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Apostila Mq1 - Usinagem Dos Materiais

Usinagem de materias

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    December 2018
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Depto Mecânica – Área 1 TECNOLOGIA NA MANUFATURA – PARTE 2 Máquinas Ferramentas I – O Processo de Produção com Remoção de Cavaco Eng° Luiz Carlos Rosa – Prof. Dr. USINAGEM dos MATERIAIS "PRODUTIVIDADE é a SOMATÓRIA de BOAS IDÉIAS mais CORAGEM de AGIR" MATERIAIS PARA FERRAMENTAS Para selecionar o material ideal para uma ferramenta de usinagem deve-se levar em consideração com relação a: Material a ser usinado: atenção à dureza e o tipo de cavacos na escolha do material da ferramenta e sua geometria. Processo de usinagem: é necessário observar o tipo de processo de usinagem, pois, podemos encontrar processos que exigem ferramentas de pequena dimensão (torneamento interno com pequeno diâmetro) ou fabricadas com materiais de menor capacidade para usinagem (por exemplo, aço rápido); Condição da máquina operatriz: devemos considerar as limitações do equipamento como folgas, potência, variações de velocidades, estado de conservação, entre outros; Forma e dimensão da ferramenta: Devemos utilizar ferramentas padronizadas; Custo do material da ferramenta: levando em conta o custo/ beneficio, devemos enquadrar o material ao menor custo e máximo aproveitamento possível; Condição de usinagem: um processo de acabamento necessita de uma ferramenta mais resistente ao desgaste, por outro lado, no processo de desbaste a ferramenta deve ter maior tenacidade; Condição da operação: se o corte for do tipo interrompido, e o sistema for pouco rígido, a ferramenta deve ser mais tenaz. Características do material da ferramenta: Resistência ao desgaste: o material deve suportar abrasão ou atrito a altas temperaturas(~1000(C) e manter sua propriedade de dureza. Tenacidade: a ferramenta deve Ter mobilidade para resistir aos choques mecânicos do processo. Estabilidade química: é necessária para evitar desgaste por difusão. A Fig 1 apresenta a comparação dos diversos materiais para fabricação de ferramentas. Materiais para ferramentas: 1. Ferramentas de aço carbono: Na antiguidade foram famosos como Aços de Damasco, fabricados por fusão datam de 300 a.c. Na idade média era usado o ferro carbonetado endurecido por resfriamento em água para a fabricação de armas. No século XVIII a madeira era o material predominante e os metais eram limitados. Até o século XIX, trabalhar os metais era um serviço difícil e artesanal, até que se disponibilizou a máquina a vapor e a eletricidade, o que trouxe o desenvolvimento das máquinas operatrizes. Em 11/03/1776, entrou em operação a 1º máquina a vapor, em Bloomfield Collierge, Inglaterra. Em 1800 já operavam próximo de 100 delas, com predominância no campo da metalurgia, minas de carvão e cobre e fundições. Na América do Norte, os fabricantes de armas desenvolveram a produção em massa de componentes e por conseqüência as máquinas operatrizes. A velocidade de corte nessa época era de aproximadamente 5m/min. A temperatura da ferramenta chegava a próximo de 250ºC. Em 1868, Robert Mushet descobriu que a adição de Mn (manganês) podia tornar o aço mais duro. Acidentalmente descobriu que a presença de W (tungstênio) permitia o endurecimento do aço com resfriamento normal, ao ar. As velocidades de corte chegavam a 10m/min. Podiam atingir 65 RC de dureza. Continham carbono de 0,50% até 1,40% e elementos de liga: Si < 0,50%: Mn < 0,70%: S+P < 0,03%: V < 0,50%: Cr < 0,40% Hoje em dia, como ferramenta de usinagem é pouco utilizada, mas ainda são os mais usados na fabricação de ferramentas de estampagem, corte e repuxo e as fermentas manuais como chaves de boca, fenda, alicates etc. 2. Aços rápidos - (HSS): Material