. Cuidar exige que sejamos abertos,
e ser aberto é ser vulnerável. Ser vulnerável pode levar ao sofrimento, o
que tendemos a evitar. Evitar o sofrimento pode prejudicar os nossos
esforços em direção a níveis superiores de consciência. "A necessidade é de
deixar correr , abraçar a nossa experiência e permitir a descoberta da
expansão da consciência."(Newman, 1994). Sem o cuidado a enfermagem não
ocorre.
Bibliografia
ALMEIDA, Maria Lúcia Puntel e ROCHA, Juan Stuardo Yaszlle. O saber de
enfermagem e sua dimensão prática. 2ª ed. São Paulo:Cortez, 1999.
CARRARO&WESPHALEN. Metodologias para a assistência de
Enfermagem:teorizações, modelos e subsídios para a prática.
Goiânia:AB,2001.
GEORGE, Julia B. e colaboradores. Teorias de Enfermagem -os fundamentos à
prática profissional. 4ª edição. Porto Alegre: Artes Medicas Sul, 2000.
HORTA, Wanda de Aguiar. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU, 1979.
LEOPARDI, Maria Tereza. Teorias em Enfermagem: instrumentos para a
prática.Florianópolis:Papa Livros, 1999.
PARTE 2
ASPECTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS LIGADOS A SAE
CAPÍTULO 1. ASPECTOS LEGAIS
Para o estudo da legislação sobre a SAE, exporemos alguns textos na
íntegra, outros, somente as partes que consideramos importante enfatizar.
a) Lei n 7.498/86: Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem
e dá outras providências.
O presidente da República faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional,
observadas as disposições desta Lei.
Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser
exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho
Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício.
Parágrafo único - A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro,
pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira,
respeitados os respectivos graus de habilitação.
Art. 3º - O planejamento e a programação das instituições e serviços de
saúde incluem planejamento e programação de Enfermagem.
Art. 6º - São enfermeiros:
I - o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino,
nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira
obstétrica, conferidos nos termos da lei;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do
diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou
equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país,
registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de
Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título
de Enfermeiro conforme o disposto na alínea "d" do Art. 3º. do Decreto nº
50.387, de 28 de março de 1961.
Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-
lhe:
I - privativamente:
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da
instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade
de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades
técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos
serviços de assistência
de Enfermagem;
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;
i) consulta de Enfermagem;
j) prescrição da assistência de Enfermagem;
l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;
II - como integrante da equipe de saúde:
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e
em rotina aprovada pela instituição de saúde;
Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio,
envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau
auxiliar, e participação no planejamento da assistência de Enfermagem,
cabendo-lhe especialmente:
Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de
natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob
supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em
processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:
Brasília, em 25 de junho de 1986, 165º da Independência e 98º da
República.
José Sarney
Almir Pazzianotto Pinto
Lei nº 7.498, de 25.06.86 publicada no DOU de 26.06.86 Seção I - fls.
9.273 a 9.275
b) Decreto n 94.406/87 : 'Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de
1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o
Art. 81, item III, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25
da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986,
Decreta:
Art. 1º - O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições
da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus de
habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de
Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no
Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.
Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de
Enfermagem no seu planejamento e programação.
Art. 3º - A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do
programa de Enfermagem.
Art. 4º - São Enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino,
nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira
Obstétrica, conferidos nos termos da lei;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do
diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou
equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as respectivas leis,
registradas em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de
Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título
de Enfermeira conforme o disposto na letra "d" do Art. 3º. do Decreto-lei
Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe:
I - privativamente:
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades
técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos
serviços da assistência de Enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;
e) consulta de Enfermagem;
f) prescrição da assistência de Enfermagem;
q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência
de saúde;
Art. 10 - O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível
médio técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
I - assistir ao Enfermeiro:
Art. 11 - O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de
nível médio atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além
de outras atividades de Enfermagem...
Brasília, 08 de junho de 1987;
José Sarney
Eros Antonio de Almeida
Dec. nº 94.406, de 08.06.87 publicado no DOU de 09.06.87 seção I - fls.
8.853 a 8.85
c) CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
CAPÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º - A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser
humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde
e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais.
Art. 2º - O profissional de Enfermagem participa, como integrante da
sociedade, das ações que visem satisfazer às necessidades de saúde da
população.
Art. 3º - O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os
direitos da pessoa humana, em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de
qualquer natureza.
Art. 4º - O profissional de Enfermagem exerce suas atividades com justiça,
competência, responsabilidade e honestidade.
Art. 5º - O profissional de Enfermagem presta assistência à saúde visando à
promoção do ser humano como um todo.
Art. 6º - O profissional de Enfermagem exerce a profissão com autonomia,
respeitando os preceitos legais da Enfermagem.
CAPÍTULO II
Dos Direitos
Art. 9º - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de
cumprir o presente Código e a Lei do Exercício Profissional.
CAPÍTULO III
Das Responsabilidades
Art. 16 - Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 18 - Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos,
científicos e culturais, em benefício da clientela, coletividade e do
desenvolvimento da profissão.
Art. 20 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades
profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em
equipe.
CAPÍTULO IV
Dos Deveres
Art. 24 - Prestar à clientela uma assistência de Enfermagem livre dos
riscos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência.
Art. 25 - Garantir a continuidade da assistência de Enfermagem.
Art. 33 - Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia,
negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde.
d) Resolução COFEN-272/2002 : SAE
O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no uso de suas atribuições
legais e regimentais;
CONSIDERANDO a Constituição Federativa do Brasil, promulgada em 05 de
outubro de 1998 nos artigos 5º, XII e 197;
CONSIDERANDO a Lei nº 7.498/86 c.c. o Decreto nº 94.406/86, respectivamente
no artigo 11, alíneas "c", "i" e "j" e artigo 8º, alíneas "c", "e" e "f";
CONSIDERANDO o contido no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem,
aprovado pela Resolução COFEN 240/2000;
CONSIDERANDO o disposto nas Resoluções-COFEN nºs 195/1997, 267/2001 e
271/2002;
CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, sendo
atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho
científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando
ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção,
prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e
comunidade;
CONSIDERANDO a institucionalização da SAE como prática de um processo de
trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial
a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro;
CONSIDERANDO que a implementação da SAE constitui, efetivamente, melhora na
qualidade da Assistência de Enfermagem;
CONSIDERANDO os estudos elaborados pela CTA/COFEN, nos autos do PAD-COFEN
Nº 48/97;
RESOLVE:
Art. 1º - Ao Enfermeiro incumbe:
I - Privativamente:
A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo
de enfermagem, que compreende as seguintes etapas:
Consulta de Enfermagem
Compreende o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição
e evolução de enfermagem.
Para a implementação da assistência de enfermagem, devem ser considerados
os aspectos essenciais em cada uma das etapas, conforme descriminados a
seguir:
Histórico: Conhecer hábitos individuais e biopsicossociais visando a
adaptação do paciente à unidade de tratamento, assim como a identificação
de problemas.
Exame Físico: O Enfermeiro deverá realizar as seguintes técnicas:
inspeção, ausculta, palpação e percussão, de forma criteriosa, efetuando o
levantamento de dados sobre o estado de saúde do paciente e anotação das
anormalidades encontradas para validar as informações obtidas no histórico.
Diagnóstico de Enfermagem: O Enfermeiro após ter analisado os dados
colhidos no histórico e exame físico, identificará os problemas de
enfermagem, as necessidades básicas afetadas e grau de dependência, fazendo
julgamento clínico sobre as respostas do individuo, da família e
comunidade, aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais.
Prescrição de Enfermagem: É o conjunto de medidas decididas pelo
Enfermeiro, que direciona e coordena a assistência de Enfermagem ao
paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção,
promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde.
Evolução de Enfermagem: É o registro feito pelo Enfermeiro após a avaliação
do estado geral do paciente. Desse registro constam os problemas novos
identificados, um resumo sucinto dos resultados dos cuidados prescritos e
os problemas a serem abordados nas 24 horas subseqüentes.
Artigo 2º - A implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem
- SAE - deve ocorrer em toda instituição da saúde, pública e privada.
Artigo 3º - A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE deverá ser
registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo
ser composta por:
-Histórico de enfermagem
-Exame Físico
-Diagnóstico de Enfermagem
-Prescrição da Assistência de Enfermagem
-Evolução da Assistência de Enfermagem
-Relatório de Enfermagem
Parágrafo único: Nos casos de Assistência Domiciliar - HOME CARE - este
prontuário deverá permanecer junto ao paciente/cliente/usuário assistido,
objetivando otimizar o andamento do processo, bem como atender o disposto
no Código de Defesa do Consumidor.
Artigo 4º - Os CORENS, em suas respectivas jurisdições, deverão promover
encontros, seminários, eventos, para subsidiar técnica e cientificamente os
profissionais de Enfermagem, na implementação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem - SAE;
Artigo 5º - É de responsabilidade dos CORENS, em suas respectivas
jurisdições, zelar pelo cumprimento desta norma.
Artigo 6º - Os casos omissos, serão resolvidos pelo COFEN.
Artigo 7º - A presente resolução entra em vigor na data de sua publicação,
revogando disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2002.
Gilberto Linhares Teixeira -Coren-RJ Nº 2.380 - Presidente
Carmem de Almeida da Silva- Coren-SP Nº 2.254- Primeira Secretária
d) Decisão COREN-MT 025/2004: SAE
" "Dispõe sobre a implantação e / ou implementação da "
" "Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE nas "
" "instituições de saúde, no âmbito do Estado de Mato "
" "Grosso". "
O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso, no exercício de suas
atribuições legais e regimentais, asseguradas no inciso II, III, VIII e XIV
artigo 15 da lei nº 5.905/73, e a deliberação do Plenário do COREN-MT na 2ª
Sessão da 340ª Reunião Ordinária de Plenário.
