Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

Análise Da Organização Curricular Dos Conteúdos De Biologia Celular Da Secretaria...

Faz uma análise qualitativa, baseado em premissas cronológicas e complexas sobre a abordagem dos conteúdos de Biologia Celular.

   EMBED


Share

Transcript

RESUMO A educação, mais do que nunca, assume um papel fundamental transformador em nossa sociedade de produção. A produtividade das sociedades é um reflexo da qualidade da formação dos indivíduos que a integram. Para que a intervenção desses indivíduos seja qualitativa é necessário a incorporação de habilidades e saberes essenciais ao seu desenvolvimento: aprender a aprender, a fazer, a conviver e a ser. Esta mudança de paradigma, sinalizada em vários campos do conhecimento, pressupõe transformações nas escolas e no ensino incluindo, por exemplo, currículos integrados, que privilegiem a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade possibilitando uma visão ampliada de mundo. Assim sendo, o ensino e o conteúdo programático da biologia celular também deve seguir estes pressupostos. Neste trabalho, pretende-se discutir a organização estrutural do currículo de biologia celular do ensino Médio segundo a Secretaria de Educação do Distrito Federal, visando a proposição de uma estrutura curricular que possibilite, naturalmente, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, e que se coadune com o pensamento complexo. Para tanto, analisaremos as orientações curriculares da Secretaria de Educação do Distrito Federal, visando incluir o componente temporal no ensino dos diversos conteúdos de modo que seu eixo principal seja a própria evolução espaço-temporal do universo. Espera-se, com isso, constituir uma ferramenta de ensino que possibilite a construção do conhecimento de modo mais significativo. PALAVRAS CHAVE: Educação, Biologia Celular, Evolução, Empoderamento, Paradigma, Currículo. INTRODUÇÃO Com o Ensino Médio parte da educação básica cabe ao Estado garantir que todos brasileiros tenham acesso a essa etapa de ensino (BRASIL, 2006). Para tanto, o Ensino Médio precisa ser repensado e reorganizado dentro de uma estrutura que vise à formação integral do indivíduo com base em habilidades necessárias ao desempenho de sua função social: o exercício da cidadania consciente. A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 22 elenca como competência privativa da União legislar, entre outros, sobre diretrizes e bases da educação nacional. De acordo com o Art. 2° da Lei de diretrizes e Bases da Educação (LDB) a Educação "tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Esse arcabouço jurídico delineia um modelo de cidadão que se espera obter após o término da educação básica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio foram pensados dentro dessa proposta de formação global, servindo de base para a atuação profissional na prática pedagógica. Nessa perspectiva, é necessário analisar especificamente a construção dos conteúdos de biologia celular na proposta curricular da Secretaria de Educação do Distrito Federal, verificando sua adequação ou não às Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) e confrontar esses dados com a LDB. Paralelamente a isso, uma possível proposta de reorganização desses conteúdos precisa estar de acordo com o que entendemos hoje de mais "avançado" em termos de educação, metamorfoseado em quatro saberes ou pilares da educação apontados pela Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI: aprender a aprender, a fazer, a conviver e a ser. Por fim, o resultado dessa análise deve desencadear uma proposta de currículo integrado, inter e transdisciplinar baseado em relações cronológicas, ou seja, uma metodologia espaço temporal. Outro ponto importante é observar como e quando os conteúdos vêm se organizando ao longo da vida escolar do indivíduo e se realmente a forma estrutural desse currículo está contribuindo para sua formação global. Apenas repensar a organização curricular não é o suficiente, estaria vazio de sentido caso não for enquadrado numa proposta inovadora que possibilite tal formação. Por outro lado, não adianta estar com o conteúdo enquadrado na legislação e permanecer ensinando biologia celular de forma retrograda, fora do contexto e indefinida temporalmente, contribuindo para um tipo de ensino baseado no acúmulo desnecessário e descontextualizado. Morin chama de conhecimento enciclopédico, segundo o qual, um conhecimento afastado de sua lógica integrativa não pode ser entendido cumulativamente, mas antes "deve ser entendido no sentido originário agkuklios paidea, aprendizagem que transforma o saber em ciclo; efetivamente trata-se de en-ciclo-pediar, ou seja, aprender a articular os pontos de vista separados do saber em um ciclo ativo".