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Análise Ergonômica Do Trabalho No Setor De Suprimentos De Uma Empresa De Táxi Aéreo

Avaliação ergonômica de uma empresa de taxi aereo no setor de suprimentos (almoxarifado)

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MACAÉ – FUNEMAC FACULDADE PROFESSOR MIGUEL ÂNGELO DA SILVA SANTOS – FEMASS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO NO SETOR DE SUPRIMENTOS DE UMA EMPRESA DE TÁXI AÉREO POR: LEILA MARIA DE MIRANDA GOMES STHEFANY GARCIA RIBEIRO MACAÉ Dezembro/ 2015 i FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MACAÉ – FUNEMAC FACULDADE PROFESSOR MIGUEL ÂNGELO DA SILVA SANTOS – FEMASS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Leila Maria de Miranda Gomes Sthefany Garcia Ribeiro ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO NO SETOR DE SUPRIMENTOS DE UMA EMPRESA DE TÁXI AÉREO Trabalho apresentado à disciplina Ergonomia, integrante da grade curricular do curso de graduação em Engenharia de Produção, da Faculdade Professor Miguel Ângelo da Silva Santos (FeMASS). Professora: Lilia Dias Marianno MACAÉ/RJ Dezembro/ 2015 ii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 1 2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 1 3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 1 4. ANÁLISE DA DEMANDA ................................................................................................ 2 5. ANÁLISE DA TAREFA ..................................................................................................... 2 6. ANÁLISE DA ATIVIDADE .............................................................................................. 4 7. CONFRONTO TAREFA VS ATIVIDADE ....................................................................... 5 8. DIAGNÓSTICO .................................................................................................................. 6 9. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESPAÇO DE TRABALHO ............................................. 6 10. RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES .............................................................................. 8 11. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 8 iii SUMÁRIO DE FIGURAS Figura 1 - Paleteira ..................................................................................................................... 3 Figura 2 - Levantamento de cargas na vertical ........................................................................... 4 Figura 3 - Rotação do tronco e levantamento de peso ................................................................ 4 Figura 4 - Planta Baixa do Hangar ............................................................................................ 6 Figura 5 - Localização para carregamento de caminhão ............................................................ 7 Figura 6 - Sala da Expedição ...................................................................................................... 7 iv 1. INTRODUÇÃO Nos dias atuais, as empresas do ramo de aviação, que prestam serviço para o mercado petrolífero, procuram obter a melhor estruturara possível a fim de se tornar uma empresa competitiva em relação aos seus concorrentes. Com isso, ela se preocupa em seguir normas estabelecidas e também em ser uma empresa onde os funcionários tenham qualidade de vida no serviço. Para a empresa de taxi aéreo, escolhida como objeto de estudos, o setor de suprimentos é um dos setores vitais para o bom desempenho dos serviços prestados pela empresa. Nele ficam armazenadas todas os materiais necessários para manter a aeronavegabilidade da frota que são essenciais na execução dos serviços de apoio logístico aéreo para empresas ligadas ao setor de petróleo. Além disso, esse setor é responsável por receber e entregar todo material destinado aos outros suprimentos de bases menores espalhadas por todo território nacional. O setor suprimento é composto por subsetores como o atendimento e a expedição, onde é realizado a entrada e a saída dos materiais. A análise ergométrica foi realizada na parte da expedição levando em consideração o fator homem-atividade. 2. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho é realizar uma avaliação ergonômica no setor de suprimentos, em específico o subsetor expedição, de uma empresa de táxi aéreo do aeroporto de Macaé. 