CONSIDERANDO art.5º, inciso XII e art.197 da Constituição Federativa do
Brasil;
CONSIDERANDO as alíneas "c", "i" e "j", art.11 da Lei 7.498/86 e as alíneas
"c", "e" e "f", art.8º do Decreto 94.406/87;
CONSIDERANDO o contido no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.
CONSIDERANDO o disposto nas Resoluções COFEN nº 195/1997, 267/2001,
271/2002 e 272/2003;
CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE sendo
uma atividade privativa do Enfermeiro, utiliza método e estratégia de
trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença,
subsidiando a prescrição e implementação de ações de Assistência de
Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação em saúde do indivíduo, família e comunidade;
CONSIDERANDO a institucionalização da Sistematização da Assistência de
Enfermagem - SAE como a prática de um processo de trabalho adequado às
necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em
todas as áreas de assistência à saúde pelo Enfermeiro;
CONSIDERANDO que a implementação da Sistematização da Assistência de
Enfermagem - SAE constitui, efetivamente, na melhoria da qualidade da
Assistência de Enfermagem;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem é o primeiro contato com o
cliente para a identificação de problemas de saúde que conduz ao
Diagnóstico de Enfermagem, características definidoras em relação aos
fatores de risco e níveis de prevenção;
CONSIDERANDO que o exercício da Consulta de Enfermagem implica em
conhecimento, competência, capacidade de delegar, criatividade e
afetividade, prerrogativas estas que só serão reforçadas por estudos em
profundidade e extensão de modo contínuo, ou seja, educação continuada;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem beneficiará o Enfermeiro na sua
prática profissional, disponibilizando ao cliente melhor qualificação e
resolutividade dos problemas face à adequada aplicação da metodologia
científica no processo assistencial elevando a qualidade dos serviços da
Enfermagem;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem deve ser realizada em nível
hospitalar, ambulatorial, a domicílio, em consultório particular ou em
outro local;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem é uma das atividades – fim
autônoma que independe da supervisão de outro profissional;
CONSIDERANDO que a Consulta de Enfermagem caracteriza o Enfermeiro como
profissional liberal, pois permite ao cliente expressar seus sentimentos,
facilitando a ambos identificar os problemas de saúde, priorizando sua
resolutividade, dentro de um processo participativo, estabelecendo o
vínculo enfermeiro / cliente;
CONSIDERANDO ainda que a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE
é um plano: sistemático, ordenado, metódico das ações do Enfermeiro e da
Enfermagem;
CONSIDERANDO Decisão COFEN N.º 015/2004 que homologa os atos do COREN-MT
dispostos na presente Decisão.
DECIDE:
Artigo 1º - Incumbe ao Enfermeiro:
I – Privativamente:
A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo
de Enfermagem, que compreende as seguintes etapas:
Consulta de Enfermagem
Compreendem o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição
e evolução de Enfermagem. Para implantação da Sistematização da Assistência
de Enfermagem – SAE, devem ser considerados os aspectos essenciais em cada
etapa conforme a seguir:
Histórico
Consiste em escutar atentamente, o cliente encorajando-o a se
expressar plenamente para que se conheçam seus hábitos individuais e
biopsicossociais (percepções e expectativas do cliente e de sua família,
condições sócio-econômicas, condições ambientais, composição familiar,
nutrição, hidratação, eliminações, oxigenação, sono e repouso, lazer e
recreação, atividade física, reprodução e vida sexual) a fim de identificar
seus problemas.
Exame físico
Visa verificar criteriosamente peso e altura, pressão arterial, exame da
cabeça, face, olhos, ouvidos, nariz, pele e mucosas, extremidades, estado
de higiene pessoal e vestimenta, bem como as características físicas
próprias e os sinais e sintomas físicos de seus problemas de saúde.
Diagnóstico de Enfermagem
O Enfermeiro identificará problemas a serem atendidos após colher
informações do cliente e constatação dos achados clínicos ou laboratoriais.
Este diagnóstico deve ser modificado conforme for indicando mudanças das
respostas do cliente ao seu estado de saúde.
Prescrição de Enfermagem
Determinação e execução de ações voltadas para o atendimento e solução dos
problemas identificados incluindo-se: processo educativo que estimule o
autocuidado; indicação de medicamentos e tratamentos, vacinas, exames
laboratoriais, orientação alimentar, etc estabelecidos pelo serviço de
saúde e encaminhamentos a outros profissionais.
Evolução de Enfermagem
É o acompanhamento e análise da evolução da situação de saúde do cliente em
termos de resolução ou não dos problemas identificados, enfim, é um resumo
dos cuidados prescritos e realizados e as atividades a serem desenvolvidas
nas vinte (24) horas subseqüentes.
Relatório de Enfermagem
Consiste no registro das ações de Enfermagem, objetivando dar continuidade
à assistência, para fins éticos e realização de pesquisas, devendo ser
redigido dentro de normas com facilidade de interpretação, com qualidade de
informação e legibilidade.
Artigo 2º - A implantação e implementação da Sistematização da Assistência
de Enfermagem - SAE, torna-se obrigatória em toda instituição de saúde,
pública e privada (incluindo-se a Assistência Domiciliar Home Care).
Artigo 3º - A Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, deverá ser
registrada formalmente no prontuário do cliente.
Parágrafo Único – Nos casos de Assistência Domiciliar – Home Care este
prontuário deverá permanecer junto ao cliente assistido, para que se
acompanhe o andamento da assistência, bem como atender ao disposto no
Código de Defesa do Consumidor.
Artigo 4º - É responsabilidade da instituição de saúde pública e privada
subsidiar técnica e cientificamente os profissionais de Enfermagem, na
implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem
- SAE, obedecendo-se os seguintes prazos a seguir:
a) até nove meses à partir da publicação: a todos os pacientes considerados
graves / críticos e de Unidade de Terapia Intensiva (adulto, infantil e
neo – natal) e um mínimo percentual de 10% e 20% a ser determinado pelo
Enfermeiro, nos casos de Assistência Domiciliar – Home Care e
Ambulatórios, considerando – se a incidência epidemiológica e / ou
cadastro epidemiológico associado aos níveis de riscos envolvidos;
b) até doze meses à partir da publicação: a todos os pacientes internados
ou assistidos (casos de Ambulatórios, Assistência Domiciliar – Home
Care);
c) até nove meses à partir da publicação: a todo paciente portador de
Doença Crônico – degenerativo, Doença Sexualmente Transmissível ou não,
Gestantes de alto, médio e baixo risco e aos enquadrados dentro do
programa de imunização em todas as Unidades da Rede Básica de Saúde.
Artigo 5º - Os casos omissos no presente ato decisório serão resolvidos
pelo COREN – MT.
Artigo 6º - A presente decisão entrará em vigor após homologação pelo COFEN
e devida publicação no órgão de Imprensa Oficial do Conselho.
Cuiabá-MT, 26 de março de 2004.
Drª. Geralda Lopes da Silva Dr. Vicente
Pereira Guimarães
COREN-MT-1633
COREN-MT-23641
Secretária
Presidente
Bibliografia
www.portalcofen.gov.br
www.coren-mt.gov.br
PARTE 3
O PROCESSO DE ENFERMAGEM
CAPITULO 1. NOÇÕES GERAIS SOBRE 0 PROCESSO DE ENFERMAGEM
Apresentamos definições e Modelos Esquemáticos do Processo de
Enfermagem na visão de diversas autoras.
Segundo Wanda de Aguiar Horta - 1979, o Processo de Enfermagem (PE), é
a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à
assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento de
dinamismo de suas fases ou passos.
1. Histórico de Enfermagem 2.
Diagnóstico de Enfermagem
Indivíduo
6. Prognóstico Família
3. Plano Assistencial
Comunidade
5. Evolução
4. Prescrição
Para Atkinson e Murray-1989, a prática de enfermagem requer
habilidades de observação, comunicação, reflexão, aplicação do conhecimento
das ciências físicas e do comportamento, além de se fazer apreciações e
tomar decisões. O PE é uma tentativa de melhorar a qualidade da assistência
ao paciente, na medida em que é planejada para alcançar as necessidades
específicas do paciente, sendo então redigida de forma a que todas as
pessoas envolvidas no tratamento possam ter acesso ao plano de assistência.
O PE também contribui para o crescimento profissional de cada enfermeiro.
Conforme Bárbara Krass Timby-2001, PE é uma seqüência organizada de etapas
identificadas como levantamento de dados, diagnóstico, planejamento,
implementação e avaliação, utilizada pelos enfermeiros para solucionar
problemas dos pacientes. Quando os enfermeiros colocam em prática os
modelos do processo de enfermagem, os pacientes recebem cuidados altamente
qualificados.
Para as autoras o PE possui sete características distintas: 1ª.
encontra-se no âmbito legal de enfermagem. 2ª baseia-se no conhecimento.
3ªé planejado. 4ª é centrado no paciente. 5ª é voltado a metas. 6ª tem
prioridades. 7ª é dinâmico.
Para Rosalinda Alfaro-Lefevre-2000, o PE é um método sistemático de
prestação de cuidados humanizados, que enfoca a obtenção de resultados
desejados.
1. O QUE É PROCESSO DE ENFERMAGEM?
"Um método sistemático de prestação de cuidados humanizados, que enfoca a
obtenção de resultados desejados..." (Levefre, 2000).
