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CORROSÃO
1. Conceitos:
- Segundo Vicente Gentil pode-se definir corrosão como sendo a
deterioração de um material metálico por ação química ou eletroquímica do
meio ambiente aliada ou não a esforços mecânicos.
- Outros autores consideram também corrosão a deterioração de
materiais não metálicos, como por exemplo concreto, borracha, polímeros e a
madeira, devido à ação do meio ambiente.
2. Tipos de Corrosão:
De maneira geral, os processos corrosivos se classificam em dois
grandes grupos, abrangendo todos os casos de deterioração por corrosão
existentes na natureza:
Estes grupos podem ser denominados:
- Corrosão Eletroquímica
- Corrosão Química
2.1 Corrosão Eletroquímica
Os processos de corrosão eletroquímica são os mais freqüentes na
natureza e se caracterizam basicamente por:
- Realizarem-se na presença de água.
- Realizarem-se em temperatura abaixo do ponto de orvalho da água
sendo a grande maioria na temperatura ambiente.
- Realizarem-se devido à formação de uma pilha ou célula de
corrosão.
2.2 Corrosão Química
Os processos de corrosão química são por vezes denominados corrosão
ou oxidação em altas temperaturas. São menos freqüentes na natureza e
surgem basicamente com a industrialização envolvendo operações em
temperaturas elevadas. Tais processos se caracterizam basicamente por:
- Realizarem-se na ausência de água.
- Realizarem-se em geral em temperaturas elevadas, sempre acima do
ponto de orvalho da água.
- Realizarem-se devido a interação direta entre o metal e o meio
corrosivo.
3. CORROSÃO ELETROQUÍMICA
É um processo corrosivo que se realiza na presença de água, em geral na
temperatura ambiente devido à formação de uma pilha ou célula de corrosão.
A pilha ou célula de corrosão eletroquímica é constituída de quatro
elementos fundamentais:
Conexão realizada pela própria superfície do metal
(
Área anódica
Área catódica
Eletrólito
Figura 1 - Pilha de Corrosão eletroquímica numa superficie metálica
1- Área anódica: superfície onde se verifica o desgaste.
2- Área catódica: Superfície protegida onde não há desgaste (reações
redução).
3- Eletrólito: Solução condutora que envolve as áreas anódicas e catódicas.
4- Ligação elétrica: Região entre as áreas anódicas e catódicas.
3.1 Reações de Oxidação- Redução:
As reações de corrosão eletroquímica envolvem reações de oxi-redução. Na
área anódica onde se processa o desgaste ocorrem reações de oxidação sendo
a principal a da passagem do metal da forma reduzida para a forma iônica:
M ( Mn+ + ne-
Na área catódica que é uma área protegida ocorrem reações de redução de
íons dos meios corrosivos onde as principais reações são:
Em meios aerados que é o caso normal da água do mar e naturais:
H2O + ½ O2 + 2e- ( 2OH-
Em meios desaerados caso comum em águas doces industriais:
2H2O + 2e- ( H2 + 2OH-
3.2 Potenciais Eletroquímicos
Um metal quando colocado em contato com uma solução há a passagem de íons
para a mesma, ficando a superfície metálica eletricamente carregada. Esta
reação pode ser assim expressa: M ( Mn+ + ne-
Em conseqüência surge na superfície metálica uma diferença de potencial
entre o metal e a solução.
A tendência à passagem de íons para a solução varia de metal para metal, o
que se caracteriza também por diferenças de potencial para os diversos
metais.
