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Apostila Mecanização - Semeadora Comparação

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Dinâmica de semeadoras-adubadoras diretas em Guaíra (PR) - Resultados de Avaliação1 Ruy Casão Junior & Rubens Siqueira Pesquisadores do Instituto Agrônomico do Paraná (IAPAR) - Londrina-PR - E-mail: [email protected] 1 Apresentação Nos dias 27 e 28 de junho de 2003, no município de Guaíra, Estado do Paraná, foram realizadas exposições dinâmicas de máquinas semeadoras-adubadoras de plantio direto. Registrou-se a presença de aproximadamente 1400 pessoas, entre produtores e técnicos. A avaliação foi efetuada em um solo de textura média, que na camada de 0-15 cm de profundidade tem 30% de argila, densidade de 1,74 g/cm3 e resistência à penetração de 1808 kPa, na umidade do solo de 28 %, correspondendo a consistência de friável à plástica. As máquinas trabalharam sobre 15.125 kg/ha de cobertura morta, composta por palhada de milho e guandu anão. O evento foi coordenado e organizado pelo IAPAR e pela ITAIPU BINACIONAL, como o apoio da Prefeitura Municipal de Guaíra na pessoa de seu prefeito Manoel Kuba, do Secretário da Agricultura e Meio Ambiente Kazumi Tanigushi, do Diretor de Meio Ambiente Raimundo Frazão do Lago e equipe técnica. Participaram do evento "plantadeiras" e máquinas múltiplas, ou seja, as que semeiam em fluxo contínuo (denominadas de "semeadeiras") e também, em precisão ("plantadeiras"). Nesta dinâmica, as de precisão semearam feijão e as em fluxo contínuo semearam ao mesmo tempo, aveia preta, nabo pivotante e tremoço branco (Tabela 1). 2 Avaliação das semeadoras-adubadoras quanto aos fatores que afetam a emergência das plantas Serão apresentados separadamente a análise do desempenho das semeadorasadubadoras em precisão e das em fluxo contínuo, para melhor clareza das discussões. 2.1 Semeadoras-adubadoras de precisão Profundidade do sulco A única semeadora que trabalhou dentro do limite solicitado aos fabricantes (entre 9 e 11 cm de profundidade do sulco) foi a KK 8/4. As demais trabalharam a maior profundidade, conforme observado na figura 1. Os fatos de trabalharem a profundidade maior que a recomendada. Foi provavelmente devido a problemas de regulagem ou opção do fabricante. Quanto a variação da profundidade do sulco entre as linhas, a figura 8 mostra que o melhor desempenho foi da PHM, com 8,5% de variação em relação a sua média. As demais semeadoras também apresentaram bom desempenho, apresentando variações entre 9,1% até o 1 Fonte : Revista Plantio Direto, edição nº 83 - Novembro/Dezembro de 2004. Aldeia Norte Editora, Passo Fundo-RS máximo 14,0%. Destaca-se que a KK 8/4 possuia rodas de controle de profundidade das hastes sulcadoras (figura 2). A PDM 9810 possuia discos aterradores atrás da haste sulcadora (figura 3), com a finalidade de fechar o sulco após a passagem desta, fazendo com que os discos duplos trabalhem sobre uma condição mais apropriada Profundidade de semeadura A profundidade de semeadura do feijão esteve nos valores solicitados (4 a 5 cm) nas semeadoras PC 7/4, SS 10.000, 5030 e PHM. A PREMIUM, PDM 9810, KK 8/4, MPS 1600 e PCR 2227 semearam acima desta profundidade e a SOLO GRAFIC 4500 semeou raso (2,8 cm) conforme a figura 4. As semeadoras PDM 9810 e KK 8/4 apresentaram as menores variações da profundidade de sementes entre as linhas. A SOLO GRAFIC 4500 obteve variação de 49% pelo fato de não aterrar adequadamente o sulco. Ocorrência de embuchamento As semeadoras MPS 1600, PCR 2227 e PHM apresentaram problemas de embuchamento. No entanto, as máquinas não precisaram parar no percurso de 80 metros, mas se