SISTEMÁTICO - por se constituir de 05 fases:
Investigação,
Diagnóstico,
Planejamento,
Implementação,
Avaliação.
HUMANIZADO - porque o planejamento e cuidados consideram exclusivamente
interesses, ideais e desejos da pessoa, família ou comunidade.
PASSOS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM
1. INVESTIGAÇÃO: coleta e exame da informação sobre a situação de saúde
procurando evidências de fatores anormais ou fatores de risco que possam
contribuir para os problemas de saúde.
2. DIAGNÓSTICO = IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: análise dos dados e
identificação dos problemas reais e potenciais que são a base para o plano
de cuidados.
3. PLANEJAMENTO: 04 ETAPAS CHAVE:
3.1. DETERMINAÇÃO DAS PRIORIDADES IMEDIATAS: quais necessitam atenção
imediata? Quais serão encaminhados para outra pessoa? Quais exigem
abordagem multidisciplinar?
3.2. ESTABELECIMENTO DOS RESULTADOS ESPERADOS = metas . O que é esperado
que o paciente ou cliente atinja e em quanto tempo.
3.3. DETERMINAÇÃO DAS INTERVENÇÕES: que intervenções serão prescritas para
obtenção dos resultados?
3.4. REGISTRO OU INDIVIDUALIZAÇÃO DO PLANO DE CUIDADOS: redigir o plano ou
adaptar um plano padronizado.
4. IMPLEMENTAÇÃO: coloca o plano em ação
Investiga a situação atual da pessoa antes de agir
Realiza as intervenções
Comunica e registra
5. AVALIAÇÃO: determina
se os resultados esperados foram atingidos
se as intervenções foram efetivas
se necessárias modificações
existem novas prioridades de cuidados?
CAPÍTULO 2. 1º PASSO DO PROCESSO ENFERMAGEM - INVESTIGAÇÃO.
Características:
Determinação da situação de saúde através da coleta de dados.
A Investigação é um processo permanente
Recursos utilizados para coleta de dados:
cliente, família, comunidade ((((
(( pessoas significativas
registros de enfermagem e médicos (
( consultas verbais ou escritas
estudos diagnósticos e literatura relevante (
A entrevista e o Exame Físico proporcionam as informações mais
significativas, determinarão os demais passos do Processo de Enfermagem.
"As pessoas que procuram o atendimento de saúde, estejam bem ou gravemente
enfermas, se encontram em uma posição extremamente vulnerável, necessitam
saber que estão em boas mãos e que sua principal preocupação será
abordada".Lefevre, 2000.
ANTES DE IR PARA A ENTREVISTA:
organize-se,
não confie na memória,
planeje tempo suficiente,
garanta privacidade,
concentre-se,
visualize-se como sendo confiante, útil, calorosa.
AO INICIAR A ENTREVISTA:
- informar seu nome e posição
- saber nome da pessoa e como quer ser chamada
DURANTE A ENTREVISTA: total atenção, sem pressa.
COMO OUVIR: com empatia, encorajar a falar, ouvir sentimentos assim como
palavras.
COMO SER ACERTIVO AO FAZER PERGUNTAS
1º perguntar sobre o problema principal
2º obtenha informações específicas sobre sinais e sintomas
3º não use perguntas indutoras
4º use declarações exploratórias
5º use técnicas de comunicação que favoreçam sua capacidade de pensar
criticamente *
EXAME FÍSICO
COMO SER ACERTIVO:
1º ser tecnicamente profundo
2º ser sistemático
3º habilidoso
INSPEÇÃO: observar cuidadosamente com dedos, olhos, ouvidos, olfato.
AUSCULTAÇÃO: ouvir com estetoscópio
PALPAÇÃO: tocar e pressionar para testar dor, sentir estruturas
internas.
PERCUSSÃO: golpeara superfície para verificar reflexos ou líquidos
(dedos, martelo de percussão).
AGRUPAMENTO DOS DADOS OBTIDOS
Dados objetivos
Dados subjetivos
Os dados que o enfermeiro coletar serão dispostos conforme modelo
conceitual do serviço de enfermagem, expresso no instrumento elaborado para
realização da Investigação.
Apresento a seguir exemplos de taxonomias que poderão orientar a
elaboração de impressos para coleta de dados, lembrando que devem refletir
o modelo conceitual elaborado pelo serviço de enfermagem da instituição.
Organização dos dados pela Teoria das NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS de
Maslow.
1. NECESSIDADES FISIOLÓGICAS: alimentação, líquidos, oxigênio, eliminação,
calor, conforto físico.
2. NECESSIDADES DE SEGURANÇA:Coisas necessária para segurança física como
bengala, e para a segurança psicológica como brinquedo favorito da criança
3. NECESSIDADE DE AMAR E PERTENCER:Família e pessoas significativas
4. NECESSIDADE DE AUTO-ATUALIZAÇÃO:Necessidade de crescer, modificar-se,
atingir uma meta
Organização dos dados coletados na investigação, conforme TEORIA DAS
NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS segundo Wanda de Aguiar Horta.
1. PSICOBIOLÓGICAS: oxigenação, hidratação nutrição, eliminação, sono e
repouso, exercício e atividade física, sexualidade, abrigo, mecânica
corporal, integridade cutâneo-mucosa, integridade física, Regulação:
térmica, hormonal, neurológica, hidrosalina, eletrolítica, imunológica,
crescimento celular, vascular; percepção: olfativa, gustativa, tátil,
visual, dolorosa; locomoção, ambiente, terapêutica.
2.PSICOSOCIAIS: segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade,
aprendizagem, gregária, recreação, lazer, espaço, orientação no tempo e
espaço, aceitação, auto-realização, auto-estima, auto-imagem, participação,
atenção.
3.PSICOESPIRITUAIS: religiosas ou teológica, ética ou de filosofia de vida.
Organização dos dados coletados na investigação, conforme
PADRÕES FUNCIONAIS DE SAÚDE de Gordon.
1. PERCEPÇÃO DE SAÚDE/CONTROLE DE SAÚDE: Percepção do estado geral de
saúde, do bem-estar. Adesão às práticas preventivas de saúde
2. NUTRICIONAL – METABÓLICO: padrões de ingesta de alimentos e de líquidos,
Equilíbrio hídrico e eletrolítico, capacidade geral de cicatrização.
3. ELIMINAÇÃO: padrões da função excretória: intestinal, urinária e da
pele, e Percepção do cliente.
4. ATIVIDADE/EXERCÍCIO: padrão de exercício-atividades, lazer, recreação e
atividades da vida diária; fatores que interferem no padrão individual
desejado ou esperado.
5. COGNITIVO-PERCEPTIVO: adequação dos modos sensoriais como audição,
visão, paladar, toque, olfato, percepção da dor, as capacidades cognitivas
funcionais
6. SONO/REPOUSO: padrões de sono e períodos de repouso/relaxamento durante
as 24 h do dia, assim como a qualidade e a quantidade.
7. AUTOPERCEPÇÃO/AUTOCONCEITO: atitudes sobre sí mesmo, percepção das
capacidades, imagem corporal, sentido geral de valor e padrões emocionais.
8. PAPEL/RELACIONAMENTO: percepção dos principais papéis e
responsabilidades na Situação de vida atual.
9. SEXUALIDADE/REPRODUÇÃO: satisfação ou insatisfação percebidas com a
sexualidade.Padrão e estágio reprodutivo.
10.ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE: padrões gerais de enfrentamento,
tolerância ao estresse, sistemas de apoio e capacidade percebida para
controlar as situações
11.VALOR/CRENÇAS: valores, metas ou crenças que orientam as escolhas ou
decisões.
Organização dos dados coletados na investigação conforme PADRÕES DA
RESPOSTA HUMANA-PESSOA UNITÁRIA, NANDA. (taxonomia I)
1. TROCAS: situação nutricional, temperatura, eliminação, oxigenação,
circulação, equilíbrio hídrico, pele e mucosas, risco de traumatismo.
2. COMUNICAÇÃO: capacidade de expressar os pensamentos verbalmente,
orientação, deficiência da fala, barreiras idiomáticas.
3. RELAÇÃO: estabelecimento de vínculos, interação social, sistemas de
apoio, desempenho de papel, paternidade, o papel sexual.
4. VALORIZAÇÃO: preferências e práticas religiosas e culturais,
relacionamento com a divindade, percepção do sofrimento, aceitação da
doença.
5. ESCOLHA: capacidade para aceitar ajuda e tomar decisões, adaptações à
situação de saúde, desejo de independência/dependência, negação do
problema, adesão às terapias.
6. MOVIMENTO: tolerância à atividade, capacidade de autocuidado, padrões de
sono, atividades de diversão, história de incapacidade, necessidade de
segurança, amamentação.
7. PERCEPÇÃO: imagem corporal, auto-estima, capacidade de usar os cinco
sentidos, significado de esperança, percepção da capacidade de controlar a
situação atual.
8. CONHECIMENTO: conhecimento sobre a doença atual ou terapias, doenças
prévias, fatores de risco, expectativas sobre a terapia, capacidade
cognitiva, prontidão para aprender, orientação, memória.
9. SENTIMENTO: dor, luto, risco de violência, nível de ansiedade,
integridade emocional.
Organização dos dados coletados na investigação conforme NANDA
(taxonomia II).
1. PROMOÇÃO DA SAÚDE: consciência da saúde, controle da saúde.
2. NUTRIÇÃO: ingestão, digestão, absorção, metabolismo, hidratação.
3. ELIMINAÇÃO: sistema urinário, sistema gastrintestinal, sistema
tegumentar, sistema pulmonar.
