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Análise Microbiológica - Carne Moída

Análise microbiológica de alimentos frescos utilizando a técnica de tubos múltiplos e plaqueamento.

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    December 2018
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VALDETE CAMPOS SILVA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ALIMENTOS FRESCOS: Técnica dos tubos múltiplos e plaqueamento Este trabalho refere-se a um relatório de experimento realizado em laboratório, no intuito de obtenção de nota da 2º unidade temática da disciplina Microbiologia Experimental (UEPB), professora Weruska Brasileiro. Campina Grande 2009 1. INTRODUÇÃO Alimentos frescos são aqueles em que não houve alteração química, física e biológica, são conservadas as vitaminas e nutrientes, mais saudáveis e saborosos também. Estão em estreito contato com o ambiente e passiveis, portanto, de sofrer uma série de transformações. Estas transformações dependem das características intrínsecas (característica própria) do alimento, bem como dos fatores extrínsecos (o ambiente em que se encontra). Os alimentos frescos apresentam um grau de contaminação bastante variável, em função das condições de cultivo ou captura, no caso de produtos de origem animal, mas todos têm uma microbiota natural posteriormente, com o manuseio em maior ou menor intensidade, contato com superfícies e equipamentos, transporte e armazenamento, os níveis de contaminação tendem a se acentuar, muitas vezes com a presença de microrganismos diferentes daqueles contido na microbiota natural. Nestas condições a permeabilidade do produto será maior, havendo até riscos quanto ao aspecto higiênico-sanitário e de saúde publica pela contaminação por microrganismos patogênicos. Os fatores que regulam o crescimento de microrganismos que na maioria das vezes deterioram os alimentos se caracterizam pela: associações (cria um meio que não é adequado para o outro se desenvolver), efeitos das condições ambientais, propriedades físicas e químicas do alimento, disponibilidade de oxigênio e temperatura. Quando os microrganismos chegam aos alimentos principalmente se as condições são favoráveis (temperatura, pH, umidade) começam a multiplicação e crescimento. Para o controle de desenvolvimento de microrganismos nestes alimentos é interessante que se procure fazer com que o menor número de microrganismos alcance o alimento, condições desfavoráveis que tardará o início do crescimento, e tratamentos diretamente nos microrganismos. A conservação dos alimentos é para que se elimine totalmente ou parcialmente os agentes que alteram os produtos na modificação de um ou mais fatores essenciais onde torne o meio impróprio a qualquer alteração de vida usando substâncias que impeçam o desenvolvimento de microrganismos como o caso do formol, por exemplo. Os métodos para tal finalidade são: o uso do calor e frio, uso do sal, açúcar, fermentação, aditivos, irradiação e defumação (fumaça que sai da madeira). Neste experimento foi utilizada a carne moída, alimento este que tem uma área maior de exposição ao ambiente e podendo ser de fácil contaminação pelo fato de ser misturada com outros tipos de carnes. A qualidade e tipo de microrganismo que se desenvolverá na carne dependerão das condições do animal antes do abate, tais como transporte, condições de estresse etc. Em se tratando de animal sadio poucos microrganismos são encontrados, com exceção da superfície externa, dos tratos digestivos e respiratórios do animal. As espécies mais comuns na contaminação da carne são: Pseudomonas; Staphylococcus; Micrococcus; Enterococcus e as leveduras. Quanto aos patógenos, as principais bactérias encontradas na carne são: Salmonella sp; E. coli patogênica; Yersinia enterocolítica e Clostridium perfringens. Utilizando-se como parâmetros microrganismos indicadores de contaminação fecal, como o grupo coliforme, a qualidade microbiológica pode ser estabelecida. A Escherichia coli pode atuar como organismo comensal, patógeno oportunista e patógeno extremamente especializado. A qualidade microbiológica tem o objetivo de fornecer alimentos seguros, do ponto de vista higiênico-sanitário. Uma das maneiras de se conseguirem alimentos seguros