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Andragogia

Artigo sobre como o adulto aprende

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ANDRAGOGIA: contribuições e desafios da aprendizagem do adulto a distância. Enilton Ferreira Rocha http://lattes.cnpq.br/1682585826032961 Resumo Este artigo discorre sobre o potencial andragógico da aprendizagem do adulto, a distância, destacando as suas contribuições e desafios nesse contexto, além de apresentar algumas das suas ferramentas, métodos e técnicas utilizadas na EaD. Pretende, ainda, chamar a atenção do leitor para as possibilidades andragógicas como orientação didático-metodologógica na aprendizagem do adulto, tanto acadêmica quanto corporativa. Palavras-chave Andragogia. Contínuo pedagógico-andragógico. Aprendizagem vivencial. EaD. Abstract This article discusses the potential of andragogy at the adult distant education field, highlighting their contributions and challenges in this context and presents some of its tools, methods and techniques used in distance education. It also attempts to draw the reader's attention to andragogical possibilities as methodological orientation in adult learning, both academic and corporate. Palavras-chave Andragogy. Continuous pedagogical-andragogic. Experiential learning. EaD. 1 Andragogia Por volta de meados da década de 70, surge, de forma acadêmica, nos Estados Unidos (Malcolm Knowles), uma nova visão para pesquisar, estudar e acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem do adulto: a Andragogia. Originalmente, o termo andragogia foi formulado por um professor alemão Alexander Kapp, em 1833 (Nottingham Andragogia Grupo 1983: v), que o utilizou para descrever elementos e significados da teoria de Platão sobre educação. Segundo registros históricos dessa investigação na aprendizagem do adulto, atribuem-se ao americano Eduard Lindeman, as primeiras pesquisas e teorias andragógicas. Foi ele que, em 1926, como pesquisador e adepto da andragogia, percebeu algumas impropriedades nos métodos educacionais utilizados e ponderou: Nosso sistema acadêmico se desenvolveu numa ordem inversa: assuntos e professores são os pontos de partida, e os alunos são secundários. O aluno é solicitado a se ajustar a um currículo préestabelecido. ... Grande parte do aprendizado consiste na transferência passiva para o estudante da experiência e conhecimento de outrem. Do ponto de vista do planejamento das estratégias na formação acadêmica, em que educadores utilizam-se dos referenciais andragógicos, as diferenças são visíveis e bastante significativas, não só pelos resultados apurados na aprendizagem do adulto, mas, também, pelos impactos na formação do professor para a EaD1. Recentemente, de 15 a 25 de janeiro de 2010, durante o primeiro ENPED Encontro Nacional de Professores da EaD (www.enped.com.br), evento totalmente a distância, com atividades assíncronas e on-line em webconferência, adotou-se a metodologia andragógica em todo o seu planejamento e desenho didático e os resultados foram surpreendentes. Os professores foram submetidos a diversos desafios 1 2 Educação a Distância durante o encontro, em que eram estimulados ao processo de criação e destreza tecnológica, manipulando as tecnologias educacionais (twitter, blog, Wikipédia, webconferência, podcast e second life) disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem. Com o avanço da EaD, a Andragogia tem sido objeto de constantes reflexões e mudanças na concepção e na implantação de projetos nessa modalidade, tendo em vista os seus pressupostos científicos que, de certa forma, tornam a aprendizagem a distância mais humana e mais perto da realidade do adulto. Embora, no meio acadêmico, a prática andragógica no Brasil seja ainda pouco significativa, na educação Corporativa o resultado tem sido representativo demonstrando a sua aderência à educação do adulto e à educação profissional e tecnológica. Algumas práticas têm sido adotadas considerando recomendações técnicas andragógicas, destacando-se a aprendizagem vivencial proposta por David Kolb. Educação corporativa Em relação à prática educacional corporativa, o e_Learning acontece nos Estados Unidos da América, em meados de 1900, mais precisamente nas Mineradoras do Alaska, com a aprendizagem a distância realizada por correspondência (Correios). É grande a lista de sucessos, destacando-se as universidades corporativas da IBM, da FIAT internacional, da GM Montadora, da Coca Cola, da Rede McDonald, da Microsoft e outras empresas de destaque internacional, com milhões de funcionários / colaboradores sendo capacitados ou como participantes de cursos de especialização em gestão de negócios, além de cursos de formação para o trabalho. Nessas universidades o e_Learning, ainda, é utilizado para aperfeiçoar o processo de comunicação interna dessas empresas, bem como, o envio de materiais didáticos em banda larga. 