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Apostila De Química Geral - Parte 03

Corrosão

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CORROSÃO 1. Conceitos: - Segundo Vicente Gentil pode-se definir corrosão como sendo a deterioração de um material metálico por ação química ou eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços mecânicos. - Outros autores consideram também corrosão a deterioração de materiais não metálicos, como por exemplo concreto, borracha, polímeros e a madeira, devido à ação do meio ambiente. 2. Tipos de Corrosão: De maneira geral, os processos corrosivos se classificam em dois grandes grupos, abrangendo todos os casos de deterioração por corrosão existentes na natureza: Estes grupos podem ser denominados: - Corrosão Eletroquímica - Corrosão Química 2.1 Corrosão Eletroquímica Os processos de corrosão eletroquímica são os mais freqüentes na natureza e se caracterizam basicamente por: - Realizarem-se na presença de água. - Realizarem-se em temperatura abaixo do ponto de orvalho da água sendo a grande maioria na temperatura ambiente. - Realizarem-se devido à formação de uma pilha ou célula de corrosão. 2.2 Corrosão Química Os processos de corrosão química são por vezes denominados corrosão ou oxidação em altas temperaturas. São menos freqüentes na natureza e surgem basicamente com a industrialização envolvendo operações em temperaturas elevadas. Tais processos se caracterizam basicamente por: - Realizarem-se na ausência de água. - Realizarem-se em geral em temperaturas elevadas, sempre acima do ponto de orvalho da água. - Realizarem-se devido a interação direta entre o metal e o meio corrosivo. 3. CORROSÃO ELETROQUÍMICA É um processo corrosivo que se realiza na presença de água, em geral na temperatura ambiente devido à formação de uma pilha ou célula de corrosão. A pilha ou célula de corrosão eletroquímica é constituída de quatro elementos fundamentais: Conexão realizada pela própria superfície do metal ( Área anódica Área catódica Eletrólito Figura 1 - Pilha de Corrosão eletroquímica numa superficie metálica 1- Área anódica: superfície onde se verifica o desgaste. 2- Área catódica: Superfície protegida onde não há desgaste (reações redução). 3- Eletrólito: Solução condutora que envolve as áreas anódicas e catódicas. 4- Ligação elétrica: Região entre as áreas anódicas e catódicas. 3.1 Reações de Oxidação- Redução: As reações de corrosão eletroquímica envolvem reações de oxi-redução. Na área anódica onde se processa o desgaste ocorrem reações de oxidação sendo a principal a da passagem do metal da forma reduzida para a forma iônica: M ( Mn+ + ne- Na área catódica que é uma área protegida ocorrem reações de redução de íons dos meios corrosivos onde as principais reações são: Em meios aerados que é o caso normal da água do mar e naturais: H2O + ½ O2 + 2e- ( 2OH- Em meios desaerados caso comum em águas doces industriais: 2H2O + 2e- ( H2 + 2OH- 3.2 Potenciais Eletroquímicos Um metal quando colocado em contato com uma solução há a passagem de íons para a mesma, ficando a superfície metálica eletricamente carregada. Esta reação pode ser assim expressa: M ( Mn+ + ne- Em conseqüência surge na superfície metálica uma diferença de potencial entre o metal e a solução. A tendência à passagem de íons para a solução varia de metal para metal, o que se caracteriza também por diferenças de potencial para os diversos metais. A esta diferença de potencial, característica para cada metal chama-se potencial de eletrodo. A figura 2 mostra de forma esquemática os potenciais de eletrodo do ferro segundo a reação: Fe ( Fe+2 + 2 e- e do cobre segundo a reação: Cu ( Cu+2 + 2 e- Fe Fe+2 Cu Cu+2 Potencial de eletrodo Potencial de eletrodo Fe-Fe+2 Cu-Cu+2 Voltímetro - + Fe+2 Cu+2 Fe Cu Figura 2 : Pilha Galvânica Fe/Fe+2 // Cu/Cu+2 Tabela de Potenciais Eletroquímicos Metal Ion Potencial em Relação ao Hidrogênio ( V ) K K+ -2,925 Na Na+ -2,714 Mg Mg+2 -2,363 Al Al+3 -1,662 Zn Zn+2 -0,763 Cr Cr+3 -0,744 Fe Fe+2 -0,440 Cd Cd+2 -0,403 Co Co+2 -0,277 Ni Ni+2 -0,250 Sn Sn+2 -0,136 Pb Pb+2 -0,126 H2 H+ 0,000 Cu Cu+2 0,337 Hg Hg+2 0,788 Ag Ag+ 0,799 Pd Pd+2 0,987 Pt Pt+2 1,200 Au Au+3 1,498 Os potenciais padrões foram medidos em condições padrões, resultando a tabela acima, onde são mostrados os potenciais padrões de oxidação de alguns metais. Estes potenciais, são ditos potenciais padrões pelas condições padronizadas do eletrodo de referência e ainda porque o eletrodo do metal é colocado em presença de solução 1 molar de seus próprios íons e toda a operação realizada a 25°C. A denominação de potenciais oxidação está ligada ao fato do metal ser colocado como anodo da pilha metal eletrodo de hidrogênio. Invertendo-se todos os sinais obter-se-ia a tabela de potenciais de redução. A convenção de sinais indicada na tabela é denominada de convenção européia por ser comum em livros europeus. Os metais que estão acima do hidrogênio na tabela e à medida que se desce na mesma, são ditos menos reativos, com menor tendência à oxidação menos anódicos e mais nobres, conseqüentemente à medida que se sobe na tabela são mais reativos e com maior tendência à oxidação mais anódicos e menos nobres. Os potenciais da tabela foram medidos em relação ao hidrogênio mostrado na figura 3 no qual se vê também o esquema da medição de potenciais na figura 4. Solução de ( H2 ( 1 atm ) ( H+ ) = 1 M - -- - - - - - - - - - ( Platina Platinizada Figura 3 : Eletrodo padrão de Hidrogênio Anodo Cátodo ( polo -) ( polo +) V= 0,763 H2(1 atm ) PONTE SALINA ( Zn Zn+2 H+ FIGURA 4 : Esquema para Medição do Potencial de Eletrodo do Zinco O eletrodo de referência de hidrogênio é usado apenas em laboratório, na prática de campo de corrosão, especialmente nas medições de potenciais realizadas em proteção catódica, utilizam-se os seguintes eletrodos: - Eletrodo de Cu/CuSO4 (potencial padrão em relação ao hidrogênio é de 0,316 volts) é utilizado nas medições de potenciais em instalações terrestres. - Eletrodo de Ag/AgCl (potencial padrão em relação ao hidrogênio é de 0,220 Volts) é utilizado nas medições de potenciais em instalações submersas. Através desta tabela de potenciais de oxidação podem-se fazer as previsões de reações e as seguintes considerações são importantes. - Quanto mais acima na tabela , mais facilmente oxidável. - Metais na parte superior da tabela são fortes agentes redutores. - A forma reduzida de um metal superior pode reduzir a forma oxidada de um metal inferior. A previsão das reações também pode ser realizada pela soma algébrica dos potenciais de oxidação dos metais envolvidos. Quando a soma algébrica for positiva a reação não será espontânea, e quando a soma algébrica for negativa a reação será espontânea. A variação de energia livre que acompanha a reação é dada pela expressão G = nFE pode ser utilizada para prever a espontaneidade ou não das reações. G = Variação da Energia livre (joules/mol). n = Número de elétrons envolvidos na reação. F = Constante de Faraday (96500 Coulombs). E = Potencial da pilha de Corrosão (Volts). G ( 0 – reação espontânea G ( 0 – reação não espontânea LIMITAÇÃO DA TABELA DE POTENCIAIS ELETROQUÍMICOS A – Indica a tendência a oxidação mas não considera a velocidade de reação. B – Foi construída para os metais na presença de solução 1 Molar de seus próprios íons, observa-se que a variação na concentração pode alterar substancialmente o potencial do eletrodo. C – Só considera metais puros na presença de seus íons. Na prática, é mais freqüente a utilização de ligas metálicas. A tabela a seguir mostra a nobreza de alguns metais e ligas na presença de água do mar. TABELA PRÁTICA DE NOBREZA DA ÁGUA DO MAR Magnésio Ligas de Magnésio Zinco Alumínio comercialmente puro Cádmio Aço Ferro Fundido Aço AISI 410 (ativo) Aco AISI 304 (ativo) Aço AISI 316 (ativo) Chumbo Estanho Níquel (ativo) Inconel (ativo) Latão almirantado Cobre Bronze Cupro-Níquel Monel Níquel (Passivo) Inconel (Passivo) AISI 410 (Passivo) AISI 304 (Passivo) AISI 316 (Passivo) Prata Titânio Grafite Ouro Platina Na tabela de nobreza na água do mar à medida que se sobe na mesma temos os metais mais anódicos e mais reativos. E à medida que se desce na mesma temos os metais menos anódicos e menos reativos. MEIOS CORROSIVOS Os meios corrosivos em corrosão eletroquímica são responsáveis pelo aparecimento do eletrólito que é uma solução eletricamente condutora constituída de água contendo sais, ácidos ou bases. PRINCIPAIS MEIOS CORROSIVOS 1- Atmosfera: Contem umidade, sais em suspensão, gases industriais, poeira etc. O eletrólito é a água que condensa na superfície metálica na presença de sais ou gases de enxofre. 