4. ATIVIDADE/REPOUSO: sono e repouso, atividade/exercício, equilíbrio de
energia, respostas cardiovasculares e pulmonar.
5.PERCEPÇÃO/COGNIÇÃO:atenção,orientação,sensação/percepção,cognição,comunica
ção6. AUTO-PERCEPÇÃO: auto-conceito, auto-estima, imagem corporal.
7. RELACIONAMENTOS DE PAPEL: papéis do cuidador, relações familiares,
desempenho de papel.
8. SEXUALIDADE: identidade sexual, função sexual, reprodução.
9. ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE: resposta pós-trauma, resposta de
enfrentamento, estresse neuro-comportamental.
10. PRINCÍPIOS DE VIDA: valores, crenças, congruência entre
valores/crença/ação.
11. SEGURANÇA/PROTEÇÃO: infecção, lesão física, violência, riscos
ambientais, processos defensivos, termorregulação.
12. CONFORTO: conforto físico, conforto ambiental, conforto social.
13. CRECIMENTO/DESENVOLVIMENTO: crescimento, desenvolvimento.
ATIVIDADE
1) Agrupar os dados abaixo descritos, conforme teoria que embasa o serviço
de enfermagem.
"1.Homem de 21 anos "10.História de convulsões "
"2.Casado, sem filhos*. "11.Foley drenando urina clara "
"3.Ocupação: Bombeiro* "12.Esposa relata que está sempre constipado"
"4.Altura: 1,82 m; peso: " "
"80 kg. "13.Alimentação por sonda nasogástrica a "
"5.Temperatura: 36,6°C; "cada 4 horas "
"Pulso: 60; Respiração: "14.Extremidades rígidas "
"16. "15.Áreas avermelhadas nos dois cotovelos "
"6.Pressão sanguínea: "16.Alérgico à penicilina "
"110/60 "17.Esposa relata que antes do acidente ele "
"7.Inconsciente devido a "se orgulhava de estar com bom "
"traumatismo cefálico "condicionamento "
"8.Respiração espontânea "18Esposa relata que estavam considerando a "
"9.Pulmões limpos "conversão para o catolicismo antes do "
" "acidente "
a) Organização dos dados pelas Necessidades Humanas Básicas (Maslow)
1. Fisiológicas: 1,4...
2. Segurança:
3. Amar e pertencer:
4. Auto-estima:
5. Auto-atua1ização:
b) Organização dos dados pelos padrões funcionais de saúde de Gordon
1. Padrão de percepção/manutenção da saúde:
2. Padrão nutricional/metabólico:
3. Padrão de eliminação:
4. Padrão de atividade-exercício:
5. Padrão cognitivo-perceptivo:
6. Padrão de sono-repouso:
7. Padrão de autopercepção-autoconceito:
8. Padrão de participação-relacionamento:
9. Padrão de sexualidade-reprodução:
10. Padrão de enfrentamento-tolerância ao estresse:
11. Padrão de valor-crença:
c) Organização dos dados pelos sistemas orgânicos para determinar o que
deve ser encaminhado ao médico
1. Sinais vitais (perfil do cliente):
2. Sistema respiratório:
3. Sistema cardiovascular:
4. Sistema nervoso:
5. Sistema músculo-esquelético:
6. Sistema gastrintestinal:
7. Sistema geniturinário:
8. Sistema tegumentar:
2. Transformar em perguntas abertas.
1. você está se sentindo melhor?
2. Você gostou do jantar?
3. Você está com dor?
4. Você não vai andar?
3. Transformar em perguntas investigativas.
1. tenho estado meio doente este mês.
2. Nada dá certo para mim.
3. Parece haver uma dor em meu lado
direito que vem e vai
4. Estou tendo uma sensação estranha há
uma semana.
4)Análise de agrupamentos de dados em impressos de diversas instituições de
saúde.
5) Elaboração de um impresso dentro de um referencial teórico.
CAPÍTULO 3. 2º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – DIAGNÓSTICO DE
ENFERMAGEM.
1. O QUE É DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM?
"O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é uma atividade intelectual do enfermeiro
na qual ele usa suas habilidades críticas para identificar e julgar
problemas de saúde, além de determinar a natureza deles, possibilitando o
planejamento das ações de enfermagem" ( Wilkerson, 1992; Carpenito, 1994;
Iyer; Taptich; Bernocchi-Losey, 1993).
"O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM é um julgamento clínico sobre as
respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas de
saúde/processos vitais reais ou potenciais, que embasa a seleção das
intervenções de enfermagem, visando ao alcance dos resultados pelos quais a
enfermeira é responsável" (definição aprovada pela NANDA, 1990).
IMPORTÂNCIA DE SUA UTILIZAÇÃO PELA ENFERMEIRA
clarifica a função da enfermeira, distingue seu campo de atuação.
Favorece a autonomia profissional.
Requer responsabilidade de avaliar o cliente, determinar e intervir
adequadamente.
Cria linguagem comum que auxilia o desenvolvimento da Metodologia da
Assistência de Enfermagem.
Aprofundamento permanente do conhecimento do enfermeiro.
IMPORTÂNCIA DE SUA UTILIZAÇÃO PARA A ENFERMAGEM
Instrumento adequado para expressar a prática da enfermagem.
Fortalecimento político da enfermagem.
Respaldo legal para o profissional.
Indica qualidade da assistência.
2. BREVE HISTORICO
1953 – Fry identificou 05 áreas de necessidades dos clientes de domínio da
enfermagem.
1950 – McManus, primeira a usar o termo na literatura de enfermagem para
escrever as funções do profissional enfermeiro.
1960 – Abdellah desenvolveu lista de 21 problemas de enfermagem,
considerado um dos primeiros sistemas de classificação para prática
enfermagem.
1973 – ANA – Américan Nurses Association, utilizou o termo ao desenvolver
os padrões gerais para a prática de enfermagem (oito padrões), baseados no
processo de enfermagem.
1982 – criação da NANDA – Associação Norte Americana de Diagnóstico de
Enfermagem
AMERICAN NURSES ASSOCIATION – ANA/1986
(
SOLICITA A INSERÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
NAS "OUTRAS CLASSIFICAÇÕES RELACIONADAS À SAÚDE" DO CID-10
(
A OMS ACEITOU e "recomendou a formulação de um sistema de classificação
internacional para a enfermagem, que deveria ser conduzido por uma
entidade internacional de enfermagem, para que, dessa forma, fosse
representativa da enfermagem mundial. (Lang e Gebbie, 1989)".
(
EM -1989, no CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM DE SEUL,
Desencadeou-se o processo de FORMULAÇÃO DE UM SISTEMA para descrever a
prática de enfermagem a partir de uma nomenclatura compartilhada por
enfermeiros de todo mundo.
(
O CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM-CIE verificou que já havia, sistemas
de classificação desenvolvidos na Áustria, Suécia, Bélgica, Dinamarca e
Estados Unidos.
(
AS CLASSIFICAÇÕES foram analisados pela comissão da CID-10, e, as aceitas
publicadas em 1993
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem – CIPE "·".
(
O CIE identificou direcionamento hospitalar na publicação 1993
(
1994 EM TEXCALA/MÉXICO foi criado o SISTEMA INTERNACIONAL PARA ÁREA DE
SAÚDE COLETIVA – CIPESC
BRASIL MATO GROSSO
Os diagnósticos de Enfermagem no Brasil:
1970 – Wanda Aguiar Horta inclui no processo de enfermagem a etapa
Diagnóstico de Enfermagem
1980- os DE aparecem em dissertações de mestrado e são incluídos nos
currículos faculdades.
1995 - ABEN NACIONAL REALIZOU "I Encontro Internacional para países de
língua estrangeira" onde se elaborou um protocolo de organização para
pesquisa nacional de Diagnósticos de Enfermagem.
1996 - "I oficina de trabalho onde foi elaborado o Projeto de
Classificação Nacional da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva".
1998 – ABEN e Grupo de Estudos sobre Metodologia da Assistência (GEMA -
Paraná) realizou primeiro Simpósio Nacional sobre diagnóstico de
enfermagem.
"Processo de construção de linguagem compartilhada que expresse o que as
enfermeiras fazem, relacionado a quais necessidades e para alcançar quais
objetivos" (CIE, 1996).
2000- Os diagnósticos de enfermagem publicados pela NANDA começam a ser
utilizados nos serviços e no ensino.
2003- Escola de Saúde Pública do Estado de Mato Grosso realiza oficinas
para instrumentalizar enfermeiros dos Hospitais regionais do Estado quanto
ao PE, especialmente diagnóstico de enfermagem.
2004- O COREN-MT realiza oficinas com Responsáveis Técnicos dos Serviços
de Enfermagem de MT sobre SAE enfatizando utilização dos DE.
2005- O COREN-MT mantém oficinas em pólos regionais do estado para estudo
da SAE e revisão/aprendizagem de elaboração dos DE.
3. COMPONENTES DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
TÍTULO: estabelece um nome para um diagnóstico.
DEFINIÇÃO: descrição clara e precisa do título, seu significado.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS: sinais e sintomas. É descrita como:
CRÍTICA – se precisa estar presente para se estabelecer o
diagnóstico
MENOR – se proporciona evidência de sustentação ao diagnóstico mas
não está presente
MAIOR – se está usualmente presente se o diagnóstico existe.
FATORES RELACIONADOS: São condições ou circunstâncias que causam ou
contribuem para o desenvolvimento do diagnóstico.