3 No Brasil, a sua trajetória teve início na década de 80, consolidando-se como novo modelo para formação profissional em 1995, graças aos recursos tecnológicos disponíveis da época, facilitando os processos de ensino e aprendizagem corporativos a distância. Segundo alguns especialistas, a sua cronologia têm registros da seguinte forma: 1ª FASE - 1980 – 1990: WINDOWS 3.1, CDROM, POWER POINT. 2ª FASE - 1990 – 1995: e-mail, o Web Browser, HTML, áudio e vídeo streaming começaram a mudar a forma da multimídia voltada para o treinamento. 3ª FASE - 1995 até os dias atuais: A GERAÇÃO WEB - O tráfego de dados como áudio e vídeo sobre IP, o acesso à Internet de alta velocidade. SURGIMENTO DO AVA - AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM. A Sofisticação do desenho de sites e portais está revolucionando a indústria do treinamento e o mercado educacional. Do ponto de vista de resultados, no Brasil, são mais de três milhões e quinhentos mil alunos matriculados em cursos de qualificação ou formação de mão-de-obra para o trabalho ou gestão de negócios. A exemplo do desempenho internacional, no Brasil, os casos de sucesso são muitos, destacando-se: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Petrobrás, Distribuidora Martins, Bradesco, Xerox do Brasil. Nos últimos, cinco anos, a introdução do e_learning na aprendizagem corporativa tem gerado bons resultados considerando a forte ligação desse modelo com a metodologia baseada na aprendizagem colaborativo-tecnológico-midiática. Os resultados são animadores: de 449 em 2004, para 550 em 2009 (e_Learning Brasil), registrando um crescimento da ordem de 22%, na implantação de universidades corporativas, onde a prática na formação e qualificação da mão de obra migra do viés instrucional-operativo do treinamento, repetitivo, para o modo crítico-reflexivo de reconstrução do saber e do refazer institucional-organizacional. 4 Essa nova concepção da educação por resultados, da conexão entre educação e a sociologia organizacional, da formação de pessoas para a gestão de negócios, deriva, de certa forma, da necessidade de buscar novas formas de desenvolver competências e habilidades para o trabalho. Nesse contexto, a contribuição andragógica tem marca diferenciada quando estabelece uma nova concepção para os padrões de planejamento, instrução e gestão da aprendizagem corporativa a distância. Observam-se algumas mudanças nesse novo modo de ensinar e aprender no mundo corporativo, denunciadas por algumas ações e instrumentos originários de recomendações metodológico-andragógicas para a aprendizagem do adulto a distância. Aprendizagem acadêmica Com o avanço das TICs, a atividade acadêmica recebeu novos significados e contextos que, de certa forma, remodelaram o processo ensino-aprendizagem tradicional e a gestão de ensino. Nesse universo, a andragogia ocupa lugar de destaque tendo em vista a sua aderência às novas tecnologias educacionais e práticas utilizadas na aprendizagem do adulto a distância. Segundo Moran (2005, Tendências da educação online no Brasil), a prática docente precisa acompanhar a evolução dos tempos e dos modos de ensinar e reaprender em salas de aulas. Nesse sentido, ele recomenda que o professor esteja atento aos novos apelos tecnológicos e midiáticos para a sua prática docente e convida-nos a uma reflexão quando diz: É difícil prever o futuro, porque ele não se desenvolve linearmente. Na educação, contudo, é mais fácil antecipar algumas perspectivas. A educação será, cada vez mais, importante para as pessoas, corporações, países, para o mundo como um todo. Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também. 