2- Solos: Contem umidade e sais minerais alguns solos apresentam também características ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se da água com sais dissolvidos. 3- Águas Naturais: Rios, lagos, sub-solos: elas podem conter sais minerais, eventualmente ácidos ou bases resíduos industriais, poluentes diversos e gases dissolvidos. O eletrólito é a água com sais dissolvidos. 4- Água do Mar: Contem quantidade apreciável de sais minerais sendo a seguinte constituição: Cl-1 , SO4-2 , HCO3-1 , Br-1 , I-1 , F-1 , Na+ , K+ , Ca+2 , Mg+2. A água do mar é um eletrólito por excelência em virtude da acentuada presença de sais dissolvidos. Gases aceleram o processo corrosivo. 5- Produtos Químicos: Os produtos químicos desde que em contato com a água ou com a umidade formam um eletrólito e podem provocar corrosão eletroquímica. DESIGNAÇÃO DOS MEIOS CORROSIVOS Os meios corrosivos de natureza eletroquímica recebem designações diferentes de acordo com as condições particulares em que se processa a corrosão, a natureza do meio e até mesmo o aspecto da corrosão. Porém convém salientar que o mecanismo da corrosão é sempre eletroquímico. 1- CORROSÃO GALVÂNICA É o processo corrosivo resultante do contato elétrico de materiais diferentes ou dissimilares. Este tipo de corrosão será tão mais intenso quanto mais distantes os materiais estiverem na tabela de potenciais eletroquímicos. 2- CORROSÃO EM FRESTAS As frestas estão sujeitas à corrosão por aeração diferencial e por concentração diferencial. Frestas ocorrem normalmente em juntas soldadas com chapas sobrepostas, em juntas rebitadas, em ligações flangeadas, em ligações rosqueadas, em revestimentos com chapas aparafusadas, etc. 3- CORROSÃO ATMOSFÉRICA São os processos corrosivos de estruturas aéreas. A intensidade da corrosão atmosférica depende basicamente da umidade relativa do ar, do teor de sais em suspensão e do teor de gases provenientes da queima de combustíveis, especialmente gases de enxofre. Em atmosferas isentas de umidade as ligas ferrosas apresentam baixas taxas de corrosão, tornando o processo corrosivo acentuado apenas acima de 60% da umidade relativa do ar. Sais em suspensão normalmente aceleram os processos corrosivos, essa é a razão pela qual na orla marítima e sobre o mar a atmosfera é muito agressiva . Quanto ao teor de gases proveniente da queima de combustíveis o mais importante é o SO2 que é oxidado a SO3 e na presença de umidade forma o ácido sulfúrico, tornando as atmosferas industriais altamente agressivas. 4- CORROSÃO PELOS SOLOS São os processos corrosivos observados em estruturas enterradas. Essas estruturas são em geral tubulações, estacas metálicas, cabos de transmissão de energia e telecomunicações, tanques enterrados, etc. A intensidade da corrosão pelos solos depende da umidade, do teor de sais minerais e do caráter ácido ou básico. Na prática de corrosão utiliza-se em geral o valor de resistividade do solo como índice de sua agressividade. Um solo de resistividade baixa é mais agressivo possui umidade permanente e sais minerais dissolvidos, enquanto que um solo de resistividade elevada é menos agressivo possui menos umidade e sais minerais dissolvidos. 