continuassem isso seria necessário. Destaca-se que a área possuía cobertura vegetal de 15.125 kg/ha de resteva de milho e guandu anão e todas as máquinas trabalharam cruzando terraços de base larga na diagonal. O embuchamento pode ser reduzido quando a máquina permite que a palha flua entre as unidades de semeadura (linhas). Para isso o Iapar recomenda que tenham seus componentes em zig-zag, estrutura alta (figura 5), componentes rodantes, onde a palha tenha dificuldade de ficar presa, realizar boa regulagem dos discos de corte, não trabalhar com o solo próximo da consistência plástica e possuir componentes desembuchadores para as hastes sulcadoras, como, por exemplo a KK 8/4. As semeadoras PREMIUM (figura 5) e a 5030 possuem estrutura alta e seus componentes de ataque ao solo são em zig-zag e a PHM (figura 5) possui os componentes de acabamento de semeadura em zig-zag. Aterramento do sulco As semeadoras PC 7/4, SOLO GRAFIC 4500 e PHM não apresentaram um bom aterramento dos sulcos, com 74% em média de sulcos bem aterrados, ou seja, com 26% de sulcos abertos ou mal aterrados (figura 6). Este fato está associado, provavelmente ao tipo de cobertura morta, pois o guandu anão deixa ramos cortados como varetas, que dificultam o aterramento. Desta forma é indispensável a existência de componentes de aterramento para efetuar uma regulagem adequada (figura 7). Cobertura do sulco com palha As semeadoras PREMIUM, PDM 9810 e SOLOGRAFIC 4500 também não possuíam sistema específico de aterramento pelos critérios do Iapar, foram as que apresentaram grande redução de palha após a passagem das mesmas. As demais obtiveram desempenho melhor (figura 6), com redução de 20 a 24% da cobertura morta original. Emergência das plantas Todas as semeadoras apresentaram entre regular e boa emergência, sendo que o menor valor encontrado de 84% (figura 8). No caso da SOLOGRAFIC 4500 justifica-se pelo fato de ter trabalhado a velocidade maior (6,25 km/h), semeado raso, não aterrado adequadamente os sulcos, reduzindo muito a palha sobre o mesmo e com porcentagem de intumescimento das sementes inferior as demais (83%). A 5030 e a KK 8/4 semearam adequadamente e trabalharam em velocidades de 4,9 e 5,0 km/h. No entanto, obtiveram porcentagem de emergência abaixo de 90%. As semeadoras PREMIUM e PDM 9810 que não possuem sistema adequado de retorno de solo e palha sobre o sulco e obtiveram bons resultados de emergência e intumescimento das sementes, o mesmo ocorreu com as semeadoras PC 7/4, KK 8/4, SS 10000, MPS 1600 e PHM, que já possuem sistemas mais adequados. 2.2 Semeadoras-adubadoras de fluxo contínuo Velocidade de trabalho As multissemeadoras na versão em fluxo contínuo também trabalharam sobre resteva milho e guandu anão, percorrendo uma distância de 80 m, cruzando terraços. As duas máquinas trabalharam dentro da recomendação mínima de 6,0 km/h (tabela 2) Ocorrência de embuchamento Não houve problemas de embuchamento. Profundidade de semeadura A MPS 1600 semeou o tremoço na profundidade adequada de 2,4 cm, o nabo e a aveia ficaram um pouco abaixo do solicitado, que era entre 2 a 4 cm (figura 9). A SDM por sua vez semeou mais profundo sendo que o nabo e aveia estavam a menos de 4 cm e o tremoço com média de 4,7 cm de profundidade. Observa-se que a variação da profundidade das sementes de ambas as semeadoras é muito grande, acima de 30%, chegando na aveia preta até 46,5% na MPS 1600. Cobertura do sulco com palha Ambas as semeadoras aterraram adequadamente os sulcos e reduziram muito pouco a cobertura morta original do terreno. A MPS 1600 reduziu em 6% da palha e a SDM 2219 reduziu 8%. A MPS 1600 e SDM 2219 possuem rodas compactadoras