é o investimento em técnicas de manipulação adequadas e o treinamento de manipuladores de alimentos. Esses esforços permitirão a prevenção de doenças veiculadas por alimentos. As doenças causadas pela ingestão de alimentos decorrentes de algum tipo de contaminação microbiana podem ser veiculadas através de transmissão (cólera, brucelose, febre tifo), e também como meio de crescimento (infecções alimentares – depois que o alimento é ingerido - e intoxicações – são ingeridas juntamente com o alimento). Para ser um indicador de contaminação fecal ideal é necessário que tenha como habitat exclusivo o trato intestinal do homem e animal de sangue quente, ocorrer em números elevados nas fezes, apresentar alta resistência ao ambiente extra interal, ter técnicas simples e rápidas para a detecção ou contagem, quando o patógeno associado estiver deve estar presente, ser de fácil e rápida detecção. Um alimento quando contaminado por microrganismos do tipo coliformes totais e/ou termotolerantes pode ser gerado por vários fatores onde a manipulação inadequada, higienização, conservação, transporte, manuseio e dentre outros, são talvez as principais causas para que tal fato aconteça. Neste relatório estão presentes as seguintes seções: objetivos, material utilizado, procedimentos, resultados, conclusões e referências bibliográficas. 2. OBJETIVOS Análise microbiológica para a detecção de coliformes totais e termotolerantes pelo Número Mais Provável (NMP), utilizando a técnica dos tubos múltiplos e plaqueamento para a detecção de E.coli e mesófilos pela unidade formadora de colônias (UFC). 3. MATERIAL UTILIZADO Estufa; Bastão de vidro; 4 placas de Petri; Erlenmeyer; 16 tubos de ensaio; Estante p/ tubos; Pipetas; Água de diluição estéril; Caldo lactosado; Caldo EMB; Caldo verde brilhante; Caldo EC; Balança analítica; Alça de platina; Espátula; Papel alumínio; 14 tubos de Durhan; Placa aquecedora; Bico de Bunsen; Lupa; 4. PROCEDIMENTOS Primeiro dia: Com o auxílio da espátula, pesar 10g de carne moída (amostra) e colocá-la no papel alumínio; Figura 1: pesagem da carne moída (10g) No erlenmeyer colocar a amostra em 90 ml de diluição estéril na proporção de 1:10, ter o cuidado de homogeneizar bem com o bastão de vidro p/ facilitar na retirada com a pipeta, reserve; Figura 2: Carne moída dissolvida Para a diluição pipetar 1 ml da amostra em 9 ml de água estéril, na proporção de 1:100 e 1:1000. Anotar as proporções nos tubos e reserve; Figura 3: Água de diluição No tubo de 1:100 pipetar 1 mL do material do erlenmeyer (1:10) e no tubo de 1:1000 pipetar 1 mL do tubo de 1:100. Reserve; Para a preparação das placas de Petri, pipetar 15 mL de agar para contagem (meio de cultura - APC); Figura 4: Agar p/ contagem Pipetar 1 mL do material do tubo 1:100 (c/ diluição) em uma das placas e na outra 1 mL do tubo 1:1000 (c/ diluição). Anotar as informações necessárias conforme figura abaixo; Figura 5: Placas de Petri Incubá-las na estufa numa temperatura de 35ºC no período de 24 horas para a contagem de colônias (mesófilos); Para a preparação dos tubos de ensaio, separar três séries de três tubos com caldo verde brilhante com os tubos de Durhan invertidos em seu interior e apoiá-los na estante; Na primeira série pipetar 1 mL do material do erlenmeyer, tampar e agitar bem. Na segunda série pipetar 1 mL do tubo de diluição de 1:100, tampar e agitar. Na terceira série, pipetar 1 mL do tubo de diluição de 1:1000 tampar e agitar. Fazer as anotações nos tubos conforme figura abaixo; Figura 6: Todos os tubos Incubá-los na estufa numa temperatura aproximadamente 35ºC variando ± 2. Esperar 24 horas para análise dos tubos. Segundo dia Tirar da estufa as placas de Petri e fazer a contagem das colônias com o auxílio da lupa; Tirar da estufa os tubos, conferi-los e considerar somente os positivos (presença de gás), descartar o restante; Preparar outros tubos com caldo EC (5 mL) de forma que fique a mesma quantidade dos tubos com caldo verde brilhante (os positivos) anteriormente mencionado, com os tubos de Durhan (invertidos); Figura 7: Repicagem dos tubos Fazer a repicagem dos tubos positivos para os tubos com caldo EC com o auxílio da alça de platina (flambada); Incubar os tubos repicados por um período de 24 horas