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Apostila De Manejo Florestal Em Florestas Nativa

Autor: VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Universidade Federal de Mato Grosso

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MANEJO DE FLORESTAS NATIVAS: PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO. Versides Sebastião de Moraes e Silva UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL MANEJO DE FLORESTAS NATIVAS: PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA CUIABÁ - MT 2006 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................ vi LISTA DE QUADROS ......................................................................................................................... vii LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................... viii 1.0 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, PLANEJAMENTO E MANEJO FLORESTAL. ..... 1 1.1 - Conceituação de Desenvolvimento Sustentável ............................................................ 1 1.2 - Planejamento Florestal................................................................................................... 5 1.2.1 - Noções Gerais de Planejamento.............................................................................. 5 1.2.2 - Espírito do Planejamento ........................................................................................ 6 1.2.3 - Natureza do Planejamento ...................................................................................... 7 1.2.4 - Definição de Planejamento ..................................................................................... 7 1.2.5 - O Planejamento da Produção Florestal ................................................................... 8 1.3 - Manejo Florestal ............................................................................................................ 9 1.3.1 - Conceito .................................................................................................................. 9 1.3.2 - Histórico e Desenvolvimento................................................................................ 15 1.3.3 - Importância do setor florestal para o Desenvolvimento Regional........................ 16 2.0 - LEGISLAÇÃO REFERENTE AO MANEJO FLORESTAL ...................................................... 18 3.0 - FUNDAMENTOS DO MANEJO FLORESTAL......................................................................... 20 3.1 - Sistemas de Manejo ..................................................................................................... 20 3.2 - Ciclo de Corte .............................................................................................................. 21 3.3 - Análise da Vegetação................................................................................................... 22 3.3.1 - Considerações Gerais............................................................................................ 22 3.3.2 - Inventário florestal ................................................................................................ 23 3.3.2.1 - Amostragem .................................................................................................. 24 3.3.2.1.1 - Intensidade de amostragem..................................................................... 28 3.3.2.2 - Tamanho e forma de amostra ....................................................................... 28 3.3.3 - Estrutura e Composição ........................................................................................ 30 3.3.3.1 - Composição Florística ................................................................................... 30 3.3.3.2 - Diversidade Florística ................................................................................... 31 3.3.3.2.1 - Diversidade ............................................................................................. 31 3.3.3.2.2 - Agregação das Espécies .......................................................................... 33 3.3.3.3 - Estrutura Horizontal....................................................................................... 35 3.3.3.3.1 - Abundância ............................................................................................. 35 3.3.3.3.2 - Dominância ............................................................................................. 35 3.3.3.3.3 - Freqüência............................................................................................... 36 3.3.3.3.4 - Índice de valor de importância (IVI) ...................................................... 37 3.3.3.4 - Estrutura Vertical ........................................................................................... 38 3.3.3.4.1 - Posição Sociológica ................................................................................ 38 3.3.3.4.2 - Regeneração Natural ............................................................................... 40 3.3.3.5 - Índice de Valor de Importância Ampliado (IVIA) ........................................ 47 iii UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 3.3.3.6 - Estrutura Diamétrica ...................................................................................... 48 3.3.3.6.1 - Distribuições do número de árvores ....................................................... 48 3.3.3.6.2 - Distribuições do volume ......................................................................... 49 3.3.3.6.3 - Distribuições da área basal...................................................................... 50 3.3.3.7 - Descrições das Funções de Distribuições ...................................................... 51 3.3.3.7.1 - Função Exponencial................................................................................ 51 3.3.3.7.2 - Função Hiperbólica................................................................................. 52 3.3.3.7.3 - Função Potencial..................................................................................... 52 3.3.3.7.4 - Função Polinomial .................................................................................. 53 4.0 - PROPOSTA TÉCNICA DE MANEJO FLORESTAL................................................................. 54 4.1 - Planejamento das Ações para o Manejo ...................................................................... 54 4.1.1 - Mapeamento e Delimitação da Propriedade ......................................................... 54 4.1.2 - Inventário Diagnóstico.......................................................................................... 55 4.1.2.1 - Coleta de dados para cubagem ..................................................................... 55 4.1.2.2 - Sistema de Amostragem ................................................................................ 56 4.1.2.2.1 - Locação das Amostras ............................................................................ 57 4.1.2.2.2 - Instrumentos e Métodos de Medição ...................................................... 58 4.1.2.2.3 - Informações Requeridas.......................................................................... 58 4.1.2.2.4 - Coleta de dados por Amostragem ........................................................... 59 4.1.2.3 - Processamento dos Dados............................................................................. 63 4.1.2.3.1 - Cubagem ................................................................................................. 63 4.1.2.3.2 - Parcelas Amostrais.................................................................................. 63 4.1.2.4 - Preparação de Relatório do Inventário ......................................................... 64 4.1.3 - Definição da Base de Produção na Área de Manejo Florestal.............................. 65 4.2 - Definição do Sistema de Manejo ................................................................................. 65 4.3 - Ciclo de Corte .............................................................................................................. 65 4.4 - Determinação das Unidades de Manejo Florestal (UMF) ........................................... 66 4.5 - Unidade de Produção Anual e de Trabalho ................................................................. 67 4.6 - Censo Florestal o Planejamento e Execução ............................................................... 68 4.6.1 - Censo Florestal - Planejamento ............................................................................ 68 4.6.2 - Censo Florestal: Preparação da área ..................................................................... 69 4.6.3 - Censo Florestal: Execução .................................................................................... 70 4.6.4 - Censo Florestal: Processamento ........................................................................... 71 4.7 - Planejamento e implantação da Infra-estrutura de manejo .......................................... 72 4.7.1 - Planejamento......................................................................................................... 72 4.7.2 - Implantação da Infra-estrutura para o Manejo...................................................... 72 4.7.2.1 - Estradas principal e secundaria..................................................................... 72 4.7.2.2 - Trilhas de Arraste.......................................................................................... 73 4.7.2.3 - Abertura de Esplanadas ................................................................................ 73 5. PREPARO DA FLORESTA PARA CORTE E EXTRAÇÃO ......................................................... 74 5.1 - Corte de Cipós.............................................................................................................. 74 5.2 - Corte das árvores.......................................................................................................... 74 iv UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 5.3 - Arraste.......................................................................................................................... 74 5.4 - Traçamento .................................................................................................................. 75 5.5 - Empilhamento na esplanada ........................................................................................ 75 5.6 - Carregamento ............................................................................................................... 75 6. CONTROLE E MONITORAMENTO DO MANEJO FLORESTAL .............................................. 76 6. 1 - Medições ..................................................................................................................... 76 6.1.1 - Pátio de estocagem (esplanadas):.......................................................................... 76 6.1.2 - Estrada secundária: ............................................................................................... 76 6.1.3 - Trilhas de arraste:.................................................................................................. 76 6.1.4 - Árvores Abatidas: ................................................................................................. 76 6.2 - Avaliação de Danos ..................................................................................................... 77 6.3 - Avaliação de Desperdícios........................................................................................... 78 6.3.1. - Quantificação de Danos e Desperdício ................................................................ 78 6.3.1.1 - Danos............................................................................................................. 78 6.3.1.1.2 - Área alterada ........................................................................................... 79 6.3.1.1.3 - Área do pátio de carregamento ............................................................... 79 6.3.1.1.4 - Pátio de descarregamento ....................................................................... 79 6.3.1.1.5 - Abertura de copa provocada pela queda ................................................. 79 6.3.1.1.6 - Danos nas remanescentes provocados pela queda árvores e arraste....... 79 6.3.1.2 - Desperdícios .................................................................................................. 79 6.3.1.2.1 - Volume da tora........................................................................................ 79 6.3.1.2.2 - Volume do desperdício na esplanada...................................................... 80 6.3.1.2.3 - Volume do desperdício pela altura do corte ( toco ) ............................... 80 6.3.1.2.4 - Volume do desperdício na ponta............................................................. 81 6.4 - Monitorar Regeneração Natural................................................................................... 81 6.4.1 - Avaliação do Crescimento, Incremento, Ingresso e Mortalidade da Floresta Estabelecida...................................................................................................................... 82 6.5 - Plano de Prevenção, Controle e Combate a Incêndios Florestais ................................ 83 6.5.1 - Recomendações Técnicas De Prevenção E Contra A Incêndios Em Florestas Tropicais........................................................................................................................... 85 6.5.1.1 - Medidas Preventivas: .................................................................................... 85 6.5.1.2 - Medidas de Segurança: .................................................................................. 85 6.5.1.3 - Normas de Segurança: ................................................................................... 85 7. LITERATURA CONSULTADA...................................................................................................... 86 ANEXO................................................................................................................................................. 90 v UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Ilustra a divisão de área em função do ciclo de corte. 21 Figura 02 - Exemplo de amostragem sistemática de múltiplo estágio. 26 Figura 03 - Exemplo de Amostragem mista em conglomerados. 27 Figura 04 - Exemplo de Amostragem com repetição total. 27 Figura 05 - Exemplo de amostragem com repetição parcial. 28 Figura 06 – Disposição das Amostras Permanentes com Sub-Amostra na Estação Demonstrativa. 29 Figura 07 – Disposição da Amostras Permanentes com Sub-Amostra na Fazenda São Nicolau. 30 Figura 08 - Exemplo de distribuição de área basal 50 Figura 09 – Demonstrativo da distribuição das árvores cubadas 56 Figura 10 – Esquema de medição da árvore cubada 56 Figura 11 – Distribuição espacial das amostras na área de manejo florestal da estação demonstrativa – UFMT/FENF. 57 Figura 12 - Exemplo de planilha para coleta de dados para elaboração do plano de manejo florestal 60 Figura 13 - Plaqueta de identificação de árvores nas amostras. 62 Figura 14 – Esquema da posição de coleta dos dados para determinação da altura 62 Figura 15 – Detalhe da unidade de produção anual (UPA) em azul, e unidade de trabalho (UT) 68 Figura 16 - Distribuição Espacial das Picadas de Orientação 69 vi UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA LISTA DE QUADROS Quadro 01 – Composição da equipe de campo para Avaliação da Regeneração Quadro 02 - Exemplo de definição de base de produção em um plano de manejo florestal 42 65 vii UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Comercio mundial de madeira e a participação do estado e Mato Grosso em 1996. 