que atuam como aterradoras, conseguindo um bom efeito de aterramento e compactação (figura 10). Emergência das plantas As duas semeadoras não conseguiram uma boa emergência do tremoço. Destaca-se que é uma semente muito grande para ser distribuída no sistema de rotor acanalado e no sistema de distribuição de fertilizante, principalmente em baixas dosagens. Como estas misturas de sementes podem auxiliar em muito o produtor no conceito de agricultura conservacionista, seria importante que os fabricantes viabilizassem esta alternativa. No caso do nabo pivotante, o resultado foi melhor, mas ainda insuficiente, pois o Iapar estabelece que a emergência deve ser no mínimo de 70%. O destaque ocorreu na emergência de aveia preta na semeadora SDM 2219, com 100% das sementes viáveis emergiram. Destaca-se ainda que em todos os estudos realizados pelo Iapar com semeadoras de fluxo contínuo obteve-se resultados insuficientes de emergência de plantas. Estes resultados estão apresentados na figura 11 e as parcelas com as três culturas de tremoço, nabo e aveia estão na figura 12. 3 Avaliação das semeadoras-adubadoras quanto a exigência de força de tração e potência 3.1 Semeadoras-adubadoras de precisão Força de tração Analisando-se a força de tração específica, torna-se possível efetuar a comparação entre as semeadoras. Os valores de força específica devem ser multiplicados pelo número de linhas da semeadora e a profundidade de trabalho para se obter a força total de tração. Nos estudos em Marechal Cândido Rondon, a força específica média variou de 16,3 a 24,0 kgf/linha.cm e em Entre Rios do Oeste de 15,1 a 38,9 kgf/linha.cm, em São Miguel do Iguaçu, a variação foi de 14,3 a 21,3 kgf/linha.cm e em Guaíra de 14,0 a 24,9 kgf/linha.cm (Figura 13). Os menores valores de força média específica foram obtidos na semeadora PCR 2227, seguida da PC 7/4 New Line e PHM. São com os parâmetros de força máxima que se determina a potência necessária do motor do trator para tracionar a semeadora. Para efeito comparativo, os valores de força máxima da figura 13 foram corrigidos à profundidade constante de 10 cm. Lembra-se ainda, que são com os resultados de força máxima de tração que se determina a potência necessária no motor do trator. A variação entre a força média e máxima foi de 27% com a 5030 a 85% com a MPS 1600. Considera-se que esta última semeadora embuchou durante o percurso e que todas as máquinas exigiram mais esforços ao ultrapassar os terraços. A figura 13 mostra estes valores por linha de cada semeadora, sendo que a maior exigência foi da MPS 1600, seguida pela PREMIUM 10000 e 5030. Potência exigida Foi determinada a potência máxima exigida pelo motor do trator em função da força máxima de tração das semeadoras, considerando velocidade constante de 6 km/hora. O comportamento da potência específica média e potência máxima no motor por linha (figura 14) foram semelhantes a força específica média e força máxima por linha, pois como a velocidade é constante e a potência é função direta da força. A semeadora MPS 1600, com 6 linhas, foi a que exigiu maior potência máxima por linha (17,5 cv), considerando-se uma profundidade do sulco de 10 cm. Um trator com 105 cv de potência no motor seria suficiente para tracioná-la (figura 14). Mas, se a profundidade aumentar de 10 para 15 cm a potência exigida seria de 158 cv. Sabe-se que a exigência de força e potência para tracionar uma semeadora depende do projeto dos componentes de ataque ao solo, em especial as hastes sulcadoras, do peso da máquina e do número, peso e área de componentes em contato com o solo. A figura 15 mostra que com o aumento do peso das semeadoras há