formado por alta liga de tungstênio, molibdênio, nióbio, cromo, vanádio e cobalto. Têm como principais características: Material Tenaz; Elevada resistência ao desgaste; Elevada dureza a quente( Em relação ao aço carbono), utilizável até aproximadamente 600(C. Estrutura básica: Martensítica com carbetos incrustados (grande resistência ao desgaste). Elementos de liga do aço rápido: Carbono: aumenta a dureza do material, também contribui para a formação de carbetos; Tungstênio e molibdênio: confere resistência ao desgaste e dureza a quente; Vanádio e nióbio: melhora a resistência ao desgaste; Cromo: responsável pela alta temperabilidade; Cobalto: aumenta a dureza a quente elevando a eficiência do corte; Nitreto de titânio: produz corte com menor esforço, devido ao baixo coeficiente de atrito. O HSS surgiu em 1898, através de experiências de Taylor e White (americanos) que desenvolveram um aço com 1,85C+3,80Cr+8%W Em 1900, na Paris Exposition, foram demonstradas usinagens com cavaco de cor azulada onde a ferramenta mesmo com aponta rubra continuava cortando a uma Vc = 40 m/min; a = 1.6 mm/ver e p = 4,8 mm. A temperatura na ponta da ferramenta chegava a 600ºC. Em 1903, criou-se outro aço, com 0,70C% e 14%W, considerado o protótipo dos aços rápidos. Em 1906, foi implantada a fabricação de aço em forno elétrico, que contribuiu para o desenvolvimento de aços finos com a redução de impurezas em suas composições. Esses aços podem atingir 65 RC; com carbono de 0,70% a 1,60%; 1,60 0 e para ( < 0 ? 2) Para um torneamento cilíndrico externo são dados: material GS45; ferramenta MD; χ = 45º; a = 0,25 mm / rev; p = 2,5 mm; n = 400 rpm; ( = 80 mm. a) Achar a vida da ferramenta. 3) Qual será a rotação para que a ferramenta do exercício (2) tenha uma vida de 20 minutos ? Rotações disponíveis na placa = 120 / 240 / 460 / 920 rpm. 4) No exercício (3), qual a rotação para T= 20 min, usando-se a ferramenta de HSS ? Dadas as seguintes rotações disponíveis: 15 / 30 / 60 / 120 / 240 / 460. 5) Dados: Ferramenta de aço rápido HSS; material SAE 1045; (=150 mm; LC=110 mm; a= 0,18 mm/rev; p=1,8 mm; X=90º; n=240rpm (>0 Pede-se: VC; T; tC ; FC Exercícios - Potência de Corte 1) Calcular a potência de corte e a vida para usinar uma peça com φ=80 mm, sabendo-se que o operador está usinando com uma rotação de 800 rpm. Dados: peça = SAE 1030; ferramenta = MD; χ=60º; a = 0,5 mm/rev; p = 3 mm; γ> 0 2) No exercício anterior qual será a vida da ferramenta se a área do cavaco for dobrada e a Força de corte? 3) No primeiro exercício, qual seria o avanço da ferramenta considerando-se T = 15 min ? 4) Se alterar o ângulo de saída da ferramenta, de positivo para negativo, o que acontecerá com a potência da máquina ? 7 Torque: Sabemos que o torque efetivo no eixo da máquina será: Mt = Fc* φ / 2 ( kgf* mm ) Fc = Força de Corte ( kgf ) φ = Diâmetro da Peça ( mm ) O torque (Mt) é limitado para cada máquina ferramenta em função de sua constituição mecânica. Sabemos então que o avanço e a profundidade de corte deverão ter um limite o qual não ultrapasse a uma força de corte limite, para não danificar os componentes da máquina ferramenta. Geralmente o fabricante da máquina especifica o valor limite ( máx ) Mt da máquina ferramenta. Portanto: Mt máx= Fc* φ / 2 ou Mtmáx = Ks1* b*h(1-Z) * φ / 2 8 Escolha da Solução: Ao se resolver um problema devemos definir se a resolução será por potência ou por torque. Para tanto determina-se a rotação crítica. Valores para rotações da máquina abaixo da rotação crítica põem em risco o eixo árvore ( torque máximo). Valores para rotações da máquina acima da rotação crítica ultrapassa a potência do motor. Mt = 716.200 x N / n [kgf.mm] Mt = Momento de Torção [kgf . mm] N = Potência Nominal do Motor [cv] n = Rotação da Máquina [rpm] Então: n = 716200 * N / Mt N = Nc Mt = Mtmáx n = ncrítico ncrítico = 716.200 x Nc / Mtmáx Exercícios de escolha de avanço e das melhores condições: 1) Para um torneamento externo cilíndrico são dados: Material = Latão FC; ferramenta MD; (>0; X = 60º; Potência de usinagem NC = 5 cv; p = 3mm; Índice de esbeltez 30; potência do motor = 10 cv; rendimento ( = 75%; Mt máx = 30 kgf.m; Rotações: 140 - 180 - 224 - 280 - 355 - 500 - 750 - 900 - 1000 rpm Avanços: 0,1 - 0,15 - 0,16 - 0,18 - 0,2 - 0,25 - 0,3 - 0,4 - 0,5 - 0,6 - 0,8 - 1,1 - 1,2 mm/rev Pede-se: o avanço para o melhor aproveitamento da máquina. 