5- CORROSÃO PELA ÁGUA São os processos corrosivos observados em estruturas submersas ( rios, lagos, mar ). As estruturas sujeitas a esta corrosão são: estacas de piers, tubulações submersas, embarcações, instalações de água de refrigeração, instalações de geração de vapor, instalações de tratamento e distribuição de água.Essas estruturas submersas em água doce as taxas de corrosão dependerão da quantidade de sais ácidos ou bases dissolvidas. Os ácidos geralmente aceleram o processo corrosivo, a presença de base retarda o processo corrosivo. As estruturas submersas em água salgada são sempre sujeitas à corrosão que poderão ser aumentadas pela presença de agentes poluentes. 6- CORROSÃO POR BACTÉRIAS Os processos de corrosão podem ser acelerados na presença de bactérias e dá-se o nome de corrosão bacteriana . Em geral ocorre em tubulações enterradas, permutadores de calor (resfriadores, condensadores, tubulações de esgoto, tanques de combustíveis de aviação, etc ). As bactérias tornam o meio corrosivo mais agressivo. 7- CORROSÃO ELETROLÍTICA São os processos corrosivos de natureza eletroquímica, ocasionados em estruturas enterradas ou submersas devido ao fluxo de corrente contínua no eletrólito.As causas do fluxo de corrente contínua em um eletrólito são as mais diversas sendo as mais comuns: máquinas de solda, sistemas eletrificados em corrente contínua ( trens , bondes, metrôs ). As correntes dispersas no eletrólito recebem diversas denominações sendo no Brasil as denominações mais comuns em trabalho: correntes de fuga e correntes de interferência. 8- CORROSÃO POR COMPOSTOS DE ENXOFRE São os processos corrosivos observados em unidades de processo, que utilizam petróleo contendo enxofre e aqueles que ocorrem devido ao condensado ácido nas partes frias de equipamentos que usam combustíveis com alto teor de enxofre. Em temperaturas elevadas a reação de corrosão é a seguinte: Fe + H2S ( FeS + 2H+ O hidrogênio gerado na reação anterior provoca fragilização pelo hidrogênio. A corrosão por condensação ácida ocorre em fornos, caldeiras, etc, o enxofre é oxidado a SO2 e depois a SO3 e na presença da umidade gera H2SO4 . 9- CORROSÃO GRAFITICA Ocorre, em geral, nos ferros fundidos cinzentos que são ferros usados para tubulações de água, de esgotos, drenagem, etc. Sendo o grafite mais catódico do que o ferro, os veios ou nódulos de grafite do ferro fundido agem como área catódica enquanto o ferro age como área anódica transformando-se em produtos de corrosão. 10- CORROSÃO POR DESINCIFICAÇÃO São os processos corrosivos que se observam nas ligas de zinco, especialmente latão, utilizados em trocadores de calor, tubulações para água salgada. Do processo de corrosão resulta a destruição do zinco que é o material mais anódico , restando o cobre e produtos de corrosão. Esse tipo de corrosão se apresenta mesmo em ligas mais resistentes como o latão vermelho ( 85% de cobre e 15% de zinco ) caso a liga seja homogênea. 11- CORROSÃO EM CONCRETOS São os processos corrosivos observados na ferragem de estruturas de concreto. A deterioração tanto pode ocorrer na atmosfera como em estacas cravadas no solo ou em águas. A deterioração ocorre quando o eletrólito entra em contato com a ferragem devido à pequena cobertura da capa de cimento devido à permeabilidade do concreto. 12- CORROSÃO FILIFORME É um tipo de corrosão que se processa sobre filmes de revestimentos especialmente de pintura. O mecanismo é semelhante à corrosão em frestas, devido à aeração diferencial provocada por defeito no filme de pintura, mas o mecanismo ainda não é bem conhecido. FORMAS DE CORROSÃO As formas de corrosão podem ser caracterizadas : 1- CORROSÃO UNIFORME OU GENERALIZADA: Quando a corrosão se processa uniformemente em toda a superfície metálica. Esta forma é comum em metais que não formam películas protetoras. 2- CORROSÃO POR PLACAS Quando o produto de corrosão forma-se em placas e vai se soltando progressivamente. Esta forma é comum em metais que formam películas protetoras que fraturam e perdem a aderência à medida que aumentam a espessura. 3- CORROSÃO ALVEOLAR Quando o desgaste provocado pela corrosão se dá de forma localizada com o aspecto de pequenas crateras. Esta forma de corrosão se dá em metais formadores de películas protetoras e quando a corrosão eletroquímica é associada a alguma ação mecânica e em metais não formadores de películas protetoras quando na presença de meios muito agressivos. 