FATORES DE RISCO: fatores ambientais, elementos fisiológicos, psicológicos,
genéticos, químicos, que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, de
uma família ou de uma comunidade a um evento insalubre. *
4. REGRAS PARA REDIGIR DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
1. DIAGNÓSTICO REAL
TÍTULO + FATORES RELACIONADOS + CARACTERÍSTICA DEFINIDORA
(o que causa ou contribui) (sinais e sintomas)
2. DIAGNÓSTICO DE RISCO
TÍTULO + FATORES DE RISCO (aquilo que aumenta a vulnerabilidade)
3. DIAGNÓSTICO DE BEM ESTAR
TÍTULO + CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS
4. DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME
TÍTULO
Para ligar o TÍTULO ao FATOR RELACIONADO (CAUSA) usar as palavras:
ANTECEDENTES A
ASSOCIADOS COM
RELACIONADOS A
CONTRIBUINTES PARA
ESTIMULADORES
Para ligar FATOR RELACIONADO à CARACTERÍSTICA DEFINIDORA (SINAIS E
SINTOMAS) usar as palavras:
MANIFESTADO POR,
CARACTERIZADO POR,
EVIDENCIADO POR
EXEMPLOS:
1. DIAGNÓSTICO REAL OU VIGENTE
Eliminação urinária alterada RELACIONADA A infecção do trato urinário
MANIFESTADA POR disúria.
2. DIAGNÓSTICO DE RISCO
Risco para auto mutilação RELACIONADO A sentimento de rejeição, aversão
por si mesmo.
3. DIAGNÓSTICO DE BEM ESTAR
Potencial para enfrentamento comunitário EVIDENCIADO POR comunicação
positiva entre membros da comunidade.
4. DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME
Síndrome do estupro, Síndrome do desuso.
ATIVIDADE: EXERCÍCIO DE FORMULAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS
EXERCÍCIO 1 -RELATIVOS A IDENTIFICAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM.
Utilize a lista de diagnóstico ABAIXO para identificar o Diagnóstico de
Enfermagem adequada às situações descritas.
Título de Diagnósticos:
"1.Fadiga. "6.Risco para integridade da pele "
"2.Ansiedade. "prejudicada. "
"3.Integridade da pele prejudicada."7.Nutrição alterada: ingestão menor "
"4.Déficit de conhecimento. "que a necessidade. "
"5.Desobstrução ineficaz das vias "8.Mobilidade no leito prejudicada. "
"aéreas. "9.Comunicação prejudicada. "
1. Sr. José: obeso, apresenta sudorese excessiva, encontra-se confinado
ao leito.
2. Jaci: apresenta incapacidade de falar ou compreender o português.
3. Cássia: incontinência urinária, área perineal vermelha e escoriação.
4. Fábio: declara sentir-se um tanto nervoso, mas não consegue detectar a
causa. Encontra-se inquieto, olha em torno, não faz bom contato visual.
5. Carla: refere estar se alimentando muito pouco devido a desconforto na
garganta.
6. João: refere não saber como aplicar a injeção de insulina.
7. Adriana: relata estar sem apetite há duas semanas. Está 10 quilos abaixo
do peso recomendado.
8. Daniel: Declara estar resfriado há duas semanas; devido a dor na parte
inferior das costas, evita tossir apesar de ter vontade. Escarra muco
branco e espesso.
9. Joana: refere dificuldade para virar-se de um lado para outro e de mover-
se da posição supina para a posição sentada.
10. Jafie: refere incapacidade de restaurar energias mesmo após o sono,
falta de energia. Seu hematócrito evidencia anemia severa.
EXERCÍCIO 2 - RELATIVOS A DECLARAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS.
Escolha o diagnóstico apropriado e redija uma declaração de diagnóstico
Diagnóstico real ou vigente
(RELACIONADOS A) (MANIFESTADO POR)
TITULO + FATORES RELACIONADOS + característica
DEFINIDORA
Diagnóstico + que causa ou contribui + sinais e
sintomas
Diagnóstico de risco ou potencial
(RELACIONADOS A)
Título + FATOR DE RISCO
Diagnóstico + aumentam a vulnerabilidade
Os dados apresentados abaixo combinam com um dos seguintes diagnósticos:
Impotência,
Nutrição alterada: ingestão menor que as necessidades corporais
Mucosa oral alterada
Desobstrução ineficaz das vias aéreas.
Alto risco para integridade da pele
Manutenção da saúde alterada
Angústia espiritual
1. O Sr. Antônio apresentou as seguintes indicações.
Dados subjetivos: solicita ajuda para expelir as secreções, declara que
consegue desobstruir as vias aéreas com ajuda da aspiração.
Dados Objetivos: secreção copiosa do tubo de traqueotomia.
Diagnóstico de Enfermagem:
2. Aline apresenta os seguintes sinais e sintomas:
Dados subjetivos: relata estar sem apetite há duas semanas devido à
depressão.
Dados Objetivos: perdeu 3 quilos desde a última consulta, está 5 quilos
abaixo do peso esperado.
Diagnóstico de Enfermagem:
3. Josias apresenta os seguintes sinais e sintomas:
Dados subjetivos: relata estar deprimido e não ter controle sobre as
atividades de sua vida diária. Dados Objetivos: ela é quadriplégica e tem
horário rigoroso de fisioterapia diária.
Diagnóstico de Enfermagem:
4. Abel apresenta os seguintes sinais e sintomas:
Dados subjetivos: solicita ajuda para higienizar a boca.
Dados Objetivos: respiração pela boca, língua saburrosa, halitose.
Diagnóstico de Enfermagem:
5. Jaime apresenta os seguintes sinais e sintomas
Dados subjetivos: relata incapacidade de abandonar os vícios de fumar e
beber.
Dados Objetivos: fez uma aposta e parou de fumar e beber por 5 dias.
Diagnóstico de Enfermagem:
6. Fabrício apresenta os seguintes sinais e sintomas.
Dados subjetivos: refere que tem dificuldade para mover-se.
Dados Objetivos: turgor e elasticidade da pele diminuídos, mantem-se
imóvel.
Diagnóstico de Enfermagem:
7. Angela apresenta os seguintes sinais e sintomas.
Dados subjetivos: refere que está sendo castigada por Deus porque há tempos
não vai a igreja. Dados Objetivos: solicitou a presença do padre e encontra-
se chorosa.
Diagnóstico de Enfermagem:
CAPÍTULO 4. 3º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – PLANEJAMENTO.
1. CONSISTE EM:
Estabelecer prioridades e resultados
Determinar prescrições de enfermagem
Registrar plano de cuidados
OBJETIVOS:
Promover a comunicação entre cuidadores
Direcionar o cuidado e a documentação
Criar registro para avaliações, pesquisa, uso legal
Documentação das necessidades de atendimento/plano saúde
2. PLANO DE CUIDADOS
Componentes do plano de cuidados:
DIAGNÓSTICOS OU PROBLEMAS/ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADE
Qual problema exige plano de cuidados?
RESULTADOS ESPERADOS
Quais resultados esperados e a partir de quando espera vê-los?
DESCRIÇÃO DAS INTERVENÇÕES/PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
O que será feito para alcançar resultados esperados?
1º ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES
Escolher método para designar prioridades
Priorizar problemas que são fatores contribuintes para outros problemas
Determinar os que necessitam atenção imediata
Identificar problemas de solução simples
Determinar como cada problema será controlado
Responsabilidade do enfermeiro quanto a PROBLEMAS COLABORATIVOS E
MULTIDISCIPLINARES
- DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: responsável exclusivo para detectar e
controlar o problema
- PROBLEMAS COLABORATIVOS: responsável por plano que monitore, detecte
sinais e sintomas de complicações potenciais e implementação de prescrições
médicas com segurança.
- PROBLEMAS MULTIDISCIPLINARES: deve refletir o resultado desejado
para a alta.
2º ESTABELECEIMENTO DE RESULTADOS
Mede o sucesso do plano
Dirigem as intervenções: "Você deve saber o que alcançar antes de decidir
como(Lefevre,2000).
COMO REGISTRAR OS RESULTADOS ESPERADOS, OU SEJA, COMO FORMULAR AS METAS.
SUJEITO: a pessoa
VERBO: ações que a pessoa deve realizar
CONDIÇÃO: sob quais circunstâncias a pessoa realiza a ação
CRITÉRIO DE DESEMPENHO: como deve ser o desempenho da pessoa
TEMPO ESPERADO: quando é esperado que a pessoa desenvolva a ação
EXEMPLO: João andara sem auxilio até o final do corredor ao final de uma
semana
3º PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
São intervenções de enfermagem realizadas para:
Monitorar o estado de saúde
Minimizar riscos
Resolver ou controlar problemas
Auxiliar nas atividades diárias
Promover a saúde e a independência
O que deve conter?
DATA
VERBO - no infinitivo
SUJEITO - quem deve fazer
FRASE DESCRITIVA - como, quando, onde, com que freqüência, por quanto
tempo, quanto.
ASSINATURA - ser consistente sobre o que assina
ESCOLHA DE VERBOS.
Ao escrever seu plano, ou seja, estabelecer resultados esperados, utilize
VERBOS:
"MENSURÁVEIS "
"Escolher "Segurar "Exercitar "
"Descrever "Demonstrar "Comunicar "
"Desempenhar "Compartilhar "Tossir "
"Relatar "Expressar "Caminhar "
"Afirmar "Perder "Ficar de pé "
"Listar "Ganhar "Sentar "
"Verbalizar "Ter ausência de "Discutir "
"COGNITIVO "AFETIVO "PSICOMOTOR "
"Ensinar "Expressar "Demonstrar "
"Discutir "Compartilhar "Praticar "
"Identificar "Ouvir "Desempenhar "
"Descrever "Comunicar "Caminhar "
"Listar "Relacionar "Administrar "
"Explorar " "Dar "
CAPITULO cinco. 4º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - IMPLEMENTAÇÃO
Consiste na colocação do plano em ação.