17 Tabela 02 - Comparação entre os Sistemas de Manejo Florestal. 20 Tabela 03 - Classe de tamanho, terminologia e símbolo das plantas. 43 Tabela 04 - Área de produção anual por unidade de manejo florestal no primeiro ciclo de corte. 67 viii UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 1.0 - DESENVOLVIMENTO FLORESTAL. SUSTENTÁVEL, PLANEJAMENTO E 1 MANEJO 1.1 - Conceituação de Desenvolvimento Sustentável A expressão desenvolvimento sustentável vem merecendo grande destaque nos dias atuais nos diversos fóruns de discussão, sejam eles acadêmicos, políticos, científicos ou empresariais, quando se discute o desenvolvimento das economias industriais modernas. Essa expressão foi popularizada a partir do Relatório Nosso Futuro Comum, com a finalidade de fazer um balanço do desenvolvimento econômico em nível mundial e das principais conseqüências sócio-ambientais desse estilo de desenvolvimento, e propor estratégias de longo prazo, visando um desenvolvimento sustentável. O surgimento da noção de desenvolvimento sustentável, entretanto, não se deve única e exclusivamente às preocupações da ONU com o futuro global ameaçado com os rumos do desenvolvimento. Essa noção possui raízes históricas nos movimentos ambientalistas que buscavam uma proposta alternativa de desenvolvimento ante os riscos da degradação do meio ambiente, ganhando força à medida que se incorporavam à discussão as preocupações de cunho social. Dada a relevância que assume esse tema no contexto de uma economia mundial cada vez mais globalizada, cujo progresso econômico tem gerado graves distúrbios na biosfera a ponto de ameaçar a base de sustentação da vida sobre o planeta, estas múltipla formas de interpretação vem servindo aos mais diversos interesses político-ideológicos, gerando propostas bastante diversificadas com vistas à implementação do desenvolvimento sustentável. Essa multiplicidade de interpretações da concepção do desenvolvimento sustentável tem sido responsável pela inclusão da temática relativa ao meio ambiente − e pela adoção de algumas estratégias de ação, com resultados satisfatórios na mitigação de alguns efeitos danosos ao ambiente. Por outro lado, o debate teórico sobre a noção de desenvolvimento sustentável tem servido para desviar o eixo da discussão principal, no que diz respeito da não sustentabilidade do modelo de desenvolvimento econômico mundial, principal responsável pelos graves problemas sócio-ambientais presentes para a humanidade. Os esforços empreendidos e os resultados até aqui obtidos com a multiplicidade de interpretações sobre o desenvolvimento sustentável têm demonstrado que essa é ainda um conceito em formação. O papel da Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 2 Desenvolvimento, a Rio-92, que resultou em alguns pontos positivos, entre os quais a “desnaturalização” e a “humanização” do desenvolvimento sustentável, pelo reconhecimento da imperiosidade de se considerar e incluir os problemas sociais neste conceito. Desde o pós-guerra, diversas correntes do pensamento econômico buscaram discutir os problemas do subdesenvolvimento do Terceiro Mundo. Essas discussões têm sido dominadas basicamente por dois paradigmas concorrentes. As teorias desenvolvimentistas, que predominaram durante a longa fase de expansão da economia mundial, marcada pela predominância do otimismo da modernização, que durou até 1973, e o pessimismo das teorias da dependência, que prevaleceram na longa fase recessiva estabelecida em seguida. O agravamento da questão ambiental - entendida como a contradição que se estabeleceu entre os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem e a capacidade de sustentação desse desenvolvimento pela natureza - contribuiu para engrossar as críticas à sociedade industrial e o estilo de desenvolvimento que ela imprimiu, resultando na degradação ambiental e social. Dois conceitos importantes estão contidos na noção de desenvolvimento sustentável: o de desenvolvimento e o de sustentabilidade, ambos caracterizados pela multiplicidade e controvérsia conceitual. O conceito de desenvolvimento é bastante abrangente, permitindo uma gama muito grande de interpretações e formulações teóricas, envolvendo, desde direitos individuais, de cidadania, até esquemas de classificação dos Estados-Nações. Internamente, ao sistema mundial, passa por atribuições de valor à mudança, tradição, justiça social, bem-estar, destino da humanidade, acumulação de poder econômico, político e militar. Outras conotações vinculadas a ideais de relações apropriadas entre os homens e entre estes e a natureza estão associadas ao conceito de desenvolvimento. O desenvolvimento apresenta uma conotação qualitativa, a qual implica em melhoria da qualidade de vida das pessoas. Essa melhoria envolve múltiplos aspectos de ordem econômica, social, política, ambiental e cultural. Por outro lado, a noção de crescimento econômico, em geral confundido com desenvolvimento, reflete principalmente o aumento da produção material de riqueza de um determinado país. É bem verdade que o desenvolvimento de uma nação se dá, na maioria das vezes, com crescimento econômico, entretanto, esse crescimento pode ocorrer ao mesmo tempo em que as condições de vida, de cidadania ou mesmo a qualidade do ambiente estejam sendo deterioradas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 3 Os critérios puramente quantitativos de medição do crescimento econômico são, portanto, insuficientes para medir o desenvolvimento qualitativo proposto no desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, o crescimento econômico, como um aumento em quantidade, não pode ser sustentável indefinidamente em um planeta finito. Já os desenvolvimentos econômicos, que é uma melhora da qualidade de vida, sem causar necessariamente um aumento na quantidade dos recursos consumidos, pode ser sustentável. O desenvolvimento sustentável consiste na busca de um desenvolvimento alternativo, em que as preocupações com a qualidade da vida e do ambiente estejam presentes como fatores determinantes nas definições do estilo de desenvolvimento. A definição adotada pela FAO alinha-se entre aquelas que vinculam desenvolvimento sustentável e sociedade sustentável. Então o desenvolvimento sustentável “é o manejo e conservação da base dos recursos naturais e a orientação da mudança tecnológica e institucional, de tal maneira que assegure a contínua satisfação das necessidades humanas para as gerações presentes e futuras”. Sustentabilidade pode ainda ser definida é “a relação entre os sistemas econômicos, humanos, dinâmicos e os sistemas ecológicos mais abrangentes, dinâmicos, mas normalmente com mudanças mais vagarosas, na qual”: a) a vida humana possa continuar indefinidamente, b) as individualidades humanas possam florescer, c) a cultura humana possa se desenvolver, d) os efeitos das atividades humanas permaneçam dentro de limites a fim de que não destruam a diversidade, complexidade e funções do sistema ecológico de suporte da vida”.(Constanza, 1991). Em geral, as definições de sustentabilidade incluem conceitos relacionados com as dimensões ecológica, econômica e social espacial e cultural. “Sustentabilidade ecológica no sentido de que o ecossistema em uso mantém através do tempo as características fundamentais quanto a componentes e interações em forma indefinida; sustentabilidade econômica no sentido de que o sistema em uso produz uma rentabilidade razoável e estável ao longo do tempo para quem o administra, que torna atrativo continuar seu manejo, e sustentabilidade social, no sentido de que ambos são compatíveis com os valores culturais e éticos, outorgando continuidade ao sistema” (IICA, 1992). UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 4 A sustentabilidade social tem como meta a construção de uma civilização com maior eqüidade na distribuição de renda e de bens. A sustentabilidade econômica deve ser alcançada via alocação e gerenciamento mais eficiente dos recursos e por meio de um fluxo constante de investimentos públicos e privados. Deve ser avaliada em termos macro-sociais, e não apenas através do critério da rentabilidade empresarial de caráter macroeconômico. A sustentabilidade ecológica deve ser obtida por meio de uma série de medidas que objetivem a ampliação da capacidade de carga do planeta, a limitação do uso de combustíveis fósseis, a redução do volume de resíduos e de poluição, a limitação do consumo de materiais, a intensificação das pesquisas para a obtenção de tecnologias mais eficientes e menos poluidoras e a definição de normas para uma adequada proteção ambiental. A sustentabilidade espacial deve ter por fim a obtenção de uma configuração rural-urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas. Finalmente, a sustentabilidade cultural inclui a procura de raízes endógenas de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, processos que busquem mudanças dentro da continuidade cultural e que traduzam o conceito normativo de ecodesenvolvimento em um conjunto de soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área. Essas definições de sustentabilidade são bastante abrangentes e inscreve-se num campo maior das relações homem-homem e homem-natureza no nível da sociedade, em uma dimensão espacial e temporal que remete à necessidade de garantir a conservação tanto do substrato biofísico de suporte à vida quanto do bem-estar humano no seu sentido amplo, incluindo as preocupações com as gerações futuras. O objetivo do ecodesenvolvimento é a busca de um modelo de desenvolvimento que conjugue eficiência econômica, prudência ecológica e justiça social. Para tanto, uma teoria do desenvolvimento que se pretenda fundamentada nesse novo paradigma deverá considerar a noção de sustentabilidade a partir da incorporação, em seu campo de análise, de pelo menos três dimensões que compõem o desenvolvimento: a econômica, a biofísica e a sócio-política . A dimensão biofísica é entendida como o espaço físico onde desenvolve-se a vida e todos os fenômenos do mundo material. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 5 A dimensão sócio-política representa o universo dos valores humanos. Muito embora distinto, ele não é independente do mundo biofísico e do mundo econômico. Inscrevem-se nessa dimensão todos os aspectos que compõem a relação homem-homem e homem-natureza. A dimensão econômica é aquela que tem sido responsável, historicamente, pelo ritmo do desenvolvimento baseado na racionalidade econômica capitalista do processo de produção caracterizado pela lógica da valorização que imprime o dinamismo da economia industrialcapitalista na qual o Estado exerce ou não um papel regulador. O domínio exclusivo da lógica econômica tem gerado fortes desequilíbrios na sociedade global, tanto no nível social quanto no nível ecológico. A proposta de inserção do manejo florestal com instrumento do desenvolvimento sustentável está apoiada na visão tridimensional do desenvolvimento econômico, incorporar a lógica biofísica e a sócio-política na busca de um desenvolvimento regional que combine eficiência econômica, prudência ecológica e justiça social, conforme as pressupostas do ecodesenvolvimento. 1.2 - Planejamento Florestal 1.2.1 - Noções Gerais de Planejamento “O planejamento é a mais relevante e cerebral atividade do homem. A capacidade de planejar torna o homem único no reino animal”, ( Jack Bologna ). A atividade do planejamento sempre foi vista como fundamental à administração das empresas. Os primeiros pensadores da administração já descreviam os processos administrativos composto das seguintes etapas: planejamento, comando, coordenação e controle. Com esta concepção do processo administrativo, a empresa era vista como uma máquina, em que o Gerente-de-Topo verificava seu desempenho, comparava-o ao planejado e tomava medidas para correção de rumos. Desta maneira, o planejamento sempre foi considerado como uma atividade que permitia o controle sobre a alocação de recursos financeiros, com vistas ao alcance dos objetivos da empresa. Por esta razão, muitos administradores consideravam e, ainda, consideram o planejamento como sendo uma atividade adjunta do controle orçamentário. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 6 A grande mudança nos conceitos de planejamento empresarial acabou ocorrendo quando motivado pela necessidade de enfrentar os ambientes externos, cada vez mais turbulentos, as empresas “importaram” os conceitos estratégicos, que eram utilizados pelos militares, para aplicação na gestão de empresas. A partir dessa época, novas reflexões foram surgindo a respeito do conceito de planejamento que, modernamente, é considerado uma atividade política e social complexa, que não pode ser estruturada por regras ou procedimentos quantitativos. A atividade de planejamento é visto com indiferença por um grande número de gerentes, apesar da sua importância, motivada principalmente por três causas: a - A primeira diz respeito ao imediatismo Os gerentes acabam envolvidos pela atividade do dia-a-dia da empresa, e acabam perdendo o controle do seu próprio tempo, deixando de enxergar os verdadeiros objetivos do seu trabalho. Com isso, qualquer tempo dedicado ao planejamento é visto como perda de tempo. b - A segunda razão refere-se ao desconhecimento Para não planejar, os gerentes alegam desconhecimento das técnicas do planejamento, pois as mesmas são muitos complexas. Na realidade, o que há é o desconhecimento, causado pelo desinteresse. c - Finalmente, a terceira causa diz respeito à incerteza quanto ao futuro O planejamento é considerado, por grande parte dos gerentes, inútil, por ser o futuro incerto. Na realidade, o raciocínio deveria ser o inverso, ou seja, quanto mais incerto é o futuro, maior necessidade tem a empresa de planejar, a fim de poder administrar e reduzir as incertezas. O planejamento deve ser considerado como uma forma de transformar as incertezas em riscos calculados. 1.2.2 - Espírito do Planejamento Para caracterizar o espírito da atividade do planejamento deve-se preocupar com dois aspectos fundamentais: - a antecipação dos acontecimentos ou, em outras palavras, a preocupação com o futuro; - a preparação para a ação, representada pela análise e reflexão dos fatos esperados. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 7 1.2.3 - Natureza do Planejamento A natureza do planejamento pode ser definida através de um conjunto de características. A maioria delas, no entanto, são somente aplicáveis às concepções mais modernas, como o planejamento estratégico. Deve-se observar que quaisquer umas das características aplicam-se a qualquer tipo atividade de planejamento. Os principais aspectos que ajudam a melhor entender a natureza do processo do planejamento são: - a antecipação dos acontecimentos; - o compromisso com o futuro da organização; - a tomada de decisões de forma organizada; - a preocupação constante com a eficácia; - a atenção em relação às mudanças do meio ambiente externo; - a correta utilização dos recursos internos; - o cuidado à manutenção da cultura organizacional; - a caracterização de um processo interno de mudanças; - a identificação da necessidade de mudança de mentalidade; - caracterização do processo de aprendizado institucional. 