A esta diferença de potencial, característica para cada metal chama-se
potencial de eletrodo. A figura 2 mostra de forma esquemática os potenciais
de eletrodo do ferro segundo a reação: Fe ( Fe+2 + 2 e- e
do cobre segundo a reação: Cu ( Cu+2 + 2 e-
Fe Fe+2
Cu Cu+2
Potencial de eletrodo Potencial de
eletrodo Fe-Fe+2
Cu-Cu+2
Voltímetro
- +
Fe+2 Cu+2
Fe Cu
Figura 2 : Pilha Galvânica Fe/Fe+2 // Cu/Cu+2
Tabela de Potenciais Eletroquímicos
Metal Ion Potencial em Relação
ao Hidrogênio ( V )
K K+ -2,925
Na Na+ -2,714
Mg Mg+2 -2,363
Al Al+3 -1,662
Zn Zn+2 -0,763
Cr Cr+3 -0,744
Fe Fe+2 -0,440
Cd Cd+2 -0,403
Co Co+2 -0,277
Ni Ni+2 -0,250
Sn Sn+2 -0,136
Pb Pb+2 -0,126
H2 H+ 0,000
Cu Cu+2 0,337
Hg Hg+2 0,788
Ag Ag+ 0,799
Pd Pd+2 0,987
Pt Pt+2 1,200
Au Au+3 1,498
Os potenciais padrões foram medidos em condições padrões, resultando
a tabela acima, onde são mostrados os potenciais padrões de oxidação de
alguns metais. Estes potenciais, são ditos potenciais padrões pelas
condições padronizadas do eletrodo de referência e ainda porque o eletrodo
do metal é colocado em presença de solução 1 molar de seus próprios íons e
toda a operação realizada a 25°C. A denominação de potenciais oxidação está
ligada ao fato do metal ser colocado como anodo da pilha metal eletrodo de
hidrogênio. Invertendo-se todos os sinais obter-se-ia a tabela de
potenciais de redução. A convenção de sinais indicada na tabela é
denominada de convenção européia por ser comum em livros europeus. Os
metais que estão acima do hidrogênio na tabela e à medida que se desce na
mesma, são ditos menos reativos, com menor tendência à oxidação menos
anódicos e mais nobres, conseqüentemente à medida que se sobe na tabela são
mais reativos e com maior tendência à oxidação mais anódicos e menos
nobres.
Os potenciais da tabela foram medidos em relação ao hidrogênio mostrado na
figura 3 no qual se vê também o esquema da medição de potenciais na figura
4.
Solução de (
H2 ( 1 atm )
( H+ ) = 1 M
- -- - - -
- - - - - -
(
Platina Platinizada
Figura 3 : Eletrodo padrão de Hidrogênio
Anodo
Cátodo
( polo -)
( polo +)
V= 0,763
H2(1 atm )
PONTE
SALINA
(
Zn
Zn+2
H+
FIGURA 4 : Esquema para Medição do Potencial de Eletrodo do Zinco
O eletrodo de referência de hidrogênio é usado apenas em laboratório,
na prática de campo de corrosão, especialmente nas medições de potenciais
realizadas em proteção catódica, utilizam-se os seguintes eletrodos:
- Eletrodo de Cu/CuSO4 (potencial padrão em relação ao hidrogênio é de
0,316 volts) é utilizado nas medições de potenciais em instalações
terrestres.
- Eletrodo de Ag/AgCl (potencial padrão em relação ao hidrogênio é de 0,220
Volts) é utilizado nas medições de potenciais em instalações submersas.
Através desta tabela de potenciais de oxidação podem-se fazer as
previsões de reações e as seguintes considerações são importantes.
- Quanto mais acima na tabela , mais facilmente oxidável.
- Metais na parte superior da tabela são fortes agentes redutores.
- A forma reduzida de um metal superior pode reduzir a forma oxidada de
um metal inferior.
A previsão das reações também pode ser realizada pela soma algébrica
dos potenciais de oxidação dos metais envolvidos. Quando a soma algébrica
for positiva a reação não será espontânea, e quando a soma algébrica for
negativa a reação será espontânea.
A variação de energia livre que acompanha a reação é dada pela
expressão G = nFE pode ser utilizada para prever a espontaneidade ou não
das reações.
G = Variação da Energia livre (joules/mol).
n = Número de elétrons envolvidos na reação.
F = Constante de Faraday (96500 Coulombs).
E = Potencial da pilha de Corrosão (Volts).
G ( 0 – reação espontânea
G ( 0 – reação não espontânea
LIMITAÇÃO DA TABELA DE POTENCIAIS ELETROQUÍMICOS
A – Indica a tendência a oxidação mas não considera a velocidade de reação.
B – Foi construída para os metais na presença de solução 1 Molar de seus
próprios íons, observa-se que a variação na concentração pode alterar
substancialmente o potencial do eletrodo.
C – Só considera metais puros na presença de seus íons. Na prática, é mais
freqüente a utilização de ligas metálicas.
A tabela a seguir mostra a nobreza de alguns metais e ligas na presença de
água do mar.