3. METODOLOGIA Trata-se de um estudo intervencionista, baseado na observação direta do posto de trabalho e na compreensão das atividades desenvolvidas pelos operadores logísticos atentando as interfaces do trabalhador com seu trabalho. A avaliação foi elaborada com auxílio de um questionário de apoio contendo perguntas referentes à postura e movimento relacionado à atividade exercida pelos funcionários do setor objeto de estudo dessa análise ergonômica. Como base será utilizado o livro Ergonomia Prática, dos autores Jan Dul e Bernard Weerdmeester, que relata os principais aspectos a serem examinados para resolver o problema do manuseio de cargas que são: o processo produtivo (manual ou mecânico); a organização do trabalho (projeto do trabalho, frequência dos levantamentos); o posto de trabalho (posição do 1 peso em relação ao corpo); o tipo de carga (forma, peso e pegas); acessórios de levantamento; método de trabalho (individual ou coletivo). Foi utilizado, também, o artigo Análise Ergonômica do Trabalho (AET) do autor Prof. Dr. Mario Ferreira e o Prof. Dr. Carlos Righi da PUC-RS. Desta maneira, como sugerido pelos autores é importante observar que o manuseio manual de cargas está presente na maioria dos postos de trabalho e atualmente, em nossa legislação, existem alguns parâmetros para transporte manual de cargas que devem ser cumpridos. 4. ANÁLISE DA DEMANDA Levando em consideração o subsetor expedição, o objeto de estudo, que tem como principal característica a movimentação de cargas, a análise será mais focada em movimentos, postura e carregamentos de peso. Como citado no livro do autor Grandjean (Manual de Ergonomia – adaptando o trabalho ao homem), o manuseio manual de cargas é considerado trabalho pesado. As lesões na coluna, resultantes de levantamento de pesos, são responsáveis por 12% de todas as lesões industriais e que 85% a 99% de todas as lesões graves na coluna. Apesar nenhuma ocorrência de afastamento do trabalho, por levantamento de carga, ter sido reportada no setor, existem queixas que comprovam a veracidade dos estudos mencionados no parágrafo anterior mostrando que a elaboração de uma AET sobre a interação trabalhador-atividade é de grande importância para que o índice de afastamento se mantenha na escala zero. 5. ANÁLISE DA TAREFA O posto de trabalho analisado compreende a função do operador logístico. Esse profissional possui em sua descrição de atividade as seguintes responsabilidades: • receber o material para a empresa e para terceiros; • realiza a conferência de todos os produtos recebidos; • fazer a separação por produtos e suas especificações; • realizar o direcionamento dos produtos para seus respectivos locais de armazenagem; 2 • receber informação do setor de PCP (Programação e controle da produção); • enviar o material para outras bases da empresa, conforme demanda; • embalar os produtos e fazer contato com a transportadora; • fazer a expedição. Para executar suas atividades diárias, os operadores logísticos contam com alguns equipamentos como: paleteira (figura 1), talha e computador. Também é obrigatório uso de EPIs como capacete, luvas, abafador, sapato de segurança e cinta de segurança. Figura 1 - Paleteira A empresa possui um manual de carregamento de cargas que descreve o correto procedimento para levantamento de peso, como utilizar a paleteira, quantidade adequada de pessoas necessárias para cada tarefa, limite de peso para a tarefa, entre outros que condiz com o recomendado pelas normas ergonômicas, assim como exemplificado no livro do Dul. Abaixo é possível observar alguns exemplos (figura 2 e figura 3) da forma correta que as cargas devem ser movimentadas. 3 Figura 3 - Rotação do tronco e levantamento de peso Figura 2 - Levantamento de cargas na vertical 6. ANÁLISE DA ATIVIDADE Durante o período de observação tiveram duas operações de carga e três descargas. A atividade é sempre realizada em equipe, em hipótese alguma ela poderá ser executada individualmente, o que facilita a distribuição de forças que é exercida pelo carregamento. Em uma das operações, dois colaboradores movimentavam um container que transportava um bote salva vidas que seria enviado para inspeção. O conjunto (container e bote), que pesa em torno de 60 kg, foi transportado manualmente do hangar até o caminhão e o mesmo não possuía pegas e nem alças. Ele foi movimentado dessa maneira, pois a disposição do layout do hangar e dificulta, quiçá impossibilita, a utilização de equipamentos motorizados e nem mesmo a paleteira (figura 1). Um dos colaboradores estava usando a cinta de segurança, que é disponibilizada pela empresa, entretanto o outro não. Apesar do container estar pesado, os dois conseguiram fazer a movimentação sem nenhum problema. Não foram utilizadas as posturas corretas de agachamento para levantamento do container, para preservação da coluna. Os colaboradores se mostraram preocupados com a execução da atividade a fim de evitar que 4 houvessem acidentes, mas mostraram-se um pouco desatentos com a postura descrita no manual operacional de movimentação de cargas disponibilizados pela empresa. Outra situação observada foi