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Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2014 Centro de Convenções Atlantic City - Teresina - PI 12 a 15 de agosto de 2014
APLICAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA CONFIABILIDADE VIA WEB EM UMA FROTA VEICULAR MARLON ANTÔNIO PINHEIRO1, GERALDO DO CARMO SANTOS OLIVEIRA2 1
Msc. Professor de Engenharia Mecânica, Universidade de Itaúna, Itaúna - MG. Fone: (37) 3241-1568,
[email protected] 2
Aluno de Engenharia Mecânica, Universidade de Itaúna, Carmo do Cajuru - MG; Fone: (37)3244 - 2390,
[email protected]
Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC 2014 12 a 15 de agosto de 2014 - Teresina-PI, Brasil RESUMO: A manutenção veicular deve garantir a confiabilidade dos veículos, minimizando a probabilidade de acidentes, ou seja, maximizando a sua segurança operacional durante toda a sua vida útil, e tudo isto a um custo razoável para os seus usuários. Estes aspectos são muito difíceis de serem gerenciados neste tipo de serviços. Este projeto de iniciação científica pretende aplicar a metodologia da Análise de confiabilidade veicular via Web, através do portal www.savemotors.com.br, que permite interligar oficinas e usuários, de maneira a aperfeiçoar o controle do processo de manutenção veicular. PALAVRAS–CHAVE: Manutenção, web, confiabilidade, veicular. APPLICATION MANAGEMENT SYSTEM RELIABILITY VIA WEB IN A VEHICLE FLEET ABSTRACT: The maintenance vehicle must ensure the reliability of vehicles, minimizing the probability of accidents, and maximizing its operational safety throughout his life, and all this at a reasonable cost to its users. These aspects are very difficult to manage this type of service. This project intends to apply basic scientific research methodology of vehicle reliability analysis via the Web, via www.savemotors.com.br portal that allows users to connect and workshops in order to improve process control of vehicle maintenance. KEYWORDS: Maintenance, web, reliability, vehicular. INTRODUÇÃO: No contexto de transporte de passageiros torna-se importante destacar que a rede rodoviária é responsável pelo transporte de 96,48% do volume total de passageiros. O setor aéreo é responsável por 2,27% e por último está o sistema ferroviário que é responsável pelo transporte de apenas 0,80% dos passageiros. Estes números mostram claramente o fator estratégico do setor de manutenção veicular. No contexto econômico, este setor responde por um faturamento anual de quase 13 bilhões de reais, gerando 1,1 milhões de empregos diretos. Segundo a ABRIVE (Associação Brasileira de Reparadores Independentes). Existem aproximadamente 22 milhões de veículos trafegando nas vias brasileiras, com uma relação de 8,4 habitantes por veículo. O Estado de Minas Gerais responde pela segunda maior frota veicular do país, com aproximadamente 2,5 milhões de automóveis, conforme o anuário da ANFAVEA (Associação Nacional da Indústria Automobilística Brasileira) de 2005. O custo médio de manutenção no Brasil é de acordo com os dados da ABRAMAN (Associação Brasileira de Manutenção), de 4,4% em relação ao produto interno bruto (PIB). Infelizmente, existem muitas deficiências nos processos de manutenção veicular. Em primeiro lugar, os responsáveis pela execução destes serviços são na maioria, oficinas mal condicionadas, com funcionários pouco treinados e os serviços realizados não são controlados pelos clientes que, em geral, não conhecem as características técnicas dos serviços. Em segundo lugar, não existe um controle sistêmico do processo de manutenção, avaliando os tempos médios entre falhas, característicos dos diferentes componentes veiculares e definindo atividades preventivas adequadas para minimizar os riscos de falhas imprevistas (ações corretivas). Um terceiro fator corresponde à falta de regularidade
na realização de serviços preventivos, devido ao fato de que os usuários somente levam os seus veículos às oficinas, quando os processos de falhas já avançaram significativamente nos veículos, originando gastos excessivos nos concertos e muitas vezes arriscando a segurança dos usuários.
Figura 01 – Trânsito na cidade de São Paulo.