tendência de aumento da potência exigida. Este estudo foi realizado com os parâmetros obtidos em várias avaliações realizadas pelo Iapar, inclusive com dados obtidos em Guaíra. A tabela 3 apresenta o peso por linha das semeadoras e características importantes para o projeto das hastes sulcadoras como o ângulo de ataque, espessura da ponteira e efeito de curvatura da haste dado pela relação H/L (profundidade de trabalho/distância da extremidade da ponteira a superfície da haste). A figura 16 mostra o desenho de uma haste recomendada pelo Iapar com estas dimensões e a figura 17 apresenta resultados de pesquisa com desenvolvimento de hastes sulcadoras, mostrando que aumentando o ângulo de ataque, a largura da ponteira e a relação H/L conjuntamente, aumenta a força e conseqüentemente aumentará a potência para tracioná-la. Observa-se que as hastes das semeadoras em teste podem ser aperfeiçoadas visando um melhor desempenho. 3.2 Semeadoras-adubadoras de fluxo contínuo Força de tração A MPS 1600 da Imasa exigiu 55,0 kgf por linha da máquina de força média e a SDM 2219 exigiu 69,9 kgf/linha. A força máxima foi 58,6% e 67,3% superior a média, respectivamente para a MPS 1600 e SDM 2219 provavelmento pelo cruzamento de terraços. A MPS 1600 da Imasa exigiu 86,2 kgf por linha da máquina de força máxima e a SDM 2219 exigiu 116,9 kgf/linha. A MPS 1600 possui peso de 215 kgf por linha e a SDM 2219 192 kgf. No entanto, as rodas compactadoras da SDM são largas, exigindo maior resistência ao rolamento, sendo, possivelmente o fator que promoveu a maior exigência de força. Potência exigida A potência máxima por linha e a potência máxima no motor do trator para tracionar as semeadoras estão apresentadas na figura 18. Padronizou-se a velocidade de 8 km/h para o cálculo da potência máxima por linha das semeadoras. Para que se possa selecionar o trator pela exigência de potência, a Figura 18 mostra que a MPS 1600, com 13 linhas necessitou de 60,4 cv e a SDM 2219 119,8 cv. 4 Avaliação das semeadoras-adubadoras quanto a uniformidade de distribuição de sementes e fertilizante 4.1 Semeadoras-adubadoras de precisão Dosagem de fertilizante Foi solicitado que a regulagem fosse de 200 kg/ha de fertilizante, sendo que seis máquinas foram reguladas com menos de 10% de variação entre as linhas e quatro entre 10% a 20% (figura 19), por erros de regulagem na dosagem. Quanto a variação de fertilizante entre as linhas, todas as máquinas apresentaram bom desempenho, considerando-se aceitável variações de até 12,5% em relação ao valor médio. Destaca-se que os sistemas de dosagem utilizados eram o de rosca sem fim, roseta dentada e de eixo com aletas rotativas. Dosagem de sementes Três semeadoras de precisão distribuíram as sementes de feijão abaixo da dosagem solicitada (entre 16,2 a 19,8 sementes/m), possivelmente por erros de dosagem. No entanto, todas apresentaram baixa variação entre as linhas (Figura 20). Destaca-se que todas as máquinas possuíam sistema de dosagem com discos alveolados, sendo que nos estudos conduzidos pelo Iapar as variações de sementes entre as linhas sempre estiveram inferiores ao critério adotado. 4.2 Semeadoras-adubadoras de fluxo contínuo Dosagem de sementes As semeadoras de fluxo contínuo apresentaram sistema apropriado para distribuição de sementes miúdas. Este dispositivo é importante para a distribuição de sementes com diâmetro inferior a 2 mm como o nabo, moha e milheto, entre outras. A MPS 1600 e a SDM 2219 distribuíram tremoço branco e aveia preta na dosagem recomendada entre (27 e 33 kg/ha de sementes) conforme observa-se na figura 21. Quanto ao nabo forrageiro ambas dosaram um pouco acima do solicitado de 9 a 11 kg/ha. Foi analisada a porcentagem de variação na dosagem de sementes entre as linhas das semeadoras. A MPS 1600 obteve baixa variação, ou seja, inferior a 10%. A SDM 2219 também obteve bom desempenho com as sementes de nabo e aveia, mas na distribuição do tremoço, a variação entre as linhas foi de 15% (figura 22). 