1. DICAS PARA IMPLEMENTAÇÃO
Saber sobre problemas dos pacientes e tratamento
Levar material para anotação na passagem de plantão
Após passagem plantão priorizar ações
Elaborar lista pessoal de tarefas
Delegar ações:
As tarefas devem ser delegadas conforme o previsto na Lei do Exercício
Profissional e regulamentado pelo COFEN, protocolos e procedimentos.
Há quatro facetas certas da "delegação de tarefas" segundo Hansten e
Washburn,1992
1. a tarefa certa,
2. para a pessoa certa,
3. usar comunicação correta,
4. realização da avaliação da resposta do paciente certa.
2. DICAS PARA REGISTRO
Registrar:
Se possível logo após cuidar.
As variações do normal, o diferente.
Os fatos, evitar julgamentos.
3. DICAS PARA PASSAGEM PLANTÃO
Usar guia escrito(
Iniciar: nome, idade, diagnóstico médico, de enfermagem,
Procedimentos realizados
Achados anormais com evidências
CAPÍTULO 6. 5º PASSO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - AVALIAÇÃO
"Consiste na avaliação deliberada, detalhada de vários aspectos do cuidado
ao paciente – é a chave para a excelência no fornecimento do cuidado à
saúde".Levefre, 2000.
1. A AVALIAÇÃO INCLUI:
Determinação da obtenção dos resultados
Identificação de fatores que afetam a obtenção de resultados
Decisão de continuar, modificar ou terminar o plano.
2. RESUMO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE UM PLANO DE CUIDADOS
INVESTIGAÇÃO: Realizar um a investigação para determinar qualquer mudança
na situação de saúde e assegurar que todos os dados estejam corretos e
completos
DIAGNÓSTICO: assegurar que a lista de diagnósticos esteja correta e
completa, e que os pontos fortes e os recursos estejam identificados.
PLANEJAMENTO: verificar a propriedade dos resultados e das intervenções e
se os resultados estão sendo alcançados.
IMPLEMENTAÇÃO: determinar a implementação do plano prescrito e identificar
os fatores que auxiliam ou prejudicam o progresso.
BIBLIOGRAFIA
WESTPHALEN &CARRARO. Metodologias para a assistência de
enfermagem.Goiânia.Editora AB, 2001.
LEFEVRE, Rosalinda Alfaro. Aplicação do Processo de Enfermagem: um guia
passo a passo. 4ª ed. Porto Alegre; Artmed, 2000.
GEORGE, B.J. e colaboradores. Teorias de Enfermagem: os fundamentos à
prática profissional. 4ª ed.Porto Alegre: Artemed, 2000.
ATKISON, Leslie D.; MURRAY Mary Hellen. Fundamentos de Enfermagem. Rio de
Janeiro:Guanabara Koogan,1989.
ATIVIDADE: EXERCÍCIOS SOBRE DIAGNÓSTICO e PLANEJAMENTO
A partir do caso descrito, desenvolva as etapas de diagnóstico e
planejamento do P E.
LEMBRE-SE A FORMA DE REDIGIR OS DIAGNÓSTICOS:
REAL – Título+Fator relacionado+Característica definidora
RISCO – Título+ fator de Risco
BEM ESTAR – Título+Características definidoras
SÍNDROME – Título
"Dados "
" "
"Fernanda, 4 anos, encontra-se na enfermaria G, no momento folheando uma "
"revista e solicitando a presença da mãe. A avó lhe faz companhia e diz "
"que a mãe está doente, logo que sarar virá ficar com ela. Ao realizar a "
"Avaliação de Enfermagem, a enfermeira constatou roncos e estertores "
"disseminados, T 38ºC, curativo do dreno toráxico adequado, frasco coletor"
"de drenagem toráxica com secreção espumante esverdeada, região perianal "
"hiperimeada com fissuras. Acompanhante e equipe referem 05 episódios de "
"fezes líquidas amareladas em 6 horas. Enfermeira percebe que a avó, idosa"
"está exausta. "
"Diagnóstico "Planejamento "
" "Plano "Prescrição "
" " " "
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ANEXOS
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM AGRUPADOS POR NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
CONFORME WANDA DE AGUIAR HORTA (agrupamento elaborado por Sandra Regina
Altoé utilizando Diagnósticos da NANDA publicação 2003-2004)
NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS
Regulação neurológica
CAPACIDADE ADAPTATIVA intracraniana reduzida
CONFUSÃO aguda
CONFUSÃO crônica
DISREFLEXIA autonômica
MEMÓRIA prejudicada
NEGLIGÊNCIA unilateral
Risco para DISREFLEXIA
Percepção dos órgãos do sentido
DOR Aguda
DOR crônica
NÁUSEA
PERCEPÇÃO SENSOCRIAL perturbada
Regulação vascular
DEBITO CARDÍACO diminuído
PERFUSÃO TISSULAR ineficaz
Risco de DISFUNÇÃO NEUROVASCULAR periférica
Regulação Térmica
HIPERTERMIA
HIPOTERMIA
Risco de desequilíbrio na TEMPERATURA CORPORAL
TERMORREGULAÇÃO ineficaz
Oxigenação
DESOBSTRUÇÃO INEFICAZ DAS VIAS AÉREAS
PADRÃO RESPIRATÓRIO ineficaz
RESPOSTA disfuncional do DESMAME VENTILARÓRIO
TROCA DE GASES prejudicada
VENTILAÇÃO ESPONTÃNEA prejudicada
Hidratação
Disposição para EQUILÍBRIO de líquidos aumentado
Risco de desequilíbrio no VOLUME DE LÍQUIDOS
Risco de VOLUME DE LÍQUIDOS deficiente
VOLUME DE LÍQUIDOS deficiente
VOLUME DE LÍQUIDOS excessivo
Alimentação
AMAMENTAÇÃO EFICAZ
AMAMENTAÇÃO interrompida
Déficit no AUTOCUIDADO para alimentação
DEGLUTIÇÃO PREJUDICADA
DENTIÇÃO PREJUDICADA
Disposição para NUTRIÇÃO melhorada
NÁUSEA
NUTRIÇÃO desequilibrada: mais do que as necessidades corporais
NUTRIÇÃO desequilibrada: menos do que as necessidades corporais
PADRÃO ineficaz de alimentação infantil
Risco de ASPIRAÇÃO
Risco de NUTRIÇÃO desequilibrada: mais do que as necessidades corporais
Eliminação
CONSTIPAÇÃO
CONSTIPAÇÃO PERCEBIDA
DIARRÉIA
ELIMINAÇÃO URINÁRIA MELHORADA
ELIMINAÇÃO URINÁRIA PREJUDICADA
ELIMINAÇÃO URINÁRIA, DISPOSIÇÃO PARA
INCONTINÊNCIA INTESTINAL
INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO
INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA
INCONTINÊNCIA URINÁRIA FUNCIONAL
INCONTINÊNCIA URINÁRIA REFLEXA
INCONTINÊNCIA URINÁRIA TOTAL
RETENÇÃO URINÁRIA
Risco de CONSTIPAÇÃO
Risco para INCONTINÊNCIA URINÁRIA de urgência
Integridade Física
INTEGRIDADE DA PELE prejudicada
INTEGRIDADE TISSULAR prejudicada
MUCOSA ORAL prejudicada
Risco para INTEGRIDADE DA PELE prejudicada
Sono e repouso
Disposição para SONO melhorado
Fadiga
PADRÃO DE SONO perturbado
Privação de SONO
Atividade Física
CAPACIDADE de transferência prejudicada
DEAMBULAÇÃO prejudicado
INTOLERÂNCIA À ATIVIDADE
MOBILIDADE com cadeira de rodas prejudicada
MOBILIDADE no leito prejudicada
MOBILIDADE física prejudicada
PERAMBULAÇÃO
RECUPERAÇÃO CIRÚRGICA retardada*
Risco de INTOLERÂNCIA À ATIVIDADE
Risco de síndrome do DESUSO
Cuidado corporal
Déficit no AUTOCUIDADO para banho e/ou higiene
Déficit no AUTOCUIDADO para higiene intima
Déficit no AUTOCUIDADO para vestir-se/ arrumar-se
Segurança física / meio ambiente
COMPORTAMENTO INFANTIL desorganizado
Disposição para COMPORTAMENTO INFANTIL organizado aumentado
MANUTENÇÃO DO LAR prejudicada
PROTEÇÃO ineficaz
RESPOSTA ALÉRGICA ao látex
Risco da SINDROME DE MORTE SÚBITA da criança
Risco de COMPORTAMENTO INFANTIL desorganizado
Risco de ENVENENAMENTO
Risco de INFECÇÃO
Risco de LESÃO
Risco de LESÃO PERIOPERATÓRIA por posicionamento
Risco de QUEDAS
Risco de RESPOSTA ALÉRGICA ao látex
Risco de SINDROME DO ESTRESSE por mudança
Risco de Síndrome PÓS TRAUMA
Risco de SUFOCAÇÃO
Risco de TRAUMA
Síndrome da INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL prejudicada
Síndrome de ESTRESSE POR MUDANÇA
Síndrome PÓS TRAUMA
Regulação: crescimento celular
Atraso no CRESCIMENTO E DO DESENVOLVIMENTO
Risco de ATRASO NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Risco de CRESCIMENTO DESPROPORCIONAL
Sexualidade
DISFUNÇÃO SEXUAL
PADRÕES DE SEXUALIDADE ineficazes
Terapêutica
CONTROLE AUMENTADO do regime terapêutico
CONTROLE COMUNITÁRIO eficaz do regime terapêutico
CONTROLE EFICAZ do regime terapêutico
CONTROLE FAMILIAR ineficaz do regime terapêutico
CONTROLE INEFICAZ do regime terapêutico
Disposição para CONTROLE aumentado do regime terapêutico
NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS
Comunicação
COMUNICAÇÃO aumentada
COMUNICAÇÃO VERBAL prejudicada
Disposição para COMUNICAÇÃO aumentada
Gregária
INTERAÇÃO SOCIAL prejudicada
ISOLAMENTO SOCIAL
Risco de SOLIDÃO
Recreação e lazer
Atividade de RECREAÇÃO deficiente
Segurança emocional
ANSIEDADE
ANSIEDADE relacionada à morte