1.2.4 - Definição de Planejamento Com base nas reflexões sobre a natureza do planejamento, é possível apresentar uma definição ampla e geral, válida para qualquer tipo de planejamento: “O Planejamento é um processo intuitivo ou estruturado que visa especular sobre o futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente” (Dorodame Leitão). Para efeitos dos objetivos do manejo, contudo, faz-se necessário mais essa definição, a fim de podermos caracterizar o processo de planejamento estratégico de uma empresa florestal como atividade central da administração estratégica. Para tanto, é necessário introduzir na definição alguns conceitos como: - processo ordenado e racional; - atividade contínua e racional; - otimização dos processos de produção; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 8 - mudanças do meio ambiente externo; - mitigação dos impactos na floresta. Com isso, adotar a definição para o processo de Planejamento Estratégico Empresarial Florestal: “Planejamento Estratégico Empresarial Florestal é uma atividade permanente e contínua, que é obtido por um processo sistematizado de tomada de decisões, com vista ao alcance dos objetivos que permitirão otimizar a produção atual e futura da empresa, a despeito de mudanças aleatórias ou organizadas no meio ambiente futuro” . Da definição, podemos observar: Trata-se de uma atividade permanente e contínua, isto é, de um processo e não de um ato. O planejamento é desenvolvido de modo ordenado e racional, ou seja, é um processo de tomada de decisões que é estruturado no nível da empresa, e não de decisões intuitivas, baseadas na “genialidade” de alguns gerentes. Neste sentido, o planejamento, visa identificar e permitir o alcance de objetivos de longo prazo da empresa e, ainda, preocupando com o futuro da organização. O planejamento prevê a investigação e se prepara para as mudanças futuras no ambiente da empresa florestal. 1.2.5 - O Planejamento da Produção Florestal O manejo florestal assegura o interesse do proprietário e da sociedade à floresta, considerando os aspectos econômicos, ecológicos e ambientais. O manejo envolve desde a coleta de dados e o fornecimento de informações para tomada de decisões, planejamento da produção por unidade de trabalho, bem como o planejamento da produção para o conjunto das áreas florestais e, ainda, permite o gerenciamento de todo o processo de produção florestal. O planejamento da produção florestal é efetuado em duas etapas: na primeira fase planejase todas as ações necessárias para a produção de uma unidade de trabalho (UT); depois prossegue-se com o planejamento geral da produção em toda a área de manejo fazendo os ajustes necessários que eventualmente ocorram no planejado para as unidades de trabalho. Os aspectos que devem ser levados em consideração no planejamento da produção florestal são os seguintes: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 9 - Regular o manejo da floresta produtora ajustando-se à capacidade de suporte do ecossistema, na existência ou não do estoque remanescente, da regeneração e a demanda. - Obter informações sobre a potencialidade das florestas mediante o planejamento e execução de inventários prévios, tecnicamente concebidos com objetivos claros e bem definidos para o fornecimento de informações sobre a composição, estrutura e estoque por espécie, por grupo de espécies e para o total de espécies existente na área sob manejo. - Planejar o monitoramento da evolução da floresta com o propósito de conhecer a taxa de recuperação e outros processos relativos à sua dinâmica. - Conceber programas de plantio de enriquecimento com objetivos e metas bem definidos que garantam rentabilidade e não causem impactos negativos ao ambiente. - Planejar a incorporação de novas espécies ao aproveitamento. - Agrupar as espécies, no planejamento, segundo critérios tecnológicos, econômicos e ambientais. 1.3 - Manejo Florestal 1.3.1 - Conceito Manejo Florestal é classicamente definido pela sociedade Americana de Engenheiros Florestais SAF (1958), como aplicação de métodos empresariais e princípios técnicos na operação de uma propriedade florestal. A silvicultura, parte integrada do manejo, é a parte da ciência florestal que trata do estabelecimento, condução e colheita de árvores. No Decreto n° 1.282, de 19.10.94 que regulamentou a exploração das florestas da Bacia Amazônica, o termo manejo florestal sustentável é definido como a administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema. É necessário salientar que o manejo florestal, além de ser uma técnica, é também uma estratégia política, administrativa, gerencial e comercial, que utiliza princípios e técnicas florestais no processo de intervenção do ecossistema, visando a disponibilização de seus produtos e benefícios para usos múltiplos, de forma a garantir os pressupostos do desenvolvimento sustentável. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 10 O manejo florestal tem sido considerado por muitos pesquisadores, como um processo de tomada de decisão. Neste contexto o profissional florestal necessita ter uma visão global de planejamento, utilizando-se para tal, modelos matemáticos que possibilitem a previsão da produção, assim como gerenciar informações através de planos de manejos em que a otimização seja a tônica do processo. O manejador florestal deve balizar suas decisões em informações biológicas, econômicas, sociais, ambientais e de mercado de modo a propiciar a sustentabilidade desta prática e a perpetuação da atividade florestal no empreendimento. O sucesso da atividade florestal, depende, em grande parte, da existência de um plano que defina, com clareza, seus objetivos e os meios para alcançá-los. A falta de um planejamento sistemático favorece a definição de objetivos com base em critérios subjetivos, incorreta distribuição temporal das ações, com dificuldade de coordenação e aferição dos resultados. O planejamento é particularmente relevante no manejo florestal, em razão de longos períodos envolvidos, como também das dificuldades em se promover mudanças bruscas no processo de gestão de uma floresta. São consideradas florestas manejadas aquelas, com importância para a conservação de biodiversidade, para as quais há prescrições de cortes, tratamentos silviculturais e proteção com o objetivo de produção comercial e outros benefícios de forma sustentada. As florestas naturais heterogêneas, particularmente as tropicais, acham-se em regiões onde se localiza em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. As causas de depredação destas florestas são os cortes seletivos da madeira, o crescimento populacional e a crescente atividade da agropecuária extensiva. Na América Latina, o fator principal de depredação das florestas tropicais é a atividade agropecuária influenciada por pressões de demandas geradas pelas políticas governamentais. As florestas tropicais são caracterizadas por imensa diversidade flora e fauna. No passado e, atualmente, grandes partes desse potencial foram exploradas de maneira desordenada, causando grandes impactos ambientais e danos irreversíveis ao ecossistema florestal. Estes impactos no passado foram motivos dos movimentos conservacionistas, que reivindicavam uma maior conservação das florestas tropicais. Com a diminuição e a degradação das florestas tropicais de outras regiões, a Amazônia passou a ser o centro das atenções. Considerando a sua expressiva cobertura vegetal, cada vez mais se torna evidente a sua importância como proteção e abrigo às diferentes formas de vida. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 11 Neste processo, o manejo florestal contribui, de forma decisiva ao visar a sustentabilidade da produção madeireira sem comprometer o funcionamento do ecossistema e conserva os seus processos estruturais e funcionais. Para que seja efetivamente concretizada a conservação da biodiversidade nos trópicos é, necessário conhecer os processos de dinâmica da sucessão natural, crescimento e produção das áreas florestais nativas. O manejo para produção sustentável destas florestas, quando praticado sob critérios técnicos, econômicos e sociais, garante os níveis de satisfação e necessidade das gerações presentes e futuras, bem como a sustentabilidade e renovabilidade do recurso. A temática envolvendo as possibilidades de conciliar o desenvolvimento e o manejo sustentável dos recursos naturais fortaleceu-se, a partir do lançamento e popularização do conceito de desenvolvimento sustentável. Os modelos predatórios de desenvolvimento, que visa prioritariamente os benefícios econômicos imediatos, privilegiando o crescimento econômico em detrimento dos benefícios ambientais e da melhoria da qualidade de vida das populações, passou a ser questionado, em prol de um modelo alternativo. Impõe-se a necessidade de um modelo de desenvolvimento que incorpore e integre em suas propostas e ações as dimensões sociais, econômicas e ecológicas. Mas a proposta de desenvolvimento sustentável, longe de ser consensual, tem gerado polêmicas e suscitado críticas diversas. A principal delas revela-se na própria contradição entre as propostas que a concepção de desenvolvimento sustentável encerra e a realidade das relações que se estabelecem, na prática, entre as nações ricas e pobres do planeta. Existe, não obstante as contradições que o termo encerra, um certo consenso quanto à importância dessa noção como referência para a análise, entendimento e apontamento de caminhos em busca de estilos alternativos de desenvolvimento, a partir da integração das dimensões social, econômica, política e ecológica. A dissociação dessas quatro dimensões de análise tem caracterizado o instrumental teórico disponível em todas as disciplinas, constituindo um problema paradigmático da ciência moderna, cujos caminhos para a superação apontam a necessidade de uma interdisciplinaridade ampla entre as ciências sociais e as ciências naturais. Isso significa que qualquer processo ou modelo de desenvolvimento, por mais que esteja associado a um setor específico, deve ser analisado e interpretado por uma ótica interdisciplinar, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 12 em que as preocupações de cunho econômico, por exemplo, não estejam desvinculadas das questões políticas, sociais e ecológicas. No campo da economia, as novas formulações teóricas propostas pela economia ambiental neoclássica e, mais recentemente, pela economia ecológica procuram a resolução dos problemas que resultam da relação entre desenvolvimento econômico, sociedade e natureza por meio da incorporação integral da natureza e dos serviços ambientais ao sistema de mercado, buscando uma eficiência global no seu uso. No campo da ecologia, um novo paradigma aponta para a compreensão do meio ambiente como sistema aberto, complexo e dinâmico. Nesse sentido, os problemas ambientais, longe de serem localizados e delimitados, são, ao contrário, transfronteiriços, isto é, não podem ser circunscritos a partir de limites estabelecidos politicamente. No âmbito da ciência florestal, essas duas interpretações têm provocado polêmicas entre aqueles que se alinham com maior ou menor intensidade a cada uma dessas concepções. Nesse contexto, as discussões sobre as formas de uso e o futuro dos grandes ecossistemas globais, ameaçados por esse modelo de desenvolvimento, têm colocado as florestas tropicais, em especial a amazônica, no centro das atenções internacionais nos diversos fóruns de debates sobre essa temática. O processo de destruição gradativa das florestas tropicais destaca-se como um tema prioritário nas formulações de políticas com vistas à conservação das florestas, em nível tanto nacional quanto internacional. Em relação ao setor madeireiro, por exemplo, o panorama internacional aponta para o esgotamento, num futuro bem próximo, das fontes tradicionais de suprimento do mercado internacional de madeiras tropicais, nos principais países produtores do sudeste asiático. As perspectivas são de que os interesses desse mercado voltem-se para a Amazônia, com o conseqüente aumento das pressões sobre os recursos florestais madeireiros da região. Diante desse quadro, fica patente a necessidade de reestruturação das atividades madeireiras na Amazônia, buscando corrigir e aprimorar o modelo atual de utilização dos recursos florestais, de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável do setor florestal, em geral, e do madeireiro, mais especificamente. A postura predominantemente economicista-produtivista em relação aos recursos florestais tem sido apontada como a causa principal do padrão insustentável de exploração, que tem colocado em risco a manutenção física não só desses recursos, mas também dos múltiplos bens e serviços que eles fornecem. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 13 Se, para a sociedade em geral, a floresta é considerado um bem patrimonial capaz de fornecer múltiplos bens e serviços, do ponto de vista da empresa florestal privada, ela é vista como um estoque de recursos (ou capital) madeireiros. O predomínio da racionalidade econômica define o padrão de uso desses recursos madeireiros. O manejo florestal madeireiro há muito vem sendo considerado um dos instrumentos mais viáveis de gestão (decisões e ações negociadas entre atores sociais envolvidos) dos recursos florestais com vistas à produção sustentada de madeiras. Sob a influência dessa nova ótica de desenvolvimento, o manejo florestal passa a incorporar, também, a idéia de desenvolvimento sustentável. Para atender aos princípios do desenvolvimento sustentável, o manejo florestal precisa contemplar, em seus objetivos, a busca da sustentabilidade em relação às dimensões social, política, ecológica e econômica. Compatibilizar e articular essas quatro dimensões constitui o principal desafio para o manejo florestal sustentável. Historicamente, a concepção de manejo florestal passou de uma noção economicista, onde a ênfase maior era dada à maximização da produção de madeireira, para uma noção de manejo florestal sustentável, na qual a ênfase passou a ser dada ao ecossistema florestal como um todo e aos múltiplos bens e serviços que ele é capaz de fornecer a toda a sociedade. Essa mudança implica uma nova concepção, uma nova postura em relação à floresta e aos múltiplos recursos florestais. Isso não significa que esses aspectos eram anteriormente desconsiderados pela ciência florestal, ao contrário, as preocupações com a ecologia, o meio ambiente e o uso múltiplo das florestas em relação aos benefícios sociais a serem gerados sempre estiveram presentes, embora desarticuladas das preocupações principais da economia florestal. O grande avanço foi a integração de campos de análise que anteriormente eram tratados separadamente. Tal mudança é concernente a um novo paradigma da ciência florestal, que pretende articular em seu arcabouço teórico-metodológico e técnico as quatro dimensões contidas na proposta de desenvolvimento sustentável. Sob essa nova ótica, a floresta é concebida como um ecossistema complexo, capaz de fornecer uma multiplicidade de bens e serviços, para a sociedade em geral. Com a incorporação da dimensão sócio-ambiental de análise passa-se a considerar aspectos da relação entre seres humanos e destes com a natureza, o que permite reconhecer a existência de limites ecossistêmicos para as atividades econômicas e sociais, e de um contexto histórico-social no qual a atividade econômica está inserida. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 14 Essa nova concepção, apesar de se configurar como mais viável, no atual estágio de conhecimento técnico-científico, não encontra expressão prática na Amazônia, onde ainda prevalece um modelo de exploração seletiva, desorganizado e altamente predatório dos recursos florestais e as preocupações de cunho social permanecem ainda no campo da retórica, nas formulações de políticas públicas para o meio ambiente. Não obstante a evolução da legislação e os avanços técnico-científicos em relação ao manejo florestal, a exploração e o uso dos recursos florestais na Amazônia continuam baseados em modelos predatórios e pouco eficientes, gerando efeitos negativos que comprometem a sustentabilidade em longo prazo dessas atividades. As causas relatadas são variadas referem-se, por exemplo, à estrutura, organização atual do setor florestal, às inadequações da legislação e da política florestal, às deficiências institucionais, aos riscos e incertezas em relação aos problemas fundiários e sócio-econômicos, à falta de tecnologias apropriadas e à baixa rentabilidade do manejo florestal sustentável, que envolve investimentos elevados em longo prazo. Atualmente, existem boas informações sobre técnicas de manejo sustentável de florestas naturais inequiâneas na Ásia, África e na América, as quais, sem dúvida poderão ser adaptados às condições das florestas tropicais brasileiras. As pesquisas que têm sido desenvolvidas para testar a viabilidade do manejo florestal madeireiro têm privilegiado principalmente a verificação de aspectos técnico-científicos. As análises econômicas ainda estão limitadas a experiências em projetos demonstrativos, carecendo de informações sobre o comportamento econômico em escala empresarial e envolvendo mais de um ciclo de corte. Enfim, não existem, na Amazônia, experiências de pesquisas que busquem agregar e integrar a dimensão social, política, ecológica e econômica numa mesma proposta de análise. É preciso ter claro que a identificação das vinculações entre o manejo florestal madeireiro e o desenvolvimento sustentável não subentende, necessariamente, a aceitação tácita e irrestrita do conjunto dos pressupostos dessa proposta de desenvolvimento. Tampouco se pode deduzir que as bases de uma sociedade mais justa social e ambientalmente podem ser construídas sem que se processem profundas modificações nas relações sociais e nas relações de poder entre indivíduos, sociedades e nações nos níveis local, nacional e mundial. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 15 1.3.2 - Histórico e Desenvolvimento Desde a origem das civilizações as florestas começaram a ser derrubada, pois as árvores eram usadas como material de construções e combustível. Isto perdurou por mais de cinco mil anos, desde a Idade do Bronze até meados do século XIX. Para a maioria das pessoas que habitam o planeta as árvores ainda cumprem essas funções (PERLIN, 1992). Quanto a origem, o manejo florestal não tem uma data precisa de nascimento. Entretanto, há relatos muito antigos das primeiras tentativas de manejo ordenado das florestas, porém estas tentativas não chegaram a formar uma base teórica sobre o assunto. Dentre os mais antigos relatos há registros que em 1122 a.C., um imperador chinês contratou um silviculturista cuja principal tarefa era o desbaste, a poda e a limpeza das florestas. Os romanos conheciam o regime de alto fuste e começaram a planejar a utilização das florestas desde 23-79 d.C. Na Europa Central, onde nasceu o ordenamento florestal, o sistema de talhadia é conhecido desde o período de Carlos Magno (742-814 d.C.). Práticas de rendimento sustentado foram desenvolvidas, na Alemanha no século 14, mediante a divisão da área em parcelas iguais tamanho. O número de parcelas coincide com a idade de rotação. Durante o século 18, também na Alemanha, começava incentivada pelo perigo de escassez de madeira, a elaboração de uma teoria de ordenamento para regular o corte com base no volume em vez da área; calculava-se já o volume normal de uma floresta. Foram escritos vários manuais sobre ordenamento florestal e em 1.789 foi fundada a primeira escola de floresta por G.L. HARTIG que formulou em 1804 a teoria básica do manejo sustentado: “manejar as florestas de maneira que os descendentes possam obter dela pelo menos os mesmos benefícios que a geração vivente”. A administração florestal foi introduzida na França em 1346, 1376 e de 1820, com objetivo de inventariar as florestas e fiscalizar os cortes. Em 1669 a lei incentivava uma época de desenvolvimento do manejo florestal. Os sistemas silviculturais utilizados em manejo nos paises com florestas tropicais, são adaptações dos modelos clássicos desenvolvidos para as florestas temperadas. As principais experiências silviculturais voltadas para o manejo florestal foram executadas na Índia e Birmânia, em meados do século XIX. A história do manejo florestal para os paises com florestas tropicais tornou-se conhecida com o surgimento dos reinos coloniais europeus. Dietrich Brandis escreveu, em 1860, o primeiro UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 16 plano de ordenamento para Tectona grandis L.F. da Birmânia, desenvolvendo o método “taungya” e na Índia foi funda o serviço florestal indiano. O serviço florestal da Malásia foi criado em 1883, e teve como principais atividades o controle do extrativismo madeireiro, a manutenção de reservas florestais, legislação e administração. Neste serviço as atividades de manejo florestal praticamente não foram executadas. Nos paises africanos as primeiras experiências silviculturais são registradas desde o início do século XX. As primeiras pesquisas implantadas em Togo e Camarões datam de 1908. Entre 1920 e 1930, na África Ocidental Britânica, foram instalados os primeiros experimentos florestais da região. No continente americano, as primeiras experiências silviculturais foram implantadas em Trinidad entre 1890 e 1900. O conceito de manejo florestal em regime de rendimento sustentado foi introduzido, no Brasil, a partir da realização dos inventários florestais, executados por peritos da FAO, em fins da década de 50. O primeiro plano de manejo da Amazônia brasileira foi elaborado para a FLONA de Tapajós, em 1978, para uma área de 130.000 ha. Atualmente diversos estudos e ensaios estão sendo praticados por agentes públicos e privados. Desde 1980, o INPA vem desenvolvendo estudo sobre a dinâmica das intervenções do processo pós-exploratório. 1.3.3 - Importância do setor florestal para o Desenvolvimento Regional A exploração seletiva de madeira começa a desempenhar papel importante, tanto na alteração da paisagem, como na manutenção das atuais taxas de desmatamento na Amazônia. Até recentemente, fins dos anos 80 e início dos anos 90 a madeira era considerada como subproduto de projetos de desenvolvimento na Amazônia, principalmente agropecuários. O Estado de Mato Grosso, apesar de oferecer vantagens para a indústria de base florestal, esta é pouco desenvolvida e ainda encontra-se alicerçada no extrativismo seletivo. O setor de base florestal é um componente muito importante na economia do Estado em termos de geração de renda, manutenção de empregos diretos e indiretos e geração de impostos. Em função da exuberância das florestas existente no Estado o processo de aproveitamento da madeira e outros produtos trouxeram associado um importante parque industrial de base florestal com 35,65% do total das indústrias instaladas (MATO GROSSO, 2001). A atividade do UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 17 Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento setor florestal é responsável pela ocupação de 26% da mão de obra, o que equivale a 39 mil postos de trabalho (PRODEFLORA, 2001). O segmento de desdobramento e beneficiamento de madeiras é, hoje, numa das principais atividades econômicas, cujo parque industrial é formado por aproximadamente 1.214 indústrias composta por serrarias, laminadoras e compensados, constituindo-se no maior segmento industrial instalado em Mato Grosso. O Brasil participou do mercado mundial de madeiras tropicais em 2000 com 2,1% e, deste total, Mato Grosso contribuiu com 1,5%. A participação do setor florestal na arrecadação de ICMS foi em média no período de 1991 a 1999 de 8,65%, correspondendo a cifra de R$ 67.103.394,65. Para aumentar a participação brasileira e também mato-grossense no mercado mundial de madeiras tropicais não basta apenas aumentar indiscriminadamente a extração de madeira. Tornase necessário sensibilizar o proprietário rural sobre a importância do valor da floresta, que se bem utilizada pode lhe conferir renda a curto prazo, para isto é necessário tomar medidas que reduzam os riscos decorrentes da atividade. Nesse aspecto salienta-se a importância do manejo florestal no sentido de minimizar os efeitos da intervenção na floresta, de perpetuar a atividade e de torná-la mais produtiva. O Brasil participa do comércio mundial de madeira tropical com pouco mais de 2%, deste total Mato Grosso participa com 1,5% conforme é demonstrado na tabela 01, a seguir. Tabela 01 - Comercio mundial de madeira e a participação do estado e Mato Grosso em 1996 BRASIL (US$ 1.000) % MATO GROSSO (US$ 1.000) % PRODUTO TOTAL (US$ 1.000) Tora 11,131.000 25,800 0,2 - - Serrados 24,580.000 34,500 1,4 13,100 37,9 Compensado 8,676.000 248,000 2,9 16,278 6,5 Aglomerado 3,483.000 22,500 0,6 - - Chapa dura 754,000 83,700 11,1 - - MDF 1,000.000 - 0,0 - - Outros 92,376.000 2,285.000 2,5 18,684 0,8 Total 142,000.000 3,010.000 2,1 48,062 1,5 Fonte: Mato Grosso, 2000 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 18 2.0 - LEGISLAÇÃO REFERENTE AO MANEJO FLORESTAL Para que a implantação de Projetos de Manejo Sustentado seja feita com sucesso é necessário o comprimento da legislação específica norteadora da atividade florestal. O Governo Federal, o Ministério do Meio Ambiente, o IBAMA e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente estabelecem os instrumentos legais que disciplinam o desenvolvimento do manejo florestal, que estão previstos em Leis, Decretos, Portarias e Instruções Normativas: O artigo 225 da Constituição Federal (1988): “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Lei 4.771 de 15 de setembro de 1.965 – Código Florestal Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto 2001 – Altera o Código Florestal. Decreto n°1.282 de 19 de outubro de 1.994 – Regulamenta o artigo 15 da Lei n° 4.771. Decreto n° 2.788 de 28 de setembro de 1.998 - Altera dispositivos do Decreto n°. 1.282, de 19 de outubro de 1994, e dá outras providências. Decreto n°1.963 de 25 de julho de 1.996 – Suspensão da Exploração da Exploração de Mogno e Virola na Região Amazônica. Decreto n° 3.559 de 14 de agosto de 2000 - Suspende a exploração da espécie mogno (swetenia macrophylla king), na região Amazônica, pelo período de dois anos, e dá outras providências. Instrução Normativa n° 3 de 4 de março de 2002 – Sobre conversão para uso do Solo (reedição da IN 003, de 10.05.01, publicada em 14.05.01). Instrução Normativa n° 7, de 22 de agosto de 2003 – Sobre o Manejo Florestal Sustentável do Mogno. Portaria nº 19 de 11 de abril de 2003 – Institui a Declaração de acompanhamento e Avaliação de Plano e Manejo Florestal Sustentável – DAAPMF, que deverá ser apresentada pelos responsáveis técnicos dos Planos de Manejo Florestal Sustentável. Com a assinatura do Termo de Cooperação Técnica para Gestão Florestal entre o estado de Mato Grosso e o Ministério do Meio Ambiente, a legislação florestal está toda em aparato legal pelo executivo estadual. Desta feita o Estado passou a ter uma legislação concorrente ao da União, como assegura o Art.24, inciso VI da Constituição federal de 1988. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 19 Lei Complementar Estadual nº232, de 21 de dezembro de 2005 – Altera o código Estadual do Meio ambiente. Lei Complementar Estadual nº233, de 21 de dezembro de 2005 – Dispõe sobre a Política Florestal do Estado de Mato Grosso. Decreto 6958 de 29 de dezembro de 2005 - Regulamenta a Gestão Florestal do Estado de Mato Grosso Decreto 7773 de 30/06/06 – Disciplina Guia Florestal (GF). Portaria 01 de 01/01/06 – Regulamenta o parágrafo 3º do art.13 do Decreto 6.958 de 29/12/05, institui o cadastro de consumidores de produtos florestais (CC-SEMA) Portaria 02 de 01/01/06 – Aprova os roteiros mínimos para Plano de Manejo Florestal e Plano Operacional Anual Portaria 03 de 01/01/06 – Institui os Termos de Responsabilidade de Manutenção de Floresta Manejada e o de Vinculação de Reposição Florestal Portaria 30 de 30/03/06 – Disciplina o uso da Guia Florestal para o Transporte de Produtos e Subprodutos de Origem Florestal UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 20 3.0 - FUNDAMENTOS DO MANEJO FLORESTAL 3.1 - Sistemas de Manejo O manejo das florestas depende de um planejamento eficiente, do rígido controle na elaboração, execução e gerenciamento do plano de manejo, medidas fiscais e do financiamento da atividade. De acordo com a forma de extração das árvores os sistemas de manejo aplicados em florestas tropicais classificam-se, basicamente, em duas categorias: monocíclicos e policíclicos. - Monocíclico – Neste sistema, a retirada da madeira comercial se dá de uma só vez, e a próxima colheita é baseada nas mudas das espécies comerciais existentes no momento do primeiro corte. Os ciclos de corte dependem do crescimento médio das espécies a regenerar, mas em geral, são longos, de 70 a 100 anos. Um exemplo clássico de um sistema monocíclico é o Sistema Uniforme Malaio. Este sistema permite que seja retirado apenas o crescimento da floresta acumulado no ciclo de corte. A figura 01 ilustra melhor a divisão da área em função do ciclo de corte. - Policíclico – Neste, uma parte ou todas as árvores comerciais que atingiram o tamanho de corte são retiradas. As árvores de tamanho intermediário que permanecem na floresta passam a constituir o estoque remanescente para o próximo corte. Devido a isso, os ciclos de corte são bem menores que os do sistema monocíclico, variando de 20 a 40 anos. Exemplos típicos de manejo policíclico é o Sistema Seletivo da Indonésia, o Sistema de Seleção de Gana e o Sistema CELOS do Suriname. A comparação entre os dois sistemas, é mostrada na tabela 02. Tabela 02 – Comparação entre os Sistemas de Manejo Florestal. Referindo-se ao Policíclico Monocíclico - Objetivo - Floresta de seleção - Floresta uniforme - Semelhança ao processo - Considerável: somente Menos considerável: natural modificações florísticas modificações florísticas e estruturais - Custos de transformação - Menores - Maiores - Colheita de madeira - Mais cedo, menor - Mais tarde, maior volume, volume, porém mais porém apenas uma vez por freqüente rotação - Danos ao povoamento - Relativamente altos e Baixos, somente na residual freqüentes regeneração e apenas uma vez por rotação - Controle - Difícil - Menos difícil Fonte: LAMPRECHT (1993) UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 21 Figura 01 – Ilustra a divisão de área em função do ciclo de corte 3.2 - Ciclo de Corte O ciclo de corte é o período entre duas reduções de densidade, ou seja, é o tempo necessário para que o estoque em crescimento atinja o estoque florestal. Pode-se entender o ciclo de corte como o período de tempo planejado no qual, todas as porções de uma área florestal devem ser cortadas em uma seqüência ordenada. A periodização do ciclo de corte permite um manejo com rendimento sustentado. Em um ciclo de corte de 30 anos, por exemplo, deve-se dividir a área em 30 unidades de produção com a mesma produtividade. A cada ano reduz-se a densidade na seqüência da primeira unidade até a trigésima. A partir desta idade a primeira unidade terá atingido o nível de estoque total, permitindo assim, reiniciar o ciclo de utilização. Neste período a floresta terá recuperado em espécie, área basal e volume o que foi retirado na primeira extração, conforme mostra a figura 01. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 22 3.3 - Análise da Vegetação 3.3.1 - Considerações Gerais O Manejo de Florestas tropicais heterogêneas constitui o maior desafio da Ciência Florestal, devido a sua complexidade e a dificuldade de interpretação das múltiplas inter-relações do ecossistema natural. Estas dificuldades redobram-se na proporção direta do aumento da diversidade de espécies que compõem a comunidade vegetal. A vegetação é um fenômeno natural complexo, que pode ser medido por diversos parâmetros e está relacionado com alguns fatores do meio, tais como: climáticos, edáficos e bióticos, dando como resultado distintas classificações dos tipos ecológicos. A estrutura das florestas pode ser caracterizada, não só pelos métodos quantitativos, mas sim através de fórmulas combinadas, símbolos ou perfis esquemáticos, como apresentado, a seguir nos diferentes sistemas: a) – O sistema Klükler, baseia-se em uma série de combinações de letras e números, para designar os diversos tipos de vegetação. b) – O sistema Dansereau, para descrever a fisionomia da estrutura da vegetação, utiliza combinações de letras, números e mais uma série de símbolos para representá-los graficamente. c) – A representação de estrutura da floresta através das organizações arquitetônicas utilizando caracteres horizontais e verticais das espécies ou grupamentos vegetais. Os dados exclusivamente numéricos e os métodos descritos não satisfazem, já que as florestas geralmente são bastante complexas. É necessário, portanto, para melhor compreender a estrutura, desenvolver perfil dos povoamentos, que devem ser adaptados às características especiais da floresta. Como existe uma grande variação entre métodos já empregados para análise estrutural, e como ainda não alcançou uma uniformidade perfeita dos mesmos no cenário internacional, é necessário estabelecer alguns requisitos a ser seguidos, para que o sistema empregado seja realmente satisfatório: 1. Que seja capaz de fornecer um quadro representativo da estrutura do tipo de floresta estudada. 2. Deve ser aplicável, não importando o tipo de floresta estudada. 3. Os resultados devem ser objetivos, isto é, devem ser livres de qualquer influência subjetiva , sendo portanto, desejável que se expresse por diagramas e números. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 23 4. As análises dos resultados procedentes do mesmo tipo florestal ou de tipo diferente, sejam diretamente comparáveis. 5. Que seja aplicável o método de estatística, na compilação e avaliação dos dados de campo, bem como na interpretação e comparação dos resultados. Dentre as técnicas que cumprem com os principais requisitos anteriormente mencionados, pode-se distinguir as seguintes: 1. As técnicas analíticas, nas quais se aplicam os procedimentos clássicos de investigação cientifica; entre elas pode-se citar análise da estrutura florística (horizontal e vertical) e da estrutura diamétrica das florestas. 2. As técnicas de síntese, para o estudo da estrutura vertical das florestas, nas quais se procura obter uma imagem completa da floresta. No manejo de florestas nativas tropicais, cumpre este papel a análise da vegetação em que estão inseridos as estruturas florísticas. Para o manejo destas florestas é necessário obter além da sua descrição fisionômica, que contém as listas de espécies e a apresentação de perfis e diagramas, o conhecimento das medidas de abundância, dominância, freqüência, índice de valor de importância, valor de cobertura e regeneração. Os métodos de análise estrutural baseado nos cálculos de abundância, freqüência e dominância, devido a sua boa aceitação e motivados pela facilidade operacional, estão sendo crescentemente empregados nas pesquisas florestais e, também, como parâmetros de tomada de decisão na elaboração e execução dos planos de manejo florestal. 3.3.2 - Inventário florestal A Análise da Vegetação é realizada por meio do Inventário florestal que pode utilizar a técnica de Amostragem ou Censo. Os tipos de inventários são classificados de acordo com: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 24 Cunho tático Objetivos Cunho estratégico Inventário florestal nacional Abrangência Inventário florestal regional Inventário florestal de ares restritas Amostragem  Plano de manejo Obtenção dos dados Enumeração total ou censo  Plano Operacional Abordagem no tempo Detalhamento dos resultados Tabela de produção Inventários de uma ocasião ou temporarios Inventários de multiplas ocasiões ou contínuas Inventários exploratórios Inventários de reconhecimento Inventários detalhados 3.3.2.1 - Amostragem Como as populações florestais são geralmente extensas, de difícil acesso e com freqüência necessitam ser inventariadas em curto espaço de tempo, a realização de inventários florestais está intimamente vinculada à teoria de amostragem. É importante ressaltar que inventário amostral e censo florestal são atividades que visam obter informações sobre a qualidade e a quantidade de recursos florestais existentes em uma determinada área. A única diferença entre os métodos consiste em que o inventário amostral (amostragem) observa uma porção da floresta (amostra) para obter estimativas representativas do todo. Já o censo ou enumeração total é a abordagem feita em todos os indivíduos da população (100%). Para um melhor entendimento, os principais conceitos utilizados no inventário são descritos a seguir:  População Pode ser definida como um conjunto de seres de mesma natureza que ocupam um determinado espaço no tempo.  Amostra Pode ser definida como uma parte da população, constituída de indivíduos que apresentam características comuns que identificam a população a que pertencem. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 25  Unidade Amostral É o espaço físico sobre o qual são observadas e medidas as características quantitativas e qualitativas da população. As unidades amostrais podem ser constituídas por parcelas de área fixa, pontos amostrais ou árvores.  Métodos de amostragem Abordagem referente a uma unidade amostral. A seleção desta unidade amostral é feita de acordo com um critério probabilístico previamente definido, o qual estabelece o método de seleção. Existem vários métodos de amostragem, destacando-se entre eles os seguintes: • Método da Área Fixa: método em que a seleção dos indivíduos é feita proporcionalmente à área da unidade e à freqüência dos indivíduos que nela ocorrem. • Método de Bitterlich: o método consiste em contar as árvores em um giro de 360°, cujos diâmetros à altura do peito (dap) são iguais ou maiores que a abertura angular equivalente a (2x sen θ/2). O vértice do angulo (θ) é o ponto central da unidade amostral. • Método de Strand: este método focaliza o critério probabilístico de seleção dos indivíduos na unidade amostral com proporcionalidade ao diâmetro, para o cálculo da área basal e o número de árvores por hectare, e proporcional à altura das árvores, para se obter o volume por hectare. Sua abordagem é feita em linhas dentro da floresta e em pontos de estação como no caso de Bitterlich. • Método de 6 Árvores (Prodan): método em que se considera a medição de seis árvores e a distância ou raio da Sexta árvore como referência da unidade amostral.  Processo de Amostragem É a abordagem da população referente ao conjunto das unidades amostrais. De acordo com as periodicidades podem ser: • Uma ocasião: quando é efetuada uma única abordagem na população considerada. • Múltiplas ocasiões: quando são realizadas várias abordagens da mesma população. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento Uma ocasião: - Aleatório Irrestrito – Inteiramente aleatório Restrito – Estratificada Dois Estágios Múltiplos Estágios - Sistemático Único estágio Múltiplo Estágio (Figura 02) - Misto – Amostragem em conglomerados (Figura 03) Múltiplos inícios aleatórios N W E S Hidrografia Parc ela Estradas Propriedade Figura 02 - Exemplo de amostragem sistemática de múltiplo estágio. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 26 Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento Figura 03 - Exemplo de Amostragem mista em conglomerados Múltiplas ocasiões: - Amostragens independentes Amostragem com repetição total (Figura 04) - Amostragem dupla Amostragem com repetição parcial (Figura 05) Figura 04 - Exemplo de Amostragem com repetição total UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 27 Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 1a Ocasião T P 28 2a Ocasião P T1 Amostragem com Repetiç Repetição parcial. Figura 05 - Exemplo de amostragem com repetição parcial 3.3.2.1.1 - Intensidade de amostragem A intensidade de amostragem é uma função da variável de interesse, do erro de amostragem máximo admitido para as estimativas e da probabilidade de confiança fixada para as mesmas. A intensidade deve ser definida pela equação: n = t² . Cv² , E² onde: Cv – Coeficiente de variação; t – Valor de t tabelado; E – Erro maximo admissível. E = LE * x em que: LE – Limite de erro admissível; x – média da variável de interesse na amostragem. 3.3.2.2 - Tamanho e forma de amostra A definição do tipo de amostra e os limites de medições foram estudados por diversos pesquisadores em várias regiões de florestas tropicais do mundo. As principais dimensões das unidades de amostras podem ser resumidas em tamanhos de 2m x 2m até 20m x 500m. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 29 O número e tamanho da amostra para descrição estrutural variam de acordo com o interesse do trabalho a ser realizado, entretanto, muitos autores recomendam parcela variando desde 20m x 20m até 250m x 400 m (10ha) subdivididos em sub-parcelas. No trabalho desenvolvido na Estação Demonstrativa em Manejo Florestal, pelos pesquisadores da UFMT/FENF/PROMANEJO, as amostras foram definidas com dimensões de 10m x 250 m (2500 m2), subdivididos com sub-amostras de: 10m x 10m (100 m2), 5m x 5 m ( 25 m2 ) e 2m x 2 m ( 4 m2 ), como demonstrado na figura 06. Na pesquisa desenvolvida na Fazenda São Nicolau pela UFMT/PEUGEOT/ONF-BRASIL, a forma da amostra é retangular com 20m x 125m (2500 m2), conforme figura 07. A forma de amostra que tem sido amplamente usado na Amazônia é o retangular com dimensões variadas entre 10m x 250m e 20m x 125m entre outras. Figura 06 – Disposição das Amostras Permanentes com Sub-Amostra na Estação Demonstrativa. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 30 20 m 125 m 25 m 25 m 25 m 25 m A 1 = 10 m x 10 m 25 m B 1 = 10 m x 10 m A2 = 5 m x 5 m B2 = 5mx 5m A3 =2 m x 2 m B 3 =2 m x 2 m Figura 07 – Disposição da Amostras Permanentes com Sub-Amostra na Fazenda São Nicolau. 3.3.3 - Estrutura e Composição A análise estrutural da vegetação é utilizada para caracterizar os elementos, que possibilitam verificar as condições atuais da floresta e determinar a composição entre diferentes tipos florestais. O procedimento metodológico empregado para análise estrutural das florestas tropicais está descrito na seqüência. 3.3.3.1 - Composição Florística A composição florística pode ser medida pelo quociente de mistura, usado para fornecer a intensidade de mistura das espécies. O quociente de mistura é um fator que mede a heterogeneidade florística, pois indica, em média, o número de árvores de cada espécie que é encontrado no povoamento. Dessa forma, tem-se um fator para medir a intensidade de mistura das espécies e os possíveis problemas de manejo, dada as condições de variabilidade de espécies. A caracterização da composição florística da vegetação através do quociente de mistura, foi aplicada, pela primeira vez por JENTSCH, em 1911. O procedimento para determinação deste índice é dividindo-se o número de espécies encontradas na amostra pelo total de indivíduos arbóreos encontrados na referida amostra, pela equação: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento QM = 31 N °deEspécies N °deIndividuos O Quociente de Mistura (QM) indica quantas árvores de cada espécie são encontradas em média em uma determinada área florestal, o que permite ter uma primeira, porém empírica, idéia das condições de mistura. Indica quais dificuldades que deverão ser enfrentadas, por quem quiser transformar agrupamentos florestais muito heterogêneos em áreas eficientementes manejadas. Quanto mais próximo de 1 (um) o valor de QM, mais diversa é a população. 3.3.3.2 - Diversidade Florística 3.3.3.2.1 - Diversidade A diversidade abrange dois diferentes conceitos: Riqueza e Uniformidade. Riqueza referese ao número de espécies presentes na flora e/ou, na fauna, em uma determinada área. Uniformidade refere-se ao grau de dominância de cada espécie, em uma área. Segundo Whittaker, citado por Felfili (2003), a diversidade é relativa ao número de espécies e suas abundâncias em uma comunidade ou habitat. Com a finalidade de fazer distinção entre a diversidade encontrada dentro de uma comunidade e a diversidade de uma paisagem ou região na qual observa-se mistura de habitats. BROWER& ZAR (1984) referem-se a respeito do maior ou menor grau de diversidade de espécies em uma comunidade. Deste modo, uma comunidade é dita uma alta diversidade se as espécies presentes forem ou muito ou pouco abundantes. Por outro lado, se uma comunidade é composta por poucas espécies, ou sementes, umas poucas espécies são abundantes, então a Diversidade de espécie é Baixa. Uma alta diversidade de espécies indica uma comunidade altamente complexa, isto é para uma grande variedade de espécies admite-se uma maior variedade de interações. Este assunto, entretanto, tem sido motivo de grandes discussões entre muitos autores, que conceituam a Diversidade de espécies como uma medida de estabilidade da Comunidade, isto é ,a capacidade da estrutura da Comunidade não ser afetada pelos distúrbios de seus componentes. Por outro lado, alguns ecologistas têm usado a Diversidade, como um índice de maturidade de uma comunidade, sobre a premissa que as comunidades tornam-se mais UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 32 complexas e mais estáveis quando elas amadurecem. Entretanto, este conceito provavelmente seja aplicado somente em comunidades ecológicas. Existem vários índices de quantificação da diversidade de um ecossistema, os quais possibilitam inclusive comparação entre os diferentes tipos de vegetação. O Índice de diversidade de Shannon-Weaver considera igual peso entre as espécies raras e abundantes (MAGURRAN, 1989). [N * ln(N ) − ∑ H′ = S i =1 ] ni ln (ni ) N em que: N = número total de indivíduos amostrados; ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie; S = número de espécies amostradas; ln = logaritmo de base neperiana (e). Quanto maior for o valor de H', maior será a diversidade florística da população em estudo. Este índice pode expressar riqueza e uniformidade. O Índice de dominância de Simpson mede a probabilidade de 2 (dois) indivíduos, selecionados ao acaso na amostra, pertencer à mesma espécie (BROWER & ZAR, 1984). Uma comunidade de espécies com maior diversidade terá uma menor dominância. O valor estimado de C varia de 0 (zero) a 1 (um), sendo que para valores próximos de um, a diversidade é considerada maior. ∑ l= S i =1 ni (ni − 1) N ( N − 1) C =1- l em que: l = é a medida de dominância C = índice de dominância de Simpson; ni = número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie; N = número total de indivíduos amostrados; S = número de espécies amostradas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 33 3.3.3.2.2 - Agregação das Espécies A agregação refere-se à distribuição espacial de uma espécie. Devido à dificuldade da analise de distribuição espacial ou de agrupamento das espécies tropicais, os métodos mais comuns são os que se baseiam na suposição de que as plantas ocorrem em grupos e em determinada distribuição de espécies. Diferentes índices são propostos para comparar diferentes padrões de dispersão em populações (AZEVEDO et al, 1990). Baseado no método de quadrado, o índice desenvolvido por McGUINESS, para medir o grau de agregação de indivíduos leva em consideração as relações entre densidade observada com densidade esperada (AZEVEDO et al, 1990).O Índice de MacGuinnes (IGA) é calculado pela seguinte expressão: IGA = Di di Di = ni uT di = ln(1 − f ) fi = ui uT onde: IGAi = “Índice de MacGuinnes” para a i-ésima espécie; Di = densidade observada da i-ésima espécie; di = densidade esperada da i-ésima espécie; ni = número de indivíduos da i-ésima espécie; uT = número total de unidades amostrais. fi = freqüência absoluta da i-ésima espécie; ln = logaritmo neperiano; ui = número de unidades amostrais em que a i-ésima espécie ocorre; A Classificação do padrão de distribuição dos indivíduos das espécies, obedece a seguinte escala: IGAi < 1: distribuição uniforme IGAi = 1: distribuição aleatória 1 < IGAi <= 2: tendência ao agrupamento IGAi > 2: distribuição agregada ou agrupada. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 34 FRACKER & BRISCHLE (1944), determinou o grau de agregação utilizando as densidades observada e esperada através da seguinte fórmula:  Di − di  Ki =    di ²  em que : Ki = “Índice de Fracker e Brischle” estimado para a i-ésima espécie; Di = densidade observada da i-ésima espécie; di = densidade esperada da i-ésima espécie. A Classificação do padrão de distribuição espacial dos indivíduos das espécies, obedece a seguinte escala: Ki <= 0,15 : distribuição aleatória 0,15 < Ki <= 1,0 : tendência ao agrupamento Ki > 1: distribuição agregada ou agrupada PAYANDEH, (1970) obteve o grau de agregação da espécie por meio da relação entre a variância do número de árvores por parcela, e a média do número de árvores, conforme fórmula abaixo:  J   ∑ nij  2   J  j =1  nij − ∑ uT j =1 Si 2 = uT − 1 J Si 2 Pi = Mi ∑ nij Mi = j =1 uT 2 em que: Pi = “Índice de Payndeh” para i-ésima espécie; Si² = variância do número de árvores da i-ésima espécie; Mi = média do número de árvores da i-ésima espécie. ni = número de indivíduos da i-ésima espécie; uT = número total de unidades amostrais. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 35 A Classificação do padrão de distribuição espacial dos indivíduos das espécies, obedece a seguinte escala: Pi < 1 : distribuição aleatória ou não-agrupamento; 1 <= Pi <= 1,5 : tendência ao agrupamento; Pi > 1,5 : distribuição agregada ou agrupada. 3.3.3.3 - Estrutura Horizontal A estrutura horizontal de uma floresta natural pode ser definida a partir das informações: abundancia, dominância e índice de valor de importância. 3.3.3.3.1 - Abundância Abundância é o número de indivíduos de cada espécie dentro de uma associação vegetal, e é sempre referido em uma unidade de área (ha). Mede a participação das diferentes espécies na composição da floresta e pode ser definida em termos absolutos e relativos. Abundância absoluta é o número total de indivíduos pertencentes a uma determinada espécie relacionado com a área (ha). A abundância relativa é a percentagem do número de árvores que corresponde a cada espécie por unidade de área (ha). AB ABS = onde: n ha AB REL n ha = ⋅ 100 N ha ABABS → Abundância absoluta; ABREL → Abundância relativa; n → Número de árvore de cada espécie por ha; ha N ha → Número total de árvores por ha. 3.3.3.3.2 - Dominância Dominância é a medida da projeção total das copas das plantas sobre o terreno. A dominância de uma espécie é a soma de todas as projeções horizontais das copas dos indivíduos pertencentes a esta espécie sobre o terreno. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 36 Em florestas muito densas, é muito difícil e praticamente impossível determinar os valores da projeção horizontal das copas das árvores, devido à existência de vários dosséis dispostos um sobre o outro, formando uma estrutura vertical e horizontal. Por esta razão, é adotada a área basal das árvores em substituição à projeção das copas, já que existe uma forte correlação entre o diâmetro do tronco e, conseqüentemente, a área basal e o diâmetro de copa, pela mesma razão, a projeção horizontal da copa das árvores sobre o terreno. A dominância absoluta, portanto, é calculada através da soma das áreas transversais (g) dos indivíduos pertencentes a uma determinada espécie. A dominância relativa se calcula em percentagem da soma total das Dominâncias absolutas (Gi/ha), e seu valor correspondente a participação em percentagem de dada espécie na expansão horizontal da seguinte forma: - Área transversal: gi = π 4 ⋅ (d ) 2 n ∑ gi i =1 Gi ha - Dominância absoluta : Dabs = - Dominância relativa: ∑ ha Gi / ha D = g *100 = G / ha ∗ 100 = ha gi i =1 rel ∑ t T ha onde: Gi → Área basal da espécie por hectare (ha); GT→ Área basal de todas as espécies. A dominância permite medir a potencialidade produtiva da floresta e constitui em um parâmetro bastante útil para determinação da qualidade do sítio. 3.3.3.3.3 - Freqüência A freqüência indica a dispersão média de cada espécie, medida pelo número de subdivisões da área em que se apresenta. Para determiná-la deve-se dividir uma amostra em um número conveniente de sub-amostras de igual tamanho, onde se controla a presença ou ausência das espécies em cada sub-amostra. Desta forma, podemos dizer que a freqüência é a medida de percentagem de ocorrência de uma espécie em um número de áreas de igual tamanho, dentro de UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 37 uma área com floresta. Portanto é um conceito estatístico relacionado com a uniformidade da distribuição das espécies e pode ser expressa em termos absolutos e relativos. Freqüência absoluta (FRabs) é expressa em percentagem das sub-amostras em que ocorre a espécie, e a freqüência relativa (FRrel) é calculada com base na soma total das freqüências absolutas de uma amostra, conforme pode ser visto a seguir: FR abs = % de sub-amostra que ocorre espécie FR FRrel = n abs ∗ 100 ∑ FRabs i =1 onde: FR abs – Freqüência absoluta; FR rel – Freqüência relativa em porcentagem (%). 3.3.3.3.4 - Índice de valor de importância (IVI) Os aspectos essenciais na composição florística são revelados pela área florestal, mas sempre são somente enfoques parciais, que de forma isolada não fornecem as informações requeridas sobre a estrutura da vegetação. Para a análise da vegetação é importante encontrar um valor que permita dar uma visão mais abrangente da estrutura ou que caracterize a importância de cada uma das espécies no conglomerado total da floresta. Um método para integrar os três índices parciais, (Abundância, Dominância e Freqüência), acima mencionados, consiste em combiná-los numa expressão única e simples de forma a abranger o aspecto estrutural em sua totalidade, pelo cálculo do “Índice de Valor de Importância”. Para obter este índice somam-se para cada espécie os valores relativos da Abundância, Dominância e Freqüência. IVI = AB rel + D rel + FR rel onde: IVI – Índice de Valor de Importância; ABrel – Abundância relativa; FR rel – Freqüência relativa em porcentagem (%); D rel – Dominância relativa. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 38 3.3.3.4 - Estrutura Vertical Na análise estrutural das florestas, deve estar incluída a Estrutura Vertical, considerando para isso dois novos parâmetros: Posição Sociológica e a Regeneração Natural. Somente parâmetros da estrutura horizontal, em muitos casos não permitem uma caracterização verdadeira de ordem de importância ecológica das espécies. Dessa maneira as espécies que compõem a floresta, ficam mais corretamente situadas na ordem ecológica que lhes correspondem, por meio da associação das estruturas horizontal e vertical, o que permite assim, uma planificação silvicultural sobre bases reais. 3.3.3.4.1 - Posição Sociológica A expansão vertical das espécies informa sobre a composição florística dos distintos extratos da floresta e do papel que exercem as diferentes espécies em cada um deles. A posição sociológica é caracterizada pelos seguintes estratos: a) – Superior: que abrange as árvores cujas copas formam o dossel mais alto da floresta; b) – Médio: que corresponde as árvores cujas copas se encontram abaixo do dossel mais alto, mas na metade superior do espaço ocupado pela vegetação; c) – Inferior: inclui as árvores cujas copas se encontram na metade inferior do espaço ocupado pela floresta; d) – Sub–bosque: arbustos e pequenas árvores abaixo do estrato inferior A presença das espécies nos diferentes estratos da floresta é de grande importância fitossociológica, especialmente quando se trata de florestas muito irregulares e heterogêneas. Em geral “uma determinada espécie tem seu lugar assegurado na estrutura e composição da floresta, quando se encontram representadas em todo seu estrato e, ao contrário, aqueles que se encontram somente no estrato superior médio, ou inferior é muito duvidosa sua sobrevivência no desenvolvimento da floresta até o clímax”. Excetuam-se a esta regra, aquelas espécies que por características próprias, nunca chegam a passar do piso inferior, sendo pouco desenvolvidas e tolerantes a sombra e, provavelmente sempre serão partes de sua composição. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 39 Com base nesta teoria pode-se afirmar que as espécies que apresentam posição sociológica regular, isto é, maior número de indivíduos no piso inferior e diminuição até o piso superior são as mais estáveis ecologicamente dentro da comunidade florestal. A determinação das espécies que apresentam essa posição sociológica regular, segue o critério que no piso inferior há um número de indivíduos maior ou pelo menos igual aos pisos subseqüentes (médio e superior). Para calcular o valor absoluto da Posição Sociológica (PSabs) de uma espécie, somam-se os valores fitossociológicos da mesma em cada estrato, e estes se obtém multiplicando o valor correspondente do estrato pelo número de árvores da espécie no mesmo estrato, conforme demonstrado na fórmula a seguir: PS abs = VF (E i ) ∗ n(E i ) + VF (E m ) ∗ n(E m ) + VF (E s ) ∗ n(E s ) onde: PSabs – Posição Sociológica Absoluta; VF – Valor Fitossociológico; N – Número de árvores de cada espécie; Ei – Estrato inferior; Em – Estrato médio; Es – Estrato superior. A Posição Sociológica Relativa (PSrel) de cada espécie é expressa em percentagem do total dos valores absolutos. Quanto mais regular for a distribuição dos indivíduos de uma espécie na estrutura vertical de uma floresta, tanto maior será o seu valor na Posição Sociológica Relativa. A Posição Sociológica Relativa (PSrel), será calculada em função da soma total da Posição Sociológica absoluta, assim: PS rel = PS abs n ∑ PS ∗ 100 abs i =1 onde: PSrel – Posição Sociológica Absoluta; PSabs – Posição Sociológica Absoluta. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 40 3.3.3.4.2 - Regeneração Natural Na regeneração natural a própria natureza estabelece o equilíbrio dinâmico, porque o habitat é propício à germinação das sementes e ao desenvolvimento da mudas, favorecendo a regeneração, principalmente das espécies adaptadas ao sítio. A regeneração natural das espécies florestais no ecossistema constitui o apoio ecológico de sua sobrevivência. Fitossociológicamente deveria entender-se que para uma “Associação clímax”, a grande maioria das árvores que integram a cobertura geral da floresta, teria que estar representada na regeneração para que desta maneira pudesse haver substituição normal dentro da mesma identidade botânica. No entanto, pela grande amplitude ecológica do ambiente e pela grande variabilidade florística disponível, deve-se a aceitar que mesmo em uma floresta clímax, sempre ocorrerão representantes arbóreos sem regeneração, devido fundamentalmente ao potencial de espécies “oportunistas”, que só esperam uma pequena clareira na cobertura, para fazerem parte da estrutura. Em áreas de florestas tropicais naturais, o conhecimento da regeneração natural é bastante complexo devido ao grande número de espécies e aos múltiplos interesses de uso das plantas. Para tanto o conhecimento dos padrões de regeneração natural destas florestas é essencial ao seu aproveitamento de forma mais equilibrada. As informações da regeneração permitem indicar, quando necessárias, o tratamento silvicultural mais adequado às condições de manejo que está submetida à floresta. Através da germinação da semente ou pelo processo vegetativo a floresta é reposta total ou parcialmente. Esta reposição constitui a força vital que permite a perpetuação das espécies e das florestas. Mas, para que este processo seja conseguido, os indivíduos da floresta precisam alcançar idade adulta e atingir força vital, reproduzir-se e transformar-se, cedendo lugar aos mais jovens. Uma floresta poderá ser renovada por meio de plantios e condução das mudas e da regeneração natural ou mista. A escolha do método de avaliação da condução da regeneração poderá ser determinada por fatores ecológicos, econômicos e administrativos, que quase sempre, exigem o emprego de diferentes técnicas e avanços tecnológicos que garantam simplicidade nas operações e benefícios ao meio. O processo de avaliação da regeneração natural foi elaborado progressivamente por silvicultores ingleses que atuavam na Malásia e África. O método desenvolvido para levantamento da UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 41 regeneração natural baseia-se em Amostragem Linear (AL). Já em 1930, o sistema de Amostragem Linear era bastante usado como meio de orientação às intervenções na floresta. 3.3.3.4.2.1 - Amostragem da Regeneração Natural a) Tamanho e forma das amostras O trabalho de Amostragem inicia com o mapeamento da área para estratificação e posteriormente com a subdivisão da floresta. Em seguida é elaborado um mapa base onde será projetada a posição para instalação das parcelas amostrais com as respectivas sub-parcelas. No delineamento para análise da regeneração são adotados três tamanhos de amostras quadráticas que compõem o sistema de amostragem com as seguintes dimensões: A3 : Unidade amostral de 2m x 2m. = 4m2. A2 : Unidade amostral de 5m x 5m = 25m2. A1: Unidade amostral de 10m x 10m = 100m2 As sub-parcelas são posicionadas em cada parcela amostral de 2500m²,conforme demonstrado nas figuras 06 e 07. 3.3.3.4.2.2 - Distribuição espacial das amostras As amostras são distribuídas em toda a área, em faixas paralelas as picadas de orientação de maneira descontínuas ou não, com a forma e tamanho definido. No caso da avaliação da regeneração natural na Estação Demonstrativa em Manejo Florestal (UFMT/FENF/PROMANEJO), a amostra tem forma retangular com largura de 10 metros e comprimento de 250metros, subdivididos em subparcelas de 4 m², 25m² e 100m², foram distribuídos paralelas as picadas de orientação do censo. 