5 5.1 Avaliação das semeadoras-adubadoras quanto aos parâmetros morfológicos Semeadoras-adubadoras de precisão Componentes de ataque ao solo As semeadoras foram avaliadas quanto as opções e facilidade de regulagem de seus componentes. No caso dos componentes de ataque ao solo, observa-se que três semeadoras não apresentavam sistema próprio de aterramento e cobertura do sulco com palha (tabela 4). Todas semeadoras possuíam discos de corte com regulagem de pressão sobre os mesmos (tabela 4), sendo considerado fácil sua regulagem (tabela 5). Somente a SOLOGRAFIC 4500 possuía um sistema completo de regulagem dos sulcadores de fertilizante (tabela 4), podendo desloca-lo verticalmente, pressioná-lo sobre o terreno, controlar a profundidade e manter o ângulo de ataque da haste pela existência de um mecanismo pantográfico. As demais máquinas não possuíam um desses componentes, consideradas incompletas pela avaliação do IAPAR. No sulcador de sementes somente foram consideradas completas a 5030 e SOLOGRAFIC, as demais eram pivotadas e não possuíam principalmente o sistema pantográfico que permite a manutenção do ângulo de convergência dos discos duplos no solo. Três máquinas não possuíam um sistema completo de controle de profundidade, com rodas próximas ao eixo dos sulcadores de sementes e com balancins, para passar sobre obstáculos do terreno (tabela 4). A PCR 2227 não possui bom compactador pelos critérios do IAPAR. Na SS 10.000 e KK 8/4 os compactadores não possuiam opções de regulagens de inclinação das rodas, pressionando o solo sobre as sementes, sendo que as demais sim (tabela 4). Pelos critérios do IAPAR, observa-se que a facilidade de regulagem dos componentes de ataque ao solo é boa, como é observado na tabela 5, sendo que todas foram pontuadas como fácil. Regulagem de sementes e fertilizante Todas as semeadoras possuem os dispositivos para realizar as regulagens de sementes e fertilizante. Quanto a facilidade de regulagem, a KK 8/4 e PHM foram consideradas regulares e as demais fáceis, por possuírem sistema de regulagem rápida com caixa de câmbio (tabela 6 e figura 23). O sistema de seleção rápida de engrenagens tem se caracterizado como uma tendência, sendo que nos últimos três anos a maioria dos fabricantes estão incorporando-o em seu produto. A SOLOGRAFIC 4500 possui um sistema compacto e prático para troca da relação de transmissão (Speed Box), visto na figura 23. Regulagem de outros sistemas Todas as semeadoras de precisão permitem o acoplamento e a regulagem de espaçamentos. No caso da regulagem do espaçamento entre linhas, a equipe do IAPAR está somente considerando a troca de espaçamentos múltiplos. Mesmo assim, uma é considerada difícil de trocar o espaçamento de 45 cm para o de 90 cm e três apresentam regular dificuldade. Mais uma vez destacamos, ser este um dos fatores que as indústrias devem investir para facilitar o trabalho do agricultor. Cinco máquinas são altas (mais do que 1,8 m) para realizar o abastecimento de fertilizante, uma de altura média e quatro foram consideradas baixa, com menos de 1,6 m e uma média, entre 1,6 a 1,8 m de altura. Nenhuma semeadora apresentou dificuldade de limpeza do depósito de fertilizante (tabela 8). Três semeadoras foram consideradas de regular dificuldade para realizar a lubrificação e quatro com grande