DESEMPENHO DE PAPEL ineficaz
Risco de TENSÃO DO PAPEL de cuidador
TENSÃO DO PAPEL de cuidador
Medo
DESESPERANÇA
IMPOTÊNCIA
NEGAÇÃO ineficaz
Risco de IMPOTÊNCIA
Sentimento de IMPOTÊNCIA
Síndrome do TRAUMA DO ESTUPRO
Síndrome do TRAUMA DO ESTUPRO reação composta
Síndrome do TRAUMA DO ESTUPRO reação silenciosa
Amor, aceitação
CONFLITO de decisão
CONFLITO NO DESEMPENHO DE PAPEL de pai ou mãe
Disposição para PATERNIDADE ou MATERNIDADE melhorada
Disposição para PROCESSOS FAMILIARES disfuncionais
PATERNIDADE ou MATERNIDADE melhorada
PROCESSOS FAMILIARES disfuncionais:alcoolismo
PROCESSOS FAMILIARES interrompidos
PROCESSOS FAMILIARES melhorados
Risco de PATERNIDADE ou MATERNIDADE prejudicada
Risco de VÍNCULO PAIS/FILHOS prejudicado
SENTIMENTO DE PESAR antecipado
SENTIMENTO DE PESAR disfuncional
TRISTEZA crônica
Auto-estima, autoconfiança, auto-respeito
ADAPTAÇÃO prejudicada
AUTOCONCEITO melhorado
AUTO-ESTIMA baixa
Automutilação
Baixa AUTO-ESTIMA crônica
Baixa AUTO-ESTIMA situacional
Disposição para AUTOCONCEITO melhorado
Distúrbio da IDENTIDADE PESSOAL
Distúrbio da IMAGEM CORPORAL
Risco de AUTOMUTILAÇÃO
Risco de baixa AUTO-ESTIMA situacional
Risco de SUICÍDIO
Liberdade e participação
CONFLITO de decisão
Disposição para ENFRENTAMENTO AUMENTADO
Disposição para ENFRENTAMENTO COMUNITÁRIO aumentado
Disposição para ENFRENTAMENTO FAMILIAR aumentado
ENFRENTAMENTO ineficaz
ENFRENTAMENTO COMUNITÁRIO ineficaz
ENFRENTAMENTO DEFENSIVO
ENFRENTAMENTO FAMILIAR comprometido
ENFRENTAMENTO FAMILIAR incapacitado
Educação para saúde/aprendizagem
COMPORTAMENTO DE busca de saúde
CONHECIMENTO deficiente
Disposição para CONHECIMENTO aumentado
INSUFICIÊNCIA do adulto para MELHORAR o seu estado de saúde
Auto-realização
CONFLITO NO DESEMPENHO do papel do pai e de mãe
Espaço
Criatividade
NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS
Religiosidade/espiritualidade
ANGÚSTIA ESPIRITUAL
CAMPO DE ENERGIA perturbado
Disposição para BEM-ESTAR ESPIRITUAL aumentado
Risco de ANGÚSTIA ESPIRITUAL
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
NANDA-TAXONOMIA Ii
1.PROMOÇÃO DA SAÚDE
Controle eficaz do regime terapêutico
Controle ineficaz do regime terapêutico
Controle familiar ineficaz do regime terapêutico
Controle comunitário ineficaz do regime terapêutico
Comportamento de busca de saúde(especificar)
Manutenção ineficaz da saúde
Manutenção do lar prejudicada
Disposição para o controle aumentado do regime terapêutico
Disposição para nutrição melhorada
2. NUTRIÇÃO
Padrão ineficaz da alimentação infantil
Deglutição prejudicada
Nutrição desequilibrada:mais do que as necessidades corporais
Nutrição desequilibrada:menos do que as necessidades corporais
Risco para Nutrição desequilibrada:mais que as necessidades corporais
Volume de líquidos deficiente
Risco de volume de líquidos deficiente
Volume excessivo de líquidos
Risco de desequilíbrio de volume de líquidos
Disposição para equilíbrio de líquidos aumentado
4.ELIMINAÇÃO
Eliminação urinária alterada
Retenção urinária
Incontinência urinária total
Incontinência urinária funcional
Incontinência urinária de esforço
Incontinência urinária de urgência
Incontinência urinária reflexa
Risco de incontinência urinária de urgência
Disposição para eliminação urinária melhorada
Incontinência intestinal
Diarréia
Constipação
Risco de constipação
Constipação percebida
Troca de gases prejudicada
5.ATIVIDADE/REPOUSO
Padrão de sono perturbado
Privação de sono
Disposição para sono melhorado
Risco de síndrome do desuso
Mobilidade física prejudicada
Mobilidade no leito prejudicada
Mobilidade com cadeira de rodas prejudicada
Capacidade de transferência prejudicada
Deambulação prejudicada
Atividades de recreação deficientes
Perambulação
Déficit no auto-cuidado para vestir-se/arrumar-se
Déficit no auto-cuidado para banho/higiene
Déficit no auto-cuidado para alimentação
Déficit no auto-cuidado parahigiene íntima
Recuperação cirúrgica retardada
Campo de energia perturbado
Fadiga
Débito cardíaco diminuído
Ventilação expontãnea prejudicada
Padrão respiratório ineficaz
Intolerância à atividade
Resposta disfuncional ao desmame ventilatório
Perfusão tissular ineficaz(especificar tipo:renal, cerebral,
cardiopulmonar, gastrintestinal, periférica)
5. PERCEPÇÃO/COGNIÇÃO
Negligência unilateral
Síndrome da interpretação ambiental prejudicada
Perambulação
Percepção sensorial perturbada(especificar:visual, auditiva,olfativa,tátil,
cinestésica, gustativa)
Conhecimento deficiente(especificar)
Disposição para conhecimento aumentado(especificar)
Confusão aguda
Confusão crônica
Memória prejudicada
Processo do pensamento perturbado.
Comunicação verbal prejudicada
Disposição para comunicação aumentada
6.AUTOPERCEPÇÃO
Distúrbio da identidade pessoal
Sentimento de impotência
Risco de sentimento de impotência
Desesperança
Risco de solidão
Disposição para autoconceito melhorado
Baixa auto-estima crônica
Baixa auto-estima situacional
Risco de baixa auto-estima situacional
Distúrbio da imagem corporal
7RELACIONAMENTO DE PAPEL
Tensão do papel do cuidador
Risco de tensão do papel do cuidador
Paternidade ou maternidade prejudicada
Risco Paternidade ou maternidade prejudicada
Disposição para Paternidade ou maternidade prejudicada
Processos familiares interrompidos
Disposição para processos familiares melhorados
Processos familiares disfuncionais:alcoolismo
Risco de vínculo pais-filho prejudicado
Amamentação eficaz
Amamentação ineficaz
Amamentação interrompida
Desempenho de papel ineficaz
Conflito no desempenho de papel pai/mãe
Interação social prejudicada
8.SEXUALIDADE
Disfunção sexual
Padrões de sexualidade ineficazes
9.ENFRENTAMENTO/TOLERÂNCIA AO ESTRESSE
Síndrome do estresse por mudança
Risco de síndrome do estresse por mudança
Síndrome do trauma por estupro
Síndrome do trauma por estupro:reação silenciosa
Síndrome do trauma por estupro:reação composta
Síndrome pós-trauma
Risco de síndrome pós-trauma
Medo
Ansiedade
Ansiedade relacionada a morte
Tristeza crônica
Negação ineficaz
Sentimento de pesar antecipado
Sentimento de pesar disfuncional
Adaptação prejudicada
Enfrentamento ineficaz
Enfrentamento familiar incapacitado
Enfrentamento familiar comprometido
Enfrentamento defensivo
Enfrentamento comunitário ineficaz
Disposição para enfrentamento aumentado
Disposição para enfrentamento familiar aumentado
Disposição para enfrentamento comunitário aumentado
Disreflexia autonômica
Risco de disreflexia autonômica
Comportamento infantil desorganizado
Risco de comportamento infantil desorganizado
Disposição para comportamento infantil organizado aumentado
Capacidade adaptativa intracraniana diminuída
10. PRINCÍPIOS DE VIDA
Disposição para bem estar espiritual aumentado
Angústia espiritual
Risco de angústia espiritual
Conflito de decisão(especificar)
Desobediência(especificar)
11.SEGURANÇA/PROTEÇÃO
Risco de infecção
Mucosa oral prejudicada
Risco de lesão
Risco de lesão perioperatória por posicionamento
Risco de quedas
Risco de trauma
Integridade da pele prejudicada
Risco de integridade da pele prejudicada
Integridade tissular prejudicada
Dentição prejudicada
Risco de sufocação
Risco de aspiração
Desobstrução ineficaz de vias aéreas
Risco de disfunção neurovascular periférica
Proteção ineficaz
Risco de síndrome de morte súbita
Risco de automutilação
Automutilação
Risco de violência direcionada a outros
Risco de violência direcionada a si mesmo
Risco de suicídio
Risco de envenenamento
Resposta alérgica ao látex
Risco de resposta alérgica ao látex
Risco de desequilíbrio na temperatura corporal
Termorregulação ineficaz
Hipotermia
Hipertermia
12.CONFORTO
Dor aguda
Dor crônica
Náusea
Isolamento social
13.CRESCIMENTO/DESENVOLVIMENTO
Risco de crescimento desproporcional
Insuficiência do adulto para melhorar seu estado de saúde
Atraso no crescimento e desenvolvimento
Risco de atraso no crescimento e desenvolvimento
TAXONOMIA NNN DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM.