TABELA PRÁTICA DE NOBREZA DA ÁGUA DO MAR
Magnésio
Ligas de Magnésio
Zinco
Alumínio comercialmente puro
Cádmio
Aço
Ferro Fundido
Aço AISI 410 (ativo)
Aco AISI 304 (ativo)
Aço AISI 316 (ativo)
Chumbo
Estanho
Níquel (ativo)
Inconel (ativo)
Latão almirantado
Cobre
Bronze
Cupro-Níquel
Monel
Níquel (Passivo)
Inconel (Passivo)
AISI 410 (Passivo)
AISI 304 (Passivo)
AISI 316 (Passivo)
Prata
Titânio
Grafite
Ouro
Platina
Na tabela de nobreza na água do mar à medida que se sobe na mesma
temos os metais mais anódicos e mais reativos. E à medida que se desce na
mesma temos os metais menos anódicos e menos reativos.
MEIOS CORROSIVOS
Os meios corrosivos em corrosão eletroquímica são responsáveis pelo
aparecimento do eletrólito que é uma solução eletricamente condutora
constituída de água contendo sais, ácidos ou bases.
PRINCIPAIS MEIOS CORROSIVOS
1- Atmosfera: Contem umidade, sais em suspensão, gases industriais, poeira
etc. O eletrólito é a água que condensa na superfície metálica na presença
de sais ou gases de enxofre.
2- Solos: Contem umidade e sais minerais alguns solos apresentam também
características ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se da água com
sais dissolvidos.
3- Águas Naturais: Rios, lagos, sub-solos: elas podem conter sais minerais,
eventualmente ácidos ou bases resíduos industriais, poluentes diversos e
gases dissolvidos. O eletrólito é a água com sais dissolvidos.
4- Água do Mar: Contem quantidade apreciável de sais minerais sendo a
seguinte constituição: Cl-1 , SO4-2 , HCO3-1 , Br-1 , I-1 , F-1 , Na+ , K+
, Ca+2 , Mg+2.
A água do mar é um eletrólito por excelência em virtude da acentuada
presença de sais dissolvidos. Gases aceleram o processo corrosivo.
5- Produtos Químicos: Os produtos químicos desde que em contato com a água
ou com a umidade formam um eletrólito e podem provocar corrosão
eletroquímica.
DESIGNAÇÃO DOS MEIOS CORROSIVOS
Os meios corrosivos de natureza eletroquímica recebem designações
diferentes de acordo com as condições particulares em que se processa a
corrosão, a natureza do meio e até mesmo o aspecto da corrosão. Porém
convém salientar que o mecanismo da corrosão é sempre eletroquímico.
1- CORROSÃO GALVÂNICA
É o processo corrosivo resultante do contato elétrico de materiais
diferentes ou dissimilares. Este tipo de corrosão será tão mais intenso
quanto mais distantes os materiais estiverem na tabela de potenciais
eletroquímicos.
2- CORROSÃO EM FRESTAS
As frestas estão sujeitas à corrosão por aeração diferencial e por
concentração diferencial. Frestas ocorrem normalmente em juntas soldadas
com chapas sobrepostas, em juntas rebitadas, em ligações flangeadas, em
ligações rosqueadas, em revestimentos com chapas aparafusadas, etc.
3- CORROSÃO ATMOSFÉRICA
São os processos corrosivos de estruturas aéreas. A intensidade da
corrosão atmosférica depende basicamente da umidade relativa do ar, do teor
de sais em suspensão e do teor de gases provenientes da queima de
combustíveis, especialmente gases de enxofre.
Em atmosferas isentas de umidade as ligas ferrosas apresentam baixas
taxas de corrosão, tornando o processo corrosivo acentuado apenas acima de
60% da umidade relativa do ar. Sais em suspensão normalmente aceleram os
processos corrosivos, essa é a razão pela qual na orla marítima e sobre o
mar a atmosfera é muito agressiva .
Quanto ao teor de gases proveniente da queima de combustíveis o mais
importante é o SO2 que é oxidado a SO3 e na presença de umidade forma o
ácido sulfúrico, tornando as atmosferas industriais altamente agressivas.
4- CORROSÃO PELOS SOLOS
São os processos corrosivos observados em estruturas enterradas.
Essas estruturas são em geral tubulações, estacas metálicas, cabos de
transmissão de energia e telecomunicações, tanques enterrados, etc. A
intensidade da corrosão pelos solos depende da umidade, do teor de sais
minerais e do caráter ácido ou básico.
Na prática de corrosão utiliza-se em geral o valor de resistividade
do solo como índice de sua agressividade. Um solo de resistividade baixa é
mais agressivo possui umidade permanente e sais minerais dissolvidos,
enquanto que um solo de resistividade elevada é menos agressivo possui
menos umidade e sais minerais dissolvidos.