4- CORROSÃO POR PITE Quando o desgaste se dá de forma muito localizada, constituindo-se de verdadeiras perfurações. Esta forma é comum nos metais formadores de películas protetoras, quando sob a ação dos agentes que promovem a destruição localizada da película protetora (Pilha ativa-passiva). 5- CORROSÃO INTERGRANULAR Quando o desgaste se dá através dos contornos dos grãos do material. Esta forma é comum nos aços inoxidáveis sob tensão. 6- CORROSÃO TRANSGRANULAR Quando o desgaste se dá através dos grãos do material. Esta forma é comum nos processos de corrosão sob tensão. VELOCIDADE DE CORROSÃO A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela massa de material desgastado que é dada pela equação de Faraday. m = e. i. t m = massa desgastada i = corrente de corrosão t = tempo em que se observa o processo e = equivalente eletroquímico do metal A corrente de corrosão depende de dois fatores : - Diferença de potencial das pilhas - Resistência de Contato dos eletrodos das pilhas - A diferença de potencial pode ser influenciada por dois fenômenos importantes: polarização e passivação. - A resistência de contato pode ser influenciada pela resistividade do eletrólito pela superfície de contato das áreas anódicas e catódicas e pelos fenômenos de polarização e de passivação. POLARIZAÇÃO É a modificação do potencial de um eletrodo devido a variações de concentração, sobrevoltagem de um gás ou variação da resistência ohmica. Os fenômenos de polarização promovem a aproximação dos potenciais das áreas anódicas e catódicas e produzem aumento na resistência ohmica do circuito tornando o processo corrosivo menos ativo. Graças a existência destes fenômenos as taxas de corrosão observadas na prática são substancialmente inferiores às observadas caso as pilhas de corrosão funcionassem ativamente em todas as condições dos processos corrosivos. Polarização por concentração Ocorre freqüentemente em eletrólitos parados ou com pouco movimento. O efeito da polarização resulta no aumento da concentração de íons do metal em torno da área anódica e a rarefação dos íons H+ no entorno da área catódica. Polarização por ativação Este tipo de polarização ocorre devido a sobrevoltagem de gases no entorno dos eletrodos. Os casos mais importantes no estudo da corrosão são aqueles em que há liberação de H2 no entorno do cátodo ou de O2 no entorno do anodo. Polarização ohmica Ocorre devido a precipitação de compostos que se tornam isolúveis com a elevação do pH no entorno das áreas catódicas e anódicas. Esses compostos são principalmente carbonatos e hidróxidos que formam um revestimento natural sobre as áreas catódicas. PASSIVAÇÃO É a modificação do potencial de um eletrodo no sentido de menor atividade devido à formação de uma película de produto de corrosão. Esta película é denominada película passivante. Os metais que se passivam são os formadores de películas protetoras.Como exemplo podem ser citados: - Cromo, Níquel, Titânio, Aço Inoxidável, que se passivam na maioria dos meios corrosivos, especialmente na atmosfera. - Chumbo se passiva na presença de H2SO4. - Ferro se passiva na presença de HNO3 concentrado. CORROSÃO QUÍMICA É um processo corrosivo que se realiza na ausência de água, em geral em altas temperaturas devido a interação direta entre o metal e o meio corrosivo. Pelo fato desses processos serem normalmente acompanhados de temperaturas elevadas, eles são conhecidos por processos de corrosão ou oxidação em altas temperaturas. É um produto da era industrial e ocorre em equipamentos que trabalham aquecidos tais como: fornos, caldeiras, unidades de processo, etc. CARACTERISTICAS DA DIFUSÃO NO ESTADO SÓLIDO Os produtos da corrosão nos processos químicos formam-se por difusão no estado sólido. A difusão constitui-se do deslocamento de anions do meio corrosivo por exemplo O2- e cátions do metal. A movimentação dos íons se dá através