5 A educação será cada vez mais complexa, porque a sociedade vai se tornando, em todos os campos, mais complexa, exigente e necessitada de aprendizagem contínua. A educação acontecerá cada vez mais ao longo da vida, de forma seguida, mais inclusiva, em todos os níveis e modalidades e em todas as atividades profissionais e sociais. Observa-se que os novos contextos e cenários educacionais convidam os professores, alunos e gestores acadêmicos para uma reflexão profunda acerca do entendimento e dos novos métodos para a educação do adulto. São vários os fatores para essa chamada: O professor É convidado a assumir o papel de orientador, de articulador, observador, problematizador e de incentivador na sua relação com o aluno, a distância contradizendo o confortável papel do professor transmissor do conhecimento ou da “disciplina” em sala de aula. Substitui o autoritarismo pela flexibilização da aprendizagem aberta e colaborativa, pela aprendizagem do contínuo pedagógicoandragógico, pela aprendizagem vivencial proposta por David Kolb em 1980. Nesse contexto, a revisão conceitual-prática e filosófica sobre a sala de aula, a aula e o papel do professor é palavra de ordem. Nesse sentido, o professor, investigador e sociólogo Pedro Demo, 2008, (Prefácio - Pesquisando Fundamentos para Novas Práticas na educação on-line, Organizadoras: Moraes, Maria Cândida, Pesce, Lucila e Bruno, Adriana Rocha -) comenta: Aula é “coisa de professor”, diria mesmo: “é trambique” de professor. Para aprender, conforme sugestões de estilo autopoiético, é dinâmica de dentro para fora, reconstrutiva, interpretativa, jamais reprodutiva. É na posição de sujeito reconstrutivo que se aprende, não na de aluno que escuta, copia e faz prova. 6 Contextos e currículos da sociedade globalizada e cibernética em que vivemos. Surgem as comunidades sociais e educacionais. Do ponto de vista da aprendizagem a distância, a sociedade moderna, em que vivemos, experimenta novas formas de socialização e novos métodos de ensinar e reaprender virtualmente. Navegar pela rede é preciso... É preciso pelo grande volume de informações disponíveis, pela facilidade de acesso a essas informações. É preciso pela necessidade de participar dos mundos virtuais que nos cercam e nos convidam a interagir e colaborar na construção de uma nova sociedade, a sociedade complexa em que vivemos. A sala de aula presencial tem nova configuração na virtualidade, sendo, muitas vezes, representada pelos Ambientes virtuais de Aprendizagem - AVAs e suas funcionalidades educativas, com várias conexões no formato da convergência digital, instigando a autonomia da cognição, convidando à criatividade e ao debate. A secretaria acadêmica é virtual e a biblioteca também. O currículo acadêmico, no âmbito dos vários conhecimentos que integram a sua estrutura curricular, recebe uma nova concepção e design diante das possibilidades tecnológicas e midiáticas de mediação na aprendizagem do adulto. Vista de outro ângulo, essa nova configuração para a aprendizagem virtual pode exercer uma forte influência no desenho didático-pedagógico ou didáticoandragógico pretendido. Nesse sentido, Bruno Adriana, 2008, - Pesquisando fundamentos para Novas Práticas na educação online, p.83, chama-nos atenção para as possibilidades de interação e colaboração em ambientes virtuais de aprendizagem, em especial, sobre a influência desses ambientes na ação pedagógica: Não é correto afirmar que os recursos, o ambiente telemático escolhido e as ferramentas disponibilizadas não exerçam forte influências no processo de mediação pedagógica e interação digital pois, em diversas situações a arquitetura ou design do ambiente online podem representar um dificultador para as interações e para a mediação adotada. 7 pretendida, interferindo na abordagem Do ponto de vista da gestão de pessoas para o ensino e aprendizagem na virtualidade, a contratação dos agentes acadêmicos, em especial, a do professor, tem novo caráter legal e administrativo. Aluno ou participante? Essa indagação torna-se, a cada dia, uma questão recorrente diante da pressão imposta pelo avanço das TICs,2 da crescente formação de comunidades sociais virtuais, do aprender por toda a vida, do “aprender ensinando e o ensinar aprendendo” de Paulo Freire, das teorias do andragógico Malcolm Knowles e da experiência e universidades de vida do adulto, entre outros. É preciso olhar e compreender, de forma diferente, o aluno geração Y, o nativo digital, o “aluno” empreendedor-empresário, o “status cor” do aluno, a sua origem sociocultural-econômica, a sua capacidade modificadora do pensamento, do que está pronto... a sua capacidade reflexiva e de intervenção, a sua capacidade de autocognição para adquirir novos conhecimentos, desenvolver novas competências e mudar de comportamento. É possível, atualmente, conceber um aluno na faixa etária de 16 anos como aprendiz dependente? 