5- CORROSÃO PELA ÁGUA
São os processos corrosivos observados em estruturas submersas
( rios, lagos, mar ).
As estruturas sujeitas a esta corrosão são: estacas de piers,
tubulações submersas, embarcações, instalações de água de refrigeração,
instalações de geração de vapor, instalações de tratamento e distribuição
de água.Essas estruturas submersas em água doce as taxas de corrosão
dependerão da quantidade de sais ácidos ou bases dissolvidas. Os ácidos
geralmente aceleram o processo corrosivo, a presença de base retarda o
processo corrosivo. As estruturas submersas em água salgada são sempre
sujeitas à corrosão que poderão ser aumentadas pela presença de agentes
poluentes.
6- CORROSÃO POR BACTÉRIAS
Os processos de corrosão podem ser acelerados na presença de
bactérias e dá-se o nome de corrosão bacteriana .
Em geral ocorre em tubulações enterradas, permutadores de calor
(resfriadores, condensadores, tubulações de esgoto, tanques de combustíveis
de aviação, etc ).
As bactérias tornam o meio corrosivo mais agressivo.
7- CORROSÃO ELETROLÍTICA
São os processos corrosivos de natureza eletroquímica, ocasionados em
estruturas enterradas ou submersas devido ao fluxo de corrente contínua no
eletrólito.As causas do fluxo de corrente contínua em um eletrólito são as
mais diversas sendo as mais comuns: máquinas de solda, sistemas
eletrificados em corrente contínua ( trens , bondes, metrôs ).
As correntes dispersas no eletrólito recebem diversas denominações
sendo no Brasil as denominações mais comuns em trabalho: correntes de fuga
e correntes de interferência.
8- CORROSÃO POR COMPOSTOS DE ENXOFRE
São os processos corrosivos observados em unidades de processo, que
utilizam petróleo contendo enxofre e aqueles que ocorrem devido ao
condensado ácido nas partes frias de equipamentos que usam combustíveis com
alto teor de enxofre.
Em temperaturas elevadas a reação de corrosão é a seguinte:
Fe + H2S ( FeS + 2H+
O hidrogênio gerado na reação anterior provoca fragilização pelo
hidrogênio. A corrosão por condensação ácida ocorre em fornos, caldeiras,
etc, o enxofre é oxidado a SO2 e depois a SO3 e na presença da umidade gera
H2SO4 .
9- CORROSÃO GRAFITICA
Ocorre, em geral, nos ferros fundidos cinzentos que são ferros usados
para tubulações de água, de esgotos, drenagem, etc.
Sendo o grafite mais catódico do que o ferro, os veios ou nódulos de
grafite do ferro fundido agem como área catódica enquanto o ferro age como
área anódica transformando-se em produtos de corrosão.
10- CORROSÃO POR DESINCIFICAÇÃO
São os processos corrosivos que se observam nas ligas de zinco,
especialmente latão, utilizados em trocadores de calor, tubulações para
água salgada.
Do processo de corrosão resulta a destruição do zinco que é o
material mais anódico , restando o cobre e produtos de corrosão.
Esse tipo de corrosão se apresenta mesmo em ligas mais resistentes
como o latão vermelho ( 85% de cobre e 15% de zinco ) caso a liga seja
homogênea.
11- CORROSÃO EM CONCRETOS
São os processos corrosivos observados na ferragem de estruturas de
concreto.
A deterioração tanto pode ocorrer na atmosfera como em estacas
cravadas no solo ou em águas.
A deterioração ocorre quando o eletrólito entra em contato com a
ferragem devido à pequena cobertura da capa de cimento devido à
permeabilidade do concreto.
12- CORROSÃO FILIFORME
É um tipo de corrosão que se processa sobre filmes de revestimentos
especialmente de pintura. O mecanismo é semelhante à corrosão em frestas,
devido à aeração diferencial provocada por defeito no filme de pintura, mas
o mecanismo ainda não é bem conhecido.
FORMAS DE CORROSÃO
As formas de corrosão podem ser caracterizadas :
1- CORROSÃO UNIFORME OU GENERALIZADA:
Quando a corrosão se processa uniformemente em toda a superfície
metálica. Esta forma é comum em metais que não formam películas protetoras.
2- CORROSÃO POR PLACAS
Quando o produto de corrosão forma-se em placas e vai se soltando
progressivamente. Esta forma é comum em metais que formam películas
protetoras que fraturam e perdem a aderência à medida que aumentam a
espessura.