da película de produto de corrosão e a sua velocidade cresce com o aumento da temperatura; o deslocamento pode ser dos anions no sentido do metal, dos cátions no sentido do meio ou simultaneamente. CARACTERÌSTICAS DAS PELICULAS PROTETORAS As películas formadas em corrosão química podem ser protetoras ou não dependendo das suas características: - Volatilidade - Resistividade - Impermeabilidade na rede cristalina - Aderência - Plasticidade - Porosidade MEIOS CORROSIVOS Os principais meios corrosivos a altas temperaturas são: - Oxigênio: presente na atmosfera de modo geral - Enxofre e gases contendo enxofre: presentes nos fornos, nas caldeiras e nas unidades de processo. - Vapor D(água: em temperaturas elevadas o vapor da água pode atacar certos metais formando óxidos e liberando o hidrogênio promovendo a fragilização pelo hidrogênio. - Cinzas: A queima de combustíveis em fornos e caldeiras, provoca problemas devido a cinzas contendo vanádio e sulfato de sódio. PROTEÇÃO ANTICORROSIVA Os métodos de proteção contra a corrosão eletroquímica baseiam-se em impedir ou controlar o funcionamento das pilhas ou células de corrosão.Com esse objetivo pode-se agir no metal, no meio corrosivo, no potencial das pilhas, no contato metal eletrólito, etc. MÉTODOS DE PROTEÇÃO BASEADOS NO METAL São métodos que consistem na utilização de metais ou ligas metálicas de maior resistência à corrosão ou mais propriamente na seleção de material adequado para um determinado meio corrosivo. Dentre eles estão incluídos: - Utilização de metais de maior pureza - Utilização de ligas resistentes à corrosão - Aplicação de tratamentos térmicos MODIFICAÇÃO DOS MEIOS CORROSIVOS São métodos que visam modificar a agressividade dos meios através de alterações nas suas características fisicas, químicas ou ainda através de adição ao meio de determinados compostos. Dentre esses métodos encontram- se: 1- Diminuição da Temperatura Com a diminuição da temperatura diminui-se a velocidade das reações tendo-se desta forma uma diminuição da agressividade do meio corrosivo. 2- Diminuição da velocidade do eletrólito Em geral diminui-se a taxa de corrosão para um determinado meio. 3- Emprego de Desaeração O oxigênio é um elemento de controle dos processos corrosivos, sua retirada propicia uma maior polarização das áreas catódicas diminuindo a agressividade do meio. 4- Uso de Inibidores de Corrosão São compostos químicos (os inibidores) que quando adicionados ao meio corrosivo diminuem a sua taxa de agressividade. Exemplo: hidróxidos, carbonatos, silicatos, cromatos de potássio e sódio são inibidores anódicos. 5- Inibidores por Barreira São compostos que têm a propriedade de formar películas por absorção à superfície metálica criando uma película protetora sobre as áreas catódicas e anódicas. Exemplo: sabões de metais pesados, aminas, uréia. REVESTIMENTOS – PINTURA INDUSTRIAL Os revestimentos quando aplicados sobre uma superfície metálica constituem-se fundamentalmente uma barreira entre o metal e o meio corrosivo. Os principais tipos de revestimentos empregados no combate ao controle da corrosão são: 1- REVESTIMENTOS METÁLICOS - Que consistem na interposição de uma película metálica entre o meio corrosivo e o metal que se quer proteger. Os processos de revestimento metálico mais comuns são: - CLADIZAÇÃO - METALIZAÇÃO - ELETRODEPOSIÇÃO - IMERSÃO A QUENTE 2 - REVESTIMETOS NÃO-METÁLICOS INORGÂNICOS Que consistem na interdeposição de uma película não-metálica inorgânica entre o meio corrosivo e o metal que se quer proteger. Os processos de revestimento não metálicos são: - Cromatização - Fosfatização - Revestimento com Argamassa de Cimento 3- REVESTIMENTOS ORGÂNICOS Consistem na interdeposição de uma camada de natureza orgânica entre a superfície metálica e o meio corrosivo. Os principais revestimentos orgânicos são: 1- Pintura Industrial 2- Revestimento com Borracha 3- Revestimento com Piche de Carvão 4- Revestimento com Asfalto 5- Revestimento com Fitas Plásticas 6- Revestimento com Espuma Rígida de Poliuretano