(MORIN, 2008, p. 33) Assim sendo, mais que necessário é repensar as estruturas e ideologias de ensino, refletir sobre os objetivos e a relação do indivíduo com o conhecimento de modo que suas potencialidades (no sentido de características essenciais valorativas) emerjam pelo conjunto do aprendizado integrado utilizando como ferramenta a relação espaço temporal com os conteúdos construídos. OBJETIVOS Gerais Analisar a proposta curricular do conteúdo de biologia celular nas orientações curriculares da Secretaria de Educação do Distrito Federal; Analisar a Legislação vigente sobre reforma da Educação no Ensino Médio; Específicos Confrontar as expectativas de aprendizagem das orientações curriculares tanto com os Parâmetros Curriculares Nacionais quanto com a LDB; Discutir as possibilidades legais de reorganização curricular; Discutir o papel da Educação na sociedade tecnológica; Compreender com base nos dispositivos legais e construções teóricas o perfil do indivíduo pretendido ao final da Educação básica. JUSTIFICATIVA O conteúdo de biologia celular das escolas Públicas de Brasília está organizado nas Orientações Curriculares elaborado pela Secretaria do Estado de Educação. O documento, além de outras considerações, traz um rol de conteúdos os quais o professor deve se orientar em sua prática docente de forma que o aluno seja consubstanciado para o desenvolvimento de habilidades e valores indispensáveis a sua integração na sociedade de produção bem como sua ferramentalização para continuar a aprender ao longo da vida. Para que isso ocorra é natural que as instituições de ensino sistematizem suas práticas educativas e atualizem seus métodos de ensino e perspectivas ideológicas. Analisando minunciosamente o referido documento, percebemos que a forma como os conteúdos estão organizados não contribuem para que as habilidades e valores pregados se manifestem no indivíduo fruto desse processo educacional. Quando o comparamos com outros dispositivos legais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Parâmetros Curriculares Nacionais ou com documentos tais como o Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, vemos como o conhecimento nas escolas públicas do DF estão fragmentados e as expectativas de aprendizagem apresentadas pouco colaboram para o empoderamento do indivíduo em sua busca por autonomia. O tipo de organização adotado apenas colabora para um pensamento que está em superação: o mecanicismo. Esse paradigma em declínio é conceituado por Fritjof Capra: Esse paradigma consiste em várias ideias e valores entrincheirados, entre os quais a visão do universo como um sistema mecânico composto de blocos de construção elementares, a visão do corpo como uma máquina, a visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso material ilimitado, a ser obtido por intermédio de crescimento econômico e tecnológico (...) (CAPRA, 1996. Pg. 25). Estando atentos às mudanças que vêm ocorrendo na sociedade dita do conhecimento a educação não pode continuar estanque. Ela precisa assumir seu papel transformador: ela deve conduzir "a um desenvolvimento humano mais harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as opressões, as guerras..." . Tendo em vista tais fatos, buscamos, além de problematizar o modo como os conteúdos de biologia celular estão organizados, dar um significado complexo à educação, baseado numa percepção evolutiva podendo levar de fato o indivíduo ao seu aprimoramento como ser humano, ao preparo à vida social como cidadão, a possibilidade de continuar a aprender por meio da autonomia e principalmente a incorporação das aprendizagens trazidas pelo Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI como os quatro pilares da Educação para o século XXI: aprender a fazer, conhecer, a viver juntos e a ser. O objetivo maior é possibilitar ao indivíduo que passa pelo processo educativo uma mudança de percepção sobre os sistemas vivos e sociais, sobre sua própria vida, levando-o ao aprimoramento e amplificação de suas potencialidades, bem como a uma nova compreensão do mundo em que está inserido por meio do pensamento complexo. METODOLOGIA De maneira a maximizar os resultados de análise, o presente trabalho adotará a seguinte metodologia: Revisão bibliográfica dos seguintes dispositivos: Legislação Correlata: Constituição Federal de 1988; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (Lei 9.394/96) Resolução CEB nº 3, de 26 de junho de 1998 (Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio); Textos Complementares: Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio; Relatório para UNESCO da comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI; Orientações Curriculares da Educação Básica (Ensino Médio) da Secretaria de Educação do Distrito Federal; Livros didáticos de biologia para o Ensino Médio. Tanto os dispositivos legais quanto os textos complementares constituirão a base de análise para as propostas que se deseja implementar, consubstanciado nas mudanças educacionais tanto em nível regional quanto mundial, possibilitando a formulação de uma proposta moderna, não anacrônica e flexível (justamente por ser fruto de uma época). Busca-se, afinal, uma análise qualitativa e mesmo de mérito quando nos disporemos a verificar o que se está construindo hoje em termos de educação em nível mundial, como que essa construção pode ajudar-nos a compreender as mudanças sociais e reconstruir de forma sistêmica um modelo (que não seja fixo nem tampouco imutável, mas passível de reorganizações) baseado em concepções evolutivas e atrelados à compreensão de níveis de complexidade tanto dos conteúdos sugeridos quanto dos processos cognitivos de cada indivíduo. PRODUTO FINAL Findada a análise dos dispositivos e textos elencados acima iremos proceder a proposta de reorganização curricular dos conteúdos de biologia celular do Ensino Médio da rede pública do Distrito Federal, baseado nas premissas evolutivas temporal e no pensamento complexo, com foco na formação de estudantes autônomos, engendrados nos quatro pilares da educação elencados no Relatório da comissão para UNESCO e ao mesmo tempo flexíveis a uma mudança em sua relação com os saberes. Baseado nessa proposta curricular, iremos realizar também a produção de capítulos específicos de Biologia celular para compor um possível livro didático para Ensino Médio. Capítulos esses que estarão de acordo tanto com a proposta de reformulação do currículo quanto toda discussão a respeito do foco educativo discutido no trabalho. REFERÊNCIA APARECIDA, A. G. & ZANONI, J. N. Envelhecimento Celular - Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v.9(1), jan./mar., 2005, disponível em: http://revistas.unipar.br/saude/article/viewFile/218/192 Acesso em 08 de Out. 2010, às 13h00. Borges R. M. R. e Lima V. M. R. Revista Eletrónics de Enseñanza de lãs Ciências Vol. 06 n. 1 (2007), disponível em: http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen6/ART10_Vol6_N1.pdf Acesso em: 09 de Jan. 2011 às 12h 33min. BRASIL, LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Lei de diretrizes e Bases da Educação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm Acesso em 26 de Out. 2010 às 21h23. BRASIL, Ministério da Educação – Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio; VOL 2 – Brasília, 2006. BRASIL, Secretaria de educação Média e Tecnologia. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf Acessado em 08 de Out. 2010. BRASIL, Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Brasília, 2008. BRASÍLIA Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Orientações Curriculares Ensino Médio, Brasília, CAPRA, F. A teia da Vida: uma nova compressão científica dos sistemas vivos – Ed Cultrix, São Paulo, 2006. DELORS, J. et al Relatório para UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI (1996) – CORTEZ EDITORA, São Paulo, 1998. GRIVICICH, I. & REGNER, A. & BRONDANI da, A. Morte por Apoptose, Revista Brasileira de Cancerologia 2007; 53(3): 335-343, disponível em: 12h20http://www.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao4.pdf Acesso em 08 de Out. 2010. MORIN, EDGAR: O Método 1: a natureza da Natureza – 2ͦ edição – Porto Alegre: Sulina, 2008. Revista biologia, Ciência e Desenvolvimento N. 36, disponível em: http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio36/entrevista_36.pdf ANEXOS ORÇAMENTO PRODUTO QUANTIDADE PREÇO (R$) TOTAL (R$) Resma de papel A4 02 12,00 24,00 Cartucho Impressora HP Photosmsrt C3180 Série preto 02 60,00 120,00 Cartucho Impressora HP Photosmsrt C3180 Série Colorido 93 02 60,00 120,00 Livros Didáticos Base 03 200,00 600,00 Total 09 332,00 864,00 CRONOGRAMA ATIVIDADE ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTRUBRO NOVEMBRO Levantamento bibliográfico X X Análise dos dispositivos elencados no item 4. X X Empoderamento dos conteúdos de biologia por meio dos livros didáticos específicos X X X X Construção da estrutura organizativa do currículo a se propor X X X Elaboração dos conteúdos dentro da proposta de capítulos X X X X Conclusão do projeto Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI 4 i