na estufa com uma temperatura aproximada de 45ºC; P/ a preparação das placas de Petri, pipetar 15 mL de caldo EMB (já aquecido na placa aquecedora) e esperar esfriar para solidificar; Figura 8: Meio de cultura Caldo EMB Fazer os quadrantes e com a alça de platina (flambada) inocular com o caldo verde brilhante 1:10, na primeira placa e de 1:100 na segunda. No primeiro quadrante fazer riscos leves (inocular c/ o caldo). Lembrete: toda vez que inocular a placa, flambar a alça e somente com o caldo no primeiro quadrante; No segundo quadrante, inocular de forma que se faça do primeiro quadrante sempre flambando a alça antes de contactá-la com o meio, e assim sucessivamente até o quarto quadrante. Fazer isto para as duas placas; Figura 8: Primeiro quadrante Figura 9: Demais quadrantes Fechar as placas e anotar todas as informações necessárias e incubá-las na estufa numa temperatura de 35ºC aproximadamente por um período de 24 horas. Figura 11: Placas de 1:10 Figura 10: Placas de 1:100 5. RESULTADOS A contagem de colônias (placas de Petri) da figura 7 foi bem significativa na primeira placa num total de 6.600 colônias (unidades formadoras de colônias - UFC) constatando então a presença de mesófilos onde a quantidade na placa foram 66 colônias multiplicadas por 100 por causa da proporção 1:100. Já na segunda placa a quantidade de colônias foi bem insignificante, não sendo contada. Figura 12: Quantidade de colônias, esquerda parte de cima da placa e a direita parte de baixo. Em relação aos tubos de ensaio foram considerados apenas cinco tubos positivos por conter a presença de gás em alguns e em outros os tubos de Durhan suspensos, significam uma amostra com coliformes totais e o restante (negativos) foi descartado por não haver a presença de coliformes. Figura 13: Três tubos (gás) Figura 14: Dois tubos (gás) Figura 15: Nenhum tubo (gás) De acordo com a tabela exposta em laboratório foi considerado 9,3 o número mais provável (NMP), porque foram 3,2,0 número de tubos positivos multiplicados por 10 num total de 93. Figura 16: Tabela do laboratório (UEPB) Em relação às placas de Petri com o meio EMB foi encontrada na primeira placa (1:10) a formação de colônias pelo fato de apresentar no meio uma cor verde brilhante, sendo a maior parte formadora nos dois primeiros quadrantes. E na segunda placa (1:100) não houve a formação de colônias talvez por a diluição ser maior, dificultando assim a sua presença . Figura 17: Placa 1:10 Figura 18: Placa de 1:100 6. CONCLUSÕES Houve a presença de coliformes totais em relação às placas de Petri (figura 12) técnica de contagem de microrganismos com o uso do caldo lactosado que signi fica uma carne contaminada e que não deve ser consumida. Esta contaminação pode ter ocorrido através de algum fator na própria geladeira ou na exposição ao ambiente. Quanto à técnica dos tubos múltiplos, também houve a presença de coliformes na primeira estância e em relação dos tubos resultantes positivos tratados com caldo EC diagnosticaria a presença de coliformes termotolerantes, mas por algum motivo não obteve o efeito esperado. Como apareceu Escherichia coli nas placas de Petri subentende-se que nos tubos seria presente, pois o este tipo de microrganismo é um subgrupo. As placas de Petri com o meio EMB (específico p/ coliformes termotoleran- tes) apresentou resultados indicativos de contato com contaminantes fecais, não sendo indicada para o consumo humano. Todas estas técnicas mencionadas neste experimento são de extrema importância para a detecção de algum tipo de microrganismos presentes principalmente em alimentos, seja ele de qual tipo for. De fácil detecção, no intuito de prevenir eventuais doenças que possa vir a ocorrer num indivíduo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bactérias patogênicas em alimentos minimamente processados, comercializados na cidade de Pelotas, RS. Disponível em: http://www.ufpel.tche.br/cic/2007/cd/pdf/CB/CB_00878.pdf Acesso em: 31 Out de 2009 Conservação de alimentos. Disponível em: http://www.cena.usp.br/irradiacao/cons_alim.html Acesso em: 1 Nov de 2009 Microbiologia de alimentos. Disponível em: http://qaonline.iqsc.usp.br:8180/FCKeditor/UserFiles/File/Marcia%20Nitschke/ microalimentos.pdf Acesso em 1 Nov de 2009.