No setor de transporte terrestre, a manutenção dos veículos pode chegar a até 20% do faturamento das empresas. Por causa destes números expressivos, é importante considerar a manutenção veicular com uma visão mais estratégica e crítica. Além destes aspectos econômicos, existem outros fatores relevantes como, por exemplo, a segurança de passageiros, a integridade do meio-ambiente e os fatores econômicos relativos à competitividade das empresas dos setores de logística e transporte. É neste cenário extremamente competitivo e dinâmico, que surge a necessidade de inovar, para possibilitar os processos de manutenção, buscando garantir a confiabilidade operacional dos veículos a custos menores, reduzindo as perdas existentes nos processos de manutenção. MATERIAL E MÉTODOS: O fundamento desta pesquisa é realizar uma análise do setor de manutenção, estudo de frota de veículos, desenvolvimento e aplicação de um sistema global de manutenção veicular, via WEB, baseado em um sistema de gestão de manutenção com base na confiabilidade, que permite interligar oficinas e usuários de maneira a possibilitar o controle do processo de manutenção dos veículos durante toda a sua vida útil. Inicialmente, o aluno bolsista de IC foi introduzido nos conceitos de confiabilidade, parâmetros de confiabilidade, distribuições aplicadas à confiabilidade, equações e modelamento matemático a sem utilizados. O aluno visitou empresas do ramo de automóveis, no intuito de conhecer e descrever a rotina da oficina e posteriormente onde foram realizados levantamentos diários dos dados históricos dos veículos e inserir no sistema WEB (www.savemotors.com.br), realizando os estudos dos dados tabulados emissão de relatórios periódicos. Portanto, o presente trabalho é caracterizado através de dois aspectos: procedimentos de coletas de dados e de tabulação e estudo dos dados. Assim, de acordo com esses critérios, respectivamente, podemos classificá-la como um estudo de caso realizado através de uma abordagem exploratório-descritiva. Conforme Andrade (2005), as fontes primárias são obras ou textos originais, material ainda não trabalhado sobre determinado assunto, que não foram analisados e interpretados. Podem ser representados por: documentos de arquivos públicos, dados estatísticos, relatórios, documento fotográficos, recurso audiovisual e etc. Enquanto as fontes secundárias são constituídas da literatura originada de determinadas fontes primárias, representadas: por livros, revistas, jornais, periódicos e etc. (ANDRADE, 2005). As fontes primárias foram utilizadas com o propósito de realização do levantamento das características do setor de manutenção das empresas estudadas. Esse levantamento foi realizado com a aplicação de questionários aos proprietários da empresa, restringindo aos alocados ao setor de manutenção; e por visitas realizadas ao setor de manutenção. O que possibilitou que obtivéssemos informações das características relacionadas: a forma de gerenciamento do setor de manutenção da empresa, das atividades executadas, da estrutura física destinada à manutenção, dos recursos humanos e informações financeiras do setor. As fontes secundárias auxiliaram na pesquisa de temas relevantes relacionados à manutenção, etapa fundamental do trabalho. As principais fontes de dados utilizadas para foram: os livros e trabalhos acadêmicos na área de gestão da manutenção. Onde, os temas abordados no trabalho foram desenvolvidos de forma que cada aspecto do tema apresentasse seus benefícios com sua utilização. O que possibilitou a elaboração de propostas ao serviço de manutenção para oficinas mecânicas, para que suas atividades possam ser
executadas com qualidade, proporcionando a prestação do serviço com eficiência e segurança no atendimento das necessidades de seus clientes. Para a coleta e tabulação dos dados, foram utilizados computador e softwares. Sendo que os históricos dos veículos pesquisados, foram realizados os processamentos, cálculos de confiabilidade e aplicação da ferramenta via WEB. Contudo, foram analizados os dados coletados na pesquisa, sendo tabulados e através do uso da estatístia como ferramenta de trabalho para melhor entender os resultados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com a análise do setor de manutenção das empresas pesquisadas foram observadas várias falhas e dificuldades, pela falta de planejamento e organização eficiente do setor. Essas faltas de gestão do setor provocam consequências para os serviços prestados pelos funcionários e para as atividades da empresa. A primeira dificuldade encontrada na gestão da manutenção foi à falta de um planejamento e uma organização formal e documentada sobre o setor. Os funcionários se preocupam somente em realizar o serviço da melhor maneira que conhecem e os gerentes só se preocupam em ter o serviço realizado, mas não se procura melhorar as condições da qualidade dos serviços de manutenção. A falta de um planejamento gera falhas no controle da demanda por serviços de manutenção, com isso os funcionários trabalham ou com muita folga ou em um ritmo intenso e de muita pressão, ocorrendo assim à sobrecarga do setor de manutenção. Outro problema é a falta de padronização no serviço de manutenção. Os funcionários realizam suas atividades sem seguir uma sequência operacional, muitas vezes inadequada, o que prejudica a qualidade do serviço e põem em risco a vida dos motoristas que operam os veículos, pois durante as locomoções, os veículos podem gerar riscos de vida dos condutores e passageiros. O setor não possui um manual operacional para as atividades de manutenção, sendo assim, cada funcionário do setor realiza-as a partir de seus conhecimentos. As falhas, ocorridas devido ao mau procedimento operacional da manutenção, ocorrem com determinada freqüência, fazendo muitas vezes com que determinado veículo após passar pela manutenção tenha que voltar por alguma falha ocorrida no processo de execução. As empresas não investem na capacitação dos seus funcionários de manutenção e nem tem pretensão ou se especula tal atitude, de acordo com entrevistas realizadas com os funcionários, demonstrando que a empresa não considera os serviços de manutenção estratégicos, prejudicando a gestão da manutenção (altos custos, pessoal sobrecarregado e crescente números de falhas), e a programação das atividades para o dia. A falta de um planejamento de espaço dentro da empresa é outro agravante sofrido pelo setor de manutenção, uma vez que o espaço é pequeno para a demanda de serviços que muitas vezes o sobrecarrega. Não existe um planejamento adequado do layout e os funcionários não possuem instrução sobre a movimentação de peças, resíduos e demais recursos, colocando assim em risco a segurança do trabalhador e dos veículos. Não existe padronização das etapas dos serviços prestados, podendo gerar falhas no processo decorrente de uma manutenção sem qualidade. As empresas não têm o controle histórico do setor de manutenção. Não possuem a informação, por exemplo: as falhas mais frequentes, os custos de cada falha, quais peças foram trocadas, o histórico de manutenção de cada veículo. Não existe uma codificação, sendo todo o registro de gastos, funcionário responsável pelo serviço, falha ocorrida e serviço realizado feito de maneira informal. Os funcionários não possuem treinamento ou conhecimento da melhor utilização do espaço de trabalho, onde a organização do mesmo é realizada de forma aleatória e prioriza-se somente a execução dos serviços, não se preocupando com o trabalhador e com os resíduos gerados pelo setor. Não é realizado dentro das empresas o controle de falhas dos veículos e nem a documentação das manutenções realizadas nos mesmos. Essa atitude impossibilita um controle sobre os equipamentos, com as análises das condições dos mesmos, além de não poderem fazer um levantamento das principais peças utilizadas e elaborar um controle de estoque para diminuir lead time do início das atividades de manutenção dos veículos, possibilitando mais rapidamente a liberação desses ativos. Curva da banheira define a relação existente entre falhas acidentais e por envelhecimento é representada graficamente através da denominada “curva da banheira”, nome originado no perfil característico adotado pela curva (CASTRO, 2001).