3) Dado um eixo com 250 mm de diâmetro, de Ferro Fundido GG26 para ser usinado com uma ferramenta de M.D. com ângulo de saída γ>0 : ângulo de posição χ = 60º e p = 3,2 mm, pede-se: a) A rotação para melhor aproveitamento da máquina ( máx Nef ) b) A potência (Nef) de corte efetiva; o momento (Mtef) torçor efetivo; vida (Tef) efetiva da ferramenta. Sabe-se que os avanços e as rotações disponíveis são: a: 0,063; 0,1; 0,2; 0,4; 0,63; 1,0; 1,6; 2,0 / n: 10; 20; 80; 100; 160; 315; 610; 1240. São dados: 30; χ = 45º ; comprimento LC = 50 mm; (ext = 154 mm; NC = 5 cv; Mtmáx = 40 kgf.m; rotações: 25 -40 -80 - 160 - 250 - 300 - 430 - 500 - 800 avanços: 0,01 - 0,1 - 0,2 - 0,4 - 0,6 - 0,8 - 1,0 - 1,2 TTF = 4 min; Tm= 2 min; TP = 0,5 min; K1 = $15/hora; K2 = $2,50 / troca Pede-se a e n para (a) máxima produção e (b) para custo mínimo. 2) Para o torneamento cilíndrico de uma peça de (ext = 100 mm; (acabado = 95 mm; LC = 100 mm são dados: a) Peça SAE 8620; b) Ferramenta MD; (>0; X=60º ; c) NC = 6 cv Pede-se a; n; Nef e Tef para custo mínimo. Dados: Mtmax = 50.000 kgf.mm; TTF = 4 min; TM = 2 min; TP = 2 min; K1 = $5/min; K2= $25/troca; a: 0,05 - 0,07 - 0,1 - 0,2 - 0,4 - 0,6 - 1,0 n: 20 - 50 - 63 - 100 - 250 - 450 - 600 - 700 - 1000 - 1500 PROCESSO DE FURAÇÃO - BROCAS HELICOIDAIS O processo de furação é um dos processos de usinagem mais utilizados na industria manufatureira. Isto torna o estudo visando a otimização do processo de furação muito importante. Na furação, a ferramenta ainda mais utilizada é a broca helicoidal de aço rápido. Alguns desenvolvimentos nesta área são: Broca de aço rápido revestido com nitreto de titânio – possibilitou um substancial aumento da velocidade de corte e da vida da ferramenta em relação à broca de aço rápido sem revestimento; Broca inteiriça de metal duro – quando o furo é pequeno (menor que 20 mm) e a maquina possui rotação, rigidez e potência suficientes, esta broca é uma boa alternativa. Broca com pastilhas intercambiáveis de metal duro – para brocas de diâmetro médios esta é uma boa opção; Brocas especiais – quando o furo tem diâmetro muito grande e/ou um comprimento muito grande em relação ao diâmetro. Uma grande desvantagem da furação com brocas helicoidais é a sua imprecisão. Formas construtivas das brocas helicoidais Haste = destina-se à fixação da broca na máquina. Diâmetro = é medido entre as duas guias da broca. Núcleo = serve para conferir a rigidez à broca. Guias = têm a função de guiar a broca dentro do furo e de evitar que toda parede externa da broca atrito com as paredes do furo. Canais helicoidais = são as superfícies de saída da ferramenta. Aresta de corte = a aresta ligando as duas arestas principais de corte é chamada de aresta transversal de corte. Afiação das brocas helicoidais As brocas helicoidais de aço rápido e inteiriças de metal duro precisam ser afiadas ao fim de sua vida. Para que o cavaco removido pela broca helicoidal não seja esmagado pela superfície principal de folga e o corte possa ocorrer, é necessário que o ângulo lateral efetivo de folga seja tanto quanto positivo para qualquer diâmetro da broca. Característica da formação do cavaco na furação Um dos problemas do problema do processo de furação é a evacuação dos cavacos de