2 8 TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação Principais contribuições andragógicas Do ponto de vista da aprendizagem a distância, acredita-se que a andragogia possa trazer grandes contribuições, não só em relação ao processo em si, mas, também, quanto aos contextos e cenários do seu entorno, tanto na aprendizagem corporativa quanto acadêmica. Em se tratando da questão prática, algumas experiências, técnicas e vivências já se apresentam como possibilidades andragógicas concretas: Diagnóstico da Aprendizagem – DA (WR3 EaD, 2005): Ferramenta fundamental na fase de planejamento de projetos e_learning permite a investigação e diagnóstico de competências e do perfil do participante, além do design estrutural e tecnológico do projeto e_learning. Consolida a Integração do DA com o PDI – Plano de Desenvolvimento Individual do empregado na organização / empresa. Faz a conexão entre a Aprendizagem Corporativa, o PDI e o Planejamento Estratégico da empresa. Matriz de Design Didático-Andragógico – MDA (WR3 EaD, 2006): Instrumento de planejamento da atividade docente e da configuração da aprendizagem a distância, cuja construção decorre de uma competência multidisciplinar, baseada em conceitos e argumentos filosófico-científicos da andragogia, com impactos de grandes significados no ensino-aprendizagem do adulto a distância, estabelece parâmetros e objetivos educacionais, o desenho das conexões tecnológicas e midiáticas para esses objetivos e as estratégias para estruturação e contextualização do Laboratório Andragógico Virtual – LAV.3 3 (Centro de pesquisa e vivências da aprendizagem colaborativa, apoio na atividade extraclasse do aluno-participante. Ligação entre esse aluno, a sua comunidade e a escola. Apoio andragógico nas atividades de ensino, pesquisa e extensão). 9 Método PPAD - Processos Psicossociais da Aprendizagem do Adulto a Distância (Derivado da cadeia dos sentimentos - Damásio, António, 1999 e das teorias de Malcolm Knowles, 1973): Análise das ações e reações do adulto, enquanto sujeito do ensino e da aprendizagem, do ponto de vista psicossocial, durante a sua atividade de aprender ou ensinar a distância, mediada por tecnologias e mídias educacionais. Recomendações para a reflexão na ação, e sobre a ação, da aprendizagem a distância, enquanto sujeito modificador, criativo, reflexivo, social, baseadas na cadeia de sentimentos e emoções, proposta por Anónio Damásio, e nas teorias de Knowles. Método da Aprendizagem Vivencial – MAV (Adaptado do modelo de David Kolb, 1980): Recomendações e análises andragógicas, baseadas nas teorias do pensador e pesquisador David Kolb, para o desenvolvimento da aprendizagem associada à mudança de atitudes, a partir de vivências, abstrações, reflexões e ações modificadoras, tendo o aluno, ou participante, como principal ator do processo. Utilizando-se da prática desse modelo de aprendizagem, proposto por Kolb, observa-se que ele tem origem nas idéias de Carl Rogers (Ensino não Diretivo) e Malcolm Knowles (Andragogia). A metodologia, denominada Aprendizagem Vivencial, tem forte apelo andragógico quando objetiva conduzir a interação, a colaboração e a reflexão para a formação dos saberes, a partir da mudança de atitude e comportamento do aluno, e pelo seu envolvimento ativo no processo de ensino-aprendizagem. Essa metodologia foi expressa, em suas origens, por “David Kolb” e supõe uma concepção pelo ciclo da aprendizagem vivencial, recomendada pelo autor, apresentando a capacidade cognitiva da aprendizagem vivencial em duas dimensões antagônicas: o abstrato-concreto e a decisão-reflexiva. 10 Nesse contexto, a proposta andragógica possibilita o exercício e a ação-reflexiva sobre os elementos essenciais da aprendizagem vivencial: o conhecimento, as habilidades e a mudança de comportamento do aluno-participante. Figura – Ciclo da Aprendizagem Vivencial (David Kolb) Convém destacar que esse exercício propõe o “aprender fazendo” passando por uma experiência concreta, pela reflexão sobre a experiência e a transformação desta, a partir das observações em conceitos, verdades, abstrações generalistas, valores, entre outros. Baseada nas idéias da aprendizagem vivencial, a WR3 EaD desenvolveu a técnica andragógica, denominada Retratos de Vivências, em que o adulto é convidado a experimentar situações novas, abstrair e decidir diante de vivências e simulações contextualizadas. Método do Contínuo Pedagógico-Andragógico da Aprendizagem do Adulto – MCPA (Derivado de - Andragogia e as habilidades de aprendizagem – De Aquino, Tasso Carlos, 2008): Recomendações, observações e análises do desempenho do adulto, exteriorizado na “régua” simbólica do contínuo pedagógico-andragógico, em determinados contextos sociais, profissionais e culturais, diante das suas emoções e reações, em situações de pesquisa, conflitos, indagações e negações em processo de ensino-aprendizagem. 