Figura 02 – Curva da Banheira
CONCLUSÃO: Maximizar os resultados com o mínimo de recursos é o propósito das organizações, uma vez que para se manter competitivo na era globalizada é imprescindível desenvolver produtos inovadores, de qualidade e ofertado com o preço que os clientes estão dispostos a pagar. A manutenção, portanto, é uma das atividades que executam uma função estratégica dentro das organizações, dado que ela cumpre seu papel na disponibilidade dos ativos das empresas, permitindoas a cumprir sua missão com qualidade. Como a grande parte das empresas pesquisadas, o sistema de prestação de serviços não é informatizado, sugerimos a implementação dessa informatização, pois isso agilizará e muito o processo e controle da manutenção. Portanto, para implantação do projeto é fundamental a utilizados de computador e softwares para tabulação dos dados, sendo os históricos dos veículos deverão ser feitos os processamentos, cálculos de confiabilidade e aplicação da ferramenta via WEB. A utilização da ordem de serviços “OS”, possui como objetivo principal documentar todas as atividades que foram executadas, seja, originadas de manutenção corretiva ou emitidas pelo planejamento da manutenção, através, do plano de manutenção. Com posse dessas informações podemos concluir que para a redução dos custos, no setor de manutenção, será preciso primeiramente dar a ele a devida atenção. Elaborar um bom planejamento da manutenção dos veículos, organizarem o setor fazendo todos os levantamentos necessários, montando um manual da organização da manutenção, implantando um sistema de controle adequado, só então, após os custos estarem sobre controle, pode-se tentar diminuí-los. Contudo, o projeto Aplicação Do Sistema De Gestão Da Confiabilidade Via Web Em Uma Frota Veicular é considerado de inovação, considerado o que propõe ao seguimento de manutenção de veículos, alem de adequá-los aos novos recursos de tecnologia embarcada. Este projeto foi criado para ajudar os proprietários de veículos e frotistas a melhorarem o controle da condição técnica dos seus veículos e a comunicação com as oficinas responsáveis pela sua manutenção. Veículos em perfeitas condições de funcionamento garantem nossa segurança, permitem minimizar os impactos ambiental e também reduzem os custos de manutenção, contribuindo para uma ambiente cada vês mais sustentável. REFERÊNCIAS Andrade, M. M. Introdução a Metodologia do Trabalho Científico. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005. Associação Nacional dos Transportes Públicos – ANTP, disponível em (www.antp.org.br) Acesso em 23/09/2012. Branco, F.G. A Organização, o Planejamento e o Controle da manutenção. Rio de Janeiro: Ciência Moderna Ltda, 2008. Castro, D. E. Confiabilidade e custo de Ciclo de Vida, 7˚ Seminário de Manutenção de Minas Gerais, ABRAMAN, Maio 1999. Código Brasileiro de Trânsito (CBT) Castro, D. E.; Pinheiro, M. A. “Implantação de análise de confiabilidade e risco veicula em frotas de ônibus’’. 7. COTEQ - Seminário Sobre Tecnologia De Equipamentos, 2003, Florianópolis. Conferencia sobre Tecnologia de Equipamentos. 2003. Castro, D. E.; Pinheiro, M. A. “Manutenção de Frotas Veiculares com base na Confiabilidade e Risco de Sistemas”. SAE Technical Paper 2003-01-3541- Congresso SAE 2003 – SP – Brasil, 2003. DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito-Departamento de Trânsito de Minas GeraisDETRAN/MG, disponível em www.detrannet.mg.gov.br/. Acesso 23/09/2012. Disponível em: http: //www.jusbrasil.com.br/legislacao/103494/codigo-de-transito-brasileiro-lei-9503-97, Acesso em 12/10/2012.