dentro do furo. Se o cavaco formado for em forma de fita, será muito difícil extraí-lo do furo. Cavacos helicoidais ou em lascas são os que mais facilmente podem ser removidos dos furos. A remoção pode ainda ser auxiliada pela utilização de um ciclo de furação que retire freqüentemente a broca de dentro do furo e/ou pelo insuflamento de fluido de corte sob pressão diretamente no fundo do furo., através de canais especialmente construídos na broca. Forças e potências de corte na furação Durante o processo de furação verificam-se as seguintes resistências à penetração da broca: Resistência devido ao corte do material nas duas arestas principais de corte; Resistência devido ao corte e esmagamento do material na aresta transversal de corte; Resistência devido ao atrito das guias com a parede do furo e entre a superfície de saída da broca e o cavaco. Esforços de corte na furação Diversos são os fatores que influem nos esforços de corte na furação, dentre eles o avanço, a profundidade de usinagem, a velocidade de corte, a geometria da ferramenta, o material da peça e da ferramenta, etc... Algumas Brocas especiais para furos longos são: Brocas canhão com remoção externa de cavaco; Brocas canhão com remoção interna de cavaco; Brocas EJECTOR – patente da empresa SANDVIK; Brocas ocas de trepanação. Furação em cheio: MT = C1 * D * f y [kgf.mm] = Momento torçor proporcionado pela operação = [ eq. de Kronenberg ] Pa = C4 * D x' * f y' [kgf] = Força de avanço proporcionada pela operação = [ eq. de Hurst Daar ] Furação com pré-furação: MT = C0 x f (1-Zo) x D (2-Xo) x ( D xo - d Xo ) [kgf.mm] [ eq. de Hurst Daar ] Pa = B0 x f (1-Yo) x D (1-Wo) x ( D Wo - d Wo ) [kgf] [ eq. de Hurst Daar ] Tensão devido a ação conjunta de um momento torçor e uma força de avanço: [ kgf / cm2 ] Pa [ kgf ]; D [ cm] ; MT [ kgf.cm] Limite de tensão para brocas de aço rápido: ( ( 2.500 kgf / cm2 EXERCICIOS DE APLICAÇÃO DE FURAÇÃO: Tendo em vista a usinagem da peça abaixo esboçada, pede-se determinar a rotação, o avanço e o tempo de corte. Dados: Furadeira de coluna; Potência do motor NM = 2,5 cv; Rendimento ( = 60%; Momento torçor máximo Mtmáx = 18 kgf.m; Força de avanço máxima Pa máx = 210 kgf. Velocidade de corte: VC = 30 - 45 m/min Rotações disponíveis: 90; 112; 140; 180; 224; 280; 355; 450; 560; 710; 900 [rpm] Avanços disponíveis: 0,025; 0,035; 0,049; 0,068; 0,087; 0,125; 0,179; 0,209; 0,224 [mm/rev] "Materia"C1 "X " "l " " " "0,025 "0,04 "0,063 "0,1 "0,16 "0,25 "0,4 "0,63 "1,0 " "1030 "52 "535 "475 "425 "375 "330 "295 "260 "230 "205 " "1035 "58 "405 "370 "340 "310 "280 "255 "235 "215 "195 " "1045 "67 "385 "360 "340 "320 "300 "280 "260 "245 "230 " "1060 "77 "425 "390 "360 "330 "305 "280 "260 "240 "220 " "8620 "77 "570 "510 "455 "400 "355 "315 "280 "250 "220 " "4140 "73 "675 "600 "535 "475 "420 "370 "330 "290 "260 " "4137 "60 "495 "455 "415 "375 "340 "310 "280 "255 "230 " "6150 "60 "600 "530 "475 "420 "370 "330 "290 "260 "230 " "Fofo Duro "HRC=46 "420 "390 "355 "325 "300 "275 "250 "230 "210 " "Ff GG26 "HB=200 "270 "240 "215 "190 "170 "150 "135 "120 "105 " " ----------------------- cð = 90º sen cð = 1 b = p = 5 h = a h = a . sen ( b = p / sen ( cð= ângulo de posição da ferramenta a = avanço [mm] p = profundidade [mm] h = χ = 90º sen χ = 1 b = p = 5 h = a h = a . sen ( b = p / sen ( χ= ângulo de posição da ferramenta a = avanço [mm] p = profundidade [mm] h = "espessura" do cavaco [mm] b = "largura" do cavaco [mm] A = área do cavaco = a . p = h . b [mm2] G = índice de esbeltez = p / a ( = ângulo de saída do cavaco RC = grau de recalque = h' / h 1 cv = 75 kgf . m / s φ = diâmetro externo [mm] n = rotação da peça [rpm] MATERIAL ( < 0 ( > 0 [kgf/mm2] ruptura AÇO RÁPIDO METAL DURO a ISO "P" – Usin. geral ISO "M" – usin. Cópia ISO "S" – 1ª Op. Ferr./Posit. ISO "C" – 2ª Op. Ferr./Posit