o descarregamento de caixas contendo óleo de turbina do caminhão ao pallet no chão. Um colaborador estava posicionado dentro do caminhão e o outro estava em pé no chão próximo ao pallet no qual as latas de óleo seriam colocadas. O colaborador que estava em pé no chão executava muitos movimentos errados que provocavam a torção do tronco, conforme mostrado na figura 1. Cada caixa, que contém 30 latas de óleo, pesa em torno de 24 kg, e seu transporte até o espaço reservado aos materiais infláveis é feito pela paleteira. A terceira situação observada, consistiu no transporte de alguns materiais que seriam enviados para outra base. O caminhão foi carregado manualmente pelos colaboradores que precisavam agachar e pegar as caixas no chão para então carrega-las com o braço estendido, ou seja, a caixa era posicionada nos antebraços que serviam de apoio para o transporte. Devido a repetição dessa atividade houveram reclamações de dores nos braços após as 20 caixas terem sido carregadas. Na execução da parte administrativa das atribuições do operador de logística, um fator observado foi a utilização do telefone de mesa, que era apoiado no ombro e pescoço, que ao ser utilizado em conjunto com o computador durante um longo período de tempo e os colaboradores mencionaram que sentem frequentemente dores no pescoço. Ao serem questionados sobre as posturas não corretas, os funcionários admitiram que estão cientes e que procurariam reler o manual e adotar as posturas corretas. 7. CONFRONTO TAREFA VS ATIVIDADE Foi observado e também admitido pelos colaboradores que as normas estabelecidas pelo manual de cargas, disponibilizado pela empresa, não são seguidas em sua totalidade, mas reconhecem a sua importância e a necessidade de seu cumprimento. Mesmo assim eles entendem a importância de estar sempre atento aos procedimentos corretos e também de orientar seus companheiros sobre má postura e situações de riscos, para evitar possíveis acidentes e sempre utilizar os EPIs adequados como a cinta, luvas, sapato e abafador. 5 8. DIAGNÓSTICO Através das observações e entrevistas foi diagnosticado que os principais problemas encontrados foram:  Lombalgia, causada pelo manuseio de cargas;  Dor no antebraço, ao transportar caixas com materiais que não possuem alças e/ou pegas;  Dor no pescoço; oriundo do atendimento do telefone de mesa enquanto consulta o computador; 9. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESPAÇO DE TRABALHO O setor de suprimentos é divido em três subsetores (Figura 4): atendimento, documentação e embalagem e expedição. A sala do subsetor de expedição tem a dimensão 15 m² (Figura 6), na parede direita, em relação à porta de entrada, estão localizadas as estações de trabalhos contendo 4 computadores, dois telefones de mesa e dois monitores suspensos onde são transmitidos em tempo real o status dos pedidos de materiais das bases, pois a base de Macaé é também o suprimento principal da operação da empresa. Na parte central existe uma bancada de embalagem onde alguns materiais, de pequeno e médio porte, são embalados para envio. Nessa bancada o trabalho é executado em pé. Na parede esquerda estão localizadas Figura 4 - Planta Baixa do Hangar 6 prateleiras de aço que abrigam materiais em trânsito e ao lado da entrada da sala onde na parte externa está localizada a área para carregamento e descarregamento dos caminhões (figura 5). Figura 5 - Localização para carregamento de caminhão Figura 6 - Sala da Expedição 7 10. RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES Tendo em vista as problemáticas observadas, sugere-se:  Que o telefone de mesa seja substituído por um modelo headset para que o colaborador possa falar ao telefone e consultar o computador ao mesmo tempo sem que isso provoque dores no pescoço;  Que os EPIs adequados para movimentação de cargas continuem sendo utilizados em conformidade com o que é determinado pelas normas do ministério do trabalho;  Respeitar os limites de peso máximo para carregamento manual;  Seguir as recomendações do manual de cargas disponibilizado pela empresa;  Que a empresa ofereça um curso sobre movimentação de cargas.  Providenciar a compra de uma empilhadeira para facilitar o a movimentação de cargas;  Modificação do layout do hangar com um melhor aproveitamento do espaço e criação de “ruas” que facilitem a utilização da empilhadeira;  Providenciar a instalação de uma talha que fique próxima ao local onde o caminhão estaciona para executar as atividades de carga e descarga dos materiais;  Construir uma rampa de acesso que contemple a área de descarga dos materiais. 11. BIBLIOGRAFIA  DUL, J; WEERDMEESTER, E. Ergonomia Prática. Edgard Blucher. 5ª Edição. 2012.  FERREIRA, M.S; RIGHI C.A.R; Análise Ergonômica do Trabalho. PUCRS. 2009. 8