11 Principais desafios A criação da disciplina andragogia abriria espaço para o debate sobre a sua proposta e a qualificação de profissionais na educação do adulto. E, consequentemente, a sua difusão. Contudo a andragogia como disciplina de um currículo normal, acadêmico, no modelo educacional brasileiro, atual, ainda é incipiente, tendo em vista o desconhecimento ou a falta de reconhecimento dessa teoria científica pelos principais órgãos federais subordinados ao MEC. Isso tem dificultado a difusão e institucionalização da andragogia como uma área do conhecimento científico, necessária na formação de educadores brasileiros. Do ponto de vista de pessoas capacitadas para dar conta desse novo cenário educacional, a questão é mais complexa: Como preparar, adequadamente, o professor e seus alunos para a aprendizagem virtual nessa nova configuração? Como vencer os desafios da resistência pedagógica infiltrada e institucionalizada durante séculos no modelo educacional brasileiro de atenção ao adulto? Investiu-se muito na formação de professores para a EaD, no Brasil, embora com sérias restrições do ponto de vista metodológico e curricular, mas pouco fez-se em relação ao estudo e estabelecimento de políticas e legislação para a educação do adulto. Observa-se que, embora a andragogia não esteja “oficialmente” presente nas salas de aula virtuais, as questões das “novas” competências nas relações humanas e suas emoções e sentimentos, durante os processos de ensino e aprendizagem a distância, são objetos de várias pesquisas e atenções na comunidade científica, tendo em vista o impacto dessas variáveis sobre o comportamento humano, adulto, nas relações virtuais de aprendizagem. 12 Segundo Moran, Papirus, 2007: “Quanto mais tecnologias avançadas, mais a educação precisa de pessoas humanas, evoluídas, competentes, éticas.” Diante da realidade atual e dos fatos na EaD, acredita-se que avanço tecnológico impulsiona a educação a distância, mas de nada adiantará essa evolução se os principais personagens da virtualidade, os sujeitos da aprendizagem, não estiverem eticamente confortáveis e emocionalmente integrados a esses aparatos tecnológico-administrativos e tecnológico-virtuais. Nesse contexto, a questão concentra-se no grande desafio para a consolidação da andragogia, como aliada na prática da EaD brasileira, aberta e flexível. Espera-se que, essa consolidação possa reforçar a questão da ética, da destreza tecnológicoandragógica e da qualidade desse novo sistema educacional, de modo a fortalecer, também, a formação e especialização de pessoas para a orientação da aprendizagem e gestão de ensino do adulto a distância. www.wr3ead.com.br [email protected] Leitura e referências: [1] Knowles, MS (1973, 1990), do aluno adulto. Uma espécie negligenciada (4e), Houston: Gulf Publishing. [2] Infed - Eduard C. Lindeman, Educação e o significado da educação de adultos. Disponível em http://www.infed.org/thinkers/et-lind.htm#meaning [3] Infed - Malcolm Knowles, educação de adultos informal, auto-direção e andragogia. Disponível em http://www.infed.org/thinkers/et-knowl.htm [4] Oliveira, Ari Batista, Andragogia - a educação de adultos. Disponível em http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=1&texto=13 13 [5] Moraes, Maria Cândida, Pesce, Lucila, Bruno, Adriana Rocha - Pesquisando Fundamentos para Novas Práticas na educação online. RG Editores, 2008. [6] De Aquino, Carlos Tasso Eira – Como aprender: Andragogia e as habilidades de aprendizagem. Pearson, 2008. [7] Moran, José Manuel, 2005, Tendências da educação online no Brasil. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/tendencias.htm [8] Kolb, DA (1984), Aprendizagem Experiencial, Englewood Cliffs, NJ.: Prentice Hall [9] Infed - David A. Kolb na aprendizagem experiencial. Disponível em: http://www.infed.org/biblio/b-explrn.htm 14