3.3.3.4.2.3 - Procedimento de Campo Definida a Amostragem, torna-se possível desenvolver as operações de campo, que se iniciam com a formação da equipe. A equipe encarregada da execução dos trabalhos de campo deve receber treinamento específico. Uma equipe para realizar coleta de dados de avaliação da regeneração deve ser composta por um supervisor, neste caso, o Engenheiro Florestal; um Identificador Botânico, pessoa treinada em identificar plantas jovens e mudas; um Anotador, um UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 42 Técnico Florestal com a responsabilidade de conduzir o trabalho diário no campo; dois Auxiliares braçais que ajudaram na coleta de material botânico, abertura de picadas e transporte de material (Quadro 01). Quadro 01 – Composição da equipe de campo para Avaliação da Regeneração Equipe Quantidade Engenheiro Florestal 1 Identificador Botânico 1 Anotador 1 Técnico florestal 1 Auxiliares de Campo 2 Na instalação das sub-parcelas a picada é feita de tal forma que não prejudique a regeneração sendo que sua abertura é apenas para permitir o acesso orientado até o local exato de instalação da parcela. O limite anterior e posterior da sub-parcela de 4m2 é demarcada temporariamente com dimensões de 2m x 2m, no canto da parcela como mostra o detalhe na figura 06, mostrado no item 3.3.2.2, que trata da amostragem. A parcela de 25 m2 com dimensões de 5m x 5m ao longo da linha de amostragem, conforme figura 06, mostrado no item 3.3.2.2, que trata da amostragem. Quanto a parcela de 100 m2 ficam 10 metros ao longo da picada e 10 metros perpendicular a amostra e, formando o quadrado de 10m x 10m, conforme figura 06, mostrado no item 3.3.2.2, que trata da amostragem. Para iniciar a tarefa de campo deve-se ter em mãos o seguinte: - Uma lista relacionando as espécies de interesse do trabalho; - As classes de tamanho das plantas a considerar; - Classificação da posição sociológica das árvores; 3.3.3.4.2.4 - Procedimento de Análise da Regeneração a) Lista de Espécies A lista das espécies poderá ser formada para o total ou por grupos de interesse de acordo com o objetivo da produção obedecendo aos seguintes critérios: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 43 1. Valor comercial das espécies; 2. O índice de crescimento; 3. Capacidade de regeneração natural; 4. Tendência de formar fustes retilíneos; 5. Resistência a ataques de pragas e doenças; 6. Formas e tamanho de copas; 7. Densidade da madeira; 8. Outros itens de interesse do trabalho; Em função dos critérios e exigências da lista das espécies tem-se a seguinte classificação: 1. Espécies de madeira para serra (S) A 2. Espécies de madeira para lamina (L): B A relação deverá ser formada por região, pois certas espécies ocorrem apenas em determinadas localidades. b) Classes de Tamanho A tabela 03 a seguir relaciona as classes de tamanho, a terminologia e símbolo para cada fase de desenvolvimento da planta. Tabela 03 - Classe de tamanho, terminologia e símbolo das plantas. CLASSE DE TAMANHO TERMINOLOGIA SÍMBOLO 0 < altura <30 cm Plântula P 30< altura <300 cm Muda M 300 cm< altura e DAP =5 cm Muda Estabelecida ME 5 cm< DAP <10 cm Varinha Va 10 cm< DAP < 15 cm Vareta VB 15 cm < DAP < 20 cm Árvore Ar 20 cm < DAP < 30 cm Árvore 1 30 cm < DAP < 40 cm Árvore 2 40 cm < DAP < 50 cm Árvore 3 FONTE: Adaptado de FLOR, 1984. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 44 Após separar os indivíduos nas classes de tamanho, obtêm-se o peso de cada classe de tamanho. Para a obtenção do peso de cada classe divide-se o total de indivíduos de cada classe pela soma geral de indivíduos da regeneração. A classe de tamanho absoluta e relativa da regeneração natural para cada espécie é obtida pelo somatório dos produtos do número de indivíduos da espécie em cada classe pelo peso dessa classe, ou seja: a) Classe de Tamanho Absoluta p n  CTRN ABS = ∑ nij  i  N i =1 b) Classe de Tamanho Relativa CTRN REL = CTRN ABS p ∑ CTRN ∗ 100 ABS i =1 em que: CTRNABS → Classe absoluta de tamanho da regeneração natural da i-ésima espécie; CTRNREL → Classe relativa de tamanho da regeneração natural da i-ésima espécie; nij → número de indivíduos da i-ésima espécie na j-ésima classe de tamanho; N → número total de indivíduos da regeneração natural; Ni → número total de indivíduos da i-ésima espécie da regeneração natural em todas as classes de tamanho; P → número de espécies. c) Posição Sociológica das Árvores na Regeneração Das espécies, deverão ser coletados e registrados dados sobre o estado competitivo da regeneração, situado à proporção das árvores em estágio de dominância e em competição ou ainda dominadas, ou suprimidas por outras espécies. De acordo com a condição em que as plantas se apresentam na regeneração podem ser classificadas em: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 45 I – Árvores que recebem luz plenamente: a) – De copa livre, ...................................................................................................................LP b) – De copa assediada, por espécies relacionadas para amostragem,................................... LP1 c) – De copas significativamente assediadas no local por árvores de qualquer espécie,............. LP2 II – Árvores que não recebem luz diariamente: a) – Sombra provocada por árvore de valor comercial, .........................................................SL1 a.1) – Sombra provocadas por árvores componentes das amostragens............................SL2 a.2) – Sombra provocadas por árvores de espécies não consideradas na amostragem,........... SL3 b) – Sombra provocada por árvores do dossel superior sem interesse comercial,..................SL4 d) Processamento e Análise Para interpretar com detalhe o fluxo de regeneração enumerada na fase juvenil, são consultadas, as folhas de registro já preenchidas e calculadas as percentagens por classe de tamanho. Quando a vegetação atinge os estágios: Plântula (P) e Muda (M), ainda é considerada juvenil, não está estabelecida e, a percentagem é avaliada por: FE = NP AM ⋅ ⋅ 100 NT AC onde: FE → Fator de estocagem; NP → Número de parcelas encontradas; NT → Total de parcelas distribuídas na área; AM → Altura Média das mudas por parcela; AC → Altura Convencional, ex: AC= 3,0m; Após a fase juvenil atinge o estágio de muda estabelecida (ME) e pode ser calculado pela expressão: ME=10 (M) = 100P em que: ME → Muda estabelecida; M → Mudas; P → Plântulas. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 46 A razão de estocagem (RE) de mudas estabelecidas por área pode ser calculada por: RE = onde: NE ⋅100 NT RE → Razão de estocagem; NE→ Número de parcelas com espécies no estágio ME amostrada; NT → Total de parcelas distribuídas na área. Para este estágio será determinado o Índice de Estocagem (IE) pelas expressões: IE = NP onde: NT * 100 IE → Índice de estocagem; NP → Número de parcelas encontradas; NT → Total de parcelas distribuídas na área. Havendo grande quantidade de mudas, na fase juvenil (P e M), somada com a regeneração já estabelecida (ME), o IE será determinado por: P M + + ME ⋅100 IE = 100 10 NT em que: ME → Muda estabelecida IE → Índice de estocagem; NT → Total de parcelas distribuídas na área; M → Mudas; P → Plântulas. e) Estrutura da Regeneração Natural Os dados dos levantamentos de regeneração natural são classificados por categorias de tamanhos estabelecidas de acordo com a relação contida na tabela 03. A regeneração natural é calculada a partir de três parâmetros: Abundância, Freqüência e Categorias de Tamanho Absolutos e Relativos das Espécies. Para determinar a abundancia e a UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 47 freqüência na regeneração aplica-se os procedimentos utilizados para árvores estabelecidas. A regeneração natural relativa para cada espécie, obtém-se pela média aritmética desses valores, tais como: RN REL = AB (RN ) + FR (RN ) + CTRN REL REL REL 3 onde: RNREL → Regeneração Natural Relativa (%); ABREL → Abundância Relativa da Regeneração Natural; FRREL → Freqüência Relativa da Regeneração Natural; CTRNREL → Categoria de Tamanho Relativa da Regeneração Natural. 3.3.3.5 - Índice de Valor de Importância Ampliado (IVIA) O índice de valor de importância das espécies é calculado pela soma da Abundância, Dominância e Freqüência Relativa, não permite uma informação completa sobre a estrutura das florestas, já que considera somente a análise da estrutura horizontal e esta não reflete o que verdadeiramente caracteriza as florestas, a sua grande heterogeneidade e irregularidade entre os estratos. Por isso, é calculado o Índice de Valor de Importância Ampliado (IVIA) que utiliza, tanto da estrutura horizontal como da vertical da seguinte maneira: IVIA = Estrutura Horizontal + Estrutura Vertical IVIA = ABREL+DREL+FRREL+PSREL+RNREL Com a adoção do IVIA a importância fitossociológica de cada espécie dentro da floresta é melhor caracterizada. Um exemplo claro a respeito, pode ser citado no caso de uma espécie apresentar uma alta classificação segundo o índice de valor de Importância (IVI), pelo fato de ter uma grande dominância, mas se essa espécie não regenera naturalmente e só está representado no estrato superior, fitossociológicamente não pode ser tão importante na dinâmica da floresta, para o clímax provavelmente desaparecerá por eliminação natural. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 48 3.3.3.6 - Estrutura Diamétrica A estrutura diamétrica que garante a sobrevivência de uma espécie florestal, bem como seu aproveitamento racional segundo as normas de rendimento sustentado, é sem dúvida a distribuição diamétrica regular. Entende-se por distribuição diamétrica regular a distribuição que apresenta maior número de árvores nas classes inferiores de diâmetro. Esta é a maior garantia para a sobrevivência das espécies e, ao contrário, quando ocorre uma estrutura diamétrica irregular, as espécies tenderão desaparecer com o tempo. Isso significa que as categorias inferiores devem incluir o maior e suficiente número de indivíduos que se requer para substituir as árvores exploradas e os que sofrem redução natural ao passar, com o tempo, de uma classe de diâmetro inferior para outra. A representação em classes diamétricas nas florestas heterogêneas é de grande valor, não só porque oferece suficiente informação sobre a existência de uma contínua regeneração, mas também porque guarda uma estreita correlação em relação aos métodos silviculturais adotados nos planos de manejo. 3.3.3.6.1 - Distribuições do número de árvores A aplicação da distribuição do número de árvores em classes de diâmetro vem desde o início do século XX na Europa, América, África e Ásia, e é classificada em três tipos principais: Unimodal, Multimodal e Decrescentes. A distribuição unimodal é característica dos povoamentos jovens equianos, podendo ser encontrada em povoamentos naturais. Este tipo de distribuição pode ser ajustado por uma função de densidade probabilística, como por exemplo, a função Beta. As distribuições do número de árvores em classes de diâmetro decrescentes são encontradas nas seguintes condições: a) Florestas naturais que apresentam árvores de todas as idades. b) Unidades florestais bem manejadas que contenham indivíduos de uma determinada espécie em todas as idades. c) Florestas plantadas quando consideradas em seu conjunto, em relação a um Estado, Região ou País. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 49 A distribuição diamétrica decrescente pode apresentar três tipos, em função do decréscimo do número de árvores em classes sucessivas de diâmetro, ou seja: Tipo I: O número de árvores por unidade de área decresce nas classes sucessivas de diâmetro em progressão geométrica uniforme. N1 = qN2 = q2N3 = q3N4 = . . . = qn-1Nn Tipo II: O número de árvores por unidade de área decresce nas classes sucessivas de diâmetro em progressão geométrica crescente. N1 > qN2 > q2N3>q3N4 > . . . > qn-1Nn Tipo III: O número de árvores por unidade de área decresce nas classes sucessivas de diâmetro em progressão geométrica decrescente. N1 < qN2 < q2N3 _______. Decreto n° 2.788 de 28 de setembro de 1.998 - Altera dispositivos do Decreto n°. 1.282, de 19 de outubro de 1994, e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2788.htm _______. Decreto n° 3.559 de 14 de agosto de 2000 - Suspende a exploração da espécie mogno (swetenia macrophylla king), na região Amazônica, pelo período de dois anos, e dá outras providências.< http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/decreto/D3559.htm> UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 87 BURGER, D. – Tópicos de Manejo Florestal Ordenamento Florestal: A produção florestal – Setor de Ciências Agrárias – Curitiba. Universidade Federal do Paraná, 1976. 155p. BROWER, J.E.; ZARR, J.H. 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Lei Complementar Estadual nº232, de 21 de dezembro de 2005 – Altera o código Estadual do Meio ambiente. _______. Lei Complementar Estadual nº233, de 21 de dezembro de 2005 – Dispõe sobre a Política Florestal do Estado de Mato Grosso. _______. Portaria nº 19 de 11 de abril de 2003 – Institui a Declaração de acompanhamento e Avaliação de Plano e Manejo Florestal Sustentável – DAAPMF, que deverá ser apresentada pelos responsáveis técnicos dos Planos de Manejo Florestal Sustentável. http://www.suframa.gov.br/download/legislacao/ambiental/legi_p_ibama_19_11abr2003.pdf _______. Portaria 01 de 01/01/06 – Regulamenta o parágrafo 3º do art.13 do Decreto 6.958 de 29/12/05, institui o cadastro de consumidores de produtos florestais (CC-SEMA) _______. Portaria 02 de 01/01/06 – Aprova os roteiros mínimos para Plano de Manejo Florestal e Plano Operacional Anual _______. Portaria 03 de 01/01/06 – Institui os Termos de Responsabilidade de Manutenção de Floresta Manejada e o de Vinculação de Reposição Florestal _______. Portaria 30 de 30/03/06 – Disciplina o uso da Guia Florestal para o Transporte de Produtos e Subprodutos de Origem Florestal _______. Instrução Normativa n° 3 de 4 de março de 2002 – Sobre conversão para uso do Solo (reedição da IN 003, de 10.05.01, publicada em 14.05.01). _______. Instrução Normativa n° 7, de 22 de agosto de 2003 – Sobre o Manejo Florestal Sustentável do Mogno. ODUM, E.P. Ecologia. University of Georgia,1983. PAYANDEH, B. Comparacion of method for assessing spatial distribution of trees. For. Sci., v.16, n.3, p. 312-317, 1970. PELICO NETTO, S.; BRENA,D.A Inventário Florestal. Curitiba, 1997. 316p PERLIN, J. História das Florestas. Rio de Janeiro,1992.490p ROCHA, R.M., Taxas de recrutamento e mortalidade da floresta de terra firme da bacia do rio cuieiras na região de Manaus/AM. 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SPEIDEL, G. – Curso sobre organização e administração florestal. Curitiba: Paraná/FUPEF, 1980. 80p. SPURR,S., BARNES, B. Ecologia Florestal. A.G.T EDITOR, S.A .México, 1982. 690p. THIBAU, C. E. – Produção sustentada em floresta – Conceitos e tecnologias; biomassa energética; pesquisas e constatações – Compêndio (1970 – 1999) Belo Horizonte 2000. 511p. TOMÉ, M. Amostragem aplicada ao Inventário Florestal. Instituto Superior de Agronomia. Lisboa, 1998. UNASYLVA, Sustainability – FAO: Organización de las Naciones Unidas para la agricultura y alimentación. (Revista internacional de Silvicultura e Indústrias Forestales). 1992/2 65p. V43. ZWEEDE, J.C. – Manual de procedimentos técnicos para condução de manejo florestal e exploração de impacto reduzido - Fundação floresta tropical – OIMT (Versão 3.1) – Outubro/98 76p. ZWEEDE, J.C. – Manual de segurança no trabalho - Fundação floresta tropical – Tropical florest foudation – Outubro/98 69p. V3.