3- CORROSÃO ALVEOLAR
Quando o desgaste provocado pela corrosão se dá de forma localizada
com o aspecto de pequenas crateras. Esta forma de corrosão se dá em metais
formadores de películas protetoras e quando a corrosão eletroquímica é
associada a alguma ação mecânica e em metais não formadores de películas
protetoras quando na presença de meios muito agressivos.
4- CORROSÃO POR PITE
Quando o desgaste se dá de forma muito localizada, constituindo-se de
verdadeiras perfurações. Esta forma é comum nos metais formadores de
películas protetoras, quando sob a ação dos agentes que promovem a
destruição localizada da película protetora (Pilha ativa-passiva).
5- CORROSÃO INTERGRANULAR
Quando o desgaste se dá através dos contornos dos grãos do material.
Esta forma é comum nos aços inoxidáveis sob tensão.
6- CORROSÃO TRANSGRANULAR
Quando o desgaste se dá através dos grãos do material. Esta forma é
comum nos processos de corrosão sob tensão.
VELOCIDADE DE CORROSÃO
A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela massa de
material desgastado que é dada pela equação de Faraday.
m = e. i. t
m = massa desgastada
i = corrente de corrosão
t = tempo em que se observa o processo
e = equivalente eletroquímico do metal
A corrente de corrosão depende de dois fatores :
- Diferença de potencial das pilhas
- Resistência de Contato dos eletrodos das pilhas
- A diferença de potencial pode ser influenciada por dois fenômenos
importantes: polarização e passivação.
- A resistência de contato pode ser influenciada pela resistividade do
eletrólito pela superfície de contato das áreas anódicas e catódicas e
pelos fenômenos de polarização e de passivação.
POLARIZAÇÃO
É a modificação do potencial de um eletrodo devido a variações de
concentração, sobrevoltagem de um gás ou variação da resistência ohmica.
Os fenômenos de polarização promovem a aproximação dos potenciais
das áreas anódicas e catódicas e produzem aumento na resistência ohmica do
circuito tornando o processo corrosivo menos ativo.
Graças a existência destes fenômenos as taxas de corrosão observadas
na prática são substancialmente inferiores às observadas caso as pilhas de
corrosão funcionassem ativamente em todas as condições dos processos
corrosivos.
Polarização por concentração
Ocorre freqüentemente em eletrólitos parados ou com pouco movimento.
O efeito da polarização resulta no aumento da concentração de íons do metal
em torno da área anódica e a rarefação dos íons H+ no entorno da área
catódica.
Polarização por ativação
Este tipo de polarização ocorre devido a sobrevoltagem de gases no
entorno dos eletrodos. Os casos mais importantes no estudo da corrosão são
aqueles em que há liberação de H2 no entorno do cátodo ou de O2 no entorno
do anodo.
Polarização ohmica
Ocorre devido a precipitação de compostos que se tornam isolúveis com
a elevação do pH no entorno das áreas catódicas e anódicas. Esses compostos
são principalmente carbonatos e hidróxidos que formam um revestimento
natural sobre as áreas catódicas.
PASSIVAÇÃO
É a modificação do potencial de um eletrodo no sentido de menor
atividade devido à formação de uma película de produto de corrosão. Esta
película é denominada película passivante. Os metais que se passivam são os
formadores de películas protetoras.Como exemplo podem ser citados:
- Cromo, Níquel, Titânio, Aço Inoxidável, que se passivam na maioria dos
meios corrosivos, especialmente na atmosfera.
- Chumbo se passiva na presença de H2SO4.
- Ferro se passiva na presença de HNO3 concentrado.
CORROSÃO QUÍMICA
É um processo corrosivo que se realiza na ausência de água, em geral
em altas temperaturas devido a interação direta entre o metal e o meio
corrosivo. Pelo fato desses processos serem normalmente acompanhados de
temperaturas elevadas, eles são conhecidos por processos de corrosão ou
oxidação em altas temperaturas.
É um produto da era industrial e ocorre em equipamentos que trabalham
aquecidos tais como: fornos, caldeiras, unidades de processo, etc.
CARACTERISTICAS DA DIFUSÃO NO ESTADO SÓLIDO
Os produtos da corrosão nos processos químicos formam-se por difusão
no estado sólido. A difusão constitui-se do deslocamento de anions do meio
corrosivo por exemplo O2- e cátions do metal. A movimentação dos íons se
dá através da película de produto de corrosão e a sua velocidade cresce com
o aumento da temperatura; o deslocamento pode ser dos anions no sentido do
metal, dos cátions no sentido do meio ou simultaneamente.