dificuldade. Considerando-se que esta é uma operação diária, face sua importância, a equipe do IAPAR, contou o número de graxeiras existente nas semeadoras. O pequeno número de pontos de lubrificação não implica em atestar a qualidade dos mancais. Não foram realizados estudos de confiabilidade das máquinas e de seus componentes. Destaca-se, no entanto, que a 5040, MPS 1600 e PCR 2227 possuem somente três pontos de lubrificação por linha. Uma característica de projeto, que também poderia ser analisada, também, são as graxeiras no sistema de dosagem de fertilizante do tipo rosca sem fim. Quando este dispositivo está desalinhado, ou seja, perpendicular à máquina, utiliza-se duas graxeiras em cada. Nos dosadores alinhados, usa-se somente nos mancais da extremidade dos semi-eixos. Três semeadoras possuem estribo à frente da máquina, expondo o operador da máquina a risco fatal. Seis apresentam risco regular e uma não apresenta risco por ter o estribo fixo atrás (tabela 8). Nove semeadoras possuem dispositivos de segurança para os componentes da semeadora, como pinos de cisalhamento ou limitadores de torque e uma possui pelo menos os pinos nas hastes sulcadoras (tabela 8). A autonomia de fertilizante de oito semeadoras é considerada boa e duas regular, sugerindo-se, para estas, aumentar um pouco o tamanho do depósito. Para as pequenas e médias propriedades do Paraná, não se recomenda depósitos grandes, pois o peso adicional da máquina aumenta a exigência de tração e trás inconvenientes de projeto e operacionais. O critério estabelecido é que a máquina deva percorrer 10.000 m distribuindo 50 kg/ha de sementes soja e 200 kg/ha de fertilizante, para ter uma boa pontuação na autonomia. 5.2 Semeadoras-adubadoras de fluxo contínuo Componentes de ataque ao solo As duas semeadoras possuem componentes de controle de profundidade das sementes e fertilizante, aterramento e compactação (tabela 9). Quanto aos sulcadores do tipo discos duplos, falta o pantográfico na MPS 1600, que manteria o ponto de convergência dos discos sempre no mesmo ângulo em relação ao solo. A maioria das regulagens dos componentes de ataque ao solo foram consideradas fáceis (tabela 10), com exceção da regulagem da pressão sobre as molas dos discos duplos da MPS 1600. Regulagem de sementes e fertilizante As semeadoras em teste possuíam alternativas para a regulagem de sementes e fertilizante, com regulagens realizadas através de sistemas práticos de manuseio (tabela 11). Regulagem de outros sistemas As semeadoras de fluxo contínuo possuem opções de regulagem de acoplamento e troca de espaçamento (tabela 12) e são fáceis de serem acopladas na barra de tração do trator. Quanto a altura do depósito de fertilizante, a MPS 1600 é considerada baixa (menos que 160 cm) e a SDM 2219 alta com altura superior a 180 cm. A SDM 2219 apresenta dificuldade de se efetuar a limpeza do depósito de fertilizante e a MPS 1600 foi considerada fácil (tabela 13). A SDM 2219 foi considerada de regular dificuldade para ser lubrificada. Somente a MPS 1600 oferece algum risco ao operador da semeadora, pois sua caixa de sementes oscila verticalmente. As duas máquinas possuem dispositivos de segurança para seus componentes. Ambas possuem boa autonomia de sementes e fertilizante (tabela 13). 