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento ANEXO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 90 Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 91 Diretrizes Simplificadas para Instalação e Medição de Parcelas Permanentes em Florestas Naturais da Amazônia Brasileira Organização GT Monitoramento de Florestas Manaus, AM 2004 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento Copyrigh © by GT Monitoramento de Florestas -2004 Elaboração GT Monitoramento de Florestas Revisão de Texto Lia Cunha de Oliveira José Natalino da Silva Hildemberg da Silva Cruz Quésia do Rosário Reis Revisão Ortográfica Marcia Coimbra Projeto Gráfico Marcia Coimbra Fotos Lia Cunha de Oliveira e Acervo fotográfico ProManejo Apoio IBAMA/ProManejo e MMa/PNF Financiadores desta edição Banco Mundial RFT-Rain Forest Trust Fund GTZ - Deutsche Gesellschaft für Tech nische Zusammenarbeit/Cooperação Técnica Alemã KFW- Kreditanstalt für Wiederaufbau/Cooperação UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA 92 Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 93 Sumário 1. Introdução.......................................................................................................................................... 95 2. Número, Tamanho, Forma e Instalação das Parcelas Permanentes .................................................. 95 3.Subdivisão de parcelas ....................................................................................................................... 96 4.Periodicidade das medições e diâmetro mínimo de medição............................................................. 96 5.Procedimentos de coleta..................................................................................................................... 97 6.Variáveis a serem coletadas no extrato arbóreo ................................................................................. 98 6.1 Classe de identificação do fuste CIF ................................................................................... 98 6.2 Identificação das Espécies................................................................................................... 99 6.3 Diâmetro............................................................................................................................ 100 6.4 Iluminação da Copa........................................................................................................... 101 7. Bibliografia...................................................................................................................................... 103 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 94 Apresentação O Grupo Inter-Institucional de Monitoramento da Dinâmica de Crescimento de Florestas na Amazônia Brasileira (GT Monitoramento) foi criado no âmbito da Diretoria de Florestas do Ibama pela Portaria 557 de 28 de abril de 2004, para implementar uma rede de monitoramento da dinâmica de florestas na Amazônia brasileira. Os objetivos desta rede são reunir informações sobre o crescimento de florestas naturais a partir de iniciativas já existentes, gerar uma base de dados sobre crescimento e produtividade de florestas, expandir a rede a regiões ainda não contempladas com parcelas permanentes, promover fóruns de discussão sobre o tema e divulgar os conhecimentos existentes sobre dinâmica de florestas. O GT-Monitoramento iniciou suas atividades em Outubro de 2002 a partir da composição de uma equipe de especialistas ligados a instituições de ensino e pesquisa (Universidade Federal Rural da Amazônia, Universidade Federal do Amazonas, Universidade Federal do Mato Grosso, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Amazônia Ocidental, Embrapa Acre, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), entidades ligadas ao meio ambiente (MMA/PNF, IBAMA/DIREF, IBAMA/ProManejo), instituições não governamentais (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia IMAZON) e iniciativa privada (Empresa ECOFLORESTAL). Entre os produtos gerados pelo GT Monitoramento para a implementação da rede está as diretrizes simplificadas para estabelecimento e medição de parcelas permanentes na Amazônia. Estas diretrizes foram elaboradas a partir de um documento técnico produzido no âmbito do Projeto Bom Manejo (Manejo Sustentável de Florestas de Produção em Escala Comercial na Amazônia brasileira), financiado pela OIMT Organização Internacional de Madeiras Tropicais, executado pela Embrapa Amazônia Oriental em parceria com o Centro para Pesquisa Florestal Internacional (CIFOR). A Diretoria de Florestas do IBAMA em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, vem contribuindo e apoiando a consolidação desta rede, com intenção de oferecer informações que possam orientar a elaboração de normas técnicas adequadas para Planos de Manejo Florestal Sustentável na Amazônia. Antonio Carlos Hummel Diretor de Florestas do IBAMA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 95 1. Introdução Parcelas Permanentes têm sido amplamente usadas para estudar o comportamento de florestas manejadas em relação a sua composição, crescimento, ingresso de novas plantas e mortalidade (Chiew and Garcia, 1989; Primack et al., 1989; Rai, 1989; Silva et al., 1996), e como forma de prever produção e rendimentos em projetos de manejo florestal (Condit et al., 1995; Weaver and Murphy, 1990). Embora necessitem de algum investimento e demandem muito tempo e esforço das equipes de campo para sua instalação e medição, as parcelas permanentes constituem a mais importante ferramenta para estudos de manejo florestal e ecologia, pois são e continuarão sendo por muito tempo, um dos principais pilares sobre o qual nosso entendimento de florestas tropicais é construído (Sheil et al., 1995). 2. Número, Tamanho, Forma e Instalação das Parcelas Permanentes As parcelas permanentes poderão ser estabelecidas em campo de forma imediata ou gradual, na proporção de 1 ha de parcelas para cada 250 ha de área manejada até o limite de 50 ha amostrados. A forma das parcelas poderá ser quadrada ou retangular:  O tamanho mínimo da parcela será de ¼ ha (ex. 50 x 50 m ou 10 x 250 m);  As parcelas poderão ser lançadas em campo de forma sistemática ou aleatória;  Em áreas com diferentes formações florestais deverá ser feita a estratificação prévia da área para a distribuição das parcelas em campo;  As parcelas para estudos de crescimento e produção devem ser estabelecidas em áreas produtivas da propriedade. Também poderão ser estabelecidas parcelas em áreas onde não seja executada nenhuma intervenção silvicultural, para o acompanhamento do desenvolvimento da floresta natural; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 96  As parcelas devem ser demarcadas permanentemente utilizando-se piquetes de marcação de madeira, PVC ou outros materiais que resistam a longa exposição ao tempo. As extremidades superiores dos piquetes devem ser pintadas com cores bem contrastantes com a vegetação, com tinta resistente a água (tinta óleo), para facilitar sua localização. 3. Subdivisão de parcelas  As parcelas poderão ser sub-divididas em unidades de observações menores (Ex.: subparcelas de 10m x 10m), para facilitar a localização e o controle de cada árvore a ser medida e monitorada. 4. Periodicidade das medições e diâmetro mínimo de medição  As parcelas devem ser instaladas e medidas antes de qualquer intervenção (exploração, tratamentos silviculturais, etc);  A segunda medição deve ser realizada no ano seguinte à intervenção para avaliação dos danos produzidos pela exploração;  A partir daí os intervalos entre as medições deverão ser de dois a cinco anos;  O diâmetro mínimo de medição fica estabelecido em 10 cm. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 97 5. Procedimentos de coleta  Cada árvore deverá receber uma plaqueta de alumínio ou plástico, com um número que a identifique (Ex.: número com seis dígitos onde os dois primeiros identificam a parcela, o terceiro e qua rto a sub-parcela e os dois últimos a árvore, (Silva & Lopes, 1984));  As árvores de cada sub-parcela devem seguir uma numeração própria que vai de 1 a n;  As placas devem ser fixadas cerca de 10 centímetros acima do ponto de medição do diâmetro;  No caso de árvores com sapopemas muito altas, as plaquetas devem ser fixadas em local de fácil visibilidade;  Em árvores selecionadas para corte, a plaqueta deve ser reposicionada na base do tronco, abaixo da altura de corte, para possibilitar a sua localização após a exploração;  Para árvores localizadas na linha divisória das sub-parcelas, convenciona-se que a árvore deve ser incluída na sub-parcela onde mais da metade de sua base estiver inserida;  Os números das árvores que morrerem jamais deverão ser usados novamente em outra árvore;  No caso de ingressos utiliza-se um novo número, o próximo da seqüência daquela subparcela. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 98 6. Variáveis a serem coletadas no extrato arbóreo 6.1 Classe de identificação do fuste CIF Esta variável descreve os diversos estados em que podem ser encontradas as árvores em uma floresta. Esses estados são resultantes de seu próprio crescimento, ou de mudanças provocadas pelo homem ou pela natureza. Os códigos numéricos utilizados combinam a sanidade da árvore com o estado de seu fuste (ex. Quadro 1 e Figura 1). Na primeira medição, somente as árvores vivas são consideradas. A partir da segunda medição, todas as árvores, incluindo as mortas ou desaparecidas devem ser registradas. Quadro 1. Códigos usados para as classes de identificação do fuste de árvores (baseado em Silva & Lopes, 1984) Situação Completa Árvore viva em pé 1 Descopada (sem copa) Árvore viva caída 4 Árvore morta por causa natural 5 Árvore morta por exploração 6 Árvore morta por tratamento 7 Árvore colhida (toco de exploração) 8 Não encontrada 9 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – fuste > 4,0 m fuste < 4,0 m 2 3 VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 99 Figura 1 - Exemplos de classe de identificação de fuste (CIF) 6.2 Identificação das Espécies No campo ou na floresta as árvores devem ser identificadas pelo nome comum, por um identificador botânico (mateiro) que deve ser conhecedor das espécies locais. Nos casos em que a UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 100 árvore não puder ser identificada, deve receber um código que permita a sua identificação futura na ficha de campo (Ex.: NI 1, NI 2, etc). Deve-se coletar material (se possível, folhas, flores e frutos) e enviá-lo a algum herbário para proceder à identificação botânica. A atribuição dos nomes científicos e sua codificação devem ser feitas no escritório. A identificação, com exceção daquelas espécies muito comuns, que dificilmente poderia ser equivocada, deve ser baseada em determinação de herbários. Para isso, o responsável pelas atividades de monitoramento deve estabelecer parceria com instituições de pesquisa a fim de se obter uma identificação correta das espécies. Para efeito de processamento de dados, as espécies devem receber códigos. Criando-se uma lista com todas as espécies ocorrentes na floresta monitorada, atribuindo os respectivos códigos. 6.3 Diâmetro A medição do diâmetro ou da circunferência é feita com fita diamétrica ou fita métrica, respectivamente, e deve ser feita com precisão de milímetro em todas as árvores, incluindo as caídas, quebradas, danificadas ou as mortas (neste último caso, somente na segunda medição). A medição do diâmetro ou circunferência das árvores mortas é necessária para que se possa estimar a mortalidade em termos de área basal e volume/ha. Os diâmetros ou circunferências devem sempre ser medidos em sempre que possível a 1,30 m do solo (DAP - diâmetro à altura do peito ou CAP - circunferência à altura do peito). O local deve estar livre de cipós ou qualquer outra anomalia que leve a erros de leitura. Este ponto deve ser marcado com tinta a base de óleo, para evitar erros de leitura em medições subsequentes (Figura 2A). Figura 2 - Ponto de Medição (PDM) do diâmetro da árvore UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 101 Sempre que ocorrerem sapopemas, ou anormalidades como danos ou deformações, o PDM deve ser transferido para um local acima, livre dessas anormalidades (Figura 2B). Quando isso ocorrer, uma observação deve ser registrada na ficha de campo, informando o número da árvore e o motivo da alteração. Durante a medição das árvores os arredondamentos dos diâmetros ou das circunferências, devem ser feitos sempre para menos. Por exemplo, se uma árvore apresentar DAP entre 152 milímetros e 153 mm o diâmetro a registrar será 152 mm. 6.4 Iluminação da Copa A variável iluminação da copa descreve a quantidade de luz recebida pelas copas, assim como o grau de competição existente entre copas de árvores vizinhas (Figura 3). Esta variável é importante, pois representa um dos fatores que afetam significativamente o crescimento. Na avaliação da iluminação das copas, somente as árvores vivas e em pé (completas ou quebradas) com DAP 10 cm são consideradas. Três categorias são utilizadas. 0- Sem condições de medição (árvore sem copa); 1-Copa emergente ou completamente iluminada; 2-Copa parcialmente iluminada, ou seja, parcialmente coberta por copas de árvores vizinhas; 3-Copa completamente coberta por copas de árvores vizinhas, recebendo apenas luz lateral ou luz difusa. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – 102 VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 103 7. Bibliografia CHIEW, K.Y. and GARCIA, A. 1989. Growth and yield studies in the Yayasan Sabah forest concession area. In: Mohd, W.R.W., Chan, H.T. and Appanah, S. (Eds.) Proceedings of the Seminar on Growth and Yield in Tropical Mixed/moist Forest. Forest Research Institute , Malaysia, pp. 192-205. CONDIT, R., HUBBELL, S.P. and FOSTER, R.B. 1995. Demography and harvest potential of Latin American timber species: data from a large permanent plot in Panama. Journal of Tropical Forest Science, 7(4): 599-622. PRIMACK, R.B., CHAI, E.O.K., TAN, S.S. and LEE, H.S. 1989. Relative performance of dipterocarp trees in natural forest, managed forest, logged forest and plantations throughout Sara wak, East Malaysia. In: Mohd, W.R.W., Chan, H.T. and Appanah, S. (Eds.) Proceedings of the Seminar on Growth and Yield in Tropical Mixed/moist Forest. Forest Research Institute , Malaysia, pp 161-175. RAI, S.N. 1989. Rate of diameter growth of tree species in humid tropics of western Ghats, India. In: Mohd, W.R.W., Chan, H.T. and Appanah, S. (Eds.) 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Galvão (IBAMA/DIREF) Denis Valle (IMAZON) João Olegário P. de Carvalho (Embrapa Amazônia Ocidental) Joaquim dos Santos (INPA) Luiz Claudio Oliveira (Embrapa Acre) Tasso Rezende de Azevedo (MMA/PNF) Tim van Eldik (Ecoflorestal) Ulisses Silva da Cunha (UFAM) UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 105 Siglas DIREF - Diretoria de Recursos Florestais IMAZON - Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis INPA - Instituto de Pesquisa da Amazônia MMA - Ministério do Meio Ambiente PNF - Programa Nacional de Florestal UFAM - Universidade Federal do Amazonas UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA Manejo de Floresta Nativas: Planejamento, Implantação e Monitoramento 106 Anexos Modelo da ficha de campo * Mudou PDM Preencher com X se houve mudança no Ponto de Medição do Diâmetro UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – VERSIDES SEBASTIÃO DE MORAES E SILVA