Vem sendo desenvolvida uma estrutura comum para a prática de enfermagem
incluindo dados da NANDA(Diagnósticos de Enfermagem), NIC(Classificação das
Intervenções de Enfermagem) e NOC(Classificação dos Resultados de
Enfermagem).
TEORIAS DE ENFERMAGEM DE 1859 a 1990
Data Autores
1859 Florence Nightingale
Teoria ambientalista, assume a Enfermagem como diferente da medicina e
propõe a sua organização e o processo administrativo para as tarefas e
pessoal assistente.
1952 Hildegard Peplau
Teoria interpessoal, reflete o modelo psicoanalítico vigente; tensões e
frustrações se opõem a objetivos, dando margem a conflitos, agressão e
ansiedade. Baseou.se em Sullivan.
1955 Virginia Henderson
A função da Enfermagem é assistir ao individuo doente ou sadio no desenho
de atividades que contribuem para a saúde ou para uma morte tranqüila:
ajudando para a independência. Baseou-se em Thomdike e se propôs a desenhar
o quadro de funções autônomas da Enfermagem.
1958 Ernestine Wiedenbach
Concentrou-se na arte (prática), tendo como foco a necessidade do paciente,
sendo a Enfermagem um processo nutridor. Diz que a Enfermagem tem quatro
elementos de assistência: filosofia, propósito e arte. 3aseou-se em
Orlando.
1959 Doroty Johnson
Sustentada na etnologia e teoria sistêmica, ela diz que há uma regularidade
de forças externas que atuam para preservar a organização e integração do
comportamento do paciente, sendo este um sistema de comportamento. com
subsistemas que requerem proteção, estimulação e Enfermagem.
1960 Faye Abdellah
Aproximação para uma Enfermagem centrada no paciente. Usa o método de
resolução de problemas para lidar com 21 problemas de Enfermagem
relacionados com necessidades dos pacientes, para sustentação, restauração,
prevenção, auto-ajuda, déficit ou excesso de necessidades. Baseou-se em
Maslow. I
1960 Josephine Patterson e Loretta Zderad
Enfermagem humanista, a situação dos indivíduos é experienciada
existencialmente pelos enfermeiros; a pessoa é uma unidade holística
intelectual; desenvolve o termo "nursologia", sendo Enfermagem um ato
inter.humano e um ato do ser humano vivo. A metodologia é baseada na
"nursologia" fenomenológica (experimentando, refletindo e escrevendo).
1985 Joan Rihel Sisca
Síntese de Mead, Rose e Erickson, usando a interação simbólica como forma
de relação enfermeiro- cliente. Aponta para uma filosofia do significado e
a comunicação é o principal ingrediente da interação.
1989 Margaret Newman
Derivada da teoria de Martha Rogers. diz que a Enfermagem é promover bem-
estar ou prevenir doença, mas ajudar a pessoa a usar o poder próprio
através de um alto nível de consciência para manter o processo vital.
1961 Ida Jean Orlando
Propõe a relação dinâmica enfermeiro-paciente, sendo o propósito da
Enfermagem suprir a ajuda requerida pelo individuo, de acordo com suas
necessidades, considerando percepção, pensamento e sentimento através de
ações deliberadas.
1964 D. Howland e E. McDowel1
Propõem inicialmente uma aproximação a um sistema de problemas, sendo o
hospital um sistema. A medida do cuidado ao paciente se apresenta como um
marco conceptual.
1964 Imogene King
A Enfermagem é um processo de interação em que cada um percebe o outro e a
situação através da comunicação e ambos, cliente e enfermeiro propõem
objetivos para a saúde. A Enfermagem é um processo de interação, reação e
transação. Baseou-se na teoria dos sistemas, apoiando a idéia de que há
sistema social, interpessoal e pessoal.
1966 Joyce Travelbee
O foco é a natureza interpessoal das relações e a unicidade da prática
profissional. O homem é provido de unicidade, capaz de enfrentamentos, de
dar significado ao cuidado e ter empatia e simpatia. A Enfermagem ajuda o
individuo a encontrar significado na experiência do sofrimento e doença.
Baseou-se em Peplau e Orlando.
1966 Myra Levine
Introdução à Enfermagem clínica, propondo teoria da conservação e da
Enfermagem holística. O ser humano é uma unidade corpo-mente que responde à
mudança interagindo com o meio e adaptando- se. A intervenção de Enfermagem
tem como finalidade a conservação da energia, da integridade estrutural,
pessoal e social.
1966 Lydia Hall
Fala em Enfermagem autônoma, com três categorias: uso terapêutico do self,
equipe de saúde para a cura e componente nutridor para o cuidado. Baseou-se
em Carl Rogers.
1970 Wanda de A. Horta
Em seu livro "Contribuição a uma teoria de Enfermagem", a autora desenvolve
uma proposta baseada na teoria das necessidades humanas de Maslow, propondo
uma metodologia para o processo de Enfermagem, sustentado na busca da
satisfação de necessidades psicobiológicas, psicossociais e
psicoespirituais.
1970 Martha E. Rogers
Enfermagem é ciência e arte de promover a interação sinfônica entre o homem
e a natureza, para manter sua integridade e direcionar sua padronização. A
Enfermagem é meio de diagnosticar, intervir e avaliar o processo vital,
através dos princípios da homeodinâmica que são: complementaridade,
helicidade e ressonância.
1970 Sister Callista Roy
A Enfermagem é uma disciplina cientifica, com uma prática orientada para a
compreensão dos processos adaptativos e mal-adaptativos no ser humano.
Baseou-se em Helson. Diz que os estimulos podem ser focais, residuais e
contextuais e a habilidade para lidar com eles pode ser aprendida.
1971 Dorothea Orem
Enfermagem é um sistema de ajuda para o autocuidado, quando o indivíduo não
tem condições de suprir seus próprios requerimentos. Há necessidade de
autocuidado universal, de desenvolvimento e de desvios da saúde.
1974 Rosalda Paim
Teoria Sistêmica de Enfermagem, o homem é um sistema biológico aberto que
troca matéria e energia com o ecossistema, com princípios de três ordens:
básicos (do universo sístêmico, necessidades globais, etc.), comuns
(relativos à assistência à saúde) e específicos (que objetivam a
facilitação de trocas).
1974 Betty Neuman
A Enfermagem é uma profissão que ajuda indivíduos a buscarem a melhor
resposta aos estressores, que podem ser internos e externos. Cada individuo
tem formas de resistência diversas: linha de resistência (fisiológica),
linha normal de defesa (para enfrentar as doenças) e linha flexível de
defesa (uso de recursos mais severos internos e externos).
1978 Madeleine leininger
O cuidado é a essência da prática e do conhecimento. Inclui assistir, dar
suporte e facilitar atos para atender necessidades. O cuidado é cultural,
pois cada povo tem seu próprio jeito de cuidar-se.
1979 Jean Watson
Deriva de Leininger, seguindo a fenomenologia existencial. A Enfermagem
assume a promoção e restauração da saúde através do cuidado humano
holístico para uma vida de qualidade, praticado de forma interpessoal.
1981 Rosemarie Rizzo Parse
Deriva sua teoria dos principias de Mcvtha Rogers, sintetizando com o
existencialismo e fenomenologia de Heidegger, Merlau-Pontye Sartre. Traz o
humanismo como oposto ao positivismo.
1983 Joyce Fitzpatrick
Teoria rítmica baseada em Martha Rogers; diz que o desenvolvimento humano
ocorre no contexto da interação homem-meio, em padrões de tempo, movimento
e consciência. A compreensão da existência humana é central para a
Enfermagem.
1983 Helen Erickson, Evelyn Tomlin e Mary Ann Swain
Baseiam-se em Erickson, Maslow, Selyee, Engel e Piaget para conceber a
teoria do PaPel-modelagem, com o objetivo de compreender o modo como os
clientes estruturam seu mundo. A Enfermagem é um modelo de autocuidado,
baseado na percepção e na adaptação aos estressores.
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Paradigma: modelo ou conjunto básico de crenças que orientam a ação, a
investigação da disciplinada.
Identificação do Problema
-coleta de dados
-organização dos dados e análise
-elaboração do diagnóstico de enfermagem
Planejamento
-estabelecer prioridades
-realizar objetivos
-planejar as ações de enfermagem
Avaliação
-avaliação das metas alcançadas
-reformulação do plano assistencial
Implementação
-validar plano de assistência
-documentar plano de assistência
Prestar assistência de Enfermagem
Continuar coleta de dados
Diagnóstico
-análise dos dados
-identificação dos diagnósticos e dos problemas colaborativos
Levantamento de dados
-coleta de dados
-organização dos dados
Avaliação
-monitoramento do resultado no paciente
-solução, manutenção e revisão do plano de enfermagem.
Planejamento
-priorização de problemas
-identificação de resultados
Implementação
-realização das ordens da enfermagem
-documentação dos cuidados
-seleção de intervenções de enfermagem
-documentação do plano de cuidados
Avaliação
Implementação
Planejamento
Diagnóstico
Investigação