CARACTERÌSTICAS DAS PELICULAS PROTETORAS
As películas formadas em corrosão química podem ser protetoras ou não
dependendo das suas características:
- Volatilidade - Resistividade - Impermeabilidade na rede cristalina -
Aderência - Plasticidade
- Porosidade
MEIOS CORROSIVOS
Os principais meios corrosivos a altas temperaturas são:
- Oxigênio: presente na atmosfera de modo geral
- Enxofre e gases contendo enxofre: presentes nos fornos, nas caldeiras e
nas unidades de processo.
- Vapor D(água: em temperaturas elevadas o vapor da água pode atacar certos
metais formando óxidos e liberando o hidrogênio promovendo a fragilização
pelo hidrogênio.
- Cinzas: A queima de combustíveis em fornos e caldeiras, provoca
problemas devido a cinzas contendo vanádio e sulfato de sódio.
PROTEÇÃO ANTICORROSIVA
Os métodos de proteção contra a corrosão eletroquímica baseiam-se em
impedir ou controlar o funcionamento das pilhas ou células de corrosão.Com
esse objetivo pode-se agir no metal, no meio corrosivo, no potencial das
pilhas, no contato metal eletrólito, etc.
MÉTODOS DE PROTEÇÃO BASEADOS NO METAL
São métodos que consistem na utilização de metais ou ligas metálicas
de maior resistência à corrosão ou mais propriamente na seleção de material
adequado para um determinado meio corrosivo. Dentre eles estão incluídos:
- Utilização de metais de maior pureza
- Utilização de ligas resistentes à corrosão
- Aplicação de tratamentos térmicos
MODIFICAÇÃO DOS MEIOS CORROSIVOS
São métodos que visam modificar a agressividade dos meios através de
alterações nas suas características fisicas, químicas ou ainda através de
adição ao meio de determinados compostos. Dentre esses métodos encontram-
se:
1- Diminuição da Temperatura
Com a diminuição da temperatura diminui-se a velocidade das reações
tendo-se desta forma uma diminuição da agressividade do meio corrosivo.
2- Diminuição da velocidade do eletrólito
Em geral diminui-se a taxa de corrosão para um determinado meio.
3- Emprego de Desaeração
O oxigênio é um elemento de controle dos processos corrosivos, sua
retirada propicia uma maior polarização das áreas catódicas diminuindo a
agressividade do meio.
4- Uso de Inibidores de Corrosão
São compostos químicos (os inibidores) que quando adicionados ao meio
corrosivo diminuem a sua taxa de agressividade. Exemplo: hidróxidos,
carbonatos, silicatos, cromatos de potássio e sódio são inibidores
anódicos.
5- Inibidores por Barreira
São compostos que têm a propriedade de formar películas por absorção
à superfície metálica criando uma película protetora sobre as áreas
catódicas e anódicas. Exemplo: sabões de metais pesados, aminas, uréia.
REVESTIMENTOS – PINTURA INDUSTRIAL
Os revestimentos quando aplicados sobre uma superfície metálica
constituem-se fundamentalmente uma barreira entre o metal e o meio
corrosivo. Os principais tipos de revestimentos empregados no combate ao
controle da corrosão são:
1- REVESTIMENTOS METÁLICOS
- Que consistem na interposição de uma película metálica entre o meio
corrosivo e o metal que se quer proteger. Os processos de revestimento
metálico mais comuns são:
- CLADIZAÇÃO
- METALIZAÇÃO
- ELETRODEPOSIÇÃO
- IMERSÃO A QUENTE
2 - REVESTIMETOS NÃO-METÁLICOS INORGÂNICOS
Que consistem na interdeposição de uma película não-metálica
inorgânica entre o meio corrosivo e o metal que se quer proteger. Os
processos de revestimento não metálicos são:
- Cromatização
- Fosfatização
- Revestimento com Argamassa de Cimento
3- REVESTIMENTOS ORGÂNICOS
Consistem na interdeposição de uma camada de natureza orgânica entre
a superfície metálica e o meio corrosivo. Os principais revestimentos
orgânicos são:
1- Pintura Industrial
2- Revestimento com Borracha
3- Revestimento com Piche de Carvão
4- Revestimento com Asfalto
5- Revestimento com Fitas Plásticas
6- Revestimento com Espuma Rígida de Poliuretano