6 Avaliação das semeadoras-adubadoras quanto ao rendimento operacional e custo da operação 6.1 Semeadoras-adubadoras de precisão Rendimento operacional O rendimento operacional teórico foi determinado considerando-se velocidade constante de 6 km/h para as semeadoras de precisão. Os resultados apresentados na figura 24 mostram que este variou em função do número de linhas e espaçamento da máquina, em um intervalo de 1,62 a 2,43 ha/h. As semeadoras trabalharam com velocidade média de 5,4 km/h, sendo a que trabalhou mais rápido foi a SOLOGRAFIC com 6,3 km/h. Custo operacional Os preços das semeadoras variam muito, mesmo entre as máquinas com o mesmo número de linhas (figura 25). A 5030 com 9 linhas, custava em março de 2003 R$ 39.000,00 e a SOLOGRAFIC 4500 R$ 55.000,00. Destaca-se que não é considerado nas avaliações a qualidade de fabricação, vida útil e assistência pós venda das máquinas. Considerou-se em Guaíra, os preços das multissemeadoras nas duas versões diferentes, ou seja, a MPS 1600 na versão verão custava R$ 41.870,00 e na versão múltipla R$ 48.050,00. A PHM apresentou o menor preço e custo operacional, em função de se tratar de uma máquina reformada, sendo uma boa opção para a região. A PHM, PCR 2227, PC 7/4 New Line e SS 10.000 apresentaram custo operacional entre de R$ 33,50 a 37,50 R$/ha. A SOLOGRAFIC 4500, 5030, PDM 9810, PREMIUM 10.000 e KK 8/4 apresentaram um custo operacional entre R$ 40,00 a 45,10 e a MPS 1600 um custo operacional maior, de R$ 65,00. A SOLOGRFIC 4500 apesar de ser a máquina mais cara, obteve um custo operacional intermediário por ter trabalhado com a maior velocidade, melhorando seu rendimento operacional em relação as demais. Considera-se que, segundo os critérios do Iapar nos testes, o custo operacional dependia do preço da máquina depreciado em 1000 horas, custo do aluguel de um trator em função da potência exigida pela semeadora e do rendimento operacional. 6.2 Semeadoras-adubadoras de fluxo contínuo Rendimento operacional O rendimento operacional teórico das semeadoras de fluxo contínuo é apresentado na Figura 26. Foi determinado com uma velocidade de 8 km/h, e é função do número de linhas e espaçamento entre elas. A velocidade de trabalho também é apresentada na Figura 26, observando-se que trabalharam na velocidade de 6,4 e 7,0 km/h. Custo operacional A semeadora MPS 1600 custava R$ 41.200,00 em junho de 2003 e a SDM 2219 R$ 49.000,00. Os preços e custo operacional das semeadoras podem ser observados na figura 27, sendo que a PDM 2219 apesar de mais cara obteve um menor custo operacional. 7 Considerações finais Este trabalho, embora detalhado, não é completo, já que não analisa parâmetros que determinam a vida útil e a qualidade de fabricação das semeadoras, além de não considerar aspectos relativos à assistência técnica pós venda. Não existe a máquina perfeita, nem tão pouco a melhor para todas as situações e sim aquela que possui um conjunto de características que o próprio produtor deve selecionar como o mais adequadas à sua realidade. Parabenizamos as indústrias de máquinas agrícolas que participaram desse evento, pois demonstram seu constante esforço em desenvolver produtos cada vez mais adequados à realidade brasileira, colocando seus resultados disponíveis aos produtores. EQUIPE TÉCNICA Ruy Casão Junior1; Rubens Siqueira1; Rodolfo Guimarães Monice Filho1; Alexandre Leôncio da Silva1; Audilei de Souza Ladeira1; José Carlos da Silva1; Pedro Machado1; Ronaldo Rossetto1; Milton Pereira da Silva1; João Carlos Zehnpfennig2; Newton Luiz Kaminski2; Adair Antônio Berté2; Elstor Weiss2; Milton Dutra Campos2; Marcos A. Baumgartner2; Sérgio L. Scherer2; Kazimi Tanigushi3; Raimundo Frazão do Lago3; Josefino Xavier de Lima3; Augusto Ken-Iti Taniguchi3; Álvaro Polhein3; Antonio E. de Oliveira Cordeiro3; Anildo Peraçoli3 1 Instituto Agronômico do Paraná 2. Itaipu Binacional 3. Prefeitura Municipal de Guaíra Dados para Referências Bibliográficas: Revista Plantio Direto, edição nº 83 - Novembro/Dezembro de 2004. Aldeia Norte Editora, Passo Fundo-RS